Você está na página 1de 77

INSTRUÇÕES PRÁTICAS

F ascículo 1
P refácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium:
Este folheto é dirigido a você como Médium da Corrente. No momento que
você recebeu sua emanação, no seu primeiro dia como principiante você já se
tornou Médium do Templo do Amanhecer.
A partir desse ponto, seu problema é desenvolver suas qualidades
Mediúnicas. Estas Instruções são para lhe ajudar de maneira prática e objetiva.
Elas lhe ensinarão como se movimentar no Vale e no Templo, como usar seu
uniforme e como se adaptar no quotidiano da vida Mediúnica.
Naturalmente, seu desenvolvimento não vai depender de coisas escritas,
de leituras e aulas. Este trabalho apenas irá complementar as coisas que você vê
e ouve no decorrer de seu desenvolvimento.
Use-o como um livrinho de bolso, para você ler na condução ou nos seus
momentos de folga. Se houver mais alguma coisa que você ache que está
faltando, procure seu instrutor ou qualquer Mestre mais experiente. Temos
certeza que alguém irá lhe informar o que você pretende.
Temos à sua disposição 7 fascículos (Instruções Práticas para os Médiuns)
que deverão ser adquiridos de conformidade com as orientações dos Mestre
Instrutores, bem como os livretos de Pequenas Histórias e outras obras publicadas
sob os olhos da Clarividente Neiva, doutrinariamente destinadas a somar valores
essenciais ao seu melhor posicionamento. Os títulos são:

- O Vale do Amanhecer;
- Tia Neiva - Autobiografia Missionária;
- Série Pequenas Histórias (Fascículos 1 ao 7)
- Mensagens de Pai Seta Branca
- Luz do Amanhecer
- Hinos Mântricos e Preces

Lembre-se apenas que nossa Doutrina é dinâmica, isto é, as instruções dos


planos espirituais fluem constantemente pelos emissários do Céu e, já existe um
mundo fantástico de conhecimentos registrados em “cartas” que aos poucos você,
caro médium, irá no transcorrer de sua jornada se familiarizando e conquistando o
direito de adquirir.
Não será por falta de informações que você irá “estacionar” sua
mediunidade.
Boa sorte!

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(em memória)

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

P refácio para o Leitor Estranho à Corrente

Caro leitor:
Este folheto é dirigido aos Médiuns do Vale do Amanhecer.
Embora não haja objeção que seja lido por outras pessoas, apenas
queremos lembrar que ele será mais bem assimilado por quem estiver
participando das atividades Mediúnicas do Vale.
Na verdade ele é apenas um registro das posições básicas do Vale do
Amanhecer mostrando suas finalidades posição técnica, doutrinária e mística.
É também verdade que nossos Médiuns não dependem de material escrito
para sua participação, uma vez que o conhecimento da Doutrina do Amanhecer é
adquirido mais pela Mediunidade que pelo intelecto.
Sem dúvida existe um aprendizado inicial, no qual entram os processos
imitativos e sensoriais. Mas, tão pronto o Médium se familiariza com o sistema ele
aperfeiçoa mais a percepção Mediúnica que a sensorial.
Por meio de "Mantras", "chaves", cantos, gestos, indumentárias, e horários,
tudo formando um conjunto ritualístico, se estabelece um intercâmbio
ectoplasmático entre o Médium e a Corrente. Isso muda seu teor fluídico e o
impregna com as energias espirituais manipuladas no Templo.
O resultado é o clareamento fisiológico que abre a percepção extra-
sensorial. O Médium passa a perceber as coisas de seu campo consencional que
antes não eram registradas pelo seu "eu".
Por esse processo ele se torna esclarecido sem artifícios, de acordo com
sua formação psíquica e sua cultura, sem falsas submissões à dogmatismos que
produzem dúvidas e angústias.
Só o mediunismo sem retoques ou superstições garante o respeito ao livre
arbítrio, e toma possível a modificação do individuo de dentro para fora, a única
mudança de comportamento que se faz sem criar dependência e que permite o
equilíbrio Individual.
Esse é o motivo básico pelo qual não se sujeita o Médium do Vale do
Amanhecer a leituras obrigatórias. Mas, uma vez aprendido o sistema do Vale,
nada há que se objete à leitura, que sempre pode acrescentar algo à
personalidade. Essa é a razão deste manual prático, que vamos colocando nas
mãos dos leitores em capítulos, para não se tornar cansativo.
Boa Sorte!

O Editor

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

1. Como você ingressou no desenvolvimento.

Antes de se tornar Médium do Vale do Amanhecer você era um simples


paciente, um cliente ou freqüentador.
Você consultou um Preto Velho ou Tia Neiva e lhe foi dito: "Meu filho, você
tem muita mediunidade, você precisa desenvolver".
Nessa altura, você está convencido de que a única maneira de endireitar
sua vida, sarar daquela doença ou afastar as dificuldades, é se desenvolvendo.
Você então é encaminhado a um serviço especializado. A Ninfa responsável
lhe fez algumas perguntas, escreveu seu nome e seus dados em uma folha
Impressa e mandou que você começasse no domingo seguinte. Você então voltou
para sua casa com uma autorização para desenvolvimento".

2. Como você começou.

Se ingressou no Corpo Mediúnico pelos processos normais, você começou


assim: No domingo seguinte ao recebimento da autorização, se apresentou ao
Templo as 10 horas da manhã e sentou-se junto com os outros candidatos. Várias
vezes deve ter ouvido a palavra "novato" e isso é o que você era.
Das 10 às 11 horas o Mestre responsável pela palestra explicou através dos
alto-falantes o que era a Corrente, quais as razões da Mediunidade, o que poderia
ser feito e o que não poderia ser feito. Nessa ocasião deve ter sido dito:
“Para ser Médium da Corrente Indiana, a pessoa não pode tomar Álcool,
nem uma gota, e isso não tem meio termo".
Você deve ter ouvido também que o Vale não faz campanha antialcoó1ica,
nem se importa que seus clientes bebam. O problema do álcool é colocado em
termos técnicos da mediunidade e do perigo que isso representa para o Médium.
Foi dito também:
"A razão básica pela qual as pessoas precisam se desenvolver é o seu
equilíbrio pessoal, a realização do programa feito pelo seu espírito, antes de vir
para este Planeta, antes de reencarnar". E também:
"A mediunidade é uma arma que Deus lhe deu para se defender. Conforme
o uso que você fizer dela, você pode ferir a si mesmo. Por isso ela é um espinho
atravessado na carne".
Com essa explicação você então compreendeu que a mediunidade é um
fato natural e que todos os seres humanos a têm. Mas o que mais o
Impressionou, provavelmente, é de ter ouvido que espiritismo é doutrina da vida e
não da morte!
De fato é assim. A verdadeira religião é a vida de cada um, as obrigações,
as pessoas que o cercam, seus fitos, seus pais, seus irmãos, seus companheiros
de profissão, seu vizinho no ônibus, enfim, seu próximo e sua vida do dia a dia.
Da maneira que você se comportar a cada momento é que é sua religião. Se você
vive doente e desanimado, pobre, mal vestido, de mau-humor, cercado de
espíritos desencarnados de baixo padrão vibratório, que espécie de amor você
está dando ao "seu próximo", que "religião" é a sua?

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Agora veja o outro lado da moeda: você se desenvolve, ou melhor,


desenvolve suas qualidades Mediúnicas amparado pelo Sistema Crístico, dentro
das normas que o Mestre Jesus preparou para este Planeta nestes 2000 anos.
Você aprende o valor da humildade, da tolerância e do amor ao próximo. Você
descobre que não é o pobre coitado que chegou ao Templo pedindo socorro, mas
sim que tem uma vasta experiência de milhares de anos - você descobre o acervo
do seu próprio espírito!
A partir dai você começa a "vencer na vida", isto é, sua mente se torna
mais clara, suas decisões são mais seguras, suas dores são menos sofridas e você
começa a se realizar. Você agora pratica a religião da vida!
A partir daí as pessoas começam a gostar mais de você e a achar que você
é uma boa pessoa, começam a vibrar favoravelmente a você!
"Nós podemos avaliar nossa posição neste universo, a cada momento, pelo
balanço entre as vibrações positivas e as negativas que nos atingem".
Assinalando isso, você aprende a cultivar as vibrações favoráveis do seu
próximo - você aprende que é mais negócio fazer amigos do que inimigos!
Assimilando essas idéias, você começou a ser um Médium do Vale.

3. O começo do desenvolvimento

Depois da palestra, ainda no seu primeiro dia de desenvolvimento, você foi


submetido a um teste dentro de um processo especial e isso foi muito importante.
A partir desse trabalho, as "águas do rio de sua vida" passaram a correr em outro
canal – o canal mediúnico. Desse momento em diante começa sua abertura
chácrica – abertura dos "Chacras".
"Chacras" são pontos de captação e transmissão de força espiritual, que
existem na periferia do corpo, sob a pele, com ligação com seu perispírito.
Para você ter uma idéia aproximada do seu perispírito, imagine que você
seja circundado por uma fina parede de plástico transparente e flexível que forma
um oval. Ela é de matéria etérica e por isso não interfere com o seu mundo físico,
de forma perceptível pelos seus sentidos.
Nessa parede existem alguns pontos parecidos com tomadas de
eletricidade, dessas que a gente tem na parede de casa. Através deles você
recebe a energia do seu mundo espiritual e transmite os anseios de sua alma.
Bem em cima da sua cabeça existe o "Chacra" Coronário. Esse "Chacra"
alimenta a força do Doutrinador. Pouco acima do seu est6mago, fica situado o
"Chacra" Umbilical, na região do seu Plexo Solar. Esse "Chacra" é que proporciona
o desenvolvimento maior do Médium Apará. Além desses, existem outros que têm
funções diferentes. Votaremos a falar deles mais tarde.
Depois do trabalho de "inversão de corrente", feito nos Tronos, você foi
submetido a um teste de mediunidade. Depois disso você e nos ficamos sabendo
com que tipo de mediunidade seu espírito decidiu exercer esta missão na Terra.
Veja bem, não somos nós que "damos" a sua mediunidade. É você que já a traz
consigo, nós apenas verificamos.
Sua primeira manifestação Mediúnica é na presença do seu Mentor. O
Mentor é um espírito da esfera superior, um pai ou mãe espiritual que sempre
guiou os seus passos na Terra. Alguns o chamam de "anjo da guarda".

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

O teste mediúnico consiste exatamente na "chamada do Mentor". Se você


for Doutrinador, o Mentor concentra o contrato na sua cabeça, no seu "Chacra"
coronário. Com isso você sente a cabeça um pouco mais quente, mas fica
completamente consciente. Se você for Apará (incorporação) a influência é maior
no Plexo Solar, no "Chacra" umbilical. Nesse caso você perde um pouco a
consciência e sente a pressão na região do estômago.
A partir dai você se definiu: Doutrinador ou Apará.
No domingo seguinte você foi encaminhado a um Instrutor. Doutrinador ou
Apará, aqui estão as coisas fundamentais que você deverá saber:

4. Como agir nos primeiros dias de freqüência

Desde que completou seu primeiro dia de desenvolvimento, você deixou de


ser cliente para ser Médium. Embora você não perceba isso, com muita nitidez,
existe uma diferença muito grande entre um e outro, o visitante vem unicamente
para ser servido e, você agora se dispõe a se preparar para servir.

Por isso não convém que você continue freqüentando como cliente
passando pelos Setores de Trabalhos. Você só deve fazer isso se tiver um motivo
muito forte e assim mesmo mediante orientação. Desde o momento em que se
tornou Médium, tudo que você precisa deverá ser obtido pela sua Mediunidade e
não pela mediunidade dos outros.

5. Horários

Procure fazer o possível para não interromper a freqüência do


Desenvolvimento.
A sirene do Templo é acionada faltando quinze minutos para as 10: 00 e de
preferência, procure logo se localizar no interior do mesmo, buscando com
naturalidade a sintonia com seus Mentores. Não se descuide, a palestra antes de
tudo uma preparação do ambiente...

6. A sirene do Templo

Depois que ela toca você tem sempre 15 minutos para se apresentar ou
para encerrar seu trabalho.

Código dos toques da sirene:

1 Toque (longo) - Encerramento do trabalho oficial e retiro.

2 Toques (médios) - Convocações para:

Reuniões -Trabalho Especial - Determinados trabalhos.

3 Toques (1 curto - 1 médio - 1 longo)

Intercâmbios do retiro e abertura do trabalho oficial.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

4 Toques - Emergência - Reunido de todos que se acharem no vale. E


também, toques de meia em meia hora das 10:00 horas da manhã às 18:00
horas, no caso do desencarne de um Mestre.
Obs: Determinado trabalho especial, situação de emergência e nos casos
de desencarne, antes de tocar a sirene, o Mestre deverá estar autorizado por um
dos Mestres Trinos Presidentes: Arakém, Sumanã, Ajarã.

7. O ritual básico

Use a expressão "Salve Deus"!

a) Sempre que cruzar com outro Médium, aqui ou fora do Vale;

b) Quando cruzar o portão do Vale entrando ou saindo:

c) Ao entrar ou sair do Templo.

Entre no Templo de preferência pelo lado esquerdo. Ao atravessar o portal


diga "Salve Deus!" e abra os braços de frente para a Pira. Faça o mesmo ao sair,
não importa quantas vezes você entrar ou sair.

Não converse a não ser o estritamente necessário, assim mesmo em voz


baixa. Procure sair pelo lado esquerdo. A circulação é melhor no sentido dos
ponteiros do relógio.

Sempre que você chegar ao Templo, se prepare mentalmente. De


preferência ore um "Pai Nosso". Em seguida faça a sua preparação. Nesse caso
existem duas hipóteses: você chegou no horário de abertura ou chegou com os
trabalhos em andamento.

8. Ritual de abertura

A fila é formada a partir dos Presidentes do trabalho que ficam bem em


frente da presença divina (entre o sol e a lua) seguidos dos comandantes dos
demais setores trabalho.

As Médiuns ninfas (mulheres) ficam à sua esquerda; os homens ficam à


sua direita. Todos devem ficar com as mãos cruzadas atrás, a uma distância
mínima de 20 centímetros mais ou menos, entre um Médium e outro.

O Presidente dá o sinal (às 10 ou 15 horas em ponto) e todos começam a


cantar Maianti. O Presidente faz a sua preparação e a chave de abertura. Em
seguida, o segundo e o terceiro e dai por diante passa uma Médium Ninfa, depois
um homem e dai por diante, até o último.

Cada um que passa pela Pira faz a chave de preparação: "Senhor, Senhor,
faze a minha preparação, para que neste instante possa eu estar contigo", segue

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

depois para a frente da mesma e, abrindo os braços diz: "Meu Senhor e Meu
Deus". Segue depois para a base da mesa triangular e, abrindo os braços de
frente para a Pira repete: "Meu Senhor e Meu Deus".

Se você chegar com os trabalhos em andamento faça a mesma coisa,


porém sem precisar cantar Maianti.

De qualquer forma, em conjunto ou só, quando você termina o Ritual de


Abertura, isso deve significar que você já está mediunizado.

9. Mediunização

A mediunização é o fator básico e mais importante da vida do Médium, por


isso vamos nos alongar um pouco mais sobre isso neste folheto.

Para você entender bem a mediunização é preciso que você saiba algo
fundamental sobre você mesmo. Procure nos seguir com sua imaginação.

Um dia, na Eternidade, seu espírito foi criado por Deus. É como se Deus
fosse uma nuvem muito grande, uma dessas nuvens de chuva e seu espírito fosse
uma das gotas de chuva que caiu da Nuvem Deus. É lógico que essa gota de
água-chuva é feita da substância da Água-Nuvem-Deus.

Só que, uma gota de água é água, mas não é a água. Entendeu? A gota é
água, mas não é toda a água. A gota é um pouco de água individualizada.

Assim, a partir do momento que se destacou de Deus, seu espírito passou


a ser uma Individualidade, algo destacado, algo separado.

Como uma gota de chuva que cai sobre terra, seu espírito iniciou uma
trajetória, um caminho, um destino.

Agora pense quanta coisa pode acontecer com uma gota de água!
Ela pode se dissolver na terra, cair sobre uma planta e ser sugada por ela,
misturar-se com outras gotas e se tornar apenas água. Ela pode se sujar, se
colorir, ser mais transparente ou mais opaca, etc...

Depois ela pode virar vapor e subir de novo para a nuvem. Em seguida ela
pode descer de novo e tornar a subir. Mais ou menos assim é a vida do seu
espírito! Talvez você tenha mais imaginação e possa arranjar uma comparação
mais feliz. Mas cremos que você entendeu a idéia, não é verdade?

Pois bem, partamos agora para a idéia das encarnações.

Seu espírito está em alguma parte deste Universo e seu sonho é voltar
para Deus. Provavelmente ele estará em "alguma morada do Pai" como disse o
Mestre Jesus no seu Evangelho. Mas, desde o momento que você, ou melhor, seu
espírito partiu de Deus, ele se arranhou, empoeirou, sujou e se poluiu. Para voltar

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

para Deus ele terá que se purificar de novo, ficar transparente, límpido como a
gota d'água em seu estado inicial.

Deus, então, na sua infinita misericórdia, estabeleceu um sistema, uma


maneira de os espíritos se purificarem: ele inventou a Humanidade, criou dentre
outras coisas, o ser humano.

Nesse caso, o que é um Ser Humano, o que é um Homem?

A resposta é óbvia: um Ser Humano é um espírito a caminho, um espírito


que ganhou uma oportunidade de se preparar para voltar a Deus que o criou e,
nessa trajetória, passa algum tempo na Terra.

Para esse fim o espírito se equipou com um corpo e, para operar esse
corpo ele utiliza uma alma. Assim como um motorista que adquire um carro e o
enche de gasolina. O motorista é o espírito, a gasolina é a alma e o carro é o
corpo. De acordo com o estado que esse espírito iniciou suas viagens ao Planeta,
ou melhor, pelo Planeta, tantas e de tais qualidades são suas encarnações.

Como não bastou uma, ele teve várias e é por isso que se costuma dizer
que uma pessoa é um espírito reencarnado. Assim como cada ano ou cada época
a gente pode ter um carro diferente, cada encarnação a gente forma uma nova
personalidade.

10. Personalidade e individualidade

Nessa altura meu caro Médium principiante, você tem duas coisas
diferentes para entender, que você é basicamente: a individualidade do seu
espírito e a sua personalidade atual. Naturalmente você já percebeu que a sua
individualidade é coisa antiga, tão antiga que você nem sabe quando ela começou
a existir. Mas a sua personalidade é recente, pois tem exatamente sua idade!

Sobre a sua personalidade você sabe quase tudo. Você sabe do que gosta
e do que não gosta. Na verdade você tem até mesmo certa admiração por você
mesmo! Pode até acontecer de você ter mágoa de não ser bonito, mais charmoso
ou mais alto...

Normalmente você vive tão preocupado com sua personalidade que


raramente você percebe sua individualidade. Entretanto, seu espírito tem a
experiência de muitas encarnações, de experiências vividas durante milhares de
anos. Ele tem a experiência acumulada de 20 ou mais personalidades diferentes
que você já foi! Só que você não se lembra disso, não tem preocupação de pensar
no seu próprio espírito, e isso não é realmente muito premente, até que o seu
"carro" atual comece a ratear a as coisas comecem a ir mal. É nesse ponto que
você veio parar no Vale do Amanhecer e acabou se tornando um Médium do Vale.
E como o Vale existe justamente para reavivar sua memória espiritual, a principal
coisa que ele vai lhe ensinar é a retomada de contato com seu próprio espírito.
Isso será feito pelo mecanismo da mediunização.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Ao chegar ao Vale pela primeira vez você estava dessintonizado, isto é,


sem sintonia com seu mundo espiritual, meio perdido no caminho da vida.

Desde o começo, você recebeu um principio doutrinário, algo em que se


basear e também confiar. Recebeu também um "reajuste" de sua organização
psíquica, um "reaperto" na sua tônica magnética. Isso que o povo chama de
"descarga", "limpeza", etc.

11. Mantras, Chacras e Plexos

Agora você tem um "Mantra" ou seja, um conjunto de gestos, sons e


atitudes que lhe permitem começar a se ligar com seu mundo espiritual. Você
canta "Maianti" e, ao fazer isso, você libera seu "Fluido" ou "Ectoplasma". Ele vai
saindo de sua boca como se fosse uma nuvem invisível e essa fumacinha vai se
juntando ao Ectoplasma dos outros Médiuns e ao que já existe no Templo.

Ao mesmo tempo sua "aura" vai ficando mais clara e a "parede" do seu
perispírito se torna mais límpida, mais transparente. Seus "Chacras" começam a
acordar e você vai recebendo de volta a mesma quantidade de fluido que você
está emitindo. Só que o fluido que volta é mais sutil, cheio de vibrações positivas.

Ele atravessa seus "Chacras" e se comunica com seus Plexos nervosos.


(Plexos são feixes de nervos, lugares onde os nervos se cruzam).

O maior "Plexo" fica situado na região do estômago, entre este e o peito.


Nele você recebe e emite a maior carga de Ectoplasma e é por isso que os
Mestres recomendam que você ande com as mãos cruzadas as costas. Com isso
você expõe mais o Plexo Solar, esse que fica acima do estômago. Outra parte do
Ectoplasma, que está sendo recebido, penetra pelo alto da cabeça, pelo "Chacra"
coronário. Na verdade isso pode acontecer com todos seus "Chacras" e, por
conseguinte, com todos seus "Plexos".

Aos poucos, você sente o resultado dessa complexa operação Mediúnica, e


você começa a se sentir diferente. Sua mente clareia, você percebe em si mesmo
uma excitação tranqüila, uma energia nova, uma certa leveza, uma espécie de
alegria.

Na verdade, o que você sente é difícil de ser reproduzido aqui, uma vez
que a experiência é só sua, de acordo com você mesmo e com mais ninguém.

Essa é a experiência do principio da comunicação de seu espírito com você


mesmo!

Daqui por diante você a cada dia você aperfeiçoa mais sua capacidade de
mediunização. Com o tempo e a repetição ela se torna automática, rápida.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

A partir da mediunização, você tem pouca coisa a se preocupar, em termos


de trabalho mediúnico. Você estando mediunizado os Mentores e os Guias
executam o trabalho por seu intermédio e vão lhe creditando os "bônus horas",
isto é, os créditos espirituais que vão saldar suas "dividas" desta ou de outras
encarnações.

12. O uniforme

As peças do seu uniforme, sua fita, sua carteira de Médium, seu chaveiro,
sua estrela de carro, ou qualquer outro objeto que você use na sua qualidade de
Médium do Vale merecem sempre cuidados especiais, pois são objetos que ficam
impregnados de sua emanação.
Emanação é o toque pessoal do Médium.
Com o uso, os objetos vão ficando impregnados com os resíduos do seu
fluido e formam com isso uma identidade espiritual. Por isso, eles não devem ser
usados por outra pessoa, nem convém que os outros os toquem. Pela emanação
de seus objetos mediúnicos os mentores sintonizam mais facilmente com sua
onda pessoal.

Mas, a mais importante função do seu uniforme é a obtenção de vibrações


favoráveis dos outros. Repare na diferença: quando você está com sua roupa
comum, as pessoas vibram na sua personalidade, no cidadão que você é, na sua
maneira simpática ou não de se vestir. Porém, quando você está de uniforme, as
vibrações em torno de você se modificam muito. Você está representando a
esperança de cura ou de solução dos problemas das pessoas, você é Vale do
Amanhecer.
Por isso o seu uniforme deve ser o mais igual possível dos outros. Se você
der a ele características muito pessoais, você recebe mais carga vibratória do que
os outros. Isso tanto pode acontecer por seu uniforme estar "mais bonito" como
por estar mais feio".

Sabedor disso, você deve evitar enfeites, pregas, laços e outros


"acréscimos". Também deve evitar manchas, engruvinhados por falta de ferro de
passar, rasgões, etc. Seja elegante sem ser exagerado. Especialmente se você é
Médium mulher.

13. A voz

A voz humana tem uma importante função na trajetória do espírito na


Terra. Mas ela é mais importante, ainda na sua função mediúnica. Quando você
estiver no Templo procure sempre controlar sua voz. Evite gritar ou falar em voz
alta. O Ectoplasma do Templo é altamente condutor de som e qualquer
estridência ou dissonância altera toda a composição do ambiente.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Por outro lado o Templo recebe continuadamente vibrações negativas,


cargas magnéticas e outras emanações dos espíritos tratados. Se sua voz é
estridente ou dissonante pode atrair para você muitas dessas cargas.

14. O gesto

Seu porte, seu olhar e a movimentação de seus braços determinam o


melhor ou pior aproveitamento do seu trabalho no Templo. Eles formam sua
aparência e também são os índices de sua mediunização.

Um Médium que conversa animadamente, gesticulando com os braços


lançando olhares maliciosos ou rindo gostosamente, dificilmente pode estar
mediunizado. Em vez de estar sintonizado com a tônica do Templo ele se sintoniza
com os outros cidadãos e o resultado é negativo... para ele.

15. Amigos e inimigos

Você vai encontrar muita gente no Vale. A maioria você não conhece, mas
sempre encontrará alguns que conhece. Pode até encontrar alguns amigos e
alguns inimigos. Ou pode acontecer de você antipatizar com alguns ou simpatizar
com outros. Bem, isso acontece em qualquer outro lugar da vida, não é verdade?
Então qual é a diferença?

A diferença é que no Vale do Amanhecer só existem dois tipos de pessoas:


Médiuns e Clientes! O Vale só reconhece duas qualidades: a mediunidade ou a
necessidade.

Sabedor disso você terá que se educar para agir de acordo. Tanto o
desenvolvimento mediúnico como a busca de lenitivo para a dor são feitos no Vale
como a última esperança da pessoa. Logo, a probabilidade e que as que chegam
ao Vale talvez não sejam as melhores pessoas, os mais "bonzinhos" da
comunidade. Mas, seja pela mediunidade do Médium ou o Médium pela sua
mediunidade todos estão procurando conscientes ou não se integrar na sua
individualidade, no seu mundo espiritual e é isso que as tornam diferentes!

A Doutrina que você está recebendo é de amor, tolerância e humildade e


essas são as únicas coisas que as pessoas estão esperando de você. Não tente ser
amigo nem admita ser inimigo de ninguém no recinto do Vale. Seja apenas o
Médium e evite ser o cidadão. O Médium não faz negócios, não namora, não
discute futebol, nem pede dinheiro emprestado. Isso quem faz é o cidadão. E você
só é cidadão depois que atravessou o portão do Vale e entrou na estrada. Quando
você atravessou o portão para entrar, você deixou o cidadão lá fora e se tornou o
Médium.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

16. Tia Neiva

A Clarividente Neiva era uma pessoa única e original. Ela era mãe, irmã, o
consolo, a esperança e a segurança de todos nós do Vale, Médiuns ou Clientes.
Mas era também uma simples criatura humana.

Tudo que aqui existe veio por seu intermédio. Ela trouxe a Doutrina, a
técnica, o ritual e a presença dos Planos Superiores, colocando tudo isso ao nosso
alcance. Partiu no dia 15 de novembro de 1985, nos deixando como herança, um
sistema técnico-doutrinário, singular, todo direcionado no sentido de somar -
nunca dividir. Se você tem na sua família ou no trabalho pessoas de outras
religiões, respeite-as em suas posições doutrinárias, evitando discussões
desnecessárias. Seja natural e não se afaste das metas racionais.

