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Penela

Um percurso pelo tempo


coordenação
Margarida Sobral Neto
textos
Ana Isabel Ribeiro, Cristóvão Mata, Guilhermina Mota,
Jorge de Alarcão, Leontina Ventura,
Maria Helena da Cruz Coelho, Raquel Vilaça
Comissão Científica
Editorial Board
Márcia Motta
Univ. Federal Fluminense, Brasil

Paola Nestola
Universitá del Salento, Itália

Pegerto Saavedra
Univ. de Santiago de Compostela, Espanha

João Gouveia Monteiro


Universidade de Coimbra, Portugal

João Marinho dos Santos


Universidade de Coimbra, Portugal

Pedro Carvalho
Universidade de Coimbra, Portugal

Título: Penela – Um percurso pelo tempo


Coordenação: Margarida Sobral Neto
Textos: Ana Isabel Ribeiro, Cristóvão Mata, Guilhermina Mota, Jorge de Alarcão,
Leontina Ventura, Maria Helena da Cruz Coelho, Raquel Vilaça
Capa: Paula Leal s/ fotografias do acervo da Câmara Municipal de Penela
© 2015 Câmara Municipal de Penela
Direitos reservados por Terra Ocre, Lda.
Edição: Palimage
Apartado 10032
3031-601 Coimbra
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www.palimage.pt
Data de edição: dezembro de 2015
ISBN: 978-989-703-142-7
Depósito Legal n.º 403080/15
Impressão: Artipol – Artes Tipográficas, Lda.

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A Construção de uma Identidade Nobiliárquica
– o Percurso da Família Garrido
Building a noble identity
– The Garrido family case

Ana Isabel Ribeiro


Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX
aribeiro@fl.uc.pt

Resumo: O presente estudo pretende explicitar o percurso de ascensão social


e construção de uma identidade nobi­liárquica por parte de uma família que,
durante séculos, assumiu uma grande relevância económica e de poder na região
de Penela. Para concretizar este objectivo, foram reconstruídos os percur­sos
profissionais e as escolhas ao nível de alianças matrimoniais e exploradas as
redes clientelares e outras projecções pessoais e familiares de interdependência.
Palavras-chave: Penela, Garrido, iden­ti­dade nobiliárquica.

Abstract: This study aims to explain the upward mobility path and building of a
nobility identity by a family that for centuries took a major economic relevance
and power in Penela region. In order to understand this process we analyze
career and matrimonial choices and reconstruct the alliances made by the family
between the 17th and the 19th centuries. Also client net­works and other personal
projections of interdependence are explored and discussed.
Keywords: Penela, Garrido, nobility identity.

A família Garrido tem um percurso que espelha, de forma quase exemplar,


uma utilização eficaz de mecanismos de ascensão social ao dispor dos
indivíduos na Época Moderna que, neste caso, culminaram na construção
de um identidade nobiliárquica e no acesso à fidalguia.
Segundo a tradição familiar transmitida de geração em geração, os Garri­
do tinham as suas raízes na nobreza da governança de Castelo de Vide sendo
descritos como gente abastada e impoluta. A génese da família centra-se
na figura de António Gonçalves Garrido, natural e residente na referida
localidade de Castelo de Vide, descrito como um homem de qualidade, ligado
à governança local, familiar do Santo Ofício, casado com Isabel Freire de
Andrade. O seu filho, Pedro Álvares Garrido (n. 1617), esteve igualmente
130 Ana Isabel Ribeiro

associado ao poder local como vereador da Câmara de Castelo de Vide,


tendo-se consorciado com Francisca Dias Bravo, filha de Francisco Pires
Bravo e mãe, por via de um segundo matrimónio, do reverendo Francisco
Dias Bravo, que, cerca de 1700, se tornou prior da igreja de S. Miguel
de Penela.
No entanto, as fontes, nomeadamente as ligadas ao Santo Ofício, revelam­
‑nos outras origens e sublinham a verdadeira amplitude do seu percurso na
construção da honra e de uma identidade nobiliárquica. João de Figueirôa­
‑Rêgo demonstra que estas origens da família Garrido têm que ser matizadas
com outros elementos (Figueiroa-Rêgo, 2011: 371-373). Segundo as
diligências para habilitação de António Gonçalves Garrido para familiar
do Santo Ofício, datadas de 1666 1, e a partir dos depoimentos de diversas
testemunhas inquiridas, o habilitando era ferrador de profissão e o seu pai,
Pedro Álvares Garrido, assim como o seu avô, almocreves.
No entanto, e apesar de alguns testemunhos comprometedores, o esti­gma
infamante foi afastado e António Gonçalves Garrido conseguiu a almejada
familiatura2. Os seus descendentes não conhecerão dificulda­des na obtenção
das suas cartas de familiares, nas provisões para cargos como o de deputado
ou comissário do Santo Ofício (Figueiroa-Rego, 2011: 372-373) e, à medi­
da que as gerações se sucedem, as referências a antepassados mecânicos
ou a suspeitas de sangue impuro vão desaparecendo. Mesmo um crivo tão
apertado como o da Inquisição podia ser iludido e moldado aos interesses
de um indivíduo ou de uma família, como sublinha Fernanda Olival –
“(…) no Santo Ofício, as quebras de rigor também existiam, mas tornavam-
se, provavelmente, menos evidentes, porque complexos interesses sociais,
historicamente construídos as camuflavam” (Olival, 2004: 182). As habi­
litações permitem-nos conhecer, de forma mais aprofundada, percursos
de ascensão social verdadeiramente notáveis e, é nesta perspectiva, que
devemos inserir o percurso dos Garrido que passaremos a detalhar.

ANTT (Arquivo Nacional Torre do Tombo), HSO (Habilitações para Familiar do Santo
1

Ofício), António, maço 13, doc. 472 (1666).


2
ANTT, HSO, António, maço 13, doc. 472 (1666).
A construção de uma identidade nobiliárquica 131

Um outro filho de António Gonçalves Garrido e Isabel Freire de Andrade,


António Gonçalves Garrido casou, em 16 de Janeiro de 1661, com Maria
Gonçalves Abelho, senhora oriunda, também, de Castelo de Vide.
O casal teve quatro filhos: Pedro Álvares Garrido (1669-1740), António
Freire Garrido, Francisco Caetano Garrido e José de Santa Ana Garrido.
António, Francisco e José foram encaminhados para a vida religiosa –
António Freire Garrido seguiu a via do clero secular e tornou-se prior da
Igreja de S. João Baptista de Castelo de Vide. Francisco Caetano Garrido,
doutor em Teologia, tornou-se religioso da congregação de S. Bernardo, tendo
atingido o cargo de procurador geral da Ordem. José de Santana Garrido foi
cónego secular de S. João Evangelista3 e Pedro ingressou na Universidade,
onde cursou Cânones (bacharel formado em 1702). Terminados os estudos
participou, em 1704, na guerra contra Castela como soldado de cavalaria
pago à sua conta, decisão que lhe valeu a mercê régia de duas tenças anuais
(de 28.000 e 12.000 réis respectivamente) e o hábito da Ordem de Cristo,
concedido no ano de 1706 4.
Com Pedro Álvares Garrido assistimos à definitiva mudança da família
de Castelo de Vide para a região centro – primeiro para Coimbra e, mais
tarde, para Penela, utilizando a mudança geográfica como uma estratégia de
afastamento relativamente a rumores infamantes, abrindo perspectivas de
construção de percursos sociais ascendentes (Figueirôa­‑Rêgo, 2011: 276).
Será, pois, na vila de Penela que Pedro Álvares Garrido construirá um
estatuto social relevante, através do exercício de cargos, nomeadamente o
de almoxarife da Casa de Aveiro5 e o de capitão-mor, e onde enceta uma
política de investimento em bens fundiários através de uma sucessão de
compras de propriedade enfitêutica na região, pois “Não raras vezes, a
enfiteuse era utilizadas como forma de investimento, destinado a captar
uma parte da renda fundiária: tomava-se uma terra no mercado enfitêutico,
para a arrendar ou subenfeuticar a um cultivador directo, prática que se

