O documento descreve o que é alta frequência, como funciona e seus principais efeitos terapêuticos, incluindo a aceleração do processo de cicatrização, ação bactericida e melhora do trofismo dérmico. Também discute o uso do ozônio gerado pela alta frequência e suas propriedades antimicrobianas que auxiliam no tratamento de lesões e doenças de pele.
O documento descreve o que é alta frequência, como funciona e seus principais efeitos terapêuticos, incluindo a aceleração do processo de cicatrização, ação bactericida e melhora do trofismo dérmico. Também discute o uso do ozônio gerado pela alta frequência e suas propriedades antimicrobianas que auxiliam no tratamento de lesões e doenças de pele.
O documento descreve o que é alta frequência, como funciona e seus principais efeitos terapêuticos, incluindo a aceleração do processo de cicatrização, ação bactericida e melhora do trofismo dérmico. Também discute o uso do ozônio gerado pela alta frequência e suas propriedades antimicrobianas que auxiliam no tratamento de lesões e doenças de pele.
Oliveira e Perez (2008, p.22), descrevem alta frequência como:
“Técnica que utiliza correntes alternadas de alta frequência, em que os gases argón, chenon ou neon, em contato com o oxigênio do ar transformam-se em ozônio. Os principais efeitos fisiológicos são: efeito térmico, vasodilatação e hiperemia, aumento da oxigenação celular, ação bactericida e antisséptica e melhora do trofismo dérmico.”
A eletricidade é uma forma básica de energia que pode produzir efeitos
significativos sobre os tecidos biológicos, pois a condução de carga elétrica através da matéria, de um ponto para outro, causa mudanças fisiológicas durante todo o processo de aplicação, por isso tem sido usada por centenas de anos como proposta terapêutica (ROBINSON, 2002). O equipamento de alta frequência auxilia na limpeza de pele, nos tratamentos capilares para ativação da circulação periférica do couro cabeludo, na cicatrização das lesões causadas por acnes, favorecendo o processo de reparação da pele, e na ionização indireta de substâncias como ampolas aquosas nutritivas a base de colágeno (SANTOS; GUIMARÃES, 2008). Assim como o laser, é conhecido o benefício da utilização do gerador de alta frequência na aceleração do processo de cicatrização, porém há poucos dados da literatura comprovando tais benefícios (SÁ et al., 2010). A alta frequência, de acordo com Borges (2006, p.76), “É um aparelho que trabalha com correntes alternadas de alta frequência, cujos parâmetros de frequência e tensão podem variar de acordo com o fabricante.” A corrente de alta frequência ao atravessar o eletrodo adquire diferentes tonalidades de acordo com o conteúdo do mesmo, no caso do vácuo à corrente adquire uma luminescência azulada, já na presença de gás neón, a corrente adquire uma tonalidade alaranjada (SORIANO et. al. 2002). 8
Os equipamentos tradicionais comportam um só porta eletrodo, os
equipamentos recentes, com maior performance permitem a utilização de vários eletrodos simultaneamente, tais eletrodos são flexíveis por serem envoltos em silicones (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999). A aplicação da alta frequência deixa sobre a pele certa quantidade de energia em forma de calor, apesar de pouco significativo esse aumento de temperatura é suficiente para acelerar o metabolismo, estimulando a circulação periférica com consequente ação vasodilatadora e hiperemiante, aumentando a oxigenação celular e a eliminação de anidrido carbônico (SORIANO et. al., 2002). A ação eletrosmótica é uma particularidade das correntes de alta frequência, permitindo que substâncias diversas, sem a associação molecular, penetrem nos tecidos por osmose (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999). Através de pequenas faíscas produzidas pela corrente de alta frequência ocorre o favorecimento da mobilização dos produtos químicos cosméticos, e através deste, tem-se a penetração aumentada pela dilatação dos óstios, devido ao calor (PEREIRA, 2007). Em equipamentos de melhor desempenho foi bloqueada a produção de ozônio para que os princípios ativos possam permear nos tecidos sem sofrer modificação em sua estrutura, pois substâncias mais frágeis seriam destruídas pelo poder oxidante do ozônio (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999). Sendo um recurso termoterápico, o equipamento de alta frequência acelera consideravelmente a divisão celular, o ozônio age como um bactericida, evitando o processo inflamatório na lesão, facilitando assim o desenvolvimento do tecido de granulação. A aplicação deste recurso contribui ainda para o processo de neoformação (SILVA & SILVA; DUARTE, 2010). Para Traina AA. (2008 apud SÁ et al., 2010) o ozônio, liberado pela alta frequência é um potente oxidante que, ao entrar em contato com fluídos orgânicos, vai promover a formação de moléculas ativas de oxigênio que agirão no metabolismo celular, proporcionando tanto benefícios à reparação tecidual, quanto tendo ação antimicrobiana. O ozônio é uma substância instável que se decompõe rapidamente em oxigênio molecular (O2) e em oxigênio ativo (O) o grande poder de desinfecção do ozônio é resultado da grande agressividade do oxigênio ativo nascente liberado 9
