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Para que uma substancia seja reabsorvida, ela tem que ser transportada através das membranas
epiteliais para o liquido intersticial renal, e posteriormente através da membrana dos capilares
peritubulares é reabsorvido para o sangue. O transporte é feito tanto através das membranas (
intracelular) como através dos espaços juncionais entre as células ( paracelular).
TRANSPORTE ATIVO
Além disso, para facilitar o processo de absorção e aumentar a superfície de contato de proteínas, a
superfície da membrana celular é composta de microvilosidades que caracterizam uma superfície
em formato de escova.
Os cotransportadores SGLT1 e SGLT2 ficam localizados próximos a borda em escova, e atuam para
que o sódio e a glicose passem da membrana luminal para o meio intracelular. Cerca de 90% da
glicose é recolhida no inicio do tubo coletor pelo SGLT2, e a parte residual ( 10%) é coletada no final
pelo SGLT1. A passagem do meio intracelular para a parte basolateral da membrana é feita através
do GLUT1 e do GLUT2, que são transportadores específicos de glicose.
SECREÇÃO TUBULAR
Do mesmo jeito que ocorre transporte de reabsorção para dentro da célula, o corpo se livra de
alguns metabolitos através do processo de secreção tubular. A energia utilizada no processo de
reabsorção é utilizada no contra processo, principalmente para eliminação de H+ para o lúmen, que
será excretado. A secreção tubular é responsável, além do controle de pH pela eliminação de íons
hidrogênio, também elimina metabolitos de drogas utilizadas no corpo.
Grandes moléculas, como por exemplo proteínas, são reabsorvidas através de um processo de
pinocitose. Isso acontece através de um processo de invaginação da membrana em escova, que
envolve toda a molécula de proteína e cria uma espécie de vesícula, onde a mesma será digerida em
vários aminoácidos diferentes e assim reabsorvidos pelo sangue.
SATURAÇÃO NO TRANSPORTE DE SOLUTO
No entanto, existem também substancias que não possuem um limiar máximo de transporte, e
portanto, a regulação se dá através da intensidade, que é definida através de alguns fatores. São
estes:
1- GRADIENTE ELETROQUIMICO
2- PERMEABILIDADE DA MEMBRANA
3- TEMPO QUE A SOLUÇÃO PERMANECE NO TUBULO
Como a concentração de soluto diminui após ser filtrado, a diferença dos gradientes permite a ação
do mecanismo de osmose, absorvendo a água em excesso que seria descartada pelo rim. A agua em
sua passagem também pode arrastar outras substancias, e isso é chamado de arrasto de solventes.
No entanto, a quantidade de agua que será reabsorvida é dada através da permeabilidade de cada
membrana.
Unidos majoritariamente ao sódio por causa do potencial elétrico, os cloretos pegam carona e são
reabsorvidos junto com o sódio. No entanto, pode ser reabsorvido por transporte ativo secundário
também.
Já no caso da ureia, a mesma é reabsorvida por transporte passivo ao longo da maioria do túbulo.
Metade da ureia gerada no filtrado glomerular é reabsorvida e a outra metade é excretada na urina.
Cerca de 65% do sódio e da agua e uma menor quantidade de cloretos que passaram no filtrado
glomerular são absorvidos logo no túbulo proximal. As células do túbulo proximal possuem muitas
mitocôndrias para suportar toda a dinâmica do transporte ativo que existe naquela região , além das
bordas em escova e labirintos celulares que facilitam o processo.
Na primeira metade do túbulo, o sódio é reabsorvido pelos cotransportadores junto com a glicose e
outras substancias.
O túbulo proximal é também responsável pela secreção ( para mandar pra urina) diversas
substancias que são metabolitos do corpo. Secreta sais biliares, oxalato, fármacos, toxinas e etc que
vão todas para a urina serem metabolizados.
A alça de Henle é dividida em três segmentos, descendente fino, ascendente fino e ascendente
espesso. A parte do descendente fino e ascendente fino possuem níveis baixos de metabolismo e
portanto, poucas mitocôndrias em suas células, enquanto na parte do ascendente espesso possui
um alto metabolismo e muitas mitocôndrias.
Na parte descendente do segmento fino, onde a permeabilidade a água é muito grande, mais de
20% de toda a agua filtrada é reabsorvida. Com a água vem alguns solutos como Na+ e uréia por
meio de arrasto de solvente.
A parte ascendente, tanto a fina quanto a grossa, são praticamente impermeáveis a agua. No
entanto, devido ao alto metabolismo da parte espessa principalmente, grandes quantidades de
soluto são reabsorvidas ( Na+, cloretos e K+ ). O transporte é dado através da bomba de sódio e
potássio ATPASE, que mantem a concentração intracelular de sódio baixa e portanto, funciona
produzindo um gradiente favorável para a reabsorção tubular.
TÚBULO DISTAL
A primeira parte do túbulo distal forma um conjunto de células epiteliais agrupadas chamadas de
macula densa, que faz parte do complexo justaglomerular e fornece o controle do feedback da FG e
do fluxo sanguíneo no néfron. A parte seguinte do túbulo distal tem baixa permeabilidade a agua e a
ureia, por isso é chamado de túbulo diluidor.
São compostos por células principais e células intercaladas. As células principais secretam K+ para o
lúmen e reabsorvem Na+, enquanto as células intercaladas reabsorvem o K+ secretados pela
principal e secretam H+, que será excretado.
Nas células principais, a concentração de sódio intracelular é baixa, fazendo com que o sódio tenha
sua difusão facilitada para dentro da célula . Enquanto isso, a secreção de K+ é dividido em duas
etapas. Primeiramente ocorre a entrada de K+ da membrana basal para a célula por meio da bomba
sódio potássio ATPASE. Posteriormente, o K+ se difunde a favor de seu gradiente para o liquido
tubular. Justamente nessa parte ( CELULAS PRINCIPAIS) que atuam os diuréticos poupadores de K+.
