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, visto por si próprio

Tínhamos nós voltado à capital maldita,


Eu vinha de polir isto tranquilamente,

Eu nunca dediquei poemas às fortunas, Nós


Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Pinto quadros por letras, por sinais,
Independente! Só por isso os jornalistas Tão luminosos como os do Levante.
Me negam as colunas.
(...) Nós
Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua coterie; Fecho os olhos cansados, e descrevo
E a mim, não há questão que mais me contrarie Das telas da memória retocadas,
Do que escrever em prosa. Biscates, hortas, batatais, latadas,
(...) No país montanhoso, com relevo!
E apuro-me em lançar originais e exatos,
Nós
Os meus alexandrinos...

Contrariedades
Ah! Ninguém entender que ao meu olhar
Tudo tem certo espírito secreto!

Nós

Se eu não morresse, nunca! E eternamente Subitamente - que visão de artista! -


Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! Se eu transformasse os simples vegetais,
À luz do Sol, o intenso colorista,
O Sentimento dum Ocidental (Horas Mortas) Num ser humano que se mova e exista
Cheio de belas proporções carnais?!

Num Bairro Moderno

E eu que medito um livro que exacerbe,


Quisera que o real e a análise mo dessem; E engelhem, muito embora, os fracos, os tolhidos,
(...) Eu tudo encontro alegremente exacto.
Longas descidas! Não poder pintar Lavo, refresco, limpo os meus sentidos.
Com versos magistrais, salubres e sinceros, E tangem-me, excitados, sacudidos,
O tacto, a vista, o ouvido, o gosto, o olfacto!
O Sentimento dum Ocidental (Ao Gás)
Cristalizações
***
1- Após a leitura dos textos, indica traços
que o poeta revela acerca
Não pinto a velha ermida com seu adro;
 da sua poesia; Sei só desenho de compasso e esquadro,
Respiro indústria, paz, salubridade.
 da sua escrita;
 de si próprio; De Verão
 do seu processo criativo.

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