3
AUC (Arquivo da Universidade de Coimbra), PFM (Fundos Pessoais e Familiares),
Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da Casa dos Garridos
(178?-1822), fl. 4).
4
ANTT, Registo Geral de Mercês (RGM), D. Pedro II, liv. 17, fl. 133. Mercês datadas
de 28 de Junho e de 5 de Setembro de 1706.
5
AUC, PFM (Fundo Pessoais e Familiares), Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadios
dos Garridos, Livro Mestre da Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 6.
132 Ana Isabel Ribeiro

detecta em quase todos os estratos da sociedade portuguesa, incluindo


elites locais, urbanas e negociantes. (…) As próprias casas senhoriais
mostravam-se permeáveis a este tipo de utilização da enfiteuse, atendendo
a que os seus patrimónios tanto comportavam propriedade directa sobre
bens cedidos em aforamento, como o domínio útil de parcelas tomadas a
outros proprietários.” (Costa, Lains e Miranda, 2011: 224)
Assim, em 1731, compra o foro e senhorio directo de vários casais e
propriedades, situados nas vilas de Penela e do Rabaçal às religiosas do
Mosteiro de Santa Clara de Lisboa Oriental. Entre 1732 e 1733, adquire
o domínio útil de trinta e dois prazos, cujo senhorio directo era o mesmo
mosteiro de Santa Clara, a Lázaro Malheiro Cunha de Morais, morador
na Quinta da Ribeira, no termo de Penela, por 4.300.000 réis6; em 30 de
Junho de 1736, compra a Rodrigo Jorge de Sousa da Ribeira, de Litém, e a
João da Fonseca Mancelos, este último capitão-mor de Abiúl, dois prazos,
situados em Palras e Vale do Touro (Penela), por cerca de 70.000 réis;
no ano de 1738, arrematou à Misericórdia de Coimbra, dois prazos em vidas
situados no lugar da Coelhosa e no lugar da vila do Espinhal, pela quantia
de 126.900 réis. Estes prazos haviam pertencido ao Doutor José Freire de
Faria, vigário geral do bispado de Coimbra (Castro, 2001-2202: 462).
Esta política de aquisições, por parte de Pedro Álvares Garrido, iria esten­
der-se pela década de quarenta do século XVII. Das compras realizadas
nesse período, destacam-se:
§ Um prazo fateusim, nos Moinhos de Condeixa, cujo senhorio pertencia
ao Hospital de S. Lázaro de Coimbra, comprado a Estevão Travassos,
por 400.000 réis, livres de sisa, compra registada em escritura datada
de 26 de Maio de 1743;
§ Um prazo, no Avelar, comprado, em 23 de Novembro de 1749;
§ Duas leiras de terra, na Boiça de Cima, no termo de Penela, que foram
compradas por Pedro Álvares Garrido por 54.000 réis. Estas terras
pertenciam a uma capela instituída por João Abril, da Guarda, na Igreja
de Santa Eufémia de Penela, incorporada nos bens da Coroa.

AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
6

Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 106.


A construção de uma identidade nobiliárquica 133

Localização geográfica do património fundiário da família Garrido (séculos XVIII-XIX)


134 Ana Isabel Ribeiro

Um prazo constituído por casas térreas e vinha, situado na vila de


§
Penela, no sítio de S. Paulo;
Um prazo composto por um olival e umas casas de morada, situado
§
no lugar da Vinha Longa e nos subúrbios de Penela, junto à cruz de
S. Miguel. Este prazo havia pertencido a Francisco Xavier de Frias
Sousa Tavares, de Setúbal, que o vendeu a Pedro Álvares Garrido,
avô de José de Melo Coutinho Garrido. Sobre esta propriedade recaía
o ónus de 8 missas instituídas pelo anterior proprietário.

A aquisição de uma habitação na cidade de Coimbra tornou-se, também,


um objectivo. Em 19 e Abril de 1755, comprou, por um conto de réis, umas
casas, na rua do Açougue do Cabido. Dadas as condições da propriedade,
o Cabido (senhorio directo) acedeu em vendê-las a Pedro Álvares Garrido
que empreendeu extensas obras de restauro, dando-lhes a dignidade de uma
habitação nobre.
A compra mais relevante foi, no entanto, a da Quinta da Boiça, que se
constituiu como o centro da administração do morgadio, e também como o
seu bem mais simbólico. Foi adquirida pelo reverendo António Dias Bravo,
prior da colegiada de S. Miguel de Penela, por 7000 cruzados a António
Bahia de Sá, de Coimbra, através de escritura lavrada a 31 de Janeiro
de 17007. Sete anos mais tarde, em 1707, António Dias Bravo nomeou
como vida no dito prazo o seu sobrinho, o referido Pedro Álvares Garrido8.
José de Melo Coutinho Garrido, descendente destas personagens apresenta
a hipótese de a quinta ter sido de facto comprada por Pedro Álvares Garrido,
que teria utilizado o nome do tio no negócio com o objectivo de só pagar
meia sisa, visto António Dias Bravo ser eclesiástico e gozar deste privilégio
fiscal. Esta conjectura pode encerrar algum fundo de verdade, dado que
no dia em que vendeu a quinta da Bouça a António Dias Bravo, António
Bahia de Sá (o vendedor) distratou uma dívida de 1000 cruzados acrescidos

AUC, Registos Notariais de Coimbra, Livro de Notas do tabelião Pantaleão Cordeiro


7

(cidade), escritura de compra e venda de 31 de Janeiro de 1700. AUC, Fundo Lopes Praça,
Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da Casa dos Garridos (1629-1822), fls. 136-137v.
8
AUC, Registos Notariais de Coimbra, Livro de Notas do tabelião do tabelião Bernardo
Pinheiro (cidade), escritura de 9 de Janeiro de 1707, fls. 57v-58v.
A construção de uma identidade nobiliárquica 135

dos juros que tinha para com Pedro Álvares Garrido9. Parece claro que os
dois homens mantinham ligações de carácter económico e que a venda da
Quinta da Boiça pode ter sido parte de um entendimento entre os dois.
António Bahia de Sá contestou, posteriormente, a venda, mas, em 19 de
Janeiro de 1707, uma sentença apostólica confirmou a validade da compra
da quinta, indo desta forma contra as pretensões de anulação do vendedor.
A Quinta da Boiça ou Quinta de Nossa Senhora da Piedade de Porto Largo
era, como tivemos oportunidade de salientar, um prazo em vidas de livre
nomeação, pertencente à Sé de Braga. No entanto, Pedro Álvares Garrido
conseguiu autorização para mudar a natureza do contrato para aforamento
perpétuo (através de sentença apostólica). Esta mudança da natureza do
contrato implicou a definição de novo foro a pagar pelos Garrido fixado
em 30.000 réis anuais10.
A quinta foi então vinculada em morgadio, após uma sub-rogação dos
bens vinculados pela sua mãe, localizados em Castelo de Vide. Em 1736,
Pedro Álvares Garrido conseguiu autorização para sub-rogar os bens do
morgadio de Castelo de Vide (avaliados em 3.835.000 réis) pela quinta da
Boiça, em Penela, avaliada, na época, em 4 contos de réis. A possibilidade de
sub-rogação de bens vinculados constituía-se, assim, como uma importante
ferramenta de transferência de domínio útil desses mesmos bens vinculados,
conferindo a estas propriedades a possibilidade de integrarem o mercado
enfitêutico, pois, como escrevem Leonor Freire da Costa, Pedro Lains e
Susana Munch de Miranda – “(…) mediante as autorizações necessárias,
desencadeadas junto dos tribunais de corte, a nobreza podia sub-rogar
bens vinculados e lança-los no mercado enfitêutico. Donde, apesar das
limitações impostas pelo direito e pela jurisprudência, o regime vincular
não impediu que se realizassem transferências do domínio útil das terras
que lhes estavam submetidas.” (Costa, Lains e Miranda, 2011: 222)

9
AUC, Registos Notariais de Coimbra, Livro de Notas do tabelião Pantaleão
Cordeiro (cidade), escritura de distrate de dívida de 31 de Janeiro de 1700,
fls. 137v-138. e AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, liv.
IV, fls. 41-133v.
10
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 278.
136 Ana Isabel Ribeiro

O destino desta geração de Garridos esboça já comportamentos visando


a promoção social – as escolhas de carreira assinalam os caminhos tradicio­
nalmente conducentes à ascensão na escala social – estudos superio­res,
carreiras eclesiásticas (no clero secular e regular) e a via militar – no caso de
Pedro Álvares Garrido, a participação na guerra garantiu-lhe o acesso à graça
régia e obtenção do hábito de Cristo que reforçava a proeminência social,
sublinhando a ausência de máculas de sangue ou mecânicas, formalizando,
desta forma, a nobreza do seu possuidor. Por outro lado, a estruturação de
um património fundiário e a sua vinculação constituíram-se como passos
decisivos na construção de uma Casa, nos aspectos materiais, simbólicos,
mas também comportamentais dos seus membros que passam a agir em
prol da sua manutenção e engrandecimento, aceitando a tutela do seu
administrador e abdicando de direitos patrimoniais. Através da escritura de
contrato de casamento de Lourenço Xavier Garrido (29 de Janeiro de 1732),
Pedro Álvares Garrido e sua mulher, D. Maria da Costa, vincularam as suas
legítimas e restantes bens (com reserva de 600.000 réis para testarem) ao
morgadio dos Garridos. Lourenço Xavier Garrido, o futuro administrador do
morgadio, abdicou igualmente da sua legítima e terça em favor do referido
vínculo. Nessa ocasião, outros membros da família Garrido, irmãos de
Pedro Álvares Garrido, canalizam bens para o morgadio: o Doutor António
Freire Garrido, prior da igreja de S. João de Castelo de Vide, vinculou a
sua terça; a mesma atitude assumiram frei José de Santa Ana Garrido,
cónego secular de S. João Evangelista e frei Francisco Caetano Garrido,
religioso de S. Bernardo. António Gonçalves Garrido, inquisidor presidente
do Tribunal do Santo Ofício de Coimbra, Ascenso Garrido, frei da Ordem
de S. Bernardo no mosteiro de Tarouca, Francisco Xavier Garrido, freire
conventual da Ordem de Avis (e depois prior da igreja de Santa Eufémia
de Penela) e Pedro Garrido, também freire conventual da mesma Ordem,
filhos de Pedro Álvares Garrido e de D. Maria da Costa, instituidores do
morgadio, abdicaram igualmente das suas legítimas a favor do vínculo que
iria ser administrado pelo seu irmão mais velho11.