Nas células intercaladas ocorre a secreção de hidrogênio por meio de transportadores específicos (
hidrogênio atpase). Ocorre a liberação de hidrogênio por meio da formação do ácido carbônico (
anidrase carbônica ) , que se dissocia em h+ e bicarbonato, no qual o ultimo fica disponível para ser
reabsorvido a cada h+ secretado. O H+ acaba por ser excretado, favorecendo a regulação do pH.
A intensidade de reabsorção de sódio nas membranas do túbulo distal é controlada pela ação da
aldosterona.
No ducto coletor medular ocorre a reabsorção final e processamento da urina. 10% da água é
reabsorvida por lá, tendo papel importante para a formação da urina.
1- Permeabilidade de água é controlada pelo ADH. Se tem muito ADH, pouca água sera
utilizada e assim a urina fica mais concentrada.
2- É permeável a ureia e contribui no papel de concentração da urina.
3- Capaz de secretar H+ contra o gradiente, importante na regulação do PH.
CONTROLE DA REABSORÇÃO
Serve para evitar a sobrecarga de reabsorção sobre algum componente do nefron quando a filtração
glomerular for maior, aumentando portanto a filtração sobre os outros componentes também
Quando a pressão arterial aumenta ligeiramente, existe uma grande diferença no sistema renal. O
rim deixa de absorver grandes quantidades de agua e sódio e aumenta muito a diurese. Chamado de
diurese de pressão ou natriurese pressórica.
Quando a pressão aumenta, novamente, ocorre a redução na produção da angiotensina II, fazendo
com que o sistema de produção de aldosterona seja cortado e assim impede a reabsorção de agua e
sódio também.
ADH- O ADH controla a permeabilidade das membranas a agua dos epitélios. Tem papel
fundamental na concentração da urina e em seu volume.
PEPTIDEO NATRIURETICO ATRIAL ( ANP ) – O ANP é um hormônio produzido pelo átrio em sua
distensão. Inibe a absorção de água e Na+ pelos túbulos renais e também inibe a secreção de renina,
parando o sistema de renina angiotensina aldosterona logo no começo. Isso serve para controlar
quando a pressão atrial está alta.
HORMONIO DA PARATIREOIDE- Aumenta a reabsorção de Ca++ pelos túbulos distais e alça de Henle.
Estimula a reabsorção de magnésio na alça de Henle e inibe a reabsorção de fosfato no túbulo
proximal.
Se intensa pode diminuir a excreção de Na+ e água ao contrair as arteríolas renais , reduzindo a FG.
Aumenta a liberação de renina e angiotensina II que aumenta a reabsorção tubular e diminui a
excreção renal de Na+
Regulação Acidobásica
Ácido e base, o que é ? : Ácidos são basicamente moléculas que liberam átomos de hidrogênio ao se
ionizar e bases são moléculas que podem receber átomos de hidrogênio. No nosso corpo, proteínas
são importantíssimas moléculas que atuam como base, uma vez que são capazes de receber
prontamente íons H+. Dentre as bases proteicas, a hemoglobina e algumas proteínas celulares são as
mais importantes.
Acidose é uma condição em que se encontra uma grande concentração de íons H+ no corpo,
provocando uma diminuição de pH. Enquanto isso, a alcalose é a condição onde se há uma grande
remoção de H+, provocando um aumento de pH.
Ácidos e bases fortes: Os ácidos fortes são aqueles que rapidamente se dissociam e liberam grandes
quantidades de H+, enquanto os ácidos fracos são aqueles que possuem dificuldade em dissociar
seus íons H+. O similar se aplica as bases. Enquanto as bases fortes são aquelas capazes de reagir
rapidamente com H+ ( OH- por exemplo ) , as bases fracas tem mais dificuldade. Dentro do nosso
sistema intra e extra celular, a maioria dos ácidos e bases são fracos.
Concentração normal de H+, pH dos líquidos corporais e variações: O pH normal do sangue arterial
no corpo é de aproximadamente 7.4 , enquanto o pH do sistema venoso e linfático gira em torno de
7,35. Qualquer valor acima ou abaixo disso representa uma alteração, que no caso do pH, por menor
que pareça, provoca uma grande diferença no funcionamento do corpo. Se o valor for maior que 7.4,
é um quadro de alcalose, caso for menor, é um caso de acidose.
O limite de sobrevivência quando se trata de alteração no pH é de 6.8 em caso de uma acidose e 8.0
em caso de uma alcalose. O organismo aguenta poucas horas fora do padrão.
Defesas do corpo contra variações de pH: Três sistemas principais controlam as variações de pH no
corpo.
Outro mecanismo de produção do H2CO3 para o controle de acidez é o da anidrase carbônica, que é
uma enzima presente principalmente nos alvéolos pulmonares que é capaz de aumentar a
velocidade da reação de formação do acido carbônico ( H20+ CO2 -> H2CO3).
O sistema tampão fosfato é formado principalmente pelos íons HPO4- e H2PO4-. Os íons H+ em
excesso são aceitos pelas bases HPO4- e assim se converte em H2PO4, ou seja, há conversão de um
ácido forte em um acido fraco e assim o nível de pH se mantem estável. O sistema fosfato apesar de
menos importante e menos potente que o sistema bicarbonato, é essencial para os processos de
tamponamento dos túbulos renais e também no auxilio para o tamponamento intracelular.
São os tampões mais abundantes do corpo devido a sua alta concentração, sendo responsável por
mais de 70% de todo o tamponamento químico dos líquidos corporais. Como já dito anteriormente,
as proteínas são bases e portanto, aceitam H+ , realizando o processo de tamponamento. Nas
hemácias, por exemplo, a hemoglobina é a principal responsável por tal ação, mesmo que muitas
vezes não seja capaz de resolver todo o distúrbio acido básico sozinha. A acidez do meio intracelular
é um pouco maior que do meio extracelular, dependendo muito do mesmo.
