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Trabalho de ética- módulo 3- Filme “McFarland”

a) Resumo do filme + mensagem


Há uma frase dita por um jornalista norte-americano, Heywood
Broun, que sintetiza este filme- “o desporto não forma o caráter, revela-o”. O
desporto sempre foi, e será, um dos temas centrais das telas de cinema, pelas
histórias marcantes de cada modalidade, pelos contextos em que se insere,
pelos ensinamentos que projeta socialmente.
Temos o exemplo do McFarland, USA, um filme de Niki Caro, o
qual não passa só pelo corta-mato (cross-country), é, também, um relato
bastante humano, espelhando valores familiares, de união e perseverança.
Vemos Kevin Costner, um autor renomado, no plano central do filme, há
muita “luta” e, ainda, o tópico da emigração mexicana.
O treinador Jim White, papel desempenhado por Kevin Costner,
chega ao estado mais mexicano dos Estados Unidos, após ser despedido do
seu antigo trabalho como treinador de futebol americano e vê-se envolvido
num desporto que não conhece, com jovens que não confiam nele. Apesar de
tudo, vai deixar a sua marca nos jovens que treina, mas, acima de tudo, são
eles que o vão verdadeiramente marcar.
Um filme para ver e rever e, para quem gosta de desporto, aplaudir
até ao fim. Uma história verídica de corredores, do ano de 1987, tão simples
e de superação pessoal e coletiva, que se agiganta e coaduna com a realidade
atual.

b) Princípios da ética profissional respeitados ou não no filme

Além disto, o grupo entende que existem alguns princípios da ética


profissional, todos estudados em aula, que não foram respeitados no decorrer
do filme, sendo estes:
 Pp. Da liberdade laboral – “todo o trabalhador tem direito à
liberdade de escolha de profissão, de contratação…”
Ex: os pais forçavam os filhos a exercer um trabalho sem
liberdade de escolha, enquanto trabalhadores. Abusavam do
seu poder, da sua hierarquia natural para obterem benefício
próprio com a infelicidade dos filhos.
Acreditavam que o seu destino já estaria traçado, por tal
deveriam seguir as pisadas dos pais, acabando por, deste
modo, impedi-los de explorar os seus gostos e qualidades.

 Pp. Da responsabilidade profissional - “toda a pessoa é


responsável pelas consequências diretamente imputáveis ao
seu trabalho profissional”
Ex: versado na ação do treinador Jim White, quando atira
uma chuteira a um dos seus atletas, inconformado com as suas
atitudes. Não respeitou a ética profissional do seu trabalho,
violou direitos e deveres próprios e coletivos, acabando por
lhe dificultar a sua vida, aquando do seu despedimento.

 Pp. Da lealdade – “em todo o trabalho profissional existe um


vínculo de lealdade para com todos aqueles com que direta ou
indiretamente o trabalhador se relaciona”
Ex: observa-se na atitude do treinador quando recebe uma
proposta de outra escola, recusando-a. Através da sua atitude
demonstrou a sua lealdade para com a equipa que ajudou a
trazer à ribalta; na equipa que acreditou ter potencial, apesar
das adversidades, quando ninguém o fazia.
c) Códigos Deontológicos das profissões/saídas prof. do curso

No desempenho das atividades laborais, os profissionais defrontam-


se, eventualmente, com conflitos e dilemas éticos que ultrapassam a
dimensão pessoal. Com esta conjetura, é importante estar atento para saber
como os solucionar.
Neste sentido, surgem os códigos éticos e deontológicos profissionais.
Um código ético é uma formulação de princípios e normas que estabelecem a
ponte entre a cultura/valores da empresa e a legislação em vigor. À semelhança
deste, nalgumas organizações, como as ordens profissionais, procuram
estabelecer normas de funcionamento para os seus membros, a que chamamos
Códigos Deontológicos.
Tendo em vista o Código de Ética Desportiva (Código Deontológico),
selecionamos a profissão de treinador desportivo para nos servirmos de
exemplos de artigos que consideramos relevantes nesta prática. São esses, então:

1) CARTA INTERNACIONAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO


DESPORTO DA UNESCO A Carta Internacional da Educação
Física e do Desporto foi adotada pela Conferência Geral da
Organização das Nações Unidas, reunida em Paris, na sua 20.ª
sessão para a Educação, a Ciência e a Cultura, em novembro de
1978.
Artigo 7º
A defesa dos valores éticos e morais da educação física e do
desporto deve ser uma preocupação constante de todos