17. Relações Com os Mestres

Nós somos "Mestres ensinando Mestres" e portanto estamos ensinando e


aprendendo ao mesmo tempo. Mas o termo "Mestre" é muito respeitado na
Espiritualidade e não é aplicado no Vale no sentido comum da palavra.

O Mestre não é o professor que ensina a lição e que aplica a palmatória no


aluno. Ele é o Médium que evoluiu dentro da Doutrina do Amanhecer e vive sua
vida mediúnica com amor e assiduidade. Não é também o mais culto ou o mais
sabido, mas sim, o mais sábio.

Geralmente é o Médium mais humilde, mais simples, mais compreensivo,


mais tolerante e que assimilou o sentido profundo de que "a dor do próximo é
sempre maior do que a sua...". O Mestre do Vale é aquele que "se alguém lhe
pedir que caminhe com ele um quilômetro ele caminhará dois: se alguém chorar,
ele chorará com ele e, se alguém rir ele rirá com ele...". O Mestre é o que segue
os preceitos do Cristo Jesus.

A verdade é que os amigos nos ensinam muito pouco. A gente aprende


melhor com os que nos atacam, nos agridem e nos magoam. Só eles nos dão a
oportunidade de exercer as coisas que o Mestre dos Mestres, Jesus, nos deixou: a
lição do amor, da tolerância e da humildade...

18. Seus dias de freqüência

O Templo do Amanhecer e a Estrela Candente Funcionam todos os dias.


Cada dia é uma batalha diferente e é difícil no Vale, um dia igual ao outro. Procure
estar atento às recomendações dos Instrutores quanto à participação da Estrela
Aspirante, Retiro (após emplacado) e aos Setores de Trabalhos ao qual sua
participação é permitida enquanto nessa condição.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

19. Retiro Normal

O Retiro é a instituição básica da Corrente Indiana do Espaço. Eles


começaram desde a fundação da UESB (União Espiritualista Seta Branca) na Serra
do Ouro em 1959.

Habitualmente ele funciona assim:

09:45 horas - Sirene (um toque curto, um breve e um longo). Os Médiuns


têm 15 minutos para se apresentarem uniformizados na fila de preparação da
Pira;

10: 00 horas. - Começa o Ritual de abertura, a saber:

- Maianti

- Organização da Mesa de Doutrina.

O Presidente abre o Trabalho do dia. Lê o Evangelho, faz ou não um


comentário, delineia a tarefa do dia e entrega a Mesa ao que vai presidir a
passagem.

Passagem de Sofredores - Esta dura aproximadamente 15 minutos. Em


seguida, atende-se o eventual público presente, com a Linha de Passes.

12:00 horas Almoço (um Recepcionista fica de guarda).

15:00 horas - Repete-se a cerimônia das 10:00 horas, com abertura,


leitura, passagem e depois da Mesa todos os Setores de atendimento passam a
funcionar.

O Retiro tem o seu encerramento aproximadamente as 22:00 horas, na


dependência, entretanto de possível evento a ser marcado pelos Trinos,
encerrando um pouco antes, também, quando é dia de Angical e Sessão Branca.

20. Horários dos Retiros

O Retiro do Médium é considerado na Espiritualidade, a partir do momento


em que ele sai de sua casa em direção ao Templo. Se houver atraso por motivos
alheios à sua vontade, seus "bônus horas" estão garantidos. Se o atraso é por
negligência ou distração, o que acontece é que ele apenas "não está em Retiro",
isto é, ele trabalha, mas não faz jus aos bônus horas. O Retiro começa as 10:00
horas e termina - mais ou menos - as 22:00 horas.

O mesmo acontece quando o Médium abandona o Retiro antes do


fechamento. A não ser que isso aconteça por motivos de força maior, o Médium
não fez Retiro.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Em casos de impossibilidade total, com motivos que justifiquem


plenamente, o Médium pode fazer um Retiro parcial. Nesse caso ele começa às
10:00 horas e fecha depois da passagem das 15:00 horas. Ou então ele abre
antes da passagem das 15 horas e fecha no término normal. "Pedaços" de Retiro,
não tem valor como Retiro. E lógico que qualquer Médium pode chegar ao Templo
e participar dos trabalhos que estejam se realizando. Mas isso não é Retiro, e o
Médium tem que tomar certas cautelas para não sair do Templo com "cargas".

O Médium em Retiro só deve se afastar do Templo na hora das refeições -


desde que fique uma guarda no Templo, ou em caso de outras necessidades por
curto espaço de tempo. Alguma ressalva pode ser feita aos Médiuns que residem
no Vale, assim mesmo em termos restritos.

21. Bônus horas

São o resultado do Retiro em termos de méritos espirituais. Com esse


"ganho", os Mentores do Médium "acertam" a vida dele libertam seus cobradores
e atendem seus pedidos.

22. Atitude básica

O Médium em Retiro deve manter uma atitude atenta à sua vida espiritual.
Ele faz o seu Retiro para evoluir e se libertar de seus "carmas". Por esse motivo
ele deve fazer o Retiro com o máximo de elevação mental. Mas, mesmo que ele
esteja deprimido, irado ou revoltado ele deve fazer o Retiro. Nesse caso, devido
ao esforço de autodomínio que ele faz, pode não ganhar "bônus horas" mas
ganha evolução.

O ideal seria todos os Médiuns fazerem um Retiro desses por mês.

23. Seus gastos no Vale

O Médium do Vale do Amanhecer "paga" para trabalhar, isto é, todas as


despesas para sua freqüência são inteiramente suas. Você terá que fazer seu
uniforme, comprar sua fita, sua carteira de Médium, suas vestimentas Iniciáticas e
todos os objetos que você precisar para o trabalho.

Pode acontecer também de você ser convidado a participar das despesas


com o orfanato, manutenção do Templo, porém sem obrigatoriedade.

Fora dos seus objetos pessoais sua colaboração é inteiramente voluntária.


O que o Templo exige de você é a sua mediunidade, seu Ectoplasma, seu desejo
de servir, o dinheiro é secundário, é o menos importante.

Se você for uma pessoa abonada e tiver uma situação financeira


equilibrada, procure ajudar. O Vale sempre está precisando de alguma coisa
sempre existe um débito a pagar, comida a comprar e contas de luz a serem
pagas. É lógico que isso tudo tem que sair de algum lugar. O que falta tem que

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

sair do corpo mediúnico. Mas, se você der alguma coisa, fale o menos possível no
assunto... E saiba que jamais podemos aceitar tostão algum de um cliente ou
pessoa estranha ao corpo mediúnico.

Você como Médium não pode pedir nada em nome do Vale, nem aceitar
coisa alguma.

24. Seus "Mantras"

"Chaves" são composições de palavras que ao serem pronunciadas e, às


vezes, até mesmo mentalizadas produzem determinados efeitos. Elas são os
"Mantras". Num folheto separado estão impressos todos os Mantras que você irá
precisar para seu trabalho no Templo. O mesmo acontece com a única oração que
usamos padronizada que é o Pai Nosso, assim mesmo adaptado à nossa linha.

O importante com relação aos Mantras é que os mesmos devem ser usados
nas ocasiões apropriadas e sem acréscimos. Por exemplo: quando você faz sua
preparação: "Senhor, Senhor, faze a minha preparação para que neste instante
possa eu estar contigo" os únicos dois Mantras usados são: "Meu Senhor e meu
Deus". Qualquer coisa a mais que você diga em nada vai melhorar o Mantra.
Quando a gente vai abrir uma porta coloca apenas a chave na fechadura, não
adianta colocar outras coisas junto com a chave.

Também os hinos cantados nos Templos são composições Mântricas. Eles


são recebidos pela Clarividência de Tia Neiva e adaptados às nossas condições de
trabalho. Existe um livreto onde você os encontrará a todos, bem como os
momentos apropriados em que deverá cantá-los.

As funções dos hinos são: harmonizar o ambiente e ajudar o Médium


liberar o Ectoplasma.

Você absorve as coisas da Doutrina do Amanhecer em três estágios: você


apreende, você compreende e por fim você assimila. Algumas coisas, das que
foram ditas até o momento, estão numa dessas fases outras estão em outra, isso
não importa muito. Cada Médium tem sua própria maneira de se desenvolver.

O importante é que você nesta altura já tenha condições de começar a


segunda fase do seu desenvolvimento. Neste ponto, o Apará e o Doutrinador
tomam caminhos ligeiramente diferentes, embora paralelos.

25. O Cartão

Traga-o sempre, pois é nele que os Mestres Instrutores assinarão o


acompanhamento de sua jornada.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

F ascículo 2

P refácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium:
Nesta altura você já deve ter lido o Fascículo 1 e ter ultrapassado a faixa
dos 80 dias de desenvolvimento.
Você agora sabe as coisas básicas que irão lhe permitir a integração mais
aprofundada no Corpo Mediúnico.
Naturalmente você esta usando seu uniforme e sabe qual é o seu Mentor.
Pode até acontecer de você já ter sido identificado e “emplacado”, isto é, você
estar credenciado para o atendimento ao público.
Agora é o momento oportuno para chamar sua atenção para o ponto
crucial de sua vida mediúnica: daqui para a frente você será apenas um Médium
de rotina ou irá se tornar um missionário – um Médium realmente integrado na
dinâmica da Doutrina do Amanhecer: a escolha será apenas sua.
A partir de agora é que você irá saber o que é a sua mediunidade e o que
é realmente esta Doutrina.
Quanto ao leigo que estiver lendo, nossa palavra é a mesma do primeiro
Fascículo: a missão espiritual não se desenvolve mediante um simples exercício
intelectual; é preciso que haja um instrutor, um Mestre e a constante
oportunidade do teste e da experiência.

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

1. O fenômeno da incorporação

Desde o primeiro momento de seu teste, você sentiu a influência de seu


Mentor na região do estômago. Ao mesmo tempo você perdeu um pouco a
consciência e sentiu como se ele tomasse conta do seu corpo. Você ouviu sua voz
“dentro de sua cabeça” e começou a emitir sons. Isso aconteceu durante a
verificação no seu primeiro domingo. O fenômeno foi mais ou menos o mesmo
com os outros novatos. Com estes outros sintomas, os Mestres responsáveis por
esse trabalho se certificaram que você é Apara. Agora você está no seu segundo
domingo e vai começar a incorporar.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Você foi indicado a um Instrutor e se junta ao seu grupo. Antes porem,


você ouviu a explanação do Mestre responsável pela palestra e começou a se
mediunizar. Terminada a explanação, você se senta junto com os outros novatos e
o Instrutor, depois de uma breve explicação, faz a “Chamada do Mentor”, isto é,
ele “magnetiza” cada um dos candidatos, manda que fechem os olhos e pensem
no Mentor como cada um o imagina.
Nesse ponto o fenômeno do seu primeiro dia se repete com mais nitidez.
Desde então, podem acontecer algumas alternativas, cada uma delas de acordo
com sua personalidade, sua idade, seus preconceitos religiosos, seu estado de
saúde, etc. quaisquer que sejam suas manifestações, o Instrutor está em
condições de guiar sua incorporação.
É importante que você não se preocupe muito com os detalhes técnicos e
ofereça certa passividade. Deixe que o Instrutor se incuba do seu problema.
Também não se preocupe se sua manifestação não for muito nítida. Cada Médium
tem seu tempo próprio e alguns levam algum tempo ate incorporarem
completamente. Também não adianta explicarmos coisas a respeito, agora. Só a
prática o fará entender, compreender e finalmente assimilar.
Você irá repetindo a incorporação do seu Mentor até ter pleno controle
sobre o fenômeno. Depois disso você começa a incorporar outras entidades: são
os seus “Guias”, ou seja, espíritos do Plano Superior que irão exercer sua missão
por seu intermédio. Eles se apresentam em três roupagens: Pretos Velhos,
Caboclos e Médicos. Mais adiante você encontrará explicações detalhadas sobre
essas figuras.

02. Incorporação de Sofredores

Nos seus primeiros estágios de desenvolvimento, os Sofredores que


porventura o acompanhavam são absorvidos pelos outros Médiuns com o auxílio
do seu Mentor. Agora porem, você já está em condições de dar passagem a eles.
O desenvolvimento agora exige um p ouço mais do seu tempo. Em vez de ir para
casa, ao fim do primeiro período de instrução do domingo, você terá que retornar
ao Templo depois do almoço. Sob a orientação do seu Instrutor, você irá dar
passagem aos Sofredores.
Nesse caso, a incorporação é um pouco diferente da do Mentor e só com a
experiência você irá saber qual a diferença. O que é importante que você saiba é
que essa incorporação é tão importante quanto a do Mentor.
Isso porque o Sofredor absorve seus fluidos mais pesados e com isso seu
organismo físico e seu psiquismo se equilibram. Na verdade, Médium algum de
incorporação sobrevive se não incorporar Sofredores, pelo menos de vez em
quando.

03. Como participar da Mesa de Doutrina

Você agora já domina sua incorporação e sabe quando está com um


Mentor ou com um Sofredor. Também já começou a se habituar com a presença
do Doutrinador e aprendeu a confiar nele. Agora você já pode participar da
incorporação coletiva da Mesa de Sofredores. Até então o controle de sua
incorporação ficava mais por conta do Instrutor ou do Doutrinador.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Na Mesa de Doutrina, o controle é mais seu, você está mais entregue a si


mesmo. O fato de você poder participar de uma Mesa, significa que você já está
em condições de entender certas coisas inerentes a sua mediunidade de Apara.
Procure então compreender e assimilar o seguinte:

04. Consciência e Semiconsciência

Todo Médium de incorporação é consciente. É muito raro, quase não existe


o Médium inconsciente. No Templo do Amanhecer, nós só conhecemos o caso da
Tia Neiva, que é inconsciente por causa da sua Clarividência.
Se você absorveu isso que dissemos acima, você irá evitar os trechos
perigosos no caminho da mediunidade. Sabedor disso, você tem consciência que é
responsável pelos seus atos mediúnicos e que seu corpo lhe pertence.
Nenhum espírito seja Sofredor ou de Luz tem o direito de usar o seu corpo
a não ser que você permita. E, por isso, para garantir a idoneidade do seu
trabalho, para lhe fazer sentir a responsabilidade que ele envolve, é que existe o
mecanismo de percepção do que acontece durante o fenômeno da incorporação.
Sabemos que isso irá lhe preocupar muito, e por isso queremos lhe garantir
que a coisa é mais simples do que parece. Com o tempo e a experiência você irá
adquirindo uma espécie de discrição que muito se assemelhará à inconsciência. É
mais ou menos como numa sala de espera de dentista. A sala é pequena e várias
pessoas conversam. A gente houve, mas não escura, entendeu?
Existe uma certa diferença entre as manifestações dos Espíritos Sofredores
e as nossas. Você deverá entender quando está dando sinais do seu estado de
espírito ou do estado do espírito que está incorporado.
Se você entender essa sutil diferença você estará em condições de sltar
mais Ectoplasma fazendo menos ruídos e gestos.

05. Como participar dos Tronos

Agora que você se sente segura, incorporando Sofredores na Mesa de


Doutrina, recebendo seu Mentor e seus Guias, você vai aprender a trabalhar nos
Tronos. O problema que se apresenta agora é de você receber seu Preto Velho ou
seu Caboclo, deixar que ele puxe um Sofredor e tornar a receber o Guia. Quando
você estiver bem treinado nessas incorporações alternadas, você entrará no
terreno das comunicações.
Esse é o momento solene, quando o seu Guia Principal se identifica, isto é,
ele dá o nome que irá usar na sua missão por seu intermédio. A partir desse
ponto, seu desenvolvimento se resumirá na prática e assiduidade. Quando você se
sentir seguro, peca a assinatura do Mestre dos Tronos no seu cartão e você será
um Médium pronto para ser “emplacado”. Eis algumas coisas que você agora
deverá saber para seu próprio sossego:
O Apará nunca deve incorporar sozinho. O ideal é ter um Doutrinador
“próprio”, isto é, um marido, um irmão, um vizinho. Se ele não existir, o Apara
deverá ter cuidados redobrados com sua mediunidade.
Ele deve aprender a assimilar a mensagem do Guia. Ele “ouve” a palavra
“dentro” da sua cabeça e transmite sem interferir. Nesse sentido, ele fica “atento”

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

ao que está se passando. Se porventura um obsessor sabido entrar no circuito, o


Apará se recusará a transmitir a mensagem.
Você deve sempre fazer um voto em ser um aparelho de transmissão do
Guia e não do seu subconsciente. Haverá muitas ocasiões em que o Apará
gostaria de dizer uma coisa ou duas para o cliente. Mas n ao o fará porque
prometeu “ser instrumento da paz de Jesus”... E por isso deixa o assunto por
conta do Preto Velho.

06. Como participar da Sala de Cura

Neste item, se o leitor é um Mestre Instrutor buscando subsídio, deverá se


orientar pelo Livro “Leis e Chaves Ritualísticas” quando tiver que falar sobre o
Sanday de Cura, ou pelo “Orientação Suplementar ao Livro de Leis e Chaves
Ritualísticas” quando no Templo for a Cura Evangélica.
A incorporação na Sala de Cura difere dos Tronos apenas na forma.
O Guia que incorpora é o “Médico”, isto é, um Guia especializado na Cura
Espiritual. Nesse caso a conversa é quase nula e o problema é mais de liberação
de Ectoplasma e controle da posição de incorporação. A única coisa que o Apará
tem que se precaver, quando trabalha na Sala de Cura é com suas próprias
superstições. O Guia “Médico” não receita, não faz diagnósticos e quase não toca
no corpo do paciente.
Como o Apará ouve tudo que se passa ele precisa estar sempre prevenido
para não recomendar “aquele santo remédio que sua avó usava” ou querer
apalpar a barriga do paciente...

7. Como participar da Junção

Observamos que o Médium Doutrinador participa da Junção, após Iniciado;


no Aledá (comando e balizas) somente após a conclusão da Centúria, dispondo da
Emissão...
A função do Apará no trabalho de Junção é bem mais simples que os
outros trabalhos. Ele recebe o seu Guia-Médico e apenas fica controlando o
Ectoplasma para que não se misture. A Junção é Cura Iniciática feita com fluido
de Doutrinadores.

08. Como participar da Indução

Tanto o Doutrinador quanto o Apará, só poderá participar da Corrente


Magnética, após a Iniciação Dharman-Oxinto e, no Aledá (comando e balizas)
somente após a Centúria, dispondo da Emissão...
O trabalho de Indução é apenas de absorção de cargas negativas e não de
espíritos. O Apará na indução deve apenas segurar com firmeza a mão do
Doutrinador e deixar que as cargas passem através dele. Você deve se lembrar
que cargas não falam e não gritam.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

09. Quando se considerar desenvolvido

Só agora nós explicamos alguns detalhes essenciais da mediunidade de


incorporação e é lógico que não dissemos tudo. Isso não nos preocupa muito
porque você estará sempre acompanhado no seu trabalho por um Doutrinador. A
ele teremos que ser mais explícitos. Mas pelo menos o essencial você agora sabe.
Faça um exame de consciência e veja se:
Incorpora um Sofredor sem fazer muito alarde, sem palavras
inconvenientes e sem cair em posições desagradáveis;
Incorpora e sabe distinguir seu Preto Velho, seu Caboclo e seu Médico.
Assimila uma mensagem e a transmite sem sua interferência pessoal;
É suficientemente humilde para trabalhar sempre que for chamado, sem
escolher muito o lugar, o companheiro ou a hora. Isso, bem entendido, no
Templo...
Após “Emplacado” você já pode se considerar um Médium apto para o
trabalho, um Médium desenvolvido; embora esse termo seja muito elástico: o
Médium nunca para de se desenvolver...

10. Quando se Iniciar

No transcorrer do Desenvolvimento você foi simetricamente orientado


inclusive às obras próprias para leitura. Agora tem acesso às aulas de Iniciação.
Esperamos que tenha tido oportunidade de ter participado ao menos de um Retiro
Completo e, no mínimo uma Estrela Aspirante.
Você só deve procurar se iniciar se já conseguiu estabelecer um
relacionamento seguro com o Templo. Você pode estar bem desenvolvido, mas
não se dispor a prestar serviços regulares. Se você não tiver motivo
suficientemente forte para não prestar serviço regular no Templo procure resolver
isso antes de se Iniciar.

11. O Fenômeno do Doutrinador

O corpo e a alma humana funcionam mediante um emaranhado de “fios”


chamado “Sistema Nervoso”, algo parecido com o sistema elétrico de um
automóvel. Tanto no carro como no corpo humano o “Sistema” se divide em duas
partes: uma automática e outra que depende da vontade.
A gente liga o carro e a bateria fornece a energia que vai até o dínamo. Daí
ela segue à bobina, da bobina ela vai para o distribuidor e etc. tudo isso é
automático e a gente nem se lembra que está funcionando a não ser que dê
algum defeito.
Já o farol, a buzina, o limpador de pára-brisas, o rádio e outros apetrechos
do carro só ligam se você quiser. Escurece e os faróis permanecem apagados, a
menos que você os ligue – depende de sua vontade. Em última análise, é você
quem dirige tudo, você é o motorista do carro. Mas depois que você ligou e deu a
partida, o sistema automático funciona sem que você tenha conhecimento dos
detalhes. Se você aperta mais o acelerador a bobina fornece mais energia e assim
por diante.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

O mesmo acontece com o nosso sistema nervoso. Seu estomago, seus rins,
parte dos seus músculos e um bocado de outras coisas funcionam sem que você
sequer se lembre. Por exemplo, o seu coração bate o tempo todo sem que você
precise empurrar e assim funciona o resto.
Mas, se você quiser falar, usar suas mãos, seus olhos ou pensar num
assunto determinado, você depende de sua vontade relativa, entendeu?
Parte do seu “funcionamento” é automático e parte depende de querer ou
não “funcionar”, isto é, do seu querer. Pois bem, esse “sistema”, dividido em dois,
chama-se “sistema nervoso central” ou “ativo” – que é comandado relativamente
pela vontade – e “sistema nervoso neurovegetativo” ou “passivo”.
Para nosso uso, em termos de mediunidade, vamos guardar na memória
apenas essas duas palavras: “ativo” e “passivo”. O primeiro comanda a
mediunidade consciente, vigilante, racional. O segundo comanda a mediunidade
passiva, orgânica e anímica.
Sintetizando: num tipo de mediunidade, que funciona com base física no
sistema nervoso ativo, a vontade e a consciência predominam. No outro tipo,
baseado no sistema nervoso passivo, a vontade e a consciência atuam menos. É
lógico que esses limites não são absolutos, mas são suficientemente claros para se
distinguir uma coisa da outra.
As mediunidades que estão sendo referidas são a de Doutrinador e a do
Apará.
A mediunidade do Apará é conhecida e tão antiga quanto a Humanidade.
Sempre existiram os Médiuns que recebem espíritos, dão comunicações, fazem
profecias, entram em transe, ou seja, estados de meia consciência, isto é, saem
do estado de normalidade psicofísica.
Porem, a mediunidade do Doutrinador não existia antes da missão de
nossa Clarividente. Ninguém jamais se lembrou, ou foi considerado possível, que
pudesse existir um transe mediúnico com base na consciência plena, no sistema
nervoso ativo. A figura do Doutrinador foi criada em nossa Corrente, em Brasília,
em 1959.
Até então, o conceito habitual é que “mediunidade” era somente a que se
manifestava no fenômeno do Apará. Com isso criou-se também o hábito de dizer
“Fulano é Médium” ou “eu não tenho mediunidade, mas minha mulher tem
muita”...
Conclui-se daí que o fenômeno mediúnico até agora não tinha um controle,
dependia da sorte ou dos azares dos Aparas. Hoje, com a existência comprovada
do Doutrinador, pode-se estabelecer uma base científica do Mediunismo. O
Doutrinador tem a capacidade de provocar, controlar e modificar o fenômeno
mediúnico, com isso colocando-o no processo científico.

12. A missão do Doutrinador

Você está lembrado que no item sobre a “mediunização” nós falamos da


diferença entre “alma” e “espírito”. Você já viu também que no escudo dos
Doutrinadores Iniciados existe um sinal de ÷. Pois bem, meu caro principiante,
essa é a característica fundamental do Doutrinador; a capacidade de separar
objetivamento os planos vibracionais, saber distinguir o que é da Terra e o que é
do Céu.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Não sabemos porque, ser o cunho característico da Civilização atual, essa


confusão entre dois campos vibracionais tão diferentes – o plano transitório da
alma e o do espírito transcendente. Uma alma é “fabricada” a cada encarnação da
mesma forma que o corpo; o espírito “sempre” existiu, é sempre o mesmo. Cada
um deles, a alma e o espírito, se manifestam em nosso campo consciencional de
formas totalmente diferentes, impossíveis de serem confundidos.
Para que você não pense que estamos falando de “teorias”, faça agora
mesmo a experiência; onde quer que você se ache. Tome como teste o assunto
que está presente na sua cabeça neste instante, de preferência a parte desse
mesmo assunto que exija alguma decisão sua, uma tomada de posição. Com um
pouco de habilidade analítica, você irá verificar que existem, para esse assunto,
duas posições básicas: uma de interesse seu, que irá satisfazer o seu
egocentrismo natural, sua necessidade pessoal, isto é, a satisfação da sua alma, e
outra que irá contrariar esses interesses e irritar o seu “ego”; a probabilidade
mesmo é que essa outra alternativa beneficie alguém, mas esse é o lado do
espírito! Deu pra entender?
Vamos dar um exemplo.
Suponhamos que você esteja lendo este manual sentado num ônibus da
Viplan, no caminho entre o Vale e sua casa. Você está cansado, já é tarde e sua
preocupação é pagar, amanhã logo cedo, aquela prestação, da sua TV, que está
atrasada. No momento você pensa como irá fazer para completar o dinheiro da
prestação e ainda deixar algum com a mulher para a feira.
Nisto você é despertado por uma comoção na parte de trás do ônibus, uma
discussão entre o cobrador e uma passageira. Aparentemente os dois discutem
porque a mulher não tem dinheiro para pagar a passagem e só percebeu isso
depois que entrou no carro. O cobrador quer que ela desça, mas ela alega ser
aquele o último ônibus, ser tarde da noite e garante que tinha o dinheiro na bolsa
quando pegou o ônibus. O ônibus pára, alguns passageiros reclamam, outras
fazem comentários desagradáveis sobre a reputação da mulher, você chega
mesmo a ouvir a palavra “vigarista”. Você também se aborrece e faz o cálculo de
quantas horas você ainda vai conseguir dormir, se o incidente não acabar na
delegacia. E assim a coisa vai esquentando e você continua com seus cálculos.
De repente algo se faz sentir dentro de você. Você começa a se lembrar da
Doutrina que receber no Templo, da idéia de tolerância e de paciência. Você se
levanta envergonhado e vai até o fundo do ônibus. Sem saber bem como, você
consegue encerrar o incidente e ainda dá algum dinheiro à pobre mulher.
Você atendeu à voz do seu espírito, de uma visão mais ampla da vida, um
dimensionamento do seu campo consciencional. Se o exemplo não ilustrou o
suficiente, trabalhe com sua imaginação que você irá encontrar, na sua própria
experiência, os limites entre as vozes do corpo, da alma e do espírito.
Essa é a base da missão do Doutrinador, a de transformar a sua
personalidade num instrumento de ação do espírito, ser um intermediário, um
Médium, entre os planos superiores e a Terra.