Assim como a respiração pode evitar a concentração de H+ aumentar por meio da rápida excreção
de CO2 ( Evitando de se formar um ácido ) , a própria concentração do íon pode influenciar o
processo respiratório. Isso acontece porque o aumento da pressão parcial de CO2 no sangue impede
com que se tenha uma pressão adequada de oxigênio dissolvido, reduzindo assim a funcionalidade
dos tecidos. Isso é percebido de acordo com o aumento da concentração de íons H+ , que indicam a
dissociação do acido carbônico ( majoritariamente), e portanto, quando o corpo percebe uma
diminuição do pH ( aumento do H+ ), a frequência respiratória aumenta de 4 a 5 vezes para
aumentar a excreção de CO2 e assim evitar um quadro de acidose. Ao contrario a este processo,
quando o pH extracelular aumenta por redução de íons H+, a ventilação alveolar é diminuída e assim
se tem um aumento da PCO2 e também da acidez, justamente para corrigir o problema.
O processo descrito acima é uma reação por FEEDBACK, uma vez que as reações acontecem de
acordo com a reação anterior. No caso, quando se há um aumento de H+, ocorre também o
aumento na ventilação para se reduzir a pressão parcial do dióxido de carbono.
O rim tem um papel extremamente importante no controle da redução ácido básica, sendo a
terceira linha de defesa contra o aumento ou diminuição do pH, depois do sistema tampão e da
função respiratória. No rim acontecem os processos de secreção tubular ( H+) , reabsorção tubular (
HCO3- ) e produção de HCO3-.
Lembrar sempre que a cada 1 H+ secretado, 1 HCO3- precisa ser reabsorvido. O processo de
reabsorção é feita a partir da reabsorção de Na+ e de todas as proteínas e sistemas relacionados (
checar parte do resumo P2).
Titulação do HCO3-
As quantidades de HCO3- e H+ que entram nos túbulos são quase iguais e se unem para formar H20
e CO2. É dito que ocorre a titulação do HCO3- e do H+ nos túbulos, mas não é um processo exato.
O excesso de H+ que não é utilizado no metabolismo é eliminado pela urina para tentar amenizar a
alcalose metabólica.
O epitélio tubular distal secreta H+ por meio de transporte ativo primário. Este processo ocorre na
membrana luminal da célula, onde é transportado por uma proteína especifica chamada de ATPase
transportadora de hidrogênio. A energia para esse transporte é obtida através da quebra do ATP em
ADP.
A secreção de íons hidrogênio é feita a partir de alguns processos. Primeiramente, o CO2 que está
presente no meio extracelular se combina a H2O e forma o H2CO3. Como é um acido instável, o
ácido carbônico se dissocia em HCO3- e H+, e o H+ então se transporta através da enzima ATPase
transportadora de hidrogênio pela membrana luminal por bomba ativa, diferentemente das paredes
proximais do néfron onde ocorre por contratransporte.
É um processo muito eficiente nessa porção pois contribui para a formação de urina muito acida,
uma vez que a concentração de H+ aumenta muito nos túbulos coletores e assim baixa muito o pH.
O sistema tampão fosfato é composto por HPO4- e H2PO4, que são utilizados quando há o excesso
de H+ no meio extracelular por meio da falta de disponibilidade de bicarbonato ou do excesso do íon
hidrogênio. Assim, há a possibilidade de o íon ser excretado na forma de um sal de sódio e carregar a
acidez em excesso consigo.
Um outro mecanismo para controle do sistema bicarbonato é a adição de HCO3- no sangue por
meio do rim, aumentando sua taxa de reabsorção. Isso ocorre pois o corpo entende que há falta de
oferta no sistema tampão bicarbonato para o H+ acabar se combinando com outro sistema tampão
diferente. É um sistema renal de recomposição do HCO3- .
Existe um outro sistema tampão extracelular que é composto pela amônia e pelo íon amônio. O íon
amônio é sintetizado a partir da glutamina, que se origina de metabolismo de aminoácidos no
fígado. Após o transporte para os túbulos proximais, alça de Henle e túbulos distais e já dentro da
célula, cada molécula de glutamina é degradada em 2 NH4+ e 2 HCO3-.
O NH4+ é secretado para o lúmen tubular por mecanismo de contratransporte em troca de sódio
que é reabsorvido. Já o HCO3- é transportado para a membrana basolateral e é capitado pelos
capilares peritubulares. Depois disso, o H+ é secretado para o lúmen, onde se junta ao NH3 e forma
o NH4+, que é excretado.
Sob condições normais , a quantidade de H+ eliminada pelo sistema tampão amônia é responsável
por 50% do ácido excretado e 50% do novo HCO3- gerado pelos rins.
Na acidose crônica , o mecanismo dominante pelo qual o ácido é eliminado é a excreção de NH4+.
A proporção de HCO3- para CO2 no líquido extracelular aumenta, causando uma elevação no PH.
O efeito é o aumento de HCO3- que não pode ser reabsorvido pelos túbulos e é excretado na urina
.Na alcalose , o HCO3- é removido do líquido extracelular por excreção renal, que faz o mesmo efeito
de acrescentar H+ ao líquido extracelular. Isso contribui para o retorno da concentração de H+ e do
PH ao normal.
CHOQUES: MICHELANGELO
Definição: Choque circulatório é basicamente definido pelo fluxo sanguíneo inadequado pelo corpo,
na extensão dos tecidos danificados, que ficam assim especialmente pelo baixo suprimento de
oxigênio e de outros nutrientes para as células teciduais. Outras estruturas começam a se deteriorar
e assim o choque vai se tornando progressivamente maior.
Causas fisiológicas do choque: O choque em geral é resultado do débito cardíaco inadequado, que
ocorre por diversas razões. Dois deles reduzem o débito acentuadamente:
1- ANORMALIDADES QUE AFETAM O BOMBEAMENTO CARDÍACO: Algumas anormalidades como
por exemplo infarto, disfunção valvar, arritmias e outras condições podem levar a um
processo chamado de choque cardiogênico. Mais de 70% das pessoas que desenvolvem
choque cardiogênico não sobrevivem.
