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LEVANTAMENTO DO PERFIL SÓCIO ECONÔMICO E VOCAÇÕES DOS

RESIDENTES DOS BAIRROS JARDIM UNIÃO I E II E IDENTIFICAÇÃO DE


POSSIBILIDADE DE FORMAÇÃO DE UMA COOPERATIVA.

Damaris Cunha de Godoy Camargo1; Lisandra Cunha Godoy 2;


1, Centro Universitário Unifafibe –Bebedouro/SP
damaris_godoy@hotmail.com
2, Centro Paula Souza (ETEC “Prof. Idio Zucchi”) – Bebedouro/SP
lisandra.godoy@etecbebedouro.com.br
Eixo Temático: Administração - FUNADESP

Resumo: O município de Bebedouro, localizado na região norte do Estado de


São Paulo se desenvolveu na citricultura, e foi o precursor no processo de
industrialização da laranja, porém devido a crises nesse setor, o município
promissor e nacionalmente conhecido como “terra da laranja”, por gerar
emprego e renda para sua população, hoje se traduz em um mercado
concentrado e um grande número de trabalhadores excluídos da economia
formal, mais precisamente na periferia, em bairros como Jardim União I e II,
onde a maioria de seus moradores são “safristas” e após o término da safra da
laranja suas rendas são geradas por trabalhos informais e muitos não
conseguem nenhuma atividade remunerada pela baixa oferta de trabalho. Com
isso, o presente artigo tem como objetivo levantar o perfil sócio econômico da
região estudada e as vocações de seus moradores, e, identificar a
possibilidade da formação de uma cooperativa visando geração de trabalho e
renda para as comunidades menos favorecidas.

Palavras-chave. Cooperativa, geração de trabalho e renda, economia


solidária.

1. Introdução
Economicamente Bebedouro, localizado no Estado de São Paulo, situada na
região Norte do estado, viveu da lavoura de café no início do século XX,
seguindo a tendência produtiva da região. E, em 1929, como toda a região,
entrou em crise junto com a cultura do café pela queda de preço no mercado
mundial, gerado pela crise da Bolsa de Valores de Nova York.
Diferente de outros municípios da região, Bebedouro se desenvolveu na
citricultura, e na década de 60 foi o precursor no processo de industrialização
da laranja.
Melhores perspectivas deste mercado vieram com catástrofes naturais
ocorridas nos Estados Unidos, nas décadas de 70 e 80, com quebras de safras
americanas, que promoveram enormes saltos nas cotações internacionais as
quais concretizaram novos investimentos na atividade processadora.
Nesta fase a capacidade de processamento da laranja, se concentrou nas
mãos de grandes grupos, caracterizando uma estrutura de mercado
nitidamente oligopólica e oligopsônica, tendo como conseqüência imediata a
ampla possibilidade de cartelização na compra de laranja, o que verificamos
atualmente no modelo de cadeia produtiva praticado, em que pequenos e
médios produtores estão abandonando a atividade devido a baixos preços
pagos pelas indústrias processadoras.
Com relação ao histórico populacional, o apogeu do ciclo da laranja, com as
instalações dessas indústrias de suco, trouxe para o município um rápido
crescimento demográfico, saltando de 30 mil habitantes para 70 mil habitantes
em cerca de 20 anos.
Em meados da década de 1990, com mais uma crise no setor da citricultura, o
município passa por um crescimento mais lento. Hoje, a população do
município é de 75.035 segundo dados do IBGE.
Enfim, o desenvolvimento restrito à concentração fundiária e de riquezas, criou
um novo espaço sócio econômico, gerando contingentes de excluídos na
sociedade. A principal atividade que tornou o município promissor e
nacionalmente conhecido como “terra da laranja”, por gerar emprego e renda
para sua população, hoje se traduz em um mercado concentrado com poucas
grandes indústrias, que apresentam alto faturamento e um grande número de
trabalhadores excluídos da economia formal.
De acordo com o CAGED (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), do
Ministério do Trabalho, o município de Bebedouro (SP) foi o segundo que mais
demitiu em abril de 2012 no país, com menos 6.505 postos de trabalho,
perdendo apenas para Coruripe (AL), que registrou menos 7.066.
De acordo com a funcionária do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT)
de Bebedouro Ana Cleide Novaes Carvalho, a colocação se deve aos
trabalhadores dispensados após o final da safra de laranja, em dezembro de
2011. “Eles começaram a dar entrada no seguro desemprego, por isso o
levantamento acusou a queda”, disse em entrevista ao G1 em 18.05.2012.
O que ocorre é que o modelo de produção observado é caracterizado por
grandes pomares pertencentes a grandes indústrias, que não tem nenhuma
relação com o município onde se localizam, resultando no empobrecimento
desses municípios que se destacavam pela criação e distribuição de renda,
empregos e pelos altos índices sociais e de desenvolvimento.
Observa-se um empobrecimento da população residente em Bebedouro. Mais
precisamente, bairros como o Jardim União I e II, localizados no extremo sul de
Bebedouro, pois segundo entrevistas com líderes comunitários e informações
obtidas em instituições governamentais (Centro de Referência e Assistência
Social - CRAS extremo sul) e não governamentais (Educandário), que estão
sediados na região citada, a grande maioria que reside nestes bairros são
“safristas” e após o término da safra da laranja suas rendas são geradas por
trabalhos informais, exemplos diaristas e bicos e muitos não conseguem
nenhuma atividade remunerada pela baixa oferta de trabalho.
Para melhorar a distribuição de renda e gerar empregos em um mercado
totalmente oligopólico é preciso somar forças e tornar o trabalhador ocioso
involuntário em um trabalhador participativo, capaz de tomar decisões,
podendo auxiliar e futuramente atingir mudanças significativas no âmbito social
e econômico. Para tanto existe a proposta de economia solidária, que torna
possível essa reintegração de pessoas no trabalho digno e formal.
Este artigo tem como objetivo levantar o perfil sócio econômico da região
estudada e as vocações de seus moradores, e, identificar a possibilidade da
formação de uma cooperativa visando geração de trabalho e renda para as
comunidades menos favorecidas.