13. A atitude básica do Doutrinador

É aquela pautada pela Doutrina do Mestre Jesus, sem retoques ou


superstições, com base no Evangelho e no Sistema Crístico. O Evangelho

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

representa a forma escrita dos ensinamentos de Jesus. Como todo documento que
foi escrito, copiado, traduzido e recopiado, ele não oferece completa segurança
como referencia, pois há quase dois mil anos se discutem suas interpretações e
autenticidade. Talvez prevendo isso e não querendo deixar toda uma Humanidade
entregue aos azares dos escribas, Jesus edificou um “sistema” que garante a
verdade de seus ensinamentos. Esse Sistema está implantado no Planeta e no
coração dos Homens.
A Doutrina do Amanhecer existe justamente para mostrar e praticar esses
aspectos objetivos do Sistema. Em termos puramente intelectuais ela resume o
Evangelho em três pontos fundamentais: o Amor, a Tolerância e a Humildade. Em
termos espirituais, ela estabelece a ligação entre os campos vibracionais do
Sistema Crístico e o plano da Terra.
Isso determina com clareza a posição do Doutrinador: sua função é a de
fazer funcionar o Sistema Crístico na Terra, aplicando no quotidiano as “Leis
Crísticas”. Se essas Leis não estão claramente expressas no Evangelho, ou se ele
não tem condições de ler, seja por falta de escolaridade ou de tempo, aprende
pela sua mediunidade.
Este é o ponto crítico que irá decidir sua posição no Templo do Amanhecer.
Se você se dispuser a ser apenas um medianeiro, um intermediário de um Sistema
vivo, atual e atuante, você irá se tornar sem muitos problemas um Médium
Doutrinador. Mas, se você se mantiver apenas no plano da sua personalidade, de
seus conceitos próprios, do “eu” submisso à alma e ao corpo, você será apenas
mais um Médium.

14. Desenvolvimento do Doutrinador

O Doutrinador não se forma com lições ensinadas como numa escola de


catecismo. Ele aprende pelas lições contínuas da própria vida, do dia a dia no
Templo, na condução, no seu trabalho e em casa.
Seu programa de desenvolvimento consiste justamente em aplicar o
Sistema para cada acontecimento. E como ele não está impresso em regras
predeterminadas, você terá que decidir, a cada momento, como o Sistema irá
funcionar em cada caso. Para que isso aconteça, você terá que aprender a ser
receptivo ao plano do espírito. Para se tornar receptivo, isto é, para você saber
“receber” você terá que estar sempre pronto para “ouvir” a voz do seu próprio
espírito. Para isso não é preciso que você vá ao encontro da Doutrina, deixe que
ela venha ao seu encontro; fique apenas atento.
Cada Doutrinador deve estabelecer o seu próprio programa, de acordo com
seu padrão de vida, sua cultura e sua disponibilidade. É lógico que para o Templo
o melhor Doutrinador é geralmente aquele que está mais tempo à disposição do
trabalho. Isso porém é problema de decisão pessoal, sua.

15. As Técnicas do Doutrinador

Sua primeira preocupação deve ser em termos de técnicas. Técnica no


caso significa “maneira de fazer as coisas”. Procure logo aprender todos os
detalhes do funcionamento do Templo. Os horários, os uniformes, a maneira de
andar, mexer com as mãos, conversar. Aprenda a distinguir os sons e os

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

comandos e observe como agem os veteranos. Em pouco tempo você será um


Doutrinador, pelo menos na movimentação. Neste manual estão sendo explicados
todos os detalhes possíveis. O que não existe aqui você pode perguntar, indagar e
se informar. Principalmente nos domingos pela manhã, em que o Templo funciona
como uma escola, você pode aprender muita coisa. Faca seu próprio programa,
acompanhe as explicações dos Mestres Instrutores.

16. A Doutrina do Amanhecer

A Doutrina do Amanhecer é divulgada e está ao seu alcance de muitas


maneiras diferentes. Ela é um guia de comportamento, uma norma de vida, que
lhe fornecerá todas as referências que precisa para suas decisões. Ela é simples e
resumida ou é complexa e analítica, dependendo da sua própria maneira de ser e
viver. Na realidade são apenas os ensinamentos do Mestre Jesus atualizados,
coerentes para o Homem moderno, o Ser Humano do Século XX.
Eis a Doutrina do Amanhecer em seus fundamentos:

17. A idéia de Deus

Existe um Deus Criador e que é origem de tudo. Sua natureza, Sua


maneira de ser estão fora do nosso alcance mental. É impossível para um espírito
encarnado, isto é, para nós, imaginar ou idealizar esse Deus. Qualquer concepção
humana estará automaticamente reduzindo-o ao tamanho do nosso mecanismo
psicológico. Essa redução é incoerente com a própria idéia de Deus.
Isso é o que, em nossos escritos você irá encontrar batizado de
Antropomorfismo (portanto não se assuste muito com essa palavra...).
Isso foi um beco sem saída para os filósofos do passado até que os
Israelitas, os Judeus, resolveram o problema de forma magistral: eles proibiram
seu povo de usar a palavra “Deus” substituindo-a sempre por um conjunto
gramatical: “Deus Pai”, “Deus Criador”, “Deus de Israel”, etc. os Filósofos que
herdaram essa solução inteligente, e os povos que vieram depois da vinda de
Jesus, tomaram isso no seu sentido literal e, acabaram construindo suas religiões
sobre esse recurso de semântica. É por isso que você encontra a toda hora a
imagem de “Deus” com barbas compridas e aspecto paternal...
Para complicar mais o assunto, os exegetas do Cristianismo identificaram a
figura de Jesus com Deus. Mas não ficaram só nisso e, talvez para tornar esse
“deus” mais maleável nas suas construções religiosas, fizeram-no seu “filho único”
que seria Jesus. E assim foram criando outros “mistérios” que se tornaram o
desespero de toda a Humanidade por todos esses Séculos. E para que tudo isso?
Seria para tornar a coisa apenas como privilégio de alguns homens especiais? O
fato é que inconscientemente nós sofremos com esse problema porque o
identificamos com nossas angústias particulares.
Para evitar essa complicação, que não leva a parte alguma, e o que é pior,
nos desvia da nossa própria realidade, da nossa vida e dos objetivos para os quais
viemos a este Planeta, o Mestre Jesus resolveu tudo com poucas palavras: “Eu
sou o caminho da verdade e da vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim” (João
14:06). Neste caso, Deus seria a verdade absoluta: Jesus Cristo o portador da

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

verdade que leva à Deus. O “Eu”, centraliza no campo consciencional o caminho a


ser percorrido por cada Ser Humano, cada qual segundo seu destino.
Vamos agora simplificar mais o problema.
Pela Doutrina do Amanhecer, nós somos seguidores do Cristo Jesus e Ele
nos dá um sistema perfeito através do qual nós “sabemos”, “percebemos” e
“sentimos” tudo que precisamos a respeito de Deus, não como algo indefinível,
mas como autor de nosso universo. Com isso não é preciso gastar as preciosas
energias de nossa vida, em especular a natureza de Deus. Ela é implícita e
tranqüila em nossa vivência Crística e não precisamos cair na pretencao fútil de
definir o que é indefinível.

18. A idéia de Cristo

Existe Cristo, como existe água: Jesus é um copo dessa água. Cristo
significa “o ungido”, “o que recebeu os óleos santos”, ou seja, o que recebeu a
consagração para uma Missão, para algo.
Cristo seria então o co-autor, o “co-responsável” pelo Universo mais
próximo da nossa capacidade concepcional.”Co-autor” e “co-responsável” são os
adjetivos mais aproximados para algo parecido com Deus que seria Cristo.
Jesus personifica, para esses dois mil anos que estão terminando, o Cristo
ou apenas “Cristo”. Façamos uma analogia, uma comparação para podermos
entender melhor. A gente diz: “no Planeta Terra existe água, e eu tomei um copo
de água”. A diferença entre a água do Planeta e o copo de água que eu tomei é
que a água do copo se tornou uma água específica, com características limitadas
pelo “copo” e outras circunstâncias que a situaram no tempo e no espaço.
Jesus foi o copo, o veículo, mas foi de tal natureza que o copo e água se
fundiram em algo único: JESUS CRISTO .
A partir daí, esse algo que chamamos “Cristo” se tornou perceptível,
verificável, palpável pelo nosso senso comum, nossos sentidos, nossa alma. Em
resumo, os indefiníveis Deus e Cristo se tornaram definíveis na figura de Jesus.
Outros Seres como Jesus existiram antes e existirão depois, mas também
nesse sentido a nossa capacidade de verificação é limitada. Como iríamos saber
quem foram os personificadores de Cristo, antes de Jesus, e como iremos saber
quem serão os outros que virão depois?
Temos assim uma panorâmica, um fundo de pano para a Doutrina do
Amanhecer: Cremos em Deus, mas não temamos defini-lo, nem nos preocupamos
com isso. Também não nos atrevemos a atribuir qualidades a Ele e afirmar que
Ele gosta disso assim ou de outra forma. Cremos em Cristo como algo, talvez mais
definível que Deus, mas também não temos a pretensão de penetrar no íntimo de
sua natureza.
Cremos em Jesus, o filho de Maria de Nazareth, que incorpora o Cristo,
cuja história conhecemos e cuja obra é aceita universalmente.
O mestre Jesus edificou uma Escola Iniciática chamada a “Escola do
Caminho”, parte da qual está contida nos chamados Evangelhos escritos por
quatro de seus discípulos. É essa Escola que nos forneceu os elementos para
definir nossa posição em relação a Deus e ao Cristo.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

19. A Escola do Caminho

A Escola do Caminho, ou seja, os ensinamentos de Jesus Cristo, nos dá


todas as indicações para vivermos plenamente a nossa existência atual. Ela explica
destes do Sistema Crístico como, por exemplo, o que são as Casas Transitórias do
Mundo Etérico, a origem da Humanidade atual, isto é, de onde viemos, para onde
vamos e o porquê de nossa existência.
Desde a vinda de Jesus ao Planeta até nossos dias, essa Escola vem
atuando e encaminhando a evolução dos bilhões de espíritos que nela se
matricularam encarnando e reencarnando na Terra. Ela é uma Escola de âmbito
planetário e sua influência se faz sentir com os aspectos mais variados no tempo e
no espaço. Os resultados aparecem em todos os seres humanos e não somente
naqueles que se identificam como religiosos. Ela não pertence a grupo nenhum,
não é privativa de apenas alguns seres humanos, mas é de toda a Humanidade
em todos os tempos. Nesse sentido, toda a Humanidade é cristã, isto é, está
incluída no Sistema Crístico do qual a Escola do Caminho é a Executora, nestes
dois Milênios para esta parcela da humanidade.

20. O Vale do Amanhecer

É uma das escolas da Escola do Caminho, um foco, um ponto de irradiação


de seus ensinamentos. Ele foi organizado por um discípulo do Cristo Jesus, um
Mestre Planetário que se apresenta sob a roupagem de Seta Branca e cujo pólo
oposto é conhecido como Mãe Yara. Esses dois espíritos excelsos chefiam uma
falange de 3.000 espíritos mais ou menos, que se expecializaram dentro do
Sistema Crístico e vêm executando missões há mais de 30.000 anos nesse
Planeta. Como espíritos e senhores do seu livre arbítrio eles têm passado por
todas as provas e reveses do Planeta Terra. Alguns se evoluíram e subiram, outros
ainda estão a caminho. A sua linha de trabalho tem sido de uma relativa
independência e num posicionamento de liderança dos povos, sempre estiveram
nas posições de comando dos movimentos humanos. Ele, na maioria de suas
encarnações, ou eram fidalgos ou viviam nas imediações dos nobres, dos
guerreiros, dos reis e dos governos. No passado se chamaram Equitumans,
Tumuchys e Jaguares.
No período do Cristo Jesus eles foram tocados pela lei do Perdão, da
Humildade e do Amor. Alguns encarnaram e viveram no tempo de Jesus; outros
de depois mergulharam nos azares cármicos que seus livres arbítrios lhes
permitiu. Próximo ao fim do Primeiro Milênio, ele estavam tão embaraçados nas
suas tramas que a Lei Crística os recolheu ao Etéreo. Eles então passaram por um
sono Cultural de muitos Séculos e foram sendo preparados para a missão do
advento do Terceiro Milênio.
No início do Segundo Milênio vamos encontra-los, em sua maioria,
encarnados como Ciganos da Idade Média. Coerentes com seus hábitos
espirituais, esses espíritos reencarnavam sempre em meio aos centros de decisões
do Planeta, os reinados, os impérios e os governos. Por fim, chegou o Século XX,
o último Século do Período de Cristo Jesus e a Falange de Seta Branca veio para a
última etapa da Escola do Caminho. O espírito escolhido para atuar na Terra,
nessa fase foi o da Clarividente Neiva, devido ao seu preparo milenar. Ela sempre

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

nas suas várias encarnações demonstrou seus poderes de profetisa e clarividente.


Ela reencarnou em 1925 e desde o princípio foi preparada para esta Missão. Mais
ou menos no mesmo período reencarnaram outros espíritos da Falange e desde
1957 eles começaram a se reunir em torno de Neiva. Em 1968, ao terem início as
atividades neste local, batizado de Vale do Amanhecer começou também o
prenúncio do terceiro sétimo da missão. Em 1971, com o início da construção do
primeiro Templo circular, a missão começou realmente a se efetivar. Em 1976,
quando este manual estava sendo escrito, o Vale do Amanhecer despertara para a
plenitude da sua missão.

21. Como funciona a Doutrina do Amanhecer

A Falange de Seta Branca está distribuída estrategicamente nos vários


planos do Sistema Crístico, do mais sutil e mais alta gama vibratória até o físico
denso de baixa vibração. Para que houvesse uma perfeita comunicação entre
pontos tão distantes, o plano de trabalho foi feito em torno da Clarividente Neiva.
Ela transmite instantaneamente todas as ordens do Chefe Seta Branca, pois se
comunica conscientemente com todos esses planos.
Esse fato básico é que caracteriza a Doutrina do Amanhecer e a torna
diferente de todas as missões Crísticas do Planeta. O exército de Seta Branca, o
Corpo Mediúnico do Vale do Amanhecer, recebe todas as ordens e instruções
diretamente do Comando e as executa de acordo com os planos de trabalho. Isso
explica porque o Ritual e os Templos vão sendo construídos e modificados com
tanta rapidez. Entre 1959 e 1976 foram construídos 8 Templos, 6 dos quais já
foram demolidos, 1 na Serra do Ouro, 1 em Taguatinga e 6 no Vale do
Amanhecer.
E assim, caro Médium principiante, paramos aqui o esboço geral da
Doutrina do Amanhecer. Se você assimilar o que dela falamos até agora você
estará em condições de aprender o que este manual ainda tem para dizer.
Também saberá explicar a qualquer pessoa qual a posição Doutrinária do Vale do
Amanhecer. Você sabe agora como nos colocamos em relação a Deus, ao Cristo,
ao Cristo Jesus e a Humanidade.

F ascículo 3
Prefácio

Caro Médium:
Agora que você já leu os fascículos I e II e, provavelmente, já tem alguns
meses de prática no Templo do Amanhecer, você estará em condições de
entender melhor o que este terceiro volume tem para lhe dizer.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Você irá notar que os termos começam a ser um pouco mais difíceis, um
aspecto mais científico e até mesmo que o livro entre em considerações
filosóficas.
Não pense que isso está acontecendo porque nós julgamos que você se
matriculou na Universidade ou coisa parecida. Não, é que agora temos uma certa
idéia de que você já está sintonizado com a Corrente, que sua mediunidade já se
abriu, que seus "chacras" estão mais ativos.
A terminologia aqui usada é a mesma que você estará ouvindo de seus
Mestres e seus Instrutores. É importante que você se familiarize com essas
palavras porque elas revestirão suas atividades.
Pode ser que você atenda uma pessoa e ela manifeste o desejo de tomar
um passe. Você a conduz, mas daquele instante e nos instantes seguintes, você
estará mentalizando a transferência de energias que o referido passe representa.
Agora, se você é um leigo, um cliente ou um leitor casual deste manual,
procure os Fascículos I e II, que irá entender melhor o que aqui estamos dizendo.

O Editor

01. O Templo do Amanhecer

Se você assimilou as coisas fundamentais que ficaram registradas até este


ponto, irá ter condições para compreender a função do Templo em seus vários
aspectos. Antes, porém, é bom que conheça algo a respeito do templo através dos
tempos.
Você sabe agora que nós, no Vale vemos o Mundo como algo acima da
nossa capacidade de verificação, em termos de "comos" e "porquês". A
Humanidade não sabe, nem pela Ciência ou pela Religião, porque o nosso Planeta
foi criado ou quando isso aconteceu. Tudo que sabemos é como ele se apresenta
em alguns aspectos físicos e funcionais. Doutrinariamente, nós o vemos como
uma espécie de escola para espíritos, com as coisas sempre incertas e inseguras,
verdadeiros testes permanentes para seus habitantes. Seu passado e as coisas
que aconteceram antes existem para nosso conhecimento em termos de algumas
coisas escritas e outras tantas ruínas em pedra. Esses testemunhos são vistos, em
cada geração, pela maneira de ver dessa mesma geração, pela maneira de ver
dessa mesma geração, conforme a interpretação do momento.
Nessa altura você se perguntando o que terá isso a ver com o nosso
Templo, não é verdade? Então procure seguir o nosso raciocínio e irá entender.
Assimile a idéia conforme as coisas se apresentem aos seus sentidos. Vejamos o
que nos diz o Prof Silveira Bueno no seu “Grande Dicionário Etimológico Prosódico
da Língua Portuguesa, Ed. Saraiva, 1967”: “Templo - s.m. Igreja, lugar dedicado
ao culto divino. Latim, “templum”, nos templos antigos, o quadrado, descrito pelos
Augures (o grifo é nosso) já em terra, já imaginariamente no céu, dentro do qual
observavam o vôo das aves e outro fenômenos, interpretando-os como favoráveis
ou desfavoráveis segundo a superstição da época”.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

A língua latina já existia mil anos antes da vinda de Jesus. Foi nessa, língua
que se conceituou a palavra “templum” que em português se pronuncia “templo”.
A palavra “Augures” significa, advinho ou a pessoa que advinha. Conclui-se então,
que templo significa um local delimitado no chão e imaginariamente no céu, isto é,
no ar, em cujos limites os fenômenos observados preconizavam as coisas que
iriam acontecer, de bom ou de mau. O “quadrado descrito”, isto é, o local
indicado, dá a entender que as informações buscadas só seriam encontradas ali e
não em outro lugar. Se as aves vinham voando, esse vôo somente significaria,
alguma, coisa no momento em que cruzava aquele espaço acima do quadrado.
Porque?
Tudo indica que naquele pedaço de chão havia algum tipo de força, de
energia, que diferenciava o espaço acima dele de alguma forma.
Por outro lado, as interpretações eram feitas apenas pelos Augures, o que
significava que só eles sabiam o segredo ou tinham a sensibilidade para aquele
fenômeno sutil. Em nossos dias, fato semelhante é descrito, com riqueza de
detalhes, por Carlos Castanheda no seu livro “Viagem a Ixtlan” e outros do mesmo
autor.
Resumindo: para operar um “Templum” era necessário haver um pedaço
de chão com condições diferentes e indivíduos também com condições diferentes.
Transportando esse fato para o Templo do Amanhecer, nós temos um pedaço de
chão ionizado e pessoas mediunizadas. A palavra “íon” significa átomo eletrizado,
e, embora as propriedades dos íons sejam cientificamente complexas, nós
sabemos que eles são partículas encontradas nos raios solares. O sol é, pois, a
fonte da energia que ioniza o Templo. A lua por sua vez atua em termos de
partículas negativas, digamos assim, de íons diferenciados dos íons solares. Assim
nós temos duas energias básicas concentradas no espaço do Templo. É lógico que
o mesmo fenômeno atua sobre toda a superfície do planeta. No Templo, porém,
ele é dirigido, concentrado, pela força, dos Médiuns. Conclui-se dai que há uma
relação direta entre as energias que chegam de fora da Terra, e a energia que é
emitida pelos seres que habitam o Planeta, nesse caso nos os Seres Humanos e,
especificamente no caso de nosso Templo, nós os Médiuns.
Meu caro principiante, procure nos perdoar tanta complexidade para
explicar uma coisa, tão simples. A razão é que você precisa compreender e
assimilar que ser Médium com M maiúsculo é muito mais importante do que
habitualmente se pensa. O Templo do Amanhecer é uma potente usina de energia
cósmica, concentrada num espaço relativamente pequena e ele não funciona sem
os catalisadores que são os Médiuns.

Assimilado isso, você irá começar a entender o simbolismo da Pira que


divide o Templo em dois. Chegue perto dela, olhe com atenção e você ira
encontrar claramente representada, a Terra, o Sol e a Lua.
A parti desse conhecimento, ficou sabendo o mecanismo da sua
participação na Corrente. No Templo existem energias recebidas do Sol e da Lua e
em você existem energias que partem de você mesmo. Da manipulação desses
vários tipos de energias que resultam a cura, a desobsessiva e reequilíbrio das
pessoas que nos procuram.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Agora vamos percorrer juntos o recinto do Templo, como se você fosse um


visitante e estivesse curioso para saber. Antes, porém, vamos dar uma olhada na
estrela que está em frente chamada, “Estrela de David”.
David foi rei de Israel, cerca de 1000 anos antes da vinda de Jesus. Entre
outras coisas, diz a lenda que ele combateu o gigante Golias, munido apenas de
uma funda (objeto para o arremesso de pedras). Também ele estabeleceu o Reino
de Judá em Jerusalém como Capital, levando a Arca da Aliança.
Naturalmente, as coisas que ele realmente fez se tornaram lendas e
alegorias. Mas o fato fundamental é que ele ficou sendo o autor do símbolo do
“hexagrama” ou seja, dois triângulos, eles eram entrelaçados. Eles simbolizavam o
Bem e o Mal, o Jeovah Preto e o Jeovah Branco, o Positivo e o Negativo. Tudo
isso resulta num símbolo mais amplo: a Subida e a Descida do espírito, igual a
Involução e Evolução.
É bom que você saiba pelo menos isso dessa estrela, uma vez que ela esta
em quase toda as parte do Templo, no Escudo do Médium Iniciado e até nos pára-
brisas dos carros. Só que a nossa estrela não é entrelaçada e nem mesmo se
distingue os dois triângulos. Isso porque a nossa Corrente simboliza a Síntese
mais do que a Análise.
Também é bom que você saiba que não foi David quem inventou essa
estrela. Ela sempre existiu na natureza, na formação de cristais e outras coisas.
Talvez por isso ela seja um símbolo eterno. O importante é que você saiba que
seu uso pela nossa Corrente não implica filiação alguma a outros grupos religiosos
ou doutrinários.
Voltemos agora a nossa estrela em frente ao Templo. Nela você verá um
trecho de uma de suas mensagens: “Filhos - O Homem que tentar fugir de suas
metas cármicas ou juras transcendentais será devorado ou se perderá como a ave
que tenta voar na escuridão da noite”. Essa advertência está implícita na própria
estrela: metas cármicas são o triângulo da descida; juras transcendentais estão
contidas no triângulo de subida.
Logo em seguida, no anteparo da porta, você encontra o trecho do
Evangelho de João 14:06 que diz: “Eu sou o caminho da verdade e da vida;
ninguém vai ao Pai senão por mim”. Dentre os profundos significados dessa frase
do Mestre Jesus, nós destacamos o sentido do “EU” ou seja, a sede da decisão, o
centro do livre arbítrio, da responsabilidade individual. Essa é a base da Doutrina
da Amanhecer.
Entre pelo lado pouco esquerdo e veja o conjunto elíptico. Pare um pouco
junto ao anteparo da entrada e divida o Templo em 14 partes; começando pelos
Castelos, distribuídos na seqüência 3 + 2 + 3 = 8.

O 1º Castelo da Esquerda representa a parte burocrática: Secretaria dos


Médiuns e Recepção aos principiantes. No 2º da esquerda você encontra o ponto
dos Mestres Devas, das Samaritanas, dos Magos e das Nitiamas. No 3º está a
sede de desenvolvimento dos Aparás principiantes. No 4º é feita a Iniciação de
Aparás.
Continue a percorrer com a vista e comece pelo 5º, ou seja, último da
direita. Esse é o Castelo da Iniciação de Médiuns Doutrinadores. Continue
voltando e você encontra o 6º Castelo, ou seja, o de Desenvolvimento de

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Doutrinadores. O 7º Castelo é o dos Mestres e o 8º, ou seja, o que está a sua


direita junto à porta de entrada é o Castelo Memorial.
Comece agora de novo pelo centro, atrás do anteparo, a 9ª parte do
conjunto Doutrinário representado pela Mesa Triangular. A 10ª é a Pira. Ela é o
comando do Templo e merece uma explicação mais detalhada.

02. A Pira

A Pira representa o centro de controle do Templo e ao mesmo tempo, é


uma síntese da Doutrina do Amanhecer. O observador colocando-se de costa para
a estátua de Jesus verá o seguinte: a Terra, representada pela base; o Sol a sua
esquerda e a Lua a sua direita. No Centro, está colocada a Presença Divina. Essa
figura não é privativa de nosso Templo e é encontrada em uso em outros grupos
iniciáticos. Ela representa os 7 planos do Homem, ou seja do Espírito Encarnado
na Terra com seus 7 raios de forças. No centro, na parte espelhada, está
representado o Corpo Físico, seu sistema nervoso, os 7 plexos, seus "chakras"
correspondentes e o sistema circulatório do sangue. O sangue venenoso e o
sangue arterial representam os pólos positivos e negativos. O circulo maior
destaca o Plexo Solar e seu respectivo "chakra" umbilical. As duas taças
representam o sangue que fornece o ectoplasma. As duas setas, uma subindo e
outra descendo simbolizam a macrocirculação. Temos então representados o
microcosmo que é o Homem e o macrocosmo que representa seu Universo. As
estrelas simbolizam Maianti e as nossas casas transitórias.
A 11ª parte que fica situada ao lado da Pira, é a Fonte de Iemanjá onde é
fluidificada a água. A 12ª parte é a Cruz do Cristianismo e a figura de Jesus o
Caminheiro. A 13ª parte é o conjunto de Tonos dos Pretos Velhos. E o setor da
desobsessão, da desassimilação de cargas negativas. A última e 14ª parte é o
Trono de Seta Branca.

