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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC

DIREITO

ANA LUIZE MACEDO CAMACAM


ERICA AMORIM SOUZA
HIGOR CALACIO GANDRA
LEONEL BATISTA DE LIMA NETO
WERTHER BRANDÃO

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO


História do pensamento econômico

PETROLINA-PE
2020
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ANA LUIZE MACEDO CAMACAM
ERICA AMORIM SOUZA
HIGOR CALACIO GANDRA
LEONEL BATISTA DE LIMA NETO
WERTHER BRANDÃO

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO


História do Pensamento Econômico

Trabalho de conclusão da 1ª unidade do 2º


semestre de 2020, apresentado a UniFTC,
como parte das exigências da disciplina de
Economia para a obtenção da nota
complementar.

PETROLINA-PE
2020
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Sumário
1- INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

2- EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO .....................................................2

2.1 – O MERCANTILISMO ............................................................................................2

2.2 – OS FISIOCRATAS ................................................................................................4

2.3 – TEORIA CLÁSSICA ..............................................................................................5

2.4 – TEORIA MARXISTA .............................................................................................7

2.5 – NEOCLÁSSICA ....................................................................................................9

2.6 – ESCOLA INSTITUCIONALISTA .........................................................................10

2.6.1- O Institucionalismo Originário de Veblen ..........................................................10

2.6.2- A abordagem da nova economia institucional ...................................................11

2.7 – OS ESCRITOS DE JOHN MAYNARD KEYNES (KEYNESIANA) ......................13

2.8 - TEORIAS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ...........15

2.9 - ESCOLAS DE CHICAGO ....................................................................................17

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................20

4- REFERÊNCIAS .....................................................................................................21

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1- INTRODUÇÃO

A história apresenta distintas fases com diversos pensadores que corroboraram


com o desenvolvimento da economia mundial. Homens que trouxeram ideais
decisivas a história que moldaram e aprimoraram as mentes dos que detinham o
poder impactando diretamente o avanço da humanidade, fortalecendo ou destruindo
regimes políticos, trazendo, inclusive, classes contra classes e até mesmo nações
contra nações através do o extraordinário poder de suas ideias.
Segundo E. K. Hunt, 2013. A história do pensamento econômico é dividida, de
forma simples, em três períodos: Pré-moderno (grego, romano, árabe), Moderno
(mercantilismo, fisiocracia) e contemporâneo. Vale destacar o período onde o
mercantilismo fortaleceu o Estado por meio da posse de metais pelo governo e uma
política de expansão comercial. Destacaram-se Thomas Mun na Grã-Bretanha, Jean-
Baptiste Colbert na França e Antônio Serra na Itália.
A análise econômica sistemática tem se desenvolvido principalmente a partir do
surgimento da Modernidade. Esta de grande valia, sobretudo no período pós-guerra
onde se observava clara divisão entre capitalismo e socialismo. Escolas modernas de
perfil extra liberal desenvolveram políticas monetárias e fiscais intervencionistas que
passaram a ser atacadas, em particular, por um grupo de teóricos neoliberais,
provenientes de uma escola de pensadores conhecida como a Escola de Chicago.
Essa corrente de pensamento mais conservadora reafirmou uma visão libertarista da
atividade de mercado, que as pessoas ficam melhores se deixadas à sua vontade,
livre para escolherem como conduzir suas próprias vidas.
Na economia clássica podemos destacar Adam Smith, liberal, que apoiava o não
intervencionismo. A desigualdade é vista por ele como um incentivo ao trabalho e ao
enriquecimento (logicamente os pobres querem ficar ricos e atingir o padrão de vida
das classes privilegiadas), sendo uma condição fundamental para que as pessoas se
movam e tentem atingir níveis melhores de vida. Considerado o pai da Economia
Liberal, foi ele que lhe deixou os seus principais fundamentos, cujo expoente máximo
é a chamada teoria da Mão Invisível.
Destaca-se o modelo liberal de mercado contemporâneo baseado na Escola de
Chicago justificando seu domínio na conquista de Prêmios Nobel de Economia.

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2- EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO

2.1 – O MERCANTILISMO

O mercantilismo foi um conjunto de práticas econômicas adotado pelas nações


europeias no período em que a Europa estava passando por uma grande escassez
de ouro e prata em barra, entre a Idade Média e o período do triunfo do laissez-faire,
não possuindo, dessa forma, moeda o bastante para suprir a demanda em ascensão
do comércio.
Tais práticas econômicas são consideradas como o período de transição do
feudalismo para o modo de produção capitalista. Dessa maneira, o surgimento do
mercantilismo, enquanto conjunto de práticas econômicas está ligado diretamente ao
fim do feudalismo e à formação dos Estados Nacionais Modernos.
Essa fase inicial é geralmente chamada de “bulionismo” e as políticas
estabelecidas tinham o intento de atrair o ouro e prata para um país e mantê-lo no
próprio país, proibindo, dessa maneira, sua exportação, ampliando, assim, a
economia para dar mais lucro afim de que a população pudesse pagar mais impostos
e fortalecesse cada vez mais o Estado e enriquecesse a burguesia. Em seu livro
História do Pensamento econômico Stanley Brueratifica tais informações:

Os mercantilistas também sabiam que a entrada de metais preciosos


facilitava a cobrança de impostos. Eles sabiam que os preços
aumentariam ou, pelo menos, não cairiam, se a quantidade de dinheiro
aumentasse à medida que o comércio se expandisse. Não só o
volume de mercadoria estava se expandindo, mas também as famílias
autossuficientes estavam sendo levadas para a economia de
mercado. Portanto, mais dinheiro era necessário para comprar e
vender o mesmo volume de mercadoria. Alguns mercantilistas
também sabiam que aumentos no montante de ouro e prata em
circulação reduziam as taxas de juros e promoviam o comercio. (pag
19).