2.1 Economia solidária


De acordo com Paul Singer (2002) economia solidária não se limita a
caridades, mas sim a uma proposta de economia desalienante, ou seja, uma
forma diferente de produzir e comercializar o que é preciso para viver, não
explorando o outro e respeitando o meio ambiente, onde ocorre principalmente
cooperação e o fortalecimento do grupo, levando em consideração o bem estar
social da comunidade.
A Economia Solidária vem se apresentando, nos últimos anos, como inovadora
alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão
social.
Considerando essa concepção, a Economia Solidária possui as seguintes
características: Cooperação, Autogetão, Dimensão Econômica e Solidariedade.
Considerando essas características, a economia solidaria aponta para uma
nova lógica de desenvolvimento sustentável com geração de trabalho e
distribuição de renda, mediante um crescimento com proteção de
ecossistemas. Seus resultados econômicos, políticos e culturais são
compartilhados pelos participantes, sem distinção de gênero, idade e raça.
No Brasil, ela ressurge no final do século XX como respostas dos
trabalhadores, às novas formas de exclusão e exploração no mundo de
trabalho.
Diante do exposto temos como principal benefício deste trabalho a inclusão
social associada ao cooperativismo, contribuindo expressivamente com o
desenvolvimento econômico do município de Bebedouro.