03. O Fluxograma do Templo

O recinto do Templo é dividido por unia linha imaginária que parte da


estátua de Pai Seta Branca e termina na parte traseira do anteparo da entrada. Ao
ser aberta a Corrente, o conjunto de forças é emitido, como se fosse um feixe de
raios partindo da Pira e convergindo para a Mesa de Doutrina até atingir o
anteparo da entrada. Outro feixe parte da Pira até atingir a figura de Seta Branca.
Essa é a razão principal pela qual o Médium deve abrir os braços ao cruzar
essa linha. Recebendo a força no plexo Solar (na frente ou nas costas) com os
braços abertos ele estabelece uma descarga. Se cruzar sem esse gesto ele pode
tomar um choque.
Além do aspecto horizontal, as forças percorrem o Templo de cima para
baixo como se fossem colunas de luz. Elas caminham "penduradas" no teto e no
sentido dos ponteiros do relógio.
Os bancos em que o público senta ficam do lado esquerdo. Enquanto as
pessoas esperam o atendimento elas vão sendo trabalhadas pela Corrente. A
parte mais ativa das cargas magnéticas, trazidas pelas pessoas, vai sendo
absorvida pela Mesa de Doutrina, mesmo que ela não esteja funcionando. Ao
chegar aos Tronos o cliente já está melhor preparado para receber o tratamento.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

É por isso que não é de bom alvitre uma pessoa ser atendida nos Tronos ou na
Cura tão logo chegue ao Templo.
A circulação deve ser feita de preferência entrando pelo lado esquerdo e
saindo pelo direito seguindo o sentindo dos ponteiros de relógio.
O Médium ao fazer a preparação recebe as forças diretamente da Pira. Por
isso não é preciso fazer a reverência ao Cristo, a menos que esteja em trânsito do
lado de fora das porteirinhas da entrada da Doutrina.
Em dia de Trabalho Oficial não deve haver circulação de pessoas sem
uniforme no recinto da Doutrina, nem mesmo sendo Médium da Corrente.
Nem Médiuns nem profanos devem entrar nos recintos da Iniciação sob
pena de tomarem choque magnético, a menos que estejam a serviço das
Iniciações.

04. Suas energias humanas

Se você assimilou tudo que foi dito até aqui, principalmente o que é
realmente o Templo, você então sabe que está lidando com energias de vários
tipos. São elas que curam, que resolvem os seus problemas e os problemas dos
Clientes. A parti daqui preste muita atenção e procure entender bem, pois disso
depende o seu futuro de Missionário.

05. Cura espiritual

A cura é a primeira palavra que você precisa conhecer e saber o que é. Pelo
dicionário “curar” quer dizer sanar, cuidar, velar pelos interesses de alguém. Pela
nossa Doutrina, curar significa reequilibrar uma pessoa, não somente em relação
aos problemas que ela apresenta, mas também ajudá-la a encontrar seu caminho
espiritual e ter alguma coisa em que se apoiar dai para frente. Por isso nós
usamos a expressão "cura espiritual".
Logo, tudo que fazemos no Templo é cura, embora a gente costume dizer
que cura é o trabalho feito na Sala de Cura, quando a pessoa apresenta distúrbios
físicos. Isso é apenas uma questão de costume, uma vez que as pessoas só se
consideram doentes quando têm sintomas de distúrbios físicos.

06. Forças e Energias

Outras duas palavras que você precisa entender com muita clareza são
“forças” e “energias”. Elas não são exatamente sinônimas, isto é, não significam
exatamente a mesma coisa, mas, no seu emprego elas se confundem. Por isso a
gente usa "força" ou "energia" conforme o emprego. Pela origem de ambas,
“forças” deriva de "forte", que tem força: e “energia” deriva de trabalho, ou seja,
de força direcionada, empregada em alguma coisa.
No item da descrição do Templo da Amanhecer, você já se familiarizou com
a idéia de forças e energias. Você então ficou sabendo que existem forças e
energias circulando no Templo. Percebeu também que existem forças de fora e
forças que partem de você mesmo. Resumindo, sabe agora que no Templo são

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

manipuladas forças, do Médium e forças que chegam de fora dele. Vamos tentar
com o máximo cuidado descrever essas forças.
Comece por se lembrar do que dissemos a respeito da Pira, quando
mencionamos a microcirculação. "Macro" quer dizer grande, e "micro" quer dizer
pequeno. "Microcirculação", significa a movimentação de forças dentro de você e
Macrocirculação" é a movimentação de forças dentro do Templo.

07. Trabalho

Vamos fazer urna pequena pausa e recapitular, para que possamos


entender com simplicidade, as coisas que acontecem no Templo e em cada
Médium, particularmente em você.
Até agora você ficou sabendo que o Templo se divide em 14 partes básicas
e que existe um "fluxograma" da circulação das forças no seu interior.
Também você ficou sabendo o que significam as palavras "cura", "força" e
"energia". Vamos então aprofundar um pouco o assunto.
Mentalize três aspectos diferentes desse conjunto de idéias: a inércia, o
movimento e o resultado. Para isso se tornar mais fácil ainda vamos comparar
com um automóvel. Um carro parado representa uma força, uma energia inerte.
No momento em que ele é posto em movimento, ele significa um conjunto
energético, força em movimento. Isso quer dizer "trabalho", o carro está
“trabalhando”. Ele então leva pessoas ou cargas a algum lugar e esse é o
"resultado".
Observamos agora esse carro em movimento.
No seu interior existe um mundo de forças que se transformam em
energias, em trabalho; essas forças são tantas que a gente nem tem capacidade
para descrevê-las todas: a gasolina, a eletricidade, o calor, o atrito, o peso, a
água, o ar, o fogo, a idade etc. Isso sem mencionar o motorista, os passageiros e
as cargas que possam estar nele.
No seu exterior, isto é, fora do carro, nas ruas ou nas estradas, outro
mundo de forças influenciam e são influenciadas pelo nosso carro em movimento:
o ar, a luz, os ruídos, as ladeiras ou descidas, os outros carros, os sinaleiros, os
avisos de trânsito, a chuva ou sol, as curvas, enfim, são tantas as forças que a
gente não tem também capacidade para descrevê-las todas.
Mas, de tudo isso, o mais importante para nosso esclarecimento
doutrinário, e distinguir que há uma diferença no tipo de forças que causam toda
essa complicação: "forças físicas e forças psicológicas. Quando o motorista lê
numa placa na beira da estrada: "Cuidado, escola" ele aceita a advertência do
aviso e torna-se mais cauteloso. Nesse caso ele obedeceu a uma força psicológica.
Se logo em seguida ele levanta o vidro da janela, para evitar que a chuva o
molhe, ele obedeceu a uma força física.
Naturalmente não é fácil a gente distinguir os aspectos psicológicos e os
físicos das forças que atuam sobre nós. Mas, se aplicarmos o bom senso, o senso
comum de observação, nós podemos fazer uma razoável separação.
Vejamos o que podemos fazer para você distinguir em você o que é físico e
o que é psicológico.
Você se alimenta e respira, e a comida e o ar se transformam em forças
físicas, isto é você é capaz de se movimentar, trabalhar, mover objetos, etc. Essa

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

força lhe permite a existência física e, como Médium, "existir" fisicamente no


Templo.
Você apreende, pensa, tira conclusões e as coisas aprendidas se
transformam em forças psicológicas, isto é capaz de entender, tomar decisões,
amar, gostar, sentir-se feliz ou infeliz. Essas forças lhes permitem a existência
psíquica e, como Médium "existir" psicologicamente no Templo.
Você aperta a mão de um amigo e diz: “Como tem passado?”. Nesse gesto
você usou a força física para aperta a mão e a forças psicológica para fazer um
gesto de cortesia para com seu amigo.
A palavra “físico” deriva da palavra grega "physike” que vem de "physis"
que significa natureza. A palavra "psíquico" deriva da palavra grega "psykhè" que
quer dizer alma. Por isso nós podemos dizer, "força psicológica" ou "força
anímica".

08. Forças Físicas e Psicológicas

Cremos que o que foi dito até agora, você já pode considerar-se consciente
do fato de que vive dentro de uma usina maior que é o mundo que o cerca.
Também já deve ter se compenetrado de que existe uma variação no tipo de
forças que atuam sobre você, podendo separar razoavelmente o que é força física
e o que é força psicológica.
Daqui para diante vamos observar um outro fato, um tanto subjetivo, mas
que será a porta de entrada para seu mundo iniciático, o mundo invisível e
subjacente em todos os atos humanos. Tomemos de novo o surrado exemplo do
automóvel em movimento conduzido pelo nosso motorista.
Enquanto o carro anda, o motorista obedecendo os regulamentos de
trânsito, o mecanismo funcionando perfeitamente e os dois seguindo uma rota,
um outro mundo de forças está atuando sobre eles, um mundo subjetivo e
indefinido. Por exemplo, quando ele olha para a placa "Cuidado, escola!" e
automaticamente diminui a velocidade, um mundo de coisas que se referem a
crianças atravessa rapidamente a sua consciência. Ele pode se lembrar da sua
infância, dos seus filhos, da oportunidade que ele perdeu não estudando, da
filosofia educacional do Brasil, da meiguice das crianças, etc.
Aquela placa, por sua vez, representa o fato de que existe preocupação das
autoridades com a segurança das crianças, que existe um cuidado, que existe uma
filosofia de educação dos motoristas, que é uma cidade organizada, que trânsito é
um negócio perigoso, etc, etc e etc...

Você percebeu? Não são apenas os estímulos físicos e psicológicos,


objetivos, que representam forças físicas ou psíquicas atuantes no ato, no
trabalho que está sendo executado, que estão em ação; também outras forças
atuam e determinam os estados de ânimo ou desânimo do motorista. Esses
estados por sua vez atuam sobre o mecanismo do carro e influem no
comportamento mecânico da máquina... Ele freia com violência, esquece de
abastecer ou de parar para colocar água no radiador, etc, etc e etc...
Todo estimulo resulta de um movimento energético, todo estímulo é uma
força. A placa "Cuidado, escola!" além da forças das palavras em si, representa a

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

força administrativa, governamental, o poder dirigente, a organização política, a


filosofia civilizatória do Pais e etc.
As reações do motorista representam as forças atávicas, subconscientes, a
educação recebida, os fatos particulares da sua própria vida, as atitudes que ele
tem tomado em relação às crianças, enfim seus conceitos e preconceitos.

09. Recepção e Emissão

A parti daqui nós sabemos, pelo bom senso, sem complicação alguma de
ordem intelectual, que tudo que se move e age no Planeta, até mesmo uma pedra
inerte na aparência sensorial, existe e age por recepção e emissão de forças e
energias. Assim é nosso organismo físico, assim é nossa alma e assim é nosso
espírito. Cada movimento do nosso corpo, cada sensação de nossa alma e cada
deliberação de nosso espírito, tudo acontece por meio de energias que se
transformam em forças e forças que se transformam em energias. Vamos agora
considerar essas energias e forças em relação apenas a nossa posição de Médiuns
e nossa Missão Crística.
O corpo elabora a energia física, a alma produz a energia psíquica e o
espírito fornece a energia espiritual. Assim sendo, o ser humano tem uma fase
física, uma psíquica e termina com a espiritual. No começo o ser humano só é
movido pelo instinto de sobrevivência física, no período que vai desde a sua
gestação até mais ou menos 7 anos de idade, começa depois sua elaboração
psicológica até aos 14 anos e a parti daí entra nos contatos transcendentes que
vão até o fim de sua vida. Como você já sabe o suficiente sobre a questão
físico-psíquica, daqui para frente trataremos apenas da questão de suas forças
mediúnicas.

10. Suas forças mediúnicas

A força, mediúnica é de ordem transcendental, isto é, ele ultrapassa os


limites da educação, dos hábitos e da situação física. Mas quaisquer que sejam
suas manifestações, eles aparecerão sempre no seu comportamento humano,
através de sua personalidade, pois você sendo o veículo, é lógico que não existe
outra forma – só que quando essas forças se manifestam, elas produzem atitudes
que são consideradas anormais. Isso porque toda a ciência e toda a religião
existente em nossa Civilização consideram apenas a existência da alma e do corpo
e, como conseqüência, qualquer fenômeno mediúnico é rotulada apenas como
uma anormalidade da alma, uma manifestação patológica, isto é, considera-se
como um desequilíbrio mental ou físico. Se o fenômeno acontece em termos
religiosos, ou melhor, se a forma de apresentação se enquadra em alguma crença
religiosa, ele então é chamado de milagre.
Atualmente, face ao crescimento das manifestações mediúnicas a ciência e
as religiões oficiais tentam, criar uma explicação racional e para isso criaram um
novo método cientifico chamado "parapsicologia". Essa ciência cataloga os fatos
mais exóticos da mediunidade e procura provar que se tratam apenas de forças
que alguns indivíduos possuem, mas que são dele mesmo, não vêm de parte
alguma. Esta atitude coerente com a ciência oficial que simplesmente nega ou
desconhece a existência do espírito transcendental - para a ciência só existe o

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

indivíduo a partir do seu nascimento e que deixa de existir com a morte. Para o
religioso, o espírito e algo abstrato e, na falta de um conceito mais razoável, o
identifica com a alma. Por isso as religiões oficiais não aceitam a idéia da
reencarnação.
Na verdade, as forças mediúnicas são estimuladas pelo seu espírito e,
sendo algo que já existiu antes, que já ocupou outras personalidades, que teve
muitas experiências, as forças puramente físicas e psicológicas da sua atual
personalidade.
Mas, assim como suas forças psicológicas repousam nas suas forças físicas
- é lógico que você não poderia falar se não tivesse uma boca e etc - suas forças
mediúnicas repousam sobre suas forças físicas e psicológicas.
A base da manifestação mediúnica é o ectoplasma, o fluído magnético e
animal que é produzido no organismo. Esse ectoplasma varia em teor e
quantidade conforme suas metas cármicas, conforme o programa que seu espírito
tem a cumprir na Terra. É por isso que cada Médium tem a sua própria
mediunidade e, embora ela seja sempre a mesma na base, ela varia conforme o
uso que você fizer dela. Vamos dar-lhe um exemplo bem simples e verificável para
que entenda bem isso: a maioria dos Médiuns quando começa a se desenvolver
apresenta um entusiasmo e uma pressa de trabalho fora do comum. Se for um
Médium de incorporação, ele incorpora a todo o momento, custa para
desincorporar e dá verdadeiros "shows" de mediunismo. Entretanto, passados
apenas alguns dias de desenvolvimento, ele esmorece, tem dificuldades para
sintonizar com seu Mentor, começa a achar que não é Médium Apará e chegar a
pedir para passar para a Doutrina.
Isso acontece pela simples razão que ele chega carregado com seu próprio
ectoplasma, acumulado desde o momento em que sua mediunidade começou a se
manifestar, e que foi subindo além de suas forças, além do seu padrão normal.
Isso quer dizer que ele vem com mais energia do que sua força suporta. Esse
exemplo completa seu entendimento do que sejam forças e energias.
Todo Médium tem uma "força" mediúnica e com essa força manipula vários
tipos de energias, conforme seu programa de trabalho. Essas energias são muito
variáveis e se torna desnecessário descrevê-las todas aqui.
Mas, para seu melhor entendimento, vamos citar alguns exemplos. Há
Médiuns aparás que têm força para manipular energias do Povo das Águas, outros
dos Pretos Velhos e outros dos Caboclos. Embora ele possa trabalhar com todas
essas falanges, há sempre uma que é sua força predominante. É com base nisso
que é identificado o seu Guia Principal ou Mentor. Os outros Guias, pertencentes a
outras falanges, trabalham com o Médium na "Linha" predominante do Médium.
Assim acontece também com os Doutrinadores cuja força principal é caracterizada
pela sua Princesa.

11. A consciência das próprias forças

A forças, ou capacidade de manipular energias já vem com a pessoa, faz


parte do esquema de trabalho que seu espírito preparou para sua trajetória no
Planeta. Mas assim como a pessoa desconhece o seu carma ele também não
conhece as suas forças. O carma vai sendo conhecido na proporção que os fatos
vão acontecendo e o mesmo se dá com as forças. É no momento da tragédia, do

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

acontecimento difícil, que a pessoa descobre suas capacidade e habilidades para


contornar as coisas.
Logo, tanto as tragédias como a capacidade de enfrentá-las, são potenciais
dormentes no individuo e somente seu espírito as conhece antecipadamente. O
espírito da pessoa sabe também quais as forças que ela poderá contar para isso.
Esse fato fundamental é que nos leva ao Sistema Crístico e um dos seus
mecanismos que é o Mediunismo Crístico ou Espiritismo. Pelo desenvolvimento
mediúnico, a pessoa aprende a "ouvir" seu próprio espírito e ampliar a visão da
sua própria vida. Com isso ela pode prevenir-se aprender a manipular suas forças
e modificar seu carma até onde lhe foi permitido pelo seu próprio programa de
vida. É por isso também que a Doutrina do Amanhecer exige um respeito
profundo pelo Livre Arbítrio. Ninguém dá ou tira nada de ninguém, mas apenas
uns servem de instrumento de outros. Alguns nos trazem o alivio, mas somos
somente nós mesmos que buscamos uma ou outra coisa.
O que a Doutrina do Amanhecer nos retransmite são as coisas que nosso
próprio espírito tenta nos "dizer" e nós habitualmente não entendemos. Nisso
consiste também a essência do Sistema Crístico e da Escola do Caminho de Mestre
Jesus. Pela Lei do Perdão, do Amor, da Tolerância e da Humildade, a pessoa se
esclarece, se torna sensível à direção de seu espírito e se equilibra consigo
mesmo. Equilibrado e consciente de suas forças o Ser Humano retoma o seu
caminho com tranqüilidade, sabendo para onde vai e o que quer da vida.

F ascículo 4
P refácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro leitor:
Se você já leu os fascículos anteriores já terá formado um conceito razoável
do fenômeno mediúnico. Também já terá verificado que se trata de um
mecanismo intrínseco do Ser Humano, algo que faz parte da Natureza e uma
poderosa arma de defesa contra as intempéries da vida.
Se além desse conhecimento você se inclinar a “não resistir ao mal” como
preconiza Jesus, e se deixar envolver no fluxo universal da vida, as coisas
começarão a ir melhor para você e encontrará a verdadeira paz interior, aquela
paz que é mantida mesmo no meio do conflito e da luta.
Você já está assistindo as aulas para a Elevação de Espadas e em breve
terá acesso ao segundo passo Iniciático.
Daqui para frente vamos entrar em considerações mais sérias de seu
comportamento mediúnico, aspectos esses que serão decisivos para sua trajetória
terrena. Lembre-se que a Civilização da qual você faz parte está como a semente
que começa a germinar. Isso produz espasmos e contorções e suas moléculas, no

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

esforço de varar a superfície, alcançar a luz do Sol, devoram as energias latentes


– urge buscar novas forças – e isso é dor!
Você é uma dessas moléculas – ou será um simples átomo? Depende de
você mesmo, de seu esforço para entender o que se passa no seu interior, no seu
coração, na sua alma e, principalmente, no seu espírito. Vejamos no que podemos
ajuda-lo, guia-lo. Somos apenas jardineiros que iremos lhe fornecer alguma água,
talvez um esteio para que sua plantinha cresça.
Somos os lavradores do jardim da vida, os humildes servos de Jesus, o
Caminheiro. E foi Ele que disse aos Apóstolos: “Vinde a mim, todos os que andais
aflitos e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para
vossas almas. Pois o meu jugo é suave e meu peso é leve”. (Mateus 11:28-30)

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

01. Porquê o Médium não deve tomar álcool

O sistema nervoso é o mecanismo intermediário entre o corpo físico, o


mundo externo e o campo consciencional. O campo consciencional é a sede do
“eu”, esse algo individualizado e portador da centelha divina. A centelha divina é a
parte do mecanismo do Homem que lhe possibilita a existência. Ela proporciona a
encarnação e a sustenta. Sem ela não existe a ligação entre o espírito
transcendental, a alma e o corpo.
Rudimentarmente o sistema nervoso pode ser comparado com uma rede de
distribuição de eletricidade, com seus fios, transformadores, subestações e uma
de suas peculiaridades é dar passagem a energias por indução. Isso significa que
a corrente nervosa “salta” de um ponto para o seguinte, não é contínua.
Esse e outros fatores básicos do sistema nervoso caracterizam a célula
nervosa como incapaz de se reconstituir. Com isso não existe a regeneração do
tecido nervoso.
O álcool, a heroína e seus derivados têm a capacidade de destruir a célula
nervosa. Célula nervosa destruída significa perda de capacidade consciencional,
diminuição do alerta mental, lerdeza do raciocínio, etc. isso tudo resulta na
gradual irresponsabilidade do Ser Humano. Esse fenômeno acontece quer se beba
pouco ou muito álcool. Um pouco de álcool todos os dias causa efeitos mais
danosos porque os resultados só aparecem lentamente.
Essa é a razão fundamental pela qual o Médium não deve tomar álcool, é
que a Corrente do Amanhecer mobiliza e atrai energias extra-etéricas, cuja força
só pode ser controlada por mentes equilibradas. Por isso é preferível que o
Médium não ingresse na Corrente se não puder deixar o hábito de beber, pois ele
se prejudicará mais se tentar pertencer à Corrente e tomar álcool.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

02. O cruzamento de correntes

Pela Doutrina do Amanhecer todas as doutrinas e religiões são


consideradas boas, sendo vedado aos Médiuns fazer qualquer crítica a outros
grupos. O Templo do Amanhecer é aberto a todos, incluindo aqueles que praticam
outros rituais ou religiões. Também não existe proibição formal para a freqüência
de nossos Médiuns a outros cultos, desde que ele não seja sistemática, como uma
obrigação.
A razão disso é que o Médium, ao freqüentar outras práticas doutrinárias ou
religiosas, se envolve nas correntes e vibrações desses cultos e provoca em si
mesmo o cruzamento de forças. Esse fato se agrava se o Médium participar da
intimidade do ritual.
A participação do Médium em nossa Corrente não é uma simples
formalidade. Ela funciona nos vários planos do Médium e ele sintoniza com as
forças desde o plano físico até às várias gamas do plano espiritual. Na verdade o
progresso de nossos Médiuns é avaliado em termos de impregnação, de
assimilação da Doutrina. Se praticar seu mediunismo por outros métodos ele não
consegue a sintonia necessária e vive desequilibrado.
Aliás, esse é o principal motivo que traz a maioria dos clientes em busca de
socorro no Vale do Amanhecer. Ignorando esse fato simples eles buscam auxílio
em muitos lugares diferentes e acabam por se desiludir e se tornarem descrentes.
Por último, se nossa Corrente e nossa Doutrina não forem suficientes para
o Médium, a ponto de ter que buscar outros cultos ou práticas religiosas, esse fato
invalida sua posição de Médium por definição...

03. Aprendizado Mediúnico e Intelectual

O ensino religioso é feito habitualmente pela didática comum, pela palavra


falada ou escrita. Com isso a absorção dos conhecimentos se faz pelo intelecto, o
banco de memória atuando como o repositório de conhecimentos. Isso acontece
tanto em religiões aculturadas intelectualmente como em cultos e doutrinas de
outra natureza. A base é a memória, em algumas predominando a memória visual
e em outras a auditiva. Mesmo nos cultos chamados primitivos, os líderes são
sempre aqueles que apresentam maior soma de conhecimentos ritualísticos e
doutrinários.
Com esse método a religião é absorvida pela alma, pelo sistema
psicológico, pela personalidade. A religiosidade assim assimilada é anímica,
sensorial, faltando no praticante a presença do espírito transcendental. A falta de
espiritualidade nas religiões tem sido a maior fonte de angústias da Humanidade
atual.
Entretanto a Natureza proporcionou ao Homem um método bem mais
simples e natural e aquisição de religiosidade que é a mediunidade e esse é o
método adotado pela Doutrina do Amanhecer, para que seus Médiuns adquiram
os conhecimentos, que aliás não são chamados assim, mas de esclarecimentos.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

04. O Fluído Magnético Animal ou Ectoplasma

Exerce sua influência na pessoa, de acordo com sua programação cármica,


seu plano de vida no Planeta. Isso acontece no momento exato, e sua
manifestação é absolutamente clara, insofismável para ela mesma.
Para que esta afirmação seja aceita é preciso que haja apenas certa
honestidade do Homem consigo mesmo. Quem neste mundo de Deus não sabe
quando a inquietação de seu espírito se manifesta?
Uma vez começada a “produção” Ectoplasmática começa também o
desassossego da pessoa. É a época na vida de cada um quando começam as
interrogações, a busca de algo acima do senso comum, as dores, as insatisfações,
as sensações de irrealização, os distúrbios neurológicos e até mesmo as doenças
físicas de maior gravidade. Os sintomas variam conforme as reações que as
pessoas têm, de acordo com sua personalidade, ou seja, a constituição de seu
conjunto psicofísico.
Embora ignorando o fenômeno, a maioria das religiões proporciona, pelo
próprio ritual, algum reequilíbrio Ectoplasmático. Isso acontece principalmente
pelo sistema de reuniões, a formação de correntes e o sentimento de amor que é
buscado. Mas, os preconceitos, sejam dogmáticos ou não, e a ânsia da
padronização de conceitos, com isso formando os preconceitos, abafam as
manifestações individuais. O Homem se torna, assim, prisioneiro, frustrado,
exatamente dentro da instituição, ou seja, a religião ou doutrina, que existe para
sua libertação!
Isso tudo resulta da confusão que se faz entre a alma transitória e o
espírito transcendental, e esse é o grande mal de nossa Civilização.
Assim, a Doutrina do Amanhecer não inventou método algum de
transmissão de religiosidade, mas apenas adotou, na sua prática, o sistema que a
Natureza já havia proporcionado ao espírito em trânsito na Terra, o Ser Humano,
o Homem. Nós apenas desenvolvemos a mediunidade da pessoa e
proporcionamos os meios para ela mesma controlar suas forças e energias. Com
isso essas forças e energias passam a circular nos canais programados e começam
a beneficiar as pessoas em vez de prejudica-las, como acontecia antes de aqui
chegarem.
Com toda a simplicidade a pessoa aprende a manipular seu Ectoplasma.
Com isso ela se purifica, se clareia, se torna mais sutil e, adquirindo maior
vibraticidade, permite a sintonia com o seu próprio mundo espiritual.
A partir daí sua alma se abre às influências do seu espírito e ela começa a
divisar seu caminho. A “claridade” do seu Ectoplasma lhe proporciona o
“esclarecimento” que tanto se confunde com “conhecimento”.