Após essa época bulionista, os mercantilistas continuaram a estimular as


exportações de bens, transporte e os seguros, tudo com o intuito de conseguir um
saldo favorável na balança comercial, ou seja, ter mais moedas entrando no país do
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que saindo. Uma das principais políticas adotadas para alcançar esse objetivo foi à
criação de monopólios comerciais, além de aplicar extensos regulamentos às
atividades de exportação e importação. Medidas que visavam desestimular as
importações também eram bastante comuns. Algumas mercadorias chegavam a
serem proibidas de serem importadas e outras pagavam direitos alfandegários tão
exorbitantes que eram quase que retirados do comércio.
O que se pode perceber, nesse contexto, é que essas restrições beneficiavam
alguns capitalistas e prejudicavam outros. Ou seja: grupos especiais estavam sempre
agindo em conformidade para atingir seus objetivos em detrimento dos outros.
Sempre visando aumentar o fluxo de moeda para dentro do país e diminuir a saída
dela. Assim assevera Stanley Brue (História do Pensamento Econômico, pag 33):

Essa doutrina, obviamente, beneficiou os capitalistas mercadores os


reis e os funcionários do governo. Ela beneficiou especialmente
aqueles que eram mais poderosos e radicais e tínhamos monopólios
e privilégios mais favoráveis.

A realidade e o interesse de cada país era o que definia o conjunto de práticas


aplicado pelas nações europeias. Houve o já citado Bulionismo, que consistia em
acumular metais preciosos como principal forma de obter riquezas. Foram utilizados
principalmente pelos espanhóis, durante o reinado dos reis católicos Fernando Aragão
e Isabel de Castela.
Houve também o Colbertismo, praticado principalmente pelos franceses, que
sofreram influência de Jean-Baptiste Colbert, e incentivavam o desenvolvimento
manufatureiro como forma de atrais moeda estrangeira e, por consequência, riquezas.
Ademais, havia uma política de limitação de gastos internos.
Já a teoria da Balança Comercial favorável defendia que a quantidade de
mercadorias vendidas deveria sempre ser superior ao volume de mercadorias
compradas. Assim, a soma das transações comerciais tinha que ser positiva.
Os mercantilistas contribuíram de forma duradoura para a economia. Primeiro,
influenciaram permanentemente as atitudes em relação ao mercador, que antes era
visto pela aristocracia medieval como ‘cidadãos desprezíveis’, de segunda categoria
e passaram a ter respeitabilidade e importância, baseado na argumentação de que

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quando suas atividades eram utilizadas de forma adequada pelo governo os
mercadores não enriqueciam sozinhos, mas também os reis e o próprio reino.
Em segundo lugar, indiretamente, o mercantilismo promoveu o nacionalismo, uma
força que está viva até hoje. Terceiro, as empresas de comércio privilegiadas
contribuíram para transformar a organização econômica da Europa. Ademais, foi
capaz de expandir o desenvolvimento econômico e consequentemente o mercado
interno. Assim, foi promovido o livre transporte de bens sem ser atrapalhado por
pedágios, estabelecendo leis e impostos uniformes e protegendo as pessoas e os
bens em trânsito dentro de um país e entre países.

2.2 – OS FISIOCRATAS

A escola fisiocrata era um grupo de reformadores sociais franceses interessados


em reformar a França, que estava passando por desordens econômicas e sociais, que
foram causadas, principalmente, por uma combinação heterogênea de muitas das
piores características do feudalismo e do capitalismo comercial. O início da escola
pode ser datado em 1756 e terminou em 1776, mas a influência dos fisiocratas durou
muito mais do que essas duas décadas.

Segundo E. K. Hunt, 2013. Os fisiocratas eram discípulos intelectuais


de François Quesnay (1694-1774). Quase todas as suas idéias se
originavam direta ou indiretamente do Tableau Economique, de
Quesnay. Sua influência imediata sobre os assuntos econômicos e
políticos franceses durou cerca de duas décadas e terminou quando
seu membro politicamente mais influente, Anne Robert Jacques
Turgot (1727-1781), perdeu seu cargo de controlador geral das
finanças, em 1776.

Durante esse período, a agricultura ainda utilizava a tecnologia feudal, sendo feita
em pequena escala, de forma ineficiente e inibia o avanço do capitalismo pois
continuava sendo uma fonte de poder feudal. O governo tributava de forma
desordenada, ineficiente, opressiva e injusta. Tudo isso foi o propulsor para o caos
social e econômico, que culminou com a Revolução Francesa.

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Como os fisiocratas acreditavam que os problemas da França eram oriundos da
incapacidade de seus dirigentes compreenderem a lei natural e ordenarem a produção
e o comércio de acordo com ela, influenciados pelo modelo de como uma sociedade
deveria ser estruturada, formulada por Quesnay, defendiam a reforma política. Tal
reforma tinha como proposta a substituição da agricultura em pequena escala e
ineficiente pela agricultura capitalista em grande escala. Ademais, recomendaram que
toda a renda do governo fosse obtida através de um único imposto, para todo o país.

Os fisiocratas deram várias contribuições para a economia, estabelecendo-a como


uma ciência social. Ademais, o quadro econômico de Quesnay é um precursor de dois
itens encontrados nos textos da economia moderna: o diagrama do fluxo econômico
e a contabilidade de renda nacional. Ademais, eles foram os precursores na análise
de mudanças de impostos e incidência que hoje é uma parte crucial da microeconomia
aplicada. Também, foram eles que destacaram a importância de se questionar o papel
adequado do governo na economia.

