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O QUE É ADORAÇÃO?
Adorar é expressar o relacionamento de amor, devoção e temor que temos para com Deus.
Se não O amamos, tememos e somos devotos, não somos adoradores.
Adoração, portanto, é um estilo de vida que agrada a Deus que se expressa em atos.
Quando decidimos ter uma vida de adoradores significa que tudo que fizermos, 24 horas por
dia, será para adorá-lo. Se Deus faz uma obra em você e te torna um bom (trabalhador, pai,
marido, filho, irmão em Cristo, estudante, cidadão, etc.) sua vida traz adoração a Ele.
Mas isso não é suficiente, é preciso expressar isso.
Isso pode ser expressado de várias maneiras: música e dança (Sl 150.3-5), palavras de
adoração (Ef 3.20,21), composições de adoração (Sl 134), pessoas construíram monumentos
(Gn 12.7,8), dízimos (Gn 28.22) e ofertas (2Sm 24.24), etc.
QUAL É O ESTILO QUE MAIS AGRADA A DEUS?
O contexto cultural também interfere muito na forma de expressar adoração.
Se você for visitar o louvor de uma igreja africana vai ficar animado com os tambores,
danças e ritmos animados. Numa catedral europeia vai se maravilhar com os corais e
orquestra solenes. Dos EUA e Austrália vêm o worship (da onde vêm a maioria das músicas
gospel cantadas no Brasil). Os famosos “corinhos de fogo” aproveitam o ritmo dançante da
música nordestina. E por aí vai... Qual é o estilo que mais agrada a Deus? Aquele que é
oferecido em espírito e em verdade.
Uma cantata de Natal pode ser maravilhosamente bela. Os uniformes, divisão de vozes,
instrumentos, meses de ensaio e no dia muitos convidados vêm assistir. Tudo saiu perfeito!
A pergunta é: foi em espírito ou foi uma mera apresentação musical? Pra justificar nosso
foco técnico temos uma frase pronta: “Deus merece o melhor”. Não estou dizendo que não é
preciso ensaiar, aperfeiçoar e ter bons equipamentos; é que o “melhor que Deus merece” é a
adoração em espírito e em verdade.
Eu posso dançar como um africano pra condenar os formais. Posso ser solene como um
britânico pra condenar essa geração irreverente. Em ambos os casos não estou adorando.
Para ilustrar um pouco da seriedade do que é adorar a Deus, quero meditar com vocês numa
história muito conhecida que encontra-se em 2Samuel 6.
Nós sabemos que Davi era um grande adorador desde antes de se tornar rei. Ele sempre
compôs salmos, tocou instrumentos e se preocupou com a adoração a Deus.
Quando ele se tornou o rei em todo o Israel teve a preocupação de levar a Arca do Senhor
para a capital do reino, Jerusalém. A presença de Deus naquela época estava na arca,
portanto ter em Jerusalém significava ter o próprio Deus por perto e Davi tinha esse desejo
de adorar, por isso decidiu buscar a arca.
A Arca estava na casa de um homem chamado Abinadabe. Colocaram a Arca em uma
carroça puxada por bois e os dois filhos de Abinadabe (Aiô e Uzá) conduziam a carroça.
Muito louvor acompanhava a procissão da Arca até Jerusalém (2Sm 6.5).
Em certo ponto da viagem, aconteceu que os bois tropeçaram e a Arca ia cair da carroça.
Então Uzá, na melhor das boas intenções, esticou o braço e segurou a Arca. O que aconteceu
a seguir deixou Davi muito contrariado (2Sm 6.7-10).
Perguntamos por que isso aconteceu? Será que Deus não foi um pouco severo demais, afinal
de contas o cara só tentou ajudar! Mas a Bíblia diz que Deus fulminou Uzá por seu ato de
irreverência. Guarde isso.
Uma das responsabilidades do rei era ter uma cópia da Lei para sua própria orientação (Dt
17.18,19). Davi não buscou se orientar, portanto a morte de Uzá foi responsabilidade dele.
Ele certamente leu Êxodo 25.13-15 e Números 4.1-20 para entender o que deu errado da
primeira vez. Observe em 1Crônicas 15.13 como Davi toma consciência disso.
Agora, sob a orientação da Lei do Senhor, Davi fez uma segunda tentativa.
Houve muita música (1Cr 15.16,19-22), a cada seis passos holocaustos eram oferecidos e
houve uma grande festa na cidade. A Bíblia diz que Davi dançava e celebrava com todas as
forças a ponto de ficar sem as vestes reais e só com o colete de linho dançando perante a
Arca.
Nós que somos mais formais podemos seguir o seguinte raciocínio: o que é mais irreverente,
segurar a Arca para ela não cair ou dançar na frente da presença de Deus?