2- FATORES QUE DIMINUEM O RETORNO VENOSO : A diminuição do retorno venoso tem
diversas causas, mas acontece principalmente por perda de sangue ou por perda de tônus
vascular, especialmente dos reservatórios de sangue venoso. Acontece ainda o bloqueio da
circulação de retorno em algum ponto, seja por uma trombose ou por outras causas, que
também diminui o fluxo sanguíneo. O coração não consegue bombear sangue que não chega
a ele, portanto ocorre o choque sistêmico.
Durante o choque muitas vezes o débito cardíaco está normal ou até mesmo maior do que o normal.
O choque, neste caso, pode ser causado por metabolismo excessivo, de modo que o débito seja
inadequado, ou até mesmo por uma perfusão anormal dos tecidos, causando uma distribuição
irregular dos nutrientes para regiões de extrema importância para o funcionamento sistêmico.
A pressão arterial, ao mesmo tempo que é a melhor forma de se avaliar a qualidade da função
circulatória, pode ser também uma ilusão. As vezes a pessoa está em choque porem com a pressão
arterial normal devido ao esforço dos reflexos nervosos em manter a situação normal. Ou as vezes a
pressão arterial cai absurdamente mas a perfusão dos tecidos continua normal. Na maioria dos casos
a pressão arterial acompanha o choque, isto é, diminui nestes casos.
Uma vez que o choque atinja seu estado máximo de gravidade, independente da causa, o próprio
choque produz mais choque. Isso acontece porque com a perda de perfusão do sangue nos tecidos,
inclusive o do coração, o débito cardíaco diminui ainda mais, seguindo um ciclo vicioso de aumento
cada vez maior do choque.
Estados do choque
Cerca de 10% do volume total do sangue podem ser removidos sem produzir algum efeito sobre a
pressão arterial ou sobre o débito cardíaco, porém a maior perda de sangue diminui em geral
primeiramente o débito cardíaco e, a seguir, a pressão arterial, ambos caindo a zero quando cerca de
40% a 45% do volume total de sangue tiverem sido removidos.
Nota-se que a reação causada pelo choque demora mais pra afetar a pressão arterial do que o débito
cardíaco. Isto acontece porque os reflexos do corpo funcionam muito mais em função da pressão
arterial do que o debito cardíaco em si. O aumento da resistência periférica em si não tem bom efeito
para o débito cardíaco, mas a vasoconstrição impede a redução excessiva do retorno venoso e do
debito cardíaco.
Nota-se também que há um segundo platô na curva da pressão arterial. Este segundo platô é uma
resposta do cérebro a uma isquemia local, ou seja, quando o próprio cérebro começa a sofrer de falta
de oxigenação e tenta, em sua ultima tentativa, recuperar a pressão .
A queda da pressão arterial aumenta por hemorragia ( iniciados principalmente por barorreceptores
arteriais e outros receptores de estiramento vascular ) . Esses reflexos aumentam a estimulação do
sistema vasoconstritor resultando em 3 efeitos importantes.
1- Aumenta a vaso constrição das arteríolas para aumentar a resistência periférica total.
2- As veias e os reservatórios venosos se contraem ajudando a manter o retorno venoso
adequado.
3- A atividade cardíaca aumenta e a frequência mais que dobra.
Nesses dois leitos vasculares, a autorregulação do fluxo sanguíneo é excelente, impedindo que
reduções moderadas da pressão arterial possam diminuir de modo significativo seu fluxo sanguíneo.
Assim, o fluxo sanguíneo, pelo coração e pelo cérebro, é mantido essencialmente em seus níveis
normais enquanto a pressão arterial não cair até abaixo de 70 mmHg.
Como dito anteriormente, existem situações em que o corpo é capaz de se recuperar de hemorragias
agudas e outras não. Aqui vos ei uma foto de um experimento em cães com diferentes graus de
hemorragia aguda.
Nos animais onde a pressão arterial ficou acima de 45mmHg, todos obtiveram sucesso na recuperação
por mais lenta que tenha sido. Nos animais onde a pressão caiu abaixo de 45mmHg, a pressão arterial
não conseguiu se recuperar e os animais morreram. Ou seja, o sistema consegue se recuperar a não
ser que a hemorragia seja muito crítica. Ou seja, o não progressivo é auto recuperável, enquanto o
progressivo pode levar a um ciclo vicioso que causa a morte.
O choque com grau menos intenso é chamado de choque não progressivo, o que significa que os
reflexos e outros fatores compensam o suficiente para evitar a deterioração da circulação. O controle
de recuperação é realizado por feedback negativo através dos seguintes processos.
Entre os efeitos celulares lesivos que ocorrem após a hipóxia celular, estão os seguintes:
1- Transporte ativo de sódio e potássio fica muito reduzido e ocorre um acumulo de sódio dentro
das células. Com o sódio, muita água é puxada para dentro da célula e assim a mesma incha.
2- A atividade mitocondrial fica deprimida, principalmente nas células hepáticas
3- Os lisossomas intracelulares começam a se romper, liberando hidrolases que causam prejuízo
adicional a célula.
4- Metabolismo celular é deprimido nos estágios avançados do choque
Ocorre também o bloqueio de vasos sanguíneos muito pequenos. Isto acontece porque o
metabolismo das células teciduais continua ativo, mesmo com o hipofluxo sanguíneo, grandes
quantidades de acido láctico e acido carbônico são lançados no sangue e isso aumenta sua acidez. A
grande quantidade de acido produz aglutinação do sangue local, causando coágulos pequenos que
obstruem os vasos sanguíneos .
OBS: Nem sempre um feedback positivo em caso de choque é fatal. Ocorre em casos mais graves de
choque.