“7.1 O desporto de alta competição e o desporto praticado por


todos devem ser protegidos de
todos os desvios. As sérias ameaças que pairam sobre os valores
éticos, a sua imagem e o
seu prestígio, fenómenos tais como a violência, a dopagem e os
excessos comerciais, deformam a sua intrínseca natureza e
alteram a sua função pedagógica e sanitária. As autoridades
públicas, as associações desportivas voluntárias, as organizações
não-governamentais especializadas, o Movimento olímpico, os
educadores, os pais, os clubes de adeptos desportivos,
os treinadores, os quadros desportivos e os próprios praticantes
devem esforçar-se por erradicar estes flagelos. Os media têm um
papel importante a desempenhar, em conformidade
com o artigo 9.º, na defesa e difusão destes esforços.
7.2 Deve ser reservado um lugar de destaque nos programas de
ensino, dedicado às atividades
educativas fundadas nos valores do desporto e nas consequências
das interações entre o
desporto, a sociedade e a cultura.
7.3 É importante que todos os responsáveis e praticantes
desportivos estejam conscientes dos
riscos que representam para os desportistas, e nomeadamente para
as crianças, a especialização precoce e desajustada e as pressões
psicológicas de todas as ordens.
7.4 Não se devem poupar esforços para evidenciar as
consequências nefastas da dopagem, ao mesmo
tempo perigosa para a saúde e contrária aos princípios da ética
desportiva, nem para proteger a
saúde física e mental dos atletas, os valores do desportivismo e da
competição, a integridade do
movimento desportivo e os direitos de todos os intervenientes, a
qualquer nível. É essencial que a
luta contra a dopagem mobilize os responsáveis, a níveis
diferentes, nacionais e internacionais, os
pais, os educadores, os profissionais de saúde, os media, os
treinadores, os quadros desportivos e
os próprios atletas, para a adesão aos princípios contidos nos
textos existentes, designadamente na
Carta olímpica internacional contra a dopagem no desporto. Neste
sentido, devem ser guiados por uma política harmoniosa e
concertada na elaboração e aplicação das medidas contra a
dopagem, assim como nas ações pedagógicas a empreender neste
domínio”
2) Lei n.º 40/2012 de 28 de agosto. Estabelece o regime de acesso e
exercício da atividade de treinador de desporto. Assim como
alicerça um caráter punitivo, em ocasiões fraudulentas e violações
de conduta e ética profissional.

Artigo 2º

Objetivos

“1 — São objetivos gerais do regime de acesso e exercício da atividade de treinador de


desporto: a) A promoção da ética desportiva e do desenvolvimento do espírito
desportivo; b) A defesa da saúde e da segurança dos praticantes, bem como a sua
valorização a nível desportivo e pessoal, quer quando orientados para a competição
desportiva quer quando orientados para a participação nas demais atividades
desportivas.

2 — São objetivos específicos do regime de acesso e exercício da atividade de treinador


de desporto: a) Fomentar e favorecer a aquisição de conhecimentos gerais e específicos
que garantam competência técnica e profissional na área da intervenção desportiva; b)
Impulsionar a utilização de instrumentos técnicos e científicos, ao longo da vida,
necessários à melhoria qualitativa da intervenção no sistema desportivo; c) Promover o
aperfeiçoamento qualitativo e o desenvolvimento quantitativo da prática desportiva,
quer seja de iniciação desportiva, de competição ou de alto rendimento; d) Dignificar as
profissões e ocupações do desporto e fazer observar a respetiva deontologia, reforçando
os valores éticos, educativos, culturais e ambientais, inerentes a uma adequada prática
desportiva; e) Contribuir para facilitar o reconhecimento, o recrutamento e a promoção
de talentos com vista ao desenvolvimento do desporto; f) Contribuir para o
reconhecimento público da importância social do exercício da atividade e da profissão
de treinador de desporto.”
Artigo 19º
Contraordenações

“1 — Constitui contraordenação, para efeitos do disposto na presente lei:

a) O exercício da atividade de treinador de desporto por quem não seja titular do


respetivo título profissional ou não opere em território nacional nos termos dos n.os 3 e
4 do artigo 5.º;

b) A autorização para o treino de praticantes desportivos ou para o ensino, animação e


enquadramento técnico de uma atividade desportiva, a qualquer título, por parte de
federações desportivas titulares do estatuto de utilidade pública desportiva, ligas
profissionais, entidades prestadoras de serviços desportivos, associações promotoras de
desporto, ou quaisquer entidades, públicas ou privadas, de quem não seja titular do
respetivo título profissional ou não opere em território nacional nos termos dos n.os 3 e
4 do artigo 5.º;

c) A contratação para o exercício da atividade de treinador de desporto de quem não


seja titular do respetivo título profissional ou não opere em território nacional, nos
termos dos n.os 3 e 4 do artigo 5.º, pelos clubes ou sociedades anónimas desportivas que
participem em competições desportivas profissionais, sob qualquer forma;

d) O exercício da atividade de formação por entidade formadora não certificada nos


termos do artigo 9.º;

e) O exercício da atividade de formação por entidade formadora em violação do


disposto no n.º 4 do artigo 9.º.

2 — A tentativa e a negligência são puníveis, sendo os limites mínimo e máximo da


coima aplicada reduzidos a metade.”
d) Principais problemas éticos no mundo do trabalho atuais e da
pandemia

Na nossa ótica, atualmente, os principais problemas éticos no mundo


do trabalho, que transgridem os Códigos Deontológicos, são referentes ao
abuso de poder, pisando uns e favorecendo outros; conflito de interesses,
quando, por exemplo, no caso da corrupção política, nos munimos do nosso
cargo e visibilidade para obter benefícios pessoais e, ainda, ao nepotismo,
podendo este ser enquadrado na dimensão de várias ordens profissionais,
quando, apesar de um candidato ter mais qualificações que o selecionado, a
vantagem é dada a parentes ou amigos do recrutador/entidade empresarial.
No panorama pandémico, acreditamos que os principais problemas
serão a falta de dedicação e compromisso, não damos o máximo de nós por
estarmos socialmente frustrados e desmotivados; o encobrimento, devido à
crise económica e social que enfrentamos, negligenciamos um bem maior, a
saúde pública e temos condutas impróprias, muitas vezes com medo de
represálias dos chefes, por exemplo e, por fim, o egoísmo, por só olharmos
para o nosso umbigo e nos preocuparmos somente com o nosso bem-estar,
quando saímos de casa e nos reunimos com um grupo exorbitante de
pessoas, violando as diretrizes legais impostas.

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