- Na presença de Deus há liberdade para adorá-lo, desde que essa liberdade seja dentro dos
parâmetros bíblicos.
- Nosso louvor e adoração devem ser em verdade, nós não podemos adorar o Senhor se não
conhecermos a sua Palavra.
- A presença do Senhor não está mais em uma arca, num templo ou em qualquer local
sagrado, mas nós somos o templo do Espírito Santo (1Co 6.9) e a presença de Deus está
dentro de nós o tempo todo. Sim! A mesma Glória que estava na Arca, habita dentro de você
agora! Isso deveria nos maravilhar e encher de temor.
- Se avançarmos um pouco mais na história, veremos a atitude de Mical, esposa de Davi.
Além de não participar da celebração, ela desprezou Davi no seu coração quando viu ele
dançando e celebrando no meio do povo, e também o criticou face a face tentando fazê-lo
parecer ridículo. Davi não deu ouvidos a Mical, ele considerou que era mais importante
adorar a Deus com todas as forças. Quando estivermos no momento de adoração não
devemos nos preocupar com Mical. Solte-se e adore sem a menor preocupação com o que os
outros vão dizer, adorar a Deus é mais importante que a sua imagem.
Tem mais uma razão para adorar que eu gostaria de meditar com vocês, vamos para Jó 1.
Jó era um excelente cara. Um bom marido, um ótimo pai, um patrão exemplar, um grande
cidadão e um homem de Deus.
Ele era um homem muito rico e bem sucedido. Possuía 1000 bois, 500 jumentos, 7000
ovelhas, 3000 camelos e muitos empregados. Também tinha 10 filhos (que na época era sinal
de prosperidade e bênção).
Num infame dia Jó recebeu más notícias: um empregado veio dizer que árabes roubaram
todos os bois e jumentos, além de matarem todos os empregados; enquanto ele ainda falava,
outro empregado chegou dizendo que um fogo descido do céu matou todas as ovelhas e os
empregados que trabalhavam com elas; enquanto ele ainda falava, outro empregado chegou
contando que três bandos de babilônios roubaram os camelos e mataram os empregados que
trabalhavam com eles. Em questão de minutos Jó passou de "homem mais rico do oriente" a
não possuir absolutamente nada, mas o pior estava por vir.
Um outro empregado chegou interrompendo o anterior dizendo que um vento derrubou a
casa em que os 10 filhos de Jó estavam num banquete, todos morreram.
O que Jó fez diante dessas notícias? Jó 1.20,21. É claro que ele se lamentou pelas perdas,
mas a primeira coisa que ele fez foi adorar a Deus. Porque, por mais que ele apreciasse suas
bênçãos e amasse seus filhos, tinha consciência que nada era dele, tudo veio de Deus e Deus
tinha o direito de tomar quando quisesse, independente de tudo o louvor pertencia a Ele.
Mais tarde Jó também perdeu a sua saúde. Não sabemos diagnosticar qual era exatamente a
sua doença, mas a Bíblia diz que eram feridas pelo corpo todo e que ele se coçava com um
caco de louça. Jó estava isolado e sua mulher, indignada, diz para ele que não valia a pena se
manter íntegro que ele amaldiçoasse a Deus e morresse. Eis a resposta dele em Jó 2.10.
Nós analisamos situações que servem de motivação para adoração. Do ponto de vista
humano Jó não tem nenhum motivo para adorar, e é justamente aí que você conhece o
verdadeiro cristão, quando ele adora apenas por quem Deus é e não pelo que Ele dá.
Em Romanos 12.12a Paulo nos diz que devemos nos alegrar na esperança. Nossa bendita
esperança é a volta de Cristo. Se nós estivermos vivos subiremos com Ele, se já tivermos
partido ressuscitaremos primeiro. Essa é a nossa esperança, podemos nos alegrar nela porque
não tem como ela ser tirada de nós.
Uma pessoa que põe sua alegria na sua juventude, perde quando chega a velhice. Uma
pessoa que põe sua alegria na sua saúde, perde quando chega a doença. Uma pessoa que põe
sua alegria num cônjuge, perde quando perde o cônjuge. Uma pessoa que põe sua alegria
num filho, perde a alegria quando o filho vai embora. Uma pessoa que põe na sua alegria no
dinheiro, perde quando o dinheiro vai embora.
Mas quem se alegra na esperança não pode ter a sua alegria tirada, nem pela morte. Eu creio
que esse era o segredo de Jó, ele sabia que o seu Redentor vivia e um dia se levantar ia sobre
a terra, mesmo em momentos difíceis isso é motivo de sobra para adorar.
Romanos 5.3-5.