11
AUC, PFM, Joaquim Lopes Praça, Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da Casa dos
Garridos (178?-1822), fl. 8. e Escritura de contrato de casamento de Lourenço Xavier Garrido
(29 de Janeiro de 1732) (AUC, PFM, Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, cx. 1,
doc. 6).
A construção de uma identidade nobiliárquica 137

A consolidação da identidade nobiliárquica por parte dos Garridos,


encontra-se, na assunção da ideia de Casa enquanto elemento definidor de
um modelo de família e dos destinos dos seus membros (modelo reprodutivo
vincular), que, como Nuno Gonçalo Monteiro comprovou, emana da aristo­
cracia de Corte, generalizando-se a outros estratos da nobreza, ao longo
do século XVIII, e que assentava em algumas premissas fundamentais
(Monteiro, 1998: 340; Mesa, 2007: 157-158):

Elevado número de filhos de forma a garantir a sucessão;


§
Grande cuidado no estabelecimento da aliança matrimonial do sucessor
§
e administrador dos vínculos;
Restrição do casamento para os filhos e filhas segundos (elevado
§
número de celibatários);
Encaminhamento da maior parte da prole para a vida eclesiástica e,
§
no caso dos homens, também para as carreiras militares, embora,
ao longo do séc. XVIII, a carreira das armas fosse perdendo relevância,
preferindo muitos dos filhos da nobreza provincial seguir os estudos
superiores em Cânones ou Leis que davam acesso a outras carreiras
nomeadamente a da magistratura.
Controlo sistemático da participação na herança (bens não vinculados)
§
da “descendência secundária” que é incentivada a abdicar de legítimas,
doar bens em prol do engrandecimento da Casa, ou a dotar irmãos
ou sobrinhos.

Estas premissas estão presentes no percurso da família de Pedro Álvares


Garrido. Quando ainda cursava Cânones, desposou D. Maria da Costa (1680­
‑?), uma senhora natural do termo de Penela, mais propriamente de Vendas
da Figueira, na freguesia da Cumeeira, filha de um bacharel e familiar do
Santo Ofício, “…com sua riqueza ainda que não avultada…”12.
O casal teve treze filhos – sete rapazes e seis raparigas, dos quais onze
foram encaminhados para a vida religiosa, obtendo, no seu seguimento,
benefícios eclesiásticos que lhe garantiram sustento, uma vez que todos

AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
12

Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 5.


138 Ana Isabel Ribeiro

abdicaram das suas legítimas a favor do morgadio da família, que veio a


ser administrado, como foi referido, por Lourenço Xavier Garrido, segundo
filho de Pedro Álvares Garrido, uma vez que o filho mais velho, António
Gonçalves Garrido, preferiu prosseguir uma carreira eclesiástica, primeiro
como prior de Barcouço, e, mais tarde, como inquisidor do Santo Ofício
de Coimbra.
A tabela 1 detalha os destinos desta prole.
As carreiras eclesiásticas foram o destino dos filhos segundos e das filhas
de Pedro Álvares Garrido. A nenhum foi dada a possibilidade de casar e
constituir família. Trata-se, como referimos, da adopção plena do modelo
reprodutivo vincular numa família cuja identidade e o património familiar
se encontravam ainda em consolidação – por isso, qualquer dispersão desse
conjunto patrimonial em formação, por via de dote, ou de arras deveria ser
evitado (Monteiro, 1998: 340). Por outro lado, a pressão exercida sobre os
filhos eclesiásticos, no sentido da abdicação de legítimas e da efectivação
de doações, permitia a manutenção e o crescimento do património familiar
vinculado. Aliás, a cultura familiar passa a encarar essas doações como
um dever, uma compensação à Casa pelo facto de esta ter providenciado
aos seus um destino condigno. Nas palavras do instituidor do morgadio
dos Garridos, os membros da família deviam abdicar das suas legítimas
“… em atenção a lhes haver dado estado decente com grandes despesas
e a quererem todos o aumento e esplendor e continuação da casa em o
sucessor do dito vinculo”13.
Outro aspecto a salientar centra-se no facto de quatro das suas filhas
professarem num convento da ordem de Malta conhecida pela exigência,
em termos de limpeza de sangue e de nobreza, no recrutamento dos seus
membros (Versos e Olival, 2009: 1133). Depreende-se, das palavras de
José de Melo Coutinho Garrido, no Livro Mestre da Casa dos Garrido,
que o ingresso destas filhas, no Convento de S. João da Penitência da Ordem
de Malta em Estremoz, interessava a Pedro Álvares Garrido, representando
um importante investimento financeiro, uma vez que, quando as foi recolher
mandou construir “… humas casas (…) no dito convento em que gastou

Palavras de Pedro Álvares Garrido, no seu testamento, datado de 11 de Março de 1740.


13

AUC, Fundo Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, cx. 1, doc. 3.


Tabela 1 – O destino dos filhos de Pedro Álvares Garrido e de D. Maria da Costa
Nome Carreira Outras informações
António Gonçalves Doutor em Cânones (1717) Filho primogénito, que abdicou de se tornar o administrador
Garrido (1697-1760) Prior da freguesia de N.ª Sra. do Ó de Barcouço do Morgadio dos Garrido. Obteve uma pensão de 400.000
(Mealhada) réis depois de ter renunciado à sua legítima em favor do
Deputado Promotor do Santo Ofício (1739) referido morgadio ao qual legou diversos bens de raiz
Inquisidor presidente do Santo Ofício de Coimbra adquiridos ao longo da sua vida29.

Cavaleiro da Ordem de Cristo (1707)


Lourenço Xavier Garrido Bacharel formado em Cânones (1741) Abdicou da sua legítima e terça em favor do referido vínculo
(1713-1782) Capitão-mor de Penela (1735)
Mestre de Campo de Infantaria de auxiliares (1748) Familiar do Santo Ofício (1733)
Primeiro Administrador do morgadio dos Garridos (1740) Cavaleiro da Ordem de Cristo (1751)
Cavaleiro da Ordem de Cristo (1751)
Vereador da Câmara de Penela (1753-1757)30 Fidalgo da Casa Real (1751)
Monteiro-mor da comarca de Coimbra (1760)

Ascenso Garrido Doutor em Teologia Abdicou da sua legítima a favor de seu irmão Lourenço e
Religioso da Ordem de S. Bernardo do morgadio da família
A construção de uma identidade nobiliárquica

Abade do Mosteiro da Ordem em Odivelas


Procurador-geral da Ordem no Porto
Francisco Xavier Garrido Freire da Ordem de Avis Abdicou da sua legítima a favor de seu irmão Lourenço e
Prior da Igreja de santa Eufémia de Penela do morgadio da família
Comissário do Santo Ofício (1749)
139
140

Nome Carreira Outras informações


Pedro Álvares Garrido Freire da Ordem de Avis Abdicou da sua legítima a favor de seu irmão Lourenço e
Comissário do Santo Ofício (1751) do morgadio da família
José Pedro Garrido Beneficiado da colegiada de S. Miguel de Penela Abdicou da sua legítima a favor de seu irmão Lourenço e
(1715-?) Cónego da Sé da Guarda do morgadio da família
João Pedro Garrido Deficiente, devido a uma queda dada em criança, viveu em
casa de seu pai até à sua morte31
Joana Antónia Garrido Religiosa do convento de Santa Clara de Figueiró dos Vinculou a sua legitima ao morgadio
(1719-?) Vinhos32
Ana Bernarda Garrido Religiosa do convento de Santa Clara de Figueiró dos Por testamento, datado de 1733, vinculou a sua legitima
(1717-?) Vinhos ao morgadio.
Catarina Maria Garrido Religiosa da Ordem de Malta, no convento de S. João da Renunciou, no ano de 1729, à sua legítima a favor do irmão
da Coroa Penitência, em Estremoz e futuro administrador do morgadio, Lourenço Xavier
Garrido.
Ana Isabel Ribeiro

Feliciana Teresa Religiosa da Ordem de Malta, no convento de S. João da Renunciou, no ano de 1729, à sua legítima a favor do irmão
de S. Bernardo Penitência, em Estremoz e futuro administrador do morgadio, Lourenço Xavier
Garrido.
Francisca Caetana de Religiosa da Ordem de Malta, no convento de S. João da Renunciou, no ano de 1729, à sua legítima a favor do irmão
Monte Alverne Garrido Penitência, em Estremoz e futuro administrador do morgadio, Lourenço Xavier
Garrido.
Mariana Garrido do Religiosa da Ordem de Malta, no convento de S. João da Renunciou, no ano de 1729, à sua legítima a favor do irmão e
Salvador Penitência, em Estremoz futuro administrador do morgadio, Lourenço Xavier Garrido
A construção de uma identidade nobiliárquica 141

três ou sinco mil cruzados com o contrato de promessa pera que qualquer
Senhora que da nossa descendência fosse freira naquelle convento, o que
não se verificou”. José de Melo Coutinho Garrido indica, também, que
naquele convento já havia professado uma tia das quatro raparigas, o que
pode explicar a escolha daquela instituição religiosa e a aceitação das jovens
no seu seio.
Deve, no entanto, referir-se que a construção do património e a sua
vinculação não se processaram sem a oposição de alguns dos membros da
família que se materializa a partir da morte de Pedro Gonçalves Garrido:
a sua viúva, D. Maria da Costa, tentou anular a instituição do morgadio
e a abdicação que fizera da sua legítima a favor deste; também os filhos,
frei Francisco Xavier e Frei Pedro Garrido, conventuais da Ordem de Avis,
com o apoio de sua mãe, a referida D. Maria da Costa, contestaram na justiça,
ainda que sem sucesso, a abdicação que haviam feito dos seus direitos14.
O investimento de Pedro Álvares Garrido conheceu frutos quando o
herdeiro de sua Casa, Lourenço Xavier Garrido (1713-1782), se tornou
fidalgo da Casa Real15.
O percurso de Lourenço Xavier Garrido e da sua geração demonstra a
consolidação da condição fidalga da família Garrido. Para além de se ter
tornado familiar do Santo Ofício (1733)16 e cavaleiro da Ordem de Cristo
(1738), acumulou cargos de poder nas instituições da região, como o de
capitão-mor e vereador da Câmara de Penela (1753-1757), o de mestre de
campo honorário de infantaria auxiliar (1738), mordomo da Universidade
(1754) ou de monteiro-mor da cidade e comarca de Coimbra (1760)17.
Desempenhou ainda a função de intendente do corte de madeira de
carvalho na região de Coimbra e de Leiria para a Ribeira das Naus, para
além de ter actuado como procurador da Patriarcal na região centro18.