durante a decomposição do ozônio. Esse oxigênio ativo é um radical livre, sendo o
oxidante mais agressivo depois do flúor (WINTER, [200-]). A ozonioterapia, por ser capaz de intervir no equilíbrio de óxido-redução, vem sendo bastante explorada como uma terapia alternativa no tratamento de doenças agudas e crônicas. O equipamento gerador de alta frequência vem sendo amplamente utilizado no tratamento de afecções de pele, acelerando o processo de cicatrização de feridas cutâneas (SÁ et al., 2010). Ao estudar a atividade do ozônio sobre dois microrganismos presentes na pele humana, o Staphylococcus aureus e esporos de Bacillus subtilis foi possível constatar através de estudos preliminares que o ozônio é um agente esterilizante, capaz de destruir completamente os Bacillus subtilis em tempo inferior a 15 minutos e células de Staphylococcus aureus quando exposto ao ozônio por 10 minutos. Notou-se então que o ozônio representa uma opção bactericida de grande importância na abordagem fisioterapêutica dermato-funcional através do equipamento de alta frequência (SUMITA, et. al., 2000). O ozônio pode ser utilizado em todos os tipos de pele e é ampla a sua utilização como germicida ou bactericida. Este gás penetrante é considerado uma forma instável do oxigênio, possuindo as mesmas propriedades deste, porém muito mais energético (PEREIRA, 2007). A eficácia do ozônio contra patógenos é bem reconhecida, porém seu uso na medicina foi por muito tempo ignorado ou desprezado, principalmente porque ele foi mal utilizado ou utilizado sem o controle adequado. O ozônio pode apresentar efeitos biológicos relevantes e, tendo seu índice terapêutico definido, pode-se tornar um importante e confiável método para o tratamento de várias doenças (BOCCI, 1996). O ozônio tem efeito bactericida, fungicida e de inativação viral, por tal motivo é empregado tanto na desinfecção de lesões infectadas, como em algumas doenças causadas por bactérias ou vírus. É recomendado no tratamento de distúrbios circulatórios e também para uma revitalização do organismo devido a seus benéficos efeitos sobre a circulação sanguínea. Em baixas concentrações o ozônio pode ainda modificar e estimular a resposta imunológica (KONRAD, [19-?]). A ação direta antimicrobiana que o ozônio exerce contra bactérias, vírus e fungos ocorrem devido a esses microrganismos não possuírem um sistema de 10
tamponamento antioxidante, portanto o estresse causado pelo ozônio acaba
tornando-os frágeis. Já a ação microbicida indireta do ozônio é resultante das mudanças metabólicas que este provoca (PEREIRA et. al., 2005). O tratamento médico com ozônio foi introduzido no Brasil em 1975, pelo médico paulista Dr. Heinz Konrad ([19-?]) e, segundo ele, “é preciso que se domine perfeitamente a técnica correta, e que se tenha noção exata das quantidades e das concentrações de ozônio a serem utilizadas, para que se possa obter os melhores resultados possíveis.” A alta frequência é utilizada após a extração, por conta de seu efeito bactericida, descongestionante e cicatrizante (OLIVEIRA; PEREZ, 2008). Outro importante efeito terapêutico é a melhora do trofismo dérmico, que está relacionado à ação bactericida da alta frequência, pois muitas vezes o trofismo da pele, tem relação direta com os processos de regeneração tecidual, sendo prejudicado pela ação de bactérias (BORGES, 2006). Os efeitos diretos do calor são mais importantes do que as alterações sanguíneas, pois eles se manifestam por um pronunciado aumento de fagocitose e leucocitose (PEREIRA, 2007). De acordo com Pereira (2007, p. 9), “As aplicações do calor local determinam um sensível aumento da circulação e, pelo exposto, o vapor ozonizado é fundamental nos tratamentos.” Em estudo sobre a aceleração do processo cicatricial com o uso da eletroterapia, Silva e Duarte (2010), apontam a ação da alta frequência na cicatrização: “os resultados das aplicações contribuíram com um processo de neoformação, com a aceleração de fibroblastos e organização do colágeno, com isso, um melhor estado estético em pacientes com lesão de primeira intenção.” No pós-operatório da abdominoplastia e da rinoplastia o uso de alta frequência é bem vindo para auxiliar a oxigenação do tecido e pelo seu efeito bactericida. Utiliza-se uma gaze sobre a pele durante a aplicação da alta frequência para facilitar o deslizamento e diminuir a incidência da corrente direta sobre a pele (MAUAD, 2003). A aplicação da alta frequência varia entre três a dez minutos. A intensidade adotada é aquela suficiente para gerar faiscamento, respeitando a sensibilidade do indivíduo. A desinfecção dos eletrodos após o uso é feita com algodão embebido 11
em álcool 70%. As principais contra indicações são: marca-passo cardíaco,
gestantes, alterações de sensibilidade, pele com produtos inflamáveis e neoplasias (OLIVEIRA; PEREZ, 2008). Para as diversas aplicações de alta frequência são utilizados eletrodos constituídos por um tubo de vidro que podem assumir formatos variados, adaptando-se às diferentes regiões corporais nas quais serão aplicados (SORIANO et. al. 2002).