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7

Resultados de Medições
Indiretas
Fundamentos da Metrologia
Científica e Industrial

www.labmetro.ufsc.br/livroFMCI
Motivação
b ± U(b)
◼ Como estimar a incerteza
do valor de uma
grandeza que é calculada
a partir de operações
c ± U(c)

matemáticas com os
resultados de outras
grandezas medidas?

A=b.c
U(A) = ?

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 2/52)


7.1
Considerações Preliminares

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Medições indiretas
◼ O valor do mensurando é determinado a
partir de operações matemáticas envolvendo
resultados de duas ou mais grandezas de
entrada medidas separadamente.
◼ Exemplos:
◼ A área de um terreno calculada através do
produto entre sua largura pelo seu comprimento.
◼ Determinação da corrente elétrica dividindo a
queda de tensão sobre um resistor pelo valor da
sua resistência.

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 4/52)


O Modelo Matemático
◼ É necessário um modelo matemático
que relacione as grandezas de entrada
com o valor do mensurando.
◼ Exemplos:
◼ A=l.h
◼ V=d/t
d = ( x2 − x1 ) + ( y2 − y1 ) + ( z2 − z1 )
2 2 2

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 5/52)


Dependência estatística &
correlação

◼ Duas variáveis aleatórias são consideradas


estatisticamente independentes ou não
correlacionadas se as variações aleatórias da
primeira não guardam nenhum tipo de
sincronismo com as da segunda.
◼ Exemplo:
◼ a temperatura da água do mar na praia da
Joaquina e a cotação do dólar.

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 6/52)


Dependência estatística
◼ Duas variáveis aleatórias são consideradas
estatisticamente dependentes ou
correlacionadas se as variações aleatórias da
primeira ocorrem de forma sincronizada com
as variações aleatórias da segunda.
◼ Exemplos:
◼ Os valores em Real da cotação do Euro e do Dólar
(na verdade quem mais muda é o Real).
◼ A temperatura da água do mar em duas praias
próximas.
Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 7/52)
Dependência estatística
◼ A grande maioria dos casos de interesse
prático da engenharia é suficientemente bem
modelada considerando medições como
variáveis aleatórias independentes ou não
correlacionadas.
◼ Apenas os casos que envolvem medições
independentes ou não correlacionadas serão
abordados no tópico seguinte:

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 8/52)


7.2
Estimativa da Incerteza
Combinada em Medições não
Correlacionadas (MNC)

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Adição e subtração de MNC
◼ O quadrado da incerteza combinada da
adição ou subtração de MNC é
calculado pela soma dos quadrados das
incertezas padrão de cada termo:

[u(X1  X 2    X n )]2 = [u(X1 )]2 + [u(X 2 )]2 + ... + [u(X n )]2

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 10/52)


Adição e subtração de MNC
◼ Se o número de graus de liberdade com
que cada incerteza padrão é
determinada é o mesmo, a equação
também pode ser escrita em termos da
incerteza expandida como:

[U(X 1  X 2    X n )]2 = [U(X 1 )]2 + [U(X 2 )]2 + ... + [U(X n )]2

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 11/52)


Exemplo 1: Adição de MNC

mT = m1 + m2

MNC
1 2 [U(mT)]2 = [U(m1)]2 + [U(m2)]2

[U(mT)]2 = [6]2 + [8]2 = 100


m1 = (1000 ± 6) g U(mT) = 10 g
m2 = (2000 ± 8) g

mT = (3000 ± 10) g
U(m1) = 6 g
U(m2) = 8 g
Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 12/52)
Exemplo 2: Subtração de MNC

mC = m2 – m1

MNC
1 2 [U(mc)]2 = [U(m1)]2 + [U(m2)]2

[u(mT)]2 = [6]2 + [8]2 = 100


m1 = (1000 ± 6) g U(mT) = 10 g
m2 = (2000 ± 8) g

mC + m1 = m2 mC = (1000 ± 10) g

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 13/52)


Multiplicação de MNC
◼ Na multiplicação de MNC o quadrado da
incerteza combinada relativa é calculado
pela soma dos quadrados das incertezas
padrão relativas de cada fator:
2 2 2
 u(X1.X 2 )   u(X1 )   u(X 2 ) 
  =  + 
 1 2   1   2 
X .X X X

u 2R (X1.X 2 ) = u 2R (X1 ) + u 2R (X 2 )
Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 14/52)
Divisão de MNC
◼ Na divisão de MNC o quadrado da incerteza
combinada relativa é calculado pela soma
dos quadrados das incertezas padrão
relativas do divisor e do dividendo:
2 2 2
 u(X1/X 2 )   u(X1 )   u(X 2 ) 
  =  + 
 1 2   1   2 
X /X X X

u (X1/X 2 ) = u (X1 ) + u (X 2 )
2
R
2
R
2
R

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 15/52)


Generalizando: Multiplicação
e Divisão de MNC
◼ Na multiplicação e/ou divisão de qualquer
número de MNC o quadrado da incerteza
combinada relativa é calculado pela soma
dos quadrados das incertezas padrão
relativas de cada termo por:

u 2R (X 1 1.X 2 1  X n1 ) = u 2R (X1 ) + u 2R (X 2 ) +  + u 2R (X n )