05. Mediunidade Psíquica e Mediunidade Espiritual

O espírito é algo que se destacou do Todo e, como conseqüência, se


individualizou, se tornou uma “Individualidade”. O indivíduo-espírito pela própria
natureza, apresenta características, tendências, preferências e objetivos que são
somente seus, que o destacam de outros indivíduos-espíritos.
Para encarnar, isto é, para percorrer por certo tempo este Planeta, seguir a
estrada que o levará, num futuro talvez remoto, a desindividualizaçao, isto é, à

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

sua reintegração no Todo, cujas manifestações se fazem pelo processo sensorial


de estímulo e resposta, chamado alma. Esse conjunto corpo-alma forma a
personalidade.
Personalidade significa a aparência física, a constituição do corpo, as
tendências, a educação recebida, ou seja, “aquilo” que foi feito ou se fez n o
mundo físico, no Planeta, para a manifestação do indivíduo-espírito.
Essa é a Lei da Terra, a Lei Crística, em seu aspecto peculiar da
encarnação. Ao se submeter a esse processo, o espírito aceita completamente o
fato de que terá que se manifestar, exercer a sua programação, caminhar para
seus objetivos, dentro dessas condições difíceis.
A formação da personalidade já é meio caminho andado na realização
cármica. Por mais que faça, o Homem dificilmente pode modificar sua
personalidade, a não ser em termos de mudança de comportamento. Essa
mudança entretanto, a não ser que seja feita em consonância com os objetivos do
seu espírito, será angustiosa, transitória ou auto-aniquilante.
O conhecimento e a utilização da força mediúnica devem ser paralelos ao
reconhecimento da existência do espírito transcendental, do próprio espírito, sob
pena dela ser apenas a exteriorização da personalidade.
Em resumo, o desenvolvimento da mediunidade apenas fenomênico, sem
um objetivo Crístico, ressalta as qualidades ou defeitos do Médium e o torna
apenas intermediário entre ele e o mundo que o cerca. Pode ainda acontecer dele,
na sua cegueira personalística, ser intermediário de forças horizontais, não
criativas e ás vezes até destrutivas.
Nesse caso ele se torna um Médium apenas psíquico, isto é, ele dá vazão a
conceitos, idéias e conselhos de sua própria lavra ou de espíritos do Plano
Terreno, ou seja, formas e valores não criativos, apenas transformistas.
Esse fato simples e objetivo é que separa o joio do trigo, o que é Crístico e
o que apenas não é. É fácil de se saber quando isso acontece, bastando seguir-se
a regra evangélica de que a “arvore se conhece pelos frutos...”.
A mediunidade desenvolvida paralelamente ao esclarecimento doutrinário
apresenta um quadro totalmente diferente. O Médium começa por aprender as
emanações e os anseios transcendentais de seu próprio espírito e, graças a isso,
ele se harmoniza com sua linha cármica. Ele muda as perspectivas, a visão da vida
e muda seu comportamento por um processo íntimo de plena convicção. Ele torna
mais abrangente e com isso sua vida se equilibra. Ele passa a ser uma pessoa que
irradia simpatia e interesse pelo seu próximo.
A partir daí se torna possível seguir a Lei do Perdão, do Amor, da
Tolerância e da Humildade. Nessas condições isso é feito sem constrangimento,
sem que a pessoa tenha que se violentar, sem provocar tenções internas,
geralmente causadoras de revolta.
Nessa linha de sintonia com seu espírito transcendente ele atrai para si as
emanações dos espíritos superiores, de seus guias, seus mentores e passa a ser
porta-voz desses espíritos. Esse é o Médium espiritualizado, o Médium através do
qual vem a cura, o alívio e a esperança dos que são atendidos por ele.
Temos assim uma idéia clara do que seja a mediunidade puramente
psíquica e a mediunidade espiritual. Entretanto é preciso saber que o Ser Humano
não é estático, sempre o mesmo. Ele varia a cada momento e seus estados se

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

alternam conforme as influências a que é submetido. Como conseqüência, sua


mediunidade pode variar e se apresentar ora de uma forma, ora de outra.
Por isso é que a prática da mediunidade deve ser feita no âmbito de um
conjunto doutrinário, com regras ritualísticas e vigilância dos Mentores. Em nossa
Corrente, para melhor garantir a autenticidade, todo trabalho mediúnico é feito
pela unidade dupla Apará-Doutrinador. Só o Doutrinador tem as condições
necessárias para discernir as manifestações e saber quando as coisas vêm do
Médium ou dos Guias, qual a dosagem de psiquismo existente no trabalho, e até
que ponto esse psiquismo não prejudica o trabalho. Afinal ninguém é perfeito e
qualquer um pode cometer erros. O importante é tirar o melhor partido de cada
situação e fazer com que o Médium ajude a si mesmo, enquanto ele está
ajudando o seu próximo. Só uma atitude de Amor e paciência pode conduzir o
fenômeno mediúnico para resultados positivos a todos que dele participam.
Para isso é preciso haver uma atitude desassombrada e de compreensão,
que somos todos espíritos a caminho e que o Ser Humano dificilmente mistifica
deliberadamente.

06. A Mediunidade Iniciática

Iniciação significa a admissão do Médium ao círculo seguinte da espiral de


forças que regem a Missão. As forças da Corrente do Amanhecer distribuem suas
energias de cima para baixo, em forma de espirais cônicas, cujos círculos menores
estão na parte de cima. Cada espiral representa uma Cassandra regida por uma
Falange.
Ao se tornar Médium do Vale do Amanhecer a pessoa vai desassimilando as
correntes negativas, através da modificação do seu teor Ectoplasmático. Seu fluido
se modifica paulatinamente, tornando-o cada vez mais sensível às vibrações dos
círculos imediatamente superiores. O Médium vai se imantrando, isto é, ele
adquire a capacidade de sintonizar os “Mantras” de força e os manipular no
exercício de sua mediunidade. Vejamos um exemplo: qualquer pessoa pode rezar
um Pai Nosso. Essa oração é o Mantra básico dado por Jesus para situar o espírito
em trânsito na Terra no Sistema Crístico. Entretanto, ao pronunciar esse Mantra
existe uma penetração maior ou menor, em consonância com o estágio espiritual
de quem o pronuncia. As palavras são as mesmas, não importa quem as
pronuncie, mas a sintonia varia conforme a situação do emitente. O mesmo
Mantra pronunciado por um iniciado e um não iniciado produzem resultados
diferentes.
Por isso o Médium Iniciado recebe o direito de usar certos objetos
ritualísticos que são acrescidos ao seu uniforme. Há, pois, trabalhos no Templo
que só podem ser feitos por Médiuns Iniciados.
A cerimônia de Iniciação é basicamente o encontro, em meio do caminho,
entre o Médium e as energias que ele passou a ter capacidade de manipular. As
vezes as energias vão mais ao encontro dele do que ele das energias e outras
vezes sucede ao contrário. Esse fato é muito importante de se saber, uma vez que
força significa capacidade, potência; sucede às vezes que a pessoa não chega a
exerce-la conscientemente. Expliquemos melhor: o Médium Iniciado é sempre
capaz de fazer um trabalho, que exija essa condição, mesmo que ele não saiba ou

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

não conheça a força que tem. Nem sempre a personalidade do Médium


corresponde à sua posição mediúnica.

07. A Conduta Doutrinária

Há certos casos em que a Espiritualidade manda iniciar um Médium para


que ele seja beneficiado pela Iniciação, para sanar alguma dificuldade em seu
equilíbrio. Só depois de algum tempo é que ele irá exercer consciente seu papel
de iniciado.
O conflito é a nota dominante da vida no Planeta Terra. Na verdade não
existe vida sem morte. Os seres respiram e, junto com o ar, penetram no
organismo milhões de bactérias, germes e micróbios. A cada respiração milhões
de anticorpos, que são verdadeiros soldados do corpo físico, entram em ação e
matam os invasores. A luta não pára um segundo sequer e, se as defesas se
enfraquecem, ou se um inimigo desconhecido penetra em suas fileiras, o corpo se
desequilibra e a pessoa fica doente.
Tudo que existe na Terra é vivo, qualquer que seja a natureza. Tudo é
composto de átomos, desde a pedra até o fogo, desde a água até o ar. Como
resultado natural, tudo que absorvemos é vivo. O Ser Humano é uma complexa
máquina que absorve e transforma, como todos os outros seres, a matéria em
energia e a energia em matéria. Nada é desperdiçado e tudo é transformado.
Essa luta eterna é variável conforme a simplicidade ou a complexidade dos
organismos que existem no Planeta. Quanto mais complexo é um organismo, mais
complexa é a luta. O princípio, porém é inalterável: absorção ou perda de
energias. Isso acontece desde a pedra bruta, que é atacada pelo ar, a água, o
atrito, o calor, o frio e as variações do terreno onde se encontra, até o Ser
Humano, que é afetado por esses e outros fatores.
Desde o mineral, passando pelo vegetal, e chegando ao mundo animal, a
luta vai adquirindo aspectos mais variados e complexos. Ela atinge o máximo
refinamento no homem, a maior usina da Natureza de transformação energética
que existe.
O simples ato de pensar já é uma poderosa forma de emitir e receber
energias, com perdas ou ganhos conforme os controles, as qualidades e as
sintonias. Quanto mais sutil é o campo vibratório em que as energias são
recebidas ou emitidas, maior é a intensidade, a potência e a força que entram em
jogo.
Com esse raciocínio fácil e razoável conclui-se que o conflito, a luta, o
ataque e a defesa são intrínsecos em nossa natureza, essa é a Lei do Planeta
Terra, não existe a paz, mas sim a guerra, permanente e inevitável, se situarmos
o problema apenas em termos do plano psicofísico.
Essa Lei, entretanto é restrita, delimitada pelo campo vibracional da Terra
e, para começarmos a entender isso um pouco, nós temos que pensar em termos
de dimensões, planos e mundo. Embora essas palavras sejam escorregadias, são
as únicas que nos dão a idéia aproximada de planos vibratórios. Façamos uma
analogia: por mais encapelado, tempestuoso que o mar esteja, se mergulharmos
alguns metros abaixo da superfície, encontraremos uma tranqüilidade
impressionante. Pessoas que já voaram em aviões comerciais de grande porte
também conhecem essa notável experiência. As vezes a gere decola de um

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Aeroporto em meio a tempestade, o avião jogando perigosamente; ele ganha


altura e, em poucos minutos o sol brilha por sobre o colchão de nuvens enquanto
que o vento parece inexistente. Assim é a nossa vida e assim também são nossas
alternativas. É preciso mergulhar ou subir acima de nossas contingências para que
tenhamos paz e tranqüilidade, é preciso penetrar na dimensão do espírito. Só que
o mergulho no mundo do espírito não é medido em metros, mas em sensibilidade.
Torna-se necessário a gente se fazer receptivo ao mundo de nosso próprio
espírito, seja em termos do passado cármico ou do futuro planejado, para que
possamos avaliar melhor os nossos conflitos e podermos reduzi-los às proporções
que eles realmente têm.
Para facilitar essa receptividade, para tornar possível a trajetória dos
espíritos encarnados, para que o Mundo seja uma escola proveitosa é que existe o
Sistema Crístico e a Doutrina do Mestre Jesus com sua Escola do Caminho.
O Vale do Amanhecer não exige dos seus Médiuns que contrariem as Leis
do Planeta, quaisquer que sejam elas, mas que sobreponham a elas uma conduta
iluminada pela Doutrina de Jesus, a que chamamos de Conduta Doutrinária.
Convidar um Ser Humano a abandonar a luta seria o mesmo que sugerir
que se suicidasse. Mas permitir que ele continue a luta sem saber o que está
fazendo é deixá-lo entregue à perda da oportunidade encarnatória, é o suicídio do
espírito.
A Doutrina de Jesus diz: “devemos amar ao próximo como a nós mesmos”
e, por todos os ângulos que observemos essa máxima ela sempre se apresenta
como vantajosa para nossa existência. Amando as pessoas que nos cercam,
incondicionalmente, conseguimos um clima de paz em nossa consciência que só
nos traz vantagens em todos os sentidos. Mas, para podermos amar os que nos
agridem ou que procuram nos prejudicar, os que nos odeiam e os que nos
invejam, nós temos que ter uma perspectiva ampla das nossas relações com os
“próximos”.
Para que tenhamos essa visão mais ampla nós temos que conhecer,
assimilar os outros aspectos da Doutrina do Mestre. Para conhecê-la nós devemos
ter capacidade de sintonia. Em termos de Mediunismo, capacidade de sintonia
significa saber mediunizar-se.
E assim, fechamos o amplo círculo. Para que o Médium tenha uma conduta
doutrinária ele precisa conhecer a Doutrina. Conhecendo a Doutrina ele continua
sua luta, come, bebe, ama, trabalha, disputa seu lugar ao Sol, cumpre as leis
biológicas, as psicológicas e as sociais e, através disso, executa o programa desta
encarnação. E só assim ele pode dizer com tranqüilidade: “Seja feita a sua
vontade, assim na Terra como no Céu...”.
A Doutrina do Amanhecer nos fornece ainda um dado muito precioso: o
Homem em harmonia com a lei é controlado por um número e uma quantidade de
energias que lhe garantem a força total. Esse número básico é o 7 assim dividido:
3 + 1 + 3. três forças são a sublimação que por serem inversas da Terra são
chamadas de negativas. Elas são fáceis de identificar quando dizemos: “em nome
do Pai, do Filho e do Espírito”. Há uma força intermediária que liga as três
primeiras com as três últimas: essa é a força da Mente, ou quarto plano Iniciático,
a sede do Eu: as outras três forças são: a do plano intelectivo concreto, onde se
manipulam as energias etéricas, a do coração ou forças da emoção e sensibilidade

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

(no coração humano é que reside a partícula Crística) e por último a força animal,
do mundo físico.
Tanto a da Mente como as outras três formam o quarteto positivo, as 4
forças chamadas de positivas, pois são elas que diferenciam um homem de um
espírito não encarnado, um espírito vivendo na Terra.
Podemos agora concluir: o Médium, por definição, tem que observar uma
Conduta Doutrinária, isto é, ele terá que agir de acordo com a Doutrina na
observância da Lei.

08. A Missão Mediúnica

A palavra “Médium” é a mais simples de qualquer vocabulário, pois sendo


latina, ela pode ser usada em qualquer língua, mesmo que essa língua não seja de
origem latina.
Entretanto não existe palavra mais vinculada a mistérios e coisas
incompreensíveis do que essa, ela chega a causar medo nas pessoas conforme as
circunstâncias.
“Médium” em latim quer dizer “meio”, que por sua vez significa, entre
outras coisas, “aquilo que se usa para obter alguma coisa”, ou então, “o ponto
exato entre dois extremos opostos”.
Em português, a palavra “Médium” já é incorporada ao vocabulário e
significa literalmente: “a pessoa que serve de intermediário entre os espíritos e os
seres humanos”.
Assim, mediante uma simples palavra, nós temos garantido que ser Médium
é apenas um meio e não um fim em si. Se acrescentarmos a essa proposição a
afirmativa da Doutrina do Amanhecer de que todos os seres humanos são
médiuns, conclui-se que nós, os encarnados, os seres humanos, somos meios
para alguma coisa. Essa “alguma coisa” é a trajetória dos espíritos pelo Planeta
Terra. Se juntarmos a essa conclusão o fato simples de que a Sociedade, a
Humanidade, a Civilização, a Coletividade e etc, todas essas palavras significando
mais ou menos a mesma coisa, composta de seres humanos, conclui-se por
simples lógica que a Humanidade é apenas um meio e não um fim em si.
Apenas devemos acrescentar, por respeito à Lógica, que tudo existente
nesta Terra é meio e fim ao mesmo tempo e que, se quisermos manter um
raciocínio coerente, devemos sempre especificar as circunstâncias em que algo é
meio ou fim.
No caso do Médium a própria denominação já estabelece a condição de ser
elo intermediário entre o mundo do espírito e o mundo físico, um medianeiro
entre o Céu e a Terra.
Todos os seres humanos sendo Médiuns estão sendo intermediários entre
algo que deve ser feito, todos são meios de uma finalidade. Essa finalidade
começa a ser Missão quando adquire um âmbito maior, além da simples
sobrevivência do elemento. Olhando-se por esse prisma verifica-se facilmente que
todos os seres humanos têm missão, uma vez que todos são Médiuns.
O que então significa quando a gente diz para um Médium: “você é um
missionário?”.
Para termos uma resposta correta, somos obrigados a particularizar a
palavra “missão” no seu sentido religioso e, para que isso seja mais real, entende-

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

la no sentido Crístico. Para compreender esse sentido nada melhor do que a


leitura da Parábola dos Talentos em Mateus 25:14-30:
14 Pois é como um homem, que se ia ausentar do país, e
chamou seus servos e lhes entregou seus bens.
15 E a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a
cada qual segundo sua capacidade; e partiu.
16 Imediatamente foi o que recebera 5 talentos a operar com
eles e lucrou outros cinco.
17 Igualmente o de dois, lucrou outros dois.
18 Mas o que recebera um, foi, cavou a terra, e escondeu o
dinheiro de seu senhor.
19 Depois de muito tempo, vem o senhor daqueles servos e
ajusta contas.
20 E vindo o que recebera cinco talentos, trouxe outros cinco,
dizendo: “Senhor, entregaste-me cinco talentos; olha
outros cinco talentos que lucrei”.
21 Disse-lhe seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel; foste
fiel no pouco, confiar-te-ei o muito: entra na alegria de teu
senhor”.
22 Chegando também o de dois talentos, desse: “Senhor,
entregaste-me dois talentos; olha outros dois talentos que
lucrei”.
23 Falou-lhe seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel; foste
fiel no pouco, confiar-te-ei o muito: entra na alegria de teu
senhor”.
24 Vindo também o que recebera um talento, disse: “Senhor,
conheço-te que és homem duro, colhendo onde não
semeaste e recolhendo onde não distribuíste,
25 Eu amedrontado, escondi teu talento na terra, olha (aqui)
tens o teu”.
26 Respondendo, então disse-lhe seu senhor: “Servo infeliz e
tímido, sabias que colho onde não semeei e recolho onde
não distribuí?
27 Devias, então, ter confiado meu dinheiro aos banqueiros e,
vindo eu, teria recuperado o meu com juros.
28 Tomai-lhe, portanto, o talento, dai-lo ao que tem dez
talentos,
29 pois a todo o que tem, será dado e superabundará; mas de
quem não tem, ser-lhe-á tomado até o que tem.
30 E o servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; aí haverá o
choro e o ranger de dentes”.
(Mateus, 25:14-30. In Carlos Torres Pastorino, “Sabedoria do Evangelho”. Vol. 6
pag. 175)

Desde que essa Parábola foi conhecida, “talento” passou a significar a


qualidade inata e o engenho, passíveis de serem multiplicados, desenvolvidos. A
mediunidade inata, natural em todos os seres humanos, é uma qualidade que

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

pode ser “multiplicada”, isto é, desenvolvida e, como na parábola, tendo sido


recebida, ser devolvida em dobro ou multiplicada “ao Senhor”.
Médium, com “M” maiúsculo é, pois, aquele ser humano que desenvolve o
seu talento mediúnico e, ao fazê-lo, exerce automaticamente uma Missão; torna-
se um Missionário.
É por isso que a gente costuma dizer do Médium que se dedica com mais
amor ao trabalho mediúnico que “ele é um verdadeiro missionário...”.

09. A missão básica da nossa Corrente

A Corrente Indiana do Espaço, nome como é conhecida na Espiritualidade,


foi formada para a preparação do Homem para o III Milênio, assim chamado
porque será o 1º Milênio em que a Lei Crística estará Implantada no Planeta, sem
a necessidade da dor Cármica.
Essa Implantação está sendo feita pela Escola do Caminho do Mestre Jesus.
A parte do Sistema Crístico atual é essencialmente Doutrinária, e essa Escola nos
ensina como transmitir uma Doutrina. Quem melhor colocou o problema foi o Pai
João de Enoque que diz sempre: “Meus filhos, não basta apenas dar peixes às
pessoas; é preciso ensiná-las a pescar”.
A Doutrina do Amanhecer ensina a não ter medo do futuro e nos abre as
esperanças de realização, desde o momento em que entramos em contato com
ela, qualquer que seja o tipo de relacionamento. Se uma pessoa chega ao Templo
do Amanhecer e é curada, ela percebe claramente que foi pelo fenômeno do
Amor, da Tolerância e da Humildade e não por algum fenômeno que contrariasse
a Lei do Planeta. Se o visitante entra e sai do Templo por simples curiosidade, por
mais fechada que seja a sua mente, ele já se impregnou da emanação do Templo
e sente-se bem. Esse fato e a maneira do funcionamento do Templo com sua
arquitetura, seus símbolos e seu ritual já imprimiram nos seus sentidos uma
mensagem doutrinária.
Assim acontece com as coisas do Vale e como ele aparece para as pessoas.
É lógico e natural que todos o procurem em busca de algum remédio para seus
males. O caminho da dor é o caminho natural da atual fase do Planeta Terra. Mas,
a dor é apenas um meio, um instrumento de alerta e não basta apenas afasta-la
para que ela tenha atingido sua finalidade. Por outro lado, é preciso respeitar o
livre arbítrio de seu portador e não é lícito aprisionar o Homem sofrido em
conceitos restritos. É certo dar abrigo ao viajante cansado, mas é absurdo querer
obrigá-lo a morar com a gente.
A missão de nossa Corrente é abrir os olhos dos que nos procuram para
seus próprios caminhos e iluminar esses caminhos com o máximo de nossas luzes.
Essa é a missão da Corrente e nisso consiste a Doutrina do Amanhecer.

10. Os reajustes

Para entendermos melhor os quatro itens anteriores deste manual, o


problema do psiquismo, da conduta, da missão e das finalidades da Corrente, é
preciso que saibamos claramente o que são reajustes.
A partir do instante em que os espíritos passaram a existir e se tornaram
individualidades, suas diferenças lógicas passaram a produzir efeitos. Na descida –

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

para nós misteriosa – que os espíritos empreenderam, como nos mostra a Estrela
de David, suas ações mútuas foram causando efeitos cada vez maiores uns nos
outros.
Na presente encarnação, olhando-se as pessoas em seu relacionamento, a
gente percebe esse fato claramente.
Não há lógica que possa explicar o relacionamento entre os Homens, as
desigualdades, os amores e os ódios. Por quê uns matam e agridem, odeiam e se
revoltam enquanto outros amam e curam?
A tentativa de explicar essa realidade pelos atos atuais, é invalidada pela
diferença de reações às mesmas condições e estímulos, fato esse que mostra
claramente a existência de causas anteriores, que determinam as atitudes atuais.
Ora, se os espíritos tendem a voltar a Deus, conforme nos mostra o
triangulo ascendente da Estrela de David, eles terão que acertar suas diferenças e
emparelhar suas individualidades a um ponto comum de referência.
O padrão de referência mais lógico e acessível ao Ser Humano é a face do
Sistema Crístico que estabelece um prazo, um tempo determinado para nossa
ação no Planeta e, prudentemente, nos fez ignorantes ao dia de nossa morte
física.
Para chegarmos à paz interior, sinônimo de Deus, nós temos que nos
reajustar com tudo que nos cerca, começando, naturalmente, pelo que nos é mais
próximo, mais intenso, de experiência mais imediata.
E assim nós vamos encontrando, nas pessoas e nas coisas que nos cercam,
os efeitos das ações que fizemos através dos tempos. Primeiro encontramos a nós
mesmos, quando tomamos consciência de nossa situação; somos pobres ou ricos,
bonitos ou feios, alegres ou tristes; nascemos numa parte boa ou má do Planeta,
temos bons ou maus progenitores, etc, etc.
Esse é o primeiro e mais difícil reajuste.
Ao chegarmos ao entendimento, à consciência plena de nossa situação,
quando o que moldamos já é irreversível, no tempo e no espaço, somos
geralmente tomados de um profundo senso de injustiça e, às vezes, de revolta.
Nesse ponto nos encontramos diante do primeiro grande dilema de nossas vidas.
Alguns chegam a isso em tenra idade, outros já mais velhos, mas todos, todos os
Seres Humanos desta Terra chegam a esse ponto. Você que está lendo este
manual seja o juiz e decida se esta afirmativa é verídica ou não.
A partir daí começa o nosso reajuste, a retomada da trajetória de nosso
espírito, o aparecimento das dívidas e dos créditos adquiridos em outras
encarnações. Esses compromissos do passado são representados por credores ou
devedores, que tanto podem ser encarnados ou desencarnados, gente ou
espíritos.
Na experiência vivida nos Templos do Amanhecer, tanto no trato com as
milhares de pessoas atendidas, como nas instruções doutrinárias, conclui-se que a
estrutura da vida global do Homem está no plano de reajustes para cada
encarnação.
O espírito para reencarnar estuda, junto com seus mentores, um plano de
trabalho através do qual poderá conseguir certa dosagem de evolução, se
cumprir, é claro, o plano traçado. Naturalmente ele poderá cumpri-lo ou não, uma
vez que seu livre arbítrio é respeitado em todos os planos, inclusive na escolha de
sua encarnação.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Caro Médium e leitor (novato ou veterano) desta Corrente: neste ponto de


nosso Manual faremos esta pequena pausa e retomaremos o assunto dos
reajustes, por ser ele fundamental para a compreensão da Doutrina do
Amanhecer. É o reajuste o ponto crítico, que decide o resultado positivo ou
negativo de uma encarnação e é ele também, a principal razão da busca religiosa.
Para que possamos entender esse aspecto tão importante da vida em nosso
Planeta, vamos torna-lo em sua origem mais próxima de nosso entendimento que
é o processo encarnatório.