ACIDOSE NO CHOQUE
A maior parte dos distúrbios metabólicos que ocorrem nos tecidos em choque pode levar à acidose
sanguínea em todo o corpo. Isso resulta da má distribuição do oxigênio para os tecidos, que diminui
de forma acentuada o metabolismo oxidativo dos produtos alimentícios. Quando isso ocorre, as
células obtêm a maior parte de sua energia pelo processo anaeróbico da glicólise, o que leva a
quantidades imensas de ácido lático em excesso no sangue. Além disso, o fluxo sanguíneo reduzido
pelos tecidos impede a remoção normal do dióxido de carbono. O dióxido de carbono reage
localmente nas células com a água para formar altas concentrações de ácido carbônico intracelular;
este, por seu turno, reage com várias substâncias químicas teciduais para formar muitas outras
substâncias ácidas intracelulares. Desse modo, outro efeito deteriorante do choque consiste no
desenvolvimento de acidose tecidual, tanto generalizada como local, levando à progressão adicional
do próprio choque.
CHOQUE IRREVERSÍVEL
O choque irreversível é o estágio mais crítico, onde qualquer ajuda médica é inútil devido a gravidade
da situação , mesmo que o individuo permaneça vivo por um período de tempo.
Nesse ponto do quadro clínico ocorreram múltiplas alterações deteriorativas nas células musculares
do coração que não necessariamente afetam a capacidade imediata do coração de bombear o sangue,
mas, que por longos períodos deprimem essa capacidade o suficiente para levar à morte. Além de
certo ponto, ocorreram extensa lesão tecidual, liberação de numerosas enzimas destrutivas nos
líquidos corporais, desenvolvimento de acidose acentuada e de tantos outros fatores destrutivos em
curso, que até mesmo o débito cardíaco normal por poucos minutos não pode reverter a deterioração
continuada. Por conseguinte, no choque grave, o indivíduo atinge eventualmente estágio no qual ele
morrerá mesmo que a utilização de terapia vigorosa ainda pudesse normalizar o débito cardíaco por
curtos períodos de tempo. Nem mesmo transfusão sanguínea é o suficiente para salvar o paciente.
Além disso, com a grave hipóxia hepática, a reserva de energia é violentamente diminuída, sendo
talvez o efeito mais grave de todo o choque. Todo o fosfato de creatina já foi degradado e o ATP
transformado em ADP, AMP e adenosina. Grande parte dessa adenosina é convertida em acido úrico
e não pode entrar nas células, ou seja, a energia não pode ser reposta. Com o fim dos estoques de
energia , o choque atinge seu estágio final, a morte.
A perda de grande quantidade de plasma pode ser igualmente horrível ao corpo se comparado a um
choque por hemorragia. Algumas causas
Algumas das causas deste tipo de choque são (1) sudorese excessiva, (2) perda hídrica na diarréia
grave ou por vômitos, (3) excesso de perda de líquido pelos rins, (4) ingestão inadequada de líquido e
de eletrólitos, ou (5) destruição dos córtices adrenais, com perda da secreção de aldosterona e
consequente insuficiência renal para reabsorver sódio, cloreto e água, como ocorre na ausência do
hormônio adrenocortical aldosterona.
O traumatismo, mesmo que não hemorrágico, pode ter uma grande importância para o
funcionamento geral do corpo. A grave contusão também pode levar a uma hipovolemia devido ao
rompimento de capilares e vazamento de plasma. Os tecidos traumatizados ainda liberam toxinas que
são indutoras do processo de choque.
CHOQUE NEUROGÊNICO
O choque neurogênico ocorre na verdade devido a um grande aumento na capacidade vascular, o que
dificulta muito a capacidade de enchimento do sistema circulatório. Uma das causas dessa condição
é a perda súbita do tônus vascular, dilatando muito as veias e impedindo o retorno venoso para o
coração. Causa um acumulo de sangue venoso no sangue. Outras causas:
1- A anestesia geral profunda muitas vezes deprime o centro vasomotor o suficiente para causar
paralisia vasomotora, com choque neurogênico resultante.
2- A anestesia espinhal, especialmente quando se estende por todo o trecho acima da medula
espinhal, bloqueia a descarga nervosa simpática do sistema nervoso e pode ser causa potente
de choque neurogênico.
3- A lesão cerebral é muitas vezes a causa da paralisia vasomotora. Muitos pacientes com
concussão ou contusão das regiões basais do cérebro desenvolvem choque neurogênico
profundo. Dessa forma, mesmo a isquemia cerebral por poucos minutos quase sempre
provoca extrema estimulação vasomotora, e a isquemia prolongada (não durando mais que 5
a 10 minutos) pode causar o efeito contrário — inativação total dos neurônios vasomotores
no tronco encefálico, com consequente desenvolvimento de choque neurogênico grave.
Esse quadro é causado devido a uma forte reação alérgica, que é basicamente a indução do corpo aos
mastócitos e basófilos a produzirem uma grande quantidade de histamina, que provoca grande
vasodilatação sistêmica, o que reduz o retorno venoso. Além disso, provoca uma vasodilatação das
arteríolas e também aumento da permeabilidade capilar, com grande extravasamento de liquido para
fora da célula. O resultado é grande redução do retorno venoso e algumas vezes choque tão grave
que a pessoa morre em minutos.
É uma infecção bacteriana amplamente disseminada pelo corpo, sendo transmitida de um tecido para
o outro e provocando lesões extensas. Algumas causas de choque séptico:
1. Peritonite causada por infecção disseminada do útero e das trompas de Falópio, resultando algumas
vezes de aborto instrumental, realizado sob condições não estéreis.
2. Peritonite resultante de ruptura do sistema gastrointestinal causada por vezes por doença
gastrointestinal e por vezes por ferimentos.
1. Febre alta.
2. Vasodilatação muitas vezes acentuada em todo o corpo, especialmente nos tecidos infectados.
3. Débito cardíaco elevado em talvez metade dos pacientes, resultante da dilatação arteriolar nos
tecidos infectados e pela alta intensidade metabólica e vasodilatação em outros pontos do corpo,
resultante da estimulação pela toxina bacteriana do metabolismo celular e da alta temperatura
corporal.
A melhor terapia em caso de choque é uma transfusão total de sangue. No entanto, como nem sempre
o sangue está disponível, pode se substituir parte pelo plasma, que garante volume e hemodinâmica
ao liquido. Se o choque for causado por perda plasmática, a melhor terapia é a administração de
plasma; quando a desidratação for a causa, a administração de solução eletrolítica apropriada pode
corrigir o choque.