2.3 – TEORIA CLÁSSICA

Teve origem na Inglaterra, sobre grande influência de Adam Smith, onde por volta
dos anos de 1776 publicou a obra “As Riquezas das Nações” e este é considerado de
maneira contundente, como o início do pensamento econômico clássico. Os conceitos
permeiam a noção básica de que os mercados buscam o equilíbrio, ajustando-se as
mudanças do cenário econômico.
O liberalismo econômico, como também é conhecido, tem como base a liberdade
pessoal, propriedade privada, iniciativa individual, empresa privada e baixa
interferência do Estado. Neste esteio tem-se que o desdobramento destas bases
reflete diretamente na forma como os mercados se ajustarão, tendo em vista que se
existem uma pequena interferência do Estado, nos assuntos pertinentes, a produção,
a troca e a distribuição. Claro que isso tudo será regulado pelo próprio mercado,
empresas privadas, usando o comportamento econômico do autointeresse e demais
dogmas da escola clássica.
Segundo E. K. Hunt, 2013. Assim tem-se:
a. Pequeno envolvimento do governo
b. Análise concentrada nas Leis econômicas
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c. Importância de todos os recursos e atividades econômicas
d. Harmonia de interesses, na busca pelo atendimento de suas necessidades
as necessidades coletivas seriam atendidas
e. Comportamento econômico de autointeresse

O pensamento clássico entende que toda a sociedade ganha quando


implantada suas teorias, pois elas promovem o acúmulo de capital e o crescimento
econômico. Assim, na medida em que os empresários alcançavam lucro, respeito e
espaço social estavam atendendo aos anseios da sociedade. Um novo status e
dignidade foram inseridos às atividades e as pessoas dos mercadores e industriais.
Este espaço e glamour era reservado à nobreza e os abastados e esta mudança de
paradigma foi fundamental para o desencadear de grandes avanços sociais.
Pessoas comuns foram transformadas em empreendedores, a concorrência
impulsionou o surgimento da industrialização e as pessoas e empresas tinham o foco
todo voltados para o aumento da produção, as oportunidades pareciam ilimitadas e
os investidores tinham razões de sobra para reinvestir grande parte de seus lucros.
Este círculo virtuoso catapultou a história da sociedade, e tem em sua
característica a marca do individualismo e no liberalismo, muito bem-postas nas
palavras de, Antônio Flório Simões.

Caracteriza a Escola Clássica, o Individualismo e o Liberalismo


Econômico, buscando explicar as Leis Naturais – como a escola
Francesa – dos fenômenos naturais, tomando como problema
econômico central não o Comércio, a Indústria ou a Agricultura, mas
sim o Trabalho, como o trabalho ajudado pelo capital, fazendo do
mesmo, fonte de riqueza, reagindo contra a noção exagerada da forma
agrária dos Fisiocratas, bem como sua concepção metalista. Smith vê
a riqueza na origem do Trabalho, cuja concepção é característica de
Liberdade Natural.
Substitui assim a noção de produtividade exclusiva de agricultura, com
a noção de trabalho, fazendo referências a povos pobres em terras
vastíssimas e férteis, com climas mais benéficos, em contraposição,
inversamente, uma população numerosa vivendo na abundância em
território exíguo, por vezes não favorecidos por dons naturais.

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Assim conclui o autor, que uma nação se torna mais ou menos rica, segundo a
proporção pela qual o produto desse trabalho, se reparte por um número maior ou
menor de consumidores. Mostra ainda ser a eficácia do trabalho, quanto ao
rendimento, mais importante que a quantidade de trabalho empregado, ressaltando
ser essa eficácia do trabalho, maior entre os povos civilizados, uma vez que é
proporcionalmente muito maior entre esses do que entre povos primitivos, o número
dos indivíduos trabalhando produtivamente.
Assim, considerando que o mercado regula, o Estado não se envolve e a
nobreza e os abastados não estão inseridos, percebemos que o povo, a massa,
aqueles que estão na base da sociedade terão apenas dois lugares, um é o das linhas
de produção com a sua mão de obra e em outro ponto como consumidores, assim os
pobres consumidores da época serviram para gerar riqueza para os industriais e
comerciantes, ficando desamparados pelo estado, e assim, a mercê da acomodação
de um mercado que tem o foco na produção e na geração de riqueza.
Se por um lado o liberalismo econômico trouxe a sociedade grandes avanços
tecnológicos, sociais e de qualidade de vida em consumo, por outro cabe a reflexão
se este é de fato o foco, o objetivo do ser humano, se é nisso que deve estar o nosso
tempo.

2.4 – TEORIA MARXISTA

Esta teoria divergia da maioria dos pensadores, sobretudo quando se colocava


a perspectiva histórica, crítica simpatizada por Smith, pensador moderno. Se tivessem
estudado História com mais cuidado, afirmava Marx, teriam descoberto que a
produção é uma atividade social, que pode assumir muitas formas ou modos,
dependendo das formas vigentes de organização social e das correspondentes
técnicas de produção.
A sociedade europeia tinha passado por várias épocas históricas distintas, ou
modos de produção, inclusive a sociedade escravista e a sociedade feudal, e estava,
naquele momento, organizado de uma forma histórica específica, o modo capitalista.
Se esses autores de Economia tivessem feito um estudo detalhado sobre os vários
modos de produção, teriam descoberto que “todas as épocas de produção têm certos
traços comuns, certas características comuns”. Indispensáveis à produção, como
eram algumas dessas características, o primeiro passo para entender qualquer modo
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de produção, como o capitalismo, era isolar as características que eram não só
essenciais como também particulares daquele modo de produção.
O interesse era explicar a natureza da relação social entre capitalistas e
trabalhadores, principalmente a relação entre salário e lucro.