14
AUC, PFM, Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da Casa
dos Garridos (178?-1822), fl. 8.
15
Foro de Cavaleiro fidalgo atribuído, pelos serviços prestados pelo seu pai nas guerras
contra Castela no reinado de D. Pedro II, em 28 de Abril de 1751 (ANTT, RGM, D. José I,
liv. 2, fl. 426).
16
ANT, HSO, Lourenço, maço 6, doc. 99.
17
Carta de monteiro-mor de Coimbra, datada de 18 de Junho de 1760. ANTT, RGM,
D. José I, liv. 14, fl. 411.
18
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
Casa dos Garridos (178?-1822), fls. 227-229, 238-239.
142 Ana Isabel Ribeiro

O desempenho deste cargos permitiu-lhe criar na Corte algumas relações


importantes, destacando-se a ligação a Manuel José Peyrilongue, provedor
da Casa da Moeda de Lisboa, homem próximo do Marquês de Pombal,
que se tornou amigo da família, tendo mesmo hospedado em sua casa
Pedro Álvares Garrido, filho de Lourenço Xavier Garrido19. Manuel José
Peyrilongue socorreu Lourenço Xavier Garrido, em momentos de dificul­
dade económica, concedendo-lhe um avultado empréstimo. Esta dívida
originou o sequestro da Quinta da Boiça (1773), colocando o herdeiro da
Casa, José de Melo Coutinho Garrido, perante a necessidade de afastar o
pai da administração e de arrendar os rendimentos do património familiar
a Melchior Manso, durante quatro anos (1773-1777), para garantir os
alimentos dos seus irmãos solteiros20. Mas esta não foi a única dívida que
Lourenço Xavier legou à sua Casa – na sequência do desempenho do referido
cargo de intendente do corte de madeiras na região de Leiria, e depois de ter
gasto antecipadamente os 4000 cruzados de ajudas de custo para a tarefa,
pagou muito do corte à sua custa, sustentando engenhos e oficiais. Assim,
da intendência de Leiria ficou com uma dívida de 1.753.934 réis que originou
penhora dos móveis que Lourenço Xavier Garrido possuía numa casa em
Vieira de Leiria. Num momento economicamente delicado para a Casa,
a carreira e a experiência profissional de José de Melo Coutinho Garrido
permitiram-lhe mobilizar relações que se revelaram essenciais para suster
penhoras, resolver questões jurídicas e organizar a gestão de um património
à beira da dissolução.
Outra relação importante foi a estabelecida com o Marquês de Marialva
(e conde de Cantanhede), D. Pedro José de Alcântara Meneses Noronha
Coutinho. Em 12 de Agosto de 1750, o marquês de Marialva dirigiu uma
carta a Lourenço Xavier Garrido, aceitando ser padrinho de sua filha.
Esta carta foi acompanhada de uma procuração do referido marquês passada
a António Gonçalves Garrido, para o representar na cerimónia religiosa21.

AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
19

Casa dos Garridos (178?-1822), fls. 12.


20
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 20.
21
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, cx. I,
doc. 14.
A construção de uma identidade nobiliárquica 143

Também a escolha matrimonial de Lourenço Xavier Garrido denota a


ascensão social da família e a pretensão de se associar a famílias fidalgas
mais tradicionais. Como tivemos oportunidade de referir, o herdeiro da
Casa dos Garridos consorciou-se, em 1732, com D. Dionísia Antónia de
Melo Coutinho, senhora herdeira da Casa de seu pai, pertencente a um ramo
secundário da família dos Pereira Coutinho22. D. Dionísia era herdeira de
um morgadio em Miranda do Corvo instituído em testamento pelo capitão­
‑mor de Miranda do Corvo, António Fernandes Miranda e pela sua mulher
D. Maria Francisca. Esta ligação permitiu aos Garridos penetrarem numa
rede de parentesco que os ligou a importantes famílias da região de Coimbra
(Ribeiro, 2013: 164-180).
Lourenço Xavier Garrido e D. Dionísia tiveram dez filhos cujos destinos
denotam o padrão da fidalguia adoptado, padrão intimamente ligado ao
instituto do morgadio. Sendo o património vinculado indivisível, transitando
em bloco para o herdeiro designado – neste caso o filho mais velho –
excluía os restantes filhos da maior parte da herança familiar. Estes viam-se
obrigados a procurar outros modos de subsistência. Na geração anterior,
os filhos segundos tinham sido exclusivamente orientados para o universo
eclesiástico já que a ausência de património e a cultura nobiliárquica vigente
lhes vedavam o matrimónio. Contudo, na geração dos filhos de Lourenço
Xavier Garrido podemos já percepcionar algumas mudanças que se afirmarão
nos comportamentos familiares nobiliárquicos ao longo do século XVIII.
A análise da tabela 2 permite-nos detectar as continuidades, mas sobretudo
as mudanças no paradigma dos comportamentos e destinos familiares no
seio desta geração de Garridos. Em primeiro lugar, devemos sublinhar a
manutenção do modelo reprodutivo vincular como o grande estruturante
do destino dos membros da família – a designação de um administrador de
Casa, cujos critérios continuavam a ser os da primogenitura e a da varonia
(embora a sucessão feminina fosse possível), que tutelava a gestão do
património. Sendo uma Casa que possuía poucos bens livres, isso significava
serem os filhos segundos obrigados a encontrar meios de sustento próprios
– os filhos de Lourenço Xavier Garrido continuaram a procurar esse meio

AUC, Registos Paroquiais de Coimbra, freguesia de Miranda do Corvo, Casamentos


22

1719-1783, fl. 47.


144 Ana Isabel Ribeiro

de sustento (e para alguns de continuação do engrandecimento da Casa) na


carreira eclesiástica: dois dos filhos varões tornaram-se eclesiásticos e duas
das filhas religiosas do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra.
Relativamente à geração anterior, verificamos que, a par das carreiras
eclesiásticas, a magistratura passou a constituir-se como uma alternativa
de sustento e até de promoção social: dois dos filhos de Lourenço Xavier
Garrido seguem esta via, inclusivamente o administrador da Casa – José de
Melo Coutinho Garrido – que prosseguiu uma importante carreira (exerceu
o cargo de corregedor da comarca de Coimbra entre 1789 e 1795) que mais
tarde abandonou para se dedicar à gestão da Casa paterna que atravessava
um momento especialmente difícil em resultado das dívidas acumuladas
pelo seu pai (Ribeiro, 2013: 337-368).
Foi no contexto desta carreira que pode contratualizar uma aliança matri­
monial muito vantajosa: na qualidade de juiz do crime do Porto (1760­‑1772)
manteve contacto prolongado com a importante fidalguia que pontuava na
Câmara da cidade invicta. Uma dessas famílias fidalgas era a dos Guedes,
senhores da Quinta e morgado da Aveleda, em Penafiel (Nunes, 2009:
151­‑154). Foi no seio desta família, que à data residia na cidade do Porto,
que José de Melo escolheu a sua futura mulher, D. Tomásia Januária Guedes
de Carvalho Meireles (1741-1802). D. Tomásia Bárbara era uma das filhas
de Gonçalo Meireles Guedes de Carvalho e de D. Francisca Joana Guedes
da Costa. O referido Gonçalo Meireles Guedes de Carvalho era fidalgo da
Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo (1738), familiar do Santo Oficio
(1738), senhor do morgado da Aveleda (vínculo instituído em testamento,
em 1692), tendo, igualmente, exercido o cargo de almotacé da Câmara do
Porto entre 1740 e 1743.
O processo de aproximação à jovem e à sua família espelha bem a
importância da rede de relações na estruturação de um aliança matrimonial
importante – José Melo Coutinho Garrido recorreu a um amigo da família
e homem das suas relações para estabelecer uma aproximação à jovem e à
sua família, que conhecendo as intenções do magistrado, aprovou a união –
“Esta senhora foy pedida por meu pay so para esse fim e quem procurou
saber a vontade da dita senhora foy o serurgiao mor do Regimento
chamado Antonio Ferreira (?), homem nobre e de distintas qualidades,
e muito amigo da Casa do Posso das Patas onde vevia a dita senhora na
Tabela 2 – O destino dos filhos de Lourenço Xavier Garrido e de D. Dionísia Antónia Coutinho
Nome Carreira Outras informações
? Um rapaz que morreu à nascença23
Maria Inês (1734-1742) Faleceu criança com 8 anos
José de Melo Coutinho Bacharel em Cânones (1756) Familiar do Santo Ofício (1756)
Garrido (1736-1822) Monteiro mor de Penela (1770)
Capitão-mor de Penela (1782) Cavaleiro da Ordem de Cristo (1749)
Vereador da Câmara de Penela (1758, 1759-1761, 1806,
1810) Fidalgo da Casa Real (1751)
Magistrado (Juiz de fora de Montemor-o-Velho, Juiz do
Crime do Porto, corregedor de Viana e Coimbra)
Administrador do morgadio dos Garridos e do de Miranda
do Corvo
Pedro Álvares Garrido Bacharel em Cânones Cavaleiro da Ordem de Cristo (1749)
(1738-?) Eclesiástico (abandonou a vida eclesiástica)
Deputado do Santo Ofício de Coimbra (1760) Fidalgo da Casa Real (1761)
Promotor do Santo Ofício de Évora (1765) (demitido
destas funções em 176925) Levou um estilo de vida aventureiro, tendo sido condenado
A construção de uma identidade nobiliárquica

Enveredou, depois, pela carreira militar a degredo, mas viu a sua pena comutada (desconhecemos
o crime)24
Joana Coutinho Garrido Religiosa do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra
2324
(1739-?)