Tratamento do Choque com Fármacos Simpatomiméticos —Algumas Vezes Úteis, Outras Não
É um tratamento que imita a estimulação simpática , como por exemplo epinefrina e norepinefrina.
Esse tratamento já mostrou ser muito útil contra choques neurogênicos e também contra choques
anafiláticos . Os fármacos simpatomiméticos não demonstraram ser de muito valor no choque
hemorrágico. A razão é que nesse tipo de choque o sistema nervoso simpático já está quase sempre
maximamente ativado pelos reflexos circulatórios;
Condição intimamente aliada ao choque circulatório é a parada circulatória, na qual o fluxo sanguíneo
é interrompido. Essa condição ocorre com frequência na mesa de cirurgia, como resultado de parada
cardíaca ou de fibri- lação ventricular. Problema especial na parada circulatória é impedir a ocorrência
de efeitos prejudiciais no cérebro em consequência da parada. Em geral, mais que 5 a 8 minutos da
parada circulatória total podem causar pelo menos algum grau de dano cerebral permanente em mais
da metade dos pacientes. A parada circulatória, por mais de 10 a 15 minutos, quase sempre destrói
de modo permanente quantidades significativas do poder mental.
HEMÁCIAS,ANEMIA E POLICITEMIA
HEMÁCIAS
As hemácias tem capacidade de concentrar, a cada 100ml, 34g de hemoglobina, e cada grama de
hemoglobina consegue transportar 1,34ml de oxigênio. Além disso, no hematócrito existe 15g de
hemoglobina a cada 100ml de células.
PRODUÇÃO DE HEMÁCIAS
Segundo trimestre de gestação – Fígado principalmente, mas baço e linfonodos também produzem.
As hemácias começam a sua vida a partir de células tronco hematopoiéticas pluripotentes, que são
responsáveis pela diferenciação e formação de todas as células sanguíneas. Existe a possibilidade
também de a célula tronco não se diferenciar e assim formar outra célula tronco.
Existem células que são comprometidas com certa linhagem celular que são chamadas de células
tronco comprometidas. Um exemplo delas é a CFU-E, que é a célula tronco responsável pela
produção de hemácias, e a célula tronco responsável pela produção de granulócitos é a CFU-GM.
INDUTORES DE CRESCIMENTO
Existem diversas proteínas responsáveis pelo crescimento e reprodução das diferentes células
troncos, chamadas de indutoras de crescimento. O mais importante desses indutores chama INTER-
LEUCINA 3, que promove a reprodução e o crescimento de todos os tipos de células tronco. Lembrar
que tais indutores induzem apenas o crescimento, e não a diferenciação como o que veremos a
seguir.
INDUTORES DE DIFERENCIAÇÃO
EX: Quando o corpo se expõe a uma baixa concentração de O2 , tende a induzir crescimento,
diferenciação e produção aumentada de hemácias.
ESTÁGIOS DA DIFERENCIAÇÃO
Nas gerações seguintes, a célula vai se enchendo de hemoglobina e seu reticulo endoplasmático vai
sendo reabsorvido, a célula nesse estágio se chama reticulócito. Após este processo, a hemácia sai
da medula ósseo e vai para os capilares sanguíneos, seguindo o processo de diapedese. É chamada
de hemácia madura depois de 1 a 2 dias.
ERITROPOETINA
A eritropoetina é produzida principalmente nos rins ( 90% ) e o resto no fígado. A hipóxia induz a
produção de HIF-1, induzindo a transcrição de RNAm e a produção da eritropoetina. Além disso, é
estudado a existência de sensores espalhados pelo corpo, uma vez que a hipóxia em outros tecidos
também afeta a produção de eritropoetina.
A vitamina B12 e o ácido fólico são extremamente importantes para a maturação final das células
vermelhas. São essenciais para a síntese de DNA, e sua carência pode produzir falha na maturação
nuclear e na divisão celular. Assim, as células sanguíneas não se proliferam e nascem grandes,
chamadas de macrócitos, que possuem vida curta.
Uma causa possível de maturação anormal das hemácias é a deficiência de absorção de vitamina
B12 pelo trato gastrointestinal, defeito encontrado muitas vezes na anemia perniciosa, que reduz as
mucosas gástricas. As células da glândula gástrica secretam uma glicoproteína chamada fator
intrínseco, que se combina com a vitamina B12 dos alimentos, tornando-a disponível para absorção
intestinal e armazenada no fígado.
ÁCIDO FÓLICO
Presente nos vegetais e em fígado, porem é destruído no cozimento. Algumas pessoas tem
dificuldade na reabsorção intestinal.
FORMAÇÃO DA HEMOGLOBINA
A succinil-Coa formada no ciclo de Krebs se liga a glicina para formar a molécula depirrol. 4 pirrol =
protoporfirina IX + ferro =heme +globina =hemoglobina (cadeia dehemoglobina).
Existem diversas formas de cadeia de hemoglobina ( alfa, beta, gama e delta) . Na hemoglobina A,
mais presente nos adultos, ocorre uma combinação de duas cadeias alfa e duas cadeias betas, com
transporte de quatro átomos de oxigênio ligados aos átomos de ferro. Existem algumas alterações
que fazem com que a afinidade da hemoglobina por oxigênio, como por exemplo na anemia
falciforme, onde ocorre a troca do aminoácido valina pelo glutâmico, fazendo com que se formem
cristais dentro da célula que deixam a mesma ‘’ afiada’’ , impedindo a passagem por capilares.
A principal função da hemoglobina é a ligação reversível do oxigênio, que permite seu transporte e
sua liberação nos capilares para os pulmões.