Segundo E. K. Hunt, 2013. Quando se considerava apenas a esfera


da troca, ou circulação, os salários e lucros pareciam consequência
da simples troca de mercadorias. Então, Marx começou o Volume 1
de O Capital (com o subtítulo de Uma Análise Crítica da Produção
Capitalista) com uma análise das mercadorias e da esfera da
circulação. O capitalismo era um sistema em que a riqueza parecia
“uma imensa acumulação de mercadorias, com uma única mercadoria
como unidade”. Uma mercadoria tinha duas características
essenciais: primeiramente, era “uma coisa que, por suas
propriedades, satisfazia às necessidades humanas”. As qualidades
físicas particulares de uma mercadoria, que tinha utilidade para as
pessoas, faziam com que a mercadoria tivesse um valor de uso. As
qualidades físicas particulares que tornavam útil uma mercadoria, não
tinha, na opinião de Marx, qualquer ligação definida ou sistemática
com “a quantidade de trabalho necessário para a apropriação de suas
qualidades úteis”. Em segundo lugar, as mercadorias eram, ”além
disso, o depositário material do valor de troca”. O valor de troca de
uma mercadoria era uma relação entre a quantidade dessa
mercadoria que se poderia conseguir em troca de certa quantidade de
outra ou outras mercadorias.

A palavra “valor” Fo definida por Marx de uma forma que é, em geral, mal
compreendida porque foi usada frequentemente por economistas que escreveram
antes dele e passou a ser usada quase que somente pelos que vieram depois dele,
no sentido, simplesmente, de valor de troca, ou preço. O valor é uma relação social
qualitativa com uma dimensão quantitativa. O valor só existe historicamente quando
o trabalho produtivo não é imediatamente social. Isto é, nessa sociedade, mesmo que
o que foi produzido seja consumido, e, portanto, exista uma interdependência mútua,
não existe consciência de uma relação social entre as partes. Assim, a dimensão
qualitativa do valor é essa relação social específica.
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As teorias marxistas forma de grande importância na construção do pensamento
econômico, apensas da controvérsia junto a escola clássica e temporal.

2.5 – NEOCLÁSSICA

Refere-se a uma nova forma de classicismo, sendo seus economistas chamados de


"marginalistas", no sentido de que enfatizavam a tomada de decisões e a
determinação dos preços na margem. Teve como grande pensador, Alfred Marshall
(1842-1924), grande sintetizador, procurando combinar o melhor da economia
clássica com o pensamento marginalista, produzindo, assim, a economia neoclássica.
Muitos de seus rodapés e apêndices ofereciam dicas sobre ideias que ele conhecia,
mas que outros executaram com mais informações.

Segundo Stanley L. Brue, 2005. De acordo com Marshall, a demanda


baseia-se na lei de utilidade marginal decrescente. "A utilidade
marginal de algo para uma pessoa diminui a cada aumento no total
daquilo que ela já utiliza desse item." Marshall introduziu duas
qualificações importantes nesse ponto. Primeiro, ele indicou que se
preocupava com um momento no tempo, que um intervalo de tempo e
muito curto para se considerar qualquer mudança no caráter e nos
gostos de uma pessoa em particular. Com o passar do tempo, os
gostos de uma pessoa podem mudar, de modo que, por exemplo,
quanto mais ela ouvir boas músicas, mais decididas vão se tornar suas
preferências. Essa não é uma exceção à lei de utilidade marginal
decrescente, pois essas mudanças abrangentes nos gostos são
excluídas da análise; em um curto espaço de tempo, mudanças
dinâmicas como essas são imperceptíveis.

Em uma economia monetária, cada linha de despesa será levada ao ponto em que
a utilidade marginal do valor de um bem em dólar será a mesma em qualquer direção
de gasto. Cada pessoa conseguira esse resultado "observando constantemente para
ver se há algo em que está gastando muito que ela ganharia tirando um pouco dessa
linha de gasto e colocando em alguma outra linha". Assim, por exemplo, o consumidor
que precisa decidir entre comprar roupas novas ou usar o dinheiro para umas feria
está medindo as utilidades marginais de dois tipos diferentes de gastos.
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2.6 – ESCOLA INSTITUCIONALISTA

A tradição neoclássica assumiu a hegemonia do pensamento econômico a partir


do final do século XIX. A influência da introdução da análise marginalista foi tão grande
que o movimento ficou conhecido como “Revolução Marginalista”. Os neoclássicos
passaram a dar ênfase aos problemas estáticos da eficiência econômica em lugar dos
problemas dinâmicos do desenvolvimento de longo prazo. Em particular, os
economistas passaram a se preocupar com a alocação dos recursos escassos entre
os usos concorrentes para chegar a resultados ótimos. Diante deste problema
econômico os neoclássicos criaram o “Homem Econômico”, cujo traço distintivo é o
seu comportamento egoísta, maximizador, racional e calculista. Este homem está
empenhado em um interminável processo de equilibrar seus dispêndios e ganhos
marginais. A soberania deste homem egoísta, maximizador, racional e calculista seria
válido em qualquer tempo e lugar, de tal modo que, todos os recursos da economia
seriam alocados de maneira em que os ganhos e os dispêndios marginais seriam
exatamente iguais no ponto ótimo. Em outros termos, dada a natureza do indivíduo e
o livre mercado, a economia estaria sempre em equilíbrio ótimo. Portanto, a economia
neoclássica alçou voo a partir do individualismo metodológico e das noções de
utilidade marginal e equilíbrio.

