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Comentário lição 04

O Drama de Jó
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um
subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no
decorrer desta maravilhosa lição.

TRAGÉDIA DE NATUREZA ECONÔMICA


Já falamos anteriormente sobre o poder econômico que Jó tinha. O texto bíblico o
referenciou como o “maior de todos os do Oriente” (Jó 1.3). Sua riqueza destacava-se de
tamanho modo, que impressiona em ver o que ele possuía.
Jó era um homem muito rico, com um total aproximado de 11.500 animais
domesticados, divididos naqueles tipos de animais que os homens ricos precisam: animais de
trabalho, animais que serviam como alimentação, e animais de transporte. Tal riqueza
capacitava-o a ter uma casa muito grande, vastas propriedades e abundância de servos, que
mantinham todas as suas posses em boa ordem. Isso, de acordo com uma avaliação popular,
era evidência da aprovação e da ajuda divina1.
As posses de Jó foram listadas por Satanás como motivo de sua fidelidade a Deus, pois
o adversário acreditava que Jó somente era fiel por ter sido abençoado ricamente pelo Senhor,
materialmente falando (Jó 1.10,11).
Depois de acusar a Deus de comprar a lealdade de Jó, Satanás o desafia dizendo que
uma reversão na condição próspera de Jó redundaria em sua deserção: Mas estende a tua mão
[…] e verás se não blasfema de ti em tua face (Jó 1.11). Isto é, ele renunciaria completa e
abertamente a Deus e a sua forma piedosa de vida2.
Satanás foi permitido tocar nos bens econômicos de Jó (Jó 1.12), e prontamente assim
o fez. Seu rebanho foi completamente aniquilado pelo diabo (Jó 1.14-17), pois este acreditava
que ao retirar tudo de Jó sua fidelidade cairia por terra, blasfemando Jó contra Deus.
Destaque
O ponto principal de discussão entre Jó e seus amigos vai ser o significado da
prosperidade material. Acreditava-se naquela época que a família e os rebanhos eram bênçãos
de Deus para uma pessoa reta. A riqueza de Jó significava que ela desfrutava do favor de
Deus de uma maneira excepcional2.
Jó seria atingido de todas as direções e maneiras. Homens perversos movimentar-se-
iam contra ele, praticando o mal moral. Em seguida, a natureza mover-se-ia contra ele,
tornando-o vítima do mal natural1.
TRAGÉDIA DE NATUREZA FAMILIAR
Também já falamos anteriormente que Jó era um excepcional líder em sua família, que
se destacava por ser um lar unido e alegre diante da sociedade. Encontramos na narrativa do
livro os filhos de Jó reunindo-se em grandes banquetes, idênticos ao acontecido no dia de seu
grande desastre (Jó 1.13).
Sabemos muito bem que a maior estrutura na vida de qualquer pessoa é a sua família,
pois se ela vai muito bem, todas as demais coisas irão bem. A família de Jó era grandemente
estruturada, pois ele possuía uma boa esposa e filhos que viviam em união, o que denotava a
alegria em que vivia este grande homem de Deus.
Contudo, Satanás também tragou o bem mais precioso de Jó. Seus filhos e filhas foram
consumidos pela ira maligna em querer fazer com que Jó blasfemasse contra Deus. Que triste
notícia foi para Jó.
Seus bens mais queridos e mais valiosos eram os seus dez filhos; e, para concluir a
tragédia, uma notícia lhe foi trazida ao mesmo tempo que eles estavam mortos e enterrados
em meio às ruínas da casa na qual festejavam, junto com todos os criados que os serviam,
exceto um que veio rapidamente com essa notícia. Esta foi a maior das perdas de Jó, e que o
atingia mais de perto; e por isso o diabo a reservou para o final, para que se as outras
contrariedades falhassem, esta pudesse fazê-lo amaldiçoar a Deus3.
Destaque
O quarto desastre é anunciado de forma semelhante aos outros três. Os filhos de Jó
estavam todos reunidos em uma de suas celebrações. Eis que um grande vento sobreveio do
deserto, que atingiu os quatro cantos da casa onde eles estavam. Isso pode ter sido um
redemoinho ou um furacão vindo do deserto. A tempestade foi tão forte, que a casa foi
destruída e todos os seus moradores mortos. Dessa forma, Jó, em uma rápida sequência, é
despojado da sua riqueza e família. Isso nos faz lembrar da angústia de mulheres como Sara,
Raquel e Ana em sua impossibilidade de terem filhos para entender um pouco da perda que
este último acontecimento trágico representava. A perda da família vai além da tristeza natural.
Jó, nesse caso, foi privado do seu futuro. Nenhum filho levaria o seu nome. Não haveria
ninguém que se lembrasse dele e ninguém próximo para prantear a sua morte. Jó havia perdido
todas as suas posses e seus filhos. Satanás estava certo de que ninguém permaneceria firme
na sua devoção e adoração a Deus diante de tais circunstâncias2.
A esposa de Jó tinha pessoalmente sobrevivido às calamidades que quase destruíram
seu esposo. Uma variedade de opiniões tem sido levantada por aqueles que comentam a
respeito da atitude dela em relação à desgraça de Jó. Alguns veem nela uma segunda Eva a
tentar seu marido para a destruição dele. Outros acham que suas palavras representam desdém
e escárnio, designadas a aprofundar o sofrimento que Jó estava suportando. Outros a veem
como uma mulher que também sofreu a tortura de perder tudo que dá significado à vida e, por
isso, acusa Jó como o causador da sua desgraça. Mas, é possível que ela tenha sido motivada
por bondade. Não tem sentido manter a integridade, ela raciocina, quando Deus
evidentemente abandonou a Jó. Portanto, Jó deveria se voltar contra Deus na esperança de
que Ele se afastasse completamente dele e o deixasse morrer como um ato de misericórdia.
Se a atitude dela representa mais uma tentação, Jó também saiu vitorioso dessa situação 2.

TRAGÉDIA DE NATUREZA FÍSICA E PSICOLÓGICA


Após ter realizado as maiores tragédias possíveis até então na vida de Jó, Satanás mais
uma vez se apresenta diante de Deus e ambos dialogam sobre ele. O adversário tentando ainda
associar a fidelidade e integridade de Jó a algo material, afirma diante de Deus que ele
somente permanecia em sua integridade por motivo de que seus danos ainda não chegaram à
sua pele (Jó 2.2-5).
Diante de tal questionamento e afirmação de Satanás, Deus então permite que ele toque
em sua saúde, contudo, a vida de Jó não poderia ser tocada (Jó 2.6). É relevante destacar que
a atuação maligna somente ocorreu por permissão divina, e que se não houvesse um propósito
de Deus para com Jó, Ele não teria permitido que tudo isso acontecesse.
O inimigo provoca Jó para que ele blasfeme contra Deus, ao feri-lo com chagas
malignas, pois dessa maneira torna-o um fardo para si mesmo3. Jó agora está sem seus bens,
sem seus filhos e sem a sua saúde. Quão difícil era a situação de Jó. Economicamente falido.
Fisicamente ferido. Psicologicamente abatido.
Foi o patriarca constrangido a suportar as dores mais terríveis e os piores desconfortos
que um ser humano jamais fora submetido. Entretanto, reteve a sua integridade 4.

Esperando Jesus voltar hoje!


Dc. Antonio Vitor de Lima Borba

Referências:
1 – CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São
Paulo: Hagnos, 2001.
2 – CHAPMAN, Milo L. Comentário Bíblico Beacon. Vol 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
3 – HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
4 – ANDRADE, Claudionor de. Jó: O problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de
Janeiro: CPAD, 2002.

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