2.2 Cooperativismo no Brasil


As cooperativas são empreendimentos econômicos formados pela associação
voluntária de pessoas, visando o apoio mútuo de suas atividades. Trata-se de
organizações administradas e controladas democraticamente pelos próprios
associados, que aceitam assumir, de forma igualitária, os riscos e benefícios do
empreendimento.
Morato e Costa 2001 (apud MATOS e NINAUT, 2008, p.43) consideram que a
cooperativa é uma das formas avançadas de organização da sociedade civil,
pois proporciona o desenvolvimento sócio-econômico aos seus integrantes e à
comunidade e resgata a cidadania por meio da participação, do exercício da
democracia, da liberdade e autonomia.
O cooperativismo no Brasil é representado pela Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB), órgão máximo de representação. O principais objetivos da
OCB estão relacionados a promoção, fomento e defesa do cooperativismo
brasileiro em todas a instâncias políticas e institucionais. Dessa forma, a
consolidação do sistema cooperativista no Brasil tem papel significativo no
desenvolvimento da sociedade, pois promove, dentre outros benefícios, acesso
a crédito, saúde, educação, moradia, e ao mercado de trabalho, com
responsabilidades sociais e ambientais (OCB, 2004).
Segundo MATOS e NINAUT, 2008 o cooperativismo possui importância
significativa na economia brasileira, sendo um sistema capaz de alinhar o
desenvolvimento humano ao sustentável, devido aos seus princípios universais
de origem e evolução.
Em 2011 o número de cooperativas registradas no Sistema OCB ficou em
6.586 representando um decréscimo de 1% em relação a 2010.
Apesar da redução do número de cooperativas em 2011, este ano foi marcado
por um aumento de 11% no total dos cooperados, ultrapassando o patamar de
10 milhões. Também contabilizaram um acréscimo no número de empregados
em torno de 9% em relação a 2010.
Com relação aos empregados, foi possível fazer um levantamento do gênero,
sendo constatada a predominância de mulheres (52%) perante a 48% de
homens no Sistema.
Observa-se que o cooperativismo brasileiro possui diversificação apresentando
treze ramos diferentes, conforme tabela abaixo:
Tabela 1: Número de cooperativas por ramo
Ramos Nº de cooperativas Porcentagem
Agropecuário 1523 23,12
Transporte 1088 16,52
Crédito 1047 15,90
Trabalho 966 14,67
Saúde 846 12,84
Educacional 294 4,46
Produção 243 3,69
Habitacional 226 3,43
Infraestrutura 128 1,94
Consumo 120 1,83
Mineral 69 1,05
Turismo e Lazer 27 0,41
Especial 9 0,14
Total 6586 100
Fonte: “Panorama do Cooperativismo Brasileiro – Diretriz Nacional de Monitoramento e
Desenvolvimento de Cooperativas – SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem de
Cooperativismo)

3. Metodologia
O trabalho utilizou pesquisa bibliográfica complementar dos livros e artigos
ligados ao tema da proposta de estudo e pesquisa bem como coleta de fontes
secundárias através de consulta em sítios de dados estatísticos: IBGE,
SEADE, CRAS e Promoção Social do Município, Ministério do Trabalho para
auxiliar na fundamentação teórica dos futuros artigos.
Para atingir o objetivo de um diagnóstico sócio econômico foi realizado um
levantamento através de um questionário com perguntas fechadas estruturadas
e pesquisa participativa com entrevista contendo perguntas abertas,
possibilitando uma maior captação da realidade, para tanto se utilizou as
seguintes técnicas de interrogação: a entrevista e o questionário.
Os questionários foram aplicados após definição das amostras com perguntas
fechadas tendo em vista apresentar os dados quantitativos para a realização
do perfil sócio econômico a partir de entrevista pessoal tendo em vista o
período proposto para a pesquisa de 05 meses e os 15 pesquisadores- alunos,
com duração média de 60 minutos. Foram levantadas características como
inserção no mercado de trabalho, renda per capita, tamanho, tipo, chefia e
composição da família para verificar a adequação da população
economicamente ativa destas comunidades ao trabalho proposto minimizando
também com a pesquisa o risco deste projeto.
Para identificar a possibilidade da formação de uma cooperativa visando
geração de trabalho e renda utilizou-se entrevista participativa com um período
de 05 meses, com 15 pesquisadores – alunos, sem limite de duração. As
características levantadas foram referente às experiências profissionais, cursos
e formações profissionais já adquiridas, visão econômica geral e do bairro,
levantamento de habilidades, tendências voltadas para auto-gestão,
solidariedade, cooperação.
Depois de realizada a pesquisa de campo os dados foram tabulados
analisando-se as potencialidades do grupo, e, em qual setor de cooperativa
houve maior identificação.

