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UNIVERSIDADE POSITIVO

ENGENHARIA DE BIOPROCESSOS E BIOTECNOLOGIA

GISLAINE NOVAKOSKI
ISABELLA MASSUDA
NATHALIE LEAL

PRODUÇÃO DE VACINAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL E NACIONAL

CURITIBA
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3

2 VACINAS 3
2.1 VACINAS VIVAS ATENUADAS 5
2.2 VACINAS INATIVADAS 6
2.3 VACINAS DE SUBUNIDADE 6
2.4 VACINAS TOXÓIDES 7
2.5 VACINAS CONJUGADAS 7
2.6 VACINAS DE DNA 8
2.7 VACINAS DE VETORES RECOMBINANTES 8
3 VACINAS NO CENÁRIO NACIONAL 9
3.1 HISTÓRIA DA VACINAÇÃO NO BRASIL 9
3.2 CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO 9
3.3 SUPRIMENTO DE IMUNOBIOLÓGICOS 10
3.4 DADOS ATUAIS NO BRASIL 11
4 VACINAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL 11
4.1 AMÉRICA 11
4.2 ÁFRICA E ÁSIA 12
4.3 EUROPA 13
5 CONCLUSÃO 13
REFERÊNCIAS 14

1 INTRODUÇÃO

As vacinas permitem a prevenção, controle, eliminação e erradicação das


doenças imunopreveníveis, assim como a redução da morbimortalidade por certos
agravos.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Imunização, em 2019 cerca de 20
milhões de crianças em todo o mundo não estavam com a vacinação em dia,
mesmo este sendo o método mais efetivo, bem-sucedido e custo-efetivo em saúde
pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas evitam cerca
de 2,5 milhões de mortes por ano e reduzem os custos de tratamento de doenças
evitáveis. A baixa imunização nesta década é atribuída principalmente aos
movimentos anti-vacinas, que contestam sobre a quantidade de vacinas que devem
ser tomadas, sua segurança ou disseminam teorias da conspiração que ligam
vacinas a casos de autismo ou morte, por exemplo.
Cada país possui autonomia para determinar seu próprio calendário de
vacinação, conforme recomendações da OMS. Por exemplo, em alguns países da
Europa o calendário de vacinação é mais flexível e contempla menos vacinas,
enquanto no Brasil o esquema é mais rigoroso, com vacinas obrigatórias desde os
primeiros dias de vida. Entre as vacinas recomendadas mundialmente estão a
tríplice viral (contra os vírus do sarampo, rubéola e caxumba), contra a difteria,
tétano, hepatite B, coqueluche e a vacina anual contra a Influenza, vírus causador
da gripe.

2 VACINAS

O objetivo da vacinação é a geração de imunidade de longa duração e


protetora. As vacinas não protegem apenas a nível individual, pois uma vez que um
número suficiente de pessoas é imunizado, as oportunidades para um surto de
doença se tornam tão baixas que até as pessoas que não são imunizadas se
beneficiam.
As vacinas permitem com que o sistema imunológico reconheça e combata
patógenos, para isto, certas moléculas do patógeno, denominadas antígenos,
devem ser introduzidas no corpo para desencadear uma resposta imune. Deste
modo, o sistema imunológico produz anticorpos e desenvolve células de memória.
Caso esse patógeno reapareça, o sistema imunológico reconhecerá os antígenos e
responderá de forma mais rápida e efetiva.
As vacinas não deixam o imunizado doente, no entanto podem ocasionar
reações colaterais devido à diversos fatores, como por exemplo, hipersensibilidade.
Segundo o Ministério da Saúde (2008), “nenhuma vacina está livre totalmente de
provocar eventos adversos, porém os riscos de complicações graves causadas
pelas vacinas do calendário de imunizações são muito menores do que os das
doenças contra as quais elas protegem”.
Há diversos métodos utilizados para produção de vacina, que podem ser:
vacinas vivas atenuadas, vacinas inativadas, vacinas de subunidade, vacinas
toxóides, vacinas conjugadas, vacinas de DNA, entre outras.
A tabela abaixo mostra algumas diferença entre os principais tipos de vacinas
existentes. É possível observar que a principal desvantagem das vacinas vivas está
no risco que elas podem acarretar aos imunodeprimidos, e também a possibilidade
de reversão à virulência (até agora comprovado apenas para a vacina oral contra a
poliomielite, com ocorrência rara). A termoestabilidade das vacinas não-vivas
também é melhor.

