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Med Gas Res. 2020 janeiro-março; 10(1): 54–59. PMCID: PMC7871935


Publicado online em 13 de março de 2020. doi: 10.4103/2045-9912.279985 PMID: 32189671

Ó leo ozonizado na cicatrização de feridas: o que já foi comprovado?


Ana Paula Anzolin , MD,* Níncia Lucca da Silveira-Kaross ,e Charise Dallazem Bertol

Abstrato

As reaçõ es inflamató rias agudas ou crô nicas visam controlar as lesõ es, resistir ao ataque de
pató genos e reparar tecidos danificados. A administraçã o terapê utica de ozô nio conhecida
como ozonioterapia surge como um possível tratamento para reparaçã o tecidual, pois pro‐
move a cicatrizaçã o de feridas. Possui propriedades bactericidas, antivirais e antifú ngicas e tem
sido utilizada como recurso terapê utico para tratar inflamaçõ es. O objetivo foi realizar uma
revisã o integrativa a respeito do uso do ó leo ozonizado em inflamaçõ es agudas e crô nicas.
Foram utilizadas as palavras-chave “ozone therapy”, “inflammation” e “ozone” nos idiomas
portuguê s, espanhol e inglê s. A seleçã o dos artigos foi baseada em crité rios de inclusã o e
exclusã o. No total, foram selecionados 28 artigos. Verificou-se que o ó leo ozonizado é eficaz na
cicatrizaçã o de feridas cutâ neas. Os efeitos bené ficos se devem à cicatrizaçã o de feridas, devido
à reduçã o da infecçã o microbiana, efeito de desbridamento, modulaçã o da fase inflamató ria,
estimulaçã o à angiogê nese, bem como reaçõ es bioló gicas e enzimá ticas que favorecem o
metabolismo do oxigê nio, melhorando a cicatrizaçã o da ferida. Alé m de promover a
cicatrizaçã o, o ó leo ozonizado reduz os sintomas relacionados à s queimaduras na pele,
previne a hiperpigmentaçã o pó s-lesã o e reduz a dor das ú lceras aftosas. Portanto, o ó leo
ozonizado representa uma alternativa terapê utica eficaz e de baixo custo que deve ser implan‐
tada no sistema pú blico de saú de. melhorando a cicatrizaçã o da ferida. Alé m de promover a
cicatrizaçã o, o ó leo ozonizado reduz os sintomas relacionados à s queimaduras na pele,
previne a hiperpigmentaçã o pó s-lesã o e reduz a dor das ú lceras aftosas. Portanto, o ó leo
ozonizado representa uma alternativa terapê utica eficaz e de baixo custo que deve ser implan‐
tada no sistema pú blico de saú de. melhorando a cicatrizaçã o da ferida. Alé m de promover a
cicatrizaçã o, o ó leo ozonizado reduz os sintomas relacionados à s queimaduras na pele,
previne a hiperpigmentaçã o pó s-lesã o e reduz a dor das ú lceras aftosas. Portanto, o ó leo
ozonizado representa uma alternativa terapê utica eficaz e de baixo custo que deve ser implan‐
tada no sistema pú blico de saú de.

Palavras-chave: ozô nio, ó leo ozonizado, inflamaçã o crô nica, inflamaçã o aguda, estresse
oxidativo, antioxidante
I ntroduçã o

O ozô nio é um gá s com alto poder oxidante e tem sido utilizado para diversas finalidades. A
ozonioterapia é a administraçã o terapê utica para o tratamento de diversas patologias. A via tó ‐
pica tem sido utilizada no tratamento de feridas extensas, infecçõ es fú ngicas, bacterianas e vi‐
rais, lesõ es isquê micas e outras afecçõ es, mostrando eficiê ncia, principalmente na desinfecçã o
e cicatrizaçã o de feridas. 1 , 2