11. As Energias Cármicas

Para que um espírito possa ocupar um corpo físico e sua respectiva alma, e
com isso formar um Homem, um Ser Humano, entram em jogo múltiplos fatores,
alguns dos quais podem ser analisados e compreendidos pela visão científica da
vida.
Dois Seres Humanos se complementam e dão origem a um terceiro. Ambos
são portadores de fatores genéticos e, da combinação dos genes fica estabelecida
a estrutura fundamental do novo ser.
A partir desse ponto forma-se o feto, cujo sistema nervoso e cérebro-
espinhal se completam entre o segundo e o terceiro mês de gestação. No terceiro
mês o espírito passa a habitar naquele corpo.
Todo o processo está compreendido nas leis que regem os planos físicos e
seus complementares etéricos e astros do Planeta, até o momento do espírito
aderir ao corpo. Para que isso aconteça entra em jogo um fator extraterreno ou
hiperetérico chamado Fagulha Divina, Átomo Crístico, etc.
Se não existisse esse fator extra-etérico, o fenômeno da vida seria passível
de ser controlado pelos Homens. Sem essa fagulha divina não existe reencarne,
não começa a vida humana, a não ser em termos apenas biológicos.
Por isso o ser humano criado em laboratório será apenas um sonho mau,
uma pretensão humana sem propósito. O Sistema Crístico na Terra foi organizado
para os espíritos em trânsito e fora dele é impossível, pelo menos até onde
alcança a visão espiritual da Doutrina do Amanhecer, o reencarne dos espíritos.
A Fagulha Divina é uma energia que mantém a aderência do espírito ao
corpo através do perispírito. No término da jornada o espírito volta ao plano
alcançado, à dimensão que conquistou. A energia da Fagulha Divina, impregnada
pelas características da vida que foi vivida por aquele Ser Humano, fica na Terra,
geralmente junto ao local onde o corpo é desintegrado, não importando qual o
processo, se enterramento, dissolução, cremação, etc.
A partir desse ponto a Fagulha Divina se transformou em energia cármica e
permanece nas proximidades onde o corpo ficou depois do desencarne. Ela irá
passar por transformações lentas, em termos de localização, intensidade e
mobilidade, dependendo de como o espírito que a deixou segue sua evolução. O
sucesso ou insucesso de uma encarnação depende muito da maneira como um
espírito manipula as energias cármicas.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

12. O percurso de uma vida

Onze meses antes da reencarnação, o espírito percorre, acompanhado de seu


Mentor, os lugares onde viveu suas várias encarnações. Não se trata exatamente de uma
viagem topográfica, mas, de certa forma, o itinerário é baseado nos pontos magnéticos
gerados pelas energias cármicas deixadas por ele.
Dentro dessas coordenadas ele escolhe o seu plano encarnatório, a
começar pela Mãe, o Pai, os amigos e os inimigos que irá ter. prevendo as
próprias vacilações, ele escolhe também um futuro amigo e protetor que irá
ajuda-lo na penosa experiência.
Depois disso ele entra para o chamado Sono Cultural, enquanto o plano é
executado pelos Mentores, entrando no jogo os espíritos encarnados e os
desencarnados que irão relacionar-se com ele nessa encarnação.
Isso mostra claramente que o livre arbítrio é que preside todos os atos.
Mesmo depois de encarnado, quando esquecido da escolha feita, se ele não quiser
aceitar as condições que se impôs, ele pode fugir ao cumprimento do programa.
Essa fuga, entretanto apenas lhe traz mais angústias e transfere os problemas
para mais tarde. Mas, o importante é que Deus não tem pressa...
E assim, um Ser Humano nasce em determinado lugar, sua família muda-se
para outro lugar, ele cresce e viaja para outro lugar e pode acabar sua vida em
algum lugar bem distante de onde começou. Acaso?
– Não, não existe acaso na vida humana a não ser na aparência sensorial.
Atrás de cada acontecimento de nossas vidas, do mais banal ao mais importante,
existe sempre um intrincado mecanismo cujo funcionamento é mais complicado
ainda porque muda a cada momento. Essa mudança se opera a cada instante na
dependência de nossas decisões. Se a decisão é errada, com isso contrariamos
nosso destino transcendente, sentimos angústias e dor.
O Homem é feliz ou infeliz dependendo de como vive e de como
estabelece seu sistema de decisões. Naturalmente, a pergunta que essa questão
suscita de imediato é: como saber o que está certo e o que está errado? – mas
esse é exatamente o enigma da vida, do livre arbítrio. Foi talvez essa questão que
levou os sábios da mais remota antiguidade a inscrever nos pés da Esfinge:
“Decifra-me ou te devoro” e que levou São Francisco de Assis a dizer: “Senhor
dai-me forças para tolerar as coisas que não podem ser mudadas; dai-me amor,
para mudar as coisas que devem ser mudadas e dai-me sabedoria para distinguir
umas das outras”.
Mas, para sermos bem objetivos, para que possamos realmente saber a
decisão certa, a Natureza nos deu um mecanismo de percepção que nos permite
saber – qualquer que seja nossa posição no contexto humano – as coisas da Lei
no Plano Físico, as coisas da Lei no Plano Psíquico e as coisas da Lei no Plano
Espiritual.
Normalmente, nós estamos habituados a ouvir a voz de nosso corpo e a
voz de nossa alma, uma vez que seus reclamos são facilmente discerníveis: eu sei
quando tenho fome e sei do que gosto ou não gosto. Essas exigências produzem
uma pequena dor. Mas temos também que nos acostumar a ouvir a voz de nosso
espírito, pois a falta disso n os produz a grande dor, a verdadeira dor. Perder um
corpo é um fato natural – não existe corpo eterno; perder a alma também é um
fato natural – não existe alma eterna. Mas perder o espírito, tirar a oportunidade

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

de uma encarnação arduamente conquistada é desafiar a Lei em seu aspecto mais


amplo, é fato mais grave e mais doído.
Por essa razão é que o Grande Mestre Jesus nos deu, de forma clara e
adequada, o Sistema Crístico na sua Escola do Caminho, para que pudéssemos
ouvir facilmente a voz de nosso espírito.
A propósito é preciso que se diga que o único erro que os exegetas do
Cristianismo cometem é de querer interpretar o Evangelho como guia para alma e
para o corpo; não, Jesus não fala para eles, Jesus fala para o espírito encarnado.
O Evangelho tem um aspecto literal, factual e psicológico porque ele é transmitido
pelos sentidos, mas o próprio Mestre explicou aos discípulos quando lhe
perguntaram: “Mestre, por que é que lhes falas em parábolas?”.
Respondeu-lhes Jesus: “A vós é dado o compreender os do reino do céu;
aos outros, porém não é dado. Porque ao que tem dar-se-lhe-á, e terá em
abundância; mas ao que não tem tirar-se-lhe-á ainda aquilo que possui. Por isso é
que lhes falo em forma de parábolas: porque de olhos abertos, não vêem e, de
ouvidos abertos, não ouvem, nem compreendem”.
Assim se há de cumprir neles a profecia de Isaías: “Ouvireis e não
entendereis; vereis e não compreendereis; porque endurecido está o coração
deste povo, tornaram-se moucos os seus ouvidos, e cerraram os olhos: não
querem ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o
coração, nem converter-se de modo que eu os cure”.
Ditosos os vossos olhos, porque vêem! E os vossos ouvidos, porque
ouvem! Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejariam ver o
que vós vedes e não viram: ouvir o que vós ouvis e não ouviram”. (Mateus 13:10-
17

F ascículo 5
P refácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium e caro Leitor:


Entregamos à sua apreciação o 5º fascículo de nosso manual.
Desta vez entramos em considerações muito sérias, de problemas que
afetam diretamente a nossa vida mediúnica e doutrinária: da família e alma
gêmea.
Essas duas situações do espírito em trânsito na Terra, são mais sérias
atualmente em face da atual desagregação familiar em andamento.
Entretanto, a vida doutrinária e o aperfeiçoamento mediúnico, podem nos
ajudar a suavizar esses problemas e até mesmo conseguir resolve-los a nosso
contento.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Para isso estamos tecendo considerações em torno da criatividade que a


mediunidade pode nos dar e melhor dimensionar nossa visão.
Em seguida entramos nos problemas dos reajustes tomando por base a
existência dos “cobradores”, problema esse em que a lição do Mestre Jesus é
cristalina e objetiva, não havendo necessidade de muito comentário.
E assim, vamos prosseguindo com nossas Instruções Doutrinárias,
preparando os capítulos na medida em que os esclarecimentos vão chegando do
Céu por meio de nossa Clarividente.
Que o Mestre Jesus o ilumine cada vez mais na sua trajetória terrena e que
sua vida se torne um instrumento da Paz de Jesus!
Salve Deus!

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

01. Família Cármica e Família Espiritual

A maior soma de problemas da atual humanidade reside nas relações


familiares. Muitos são os fatores que determinaram essa situação. Alguns deles
residem em conceitos superados, inexeqüíveis à vida atual, outros resultam de
motivos econômicos e alguns derivam de problemas religiosos. Culpam-se os
educadores, os pais, os governos, os meios de divulgação, os traficantes de
drogas e até mesmo a farmacologia.
Fazem-se análises, formulam-se métodos, mudam-se os sistemas e o
problema mostra claros sintomas de agravar.
Entretanto a família repousa no mais sólido processo da Natureza, que
nenhum artifício conseguiu ainda superar. Esse fato garante a continuação da sua
existência, e nenhum Ser Humano foge a essa contingência. Sob o prisma
transcendental, a família representa o núcleo básico da escolaridade do Planeta e
nenhum espírito pode fugir das suas lições. As dores que isso representa, a
começar pelo parto e terminando nas ingratidões, nas traições e até mesmo no
fratricídio, são as maiores fontes dos reajustes e de oportunidades evolutivas dos
espíritos no caminho terreno.
Isso entretanto não significa que tais dores sejam insuperáveis ou que o
sofrimento resultante não possa diminuir. Apenas é necessário considerar o fato
transcendente e verificar os motivos pelos quais os espíritos se juntam aqui na
Terra.
Fatores transcendentes significam o relacionamento de encarnações
anteriores entre espíritos que compõem uma família atual. É difícil precisar a
origem desse entrosamento. O próprio Evangelho é omisso e apenas nos separa a
família cármica da espiritual com uma frase - ... E Jesus olhando em torno para os
que estavam sentados em roda, disse: eis minha mãe e meus irmãos: pois quem
fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe (Marcos 3:34-35).
Naturalmente o Mestre quis dar aos circunstantes um sentido abrangente, que
tornava parte de sua família todos que fizessem a vontade de Deus ou seja,

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

espíritos integrados conscientemente no processo evolução, e não somente os que


a Ele estavam ligados pela consangüinidade. Mas, ao mesmo tempo, se deduz
dessa atitude de Jesus, que os fatores consangüíneos eram apenas
circunstanciais, pois todos “que fizessem a vontade de Deus” eram seus parentes
também.
Acrescentemos ao episódio o fato natural, de que os membros de uma
família tendem naturalmente a deixa-la, formar outras famílias e miscigenar o seu
sangue, numa cadeia quase infinita que acaba por terminar a Humanidade uma
série de grandes famílias e por último uma só.
Disso se conclui que existem dois aspectos fundamentais de agrupamento
dos espíritos em trânsito na Terra: um de origem biológica, consangüínea e outro
de origem espiritual de sintonia, de afinidade.
Assim, nos podemos, com certa segurança, determinar os aspectos
cármicos nas relações entre membros da mesma família, pela ausência de sintonia
espiritual. A sintonia resulta no amor, no afeto incondicional e sua ausência
produz o ódio ou a indiferença.
Quando a ausência de sintonia, predomina em todo o conjunto familiar, a
gente pode defini-la como uma família cármica. Nesse caso esses espíritos se
juntaram apenas no propósito de se evoluírem, uns à custa dos outros, cobrando
ou pagando dívidas de encarnações anteriores. Como essas dívidas pregressas são
limitadas – episódios avulsos e às vezes apenas fortuitos – terminado o reajuste
acaba também a razão daquela união.
Ao contrário, quando os espíritos se reúnem por afinidade, sintonizando na
mesma onda vibratória, a união é duradoura e continua após o desencarne. Nesse
caso o núcleo familiar serve como a base para a ação dos espíritos que o
compõem. Como cada espírito tem seus compromissos individuais, ele pode
perfeitamente ter Carmas com espíritos de outras famílias e se reajustar, sem
necessariamente constituir com eles famílias consangüíneas.
Como conclusão prática de todas essas observações e, vendo a vida como
ela é no quotidiano, a gente verifica que, quando as dissensões e as lutas existem
no seio de uma família, ela é uma família cármica; quando ao contrário não existe
luta interna, os membros se amam, mesmo que cada um deles tenha sua luta
cármica externa, ela é uma família espiritual.
Pode acontecer, e acontece com freqüência, que na mesma família existam
espíritos afins e outros que se juntaram apenas pelo Carma. Esse é o caso mais
comum em nossa Humanidade atual e explica as constantes dissoluções e
reagrupamentos de parcelas da mesma família.
Uma coisa porém é sempre certa e verificável: os laços de sangue não
garantem a afinidade nem a sintonia.
Outra conclusão que se tira, é que o problema familiar deve ser olhado de
maneira mais abrangente, evitando-se sempre o julgamento das ações individuais,
tomando-se por base a família carnal e dando-se a ela uma suposta sanção divina.
É lógico que tido que acontece na face da Terra tem um sentido de escolaridade
que leva sempre à evolução dos espíritos. Mas, assim como ninguém jamais
pensaria que uma pessoa deva ser sempre doente ou persistir no erro, é absurdo
pensar-se que alguém deva permanecer num contexto familiar, se ele de plena
consciência terminou seu reajuste. O problema é de foro íntimo e não de

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

julgamento por um padrão social de referencia. Padrões são feitos pelos seres
Humanos, variando no tempo e na geografia e não por Deus.
Na aula de Tia Neiva ela nos contou a estória de uma família, publicada em
um de nossos folhetos sob o título de “O homem de dois mundos” que ilustra bem
esse fato.

02. As Almas Gêmeas

Relatamos em capítulo anterior, que ninguém neste Planeta sabe como e


nem quando os espíritos foram criados. A idéia mais aproximada que temos desse
fato é que espíritos são partículas divinas, partes de Deus individualizadas, isto é,
com características próprias, e livre arbítrio relativo à sua trajetória terrena.
Sabemos também que na caminhada planetária, os espíritos seguem uma
lei universal que os caracterizam como homens ou mulheres.
Também não sabemos quando isso começou, embora existam suposições
que, em certa época deste Planeta, na região Africana, não existiram homens e
mulheres, mas apenas um tipo de Ser Humano que, reuniria em si as
características de ambos os sexos, os “andróginos”. Mais tarde, segundo a
mitologia grega, os deuses teriam nos separado e passado a existir os dois sexos
complementares.
A mesma idéia existe na mitologia hebraica, na qual Deus teria criado o
homem e depois dele tirado uma parte com a qual fez a mulher, primeiro Adão,
depois Eva. A mesma idéia é encontrada em outras mitologias, o que faz supor de
forma relativamente aceitável que os espíritos, para poderem aproveitar melhor
sua permanência na Terra, seriam obrigados a se dividir em dois, duas partes
complementares.
Naturalmente isso teria que suceder em obediência à Lei da Terra, em que
tudo é duplo e bipolar, positivo e negativo, branco e preto.
Tomada por base a idéia de um espírito dividir-se em dois, formando o
espírito de uma mulher e de um homem e, se considerando que cada um deles se
tornaria um espírito com seu livre arbítrio, às vezes segundo caminhos diferentes,
teríamos a explicação de uma afinidade específica daqueles dois espíritos, ligados
na origem, cuja sintonia formaria o hoje chamamos de “almas gêmeas”.
Ambos estariam percorrendo, através dos Milênios, a descida involutiva e a
subida evolutiva. Nem sempre porém os dois estariam juntos, e muitas vezes, nas
várias encarnações, eles se ligariam com outros espíritos, formariam Carmas,
amariam outros e, nos encontros eventuais, poderiam estar em posições
evolutivas ou planos diferentes.
Mas, quaisquer que fossem os tipos de encarnações que ambos estivessem,
sentiriam sempre imensa saudade um do outro e a sensação de serem
incompletos. Talvez seja essa a origem da eterna busca do amor de todos os
seres humanos e a motivação básica da junção com o Divino. Não temos meios de
penetrar na Mente Divina e perscrutar os misteriosos desígnios do Criador, mas, o
mecanismo das “almas gêmeas” é um poderoso incentivo ao retorno “às origens”,
ao seio do que é completo, a garantia de que um dia os espíritos voltarão ao seio
da divindade.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

03. Criatividade e Transformismo

O homem na Terra decide a cada momento de sua vida com base em duas
opções básicas: “criatividade” ou “transformismo”.
O conjunto corpo-alma é transformista.
O espírito é criativo.
Transformar significa mudar a forma. Para mudar a forma de alguma coisa
é necessário haver a força que manipule energias. O corpo e alma manipulam
energias da Terra. A energia da Terra é ilimitada, nos restrita pela lei da
conservação das energias. Sendo controlada, se ela é tirada, ela produziu um
supérfluo ou seja, nesse lugar existe energia a mais. Esse fato gera o desequilíbrio
e a Lei exige o reequilíbrio. Tudo que existe no Planeta Terra é vivo e busca uma
compensação energética. Os dois extremos dessa situação chamam-se “vida e
morte”.
Vida é força de obtenção de energias. Morte é perda da força para
obtenção de energias. Vida é algo com determinada forma, mantida por certa
quantidade de energia. Morte é ausência de forma, resultante de ausência de
energia.
Os seres e as coisas obtêm suas energias da Terra a que estão submissos
pela Lei da Terra. A Terra por sua vez obtém suas energias do Sol. Como a base
do Sistema Terráqueo é a bi-polaridade, o Satélite Lua atua como o pólo negativo.
Logo a Terra é alimentada pelas energias do Sol e da Lua. Como essas energias
são limitadas pela Lei do Sistema Solar, a vida na Terra é condicionada a esse
sistema. Todas essas considerações são resumidas num velho axioma: “Nada se
perde e nada se cria, tudo se transforma”. O homem-animal, apenas psico-físico,
é submisso a essa lei e, seria apenas isso se não fosse portador de um espírito.
O espírito, e só o espírito, é criativo porque transcende a Lei da Terra, vem
de outro mundo. Na Doutrina do Amanhecer esse outro mundo é o conjunto
planetário que chamamos Capela. Também chamamos de “Planeta Mãe”, “Planeta
de Origem”, “Mundo de onde viemos”, “Mundo Divino”, etc. mas, na verdade ao
nosso alcance, ele é apenas o lugar de onde veio o nosso espírito.
Só que esse “lugar” é o “além” a outra dimensão, a dimensão do espírito.
Se ele existiu antes de vir à Terra, continua a existir depois, é evidente que a
energia que o alimenta não é da Terra. Mas, ao encarnar e se submeter às
condições da Terra ele perde o contato com sua fonte de energias, até que
conscientize o ser que habita e o espiritualize.
Rudimentarmente podemos comparar, a situação de um espírito encarnado,
com a de um mergulhador equipado, um “homem rã” ao mergulhar. Ele trás sua
provisão de oxigênio e a roupa que o aquece. Usa um visor para proteger os olhos
e as nadadeiras para se movimentar. Por alguns minutos e até horas, ele tem as
condições semelhantes aos habitantes aquáticos. Mas, chega o momento em que
ele terá que se lembrar de sua condição de Homem e retornar à superfície.
Os peixes se alimentam de energia do mar; o mergulhador se alimenta das
energias de superfície. Enquanto ele não mergulha, ele tem todo ar à sua
disposição. Depois do mergulho ele só tem o ar que leva consigo. O percurso de
um nadador submarino é maior ou menor, mais eficiente ou menos eficiente, na
proporção em que ele saiba aproveitar melhor o seu equipamento.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Os habitantes do mar nada criam, apenas transformam. Um mergulhador


tem possibilidade de criar algo no mundo submarino. Os animais e as coisas da
Terra nada criam, apenas transformam. Um espírito encarnado pode criar,
modificar a situação da Terra. Naturalmente, tanto no caso do mergulhador como
do espírito, o poder criativo é relativo ao seu equipamento e seus propósitos.

04. A mediunidade como poder criativo

Dissemos acima que o espírito ao encarnar se submete às Leis da Terra,


fica sujeito ao jogo de energia do mundo psico-físico, embora tenha seu próprio
suprimento de energias, do seu mundo de origem.
Essa situação permanece enquanto o centro consciencional, o eu onde são
tomadas as decisões, não toma conhecimento da existência do espírito.
Isso não tem possibilidade de acontecer na primeira fase da existência,
enquanto a vida do ser humano é centralizada nos processos vegetativos, do
momento em que é gerado até o terceiro mês da gestação. Nesse período o
espírito apenas adere ao corpo, mediante uma energia coesiva chamada “Fagulha
Divina”.
O espírito vem de um longo sono, uma espécie de hibernação espiritual, o
chamado “sono cultural”. Depois do terceiro mês ele vai despertando, na
proporção em que aperfeiçoa seus sentidos terrenos. Depois, a criança nasce,
desenvolve seus sistemas sensoriais e acumula informações. Com isso forma o seu
corpo e sua alma manipulando as energias da Terra. Esse processo é mais ou
menos uniforme até aos 14 anos de idade. A partir desse ponto o espírito já se
firmou naquela personalidade e o ser humano começa a receber as energias de
além da Terra, as energias do espírito.
Assim como, para a adesão do espírito ao corpo, foi necessária a existência
da energia chamada “Fagulha Divina”, também nessa etapa surge um tipo de
energia que estabelece o contato entre o conjunto psico-físico e o espírito, a
energia mediúnica.
Depois dos 14 anos o eu começa a registrar os fatos de seu espírito com
mais nitidez e, como na primeira fase da vida, o processo segue um ritmo de
crescimento que culmina nos 21 anos, idade em que o ser humano adquire plena
consciência. A partir daí ele começa a decidir os rumos da sua existência com
todos os fatores presentes na consciência: a voz do corpo, a voz da alma e a voz
do espírito.
Até então seus laços cármicos estão definidos e ele já tem sua rota traçada,
pouca coisa restando que pode ser mudada. O resto do caminho ele terá que
enfrentar com aquela personalidade, ou seja, com aquele corpo e aquela alma.
Naturalmente esse panorama não é cronologicamente exato. Ele varia de
indivíduo para indivíduo, sexo, condições sociais, etc.
Se ele usar a sua força mediúnica a seu favor poderá imprimir uma direção
diferente ao seu destino cármico. Tudo irá depender de como usar as energias do
seu espírito.
As leis não podem ser desrespeitadas, mas as dores podem ser suavizadas
e o sofrimento ser menor. A mediunidade é a energia que permite tornar a vida
mais criativa e até mesmo modificar o Carma.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

05. Os Cobradores

“Tendes ouvido o que foi dito aos antigos: Não matará, e quem matar será
réu em juízo. Eu, porém, vos digo que todo homem que se irar contra seu irmão
será réu em juízo; e quem chamar a seu irmão “insensato” será réu diante do
conselho; e quem o apelidar de “desgraçado” será réu do fogo do inferno. Se, por
conseguinte, estiveres ante o altar para apresentar sua oferenda, e te lembrares
de que teu irmão tem queixa de ti, deixa tua oferenda ao pé do altar e vai
reconciliar-te primeiro com teu irmão; e depois vem oferecer o teu sacrifício.
Não hesites em fazer as pazes com adversário, enquanto estiveres em
caminho com ele, para que não, te vá entregar ao juiz, e o juiz te entregue ao
oficial da Justiça, e sejas lançado no cárcere. Em verdade, te digo que daí não
sairás enquanto não houveres pago o último vintém”. (Mateus, 5:21-26)
Mãe Yara, a Mentora dos Doutrinadores dos Templos do Amanhecer, nos
ensina, que até mesmo uma mistificação pode ser transformada num fato positivo
e aproveitável. Nós podemos completar essa lição afirmando, sem medo de errar,
que tudo depende de nossa criatividade, de nossa capacidade em tratar as
situações de nossa vida, iluminados pelo nosso espírito e sabendo utilizar as
energias que ele coloca à nossa disposição.
“Cobrador” é a palavra mais usada e abusada nos meios mediúnicos.
Qualquer situação de atrito que se apresente, em que alguém faça algo que nos
desagrade, nós temos a tendência de logo julgar que se trate de um cobrador
espiritual. Essa generalização é realmente perigosa e pode nos deixar
desprevenidos para quando n os encontrarmos com os nossos reais cobradores.
Na verdade “cobrador” é somente aquele espírito a quem nós causamos
algum prejuízo deliberadamente e segundo o juízo desse mesmo espírito. Por esse
motivo é que em todas as práticas nos Templos do Amanhecer a gente se refere
“àqueles que se dizem nossos inimigos”.
No emaranhado das relações entre os espíritos na Terra, na luta pela vida,
na agressividade compulsória a que o sistema da Terra nos obriga, é difícil, senão
impossível, saber-se quando estamos fazendo um inimigo, a menos que a gente
tenha plana consciência espiritual de nossos atos. A simples consciência anímica
ou física, ou seja a violação do jogo de princípios, costumes e normas vigentes no
meio em que vivemos, só irá se constituir em cobrança se o ofendido assim
considerar.
Mesmo assim é muito difícil de se conceituar os atos nos quais nós
realmente encontramos ou fazemos um cobrador. Aliás, não são os atos que
caracterizam a cobrança mas sim o tipo de reação que se passa entre as pessoas
quando se encontram. A maioria dos atritos são dissolvidos, pelo próprio sistema
humano de ação e reação, sem deixar maiores problemas.
Depois dessa ligeira análise e, com base na experiência quotidiana no
atendimento do Vale do Amanhecer, chega-se à conclusão que “cobrador” mesmo
é o espírito que vem ao nosso encontro “pela benção de Deus”, como costuma se
expressar a nossa Clarividente, isto é, aquele que está programado para essa
encarnação, cujo enredo estamos vivendo, porque assim quisemos
conscientemente antes de chegarmos à Deus.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Há ainda que distinguir quando o cobrador é encarnado ou não. Se for


desencarnado ele poderá ser um Elítrio, obsessor ou alguma outra das várias
condições que nossas antigas vítimas se apresentam para nos cobrar.

06. Jesus e os Cobradores

Esse problema é tão fundamental em nossa vida, que o Mestre dedicou a


ele uma boa parte de sua Doutrina. Em Mateus 5 ele nos aconselha a não zombar
de nosso próximo e procurar sempre a reconciliação, antes de oferecer os serviços
a Deus.
Mas, quando Ele diz, que não devemos hesitar em fazer a paz com o
adversário, enquanto estivermos em caminho com ele, Ele é categórico e, em
poucas palavras define toda a situação dos espíritos encarnados na Terra.
O principal objetivo de nossas reencarnações é os nossos reajustes. Para
que o espírito aceite essas situações desagradáveis, e saiba que, na condição de
encarnado, ele só compreende o acontecimento se as condições forem
semelhantes. Por isso o cobrador é colocado em nosso caminho, para que
possamos percorrer com ele a mesma estrada, sentir as mesmas dificuldades,
numa espécie de reavivamento da memória do espírito.
Mas, se ele não perceber a situação, não entender que os motivos da
cobrança não se referem a esta etapa, mas resultam de males causados
anteriormente ao espírito que o persegue, ele pode perder a oportunidade
encarnatória e com isso não se libertar do seu Carma. Essa é a principal
preocupação de Jesus ao exortar o reajuste como algo importante de nossas
vidas.
Sem dúvida muita coisa pode ser resolvida, em termos de débitos cármicos,
com nossa “oferenda”, isto é, com nosso trabalho mediúnico, com a prática da
caridade e do amor ao próximo. Mas essa oferenda não tem validade para nosso
cobrador. Dele roubamos uma energia específica e ele só se sente “vingado”
quando vê o seu devedor “castigado” da mesma forma que ele foi injuriado. Por
isso é feita uma encenação semelhante àquelas reconstituições de crimes, que a
polícia faz quando quer provar a culpa do criminoso.
É por esse prisma que o Médium deverá procurar entender os fatos atuais
que lhe acontecem, apesar de sua dedicação ao trabalho e seu propósito de servir
a Deus. A Lei terá que ser cumprida até o último centil e Jesus foi muito claro
quando disse: “Não julgueis que vim abolir a lei e os profetas; não os vim abolir,
mas levar à perfeição; pois em verdade vos digo que enquanto não passarem o
céu e a terra, não passará um jota nem um ápice sequer da lei até que tudo
chegue à perfeição”. (Mateus 5:17-18)
Com isso nós temos a garantia de que, enquanto existir uma conta a ser
acertada, existirão o céu e a terra para proporcionar condições para esse acerto.
Por outro lado, a adesão à Escola do Caminho não isenta o aluno do cumprimento
daquilo que é fundamental; seu reajuste com a Lei do Carma.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

F ascículo 6
P refácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium e Leitor:


O Mundo-Escola-Planeta-Terra em que vivemos está numa fase culminante,
decisiva de sua trajetória de milhões de anos e, em nenhum lugar de sua
alongada dimensão esférica, este fato é mais sentido que aqui no Vale do
Amanhecer. A todo o momento, dia e noite, por meio dos 70.000 (setenta mil!)
Seres Humanos que nos procuram mensalmente, nós vivemos com intensidade os
problemas fundamentais de nosso tempo. Por isso a Doutrina do Amanhecer é
sempre atual e objetiva.
E por isso também, ela é dinâmica, funcional e clara, sem margens de
dúvidas ou incertezas, pois é aplicada e vívida, antes de ser escrita e
institucionalizada.
Até o Fascículo V destas Instruções Doutrinárias nos mantivemos nos
limites das primeiras fases de nossa Missão: mostramos sua situação como
Médium Principiante e de Médium Iniciado. Neste Fascículo o conduziremos à fase
de Mestrado.
Entretanto é preciso notar que estas instruções são extremamente
sintéticas, resumidas, para atuarem como lembretes; a análise do que tem sido
dito até agora é feita de três maneiras: através dos livros que já publicamos, da
vivência mediúnica na vida quotidiana do Templo, para cada um segundo sua
experiência, sua cultura, seu grau evolutivo e sua curiosidade.
Ser um Mestre deste Templo significa sua participação, consciente ou não,
na Alta Magia ou, como preferimos dizer aqui, na Magia Branca de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Portanto, vamos abordar esse difícil assunto, procurando a forma
mais simples possível. Como falar em Magia é se reportar diretamente a nossa
Clarividente, vamos começar por falar do seu Mestre no Tibet, o querido Umahã.
Sua árdua missão foi de abrir a atual personalidade de Neiva para sua Milenar
Individualidade de sacerdotisa da Magia.
Que Umahã nos ilumine na Luz Branca do Cristo!