TRANSPORTE DO FERRO
O ferro é absorvido pelo intestino delgado, ele imediatamente se combina, no plasma sanguíneo,
com a beta globulina apotransferrina para formar transferrina, que é em seguida transportada pelo
plasma. O ferro, na transferrina, está ligado frouxamente e, por conseguinte, pode ser liberado para
qualquer célula, em qualquer ponto do corpo. O excesso de ferro no sangue é depositado, de modo
especial, nos hepatócitos, e, em menor quantidade, nas células reticuloendoteliais da medula óssea.
No citoplasma das células, o ferro se combina principalmente com a proteína apoferritina, formando
ferritina. O ferro pode ser armazenado na forma de ferritina, e é chamado de ferro de depósito.
O homem excreta cerca de 0,6 mg de ferro por dia, principalmente nas fezes. Quantidades adicionais
de ferro são perdidas toda vez que ocorrem hemorragias. Para a mulher, a perda adicional
sanguínea menstruai leva, a longo prazo, à média de cerca de 1,3 mg/dia.
ABSORÇÃO INTESTINAL
O ferro é absorvido em todo o intestino delgado. O fígado secreta apotransferrina na bile liberada ao
duodeno, ligando-se a compostos férricos e ao próprio ferro, formando a transferrina. A transferrina
é atraída por receptores celulares nas mucosas e entra na circulação por meio de capilares.
REGULAÇÃO DO FERRO
A absorção do ferro é controlada pela necessidade, se o nível está bom, a absorção é reduzida. Se
está em falta, é aumentada.
ANEMIA
A anemia é uma deficiência na hemoglobina sanguínea, que pode ser causada pela falta de hemácias
ou pelo teor de hemoglobina na célula.
Existe a anemia por perda sanguínea, que é causada quando a reabsorção de ferro aumentada no
intestino não acompanha a perda de ferro no sangue. Com isso, muitas células sanguíneas começam
a ser produzidas em menor tamanho e com menor teor de hemoglobina, dando origem a anemia
microcítica hipocrômica .
A anemia aplástica é a a falta do funcionamento da medula óssea. Pode ser causado por fatores
radioativos ( como tratamento quimioterápico ) , benzeno, inseticida e outros, como doença
autoimune. As células tronco são destruídas e assim ocorre falha na diferenciação das células, e
assim produz a anemia aplástica. Pessoas com anemia aplástica grave morrem se não forem tratadas
com transfusões de sangue, o que pode aumentar temporariamente o número de células vermelhas
do sangue, ou por transplante de medula óssea.
A anemia megaloblástica é causada por falta de B12 e ácido fólico, já que existe uma certa
incapacidade na maturação e as células são produzidas de forma grande e bizarra, com uma
membrana muito frágil. A fragilidade dessa membrana leva ao seu rompimento e inutilidade das
células megaloblásticas.
A anemia hemolítica é causada por uma fragilidade excessiva das hemácias, que acabam por ser
rompidas mais facilmente do que formadas. Isso ocorre na anemia falciforme através de um ciclo
vicioso de hipóxia e também na eritroblastose fetal, entre outras.
A anemia no sistema circulatório provoca o aumento do debito cardíaco para tentar compensar a
falta de oxigenação dos tecidos. No entanto, quando um anêmico começa a se exercitar, o coração
muitas vezes não da conta de suprir as necessidades teciduais e o paciente entra em um quadro de
insuficiência cardíaca aguda, acompanhada por uma hipóxia extrema dos tecidos.
ERISTROBLASTOSE FETAL
É uma doença causada pela aglutinação e destruição das hemácias do feto a partir do
desenvolvimento de aglutininas ANTI-RH após o contato com o sangue fetal. O recém nascido, que
carrega RH+, quando tem contato com a placenta da mãe, entra em contato com as aglutininas e
causa uma aglutinação das hemácias, podendo levar a morte.
POLICITEMIA
A policitemia secundária é a produção exagerada de hemácias devido a uma hipóxia sistêmica, como
a causada quando estamos em altas altitudes.
A policitemia vera ( eritremia ) tem sua causa genética, aumentando muito a produção de hemácias.
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
As vezes durante transfusões sanguíneas ocorre o processo de aglutinação das hemácias, fazendo
com que ocorra uma hemólise imediata a partir da fagocitose das células aglutinadas. A
hemoglobina liberada é convertida em bilirrubina pelo fígado e excretada na bile.
TRANSPLANTE DE ORGÃOS
imunes.
espécie
utilizada
PREVENÇÃO DA REJEIÇÃO
Existem alguns agentes terapêuticos que podem ajudar na prevenção da rejeição aos enxertos.
LEUCÓCITOS
Existem praticamente 7000 leucócitos por ML de sangue e dentre eles, o mais frequente são os
neutrófilos, seguidos pelos linfócitos, monócitos, eosinófilos e por fim basófilos, os menos
frequentes.
A formação dos leucócitos é dividida em duas series, a mielociticas ( produzidos na medula óssea ) e
linfociticas ( produzido nos tecidos linfoides ) . São produzidos na medula óssea os granulócitos e os
monócitos, enquanto nos tecidos linfoides, como baço, linfonodo, timo e tonsilas, são produzidos os
linfócitos e os plasmócitos. A maioria dos leucócitos produzidos na medula óssea são armazenados
na própria medula , enquanto os produzidos nos tecidos linfoides permanecem ou entram em
circulação.
Os leucócitos agem após a liberação de uma fonte quimiotáxica liberada pelos agentes infecciosos
ou de outros, como traumas e etc. Essas substancias são diversas, causadas principalmente pelo
metabolismo de tais indivíduos, o que acaba por produzir tais reações.
Neutrófilos são células maduras que atacam e destroem invasores a partir de diversas táticas (
estudadas em histologia ) . Já os macrófagos começam como células imaturas ( monócitos ), sofrem
diapedese para o tecido alvo e se tornam macrófagos, que são potentes fagócitos. São as principais
células no combate a invasores.
A fagocitose acaba sendo melhor quando a superfície for áspera, quando o individuo atacado não
possui um revestimento protetor e também quando o sistema imune do corpo produz anticorpos
que acabam por neutralizar a ação de tal antígeno.
