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PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO

O objetivo da grande maioria dos empreendedores é aumentar o faturamento da sua


empresa. Nesse sentido, existem várias ações que podem ser tomadas para chegar a
esse objetivo, mas nada vai adiantar se não houver um bom controle financeiro
empresarial.

Fazer esse monitoramento impacta diretamente nos resultados da empresa, elevando o


faturamento e, o que é ainda melhor, oferecendo uma margem de lucro maior. Mas a
dúvida é: como desenvolver um plano eficiente?

Conheça alguns passos essenciais para elaborar uma estratégia de sucesso:

Diagnóstico financeiro da sua empresa


Para ter um controle financeiro eficaz é necessário partir inicialmente de um diagnóstico
das finanças da sua empresa. Somente a partir disso consegue-se saber exatamente a
situação da organização ou quais processos devem ser repensados.

O diagnóstico financeiro passa por uma série de etapas, sendo que sua finalidade principal
é analisar a gestão financeira, avaliar a estratégia atual e indicar a situação da empresa no
curto prazo.

1) Análise da gestão financeira


As informações que devem ser verificadas nessa etapa são: o organograma dos
colaboradores existentes (juntamente com as atividades realizadas no setor) e um fluxo de
informações, que deve conter:

 Controle das contas a pagar e a receber;


 Monitoramento dos saldos bancários;
 Relatório de caixa;
 Controle de duplicatas descontadas, em cobrança ou de carteira;
 Controle de cheques;
 Verificação de estoque (em valor e físico);
 Análise do cadastro de clientes;
 Controle das despesas recorrentes;
 Programação de investimentos fixos/de caixa.

2) Indicação da estrutura de receitas


Nesse momento, deve-se determinar a composição das receitas e analisar os principais
produtos, linhas de produção, mercados e canais de distribuição.

3) Indicação da estrutura de custos


O objetivo é definir o quadro estrutural de custos através da análise dos principais
concorrentes, além de elaborar uma divisão entre o que é fixo ou variável.

4) Verificação da taxa de retorno total


Passa pela análise da margem de lucro sobre as vendas e da rotação do capital produtivo
total. É importante utilizar uma boa ferramenta para análise correta desses dados, já que a
precisão é fundamental nesse passo.

5) Modelo e fontes de capital


É necessário levantar as fontes de capital de terceiros que foram utilizadas e quais são
seus respectivos custos, além de verificar a relação entre os capitais próprios/de terceiros
e a adequação da estrutura de capital.

6) Análise do risco de solvência x situação


financeira em curto prazo
Essa verificação é responsável por definir a compatibilidade de prazos das fontes e das
aplicações de capital. Ressaltamos que, antes desse processo, é importante projetar o
fluxo de caixa para curto prazo e analisar a liquidez da empresa.

7) Dimensionamento e verificação do capital de


giro
Passa pela verificação de compras e vendas, identificando períodos de sazonalidade.
Além disso, é preciso verificar as políticas de cobrança, de crédito aos clientes, de
estoques e de disponibilidade.

Fica evidente, portanto, que o diagnóstico financeiro serve para dar subsídio para os
gestores, a fim de que a empresa consiga cumprir seus objetivos. Com ele, é possível
encontrar os pontos de falhas, os que requerem melhorias e aqueles que já estão
adequados.

A importância do controle financeiro


Uma empresa é como um organismo vivo, que possui uma estrutura organizacional, uma
missão, um processo de controle e um planejamento de informações. Por isso, ela é
dividida em setores de responsabilidade, que vão gerar informações a fim de auxiliar na
progressão do negócio.

A partir dessa situação, os gestores devem tomar algumas decisões – e uma delas é
cuidar da gestão financeira, que tem o objetivo de gerir os fluxos monetários originários
das operações da empresa. Assim, pode-se dizer que a gestão financeira pretende
melhorar os resultados e elevar o patrimônio com a geração de mais lucro líquido.

Mesmo assim, muitas empresas esquecem a importância de fazer esse controle das
finanças ou, até mesmo, começam a fazê-lo, mas depois acabam deixando de lado. Para
entender melhor a questão, veja alguns prejuízos que podem surgir de uma má gestão:

 Informações erradas sobre o valor das mercadorias em estoque, montante de


contas a pagar e a receber, saldo de caixa e total de despesas fixas/variáveis.
 Falhas no Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), que indica se a
empresa está tendo lucro ou prejuízo.
 Cálculo incorreto do preço de venda dos produtos, já que não existe apuração de
todos os custos e despesas.
 Imprecisão no fluxo de caixa, que apresenta o volume de recursos e suas origens.
 Ausência de controle no pró-labores dos sócios.
 Falha na mensuração do capital de giro, pelo fato de não conhecer o ciclo
financeiro de cada operação realizada pela empresa.