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

01. Umahã

Umahã (pronuncia-se u-ma-hã) é um velho monge tibetano que ainda vivia


no Tibet quando estas linhas estavam sendo escritas. Em sua companhia viviam
alguns poucos monges, em sua maioria velhos remanescentes de uma teocracia
em fase de extinção.
Sabíamos muito pouco de como viviam, a não ser o fato dele e seus
companheiros terem pouco contato com o mundo exterior e estarem fora do
alcance dos chineses dominadores desse antigo País.
Os chineses invadiram o Tibet em 1959 e o Dalai Lama de então refugiou-
se na Índia onde ainda vive. Os invasores empossaram outro Dalai e implantaram
o regime da China atual no País.
Em 1959, quando a Clarividente Neiva já havia fundado a UESB (União
Espiritualista Seta Branca) na Serra do Ouro, ela já havia aceito sua Clarividência e
se achava preparada para receber os ensinos para sua missão.
Certa vez ela queixou-se a Pai Seta Branca de sua ignorância e ele
prometeu-lhe um Mestre, tão logo ela estivesse senhora das técnicas do
transporte, nas modalidades de nossa Corrente.
Certo dia ela adormeceu, foi transportada para o Tibet e, quando deu conta
de si, estava sentada diante de um velho monge de aspecto estranho, olhos
puxados como dos chineses e uma barbinha rala que descia do queixo esmaecido.
No mesmo instante em que se conscientizou do acontecido ela se viu
claramente na sua casa na UESB, velada por Mãe Neném. Para sua surpresa ele
falava em português e lhe explicou a finalidade de sua vinda. Era o Mestre
prometido por Pai Seta Branca.
Ela teria que comparecer às aulas todos os dias e o “curso” iria durar cerca
de cinco anos! Durante esse tempo ela teria que se abster de remédios e, muito
provavelmente ela iria adoecer, o que de fato aconteceu.
O “curso” realmente durou cinco anos. Ao fim desse tempo ela estava
tuberculosa e acabou sendo levada em estado de semi-coma para um sanatório
em Belo Horizonte. Lá ela ficou cerca de três meses e saiu com as deficiências
respiratórias que a afetaram até seu desencarne.
Mas, ela realmente havia aprendido a “lição”!
Seu espírito espartano havia se ligado às suas origens e ela estava então
em condições de transmitir a mensagem do Amanhecer e formar o Doutrinador.
Umahã continuou a envelhecer e a lhe dar assistência, sempre esperançoso
de sua missão junto a Neiva terminar e ele poder embarcar para sua origem.
Infelizmente para ele, e felizmente para nós, até 1982 não desencarnou,
dando assistência a Neiva até a implantação da terceira fase da Missão do
Amanhecer: a fase Iniciática e científica.
Embora Neiva soubesse tudo o necessário para ser transmitindo aos
Mestres, ele a assistia na parte prática, manifestava-se no seu aparelho, fazia
filosofia da Doutrina do Amanhecer e até mesmo dava assistência espiritual à
Clarividente e aos Mestres que com ela conviviam mais diretamente.
Dizia que a vida no Tibet estava cada vez mais difícil para ele e seus
companheiros e que admirava a nossa posição de Jaguares, cuja missão tem o
dinamismo do contato direto com a Humanidade; ele para exercer sua missão
teve que aguardar essa oportunidade que só se apresentou no fim de sua vida

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

física e nessas difíceis condições. No seu filosofar essa queixa encerrava certa
censura ao sistema monástico e à clausura.
Neiva ocupava uma das mais difíceis posições na Missão do Amanhecer,
uma vez que tinha que apresentar sua ação no plano dos encarnados e dos
desencarnados em plena consciência; Umahã participava mais ou menos nas suas
condições, mas com a desvantagem de ter um corpo velho e aprisionado nas
montanhas tibetanas.

02. O Sol Interior

Uma das unidades de vida mais completa e mais complexa do Planta Terra
é o Homem. Nessa condição ele é também a condensação máxima das energias
universais, das forças do Universo manifestadas na Terra, num ser consciente.
Condensação, que pode também ser chamada concentração, produz
magnetismo e, isso significa capacidade de atração ou de repulsão, conforme as
energias se colocam ou são colocadas.
Assim, cada Homem, cada Ser Humano é uma potente usina de recepção e
de emissão de energias. Receber e emitir é a função mais fundamental do
Homem.
Energias em movimento chamam-se forças.
As forças universais na Terra se manifestam, são perceptíveis, em três
posições diferentes: anion, cátion e nêutron: anion é uma energia positivada,
cátion uma energia negativada e nêutron uma energia neutra em movimento
entre o anion e o cátion. Esse é o princípio básico do átomo o qual, naturalmente,
é muito mais complicado que esta síntese singela. O importante para nosso
entendimento doutrinário é a sua mecânica, Istoé, a maneira como as energias
operam, ou então, para maior clareza, como as forças se manifestam.
Também, para sermos mais explícitos doutrinariamente, devemos saber
que esses “impulsos” das energias partem de dois pólos conhecidos: o Sol e a
Lua.
Esse fenômeno acontece tanto no infinitamente pequeno (micro-cosmo),
como no infinitamente grande (macro-cosmo). A palavra “cosmo” é um
abrasileiramento da palavra grega “kósmos” que quer dizer universo.
Filosoficamente poderemos dizer que os micro-cosmos são as unidades
mínimas e os macro-cosmos as unidades máximas, relativas e geometricamente
dispostas, num sentido do menos infinito para o mais infinito e vice versa.
Com base nesses elementos para a formação da idéia vamos agora ao
nosso “sol interior”.
No íntimo de cada Ser Humano, situado na região do Plexo Solar, na área
do umbigo, existem três esferas, umas girando sobre as outras, que formam o
Sistema Coronário ou Centro Coronário. Essas esferas não são físicas, isto é, não
são formadas de tecidos ou de qualquer substância palpável.
Desse Centro Coronário partem sete raios de energia ou sete forças que se
distribuem pelo organismo. Cada um desses “raios” termina num ponto do corpo.
Nesse ponto o “raio coronário” forma um centro de emissão e recepção de
energias. Esse “centro” se chama “Chacra” e sua função é a recepção e
distribuição de energias pelo corpo.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Tanto o Centro Coronário como os Chacras repousam no plano físico, sobre


o sistema nervoso. Assim, no plano físico nós temos o Plexo Solar e os vários
Plexos; no plano etérico do corpo nós temos o Centro Coronário e os Chacras, o
mesmo sistema em dois planos diferentes.

03. O Sistema Coronário

O Sistema Coronário é o Centro Vital do Ser Humano, a estação receptora e


emissora das energias. É composto de três esferas que funcionam umas sobre as
outras: uma no plano físico, “plexo físico”, outra no plano psíquico, “micro plexo”
e outra no plano etérico, “plexo etérico”. Essas três expressões representam o
corpo, a alma e o espírito.
Temos assim três planos vibratórios diferentes, três maneiras do “sopro
divino”, do “verbo” se manifestar na Terra.
Cada um desses planos é regido pela sua Lei dentro de uma relativa
autonomia. Na descrição do funcionamento de cada um vai se percebendo o
relacionamento dos três planos. Esses acabam por formar uma unidade composta
de três elementos diferenciados, que olhados sob o ponto de vista Iniciático
constituem o mistério do “Trino”, “Tríade” ou “trindade”.

04. O Plexo Físico

O Plexo Físico ou Esfera Coronária Física constitui o Centro Vital onde as


energias pré-existentes na Terra são assimiladas, transformadas e distribuídas.
Falamos aqui de um sistema energético mais sutil e complexo do que o sistema de
alimentação. Neste o alimento é ingerido, digerido e acaba por se transformar em
nutrimento. Este é absorvido pelas paredes intestinais e entra na corrente
sanguínea. O sangue por sua vez recebe alimentação do sistema respiratório e
circula controlado pela tônica cardíaca. Essa “tônica” vem da Esfera Coronária
Física, através do “plexo cardíaco”.
Temos assim dois pontos distintos de suprimento energético: o alimento
físico, molecular, que vem da transformação da matéria (pela alimentação do
sistema digestivo e do sistema respiratório) e o suprimento energético que vem do
Plexo Físico através da corrente nervosa. Este “alimento” diferencia-se do
nutrimento (resultante da ingestão da comida e do ar) pelo fato de possuir
energias de outra natureza em fusão, isto é, fundidas com energias da alma e do
espírito. É por isso que ele é chamado de “centro vital”.
Sem esse sistema existe apenas vida vegetativa, simples vida animal, vida
“presente”, sem passado e sem futuro. Na Esfera Coronária Física são registrados
todos os fatos da existência, as heranças genéticas, as resultantes cármicas, as
atuações da alma e as elaborações do espírito.
Essa é a razão pela qual o coração é chamado de sedo do sentimento, uma
vez que é através do Plexo Cardíaco e do “Chacra” correspondente que as coisas
da vida são comunicadas e sentidas à revelia da consciência sensorial. Voltaremos
a falar nisso quando explicarmos a diferença entre as emanações mentais e as
emanações “mentais-fluídicas”. Quando falamos, aqui no Vale do Amanhecer, que
temos por obrigação de cuidar de nossa vida física, de nosso corpo, não estamos,
é evidente, falando apenas da vida animal, mas sim de algo mais sutil e mais

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

complexo; estamos falando do “centro vital” cujo equilíbrio não depende apenas
de alimento, respiração e exercícios. Ele depende da compreensão de nós
mesmos, de nossa origem, de nossa programação cármica; de nossos
pensamentos e da inteligência que empregarmos em nossa vivência. Cuidar do
corpo compreendendo esses fatores é viver em função do espírito e da “vida
global”, não apenas da “vida da matéria”.
O Plexo Físico (Esfera Coronária Física) é separado e mantém sua
interdependência do Plexo Etérico (Macro-Plexo) pela existência, entre os dois, do
Micro Plexo que é a sede da alma.

05. O Micro Plexo

A segunda Esfera Coronária constitui o Micro Plexo que comanda as


funções da alma (a “psyque” dos gregos). Não se pode estabelecer uma escala de
importância das partes que constituem o Homem. Devemos olhar a diferença em
termos de funções. A função do Plexo Físico é propiciar a existência no plano
Físico da Terra e agir como intermediário entre ela e o Homem.
A função do Micro Plexo é de absorver, assimilar e emitir as energias dos
dois planos, e do espírito e do corpo. Em linguagem Iniciativa o Micro Plexo é o
“neutrôm”, cujas funções são similares (mas não iguais) ao Nêutron do Átomo. Em
termos puramente atômicos são partículas que “caminham” entre o Anion e o
Cátion, aumentando ou diminuindo a positividade ou a negatividade de cada um
desses pólos.
O Neutrôm (neu-trôm, com acento tônico na última sílaba) atua com base
em duas forças: a força “centrípeta” (da periferia para o centro) e “centrífuga” (do
centro para a periferia). Ele “pulsa” dentro de limites esféricos – de um lado o
Plexo Físico e de outro o Macro Plexo (um embaixo e outro em cima), se alimenta
dos dois e, ao mesmo tempo, os alimenta.
O Micro Plexo obedece a Leis mais sutis, um plano mais vibrátil do que o
Plexo Físico. Ele comanda a percepção e a comunicação do Homem. Enquanto o
corpo é limitado no tempo e no espaço, pelas leis da matéria física, a alma age
dentro de limites mais amplos no tempo e no espaço.
É a alma que vai em busca dos desejos e da satisfação dos anseios, que
emite e recebe as vibrações, que alimenta e é alimentada pela inteligência. A mais
importante de suas funções é receber os eflúvios do Plano Espiritual e levar a
personalidade a agir de acordo com as leis transcendentes. Por causa dessa
função ampla e quase ilimitada é que a alma se confunde com o espírito.

06. O Plexo Etérico

A Esfera Coronária do espírito é o instrumento do espírito para sua ação no


Homem. Nossa mente não tem possibilidade de conhecer o espírito na sua
essência. Para se tornar perceptível e cognoscível o espírito se reveste de
energias. Essas energias condensadas a um certo ponto dão a ele uma forma,
uma aparência... Mesmo assim essa forma ou aparência não é perceptível pelos
sentidos físicos. Mesmo dentro dos processos da vidência ou da materialização, o
que é visto não é o espírito mais sim o seu “Exterior”, a maneira como ele se
apresenta. Por isso o espírito na Terra é chamado de “perispírito”.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

A ação do perispírito se faz sobre a alma e através dela. A alma busca as


coisas no perispírito e emite no plano horizontal. Por isso a alma não cria, apenas
transforma o que já está criado. Por esses e outros aspectos, afirmamos que o ato
de criar é apenas o ato de perceber através da alma, as coisas que o espírito traz.
A alma é dimensionada e limitada pelo Neutrôm; o espírito ultrapassa as barreiras
do Neutrôm e busca no ultrasom, na ultra-luz e na ultra-matéria as coisas que o
alimentam e alimentam o Homem.
Entretanto é preciso entender com clareza que o perispírito é o espírito
aprisionado na situação de “encarnado”. Esta posição foi aceita por ele
deliberadamente, pelos seus compromissos com a Lei de Causa e Efeito, ou
“carma”. Essa é uma situação de “prova”, de “teste” através da qual ele terá que
obter sua evolução. Sendo assim, embora recebendo o alimento do seu próprio
“Plano Evolutivo”, isto é, o grau evolutivo conquistado por ele até o presente, ele
será influenciado pela sua alma e seu corpo. A maneira como ele irá receber as
decisões de sua alma é que irão determinar o bom ou mau aproveitamento da
situação de encarnado.
As provas foram escolhidas por ele e, a aprovação ou reprovação, quando
essas provas se efetivam, dependem dele. Nisso reside a verdade do “livre
arbítrio”, cuja vigência começou desde que o espírito se matriculou na Escola
Planetária. Se por um lado é difícil saber como esse percurso começou, por outro
é relativamente fácil de se entender o porquê dos “espíritos a caminho”.
Na terra o espírito terá que percorrer sua estrada com seus veículos físicos
ou etéricos. Mesmo depois de desencarnado ele está sujeito às leis desses planos.
Quando o percurso terminar isso significa que ele estará liberto, puro; isto é, ele
será então um “espírito de luz”.

07 O Sistema Planetário Humano

As Esferas Coronárias trabalham, umas sobre as outras, governadas pelo


Eixo Solar de nossa natureza. Chama-se “sistema planetário humano”, pela
semelhança que apresenta com o Sistema Solar, em que os corpos celestes
gravitam em torno do Sol.
O Eixo Solar do Ser Humano é uma espiral de energias que atua de forma
perpendicular sobre a cabeça do Homem. Temos assim caracterizado cada Ser
Humano como um “sistema” particularizado e individual, governado por algo
específico de si mesmo – seu Eixo Solar. Esse assunto será melhor explicado
quando falarmos, nos capítulos seguintes, das “origens”.
Assim como o Sistema Planetário do qual faz parte a Terra, chamado
Sistema Solar, está em perpétuo movimento – estável mas não estático – assim
também o Sistema Planetário Humano se move continuadamente no âmbito de
sua Orbe Terrestre.
O Ser Humano, encarnado ou desencarnado, está sempre sofrendo
alterações em suas esferas coronárias, uma vez que o espírito nunca pára sua
evolução. Ele (o espírito) está sempre modificando e renovando seus instrumentos
e os altera para combiná-los, conforme os mundos e suas diferentes matérias. Ele
não cria essas matérias, mas apenas utiliza o que já está criado.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Nós nos aprimoramos ou nos degradamos de acordo com a sintonia mental


em que nos colocamos, pois somos preparados nos planos espirituais. Conforme o
tipo de sintonia nós estabelecemos o tipo de ação, construtiva ou destrutiva,
sempre ligados às nossas heranças, nossas raízes. Há espíritos que vêm como
instrumentos construtivos, outros destrutivos, conforme as linhas cármicas e as
sintonias específicas que eles produzem.
Os “mundos” de onde saímos para a Terra nos dão sua orientação e nos
preparam para a tarefa na Terra, sempre no sentido da evolução. Onde quer que
estejamos sentimos em Deus esta sintonia universal.
A matéria de que os espíritos se utilizam não organiza, ela é organizada.
Sua função deriva de uma modalidade de energia esparsa que é atraída conforme
a função. Por isso os nossos elementos no plano físico chegam a ultrapassar as
barreiras do neutrôm, conforme a formação de nosso sistema planetário.
As junções ou injunções de energias que se fundem no Plexo Físico é que
alimentam o neutrôm. Este (o neutrôm) forma uma nebulosa (uma espécie de
nuvem com limites), controlada pela força da gravidade que o pressiona em toda
sua periferia fazendo sua substância se dirigir para o centro da esfera.
Isso provoca um movimento circular que vai paulatinamente modificando
sua forma. Esse movimento toma um sentido mais ou menos espiralado, que
acompanha o movimento circular giratório denominado “proteção de Deus”. A lei
de ação e reacao provoca o movimento contrário tornando a “proteção de Deus”
centrípeta e centrífuga ao mesmo tempo. O neutrôm pulsa se contraindo e
descontraindo como se fosse um coração esferoidal.
A forca centrípeta reúne as energias e fluídos Ectoplasmáticos no Centro
Coronário. A força centrifuga afasta e emite numa faixa horizontal, as energias
conforme o comando de nosso Eixo Solar.

08 O Neutrôm

Até este item temos falado do Sol Interior procurando dar uma idéia
generalizada de sua estrutura e de seu mecanismo. Omitimos até agora detalhes,
que só poderão ser entendidos se forem descritos, no seu relacionamento com
outros aspectos do Homem e do Universo. Isso será feito na medida em que
formos desenvolvendo os outros itens desta Doutrina Iniciática.
Cremos que facilitará o entendimento de nossos Mestres saber que o
organismo físico, o corpo humano, é em tido uma reprodução do corpo etérico,
também chamado corpo fluídico. Por esse motivo às vezes a mesma linguagem é
empregada para designar aspectos de um ou de outro corpo. Por exemplo, a
gente usa a palavra “Plexo” no lugar de “Chacra”. Isso porque ambos se situam
mais ou menos no mesmo lugar do corpo, com a diferença que o “Chacra” se
situa em baixo da pele enquanto que o “Plexo” fica no interior do corpo, parte
integrante que é do sistema nervoso.
Antes, porém de prosseguir, vamos descrever melhor a idéia do que seja o
“neutrôm”, uma vez eu essa será a palavra que mais o Mestre ouvirá (e também
que usará) no seu aprendizado Iniciático. Para começar com respeito à Ciência,
vamos descrever o neutrôm como uma das partículas do átomo.
O átomo é composto por um núcleo central (massa) que é rodeado por
uma nuvem de partículas sem carga elétrica. Essas partículas se chamam

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

“nêutron”. Além disso, ele possui outras partículas, os elétrons que,


negativamente carregadas se chamam “anions” e positivamente carregadas se
chamam “cátions”; a partícula que as carrega chama-se “íon”. Naturalmente essa
é uma descrição de leigo para leigo sem maiores exatidões.
Feito isso, voltemos à descrição do nosso “neutrôm” Iniciático.
Como no átomo da Física ele representa uma “nuvem”, um turbilhão de
partículas em movimento, do centro para a periferia e da periferia para o centro
(movimento centrífugo e centrípeto). A periferia em que ele se move não é uma
superfície física, isto é, ele não está rodeado de substância ou tecido algum; o que
estabelece a periferia onde o neutrôm se move é uma força gravitacional que o
pressiona, o “empurra” de todos os pontos dessa periferia. Esse fato é que
estabelece a diferença entre o nêutron da Física e o neutrôm Iniciático. O mesmo
nome com diferença apenas na acentuação da última sílaba se deve ao fato de
que o princípio é o mesmo: o átomo é o símbolo do Universo, na afirmativa de
que o “micro-cosmos” é igual ao “macro-cosmos” na sua estrutura e
funcionamento.
Um átomo é bem menor que este ponto. Entretanto a distância relativa, o
espaço entre as partículas é tão grande como a distância entre os planetas e
estrelas. Sempre porém há um limite, uma circunscrição: no átomo físico seu
limite é microscópico: no átomo Iniciático o limite é de acordo com a unidade que
está sendo descrita. No caso, no Ser Humano, o limite, a barreira é a força da
gravidade, pressionando da periferia para o centro, que é resultante do sistema
planetário humano: do Eixo Solar para o Macro Plexo e deste para o Plexo Físico –
sendo que o neutrôm “irá constituir” o Micro Plexo.
Também como no átomo físico, a função do neutrôm é separar, limitar dois
mundos diferentes: o físico e o espiritual. Num estado em que se poderia
considerar de “normal”, esse turbilhão em perpétuo movimento, está sempre
contido na barreira gravitacional; se essa barreira é rompida, se o neutrôm
penetra num ou outro mundo (físico ou perispiritual) provoca uma “explosão”, um
estado de relativa anormalidade. Isso acontece na Física, através da manipulação
deliberada da intimidade do átomo e acontece também no Ser Humano pela
manipulação Iniciática. Naturalmente deve acontecer também aos corpos celestes
pela manipulação dos espíritos do Plano Superior, dos Mestre Planetários que nós
do Vale do Amanhecer chamamos de “Ministros”...
Dentre os “instrumentos dos espíritos” o neutrôm constitui uma das
principais “ferramentas”. Vamos descrever em seguida, com base nos
ensinamentos da Clarividente Neiva, que os recebeu de Umahã, como age o
neutrôm.
O neutrôm, ou melhor o “turbilhão neutrônico” que constitui o nosso micro-
plexo, nossa alma, produz e permite a existência de certa quantidade de luz. Essa
luz clareia, ilumina o caminho para nossa mente, de forma a permitir as nossas
decisões. Para que nossa atitudes possam ser coerentes com nossa presente
posição, na trajetória que fazemos na Terra, o neutrôm estabelece um limite de
percepção. Isso significa que só temos à nossa disposição uma visão limitada, mas
inteiramente suficiente, para tudo que precisamos na presente existência.
Se assim não fosse nós seriamos destruídos pela excessiva complexidade
do que na verdade nos cerca, pois seríamos incapazes de discernir umas coisas
das outras. O equilíbrio da mente é proporcionado pelos elementos mais ou

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

menos estáveis que nos são permitidos perceber; temos uma noção de tempo, de
espaço, de distância e de movimento; podemos prever mais ou menos o
comportamento das pessoas e coisas animadas ou inanimadas; conhecemos
relativamente bem o comportamento de nosso organismo, e assim por diante. Em
resumo, tudo que precisamos para “viver” está à disposição de nossa mente e
seus instrumentos que são os sentidos.
Se, porém o neutrôm é ultrapassado nas suas barreiras, percebemos e
registramos elementos que nos levam ao descontrole e ao desequilíbrio, a um
estado de anormalidade. Por exemplo: nós vivemos rodeados de espíritos
desencarnados, de formações Ectoplasmáticas e miríades de construções
energéticas. Esses “mundos invisíveis” existem, se movimentam, atuam e têm as
suas leis. Porem, entre esses mundos e a nossa percepção existe a barreira do
neutrôm.
Para melhor elucidação do que estamos afirmando vamos transcrever aqui
um conjunto Mântrico que nossos Mestres usam ao qual chamamos “prece do
Equilíbrio”: “Senhor! Faze com que habite a verdadeira tranqüilidade da minha
alma; não deixe que ela se manche com os vícios do mundo; dai-me forças
Senhor, para que eu mesmo possa corrigir os meus erros; não permita que eu
seja joguete das ilusões do mundo; pelo pensamento neste instante vou controlar
a minha força vital-mental e nenhum pensamento negativo poderá entrar em
minha mente...” Analisando esse “Mantra” poderemos compreender melhor a
função do neutrôm. Vejamos: “... a verdadeira tranqüilidade da minha alma...” –
isso significa que pedimos a Deus que nossa “função neutrônica” esteja e
permaneça no seu nível normal; “... não deixe que ela se mancha com os vícios do
mundo...” – nesse caso estamos pedindo que a Força Divina evite que as formas
densas das baixas vibrações “manchem” a luz do neutrôm; “... dai-me forças
Senhor, para que eu mesmo possa corrigir os meus erros”, nesse caso estamos
pedindo auxílio do Alto para que possamos imprimir a direção certa aos nossos
pensamentos e corrigir suas distorções; “... pelo pensamento, neste instante, vou
controlar a minha força vital-mental, e nenhum pensamento negativo poderá
penetrar em minha mente” – este último propósito faz com que controlemos, pela
nossa vontade, a força vital que emana do plexo físico, e essa energia impregne
nossa mente. Assim vitalizada a mente se torna impermeável às emanações de
baixo teor vibratório. Os pensamentos negativos não podem assim penetrar no
nosso “campo mental” e assim conseguimos o equilíbrio.
Frisamos bem a palavra “penetrar” para que nossos Mestres entendam bem
o problema: “pensamentos” são construções energizadas, eles têm “formas”; uma
vez formados eles “existem” e podem ser percebidos pelo som, pela palavra
escrita, etc. – nós não podemos eliminar sua existência. Mas nós podemos evitar
que eles penetrem em nossa mente, mesmo que eles atinjam os n ossos sentidos.
A gente pode ouvi-los, senti-los, percebê-los, mas não precisamos
necessariamente metalizá-los ou pensá-los, desde que tenhamos, para isso a
necessária força vital-mental.
O ônus de nosso livre arbítrio é essa constante luta, essa escolha que
temos que fazer a cada segundo de nossas vidas: o teor vibratório das coisas que
abrigamos em nossas mentes. Esse teor determina o que somos, ou melhor, o
que “estamos sendo” a cada momento.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Cremos que com o que foi dito até agora, nós temos os elementos para
compreender o que é, em linha gerais o nosso “sol interior”, nossas “esferas
coronárias” e, principalmente, a função do neutrôm. Isso é apenas um começo,
pois nos resta saber muita coisa ainda. Para maior facilidade no entendimento,
vamos nos fascículos seguintes, analisar separadamente as funções mais íntimas
do “micro plexo” e do “perispírito”, embora seja difícil falar de um deles sem falar
nos outros, pois todos funcionam ao mesmo tempo na “unidade trina” que é o
Homem.