23
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 13.
24
145

AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 15.
146

Nome Carreira Outras informações


Lourenço Manuel Cónego secular de S. João Evangelista (Lóios) Fidalgo da Casa Real (1761)
Coutinho Garrido Obteve um benefício na colegiada de S. Pedro de
Apesar do seu benefício render mais de 200.000 réis anuais,
Coimbra. acaba por renunciar a este rendimento.
António de Salema Bacharel Fidalgo da Casa Real (1761)
Noronha Magistrado (juiz de fora de Penela (1772) e de Montemor­ Herdeiro de seu tio, Pedro Álvares Garrido, freire de Avis
Coutinho Garrido ‑o-Velho) e comissário do Santo Ofício. Quando recebeu a herança
deixou a carreira de magistratura.
João Bernardo Fidalgo da Casa Real (1750)
Coutinho Garrido
Casou abaixo da sua condição.
Herdeiro de seu tio, Pedro Álvares Garrido, freire de Avis e
comissário do Santo Ofício. Recebeu um capela da Coroa.
Ana Isabel Ribeiro

Diz José de Melo Coutinho Garrido que não estudou visto


ter “… falta de vista e prizão na lingoa…25.
Dionísia Clara Recolhida no Mosteiro de Santa Clara de Coimbra
Coutinho Garrido
Ana Rita de Melo Salema Casou, contra a vontade da família, com Carlos Barba
25
Noronha Coutinho Ribeiro de Sousa, magistrado, oriundo da Batalha.
Garrido (1744-?) Enviuvou cedo, tendo ficado com três filhos a seu cargo

25
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 16.
A construção de uma identidade nobiliárquica 147

companhia da sua may, tia Maria e irmãos e por todos muito amada e
estimada e por todos aprovado o casamento…” 26. Os noivos receberam
as bênçãos matrimoniais na casa de família de D. Tomásia Januária, no
Rossio das Patas, na freguesia de Santo Ildefonso, no Porto, sendo a união
oficializada através de procuradores (Lourenço Xavier Garrido como
procurador de José de Melo Coutinho Garrido e o irmão de D. Tomásia,
Manuel Meireles Guedes de Carvalho, como procurador da noiva),
na Casa de João Gonçalo de Almada, no dia 23 de Janeiro de 176827.
Esta aliança significou o alargamento da rede relacional e de influência
da família Garrido que quebrou, em termos de mercado matrimonial,
as barreiras regionais (até aqui, as noivas que tinham entrado para a família
Garrido eram todas oriundas da região centro), permitindo a criação de um
ligação de parentesco com uma família de fidalguia, património e influência
muito mais consolidadas que as suas. Por outro lado, demonstra-se que, mais
do que uma estratégia familiar de procura activa da parceira matrimonial
ideal, foram as circunstâncias (neste caso profissionais) a ditar a aproximação
à futura esposa (Engelen, Kok e Paping, 2004: 239-251)
A aliança com os Meireles Guedes consolidou-se através das escolhas
de padrinhos que José de Melo Coutinho Garrido fez para os seus filhos.
A maior parte das escolhas recaíu sobre familiares de D. Tomásia Januária
Guedes de Carvalho Meireles (avô, irmão, irmãs, tia). Claramente José
de Melo Coutinho Garrido procurava cimentar os laços que o ligavam à
família da mulher. A excepção mais notória a esta política foi a escolha
de D. Francisco de Lemos, Bispo Conde de Coimbra28, que se revelou
instrumental na colocação de alguns varões na vida eclesiástica e na obtenção
de importantes benefícios eclesiásticos.
Outro aspecto de mudança a sublinhar diz respeito ao alargamento
do casamento a outros membros da família que não o primogénito. Até à
descendência de Lourenço Xavier Garrido nenhum filho ou filha segunda

26
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 18.
27
ADP (Arquivo distrital do Porto), Registos Paroquiais do Porto, freguesia de Santo
Ildefonso, casamentos 1767-1773, assento de 23 de Janeiro de 1768, fl. 61.
28
D. Francisco de Lemos apadrinhou Manuel Meireles Guedes Coutinho Garrido. AUC,
Registos paroquiais de Penela, freguesia de S. Miguel, baptismos, 1754-1786, fls. 169v.­‑
-170v., assento de 27 de Julho de 1781.
148 Ana Isabel Ribeiro

haviam casado, uma vez que todos haviam sido canalizados para a vida
religiosa. Nesta geração registamos dois casamentos – o de João Bernardo
Coutinho Garrido e o de D. Ana Rita de Melo Salema Noronha Coutinho
Garrido – contudo, tratou-se de casamentos não desejados, alianças não
negociadas pela família, encaradas como ligações não contributivas
para o engrandecimento Casa e até mesmo prejudiciais ao seu estatuto,
especialmente no caso do casamento de João Bernardo Coutinho Garrido,
cuja esposa é caracterizada como humilde e de origem cristã-nova.
Sobre o enlace de Ana Maria escreve José de Melo Garrido – “Ana Rita,
(..) muito espirituosa foy, muito amada de nosso pay, tendo porem hum genio
muito interrogante que sempre tem exercido (…) e quando casei esteve
algum tempo na minha companhia no Porto, e indo assentar na quinta da
Bouça na companhia do irmão Lourenço Manuel em tempo que era juiz de
fora da vila de Penella Carlos Barba da villa da Batalha se namorarão e
vierão a casar não por nossa aprovação, suposto que era homem nobre e
tinha boa casa, porem o desgoverno de huns e outros reduziu ao estado de
muito pobres…”. Já sobre o casamento do irmão João Bernardo Garrido
refere que tentou agir para impedi-lo – “apesar das minhas diligências e
requerendo a S. Magestade que nao cazasse como cazou pobre e humilde
na villa da Batalha com a filha de hum converso…”29.
José de Melo Coutinho Garrido casou, como referimos, em 23 de Janeiro
de 1768, com D. Tomásia Januária Guedes de Carvalho Meireles, senhora
oriunda de boas famílias, mas de dote pouco significativo. No entanto,
José de Melo deixa antever ter casado na expectativa de vir a usufruir de um
património do qual a sua noiva havia sido nomeada herdeira, expectativa,
que não se veio a concretizar completamente – “Esta senhora (D. Tomásia
Januária Guedes de Carvalho Meireles) so tinha de legitima 5000 cruzados
(…) que vim a receber da mão de seo irmão mais velho Manoel de Meyrelles.
Porem a tya da mesma senhora lhe fes doação de todos os seos bens que
importavao em muitos mil cruzados (…) e a tia doadora se chamava
D. Tomásia Francisca Lopes, era dotada de muito boas qualidades e
esperteza, mas como era muito liberal gastou a maior parte dos bens doados,

AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
29

Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 16.