Partindo desses pontos negativos, também é possível citar as influências positivas do


controle financeiro, quando bem elaborado. A partir dele, é possível:

 Fazer uma análise e um planejamento financeiro de acordo com a realidade da


empresa, permitindo a obtenção do máximo de melhorias.
 Utilizar de forma mais adequada os recursos, negociando sua captação e
aplicando-os de maneira a atingir o máximo de retorno.
 Realizar um melhor controle do crédito fornecido aos clientes, bem como a gestão
de seu recebimento.
 Executar os recebimentos e pagamentos, gerenciando o saldo de caixa.
 Fazer o controle das contas a pagar e a receber em relação às vendas a prazo,
compras a prazo, despesas operacionais e impostos.

Assim, começar a fazer um controle das finanças é essencial, principalmente pelo fato de
garantir uma visão mais clara da situação da empresa.

Definindo indicadores financeiros para a


sua gestão
A definição de indicadores financeiros deve ser relacionada ao modelo de gestão da
empresa, ou seja, considerando os indicadores de desempenho que são delimitados. Vale
a pena lembrar que o acompanhamento estratégico da organização necessita do suporte
dos dados contábeis – e estes precisam dos indicadores. Trabalhando dessa forma, a
empresa alcança o sucesso e aumenta seu faturamento.

Mas isso passa, claro, pela correta definição dos indicadores financeiros. Ter uma série de
dados descontextualizados e isolados não permite que a instituição chegue a lugar algum.
Assim, os melhores indicadores são aqueles que levam a empresa à direção estratégica
determinada.

Para chegar a esse resultado, o ideal é seguir algumas dicas:

Selecione indicadores alinhados à estratégia da


empresa
Os indicadores, por si só, são números soltos. Cabe ao gestor escolher os mais
adequados – de acordo com a estratégia e os objetivos da empresa. Por isso, é
necessário saber onde se quer chegar para, então, definir os indicadores que apontam a
direção correta.

Alguns indicadores comuns são:

 Rentabilidade;
 Crescimento das vendas;
 Dias de inventário;
 Market-share;
 Satisfação do usuário;
 Contas a receber.

Mas será que eles devem ser aplicados em qualquer empresa? A resposta é: depende da
estratégia da instituição. Assim, a meta pode ser aumentar as vendas de um produto,
reduzir o tempo de permanência da mercadoria em estoque, fidelizar clientes, equilibrar o
capital de giro, etc. Dependendo do que se pretende, os indicadores podem ser definidos.

Evite escolher muitos indicadores


Um erro bastante comum é querer mensurar todo tipo de dado, o que faz com que eles
não cumpram sua função de forma adequada. Isso ocorre porque o gestor acaba
perdendo o foco, e alguns desses indicadores podem entrar em conflito, dificultando a
interpretação. É a ideia, portanto, de compreender o que realmente faz a diferença e
selecionar aqueles indicadores que podem se encaixar no contexto empresarial.

Considere os colaboradores
Estamos tratando de indicadores financeiros e você deve estar pensando: qual a relação
dos colaboradores? Bom, sem os funcionários e sua participação, os resultados não serão
alcançados.

Por isso, a recomendação é criar a cultura de indicadores, fazendo com que os próprios
funcionários se sintam responsáveis por eles. De modo a tornar esse planejamento uma
realidade, você pode oferecer estímulos, como oferecer uma política de remuneração
variável e recompensas para os funcionários que alcançarem as metas estabelecidas.

Faça reuniões regulares para analisar os


indicadores
As reuniões periódicas são fundamentais para verificar possíveis oscilações de
indicadores ou falhas/desvios que requerem atenção. Além disso, é possível identificar se
as metas traçadas são capazes de cumprimento ou se devem ser ajustadas. Isso significa
que não é somente a estratégia empresarial que determina os indicadores, mas sim uma
relação de influência mútua com todo o funcionamento do negócio.

Como fazer um bom controle de fluxo de


caixa?
Para fazer um controle financeiro eficiente, é essencial ter uma boa gestão de fluxo de
caixa. Basicamente, o fluxo de caixa é o registro de todas as movimentações financeiras
da empresa. O recomendado é que o cálculo seja atualizado uma vez por semana, no
mínimo, a fim de que o gestor consiga visualizar a saúde financeira da empresa.

O modelo tradicional de fluxo de caixa prevê colunas e linhas. As colunas (verticais)


referem-se ao tempo (que pode ser contado em dias, meses, anos etc.), enquanto as
linhas (horizontais) são relativas às contas, ou seja, são as entradas e saídas de dinheiro.