F ascículo 7
P refácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium e Leitor:


A partir do Fascículo VI entramos na fase Iniciática de nosso aprendizado.
Com a descrição do “sol interior” e seu “sistema coronário”, demos a infra-
estrutura do Homem Trino, três em um.
De agora para frente vamos entrando no mecanismo humano, no seu
funcionamento e, na medida em que forem surgindo as muitas facetas, daremos a
interpretação delas; isso fará com que retornemos com freqüência às bases do Sol
Interior e aos mundo coronários.
Apesar da complexidade do assunto os Médiuns encontrarão maior
facilidade para entender. Isso porque eles fá fazem parte de nossa vivência no
Templo do Amanhecer, e os Médiuns não dependem exclusivamente do
mecanismo psicológico para sua compreensão.
O leigo que nos lê terá maior dificuldade devido a falta do instrumento
mediúnico. Por isso sugerimos o afastamento momentâneo do raciocínio
puramente cartesiano e maior focalização no mecanismo intuitivo, Iniciático.
A linguagem deste ensinamento é parte do vocabulário tradicional de nossa
cultura – porém, a maioria das vezes de conotações diferentes. É preciso, pois que
o leitor atento procure mais o sentido da frase e menos a exatidão. Não se pode
ser muito sintético em tais assuntos e muito menos preciso.
Assim, por exemplo, ao falarmos dos átomos, estamos mais interessados
em transmitir a idéia geral de sua mecânica do que essa mecânica em si. Isso é
do domínio dos técnicos e dos cientistas, motivo pelo qual pedimos desculpas
antecipadas pelas irreverências à Ciência.
Outras imprecisões resultam da dificuldade, em se converter para
denominadores comuns, coisas que não fazem parte do quotidiano e cujos
conhecimentos tem sido sempre de indivíduos ou pequenos grupos da Sociedade.
Feita essa ressalva vamos prosseguir, entrando agora em maiores
particularidades do mecanismo humano.

Mário Sassi - Trino Tumuchy (Em memória)

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

01. A Mente

A palavra “mente” tem um largo espectro de significados, em sua maioria


num sentido abstrato, sempre, porém se referindo a algo que possuímos, alguma
coisa que faz parte da nossa alma e, vagamente, de algo que está dentro de
nossa cabeça. Sempre que falamos de mente tendemos a levantar a mão em
direção a cabeça.
Na linha de nosso ensinamento, a mente é um campo de energias
concentradas a que chamamos de “energia mental”. Seguindo-se o mesmo
raciocínio da estrutura e funcionamento do átomo, o campo energético da mente
é limitado em torno de uma massa densa, nuclear, ao redor da qual os
mecanismos psicológicos giram como satélites.
Esses satélites são os instrumentos da vida mental, e suas categorias vão
desde o sistema sensorial até a capacidade de abstração. Seu funcionamento é
pulsante em torno do seu núcleo. Ela recebe e transmite impulsos de diferentes
gamas vibratórias, conforme a sintonia em que é colocada pela vontade. Essa é
chamada de “sintonia mental”.
A mente é ligada diretamente aos centros coronários (esferas), através dos
Plexos e dos Chacras. Assim, ela influencia e é influenciada pelo “sol interior”, no
movimento natural da vida, na dependência de todos os fatores que determinam a
existência do Homem: tempo, espaço dimensionado, grau de evolução e fatores
cármicos-transcendentes.
Nas sucessivas encarnações o centro coronário é mantido, permanece e
representa a herança espiritual de cada Ser Humano. Agora, tendo alcançado o
grau Iniciático de nossos ensinos, temos aqui a explicação de fascículos
anteriores, no qual afirmávamos que o sistema nervoso desencarnava junto com o
espírito. Entendíamos então, que não eram as fibras ou as células, mas sim “o
sistema”, ou o “esquema” que seguia para o plano etérico, em torno do qual se
formava o corpo fluídico do desencarnado. Não tínhamos ainda a revelação do
sistema coronário; agora sabemos que o esquema do sistema nervoso é apenas
parte integrante do sol interior e seu centro coronário.
A mente é proporcional e relativa ao sol interior. Isso significa que sua
composição energética e seus instrumentos, são de conformidade com o estado
em que o Ser se encontra. Desses “estados” nós só conhecemos três categorias:
encarnados (nós os Homens), desencarnados (“mortinhos”) e os “espíritos de luz”
ou “espíritos santos” (que já completaram suas trajetórias cármicas ou que já
operam na Lei do Auxílio integrando as falanges dos Mestres Planetários).

02. A Função da Mente

O sol interior é o centro fisiológico, onde são elaboradas as mais variadas


funções do Homem, onde se entrosam os muitos campos vibratórios que
determinam o “estar” ou o “estado” em que se encontra aquele Ser,
individualizado e único.
A mente é o centro de controle, o painel onde as comunicações são
recebidas, computadas e emitidas. O sol interior trabalha na base do plexo

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

inconsciente; a mente opera na base da consciência. O sol interior é estrutural


enquanto a mente é funcional.
No mecanismo da mente, o “eu” é o núcleo em torno do qual giram as
partículas, os íons, anions, cátions e nêutrons mentais, à semelhança do átomo. É
o “eu” que toma as decisões a cada átimo de segundo, com base nos dados
fornecidos pelos satélites mentais devidamente elaborados.
Para o entendimento desses complicado sistema em que o “eu” é o
elemento decisivo, nada melhor que a experimentação do próprio leitor. Você
mesmo terá que registrar o fato, uma vez que isso é impossível para nós que
estamos fora de você.
Para ajudá-lo nessa observação e evidenciar a posição do “eu”, vamos dar
nomes às “coisas” que se passam na sua mente. Prossiga na leitura e verá como
esses elementos começam a aparecer numa conotação lógica e simples, coisas
essas que você sempre ouviu falar ou leu como sendo abstrações, teorias, tais
como raciocínio, razão, memória e etc.
O leitor irá notar que a palavra “eu” sempre aparece na sua mente como
sendo a sua pessoa. Você pensa: “eu estou lendo”, “eu não entendo”, “eu não
acho”, “eu estou gostando”, etc., etc., sempre o eu em primeiro plano.
Depois vem o “eles”, as “coisas”, os “outros”, as “minhas coisas”, o “meu
pensamento”, etc., sempre algo de fora, sempre um universo em oposição ao
“eu”.
Conclui-se então que o “eu” está sempre no centro de tudo que se passa
em sua mente, sendo ele, o seu “eu” o núcleo, a massa central do campo
energético que é sua mente. A partir de agora, ao descrevermos cada uma das
funções da mente, o assunto se tornará mais compreensível. A alimentação da
mente vem sob a forma de impulsos e projeções, em ondas cujos padrões indicam
sua origem.
Uma vez recebidas, essas mensagens são assimiladas conforme nossa
capacidade. Essa capacidade é relativa as nossas heranças registradas no centro
coronário. Em termos de assimilação e emissão, a energia mental é um fenômeno
vivo de improvisação. É ela que altera e recompõe todas as energias do Ser
Humano, modificando a cada momento o nosso estado.
As alterações produzidas pela mente são imediatamente refletidas pela
nossa “aura”, cuja coloração e intensidade vibratória refletem o trabalho da
mente.

03. A Razão

A vida do Homem gira ininterruptamente em torno de dois pólos, um


positivo e outro negativo, situação essa que só termina quando o espírito se
liberta inteiramente da sua orbe terrestre. Enquanto encarnado, ou desencarnado
e “à caminho de Deus”, ele a todo instante tem que tomar decisões, escolher
entre duas ou mais opções. A escolha do cominho certo, a decisão com base no
equilíbrio é que se pode chamar de razão.
Cada Ser Humano tem o seu ponto próprio de equilíbrio e, como
conseqüência, tem a sua própria razão. A vida, entretanto é um movimento
constante de equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio, motivo pelo qual a razão não é
um ponto fixo na mente e sim a meta que se move, o alvo que o Homem procura

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

acertar. O homem tem a cada momento de reajustar-se aos muitos fatores que
influem em sua mente, e a razão, a decisão equilibrada é que determina o índice
de sua evolução.
Nem todos os fatores que influenciam a mente são conscientizados pelo
Homem. O campo consciencional, onde o “eu” terá que se situar para a tomada
das decisões é limitado pela percepção sensorial. Na verdade a consciência do
encarnado é apenas uma janela, um painel que mostra cada vez uma parte do
todo, uma verdade parcial.
Essa abertura da consciência – no sentido de saber-se – flutua, em termos
de amplitude, dependendo dos fatores naturais da vida: idade, posição no meio
ambiente e grau de responsabilidade que lhe cabe pelos fatores cármicos, etc.
Temos assim, até este ponto, juntado dois mecanismos da mente que
levam à razão: o equilíbrio e a consciência. Compreendidos esses dois fatores,
podemos partir para a compreensão do raciocínio, e chegarmos ao mecanismo do
pensamento, a última fase da mente que precede a ação.

04. O Equilíbrio

O Ser Humano é como o rio que corre tranqüilamente para o mar.


Nós estamos sempre ligados ao nosso princípio e ao nosso fim, assim como
o rio está sempre ligado a sua nascente e à sua foz.
Em meio do caminho recebemos os “afluentes” ou seja, as influências que
nos atingem de ambos os lados, na nossa “margem esquerda” ou na “margem
direita”.
A todos os instantes de nossa vida, nós podemos estar recebendo
projeções de outras mentes, correntes negativas, boas ou más notícias, ou seja, a
todos os momentos nós podemos nos desequilibrar. Nem sempre nós podemos
afastar as coisas que nos desequilibram, mas sempre existe a necessidade do
reequilíbrio.
É verdade que os fatos inconscientes, que atingem nossa mente, tanto
podem ser positivos como negativos. Essa negatividade ou positividade nem
sempre é intrínseca aos fatos, mas sim à maneira como eles são absorvidos e
assimilados pela mente. A ilação que se tira desse mecanismo é que a mente é,
em última análise, o campo visado, mas a responsabilidade é nossa, do nosso
“eu”, de que ela seja atingida ou não.
Se alimentarmos a nossa mente com maus desejos, pensamentos de ira ou
de ódio, cria-se em torno dela uma atmosfera fluídica pesada, de energias de
baixo teor vibratório, cheias de impurezas; se, ao contrário, a alimentarmos com
aspirações nobres e pensamentos elevados, a atmosfera da mente é límpida.
Conforme, pois for o condicionamento da mente, assim será sua capacidade de
absorver e modificar as emissões, quaisquer que sejam elas.
Sob o comando do “eu”, a mente pode recompor as energias em todas as
direções e reequilibrar inclusive o “sol interior”, feito isso ela se harmoniza no
equilíbrio, estando pronta para novas tribulações.
Al falarmos do equilíbrio, evidenciamos dois novos componentes que são as
projeções e os fluidos que serão analisados nos itens subseqüentes.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

05. A Consciência

A consciência é o mecanismo abstrato da mente, de registro do que


acontece a nós mesmos e em torno de nós. Em última análise a consciência
significa saber o que se passa em torno de nós e conosco, ou seja, ter a
capacidade de “ver” e “ouvir”. Como as outras partes do mecanismo da mente, ela
tem o seu começo e cresce ou decresce conforme o seu desenvolvimento. Sua
mecânica se prende ao processo de focalização e sintonia como nas lentes óticas e
nos receptores de rádio, depende de ajuste focal e luz, etc.
Ela existe em maior ou menor grau, conforme o equilíbrio de nossa mente,
e na proporção da responsabilidade que assumimos perante a vida. Conforme a
posição assumida assim é nossa consciência, de acordo com a concepção que
fazemos de nós mesmos. Até certo ponto a consciência é apenas um problema de
condicionamento, de educação. Paulatinamente ela vai se tornando uma questão
de auto-educação, e de trabalho de nossa vontade sobre nossos mecanismos de
relação. Se desenvolvermos nossa capacidade de reequilíbrio constante, teremos
uma consciência permanente. Equilíbrio e consciência ou inconsciência, dependem
as constituições de nossas esferas coronárias e, por conseqüência, de nosso sol
interior.

06. Raciocínio

O raciocínio é mecanismo analítico da mente que leva à formação do todo.


É o exame das coisas que a consciência aprende e que permite ao “eu” a escolha
do que deve permanecer ou ser rejeitado. Raciocinar é colocar as informações,
que a psiquê recebe, de forma ordenada segundo o critério aplicado ao objetivo
que queremos alcançar.
O principal instrumento do raciocínio é a inteligência, ou seja, a capacidade
de aprofundar o exame dos componentes que chegam até nós através da
consciência.
O raciocínio com a inteligência são instrumentos de verificação; o
pensamento é o meio de expressão, de manifestação da nossa mente.
Raciocinar significa aglutinar, associar as idéias. Idéias são os impulsos,
sensações, imagens, etc. revestidos de uma forma, uma concepção. De todos os
mecanismos da mente é o raciocínio a parte mais ativa, mais atuante. É a
expressão da mente.
Para que o Médium e leitor possam melhor se situar em torno da
importância da mente, em sua relação com o sol interior, e compreender a si
mesmo como o instrumento do espírito, vamos recordar ligeiramente os itens
anteriores deste fascículo até chegarmos ao raciocínio e nele nos demorar um
pouco mais.
Começamos no item 01 a descrever a mente como um campo energético,
isto é, energias concentradas num campo delimitado e sua relação com o sol
interior, sendo ele a estrutura e a mente o funcionamento; descrevemos no item
02 a forma desse funcionamento, destacando a posição do “eu” no seu
mecanismo; em seguida, no item 03 passamos a falar da razão como no item 04 o
que significa o equilíbrio; a partir do item 05 começamos a analisar o fenômeno da

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

consciência, como fornecedora dos dados para o raciocínio, que vem explicado no
item 06 e chegamos ao tem em que abordamos o mecanismo do pensamento.
Assim, começamos com a mente e seu funcionamento, passamos para
razão, o equilíbrio, a consciência, o raciocínio e chagamos ao pensamento que irá
fechar o assunto da mente. A partir de então poderemos saber como mentalizar, e
como manter a nossa mente no padrão que quisermos, pelo conhecimento e
controle do pensamento.
Pensar significa na verdade dar forma e dirigir todas as energias da mente
para algum objetivo e é por ele que determinamos o rumo de nossa vida. Embora
ele se forme espontaneamente, conforme os estímulos que o alimenta, nós, o
nosso eu é quem escolhe, aceita, rejeita, demora-se mais ou menos em torno
deste ou daquele pensamento. Conforme eu “penso”, isto é, conforme o
pensamento que eu escolho para pensar (ou demorar-me pensando), eu
determino o meu presente e prepara o meu futuro.
Pelo pensamento nós tecemos ininterruptamente a teia no centro da qual
está a mente. Formamos assim uma verdadeira rede emissora e receptora, na
qual a mente caminha no vai e vem quotidiano. As energias da mente dão a força
do pensamento. Essa força será dispersa ou atingirá os alvos conforme
controlamos a formação da rede.
Força é energia aplicada, em movimento, e isso significa que estamos que
estamos agindo sempre na direção de nossos pensamentos. Como o campo
vibracional do corpo e da alma são mais lentos do que o campo vibracional em
que se situa o pensamento, sempre estamos fazendo algo em que, pensamos
antes, mesmo que no momento da ação não estejamos pensando naquilo que
estamos fazendo.
Antes de dobrar uma esquina o meu pensamento já a dobrou, antes de
chegar a um destino meu pensamento já se antecipou e chegou lá. Isso significa
que ele tem forma, é energia em movimento; sendo energia ele atua sobre tudo
em que é direcionado. Se eu dirijo o meu pensamento para o meu corpo, meu
organismo acabará por ser afetado pelas energias que ele conduziu. O mesmo
fenômeno poderá acontecer para onde quer que eu dirija o pensamento.
Como todos os Seres Humanos pensam, isso quer dizer que existe um
relacionamento permanente entre as pessoas, à revelia de se conhecerem ou de
se relacionarem no plano físico ou social.
Lembremo-nos do último item do fascículo VI: “... pelo pensamento neste
instante, vou controlar minha força vital-mental, e nenhum pensamento negativo
poderá penetrar em minha mente...” e teremos nesse exemplo uma idéia explícita
de como funciona o pensamento.
Nos itens subseqüentes procuraremos dar mais alguns elementos em torno
do assunto, analisando a memória, os impulsos, a dúvida, a lógica, as tendências
instintivas, os sentimentos, as vibrações, o sistema nervoso e outros itens que
esclarecerão melhor nossa mensagem.
Feito isso, tendo fornecido ao Médium e leitor, os elementos essenciais do
mecanismo Humano, poderemos então entrar em considerações puramente
doutrinárias-iniciáticas, que são o nosso objetivo principal. Por hora o caro leitor
terá que se acostumar à difícil tarefa de se conhecer e saber como funciona o
veículo do espírito que é o conjunto: Plexo-Físico (Corpo Físico), Micro-Plexo
(Alma) e, Macro-Plexo (Perispírito).

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

07. A Personalidade

No item 09 do nosso primeiro fascículo tecemos alguns comentários em


torno da diferença entre a personalidade e a individualidade.
Vamos aproveitar agora o raciocínio do leitor, em torno do mecanismo
humano, para ampliar um pouco a idéia de personalidade. O entendimento desse
conceito irá constituir em verdadeiro alicerce para a construção filosófica, que o
próprio leitor irá fazer.
“Persona” é o nome latino de um apetrecho teatral, uma máscara que os
atores da Grécia antiga chamavam de “prosópon” (Projeção da face).
Os anfiteatros gregos eram enormes, semelhantes aos nossos campos de
futebol ao ar livre. Naturalmente isso apresentava dois problemas sérios: o som e
a imagem.
Por esse motivo os artistas gregos usavam a “persona” ou seja, a máscara
de contornos bem definidos que permitiam ao espectador distinguir o personagem
representado de qualquer ponto em que estivesse; tais máscaras eram
relativamente maiores que as cabeças dos atores, formando um oco que
amplificava a voz do ator e delineava acentuadamente o personagem.
Esse sistema é usado até hoje nos teatros orientais que conservam as
tradições. No teatro Chinês e no Japonês, Coreano e etc. a máscara serve para
dar voz soturna e cara feia ao vilão, voz fina e rosto bonito à heroína, etc.
Essa é a origem da palavra “personalidade” que significa radicalmente, a
caracterização que determina um “personagem” ou uma “personificação”. Em toda
representação, teatro, novelas de TV ou cinema, os artistas “representam”, isto é,
procuram ao máximo de sua habilidade, com auxílio de maquilagem, roupas,
disfarces, atitudes, gestos e alteração da voz, corresponder ao “personagem”
imaginado pelo autor da peça ou da história.
Assim, o mesmo ator representa conforme a estória e as circunstâncias,
personagens diversos. O exemplo mais banal e mais ao nosso alcance está nas
novelas de TV. Nelas nós já estávamos habituados com os atores e muitas vezes,
ao contar um episódio a outra pessoa, nós usamos o nome do ator por não
lembrar o nome do “personagem”. Para completar esse exemplo basta lembrar ao
leitor que muitas vezes nós ficamos sabendo como o ator é em sua “vida real”, se
ele é bom ou mau ator, se representou bem ou mal aquele ou este “personagem”,
distinguindo-o, portanto dos personagens que ele tem representado.
Temos então uma perfeita analogia entre a “individualidade” (o ator) e a
“personalidade” (o personagem ou a personificação).
Usemos agora essa analogia para começar a entender o problema das
reencarnações em que o espírito é a individualidade e a nossa presente
encarnação a personalidade.
A primeira precaução que devemos tomar, ao entender esse fato, é saber
que o problema da personalidade e da individualidade não é tão simples como
uma representação teatral.
Nós podemos saber quase tudo sobre um ator, onde nasceu, se estudou ou
não, se teve uma origem pobre ou rica, etc., porém sobre o espírito n os podemos
saber muito pouco.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Para começar é importante que se saiba, que ninguém, nenhuma ciência,


filosofia ou religião pode dizer “quando” e “como” foi criado o Universo ou a
Criação. Nem mesmo a Terra que é um pequeno Planeta do Sistema Solar, a
Ciência não tem meios de dizer “como” e “quando” ela foi criada.
Existe muita especulação, muita teoria, mas todas esbarram nos mesmos
problemas, principalmente na questão do tempo. A Ciência clássica, essas cujas
teorias são explicadas nos livros escolares, estabeleceu certa contagem de tempo,
certa divisão de “Eras” que nos acostumamos a aceitar como sendo o “certo”.
Assim é que ouvimos falar em “Era Glacial”, “Idade Geológica”, “Nebulosa”, “Era
Paleolítica”, “Era Megalítica” e etc. conceitos que envolvem milhões e até bilhões
de anos.
Fora do âmbito cientifico, nas religiões antigas o problema fica na mesma,
embora haja algumas religiões que traduzem as coisas em termos de n úmeros, o
que no fundo é tão aleatório, tão teórico como as afirmações da Ciência.
O problema se complica ainda mais quando se trata de determinar a origem
da vida. Nesse ponto a Ciência é ainda mais emaranhada e mais teórica uma vez
que ela só considera “vida” as coisas que nós chamamos de natureza física.
Mas, mesmo sem poder determinar a origem do Universo, do Planeta Terra
e da Vida a Ciência se arrisca a determinar (e a cada período se corrigir) a origem
do Homem. Nesse ponto então as contradições se amontoam de tal forma que,
teorias que eram aceitas como verdade até pouco tempo hoje são objetos de
galhofas dos próprios cientistas.
Em relação ao Espírito a Ciência não cogita de sua existência, e até agora
não existe admissão científica de que o espírito exista.
Para ela, a Ciência Oficial, o espírito é apenas um componente do Ser
Humano, um mecanismo abstrato, que se confunde com o sistema psicológico.
Essa palavra “psicológico” deriva de uma palavra grega que significa alma
(Psyquê).
Assim, qualquer referência que se ouça ou se leia, quer sobre alma ou
sobre o espírito, as duas palavras aparecem sempre como sendo a mesma coisa, a
não ser que se trate de adjetivação poética ou literária tais como “tenacidade do
espírito”, “fortaleza de alma”, etc.
Mas, para nós do Vale do Amanhecer, alma e espírito são considerados
como coisas de naturezas diferentes: a alma é o mecanismo psicológico que tem
sua base física no sistema nervoso, que é formado em cada encarnação, conforme
a programação para esse período de existência do espírito na Terra. Nesse caso o
mecanismo psicológico (na Alma, como o corpo) são instrumentos do espírito.
Assim, pode-se dizer que um espírito tem um corpo forte e uma alma impávida
nesta encarnação, mas que teve um corpo fraco e uma alma vacilante em outra
encarnação, etc.
Naturalmente a pergunta que surge espontânea desta afirmação é: “Qual a
diferença entre a alma e o espírito?”.
Para evitar cairmos nas abstrações teológicas ou filosóficas vamos procurar
dar aqui uma resposta que seja plausível e de relativa possibilidade de verificação,
consoante a didática da Corrente do Amanhecer.
A percepção da diferença entre a alma e o espírito é uma experiência
pessoal que qualquer pessoa pode fazer, independente da sua situação cultural ou
escolar, na qual entram conceitos de valores, de tempo e o senso comum.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

Comecemos por definir o conhecimento que temos da existência de nosso


corpo. Nós percebemos o nosso corpo pelas manifestações que ele comunica a
cada momento à nossa mente através dos sentidos. Assim nós sabemos quando é
preciso comer, dormir, alterar as condições a ele proporcionadas e etc.
Em seguida passemos a separar dessas sensações as manifestações de
natureza psicológica, os fatos abstratos, tais como sentir afeto ou ódio, imaginar,
raciocinar e etc. percebemos então que esse mecanismo obedece aos estímulos
que tanto podem partir do corpo como das coisas externas ao nosso corpo. Nas
“coisas” externas são o nosso universo, o meio ambiente em que vivemos,
representados por “coisas” e “pessoas”.
Sabemos então quando a natureza de nossas sensações são de
necessidade física ou psicológica. Para esse fim temos uma série de valores aos
quais estamos condicionados: a gente toma café de manhã, almoça ao meio dia,
janta à noite, etc. A gente confia nos costumes; de transeunte, de proteção da lei,
da moral e etc., enfim, nós distinguimos com certa facilidade o que são fatos
físicos e fatos psicológicos, embora os dois sejam inseparáveis.
Outro ângulo que qualquer pessoa pode analisar, para distinguir o que é
físico e o que é psíquico, é o fato de que nossos pensamentos e nossos
intercâmbios vibratórios podem ser distinguidos: nosso corpo se move com muito
maior dificuldade do que nossa alma. Na verdade é nossa alma que vai em busca
de nossas necessidades, nossos anseios, nossos impulsos e etc.
Sempre que nós temos sensações, impulsos, anseios, desejos e, tais
estímulos nos levam a ações que não se coadunam com um princípio de bom
senso ou de lógica, quando as coisas pensadas e sentidas ultrapassam nossa
compreensão ou a compreensão do meio que nos cerca – os fatos, chamados
impropriamente de inexplicáveis podemos detectar aí a presença de nosso
espírito.
Essa experiência é tida por todos os Seres Humanos da Terra e é a causa
principal de toda criação religiosa ou doutrinária. Em resumo nós sabemos quando
as coisas partem de nosso corpo, de nossa alma ou de nosso espírito, pelo simples
fato de que, na maioria das vezes as coisas de nosso espírito contrariam as coisas
de nosso corpo e de nossa alma ou, ao contrário, as coisas de nosso corpo
contrariam as coisas de nossa alma ou de nosso espírito. Esse contínuo e os
diferentes fatores se distinguem pelo contraste, pela contradição.
A partir desse ponto, pela nossa própria experiência, nós vamos
percebendo as nossas tendências, as inclinações que divergem das inclinações dos
que nos cercam e, aos poucos vamos distinguindo a nossa individualidade, ou
seja, um conjunto de tendências que forma um uno, um que não é divisível, um
todo indivisível.
Essa individualidade representa um conflito permanente com o papel que
somos chamados a representar na Sociedade, papel esse que é formado por uma
série de conceitos e formas que fixamos à nossa revelia desde que fomos
concebidos até que morremos. A maneira como envergamos essas “máscaras”,
essas “personas”, nossos mecanismos de defesa, nosso esforço para sair dos
padrões é que constituem a nossa personalidade.
A individualidade tem um impulso fundamental e transcendente, é a
energia latente, enquanto que a personalidade é a forma de expressão, a energia

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS

do espírito que tenta romper os grilhões da personalidade, é o artista que


sobrepuja o papel ou o papel que afoga o artista.
O personagem ou a personalidade é relativamente previsível, pois ela
obedece a um roteiro, um enredo pré-estabelecido enquanto que a individualidade
tenta sempre romper em caminhos diferentes. O símbolo mais perfeito dessa luta
(e dessa diferença) nos tempos modernos é um novo tipo de teatro que às vezes
aparece nos palcos do Mundo, em que os artistas fazem o que lhes dá na cabeça,
sem ter que obedecer a roteiro algum...
Quando desencarnamos, é enterrado o corpo-físico (Plexo-Físico), e vão a
Alma e o Espírito (o Micro e Macro-Plexos).
Cremos ter dado assim um princípio do conhecimento da constituição do
Ser Humano, do Homem visto à luz da Doutrina Crística. Mas esse aprendizado
terá que ser aprofundado no conhecimento dos princípios atômicos, moleculares e
celulares desses componentes. As heranças que formam o Centro Coronário ou
Sol Interior, cada “centro” formado pelas moléculas defeituosas de encarnações
anteriores – as afinidades psicológicas ou, ao contrário, as contradições de caráter
na mesma família, etc., tudo isso terá que ser estudado por nossos Mestres com
uma atitude científica, pois somos “cientistas espirituais”.

SALVE DEUS

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi

Você também pode gostar