A construção de uma identidade nobiliárquica 149

ficando livre a quinta e prazo de S. Cosme que renderá quazi trezentos mil
reis e nas minhas filhas se achou nomiado o dito prazo (…). Ha demanda a
respecto deste acrescimo com a filha de meo cunhado (…)30. Como se pode
depreender das palavras transcritas, D. Tomásia Guedes de Carvalho havia
desistido dos bens que lhe cabiam na herança de seu pai, a favor de seu irmão,
Manuel de Meireles Guedes de Carvalho, recebendo como compensação
5.000 cruzados, que lhe foram atribuídos no momento do casamento com
José de Melo Coutinho Garrido.
José de Melo Coutinho Garrido e D. Tomásia Bárbara Januária Guedes
de Carvalho tiveram também uma extensa família. A tabela 3 desvenda o
destino dos seus nove filhos.
Torna-se mais claro, nesta geração, que a vida religiosa já não se afigura
como uma imposição, sem possibilidade de escolha, para os filhos segundos
que, por via da instituição vincular, se encontravam excluídos da fruição
do grosso do património familiar. Contudo, sendo esta uma escolha que
significaria a apropriação de importantes rendimentos por via da obtenção
de benefícios eclesiásticos, muitos dos filhos segundos foram compelidos a
seguir este caminho, embora o chefe da Casa lhes permitisse abraçar outros
destinos – o caso de Manuel Meireles Guedes Coutinho Garrido que o pai
queria canalizar para a vida militar ou o acidentado trajecto de João Bernardo
de Melo Coutinho Garrido que o encaminharia na busca de fortuna, através
dos negócios, no novo mundo (ver tabela 3). Explica-se, desta forma, a razão
porque três dos sete filhos sobreviventes de José de Melo Coutinho Garrido
escolherem a vida religiosa.
Os escritos de José de Melo permitem-nos percepcionar alguns
dos mecanismos que assistiam à apropriação dos cargos e benefícios
eclesiásticos. Em primeiro lugar, a colocação de filhos em certas ordens
religiosas dependia, em larga medida, da existência de parentes próximos
na vida religiosa regular. Dada a importância dos ingressos em gerações
anteriores era relativamente frequente encontrar um tio ou um primo numa
das Ordens de eleição da família: S. Bernardo, Lóios ou até na Ordem
religioso-militar de Avis. Por outro lado, a renúncia funcionava como um

30
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
Casa dos Garridos (178?-1822), fls. 18-19 e Inventário do acervo documental do morgado
da Aveleda, cit., p. 855.
150

Tabela 3 – O destino dos filhos de José de Melo Coutinho Garrido e D. Tomásia Januária Guedes de Carvalho Meireles
Nome Carreira Outras informações
José Guedes de Melo Bacharel em Leis (1791) Fidalgo da Casa Real (1777)
Coutinho Garrido Vereador da Câmara de Penela (1808-1813, 1816, 1818­
(1769-1831) ‑1819)
Magistrado (Juiz de fora de Penela) (1797)
Superintendente do tabaco das três comarcas (1820)
Administrador do morgadio dos Garrido e do morgadio
de Miranda do Corvo (Tróia).
Joaquim de Melo Garrido Doutor em Cânones Fidalgo da Casa Real
(1771-?) Lente na universidade
Cónego e deão da Sé da Guarda
Deão da Sé da Guarda (1828)
Ana Isabel Ribeiro

João Bernardo de Melo Estudou Leis Fidalgo da Casa Real


Coutinho Garrido Freire da Ordem de Avis Enquanto estudante, João de Melo Coutinho Garrido
(1776-?) cometeu um crime (matou um homem e feriu outro, na
freguesia de S. Martinho do Bispo). O pai, mediante o
pagamento de 10 moedas às vítimas e familiares, conseguiu
cartas de perdão de partes que lhe permitiram obter o perdão
régio70.
Recebia, por iniciativa do irmão Joaquim, parte das rendas
do beneficio da Colegiada de Santa Justa em Coimbra
Nome Carreira Outras informações
71
Lourenço Guedes Religioso da Ordem de S. Bernardo
Coutinho Garrido Beneficiado da Colegiada de Santa Justa em Coimbra
(1778-?)
Maria Isabel Coutinho Foi nomeada como vida, pela sua mãe, no prazo de
Garrido (1780-?) S. Cosme, em Gondomar.
Solteira, vivia em casa de seu pai.72
Manuel Meireles Guedes Religioso da Ordem de S. Bernardo73
Coutinho Garrido
(1781-?)
Tomásia Narcisa Foi nomeada como vida, pela sua tia, no prazo de S. Cosme,
Coutinho Garrido em Gondomar.
(1783-?) Solteira, vivia em casa de seu pai74
António Morreu com um ano, na altura em que o seu pai era
A construção de uma identidade nobiliárquica

corregedor da comarca de Viana75


Francisco Morreu com dois ou três anos76, na quinta da Boiça.
151
152 Ana Isabel Ribeiro

A genealogia dos Garrido


A construção de uma identidade nobiliárquica 153
154 Ana Isabel Ribeiro

mecanismo muito importante para manter certos benefícios eclesiásticos


no seio da família, especialmente as conezias que asseguravam ao seu
beneficiário importantes rendimentos (Rodriguez, 2009: 287-309)
O percurso de Joaquim de Melo Coutinho Garrido é esclarecedor –
depois de ingressar na vida religiosa tornou-se cónego da Sé da Guarda
por renuncia de seu tio-avô José Pedro Garrido. A obtenção deste benefício
obrigou, contudo, José de Melo Coutinho Garrido a várias diligências visto
o cónego José Pedro Garrido, por desentendimentos com o chefe da Casa,
não pretender renunciar a favor de seu sobrinho. As palavras de José de
Melo Coutinho Garrido são esclarecedoras relativamente à forma como
circulavam cargos e benefícios eclesiásticos relevantes e se mantinham na
mesma família, geração após geração – “Não obstante ser meu tio pouco
afecto, me vali de três pessoas pera conseguir a referida renuncia…”31.
Por outro lado, a rede de conhecimentos e ligações, sobretudo no universo
eclesiástico, revelou-se fundamental nas pretensões de obtenção de cargos
e benefícios. A família Garrido tinha parentes próximos bem colocados nas
hierarquias eclesiásticas – António Gonçalves Garrido (1697-1760), tio-avô
de José de Melo fora inquisidor-presidente do Santo Ofício de Coimbra,
outro tio-avô, frei Ascenso Garrido, religioso da Ordem de S. Bernardo,
fora procurador-geral dessa mesma Ordem no Porto e o irmão de José de
Melo Coutinho Garrido, Lourenço Manuel Coutinho Garrido, era cónego
secular de S. João Evangelista, detendo um importante benefício na igreja
de S. Pedro de Coimbra que lhe rendia anualmente 200.000 réis. Igualmente
temos que relembrar que D. Francisco de Lemos, Bispo de Coimbra era
padrinho de baptismo de Manuel Meireles Guedes Coutinho Garrido,
filho de José de Melo.
Independentemente das carreiras que seguiram, três dos cinco filhos
varões de José de Melo Coutinho Garrido frequentaram o Universidade,
cursando Cânones ou Leis, tendo mesmo Joaquim de Melo Garrido obtido
o doutoramento em Cânones e, no caso do herdeiro da Casa, José Guedes
Coutinho Garrido, os estudos superiores em Cânones permitiram-lhe
habilitar-se à carreira de Letras, tendo concretizado uma carreira na magistra­

AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
31

Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 23.


A construção de uma identidade nobiliárquica 155

tura, primeiro como juiz de fora de Penela, no ano de 1797 (cargo que
conseguiu por permuta, pois a sua colocação inicial tinha sido em Seia)32 e
mais tarde como superintendente dos tabacos nas três comarcas (Coimbra,
Aveiro e Leiria)33.
Contudo, é no destino das filhas que observamos uma mudança de
postura – “Pello que respeita a estabelecimento e acomodação destas duas
minhas filhas (Maria Isabel e Teresa Tomásia) não me propus a mete-las
freiras, acomodação e estado que não julgo bem sem ser por vocação ou
livre vontade que de ordinário so teem as meninas que em tenra idade
são metidas nas clausuras e não derão de fazer avultada despeza com os
dottes, entradas, enxuvais e estabelecimento de tenças. Também não julgo
fortuna nenhuma em casarem e, suposto que lho não posso catholicamente
impedir, estimarei que não o façam…”34. Nuno Gonçalo Monteiro constatou
nas Casas aristocráticas da Corte (Monteiro, 1998: 185) a substituição,
sobretudo no caso das mulheres, do destino religioso pela continuação da
sua vivência na casa paterna, ainda que celibatária, passando o seu sustento
a depender directamente do chefe da Casa (pai ou irmão), cuja autoridade
deviam respeitar e a quem deviam obedecer nas suas decisões. Ou seja,
o casamento de filhas não herdeiras continuava a ser encarado com muita
prudência, sendo, sempre que possível evitado, como fica explícito nas
palavras de José de Melo Coutinho Garrido.
Os comportamentos que temos vindo a descrever acentuam-se na geração
seguinte, ou seja, na descendência do primogénito de José de Melo, José
Guedes Coutinho Garrido.
Nascido em 1769, quando o seu pai ainda desempenhava as funções de
juiz de fora do crime da cidade do Porto, em 11 de Outubro de 1804, casou
com D. Tomásia Rita Fonseca Tudela (1787-1812)35. A noiva, à data com 16
anos (José Guedes contava já 35 anos), pertencia a uma família com quem os
Garridos mantinham relações muito próximas: os Morato Tudela – “Cazou
32
ANTT, RGM, Maria I liv.28, fl. 240v. Nomeação de 11 de Agosto de 1797, como juiz
de Fora de Penela.
33
ANTT, RGM, D. João VI, liv.16, fl.45v. Nomeação de 1 de Setembro de 1820.
34
AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
Casa dos Garridos (178?-1822), fls. 27-28.
35
AUC, Registos paroquiais de Montemor-o-Velho, freguesia da Carapinheira,
casamentos, 1754, 1809, fl. 176v.
156 Ana Isabel Ribeiro