2.6.1- O Institucionalismo Originário de Veblen

Embora o pensamento neoclássico fosse hegemônico no final do século XIX e início


do século XX, não tardara as primeiras críticas, algumas dentro do próprio espectro
ortodoxo. Por sinal, Veblen pode ser considerado um dos críticos mais ferrenhos e
autênticos do capitalismo depois de Marx. Ele, juntamente com Mitchell e Commons,
deu origem à corrente do pensamento econômico conhecido como Institucionalismo.
Assim são chamados por dar grande ênfase ao que Veblen chamou de instituições -
hábitos, rotinas de conduta prevalecentes num determinado momento histórico, ou
seja, comportamentos regulares da ação humana em um determinado momento
histórico. Veblen é, sem dúvida nenhuma, o grande ícone do Institucionalismo, sendo
assim reconhecidamente considerado o pai do institucionalismo. As suas principais

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obras: The TheoryoftheLeisureClass (1899) e The Theoryof Business Enterprise
(1904), o tornaram um dos mais importantes críticos sociais de sua época. Nestes, e
em trabalhos subsequentes, Veblen atacou ferozmente a influência do laissez-faire e
das grandes empresas na formação da sociedade e da cultura moderna.

Veblen era partidário do socialismo e acreditava que a evolução da sociedade


levaria a esse sistema. No entanto, sua opinião a respeito do socialismo e da natureza
do processo evolutivo da economia foi nitidamente diferente da opinião de Marx.
Enquanto Marx via o socialismo como o objetivo final da civilização e a classe operária
como a protagonista da revolução, Veblen, ao contrário viu o socialismo como uma
fase intermediária em um processo contínuo de evolução da sociedade, que surgiria
naturalmente pela deterioração do capitalismo.

Veblen foi fortemente influenciado por John Dewey, William Sumner, Charles
Sanders Pierce e William James pais da filosofia pragmatista, além de Charles Darwin
e Herbert Spencer pais do evolucionismo. As filosofias pragmatista e evolucionista
tiveram grande impacto sobre os escritos de Veblen, pois foram a partir destas que
Veblen construiu sua abordagem institucional evolucionária. Tomando conceitos da
biologia evolutiva de Darwin e da psicologia dos instintos de William James, Veblen
construiu um arcabouço teórico coerente centrado nas ideias de evolução e instinto.
Para Veblen, o comportamento econômico, quer social ou individual é determinado
pelas instituições e viu a organização econômica como um processo de evolução
contínua. Esta evolução era impulsionada pelos instintos humanos de construção e
exploração ou predatório. Ele via a sociedade como um organismo complexo, em
declínio ou em crescimento, sempre mudando e se adaptando as novas situações.
Portanto, a história humana era, para Veblen, a história da evolução das instituições
sociais.

2.6.2- A abordagem da nova economia institucional

A nova economia institucional tem nos trabalhos de North, (1991) seu principal
representante. North (1991) sugere que a teoria neoclássica deveria incorporar as
instituições em seu arcabouço teórico para tornar-se mais realista. O autor questiona
os principais postulados da teoria neoclássica de informação completa, da

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racionalidade dos agentes, e de mercados perfeitos. North (1991) argumenta que, se
o mundo fosse de racionalidade instrumental, com mercados eficientes no nível
econômico e político, em que ideias e ideologias não importassem, as instituições
seriam desnecessárias. Mas, o que se observa no mundo real é que as informações
são incompletas e os indivíduos têm capacidade mental para processar informações,
limitada, o que determina os custos de transação e, por conseguinte, a necessidade
de formar instituições.

Não há um consenso, entre os teóricos institucionalistas quanto ao conceito de


instituição dados a diversidade das abordagens que essa teoria comporta. As
instituições são definidas “ora como normas ou padrão de comportamento, ora como
formas institucionais, ora como padrão de organização da firma, ou, ainda, como
direito de propriedade”. As ideias e ideologias são modeladoras do processo político,
influenciam a desempenho das economias e explica o porquê dos mercados
ineficientes, razão pela qual elas têm que ser incorporadas à análise. Da mesma
forma, as instituições desempenham papel crucial no referido processo, pois
estabelecem a estrutura de interação estável entre os agentes econômicos, reduzindo
incertezas, além de definirem e limitarem o conjunto de escolhas individuais. As
incertezas são originadas da complexidade das relações e da informação incompleta
- assimetria de informação - relativa ao comportamento dos agentes econômicos ao
longo de um processo produtivo.

A preocupação de North (1991) é tentar explicar as diferenças de trajetórias de


crescimento entre países, por meio da compreensão dos fatores que estimulam ou
emperram o desenvolvimento. Para tanto, a primeira coisa a ser feita na construção
de uma teoria do crescimento compatível com a realidade é modificar o pressuposto
da racionalidade instrumental. North (1991) argumenta que a racionalidade é uma
condição profunda e penetrante que se manifesta em muitas formas sutis e que tem
aplicação semelhante para governança intencional e espontânea. Ou seja, a
racionalidade se dissemina em todo o tipo de organização: mercados, repartições
públicas e empresas privadas.

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2.7 – OS ESCRITOS DE JOHN MAYNARD KEYNES (KEYNESIANA)

A evolução do pensamento econômico se manteve em mudança por diversas


vezes, ao passo em que os conceitos se distinguiam abertamente por diversos
momentos, com muitas disparidades e incongruências. A evolução deste pensamento
pode, sobretudo, ser segmentado em dois grandes períodos econômicos, onde dessa
forma nessa fase só iremos tratar, contudo de pensamentos econômicos que
continuam nos influenciando até hoje, tratando a seguir apenas da fase científica.

Destaca-se John Maynard Keynes como um economista britânico, que viveu no


período de 1883 a 1946. Keynes, um economista recente, que, acima de tudo,
trabalhou muito e ficou famoso durante a queda da bolsa de Nova Iorque mais
conhecida como A Grande Depressão, dos Estados Unidos, que em conformidade,
criou a teoria econômica que defendeu, sofrendo severas críticas, a intervenção do
estado na economia, que com certeza, foi posteriormente chamada de teoria
Keynesiana.