A aplicaçã o tó pica pode ser realizada com ó leos ozonizados. A ozonizaçã o do ó leo promove
formulaçõ es contendo derivados de ozô nio com estabilidade adequada. Nesse contexto, este
trabalho teve como objetivo realizar uma revisã o integrativa do ó leo ozonizado por via tó pica
em inflamaçõ es. 3

estraté gia DE PESQUISA _

O levantamento bibliográ fico foi realizado nos idiomas portuguê s, inglê s e espanhol, utilizando
as palavras-chave: “ozone” e “ozone therapy”. Os descritores foram consultados nos Descrito‐
res em Ciê ncias da Saú de (DeCS) utilizando “ozô nio”, pois no DeCS nã o aparece o termo ozoni‐
oterapia. Os crité rios de inclusã o foram artigos originais utilizando ozonioterapia, associados
aos descritores: “inflamaçã o” e “pacientes” obtendo o resultado de 74 indicaçõ es no PubMed
com esta associaçã o. A busca e coleta dos dados foram realizadas nos meses de agosto e se‐
tembro de 2018. Os crité rios de exclusã o foram todos os outros tipos de publicaçõ es (editori‐
ais, comentá rios, reflexã o e relatos de experiê ncia).

No portal de pesquisa Bireme, utilizamos os filtros artigo ou tese, todo período, e o tema prin‐
cipal ozonioterapia. Assim, foram encontrados 14 artigos. Posteriormente, foi realizada aná lise
de conteú do em perió dicos da Coordenaçã o de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,
utilizando os mesmos filtros de busca do portal Bireme, resultando em 4 artigos.

Apó s aná lise do título e conteú do dos artigos, foram selecionados 28 artigos.

R esultados

Reaçõ es inflamató rias

As reaçõ es inflamató rias representam um mecanismo de açã o ativado para conter o progresso
das lesõ es, resistir ao ataque de pató genos e reparar tecidos danificados. Apesar dos descon‐
fortos físicos (como a febre), a inflamaçã o costuma ser bené fica e nos permite lidar com o es‐
tresse e a agressividade do dia a dia. 4 , 5 , 6 , 7

Esse processo é complexo e envolve cé lulas do hospedeiro e molé culas como proteínas, fato‐
res de transcriçã o e mediadores químicos para eliminar a causa inicial da lesã o celular ou cé lu‐
las e tecidos necró ticos resultantes da lesã o original e entã o desencadear o processo de re‐
paro. 8
As inflamaçõ es sã o classificadas como agudas e crô nicas. Agudo é uma resposta rá pida e de
curta duraçã o e é projetado para transportar leucó citos e proteínas plasmá ticas para os locais
da lesã o. Os estímulos para as lesõ es agudas sã o infecçõ es, traumas, agentes químicos e físicos,
necrose tecidual, corpos estranhos e reaçõ es imunes. 9

A inflamaçã o crô nica dura mais tempo e pode continuar por semanas, meses ou anos. Caracte‐
riza-se pela infiltraçã o no tecido inflamado de linfó citos e macró fagos e pela proliferaçã o de
vasos sanguíneos no local. A inflamaçã o é ativada e leva à destruiçã o do tecido afetado. Ao
contrá rio da destruiçã o tecidual, ocorre o reparo da regiã o, mas o tecido danificado por esse
tipo de inflamaçã o nã o é totalmente regenerado e o resultado da cicatrizaçã o é a fibrose. 8

Ozô nio

O ozô nio é formado durante uma reaçã o endoté rmica reversível que consome 286,19 J. No
ambiente, os raios ultravioleta, que sã o absorvidos, catalisam essa reaçã o e permitem que o
ozô nio controle a irradiaçã o, protegendo o planeta Terra. Dentro dos agentes oxidantes, o ozô ‐
nio é o terceiro mais poderoso, precedido em ordem pelo flú or e persulfato. 10

O ozô nio é uma molé cula altamente reativa e instável. Essa baixa estabilidade de aproximada‐
mente 3 segundos na fase gasosa evita seu armazenamento. Portanto, a geraçã o in situ de ozô ‐
nio se torna necessá ria. O ozô nio pode ser produzido por trê s té cnicas diferentes: exposiçã o
do O 2 à luz ultravioleta, eletró lise com á cido percló rico e descarga eletroquímica. 11 , 12

O tempo de vida da molé cula de ozô nio está diretamente relacionado à temperatura. Quanto
maior a temperatura, menor o tempo de vida do ozô nio e, consequentemente, menor seu po‐
der de açã o. Como exemplo, a meia-vida do ozô nio é de 140 minutos a 0°C, e chega a apenas
40 minutos a 20°C. 10