Tabela 1 - Diferenças entre alguns tipos de vacinas

Característica Vacina não-viva, Vacina não-viva, Vacina viral viva


polissacarídica proteica ou glico-
conjugada

Tipo de imunidade Timo-independente Estimula a imunidade Estimula a imunidade


tímica, com produção de tímica, com produção
linfócitos CD4+ de linfócitos CD4+ e
CD8+

Memória Não, ou mínima Sim, mas necessita de Sim, imunidade por


reforços toda a vida

Número de doses Em geral, aplicam-se Várias doses e reforços Em princípio, dose


em dose única, pois a única
resposta imunológica
não aumenta com a
repetição
Riscos para Não Não Sim
imunodeprimidos

Possibilidade de Não Não Sim


reversão à
virulência

Termoestabilidade Mais estáveis Mais estáveis Menos estáveis


Fonte: Portal São Francisco (2020).

2.1 VACINAS VIVAS ATENUADAS

As vacinas baseadas em organismos atenuados com patogenicidade


reduzida, estimulam a imunidade protetora e não causam doenças no indivíduo.
Esta atenuação ocorre em nível genético, onde mutações desejáveis são
introduzidas por tecnologia de DNA recombinante. Por introduzir patógenos vivos
reais no corpo, é uma excelente simulação para o sistema imunológico e podem
resultar em imunidade ao longo da vida com apenas uma ou duas doses. Para
pessoas com com sistema imunológico enfraquecido (por exemplo pessoas em
quimioterapia ou tratamento do HIV) a vacina não é recomendada, pois podem
sofrer mutação e reverter para uma forma virulenta, causando doenças.
As vacinas vivas induzem resposta imunológica humoral e celular com
produção de linfócitos T CD8+ e anticorpos específicos de alta afinidade. A
quantidade de anticorpos cai, mas a memória permanece e após novo estímulo há
produção rápida de linfócitos T específicos CD4+, CD8+ e anticorpos de classe IgG.
As vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela utilizam
organismos atenuados.

2.2 VACINAS INATIVADAS

Para as vacinas inativadas, o organismo é morto com calor, produtos


químicos ou radiação, e suas células mortas são introduzidas no corpo, provocado
uma resposta imune. Em comparação as vacinas vivas, são mais estáveis e
seguras, pois os organismos inativados não sofrem mutações e assim evitam
causar doenças. Outras vantagem desta vacina, é que elas geralmente não
requerem refrigeração e podem ser facilmente armazenadas e transportadas de
forma liofilizada.
Devido a inativação do patógeno, a sua eficácia é menor, sendo necessário
reforços para induzir e manter a resposta imune.
As vacinas contra hepatite A e raiva utilizam organismos inativados.

2.3 VACINAS DE SUBUNIDADE

As vacinas de subunidade consistem em componentes purificados de um


agente, incluindo apenas os antígenos que melhor estimulam o sistema
imunológico. Em alguns casos, as vacinas de subunidades usam epítopos, partes
específicas do antígeno que se ligam aos receptores das células B ou T,
desencadeando uma resposta imune. Como essas vacinas contêm apenas os
antígenos essenciais e nem todas as outras moléculas que compõem o organismo
patogênico, as chances de reações adversas à vacina são menores. No entanto,
eles geralmente provocam uma resposta imune mais fraca, sendo necessárias
várias doses para aumentar a imunidade.
Um exemplo deste tipo de vacina, é a vacina contra a Hepatite B.

2.4 VACINAS TOXÓIDES

A vacina toxóide consiste em toxinas inativadas que, sob circunstâncias


normais causam doenças. As toxinas são frequentemente inativadas por tratamento
térmico ou formalina, uma solução de formaldeído e água esterilizada.
São seguras pois não podem causar a doença que foram projetados para
evitar e não há possibilidade de reversão para virulência. E são geralmente estáveis
e duradouras, pois são menos suscetíveis a mudanças de temperatura, umidade
e luz. No entanto, essas vacinas geralmente precisam de um adjuvante para
aumentar a imunogenicidade, e também requerem múltiplas doses.
Exemplos deste tipo de vacina, são as contra difteria, tétano e coqueluche.