Provavelmente, a doutrina Keynesiana ficou mais conhecida como uma “revisão da


teoria liberal”, pensou que no seu ponto de vista, os modelos clássicos da época não
estavam funcionando, durante esse período, chamado de depressão norte americana,
embora ela tenha sido fortemente questionada, acabou sendo inevitável, e desejada
mesmo por aqueles economistas e empresários que, provavelmente antes tinham
uma posição mais próxima do liberalismo econômico.

Antes do surgimento da Teoria Keynesiana, muito se discutia sobre o que fazer


durante uma recessão, o capitalismo era inerentemente e sujeito a falhas importantes
após a segunda guerra, situação de crime vivida pela economia mundial, a economia
Keynesiana ganha crédito, durante o início do século XX o pensamento dominante
ainda era o da economia clássica, onde a economia devia ser recuperada sozinha em
períodos de crise, mais conhecido pelo princípio Laissez-faire.

Simultaneamente, economista Keynes, declara que o modelo clássico faz sentido


no longo prazo, resumidamente nesse momento, a resposta que ele dá é da
necessidade do estado atuar, principalmente em áreas onde sem dúvida o capitalismo
não seria capaz de alcançar, impondo condutas a serem seguidas para então reverter
esta situação através dos; investimentos em obras públicas, isto é, 1 bilhão na

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construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos,
eventualmente então, evitando a crise, com a tendência do tratado sobre a moeda,
destruição dos estoques excedente da produção agrícola para conter a queda do
preço, criação do salário mínimo, redução da jornada de trabalho, seguro
desemprego, aposentadoria, desse modo em síntese, gerando milhões de novos
empregos, principalmente, para os produtores agrícolas, logo, sua teoria geral do juro
e da moeda, redução da taxa de juros, ampliação do credito, e principalmente, as
consequências econômicas da paz, foram o principal foco o economista John keynes.

O ponto de partida do pensamento dos economistas Keynesianos, era que o


sistema capitalista possuía um caráter profundamente instável, ou seja, operados pela
"mão invisível". Keynes defendia a intervenção moderada do Estado sobre o mercado.
Afirmando que não havia razão para que o Estado segue os modelos econômicos
socialistas, pois a dificuldade real não residia nas novas ideias, mas em conseguir
escapar das antigas e não seria a posse dos meios de produção que resolveria os
problemas sociais, no entendimento de John Keynes, ao Estado competia incentivar
o aumento dos meios de produção e inclusive a boa remuneração de seus detentores,
modelo econômico muito usados durante os períodos de crises que aconteceram no
mundo no século XX, no Brasil entre 2008 e 2016.

Embora tratando da fase científica, ainda convém evidenciar que foram nas Escola
Neoclássicas e Keynesianas, que “o emprego não é elevado pela redução dos salários
reais, o que sucede é o inverso, os salários reais caem porque o emprego foi elevado
mediante um aumento da procura” Portanto, os contratos entre patrões e empregados
só determinavam os salários nominais; enquanto que os salários reais – para Keynes
– são determinados por outras forças, isto é, aquelas relacionadas à demanda
agregada e ao emprego. Grandes pensadores que se destacavam dos outros, por
concluírem princípios teóricos fundamentais e revolucionários sobre a evolução do
pensamento econômico, merecendo, portanto, atenção e destaque nesses períodos.
Na Teoria Keynesiana, procurava-se explicar as flutuações do mercado e o
desemprego bem como suas causas, curas e seus funcionamentos.

Como resultado, a doutrina econômica Keynesiana deu suporte ao plano de


governo do presidente Roosevelt, haja vista que para que o governo pudesse
assegurar o funcionamento harmonioso e benéfico vindo do conceito do pensamento
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econômico popularmente conhecido como “mão invisível” e recuperar a situação de
recessão, o capitalismo era empiricamente irrelevante para uma situação econômica
desequilibrada dominada por corporações gigantescas, que representavam as
principais funções do governo em um disfarce das realidades da economia capitalista,
mas que não obstante, promovia a aceitação geral da incontida busca sob o lucro.

Nessa situação, o marxismo, que não tinha qualquer interesse para Keynes como
teoria científica, criticava a “ordem natural” em uma economia socialista
revolucionária, logo, o trabalhador prefere sempre trabalhar a não trabalhar e que este
está interessado sobretudo em manter os seus salários, não obstante, com o intuito
de se justificar o valor do trabalho, que, em última análise, os pensamentos liberais se
consolidavam como a teoria subjetiva do valor, estes tornavam-se incompatíveis
diante dos pensamentos Keynesianos, entendendo-se que mesmo com os perfeitos
funcionamentos dos mercados e inversões, as economias enfrentariam problemas de
desempregos involuntários que, de modo algum, poderiam ser amenizados pelas
políticas monetárias e, sobretudo, pelas políticas orçamentais, referência na
macroeconomia convencional, em todas as economias industrializadas, com a crença
mais estarrecedora de que o mais insignificante dos homens fará a mais insignificante
das coisas para o bem de todos.