O gá s ozô nio foi descoberto em 1840 na Suíça por Christian Friedrich Schobein que, ao traba‐
lhar com alta eletricidade na presença de oxigê nio, produzia uma descarga elé trica com forma‐
çã o de um gá s de odor desagradável. Em 1854, Werner Von Siemens construiu o primeiro ge‐
rador de ozô nio. Naquela é poca, já se sabia que o ozô nio era instável, devendo ser produzido
e depois utilizado. Com a construçã o dos geradores de ozô nio, iniciou-se sua utilizaçã o em
aplicaçõ es industriais, ou mesmo para a purificaçã o de á gua, promovendo sua potente açã o
microbicida. 10

O ozô nio é utilizado para o tratamento de á gua potável na Europa desde o início do sé culo XX ,
sem perda nas propriedades organolé pticas, e em relaçã o aos microorganismos, sua açã o é
tã o eficaz quanto a do cloro. 12

Payr, um mé dico austríaco, Fisch, um dentista suíço, e Wolff, um mé dico alemã o, sã o os pionei‐
ros na pesquisa clínica envolvendo o ozô nio, 1 embora suas observaçõ es fossem empíricas.
Atualmente existem relatos científicos que comprovam os benefícios do ozô nio no tratamento
de feridas, uso odontoló gico, desinfecçã o, tratamento de hé rnia de disco e hepatite C. 13

Ozonioterapia: uso do ozô nio na medicina


A prá tica do ozô nio começou no tratamento da tuberculose, seguida de seu uso em clínicas
odontoló gicas e tratamentos de gangrena. O cirurgiã o Payr foi o primeiro a utilizar a via retal
de ozô nio. 14

No entanto, o uso inadequado de gá s por via intravenosa por indivíduos sem prá tica em ozoni‐
oterapia ou em medicina resultou em morte por embolia. Dessa forma, o uso do ozô nio foi
condenado em alguns países. 10

O ozô nio tem a capacidade de auxiliar na eliminaçã o de bacté rias, vírus e parasitas, bem como
biofilmes. Nesse contexto, assumiu-se que a injeçã o intravenosa de uma mistura gasosa com‐
posta por O 2 e O 3 na sepse bacteriana em pacientes com HIV inativaria os pató genos e cura‐
ria a doença. No início da dé cada de 1990, té cnicos migraram para a Á frica e para as Índias
Ocidentais para realizar esse procedimento; de fato, observou-se que a administraçã o intrave‐
nosa de O 2 –O 3 causava embolia e morte dos pacientes. A administraçã o de ozô nio por via in‐
travenosa foi proibida na Europa desde 1984. 13 O uso de ozô nio nunca deve ser feito por
inalaçã o ou injeçã o de acordo com a Declaraçã o de Madri sobre Ozonioterapia.15 No entanto,
existem publicaçõ es comprovando a segurança do ozô nio por via inalató ria em baixas concen‐
traçõ es. 16

Em países como Cuba, Rú ssia e Ucrâ nia esta terapia é amplamente utilizada para diversos tra‐
tamentos, na forma de infusã o de soluçã o salina ozonizada e insuflaçõ es retais de ozô nio de‐
vido ao baixo custo e aplicabilidade em milhares de pacientes. 17 No Brasil, a Associaçã o Bra‐
sileira de Ozonioterapia foi fundada em 2006. No entanto, o Conselho Federal de Medicina
ainda nã o reconhece a ozonioterapia. O gá s pode ser utilizado em pesquisa científica, con‐
forme Resoluçã o 196/96 do Conselho Nacional de Saú de, que inclui a aprovaçã o do projeto de
pesquisa pelo Comitê de É tica em Pesquisa. 18Em 2011, o Conselho Federal de Medicina e a
Agê ncia Nacional de Vigilâ ncia Sanitá ria argumentaram que a ozonioterapia nã o tem respaldo
científico para ser regulamentada. Em 2017, foi proposto no Senado o projeto de lei nº 227,
que dispõ e sobre a autorizaçã o para prescriçã o de ozonioterapia em todo o territó rio nacio‐
nal. Em agosto de 2017, o Senado iniciou uma consulta pú blica sobre essa lei. 19 Em 2018, a
ozonioterapia teve um ganho histó rico, sendo incorporada à s Prá ticas Integrativas e Comple‐
mentares do Sistema Ú nico de Saú de. As Prá ticas Integrativas e Complementares abordam o
cuidado integral à populaçã o por meio de prá ticas que envolvem terapias diversas. 20O uso
dessa terapia, no Brasil e em outros países emergentes, poderia reduzir os custos da saú de
pú blica, por isso esforços devem ser feitos para regulamentar.