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 16/52)


Generalizando: Multiplicação
e Divisão de MNC
◼ Se o número de graus de liberdade com
que cada incerteza padrão é determinada é
o mesmo, a equação também pode ser
escrita em termos da incerteza expandida
relativa como:

U 2R (X 1 1.X 2 1  X n1 ) = U 2R (X1 ) + U 2R (X 2 ) +  + U 2R (X n )

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 17/52)


Exemplo 3: Multiplicação

Determine o volume de
uma pirâmide com base
retangular, cujas
dimensões estão
especificadas na figura, e
altura
a b
h = (200,0 ± 1,0) mm.

a = (100,0 ± 0,8) mm
a.b.h
b = (90,0 ± 0,6) mm V=
3
Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 18/52)
Exemplo 3: Multiplicação
Cálculo do volume:
a.b.h 100  90  200
V= V= = 600000 mm 3
3 3
Incerteza do volume:
2 2 2 2
U (V )  U (a)  U (b)  U (h) 
 V  =  a  +  b  +  h 
2 2 2 2
 U (V )   0,8   0,6   1,0 
 600000  = 100  +  90  +  200  U(V) = 6931 mm³
2
 U (V ) 
 600000  = (64 + 44 + 25)  10 -6
V = (600,0 ± 6,9) 10³ mm³
Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 19/52)
Exemplo 4: Divisão de MNC
V Determine a corrente
elétrica que passa por um
resistor de (500,0 ± 1,0) 
sobre o qual foi medida
R I
uma queda de tensão de
(150,0 ± 3,0) V.
V
I= U(R) = 1,0 Ω
R
U(V) = 3,0 V

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 20/52)


Exemplo 4: Divisão de MNC
V 2 2 2
 U(I)   U(V)   U(R) 
 I  =  V  +  R 
2 2 2
I  U(I)   3,0   1,0 
 0,300  = 150  +  500 
R
     
V = (150,0 ± 3,0) V 2
 U(I) 
R = (500,0 ± 1,0)   0,300  = 0,0004 + 0,000004
 
V 150
I= = = 0,300 A U(I) = 0,0060 A
R 500
I = (300 ±6) mA
Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 21/52)
Caso Geral de MNC
G = f ( X 1 , X 2 ,, X n )

2 2 2
 f   f   f 
u (G ) = 
2
u ( X 1 )  +  u ( X 2 )  +  +  u ( X n ) 
 X 1   X 2   X n 

f
= coeficiente de sensibilidade
X i
Podem ser calculados analitica ou numericamente

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 22/52)


Caso Geral de MNC
◼ Se o número de graus de liberdade com
que cada incerteza padrão é determinada é
o mesmo, a equação pode ser escrita em
termos da incerteza expandida como:

2 2 2
 f   f   f 
U (G ) = 
2
U ( X 1 )  +  U ( X 2 )  +  +  U ( X n ) 
 X 1   X 2   X n 

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 23/52)


Exemplo: Caso Geral de MNC
◼ Na determinação da massa específica (ρ) de
um material usou-se um processo indireto,
medindo-se em um laboratório, com uma
balança, a massa (m) de um cilindro cujo
diâmetro (D) e altura (h) foram determinados
por um micrômetro e um paquímetro
respectivamente. Após a compensação dos
erros sistemáticos, foram encontrados os
seguintes resultados e os respectivos
números de graus de liberdade para cada
grandeza de entrada:

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 24/52)


Medições Realizadas
Para a massa:
m = (1580 ± 20) g

Para o diâmetro:
h D = (25,423 ± 0,006) mm

Para a altura:
h = (77,35 ± 0,10) mm
D

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 25/52)


Massa Específica

 = f (m, D, h)
h
m
=
Vol
4m
D =
D h2

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 26/52)


Cálculo da incerteza combinada

2 2 2
 f   f   f 
U (  ) = 
2
U (m)  +  U ( D)  +  U (h) 
 m   D   h 
  − 8m   − 4m
2 2 2
 4 
U (  ) =  2 U ( m)  +  3 U ( D )  +  2 2 U ( h ) 
2

 D h   D h   D h 
2
 U (  )   U ( m)   U ( D )   U ( h) 
2 2 2

  =   +2  + 
    m   D   h 

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 27/52)


Cálculo da incerteza combinada

2
 U (  )   U ( m)   U ( D )   U ( h) 
2 2 2

  =   +2  + 
    m   D   h 
2 2 2
 U (  )   20   0,0060   0,10 
2

  =   + 2  + 
    1580   25,423   77,35 
2
 U ( ) 
U (  ) = 
2
 = (16023,2 + 22,28 + 167,2 ).10 −8 = 16212,8.10 −8
  
R

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 28/52)


Cálculo da incerteza combinada

4 .m 4 .1580
= = = 0,040239 g/ mm
3

 . D 2 .h 3,14159 .(25,423 )2 .77,35

U (  ) =  .U R (  ) = 0,040239 . 16212,8.10−8 = 0.0005124 g/mm 3

 = (0,04024  0,00051) g/mm3

Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 7 - (slide 29/52)

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