Porém, as linhas também preveem 3 tipos de saldo:


 Inicial: é o valor que sobrou do período analisado anteriormente.
 Disponível: é o montante que resulta da soma entre o saldo inicial e as entradas.
Este é o valor que a empresa efetivamente possui para operar naquele período.
 Final: é o saldo final, que resulta do saldo disponível menos as saídas.

É importante destacar que os 3 saldos não podem ser negativos, porque o fluxo de caixa
já deve prever empréstimos e financiamentos que mantêm o cálculo positivo. No entanto, é
necessário que, antes de contrair um empréstimo ou financiamento (que exige o
pagamento de juros), o empreendedor tente adquirir mais receitas em curto prazo a fim de
ajustar o caixa.

Nesse caso, ele pode:

 Verificar se os clientes aceitam antecipar os pagamentos ou autorizam o depósito


de alguns cheques pré-datados.
 Entrar em contato com o fornecedor e perguntar se ele pode segurar os cheques
pré-datados.

Assim, o fluxo de caixa auxilia no controle de contas a pagar/receber, de estoque e das


movimentações bancárias. A partir dele, é possível fazer um levantamento financeiro para
o período analisado, identificando a necessidade de empréstimos e a possibilidade de
fazer investimentos.

Como a tecnologia pode ser uma aliada


na gestão financeira?
O mundo atual é tecnológico e se a sua empresa não utiliza softwares ou outros recursos
digitais, está defasada em relação aos concorrentes. Por exemplo: você pode fazer uma
planilha simples de fluxo de caixa, mas será que ela vai comportar todas as necessidades
do negócio? Provavelmente, a resposta é não.

Por isso, a tecnologia deixa os processos mais adequados e automatizados, o que implica,
também, em menos retrabalho e redução de custos. A empresa precisa ser eficiente e ter
acesso a dados atualizados/consolidados, que ajudam de forma mais adequada a tomar
decisões precisas.

Mas quais sistemas podem ser utilizados?

Um deles é o ERP (Enterprise Resource Planning, ou planejamento de recursos da


empresa). Esse software integra os dados dos mais diversos departamentos,
consolidando-os em uma única plataforma. Dessa forma, as áreas podem trabalhar de
forma conjunta e com mais eficiência.

Com um sistema ERP, o estoque é atualizado constantemente e, por isso, identifica-se a


necessidade de adquirir mais unidades de determinado produto. Ao mesmo tempo, a área
de vendas pode se informar que aquela mercadoria está em falta, avisando o consumidor
que procurar por ela.

Esse é um dos motivos pelos quais o uso da tecnologia na gestão financeira é explicado.
No entanto, segundo a Pesquisa Anual do Uso de TI 2016, elaborada pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV), a tecnologia voltada para a gestão traz inúmeros ganhos. Foi
identificado que, entre 2005 e 2016, as empresas de capital aberto que investiram em TI
tiveram retorno de 7% em 2 anos para cada 1% a mais de investimento na área.
Nesse cenário, vale a pena lembrar de que os softwares devem ser adequados à realidade
do mercado, personalizando os módulos da maneira que for necessário. Caso contrário, o
resultado obtido não será o melhor possível.

Por isso, ao procurar um sistema de gestão, vale a pena pensar na aderência dele ao seu
negócio, além de verificar o suporte, os processos internos e contar com uma equipe
qualificada que possa fazer sua implantação.

Gestão na crise: o que muda?


Quando a época é de crise econômica no país, é imprescindível que o controle das
finanças seja ainda mais rígido. A regra, especialmente neste caso, é: gaste menos e
guarde o que puder.

Isso porque momentos de crise podem ser complicados, apesar de abrirem portas para
novas oportunidades. É nesse contexto que a sua empresa pode encontrar uma nova
solução, oferecer um produto inovador e ganhar um gás para conseguir mais vendas ou
atender um novo nicho de mercado.

Por isso, a redução de custos é fundamental nessa situação. Novamente, vale a pena
lembrar que a tecnologia é uma forma de auxiliar na otimização dos custos. Porém, a
redução de custos precisa ser feita de forma bem racional e planejada, para que não afete
negativamente a organização.

O ideal é mudar a abordagem diante da gestão financeira, seguindo algumas dicas


importantes:

Planejamento
O planejamento é necessário em qualquer situação, mas indispensável em momentos de
crise. Recomenda-se fazer um plano financeiro anual, que permita tomar decisões com
base em previsões realistas.

Controle o fluxo de caixa


Já foi abordada a importância do fluxo de caixa, mas é sempre bom reforçar. Ter um
controle do fluxo das contas que se tem a pagar/receber é a forma mais indicada de
analisar a saúde financeira da organização.