2.5 VACINAS CONJUGADAS


Algumas bactérias, como a Haemophilus influenzae, possuem um
revestimento externo polissacarídeo que camuflam seus antígenos, impedindo que
o sistema imune os reconheçam. Para contornar esse problema, pode-se conjugar
um derivado proteico ao polissacarídeo capsular.
As vacinas conjugadas baseiam-se na associação polissacarídeo capsular
bacteriano à substâncias protéicas que funcionam como carreadores para favorecer
a imunogenicidade. Este complexo polissacarídeo-proteína acarreta produção de
níveis mais elevados de anticorpos, induzindo resposta imunológica T-dependentes.
Os polissacarídeos ativam diretamente células B, induzindo a síntese de
anticorpos independentemente de células T, como consequência, induzem níveis
variáveis de anticorpos, sendo predominantemente IgM apresentando, também,
baixa afinidade. Diferentemente dos polissacarídeos, as proteínas são quebradas
em peptídeos e associadas com o complexo de histocompatibilidade de classe II
(MHCII) na superfície da célula e então, apresentadas às células T para estimular a
produção de anticorpos pelas células B. Dessa forma, através da conjugação
química do polissacarídeo à uma proteína, o polissacarídeo pouco imunogênico
adquire a característica imunogênica da proteína, sendo reconhecido pelo sistema
imune como T-dependente. Com isso, a vacina conjugada induz imunidade regular
contra DPI.
Esses polissacarídeos conjugados a proteínas, como por exemplo, toxóide
diftérico, toxóide tetânico, entre outros, são usados como antígenos vacinais contra
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae Tipo B e Neisseria
meningitidis.

2.6 VACINAS DE DNA

Uma vacina de DNA, ou vacina genética, consiste em um plasmídeo


contendo: 1) uma origem de replicação de Escherichia coli, para a amplificação do
plasmídeo; 2) um forte promotor, geralmente de citomegalovírus; 3) múltiplos locais
de clonagem, nos quais se pode inserir o gene a ser expresso; e 4) um antibiótico
como marcador de seleção.
A ideia por trás do sistema de vacina com DNA é que o antígeno pode ser
expresso diretamente pelas células do hospedeiro de maneira semelhante à que
ocorre durante a infecção viral. Com isso, os peptídeos que foram fragmentados são
apresentados ao sistema imunológico pelas moléculas do complexo de
histocompatibilidade de classe I e os antígenos são processados como proteínas
sintetizadas no citoplasma. Além disso, se a proteína é exportada ou secretada, ela
pode ser processada por moléculas de MHC de classe II e, como resultado, montar
uma resposta específica de anticorpo
Vacinas de DNA para influenza e herpes estão em fase de testes em
humanos.

2.7 VACINAS DE VETORES RECOMBINANTES

Consiste na transferência de um determinado gene que codifica para uma


proteína específica, isso dentro de um vetor. Para antígenos protéicos, por exemplo,
o gene que codifica o antígeno dessa vacina é isolado e movido para um segundo
organismo. A vacina é produzida nesse organismo e pode ser apresentada como
um ácido nucléico, imunógeno purificado ou por meio de vetores específicos.
Essa tecnologia então engloba o desenvolvimento da vacina de origem
variada, como por exemplo, proteínas recombinantes, e a criação desses vetores,
sejam eles virais ou bacterianos não patogênicos.

3 VACINAS NO CENÁRIO NACIONAL

3.1 HISTÓRIA DA VACINAÇÃO NO BRASIL

Durante os anos 60 o Brasil obteve ótimos resultados com a campanha de


vacinação contra a varíola, o que mostrou o grande potencial na vacinação em
erradicar a doença. Em 1973 foi criado pelo Ministério da Saúde, o Programa
Nacional de Imunizações (PNI), com o objetivo de coordenar as ações de
imunizações, que cobriam uma pequena parte da população na época.
Em seguimento à erradicação da varíola, em 1980 ocorreu a 1ª Campanha
Nacional De Vacinação Contra A Poliomielite, com a meta de vacinar em um só dia
todas as crianças menores de 5 anos. Em setembro de 1994 o Brasil e outros
países da América receberam da Comissão Internacional para a Certificação da
Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas, o
Certificado que a doença e o vírus foram eliminados do continente.
Desde então, a atuação do PNI alcançou consideráveis avanços ao
consolidar a estratégia de vacinação nacional. Dentre as metas atuais estão a
eliminação do sarampo e do tétano neonatal, o controle da difteria, coqueluche,
tétano acidental, hepatite B, meningites, febre amarela, formas graves da
tuberculose, rubéola e caxumba, além da erradicação da poliomielite. Sendo que o
principal objetivo do Programa é oferecer todas as vacinas a todas as crianças que
nascem no país, tentando alcançar coberturas vacinais de 100% em todos os
municípios e bairros.