Considerando os padrõ es terapê uticos, existem diferenças nas concentraçõ es utilizadas de


ozô nio. Padrõ es aceitáveis ​vê m de recomendaçõ es e adaptaçõ es de acordo com os sintomas e
doenças dos pacientes. As concentraçõ es terapê uticas seguras foram anteriormente definidas
como 10–40 μg de ozô nio/mL de sangue. 21 Até 2002, acreditava-se que baixas doses de ozô ‐
nio eram estimulantes e altas doses eram inibitó rias; entretanto, esta informaçã o é incorreta,
pois o ozô nio na forma complexa ou em altas doses també m é eficaz e deve-se observar a pos‐
sibilidade de efeitos adversos. 17

A ozonioterapia aumenta a oxigenaçã o dos tecidos, estimula a produçã o de antioxidantes en‐


dó genos e causa um efeito imunossupressor (com estimulaçã o da liberaçã o de ocitocina) no
sistema circulató rio. 22 A ozonioterapia atua por oxidaçã o direta causando, por exemplo, inati‐
vaçã o de microrganismo ou mediador da dor e por ativaçã o de efetores nucleares (Nrf2 ou fa‐
tor nuclear kappa B (NF-κB)) induzindo uma resposta farmacoló gica. 15 Em baixas doses, o
ozô nio estimula as vias protetoras das cé lulas sem alterar a viabilidade celular 23 e o ozô nio
em altas doses pode ser genotó xico. 8

Na reparaçã o tecidual, a ozonioterapia promove a cicatrizaçã o das feridas 24 e, por via tó pica,
pode ser utilizada nas formas gasosa e oleosa.

Mecanismo de ação do ozô nio

O ozô nio atua como um biorregulador liberando fatores de cé lulas endoteliais e normalizando
o equilíbrio redox celular quando em contato com um fluido bioló gico. 25 També m pode alte‐
rar os níveis de citocinas (interleucina-8, fator de necrose tumoral-α, fator transformador de
crescimento beta, fator de crescimento derivado de plaquetas). 26

O ozô nio por via intravenosa dissolve-se em fluidos bioló gicos (plasma, urina e linfa) e reage
com á cidos graxos poliinsaturados, antioxidantes, glutationa reduzida e albumina. 27 Esses
compostos atuam como doadores de elé trons e sofrem oxidaçã o, resultando na formaçã o de
peró xido de hidrogê nio (H 2 O 2 ) e produtos da oxidaçã o lipídica.

O H 2 O 2 atua como mensageiro do ozô nio para iniciar efeitos terapê uticos e bioló gicos, 27
atuando como regulador da transduçã o de sinais, ativando a defesa imunoló gica. 28 O pro‐
cesso ajuda as cé lulas a sobreviverem à lesã o. Poré m, em quantidade excessiva, pode ser pre‐
judicial à s cé lulas.

O ozô nio estimula a produçã o de interferon, interleucinas e enzimas antioxidantes. 29 O sis‐


tema imune també m pode ser estimulado pela ativaçã o de neutró filos e liberaçã o de citocinas.
Tem a capacidade de restabelecer a homeostase redox celular. 30

O ozô nio é um biorregulador que protege contra os danos causados ​pelo estresse oxidativo
crô nico, mecanismo de pré /pó s-condicionamento, 31 regula os níveis de ó xido nítrico, a subu‐
nidade p65 do NF-κB e o fator de necrose tumoral-α. 32

A administraçã o controlada de ozô nio promove uma adaptaçã o ao estresse oxidativo, estimu‐
lando antioxidantes endó genos, protegendo contra danos teciduais. 33

Para feridas cutâ neas é utilizado o ozô nio em geradores de alta frequê ncia, produzindo calor
que resulta em vasodilataçã o perifé rica local, aumento do fluxo sanguíneo, oxigenaçã o e meta‐
bolismo celular, acelerando o processo de cicatrizaçã o. 34