2.8 - TEORIAS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Desenvolvimento econômico para a ciência econômica é um tópico de maior


intensidade quando se fala no debate sobre Economia, tanto como ciência, quanto
economia como disciplina prática oferecendo ferramentas para a política econômica,
para a política pública. Em geral, na história da política econômica, você tem na
maioria dos autores Clássicos e dos pensadores em Economia, uma reflexão muito
importante no que trata o debate sobre o papel do crescimento econômico em uma
sociedade. Tradicionalmente, entendemos o crescimento econômico como um
aumento do PIB, que é composto pelo somatório dos bens e serviços produzidos em
um país num determinado período de tempo. A ideia de associar o crescimento ao
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PIB, teoricamente é relevante e válido, por que o crescimento econômico pode ser
medido sim pelo acúmulo dos produtos numa sociedade. O PIB, portanto, é um bom
indicador sobre crescimento econômico, mas é um indicador relativamente míope,
porque ele foca especificamente em alguns temas que não comportam uma visão
sobre distribuição. PIB é um reflexo do crescimento, é um reflexo de como a sociedade
no agregado está ampliando seu produto econômico, portanto, ele é uma medida de
crescimento. Ele olha para o produto econômico no tempo 0 (zero), olha para o
produto econômico no tempo 1 (um) e identifica o quanto esse produto econômico
cresceu.
De outra forma, associar PIB ao desenvolvimento é um passo que não parece ser
a melhor estratégia, porque o desenvolvimento econômico é multidimensional, ele
depende de uma série de fatores. Uma definição instrumental de desenvolvimento é
muito importante para que política públicas e econômicas sejam estabelecidas e toda
uma sorte de estratégias para que a sociedade alcance o desenvolvimento. Na teoria
Econômica temos uma visão sobre desenvolvimento muito associada a corrente
dominante de Economia, de que o desenvolvimento, ele é um fenômeno reprodutível
da mesma forma em diferentes países, essa é a chamada visão etapista do
Desenvolvimento Econômico, ou seja, há um roteiro, há uma receita de bolo para se
entender o desenvolvimento econômico.
Os principais autores que lidam com essa visão, entendiam que cada país deveria
cumprir determinadas etapas para alcançar o desenvolvimento econômico, dessa
forma, a história, a trajetória dos Estados Unidos, por exemplo, poderia ser
reproduzida no Brasil, na Argentina, em outros países, desde que as mesmas
condições e etapas forem seguidas, sejam elas no planejamento econômico, sejam
elas na medida econômicas e nas próprias decisões do governo. Sobre essa visão os
economistas que entendem dessa maneira, desconsideram as perspectivas
históricas, institucional, ou seja, que cada país possui diferentes condições, diferentes
histórias, diferentes contextos, e aplicar a mesma fórmula a diferentes países, não
teremos resultados similares, devemos considerar, a história, a formação cultural,
todo o contexto de variáveis que um povo, uma sociedade possui, que interfere
fortemente na produção dessa variável que é o desenvolvimento econômico.
Quando falamos nesse assunto, precisamos definir critérios que possam nos dizer
como sociedade o que é desenvolvimento econômico. O que pode ser algo diferente

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para as distintas sociedades. Por exemplo, nós podemos entender que
desenvolvimento econômico, depende da preservação ambiental, e estamos
explorando o meio ambiente, naturalmente nós estamos tendo duas direções
contrárias do desenvolvimento e do crescimento econômico. Podem ser variáveis que
se oponham. Classicamente se pensa que o desenvolvimento econômico é
crescimento econômico com distribuição, isso é um dos elementos, olhando apenas
para o crescimento econômico, que pode estar muito concentrado, e essa
concentração aponta para outra direção como: pouca distribuição e má distribuição
de renda. Que são indicadores contrários ao desenvolvimento econômico.
O desenvolvimento econômico também é algo pactuado entre as nações está
muito mais vinculada a melhoria das condições de vida, é evidente que o produto
econômico ele impacta nas condições de vida, assim como evidencia que
desenvolvimento econômico precisa de mais variáveis. O desenvolvimento, portanto,
ele é multidimensional, implica em avanço na distribuição de renda, avanço na
democracia, avanços da qualidade de vida, e, sobretudo, isso é algo histórico,
processual e que muda com o passar dos tempos. Hoje nossas sociedades estão
muito mais vinculadas a uma ideia de que desenvolvimento depende sim de inclusão,
de valores, não só valores econômicos e quantitativos, mas valores que determinam
qualidade de vida. Um desses valores é a cultura, algo difícil de definir, de extrema
complexidade, mas os estudos de Economia a definem como aquilo que é produzido
como bem material, mas que carrega consigo mesmo bens e elementos simbólicos,
esses elementos simbólicos entenderam que são base de bem-estar, por que são
hereditários, por que promovem bem-estar individual e aumento do bem-estar global.

2.9 - ESCOLAS DE CHICAGO

Escola de perfil liberal com pensadores neoclássicos defensores do capitalismo de


laissez fire (deixe fazer). Expressão de origem francesa que é utilizada para identificar
um modelo político e econômico de não-intervenção estatal. Acredita-se na
capacidade da autonomia de mercado, sendo o mesmo capaz de se regular sozinho,
sem a necessidade de subsídios ou regulamentações criadas pelo Estado. Apresenta
grandes distinções as escolas austríacas representadas por Carl Menger e seus
discípulos, Ludwig von Mises e Friedrich A. Hayek, além de Milton Friedman que foi o
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representante mais influente dessa escola. Vale destacar o prêmio Nobel de
Economia recebido por Friedman em 1976.
A Escola de Chicago merece ser eleita como a única que promove isonomia de
acesso a todas as pessoas, em todos os sistemas sociais por apresentar uma ciência
pura isenta de valores. Assim, explicando todos os comportamentos, em todas as
sociedades, em todos os lugares, e em todas as épocas.
São quatro as objeções dos neoclássicos liberais ao laissez-faire extremado e são
tratadas sumariamente pela escola austríaca e de Chicago. Primeiro, eles mantêm a
fé na Lei de Say do automatismo do mercado. Eles simplesmente constatam que
qualquer instabilidade observada no capitalismo é totalmente culpa do excesso de
governo. Segundo, eles simplesmente negam que as empresas gigantes tenham
qualquer poder de mercado significativo. Terceiro, o único bem “legitimamente”
consumido de modo social que, segundo essas escolas, o governo deveria oferecer
é a defesa. Quarto, já examinou a reação destas escolas às externalidades. Sua
resposta é criar direitos de propriedade para a população e então estabelecer um
mercado para a livre compra e venda desses direitos.
Os princípios e as características mais importantes da escola de Chicago podem
ser resumidos da seguinte maneira:

Segundo Stanley L. Brue, 2005. Comportamento ideal; as pessoas


tendem a maximizar seu bem-estar. Preços e salários; o controle
tende a ser uma boa estimativa dos preços e salários da concorrência
em longo prazo. Orientação matemática; teorização matemática,
utilizando o método de equilíbrio marshalliano e a abordagem de
equilíbrio geral de Walras. Rejeição do keynesianismo; a economia é
auto-ajustável e reguladora, com pequenas flutuações auto-restritivas.
Governo limitado; o governo é inerentemente ineficiente como um
agente para atingir os objetivos que podem ser satisfeitos por meio de
trocas privadas.

