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As religiões e a Educação para a Morte na

Contemporaneidade: diálogos e interseções


Resumo

Desde muito, a humanidade em suas manifestações religiosas e mitológicas, se debate


sobre o tema da vida e consequentemente ao a da morte. Na maioria das religiões a morte é
tida com o sentido de finitude humana e transcendência, por isso foi encarada de diversas
formas. Com os avanços da modernidade, e as varias correntes de pensamento que então
evoluíam e se espalhavam, tentou-se encobrir do chamado Estado a religião e sua palavra à
humanidade sobre a vida e morte.

1 As Religiões diante da finitude


As religiões foram quem primeiro chamou atenção à questão da morte e lhe deram,
mesmo que através de mitos, os seus significados diversos imprimindo assim a ideia de
orientar as pessoas a um fim e um significado para suas vidas. Os mitos buscam dar
significado a nossa morte e vida; uma especie de consolo para que não caiamos no desespero
de uma morte destituível de sentido. Muitias religiões acreditavam na vida após a morte, o
que fazia desta ultima não o fim, mas um termo entre uma possibilidade de uma vida melhor.

Essa crença levou muitos a olharem para a possibilidade de transcendência de e


reconsiderarem suas vidas orientando-as para um novo sentido existencial, a divindade, que
leva a ter um sentido do que podem esperar. Dessa forma, a crença passa a ter uma função
primordial nas primeiras sociedades. Em nossos dias, em meio a tantas incertezas, a religião
nos remete a devida segurança diante de perdas significativas. Diante do temor do
desconhecido e do mistério morte, a fé com suas afirmações nos orientam a melhor maneira
de viver para dar o melhor destino à alma; de certo modo, é a própria morte, pela angustia que
seu mistério nos causa, que nos leva ao sobrenatural, à crença, ao sagrado e à vida após a
morte.

Assim se compreende a importância da religião em face da morte e do sofrimento,


assegurando uma vida mais responsável e focada em um bem sobrenatural. Desse modo a
religião oferece, principalmente aos que sofrem, um significado à morte de porta, de esperan-
ça para uma vida melhor.
2 Interdição da Morte na Contemporaneidade
Nesse contexto a morte passou a ser vista como sinônimo de fraqueza, derrota e
impotência, apregoado pelo capitalismo e cientificismo nos moldes positivistas onde se
esconde a reflexão sobre o tema, desconsiderando-o como dimensão do ser humano. “Os
novos costumes exigem que a morte seja objeto ausente das conversas educadas”.

Na escola e na formação dos professores o tema da morte é interdito, ausente; marca


deixada pela bagagem do silencio a seu respeito no século passado e que perdura ainda hoje.

3 A Educação e a Educação para a Morte


A educação básica e superior brasileira não oferece nenhum tipo de suporte ao estudo
da educação para a morte. No entanto Kovács afirma que enquanto a morte é tratada como
tabu existe a morte escancarada através da violência. O que temos de material didático
provem dos profissionais da saúde. A estranheza com a qual é tratada e a indiferença diante da
sua iminente presença tem privado o homem do autoconhecimento e da busca de sentido
durante sua existência, passando por esta sem tê-la notado.

O ensino religioso é importante, pois facilita a compreensão das formas que exprimem
o transcendente na superação da finitude humana. A religião ao falar de seus componentes
norteadores para a vida após a morte, contribui para uma educação para a morte.

Para autores sobre o tema, a educação para a morte requer uma abordagem plural e
inter e multidisciplinar, considerando tanto os pressupostos acadêmico-científicos como
religiosos, artísticos, culturais dentre outros. Assim, “Educar, incluindo na educação a
dimensão da transcendência humana, é educar para nos livrarmos do medo da morte. E nos
livramos do medo da morte é nos livrarmos do medo da vida. […] Ainda que apresentemos às
novas gerações a perspectiva do nada, como uma possibilidade em que alguns acreditam –
porque não passa de crença – temos o dever de transmitir e elas têm o direito de conhecer, a
perspectiva da eternidade. Fazendo isso de maneira respeitosa, não-doutrinante e na base do
diálogo, da pesquisa e da pluralidade, estaremos educando de fato para a morte”.

4 Considerações Finais
A intenção com esta comunicação, além de evidenciar o que a religião diz sobre a
morte e o pós morte, buscou estabelecer diálogos sobre a morte do ponto de vista religioso a
partir da Tanatologia, que se apresenta como ciência instrutiva sobre o tema. A morte para as
religiões, dotam a vida de sentido ao afirmarem que esta jamis pode ser habitada sem o seu
conhecimento, sem a sua presença.

As acepções dadas à morte e a pós-morte em um componente curricular é organizado


em torno da ressurreição, a reencarnação, a ancestralidade e o nada e demonstram importância
do ER na a educação para a morte, sem os pressupostos da fé e da religiosidade.

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