O efeito na pele se deve à sua reaçã o com os á cidos graxos poliinsaturados e vestígios de á gua
presentes na camada superior da derme, gerando espé cies reativas de oxigê nio (ROS) e lipo-
oligopeptídeos, entre os quais o H 2 O 2 . Apenas ROS e lipo-oligopeptídeos formados a partir
desta reaçã o podem ser parcialmente reduzidos pelos antioxidantes enzimá ticos da pele (glu‐
tationa oxidase, superó xido dismutase, catalase) e molé culas nã o enzimá ticas de baixo peso
molecular (isoformas da vitamina E, vitamina C, glutationa, á cido ú rico). á cido e ubiquinol) ou
para ser parcialmente absorvido por via intravenosa e capilares linfá ticos. As ROS sã o os agen‐
tes naturais mais eficazes contra pató genos resistentes a antibió ticos. Alé m disso, melhora o
metabolismo e as funçõ es imunoló gicas, contribuindo para uma recuperaçã o satisfató ria.35
Em pacientes com imunossupressã o, a ozonioterapia é capaz na ativaçã o e síntese de ILs, leu‐
cotrienos e prostaglandinas que irã o reduzir a inflamaçã o e melhorar a cicatrizaçã o. Exerce
efeito na ativaçã o de processos aeró bicos (glicó lise, ciclo de Krebs, beta-oxidaçã o de á cidos
graxos), secreçã o de vasodilatadores (como o ó xido nítrico), ativaçã o do mecanismo de síntese
de proteínas e aumento do nú mero de ribossomos e mitocô ndrias no cé lulas. 36 O aumento da
atividade funcional potencializa a regeneraçã o tecidual. 37O ozô nio entra na membrana celular
das ERO formadas, que ativam as vias NF-κB aumentando sua translocaçã o para os nú cleos,
provocando a ativaçã o de vias de inflamaçã o intracelular, como interleucina-1β, interleucina-6,
fator de necrose tumoral-α e ciclooxigenase- 2, que despertam a cascata apoptó tica. 38

Ó leo ozonizado: produção e estabilidade

A finalidade do ó leo ozonizado é obter formulaçõ es contendo ozô nio com melhor estabilidade
para facilitar o manuseio, melhorar seu armazenamento, evitar sua rá pida degradaçã o, permi‐
tir tratamento extra-hospitalar e reduzir o risco de seu uso na forma gasosa, em altas e doses
inadequadas. O cientista Nicola Tesla borbulhou o ozô nio continuamente por trê s semanas
atravé s do ó leo, criando um gel natural com o ozô nio em suspensã o. Este produto foi chamado
de “ozo-ó leo”. 3

O ozô nio reage com as duplas ligaçõ es dos á cidos graxos presentes nos ó leos vegetais, for‐
mando principalmente ozonídeos (1,2,4-trioxolanos) e peró xidos como hidroperó xidos, H 2 O
2 , peró xidos de polímeros e outros peró xidos orgâ nicos. 39 , 40

Para caracterizar os ó leos ozonizados é essencial entender as propriedades físico-químicas.


Té cnicas analíticas tê m sido utilizadas para determinar a qualidade de ó leos vegetais e produ‐
tos ozonizados. 40

A caracterizaçã o dos ó leos ozonizados e puros por ressonâ ncia magné tica nuclear, por peró ‐
xido e índice de acidez, por determinaçã o de viscosidade e massa molar mostrou uma diminui‐
çã o gradativa da insaturaçã o com aumento do tempo de ozonizaçã o e formaçã o de ozonídeos.
A ozonizaçã o aumentou os valores de peró xido e á cido. Apó s longos períodos de ozonizaçã o,
espé cies de massa molar superior e inferior foram observadas, como ozonídeos oligomé ricos
e ozonídeos cruzados. 3

O primeiro ó leo vegetal ozonizado, conhecido como OLEOZON ® , foi registrado como medica‐
mento para fins terapê uticos orais e tó picos pelo Centro Nacional de Pesquisas Científicas de
Cuba. Em um estudo toxicoló gico, OLEOZON ® nã o apresentou sinais de morte ou toxicidade.
Os animais apresentaram comportamento normal, sem alteraçõ es macroscó picas em nenhum
dos ó rgã os parenquimatosos em ambos os grupos (tratamento e controle). OLEOZON ® nã o é
classificado como substâ ncia de toxicidade aguda e sua segurança é superior a 2000 mg/kg de
peso corporal. 41