3.2 CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO

No Brasil cada cidadão possui sua própria Caderneta de Vacinação, e


durante a infância os pais são responsáveis por manterem o documento atualização
com as vacinações obrigatórias no Brasil. O calendário nacional de vacinação
contempla também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Ao
todo são disponibilizadas de forma gratuita 19 vacinas para combater mais de 20
doenças, durante toda a vida. Duas campanhas anuais de vacinação são oferecidas
pelo Ministério da Saúde, junto com as Secretarias de Saúde de estados,
municípios e Distrito Federal.
A campanha de multivacinação para a atualização da caderneta de
vacinação, engloba vacinas que combatem sarampo, caxumba, rubéola, tétano,
tuberculose, febre amarela, difteria, coqueluche, poliomielite, influenza e HPV. A
outra campanha nacional é de vacinação contra a Influenza (gripe), em que a
vacina tem duração de 12 meses e, por isso, deve ser tomada todos os anos.

3.3 SUPRIMENTO DE IMUNOBIOLÓGICOS

A principal garantia para a para a prevenção das doenças imunopreveníveis,


é o suprimento regular de imunobiológicos de qualidade comprovada e em
quantidade necessária para atendimento à população.
O PNI fornece mais de 300 milhões de doses anuais distribuídas entre 44
imunobiológicos, dentre estes vacinas, soros e imunoglobulinas.
A inserção de um novo imunobiológico no programa e o estabelecimento de
novos grupos populacionais são decisões com bases científicas, como evidência
epidemiológica, eficácia e segurança da vacina e a garantia da sustentabilidade da
estratégia, que é a capacidade de produção, armazenamento e distribuição dos
laboratórios públicos nacionais.
A aquisição dos imunobiológicos do Calendário Nacional de Vacinação é
realizada através de contratos com laboratórios oficiais, permitindo à
autossuficiência da fabricação de imunobiológicos. Além disso, por meio do Fundo
Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), podem ser adquiridos
os produtos não fornecidos por esses laboratórios públicos.
Para garantir a qualidade e segurança das vacinas, estas passam por
diversas fases de avaliação, que envolvem o desenvolvimento, produção e fase final
de aplicação. Essas fases são avaliadas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
Outro modo de garantir a qualidade das vacinas, é por meio da Rede de Frio,
que assegura o processo logístico adequado dos imunobiológicos, garantindo a sua
preservação. Esta Rede dispõe de Centrais de Rede de Frio (CRF), que garantem
segurança e qualidade durante os processos de armazenamento, distribuição e
transporte. As estruturas físicas e os fluxos operacionais são similares nas diversas
instâncias (estadual, regional e municipal), variando seus tamanhos em função do
perfil epidemiológico e da demanda do local em que se inserem.

3.4 DADOS ATUAIS NO BRASIL

De acordo com os dados de 2016, do Instituto de Métricas e Avaliação de


Saúde (IHME) da Universidade de Washington que foram publicados na revista The
Lancet em 2017, o Brasil está entre os países com o maior índice de cobertura de
vacinas, com 99,7% da população-alvo imunizada. Além disso, o Brasil é um dos
países que oferece o maior número de vacinas à população.
No entanto, o Ministério da Saúde alerta os brasileiros sobre doenças que
não ocorriam mais em território nacional, as quais ocorre o esquecimento da
vacinação por parte da população, e principalmente aqueles que não veem mais a
necessidade de se vacinarem ou vacinarem seus filhos. Ao menos 312 cidades
estão sob alerta da volta da poliomielite, e entre 1º de janeiro e 23 de maio de 2020,
foram registrados 995 casos de sarampo no país.
4 VACINAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL

4.1 AMÉRICA

Na América, existe diferença no programa de vacinação entre os países da


América Latina e América do Norte, porém, os vírus combatidos são os mesmos, de
forma geral. Esta diferença se deve ao período de vida no qual o indivíduo receberá
a dose da vacina, por exemplo, como já mencionado, no Brasil o bebê já recebe as
primeiras vacinas na maternidade; no Canadá e Estados Unidos o bebê recebe as
mesmas vacinas após os dois meses de vida somente.
Outra diferença é em relação a vacina contra HPV (que previne o vírus
sexualmente transmissível do papiloma humano) que é obrigatória nos países da
América Latina, mas não é nos países da América do Norte. Além disso, a vacina
BCG (vacina contra tuberculose aplicada em bebês recém-nascidos) é obrigatória
no Brasil e não é no Canadá.
A vacina contra a febre amarela é exigida para quem deseja entrar nos
países da América do Sul (como Brasil e Bolívia) e da América Central (Panamá), e
não é obrigatória nos Estados Unidos e Canadá.
Ao contrário do Brasil, onde a vacina é gratuita para todos os cidadãos, nos
Estados Unidos a vacina só é gratuita dependendo da renda, idade e cobertura de
saúde do indivíduo, e no Canadá, a vacina também é gratuita se forem atendidos os
critérios de elegibilidade.
Atualmente, o principal foco é a vacinação contra o sarampo, já que a doença
ressurgiu com força dois anos depois de o continente ter sido declarado livre da
enfermidade.

4.2 ÁFRICA E ÁSIA

A febre amarela e a malária são as doenças mais alarmantes nesses dois


continentes, sendo a febre amarela em toda a África, no subcontinente indiano e no
Sudeste Asiático, e a malária na África Subsaariana e no Sudeste Asiático. Por este
motivo, a vacina contra a febre amarela é obrigatória em todos os países dos dois
continentes. Já no caso da malária, como não existe vacina para prevenção,
orienta-se o uso de repelentes específicos e de telas em portas e janelas.
De acordo com os dados publicados na revista The Lancet em 2017, a China
apresenta um índice com 99,9% da população-alvo imunizada. Em 2005, o governo
chinês atualizou a estrutura legal para vacinas. A lei classificou as vacinas em duas
categorias, 1 e 2. A categoria 1 inclui todas as vacinas do Programa Expandido de
Imunização de nível nacional, sendo gerenciadas pelo governo e fornecidas
gratuitamente a todas as crianças até os 14 anos de idade. A imunização oportuna
com as vacinas de categoria 1 é considerada um dever da sociedade, embora não
seja um mandato, pois não há punições associadas ao descumprimento. As vacinas
da categoria 2 (setor privado) são consideradas não obrigatórias e devem ser pagas
pelos pais ou pela pessoa vacinada.
Em contrapartida, a cobertura de vacinas na África Subsaariana se estagnou
ao nível de 72% nos últimos cinco anos, segundo a Organização Mundial da Saúde
em dados divulgados em 2019.

4.3 EUROPA

A Europa vive um surto de sarampo em pelo menos 19 países, nos quais a


Grécia, Romênia, França e Itália são os mais afetados. As autoridades sugerem que
os movimentos anti vacinas são os responsáveis pelo grande surto do vírus, já que
as pessoas optam por não se vacinarem contra a doença, principalmente os pais
que não vacinam os filhos.
A vacina BCG não é mais aplicada na Alemanha e alguns países da Europa
Ocidental, e é universal apenas em Portugal, Grécia e Irlanda (por se tratar de uma
vacina destinada a bebês).
No continente europeu, as vacinas não costumam ser obrigatórias, mas
diante do cenário de surto de algumas doenças, leis aprovadas na França,
Alemanha e Itália tornam obrigatória a vacinação contra o sarampo para crianças.
Na Alemanha e Itália foram até mesmo estipuladas multas multas de 600 a 3.000
dólares para quem não cumprir a lei. Na Itália, além do sarampo, tornaram-se
obrigatórias as vacinas contra tosse convulsa e hepatite B para crianças também.
5 CONCLUSÃO

Embora haja países com planos de imunização estruturados e bem definidos,


existe uma dificuldade de imunização à toda população devido a falta de
informações. Há a circulação de muitas informações falsas, que não possuem
embasamento científico, e que podem causar sérios prejuízos à população.
Doenças que foram erradicadas, agora passam novamente a circular pelo país,
como é o caso do sarampo.
Nota-se também que o Brasil, país em desenvolvimento, é referência mundial
em vacinação, visto que possui uma alta cobertura de imunização do público-alvo e
disponibiliza gratuitamente vacinas à toda a população.
REFERÊNCIAS

AGÊNCIA BRASIL. Brasil é um dos países com maior cobertura de vacinação,


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<https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-09/brasil-e-um-dos-
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