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Universidade de Brasília

Departamento de Economia

FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL


Atividade – “economia do açúcar”

NOME: Luiz Menezes Azevedo Filho MATRÍCULA: 202033820

De acordo com a aula e a leitura indicada, responda:

A) Explique, de acordo com Celso Furtado, as razões pelas quais, apesar do elevado
potencial de capitalização, a economia açucareira não propiciou um processo de
desenvolvimento de autopropulsão.

RESPOSTA:

Como primeiro fator, Celso Furtado destaca a renda de não-residentes. Em outras


palavras, uma parcela dos ganhos com a empresa do açúcar não ficava nas mãos dos
usineiros ou donos de canaviais, mas com os comerciantes.
É importante lembrar que os flamengos, em especial os holandeses, detinham a
tecnologia de refino e comercialização do açúcar, assim como participavam do lucrativo
tráfico de cativos africanos, e por isso ficavam com boa parte dos lucros.
Ademais, havia os interesses metropolitanos e de seus parceiros comerciais
(holandeses) de não criar atividades que pudessem competir com a empresa açucareira.
Nesse sentido, ressalta-se que os bens de consumo dos senhores de engenho eram
todos importados, pois existia até a proibição de fabricação deles em território colonial.
Por fim, a quantidade de recursos que permanecia no Brasil era altamente
concentrada. E, segundo o autor, a elite abastecida pela empresa açucareira – a qual
detinha capacidade de dinamizar a economia – realizava gastos bastante reduzidos no
mercado interno inviabilizando seu desenvolvimento.
Em conclusão, para Celso Furtado não havia nenhuma possibilidade de
crescimento de autopropulsão em razão da lógica econômica escravista em detrimento do
mercado interno, o qual seria por hipótese um elemento fundamental de desenvolvimento
econômico.
Universidade de Brasília
Departamento de Economia

B) Discorra sobre o(s) comportamento(s) da economia açucareira em face do declínio do


preço internacional do açúcar. Procure explicitar os fatores responsáveis pelo(s)
comportamento(s) apontado(s).

RESPOSTA:
Apesar de parecer incongruente para a atualidade, o comportamento da economia
açucareira brasileira nos séculos XV e XVI era idêntico tanto nos períodos de alta e queda
do preço internacional.
Esta situação ocorria em razão da própria estrutura da empresa açucareira, a qual
tinha reduzida capacidade de transformação. De maneira sintética, pode-se dizer que o
custo de produção era praticamente invariável.
A causa disto era que depois dos investimentos em equipamentos e na mão-de-
obra escrava, o gasto dos senhores de engenho era quase nulo. Quanto à manutenção dos
cativos, Celso Furtado escreve que os escravos produziam o pouco que era suficiente para
a subsistência.
Dessa forma, era sempre conveniente manter a produção no máximo executável,
pois esse seria o máximo lucro possível.

BIBLIOGRAFIA

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil, 32ª ed., São Paulo: Editora
Nacional, 2005.

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