A produçã o dos ó leos ozonizados pode estar diretamente relacionada ao mé todo de geraçã o
de espumas por difusã o gasosa. Esses mé todos explicam o processo de oxidaçã o da fase lí‐
quida quando um gá s à base de oxigê nio é injetado em um recipiente de um reator de coluna
de bolhas contendo um líquido orgâ nico oxidável. Este é um sistema de alta energia que pro‐
duz bolhas uniformes de pequeno diâ metro, fortemente acionadas em forma de jato resul‐
tando em espuma. Esta té cnica é conhecida como Compressed Air Foam e é utilizada há vá rias
dé cadas na indú stria petrolífera, alimentar, cosmé tica, farmacê utica, entre outras. 42

Para solidificar o ó leo vegetal ozonizado sã o necessá rios dois dias de gá s ozô nio borbulhado
continuamente no ó leo vegetal, permitindo que um grama de ó leo contenha cerca de 160 mg
de ozô nio. Poré m, també m pode ser fabricado em menos tempo tornando-se mais viscoso e
menos durável. Quando refrigerado tem validade de 2 anos. 10 No entanto, essas informaçõ es
sã o imprecisas, pois nã o explicam qual a concentraçã o de ozô nio produzida pelo gerador, bem
como, nã o há medidor de ozô nio em ó leo disponível no mercado.

A estabilidade do produto resultante é fortemente influenciada pelo tamanho das bolhas, pela
fraçã o do gá s líquido e pela circularidade das bolhas, que é o fator determinante de sua persis‐
tê ncia. À medida que as bolhas se tornam menores e circulares, sua distribuiçã o é mais uni‐
forme e elevada, apresentando boa qualidade e estabilidade. 43

Ó leo ozonizado em inflamaçõ es

O ozô nio é reconhecido como um dos melhores bactericidas, antivirais e antifú ngicos, e tem
sido usado empiricamente como agente terapê utico clínico para fístulas e feridas pó s-cirú rgi‐
cas, ú lceras de pressã o, bem como feridas crô nicas, como ú lceras tró ficas, ú lceras isquê micas,
feridas diabé ticas , psoríase e pé de atleta. Os efeitos bené ficos do ozô nio na cicatrizaçã o de fe‐
ridas estã o relacionados à reduçã o da infecçã o microbiana, efeito de desbridamento, modula‐
çã o da fase inflamató ria, estimulaçã o da angiogê nese, bem como reaçõ es bioló gicas e enzimá ti‐
cas que favorecem o metabolismo do oxigê nio melhorando a cicatrizaçã o de feridas. 13

A reparaçã o e restauraçã o de tecidos é um processo complexo e dinâ mico. A melhora desse


processo caracterizado pelo fechamento da ferida é fundamental para diversas patologias,
como é o caso dos diabé ticos. 33

O ó leo ozonizado apresenta resposta precoce e maior nú mero de cé lulas envolvidas no pro‐
cesso de reparo quando utilizado em feridas, alé m de angiogê nese superior com aumento de
fatores de crescimento endotelial vascular e expressã o de ciclina D1. 12

Existem milhõ es de pacientes com lesõ es cutâ neas que degeneram em ú lceras infectadas e
com pouca expectativa de cura, principalmente em doenças como diabetes mellitus, ateroscle‐
rose e no processo de envelhecimento, o que implica em alto custo socioeconô mico. O uso diá ‐
rio de ó leo ozonizado nessas lesõ es elimina a infecçã o e promove uma cicatrizaçã o rá pida. 34

A primeira evidê ncia que avalia os benefícios do ozô nio em doenças de pele foi fornecida por
Shpektorova 44 em 1964.