(José Guedes Coutinho Garrido) (…) com D. Thomazia Ritta Tudellla da


Fonseca Castilho, tendo esta de idade dezasseis anos, (…) e era afilhada
de bautismo de minha mulher D. Thomazia Barbara Januária Guedes de
Carvalho, tendo e havendo entre as nossas famílias hua antiga, verdadeira
e estreita amizade…” – comprova-se, novamente, a importância das redes
de parentesco e de sociabilidade na escolha de parceiros matrimoniais (e a
importância da mediação feminina neste contexto) (Rodrigues, 2003: 627).
O avô de D. Tomásia Rita, Félix Tomé de Freitas Morato, fora muito
amigo de José Pedro Garrido, cónego da Sé da Guarda, tio-avô de José
Guedes Coutinho Garrido. Era natural de Lares, na freguesia de S. Salvador
de Maiorca; fora familiar do Santo Ofício (1737) e cavaleiro da Ordem de
Cristo (1756). Casara, em 1745, com D. Rita Josefa Tudela de Castilho
Prado e Costa (n. 1723). A amizade entre Félix Tomé e José Pedro Garrido
levara a que este inicialmente considerasse renunciar o seu canonicato a
favor do filho de Félix Tomé e de D. Rita, renuncia esta que acabou por não
se concretizar36.
As relações entre as famílias foram-se estreitando através dos laços
criados pelos apadrinhamentos – em 14 de Dezembro de 1778, D. Rita
Josefa Tudela de Castilho apadrinhou Lourenço, filho de José de Melo
Coutinho Garrido. Na cerimónia realizada na capela de Nossa Senhora da
Piedade da Quinta da Bouça, representou a madrinha o seu marido, o referido
Félix Tomé de Freitas Morato37. Em 1788, foi a vez de D. Tomásia Bárbara
Januária Guedes de Carvalho Meireles, mulher de José de Melo Coutinho
Garrido, baptizar, como madrinha, Tomásia Adelaide, filha de Francisca
Tudela Morato Castilho e de José da Fonseca Cabral Mesquita e Lemos,
ou seja, a neta de Félix Tomé Morato de Freitas38. Dezasseis anos depois,
Tomásia Adelaide casaria com o filho mais velho de D. Tomásia Bárbara e
José de Melo Coutinho Garrido.

AUC, PFM, Fundo Joaquim Lopes Praça – Morgadio dos Garridos, Livro Mestre da
36

Casa dos Garridos (178?-1822), fl. 23.


37
Cf. AUC, Registos Paroquiais de Penela, freguesia de S. Miguel, baptismos, 1767­
‑1786, fls. 132v.-133v.
38
AUC Registos paroquiais de Montemor-o-Velho, freguesia da Carapinheira, baptismos
1776-1789, fl. 234v. Assento de 21 de Fevereiro de 1788.
A construção de uma identidade nobiliárquica 157

José Guedes e D. Tomásia Adelaide tiveram cinco filhos nascidos entre


1805 e 1812, ano em que D. Tomásia morreu prematuramente (contava
apenas 24 anos) na sequência do último parto39. Tal como o seu pai, José
Guedes utilizou o baptismo dos filhos para formalizar e consolidar a ligação
da sua família com a da sua mulher, neste caso, os Tudela Castilho – as
suas escolhas, no que diz respeito aos padrinhos, recaíram maioritariamente
sobre membros da família da sua jovem esposa, embora também escolhesse
membros da sua própria família (irmãos e irmãs), reforçando com os laços
do parentesco da espiritualidade, os laços gerados pelo parentesco de sangue.
Como se pode observar na tabela 4, três dos filhos de José Guedes
Coutinho Garrido estudaram na Universidade Leis ou Cânones, tendo o
primogénito e herdeiro dos morgadios da família, Aires Guedes Coutinho
Garrido, seguido uma carreira na administração pública que se traduziu
no desempenho de mandatos como governador civil em diversos distritos
do país liberal. Contudo, apesar da sua itinerância pelo território, manteve
uma forte ligação a Penela, através do desempenho do cargo de capitão­
‑mor da vila (cargo ocupado pelos primogénitos da família desde o início
do século XVIII). Igualmente, os seus filhos nasceram na Quinta da Boiça,
o que mais uma vez demonstra a importância desta propriedade como o
lugar simbólico, o ponto de confluência dos elementos da família nos seus
momentos mais decisivos. Em 1838, habitava a quinta com a sua mulher,
os irmãos celibatários, nove criados e um padre, num agregado constituído
por 17 pessoas (Mota, 2000: 296-297). Esta estrutura familiar sublinha a
capacidade do modelo vincular para determinar uma certa organização da
família e manutenção de papéis e destinos individuais.
Augusto Guedes Coutinho Garrido, o quarto filho de José Guedes
Coutinho Garrido, também fidalgo da Casa Real40, teve, no entanto, um
percurso diferente dos seus irmãos. Em 1835, conseguiu uma nomeação
como administrador da alfândega de Luanda41, sendo mais tarde secretário
da comissão mista anglo-portuguesa e do Tribunal de Presas de Luanda

39
AUC, Registos paroquiais de Penela, freguesia de S. Miguel, óbitos, 1786­‑1831,
fl. 7. Assento de óbito datado de 15 de Novembro de 1812.
40
ANTT, RGM, D. Luís I, liv. 18, fl. 15v. Alvará de fidalgo cavaleiro datado de 7 de
Outubro de 1867.
41
ANTT, RGM, D. Luís I, liv. 12, fl. 104v.
158

Tabela 4 – O destino dos filhos de José Guedes Coutinho Garrido e D. Tomásia Rita Tudela
Nome Carreira Outras informações
Aires Guedes Tudela Capitão-mor de Penela (1831) Fidalgo da Casa Real (1835)
Coutinho Garrido Vereador da Câmara de Penela (1832)
(1805-1884) Procurador às Cortes por Penela (1828) Comendador da Ordem de Cristo (1862)
Comandante do Batalhão de Voluntários Realistas de Penela,
afecto à causa miguelista (1832)
Comandante do Batalhão de Guarda Nacional de Penela (1846)
Governador civil de Beja (1860-1861), de Castelo Branco
(1861-65;1869), de Aveiro (1865), de Bragança (1865­‑1866),
de Faro (1866-1868), da Guarda (1868-1869) e de Portalegre
(1868)
Último administrador do morgadio dos Garridos e do morgadio
de Miranda do Corvo
Pompeu Guedes Coutinho Bacharel em Leis (1846) Fidalgo da Casa Real (1866)
Garrido (1810-?)
Ana Isabel Ribeiro

Júlio Guedes Coutinho Bacharel em Cânones (1831)


Garrido Vereador da Câmara de Penela (1833)
Augusto Guedes Administrador da alfândega de 0polLuanda (1835) Fidalgo da Casa Real (1867)
Coutinho Garrido Secretário da comissão mista luso-britânica, estabelecida
(1807-1892) para acabar com tráfico de escravos, provenientes de colónias Solteiro, teve, no entanto, um filho que acabou por
portugueses no Atlântico (nomeado em 1851) legitimar.
Elísio Guedes Coutinho Cadete no batalhão de caçadores da Beira Baixa (antes de 1829) Fidalgo da Casa Real (1835)
Garrido (1808-?) Ajudante de ordens do barão de Santa Comba em Angola, com
a patente de capitão-geral (1829)
Delfim Meireles Guedes Morreu criança90
(1812-1818)
A construção de uma identidade nobiliárquica 159

(entidades criadas para combater o tráfico de escravos na colónia), cargos


que não impediram que estabelecesse importantes relações com os agentes
do tráfico negreiro. Escreve a este respeito Gervase Clarence-Smith – “Outro
imigrante de Portugal foi Augusto Guedes Coutinho Garrido, oriundo de
uma respeitável família nobre do centro de Portugal e que provavelmente
chegou a Angola como funcionário público. Exerceu uma série de cargos
administrativos na colónia, chegando a ser secretário da comissão mista
para a abolição do tráfico de escravos, curiosa posição para um dos maiores
traficantes do século XIX. (…) Não se sabe muito bem que parte da fortuna
pessoal de Garrido é que foi repatriada para a Metrópole, uma vez que
há referências a um Augusto Garrido como um dos maiores traficantes de
Angola na década de 1870” (Clarence-Smith, 1990: 55). Esta última acepção
de Clarence-Smith não é correcta, uma vez que o autor confunde Augusto
Guedes Coutinho Garrido com Augusto Garrido, este sim um importante
homem do tráfico negreiro (Marques, 1999: 325).
Como salienta Clarence-Smith, Augusto Guedes Coutinho Garrido
casou o irmão, Elísio Guedes Coutinho Garrido “… com a filha única da
maior traficante de escravos angolana, Ana Joaquina dos Santos Silva”.
Esta grande senhora, filha de um imigrante português e mãe mestiça, montou
uma rede comercial que se estendia pelo interior de toda a África Central.
Ao contrário de outros grandes traficantes de Luanda, as ligações comerciais
de Dona Ana eram com a Baía e o Recife, no nordeste brasileiro, mais do que
com o Rio de Janeiro. Dona Ana morreu, em Lisboa, em 1859, deixando toda
a fortuna à sua única filha, que residia em Portugal. (Clarence-Smith,
1990: 55; Lopo, 1948: 129-138; Cardoso, 1972: 5-14).
O contexto colonial afigurou-se como uma forma de afirmação social,
mas sobretudo, de acumulação de rendimentos para a última geração dos
Garridos, ainda excluída da partilha do património familiar.
O primogénito de José Guedes, Aires Guedes Coutinho Garrido, casou
com D. Augusta Alpoim Rangel de Quadros, senhora oriunda da fidalguia
aveirense, ligada às famílias Alpoim e Quadros42. Esta aliança pode ser
explicada pelas relações que seu pai soube estabelecer na cidade durante