Tanto os macrófagos como os neutrófilos possuem muitas enzimas intracelulares contidas nos
lisossomos que tem como objetivo digerir bactérias e outras partículas estranhas. Eles esvaziam
essas enzimas por rompimento da membrana e digerem o alvo. No entanto, muitas vezes as
bactérias possuem membranas ou capsulas capazes de resistir a tentativa de destruição feita pelos
neutrófilos e pelos macrófagos, e estes acabam por utilizar um segundo sistema, que é composto de
diversos agentes oxidantes potentes como superóxido, peroxido de hidrogênio e outros, que são
capazes de destruir tal invasão.
SISTEMA RETICULOENDOTELIAL
Os macrófagos também estão muito presentes nos tecidos de órgãos importantíssimos, como
pulmão e fígado. No pulmão fagocitam partículas retidas nas paredes alveolares, formando grandes
capsulas para a digestão de tal, como é muito comum de ver em pacientes com tuberculose. Já no
fígado, os macrófagos formam as células de Kupfer, que formam um filtro para que as bactérias do
sistema gastrointestinal não passem do sangue porta para a circulação sistêmica.
BAÇO
O baço funciona como uma espécie de filtro sanguíneo, por onde o sangue sistêmico entra, é
comprimido em pequenos capilares porosos e sofre ação de macrófagos, presentes principalmente
nas trabéculas da polpa vermelha, que servem para remover resíduos indesejáveis da circulação.
INFLAMAÇÃO
A inflamação é uma resposta do corpo a alguns fatores, tais como trauma, agentes invasores, calor e
etc. É caracterizada pela vasodilatação local ( para levar mais células de defesa ao local ) , aumento
da permeabilidade capilar para levar liquido para fora dos vasos.
Uma das primeiras respostas do corpo após a inflamação é o envio de células de defesa, seguidos
pelo emparedamento do vaso, isto é, restrição local por meio de coágulos de fibrinogênio para não
levar a inflamação para outros lugares do corpo. Ocorre a migração de uma grande quantidade de
granulócitos e monócitos para os tecidos e também dilatação das células teciduais, causados
principalmente por substancias como histamina, bradicinina, serotonina e entre outros.
Quando aparece uma fonte quimiotáxica, ocorre uma multiplicação de moléculas de aderência ,
chamadas de ICAM 1, que atraem os neutrófilos circulantes e levam os mesmos a grudar na parede
dos capilares. A reação seguinte é a abertura das células endoteliais para que haja a passagem dos
neutrófilos para fora dos capilares ( diapedese). Após a ação dos neutrófilos, ocorre a ação dos
macrófagos, que chegam depois devido a demora para acontecer sua diferenciação. Ainda após os
macrófagos, se for necessário, ocorre uma grande proliferação de outros granulócitos no geral ,
provindos da medula óssea, que irão ajudar no combate a infecção.
Além disso, o controle da força contra a infecção é um controle realizado por feedback, que ajuda a
prosseguir para a formação de vários leucócitos de defesa.
FORMAÇÃO DE PUS
O pus é basicamente uma mistura de células mortas após um combate, isto é, macrófagos,
neutrófilos e os próprios antígenos, o que acaba formando cavidades onde essa mistura é
depositada.
EOSINÓFILO E BASÓFILO
Os eosinófilos, cerca de 2% dos leucócitos, são células fracas de defesa, que são responsáveis pela
ação anti parasitária, tentando o destruir a partir de enzimas hidrolíticas e proteínas larvicidas. São
também agentes contra a disseminação de alergias, controlando os complexos antígeno- anticorpo
e impedindo que a merda se alastre.
Já os basófilos são células que liberam heparina, histamina e outros responsáveis pelas reações
alérgicas. Quando o IGE reage com o anticorpo , a fixação resultante de Ag ao anticorpo promove a
ruptura do mastócito ou do basófilo liberando histamina, bradicinina , serotonina , substância de
reação lenta de anafilaxia , heparina e enzimas lisossômicas, causando reações vasculares e teciduais
locais responsáveis pelas manifestações alérgicas.
LEUCOPENIA
Ocorre quando a medula óssea produz poucos leucócitos, deixando o corpo desprotegido. O que
pode causar isso é lesão medular e tóxicos ao corpo.
LEUCEMIA
Produção descontrolada de leucócitos pode ser causada por mutação cancerígena de célula
mielógena ou linfógena. Essa mutação causa leucemia e é caracterizada por nº aumentado de
leucócitos anormais circulantes no sangue. Leucemia linfocíticas-produção cancerosa de células
1- Controle de pressão
2- Regulação acido básica
3- Regulação da produção de hemácias
4- Regulação da produção de 1,25 (OH)2D3
5- Glicogeonese
A taxa de filtração glomerular tem sua importância pois ajuda a entender possíveis problemas
renais, problemas vasculares e também problemas hematológicos.
RELAÇÕES IMPORTANTES
1- FILTRAÇÃO GLOMERULAR
2- REABSORÇÃO
3- SECREÇÃO
4- ELIMINAÇÃO
1- Em caso de uma alta pressão da cápsula de Bowman, ou pelo menos maior do que a pressão
de filtração glomerular, o filtrado glomerular é diminuído ( pressão contraria a de filtração) ,
podendo indicar a presença de cálculos.
2- Em caso de uma alta pressão coloidosmótica ( pressão contraria ) , ou maior do que a
pressão de filtração glomerular, a taxa de filtração glomerular é diminuída e pode significar
uma desidratação.
3- Em caso de uma alta pressão de filtração glomerular, a taxa de filtração glomerular
aumenta, o que pode desencadear uma queda na pressão, uma vez que há uma remoção de
liquido dos capilares peritubulares. Portanto, se um paciente possui uma taxa de filtração
glomerular alta, provavelmente o corpo está tendo se livrar de um quadro de hipertensão.
No filtrado glomerular não deve existir proteínas, e seu coeficiente é determinado por um balanço
de pressão hidrostática, coloido-osmótica e de filtração glomerular. Assim é calculado o coeficiente
de filtração capilar ( KF)