Analise a precificação
Nas empresas, os valores cobrados dos clientes devem ser reavaliados com certa
frequência, inclusive durante a crise. Nesse momento, é preciso considerar a flutuação do
mercado, a concorrência e a estrutura de custos.

Fidelize os clientes
Apesar de essa ser uma ação mais voltada ao marketing, a gestão financeira pode receber
um forte impacto pela falta de clientes – o que resulta em disponibilidades limitadas. Por
isso, vale a pena criar promoções e campanhas de divulgação, por exemplo.
Faça uma boa gestão de pessoas
Especialmente durante momentos de crise, os colaboradores podem se sentir
desmotivados ou com medo de perder o emprego. Passar segurança e ser transparente é
a melhor maneira de mostrar que a empresa reconhece o esforço empregado pelos
funcionários.

Inove
A busca por inovação não representa apenas a criação de um novo produto. Ela passa,
principalmente, pela possibilidade de encontrar novas soluções para problemas já
existentes. Procurar essas oportunidades pode ser a chave para a sua empresa se
destacar, vender mais, aumentar o faturamento e, claro, ter uma gestão financeira com
foco em resultados.

Invista seu dinheiro de maneira inteligente


A expansão do negócio passa, obrigatoriamente, pelos investimentos. É somente com
essa atitude que se pode abrir outra unidade, modernizar a estrutura da empresa, aplicar
em novos planejamentos ou fazer reestruturações comerciais.

O problema é saber quando a empresa está preparada para investir. Por isso, a
recomendação é fazer um projeto para verificar a viabilidade de cada investimento futuro.
Você pode aplicar apenas recursos próprios, mas não é recomendado ficar sem capital de
giro, porque isso pode causar outros transtornos – e até mesmo prejudicar as operações
diárias.

Afinal de contas, o capital de giro é necessário para pagar as contas no prazo, poder
negociar melhor com os fornecedores e ter um diferencial na hora de pagar um cliente.
Além disso, ficar sem capital de giro fará com que a empresa acabe contraindo um
empréstimo, o que ocasiona no pagamento de juros.

Busque um diferencial na sua gestão


financeira
Se você leu até aqui, já percebeu que a gestão financeira e o controle das finanças
estão pautados na análise dos dados, que levam a uma segurança maior ao tomar
decisões. No entanto, existem outras atitudes que podem garantir que a sua gestão
financeira seja diferente das outras. Confira algumas delas:

Atente-se à gestão e à organização orçamentária


A empresa deve trabalhar com um orçamento tático, que possui duração de um ano, a fim
de prever receitas e despesas no balanço patrimonial do período. Nesse mesmo
documento, é importante inserir o plano de metas, determinar quais são os objetivos
financeiros e estabelecer um plano de remuneração variável – conforme as metas.

Ao mesmo tempo, é válido analisar os preços praticados no mercado e as melhores ações


executadas. Nesse momento, usar a tecnologia a seu favor é uma vantagem, porque o
sistema pode indicar a origem, a movimentação e o destino do recurso financeiro.
Não é difícil perceber a importância dessa metodologia. Vale a pena fazer um controle
mensal, verificando se a gestão e a organização orçamentárias podem ser cumpridas com
eficiência.

Atenção para a organização dos documentos


No dia a dia, os documentos podem se perder e isso pode trazer prejuízos grandes. Para
ter processos de gestão eficazes, a organização é um requisito. Ela resulta em menos
tempo para encontrar as informações, poupa esforços e traz mais agilidade.

Avalie o futuro
Considerar somente o presente pode até surtir efeito em curto prazo, mas em longo prazo
não seria algo possível. O melhor é pensar no futuro e fazer projeções, direcionando quais
são os próximos passos que devem ser seguidos. Dessa forma, é possível crescer de
forma sustentável.

Conclusão
Fazer a gestão das finanças da sua empresa é uma tarefa que deve ser executada com
frequência para que avaliar as necessidades, possibilidades de melhoria e a saúde
financeira do negócio. Ter um plano eficiente para isso requer cuidados, a seleção de
indicadores adequados, manutenção do controle de fluxo de caixa e um bom suporte com
a tecnologia.

Por fim, a dica que deixamos é carregar consigo uma boa dose de persistência e
comprometimento, sempre marcado sua equipe com essas características
positivas. Aliando esses fatores e seguindo as dicas do post, você terá um controle
financeiro empresarial eficiente e que ajudará seu negócio a ter mais sucesso.

Se você quiser sanar alguma dúvida ou compartilhar sua experiência, deixe seu
comentário. Ele é muito importante!

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