3. Resultados
Após tabulação e análise de dados chegou-se aos seguintes resultados: trata-
se de um público predominantemente feminino, pois dos 91 questionários,
apenas 09 foram respondidos por homens.
Cerca de 69% das mulheres encontram-se, nas faixas etárias, 17 a 26, 27 a 36
e 37 a 46. O estado civil que mais prevaleceu entre as mulheres foram:
casadas, 43% e união estável 26%. São núcleos constituídos
predominantemente com até 5 pessoas (cerca de 87% dos questionários
aplicados).
Quanto ao exercício de atividade remunerada, 60 % não possuem atividade
remunerada e dos 40% que possuem atividade remunerada, 45 % são
empregos autônomos ou até mesmo bicos, sem registros em carteira. Dos que
não possuem atividade remunerada ou estão em empregos autônomos cerca
de 56% recebem algum tipo de benefício, tais como, aposentadoria, renda
cidadã, renda mínima e bolsa família.
Verificamos que cerca de 74% dos entrevistados apresentam uma renda
familiar de até 02 salários mínimos, 16% de 02 a 03 salários mínimos e 10%
até 03 salários mínimos. Verifica-se ainda que o número de pessoas que
contribui na composição da renda familiar é: uma pessoa, 32%, duas pessoas,
50% e três pessoas, 13%
Dos 91 entrevistados, 64 responderam que utilizam ônibus coletivo, moto táxi e
bicicleta como meio de transporte e 27 têm condução própria, carro ou moto.
Em relação a moradia, 52% têm casa própria já quitada, 13% própria em
pagamento, 20% alugada, 15% emprestada.
Com relação à capacitação profissional, 49% já participaram de cursos tais
como artesanato, corte e costura, culinária, manicure e outros, porém destes
45 entrevistados apenas 45% utilizaram estes cursos para geração de renda.
Dos 91 entrevistados, 72 participariam de uma cooperativa e verificamos que
39% não sabem nada sobre cooperativa, 15% já ouviram falar e 46% dos
entrevistados têm uma pequena noção do que é cooperativa.
Em relação ao tipo de cooperativa, 53% optaram costura/artesanato, 32%
culinária, 15% outras.
Das 38 pessoas que optaram pela cooperativa de costura, 25 tomam decisões
ou gostariam, 33 gostam de trabalhar em equipes e 15 têm cursos de
artesanato ou corte e costura.

4. Discussão
Constata-se nos resultados apresentados a predominância feminina com idade
entre 17 a 46 anos, onde a maioria é casada e reside em núcleos familiares
composto por até cinco pessoas.
É possível observar-se através dos dados de atividade remunerada que mais
da metade dos entrevistados encontra-se sem geração de renda (60%), o que
confirma uma baixa oferta de trabalho na região pesquisada. Esta baixa oferta
de trabalho também pode ser constatada na análise de dados de composição
de renda familiar, onde se verifica um número mínimo de pessoas
contribuintes.
A baixa capacitação profissional também contribui para excluir estes cidadãos
do mercado de trabalho, pois cerca de 49% como visto nos resultados, apenas
participam de oficinas desenvolvidas por órgãos governamentais e não
governamentais, respectivamente CRAS e Educandário.
Com base nos resultados pode-se verificar que 79% das pessoas entrevistadas
participariam de uma cooperativa, como forma alternativa de geração de renda,
sendo esta uma resposta a favor da inclusão social, indo de encontro à
concepção da economia solidária.
Quanto à vocação do grupo estudado observou-se através da opção da
maioria, uma identificação com cooperativas de costura e artesanato. É
importante ressaltar que dentre essas pessoas 67% gostariam ou tomam
decisões e 87% gostam de trabalhar em equipe, características fundamentais
do cooperativismo.

5. Conclusões
Economia solidária tem uma função social e está efetivamente inserindo as
pessoas na produção e na vida social, mas não se limita a isso, porque propõe
principalmente a desalienação do trabalhador, bem como um ambiente de
trabalho mais igualitário ao invés de hierárquico. Esta proposta vai de encontro
ao cooperativismo, que visa também à colaboração entre os indivíduos, e a
valorização dos diferentes potenciais e habilidades.
Dessa forma é possível perceber a relevância desta abordagem para se buscar
o desenvolvimento de uma sociedade, oferecendo benefícios não só à classe
menos favorecida e excluída da economia formal, mas também à população
em geral, pois uma cooperativa proporciona o desenvolvimento sócio-
econômico aos seus integrantes e à comunidade.
Apesar da extrema importância e abrangência, a economia solidária e o
cooperativismo são pouco difundidos no meio acadêmico e na sociedade em
geral, portanto é imprescindível a disseminação desses conceitos inclusive
para autoridades governamentais como sugestão de políticas públicas.
Após levantamento do perfil sócio econômico e identificação da vocação dos
moradores do Jardim União I e II verificamos que estes possuem competências
e habilidades intrínsecas ao cooperativismo, o que possibilita a criação de uma
cooperativa de costura como fonte alternativa de trabalho e renda.
6. Referências
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geração de emprego e renda. 1998, 160 p. Dissertação (Mestrado em
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NINAUT, E. S.; MATOS, M. A. Panorama do cooperativismo no Brasil: censo,
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OLIVETTI, M. P. A. Agricultura e organização do espaço na região de Ribeirão
Preto, estado de São Paulo. Agricultura em São Paulo. 43 (2):143-191, 1996.
PAULILLO, L. F. A verticalização e suas conseqüências. Boletim informativo
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