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Universidade de Brasília

Departamento de Economia

FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL


Atividade – “êxito inicial da empresa agrícola”

NOME: Luiz Menezes Azevedo Filho MATRÍCULA: 202033820

De acordo com a aula e a leitura indicada, responda:

Celso Furtado escreveu: “A exploração econômica das terras americanas deveria parecer,
no século XVI, uma empresa completamente inviável” Como se explica então, para
Furtado, o sucesso do empreendimento lusitano no Brasil?

RESPOSTA:
Com a expansão marítima em vigor e o crescimento de outras potências europeias,
Portugal e Espanha viram-se obrigadas a criar estratégias para proteger suas novas
possessões no continente americano.
O império lisboeta optou por defender o território colonial por meio da ocupação.
Em razão das dificuldades financeiras e logísticas de se manter uma proteção
essencialmente militar, estruturou-se uma perspectiva empresarial. A escolha foi pela
produção da cana de açúcar.
Dessa maneira, Celso Furtado dedica os três primeiros capítulos do livro
Formação Econômica do Brasil a explicar o êxito do Brasil como empreendimento
agrícola português.
O autor destaca que existiu um conjunto de circunstâncias favoráveis que
possibilitaram tal sucesso, mas que tudo estava estruturado com “o desejo e o empenho
do governo português de conservar a parte que lhe cabia das terras da América, das quais
sempre se esperava que um dia sairia o ouro em grande escala” (FURTADO, 2005, p.22).
Conforme citado acima, algumas condições existentes foram determinantes para
o sucesso da empreitada. Inicialmente, cita-se o fato dos portugueses já dominarem a
produção da cana de açúcar em outras colônias ao longo do atlântico.
Outros dois fatores importantes foram a criação de mercado e o financiamento da
atividade empresarial. Nesse aspecto, a colaboração dos holandeses foi essencial, pois,
segundo Celso Furtado, eram o único povo com conhecimento abrangente para
desenvolver um mercado de dimensões satisfatórias para absorver a nova demanda de
açúcar, além de possuírem o capital necessário para viabilizar toda essa estrutura.
Universidade de Brasília
Departamento de Economia

Adiante, é imprescindível esclarecer a questão da mão-de-obra escrava africana,


dado que ela possibilitou a redução de custos em relação à contratação de força de
trabalho europeia, a qual em Portugal já era relativamente escassa.
Em paralelo a isso, os portugueses já possuíam amplo conhecimento do mercado
de escravos africanos, atividade que ao longo do tempo tornou-se também fonte de renda
paralela.
Por fim, expõe-se a circunstância do monopólio. Ironicamente, o fato da Espanha
ter descoberto metais preciosos em suas colônias americanas antes de Portugal foi um
fator positivo para o desenvolvimento da atividade agrícola no Brasil.
Isto se deu em razão do império espanhol ter concentrado todos os seus recursos
apenas em extrair os metais do território colonial sem desenvolver outra atividade.
Dessa maneira, apesar de possuir terras mais férteis para produzir açúcar – além
de mais próximas da Europa – bem como mão-de-obra indígena mais barata que a
africana e maior poderio financeiro, a Espanha possibilitou que Portugal estabelecesse
um monopólio no mercado de açúcar, o qual garantiu o sucesso da exploração econômica
da américa portuguesa no século XVI.

BIBLIOGRAFIA

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil, 32ª ed., São Paulo: Editora
Nacional, 2005.

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