42
O casamento realizou-se em Aveiro, no oratório da casa do Carmo, em 26 de Dezembro
de 1826. ADAVR (Arquivo Distrital de Aveiro), Registos paroquiais de Aveiro, freguesia da
Vera Cruz, casamentos, 1808-1859, fl. 78v.
160 Ana Isabel Ribeiro

o exercício do cargo de superintendente dos tabacos para as três comarcas


e que o levou a residir em Aveiro durante alguns anos e onde acabou por
falecer em 1822.
O casal teve cinco filhos – Antónia Guedes de Alpoim Garrido (n. 1827),
José Guedes Coutinho Garrido (n. 1828), Júlia Augusta Guedes Alpoim
Garrido (n. 1830), Joana Alpoim Rangel Coutinho Garrido (n. 1832) e
Luís Guedes Coutinho Garrido (n. 1834). Tal como nas gerações anteriores
os padrinhos e madrinhas foram escolhidos entre a parentela Garrido e a
parentela Alpoim Rangel, utilizando, mais uma vez, o apadrinhamento como
forma de consolidação de uma nova aliança familiar.
Desta geração de Garridos conhecemos o destino de José Guedes
Coutinho Garrido – o herdeiro do património da família formou-se em
direito, em 1835, e foi deputado às Cortes por Penela, em 1864, e, tal como
seu pai, exerceu mandatos como governador civil em Bragança (1885) e
em Vila Real (1885-1886). José Guedes nunca casou, no entanto, teve uma
filha natural que acabou por legitimar – Cristina Coutinho Garrido. Cristina
nasceu em Podentes, em 11 de Abril de 1872, tendo sido baptizada como
filha de pais incógnitos, em 24 de Abril de 1872, na igreja de Podentes.
A sua madrinha foi Joaquina Maria que, segundo o assento de baptismo,
havia encontrado a menina à sua porta43. Casou com Adolfo Alves de
Oliveira Guimarães, em 8 de Setembro de 1888. Contava cerca de 16 anos.
Deste casamento nasceu um filho, José Guedes Coutinho Garrido de
Oliveira Guimarães, nascido em 31 de Janeiro de 1897, que faleceu solteiro.
Neste assento Cristina já aparece identificada como filha de José Guedes
Coutinho Garrido, solteiro, residente na quinta da Boiça e de Maria
da Piedade, natural de Forneas44. José Guedes Coutinho Garrido havia
perfilhado Cristina um mês antes do seu casamento, em 11 de Julho de 188845.
A irmã de José Guedes Coutinho Garrido, D. Júlia Augusta Guedes
Alpoim Garrido (n. 1830) casou com José Augusto Macedo Fonseca Tudela
Cabral, herdeiro do morgadio de Ribeira de Moinhos e da quinta do Cabral.

43
AUC, Registos paroquiais de Penela, freguesia de Podentes, fl. 94, assento de baptismo
de 24 de Abril de 1872.
44
AUC, Registos paroquiais de Penela, freguesia de S. Miguel, casamentos 1888-1898,
fls. 7-7v.
45
AUC, Registos notariais de Penela, livro 18, escritura de perfilhação, fls. 30v.-31.
A construção de uma identidade nobiliárquica 161

Como já referimos, a família Garrido e a família Tudela Cabral eram próxi­


mas e já anteriormente haviam estabelecido alianças matrimoniais – a avó
de Júlia Augusta, D. Tomásia Adelaide Rita Fonseca Tudela e a avó de José
Augusto Maria Manuel da Fonseca Tudela de Castilho) eram irmãs.
Os alicerces das fidalguias provinciais serão profundamente abalados
nesta geração pelo desaparecimento de um dos suportes fundamentais
da sua identidade nobiliárquica – o morgadio. O resultado da decisão
régia que extinguiu os vínculos, em 1863, traduziu-se, para a maioria das
casas fidalgas, na fragmentação, a médio prazo, de patrimónios seculares.
Apesar da extinção dos vínculos, o referido decreto garantia, a médio
prazo, a manutenção de unidade dos anteriores patrimónios, uma vez que
estipulava que “(…) Metade dos bens desvinculados, (…) ser reservada
para o immediato successor do morgado ou capella extincta, nascido ou
concebido ao tempo da promulgação da presente lei, sendo descendente,
irmão, filho ou neto de irmão do actual administrador (…) (art. 2º)” e
salvaguardava o direito dos administradores conservarem “ (…) até á sua
morte o usufructo da parte dos bens desvinculados, que fica reservada ao
immediato successor (…) (art. 4º)” 46.
No caso dos Garridos, decisões anteriores tomadas no sentido de
racionalizar o património vinculado, nomeadamente o facto de Aires Guedes
Coutinho Garrido, com aprovação de seu filho primogénito e herdeiro,
ter fundindo num só vínculo o morgadio dos Garridos (Quinta da Boiça) e
a Casa de Miranda do Corvo47 e o facto do herdeiro da Casa, José Guedes
Alpoim Coutinho Garrido, não ter casado, e só ter tido uma filha natural,
mitigou esta situação, permitindo à família manter a sua propriedade mais
emblemática (a Quinta da Boiça) e o seu papel social e económico na
comunidade de Penela, no final do século XIX.
No início do século XX, a Quinta da Boiça transitará para a família
Corte-Real (condes de Fijô), por via do casamento do 3º conde, José de
Castro Falcão Soares de Albergaria Corte-Real, com D. Leopoldina de
Lemos Teixeira da Silva Lima (em 17 de Dezembro de 1927), a quem a

Decreto de Lei nº114, de 21 de Maio de 1863.


46

AUC, Registos notariais de Penela, livro 18, escritura de anexação de vínculos, datada
47

de 19 de Fevereiro de 1862
162 Ana Isabel Ribeiro

propriedade havia sido doada, por seu pai, Delmino Aníbal de Lima, através
da convenção antenupcial que antecedeu o casamento. Nesse documento a
propriedade foi avaliada em 80 contos48. Delmino Aníbal de Lima, importante
industrial e proprietário de Coimbra, havia adquirido a Quinta da Boiça,
por compra, ao conselheiro Adolfo Alves de Oliveira Guimarães, viúvo de
D. Cristina Coutinho Garrido, em 10 de Agosto de 1922, pela quantia de
oitenta mil escudos. Através desta escritura ficamos também a saber que,
à data da compra, a referida quinta e todas as suas pertenças se encontravam
vinculadas a um contrato de arrendamento realizado entre o conselheiro
Adolfo Alves de Oliveira Guimarães e João Cordeiro Dias, contrato esse
com uma duração de 10 anos, estabelecido por uma escritura pública, datada
de 27 de Novembro de 1913. Note-se que a venda dizia respeito à Quinta
da Boiça de Baixo e incluía o solar, dependências rústicas, casa de caseiros
e terras de cultivo. As terras de cultivo da intitulada Quinta da Boiça de
Cima já haviam sido alienadas anteriormente pela família Garrido, tendo,
à data, vários proprietários49.
Terminava, desta forma, a longa relação da família Coutinho Garrido
com a Quinta da Boiça e iniciava-se a sua ligação à família Corte-Real,
ligação esta que ainda hoje perdura na memória dos habitantes da região.

48
AUC, Registos notariais de Coimbra, livro de notas de Augusto Máximo de Figueiredo
(nº 243), escritura de 16 de Dezembro de 1927, fls. 86-91.
49
AUC, Registos notariais de Coimbra, livro de notas de Augusto Máximo de Figueiredo
(nº 200), escritura de compra de 10 de Agosto de 1822, fls. 76-79.
Bibliografia
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progressos que assombram e dezenganos que aproveitam. Por Antonio


Correa da Fonseca e Andrade – Rellação em summa da forma en que a
Caza de Aveyro se administrava no tempo em que se achava em sequestro
pella abzencia do duque D. Raymundo e pondose em administração
por falecimento do duque D. Pedro inquisidor geral a forma em que
se administrou athe o prezente com a noticia das rendas que tem, e dos
officios da arrecadação da fazenda, e alguns de justiça que são pagos
pella caza.

Biblioteca da Ajuda
– Livro das avvaliaçõis de todos os offiçios do reino de Portugal. Anno 1640.

Arquivo Nacional Torre do Tombo


– Chancelaria de D. Afonso VI. Doações ofícios e mercês.
– Chancelaria de D. João III. Doações, ofícios e mercês.
– Chancelaria de D. João V. Doações, ofícios e mercês.
– Chancelaria de D. Manuel.
– Chancelaria de D. Pedro II. Doações, ofícios e mercês.
– Chancelaria de D. Sebastião e D. Henrique. Doações, ofícios e mercês.
– Chancelaria-mor da Corte e Reino. Livro 14.
– Confirmações Gerais.
– Feitos Findos. Casa da Suplicação.
– Habilitações para Familiar do Santo Ofício.
– Ordem de Santiago e Convento de Palmela.
– Registo Geral de Mercês. D. Pedro II, D. José I, D. Maria I, D. João VI
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MONTEMOR-O-VELHO
Arquivo Municipal de Montemor-o-Velho
– Livro das Avaliações dos Officios, Alcaydarias móres, & Capellas da
Ouvedoria de Monte-mor o Velho e Villas ãnexas á sua jurisdição.
Feyto por ordem de Sua Magestade por Lourenço Pirez Carvalho do seu
Conselho, seu Sumilher de Cortina, Deputado da Meza da Consciencia,
e Ordens, e da Junta dos Tres Estados. Escripto por Francisco Tinoco da
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