As complicaçõ es diabé ticas també m podem ser atribuídas ao estresse oxidativo. Em 2005, foi
publicado um ensaio clínico para investigar a eficá cia terapê utica do ozô nio no tratamento de
pacientes com diabetes tipo 2 com pé s diabé ticos e comparar o ozô nio com a antibioticotera‐
pia. 45101 pacientes foram selecionados e divididos em dois grupos (52 pacientes tratados
com ozô nio (insuflaçã o de gá s local e retal) e 49 pacientes tratados com antibió ticos tó picos e
sistê micos por 20 dias). O ozô nio melhorou o controle glicê mico, preveniu o estresse oxidativo,
normalizou os níveis de peró xido orgâ nico e ativou a superó xido dismutase. També m foi ob‐
servada melhora na cicatrizaçã o das lesõ es, resultando em menos amputaçõ es do que no
grupo controle. Portanto, o tratamento mé dico com ozô nio ativa o sistema antioxidante e pode
ser uma terapia alternativa no tratamento do diabetes e suas complicaçõ es. Este trabalho foi
realizado com alto rigor metodoló gico.

Em 2003, 23 pacientes foram tratados com ozô nio em complicaçõ es sé pticas crô nicas e resis‐
tentes a antibió ticos de amplo espectro apó s traumas, procedimentos cirú rgicos e infecçõ es
cutâ neas secundá rias. 46 A ozonioterapia foi administrada superficialmente, por té cnica auto‐
ral. Os processos sé pticos foram inibidos e a cicatrizaçã o de feridas foi muito mais rá pida do
que o normal em todos os pacientes que receberam terapia com ozô nio, confirmando as van‐
tagens da terapia com ozô nio de superfície no tratamento de feridas sé pticas.

O efeito do ó leo de oliva extra virgem ozonizado foi avaliado in vitro para validar a atividade
antifú ngica e in vivo avaliado nos níveis orais de Candida spp. em pacientes com estomatite
proté tica. A atividade antifú ngica foi realizada contra Candida albicans e cinco espé cies nã o al‐
bicans ( Candida tropicalis , Candida dubliniensis , Candida krusei , Candida guilliermondii e Can‐
dida parapsilosis ). Os efeitos sobre C. albicans planctô nicos e biofilme també m foram avalia‐
dos. In vivo , o ó leo ozonizado foi usado por 30 pacientes e outros 20 usaram bicarbonato de
só dio por 14 dias. Em vitroo ó leo ozonizado apresentou atividade antifú ngica contra todas as
espé cies de Candida , bem como atividade anti-biofilme de C. albicans . Os níveis de candidíase
oral foram menores do que os basais apó s 14 dias de intervençã o com ambos os tratamentos.
A remissã o da estomatite proté tica foi observada em todos os pacientes apó s 7 dias de trata‐
mento em ambos os grupos. Portanto, o estudo concluiu que o ó leo ozonizado pode ser uma
alternativa para o controle do biofilme em pacientes com estomatite proté tica. 47

O efeito de diferentes ó leos ozonizados (azeitona, gergelim e linhaça) na cicatrizaçã o de feridas


foi comparado em camundongos. 48Oito microlitros de ó leo ozonizado ou nã o ozonizado fo‐
ram aplicados em 36 camundongos divididos em 4 grupos de 9 camundongos cada, duas ve‐
zes ao dia em feridas por 14 dias. Ferimentos foram realizados no dorso dos camundongos
impedindo-os de lamber. A pele foi comprimida e dobrada para obter uma ferida circular de
igual diâ metro. As feridas foram fotografadas aos 0, 3, 7 e 14 dias. Azeite, ó leo de gergelim e li‐
nhaça sem ozonizaçã o (grupo controle) e os mesmos ó leos ozonizados (grupo tratamento) fo‐
ram aplicados em cada ferida. O fechamento da ferida foi superior a 90% em todos os casos,
poré m o grupo tratamento apresentou um aumento significativo na taxa de fechamento em re‐
laçã o ao grupo controle no primeiro dia e foi significativamente maior nos dias 3 a 7. O ó leo de
gergelim apresentou um aumento significativo da velocidade de fechamento da ferida em rela‐
çã o ao ó leo de gergelim nã o ozonizado nos primeiros 7 dias,