A escola de Chicago teve grande relevância, sobretudo em sua época na


manutenção das visões monetária de Fisher, que enfatizava a distinção entre as taxas
reais e monetárias de juros que eram fundamentais para a análise moderna da

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inflação, durante um período em que poderiam ter sido permanentemente isoladas
com o peso das idéias de Keynes.

Segundo Hunt e Lautzenheiser, 2013. Na perspectiva de ideais


neoliberais associadas à independência do Estado e livre mercado,
foram desenvolvidos diversos conceitos econômicos, entre eles, o
significado de taxa de juros, que, de acordo com estas escolas, trata-
se apenas de um preço que rege trocas. A taxa de juros é uma medida
dessas duas magnitudes quantitativas (que, no equilíbrio, são iguais):
a medida subjetiva da preferência pessoal pelo consumo presente em
relação ao consumo futuro e a medida objetiva da capacidade que as
mercadorias têm (isto é quase uma mágica) de aumentar no correr do
tempo se não forem consumidas no presente.

Outro conceito ratificado pela Escola de Chicago é o de empresa, onde a


mesma é definida como “um grupo de um ou mais indivíduos especializado em
atividades produtivas (transformação de combinações de mercadorias aproveitando-
se a natureza, em vez de por meio de trocas com outros agentes econômicos) ”.
Assim, expondo as duas divisões principais da teoria neoclássica; teoria do consumo
e da produção. Dessa forma, torna-se evidente que toda atividade econômica é
apenas troca, tratando-se de troca é voluntária, então as duas partes da troca se
beneficiam e a harmonia prevalece.
Grandes teorias prevalecem no mercado, sobretudo os estudos de Milton
Friedman (1912), onde ainda é lembrado por grande parte dos economistas. Entre
seus trabalhos podemos destacar a Função Consumo, teoria publicada em 1957,
onde evidencia que o consumo não responde a cada mudança na renda provocada
por alterações nos gastos com investimentos ou do governo; ele responde somente a
alterações na renda que as pessoas consideram permanentes e duradouras, ou seja,
um consumo doméstico é determinado por renda permanente e não por renda atual.
A Escola de Chicago deixava clara a ideia de que seria necessário e
fundamental ao desenvolvimento econômico sem a participação do Estado. Assim, o
sistema do mercado concorrente, se deixado relativamente livre da intervenção do
governo, produziria e ajudaria a convencer a população em geral e os oficiais eleitos
de que liberdade econômica máxima, que, por sua vez, gera bem-estar individual e

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coletivo Máximo. Na medida em que essa proposição é válida, as ideias de Chicago
beneficiam toda a sociedade.
As escolas de Chicago, assim como a austríaca, apresentam teoria econômica
isenta de valores que explica todos os comportamentos, em todas as sociedades, em
todos os lugares, e em todas as épocas, O reflexo pode ser observado nos valores
que sempre estiveram na base da tradição conservadora, utilitária e partidária do
laissez-faire mais extremado, fazendo claramente parte do alicerce dessas escolas.
Vale destacar que, mesmo sem a adesão integral dos seus pensadores, as
teorias da Escola de Chicago inicialmente embasaram a administração econômica da
ditadura de Pinochet no Chile na década de 1970, com os Chicago boys, e
posteriormente foram adotadas, na década de 1980, por Margaret Thatcher na
Inglaterra (thatcherismo) e por Ronald Reagan nos Estados Unidos (reaganomics).
Dessa forma, claramente mostrando seu caráter neoliberal por embasar grandes
economias desenvolvidas e emergentes.

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Grandes pescadores foram fundamentais no desenvolvimento da economia


contemporânea, independente de seus períodos de atuação. Cada movimento
econômico entendeu seu período social e adaptou-se a cada necessidade. Vale
destacar a idade média onde se destacava os Feudos seu modelo de gestão
totalitário. O desenvolvimento de ideias avançou, inclusive com grande influência
marxista omitida, paradoxalmente, em ideais liberais.
Após a Segunda Guerra Mundial houve a necessidade em se estabelecer um
modelo de economia com crescimento rápido e competitivo, considerando a divisão
entre modelos liberais e socialistas. Diante disso, torna-se necessário o entendimento
de qual motivo algumas apresentam crescimento mais rápido que outras. A ênfase,
portanto, passou para o modo de se atingir altos índices de crescimento.
Atualmente as grandes economias utilizam-se ideais de pensadores liberais com
participação mina do Estado. Estabelecer o livre comércio, independente e autônomo
promovendo o desenvolvimento capital gerando emprego e renda a população

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4- REFERÊNCIAS

HUNT, E.K; LAUTZENHEISER, M; História do Pensamento Econômico: Uma


perspectiva crítica. 3ª Edição. Rio de Janeiro - RJ: Editora Elsevier, 2013.

STANLEY, L. B.: História do Pensamento Econômico. Tradução da 6ª edição norte


americana: Editora Thomson, 2005.

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