Os efeitos terapê uticos do azeite ozonizado tó pico foram avaliados na cicatrizaçã o de sítios ci‐
rú rgicos de enxerto gengival.49 Um ensaio clínico randomizado, triplo-cego com 20 pacientes
foi dividido em 2 grupos (tratamento: ó leo ozonizado ou controle: azeite sem ozonizaçã o) .
Eles foram avaliados no pó s-operató rio por aná lise citoló gica no início do estudo, apó s 24 ho‐
ras, 3, 7, 14 e 21 dias, e 2, 3, 8 e 18 meses. Houve melhora significativa na cicatrizaçã o epitelial
aos 7, 14 e 21 dias, bem como aos 2, 3 e 8 meses no grupo ó leo ozonizado. A eficá cia da aplica‐
çã o tó pica de ó leo vegetal ozonizado em sítios cirú rgicos gengivais foi comprovada. O ó leo ozo‐
nizado promoveu uma melhora significativa na cicatrizaçã o epitelial das feridas gengivais em
comparaçã o ao grupo controle. A metodologia deste estudo está bem definida,
O ó leo ozonizado e o gel de clorexidina foram avaliados no tratamento da gengivite. No início
do tratamento (até a terceira semana) o ozô nio apresentou vantagens; no entanto, ao final do
estudo nã o houve diferença estatisticamente significativa entre o ó leo ozonizado e o gel de clo‐
rexidina. A massagem gengival com ó leos ozonizados apresenta uma alternativa eficaz contra a
gengivite induzida por placa. 50

Ó leo ozonizado e α-bisabolol foram comparados a cremes controle (vitamina A, vitamina E,


talco e ó xido de zinco) no tratamento vascular de ú lcera de perna. A cicatrizaçã o completa da
ú lcera foi maior com ó leo ozonizado e α-bisabolol. Alé m disso, as alteraçõ es na superfície da
ú lcera foram significativas apenas para ó leo ozonizado e α-bisabolol, com reduçã o significativa
e progressiva da superfície da ferida em 34%, 59% e 73% apó s 7, 14 e 30 dias, respectiva‐
mente . 51 Este estudo foi realizado sem duplo-cego e sem cá lculo amostral, e esses fatos po‐
dem representar uma limitaçã o.

Os efeitos do ó leo de camé lia ozonizado foram avaliados na dermatite ató pica. 52 Dezoito ra‐
tos foram feridos nas costas e foram tratados com ó leo ozonizado. O ó leo ozonizado inibiu sig‐
nificativamente a inflamaçã o e curou as lesõ es em 7 dias. Portanto, o ó leo ozonizado pode su‐
primir a inflamaçã o na dermatite ató pica, demonstrando ser um potencial tratamento para a
doença.

Em feridas cutâ neas agudas de cobaias, o ó leo ozonizado melhorou significativamente o pro‐
cesso de cicatrizaçã o. 53

Dentre os trabalhos estudados, vá rios deles mostraram que o ó leo ozonizado é eficaz na cica‐
trizaçã o de feridas cutâ neas. No entanto, alguns estudos avaliando o ó leo ozonizado em huma‐
nos 45 , 46 , 47 , 49 , 50 , 51 indicam limitaçõ es nas metodologias utilizadas, sem randomizaçã o
clara dos pacientes, duplo-cego ou cá lculo amostral.

C onclusã o

O ozô nio via tó pico na forma gasosa ou em ó leos destaca-se como tratamento para reparaçã o
tecidual, pois promove a cicatrizaçã o de feridas e possui propriedades antimicrobianas, imu‐
noló gicas, antioxidantes e oxigenantes. A eficá cia do ó leo ozonizado pode representar uma te‐
rapia integrativa no tratamento de lesõ es teciduais, principalmente em pacientes que apresen‐
tam patologias como diabetes mellitus, aterosclerose e no processo de envelhecimento. Para
doenças como ú lceras ou estomatite aftosa, gengivite e dermatite, o ó leo ozonizado auxilia no
alívio da dor e na aceleraçã o do processo de cicatrizaçã o. No entanto, alguns estudos mostra‐
ram limitaçõ es na metodologia, sem randomizaçã o, duplo-cego ou cá lculo amostral, demons‐
trando a necessidade de mais estudos clínicos para confirmar a eficá cia tó pica do ozô nio.

notas de rodapé

Conflitos de interesse

Os autores não têm conflitos de interesse a declarar.

Ajuda financeira
Nenhum.

Contrato de licença de direitos autorais

O Contrato de Licença de Direitos Autorais foi assinado por todos os autores antes da publicação.

verificação de plágio

Verificado duas vezes por iThenticate.

Revisão por pares

Externamente revisado por pares.

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