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PLANO DE AULA 1

TEMA: Aspectos Introdutórios dos Direitos Humanos, primeira parte

1. Questões norteadoras:
1.1 No que consistem os principais elementos da ideia geral de Direitos
Humanos?
1.2 Quais são as principais formas positivas e negativas de se compreender os
Direitos Humanos?
1.3 Qual é a relação entre a fundamentação teórica e filosófica dos Direitos
Humanos e a sua efetividade prática?
1.4 Que potencial tanto positivo quanto negativo os Direitos Humanos possuem
no cenário contemporâneo?

2. Direitos Humanos: O Que São?


2.1 Ideia Geral:
2.1.1 Direitos Subjetivos (algumas categorias de Direitos Humanos
possuem dificuldade em se enquadrar nesses termos estritos);
 São direitos que os seres humanos possuem e que podem ser
reivindicados perante o Estado e a outros indivíduos.
 O Estado é o principal sujeito na condição de “reclamado” para
protegê-los.

2.1.2 Inerentes a todos os seres humanos;


 Na condição de ser humano, todos nós temos o poder sobre esses
direitos; nós todos os detemos.
 Ainda que o Estado seja, por exemplo, ditatorial. Nessa condição,
o Estado só não os reconhece, positiva.

2.1.3 Em função da sua humanidade latente;


 A única condicionante, circunstância para que tenhamos esse
direito é ser pessoa, ser humano.
 Ou seja, não existem outros requisitos, quais sejam: etnia,
nacionalidade, gênero, cor e etc.
São aqueles direitos subjetivos (em sua maioria) que somos possuintes, por
serem inerentes a todos os seres humanos em função da humanidade. E,
como direitos, podem ser passíveis de reinvindicação perante o Estado e a
outros indivíduos para que sejam reconhecido diante deles.

2.2 No Cenário Contemporâneo:


2.2.1 Linguagem de reivindicação de direitos que é típica do pós Segunda
Guerra Mundial e vem se consolidando cada vez mais.

2.2.2 Forma de expressar considerações distintas e por vezes conflituosas


sobre como a sociedade deveria ser/se organizar.

3. Direitos Humanos: Uma dualidade existente?


3.1 Visões Positivas:
3.1.1 Forma de expressar reinvindicações de Direitos por parte de
grupos minoritários e marginalizados, isto é, de grupos menos
favorecidos.
 Ferramenta de garantias e direitos: uma forma de garantir que o
Estado forneça aqueles direitos necessários, além daqueles já
consagrados constitucionalmente.

3.1.2 Forma de promover o avanço de pautas sociais relevantes e


necessárias, garantindo-lhes legitimidade institucional.
 Forma de promover o avanço de pautas sociais significativas; de
transformar a sociedade para melhor

3.1.3 Forma institucionalizada de se contestar o status quo


contemporâneo a partir de um ponto de vista que lhe é interno.
 Forma institucionalizada de tentar questionar, mudar os direitos
de maneira interna, observando o contexto próprio.

3.2 Visões Negativas:


3.2.1 Forma de proteção indevida e imerecida para sujeitos e grupos
que fazem um uso considerado como indevido dessas
salvaguardas (aplicação a criminosos, terroristas, etc.).
 Forma de proteção a uma parcela de grupos considerados “não
merecedores”.
 Lembrar: para requerer os direitos humano basta ser “humano”,
portanto, não é analisado a moralidade, a ficha criminal, por
exemplo, desse ser. Essa é a presunção de um Estado
democrático.
 É uma questão sobre a aplicação desses direitos na prática:
proteger os não merecedores, deixando de lado os cidadãos de
bem.

3.2.2 Forma de engessamento das pautas e reinvindicações sociais a


partir da necessidade de enquadramento dessas questões nos
termos pré-estabelecidos pelo “sistema” /status quo vigente.
 Observar os “direitos humanos” como uma forma de proteção
jurídica e institucional que não é aplicada para os mais
necessitados, ou seja, não vai alcançar os que mais precisam.
 É também uma questão sobre a aplicação desses direitos:
crítica ao fato desses direitos não abarcar todos.

Obs.: os dois pontos acima não criticam a essência dos direitos


humanos, mas sim a sua aplicação.

3.2.3 Forma de manutenção e propagação da dominação, subjugação e


colonização de grupos minoritários/marginalizados pelo status
quo a partir da imposição de um tipo específico de
racionalidade/visão de mundo em detrimento de outras
concepções, sob o pretexto de uma falsa universalidade.
 Os direitos humanos seriam uma forma de dificultar as causas
socais, pois se utilizam do próprio sistema para tentar mudar a
sociedade.
Obs.: esse ponto critica a essência e aplicação desses direitos.

4. Direitos Humanos: Uma questão de mera efetivação prática?


4.1 A Fundamentação Teórica dos Direitos Humanos Carece de
Relevância?
4.1.1 Afirmação comum: o problema dos Direitos Humanos não é uma
questão teórica, mas sim de cunho prático. Trata-se de efetivá-los,
não buscar fundamentações estéreis.

4.1.2 Surge a questão: como justificar a prática sem uma fundamentação


minimamente adequada? Como superar os obstáculos práticos
provenientes de limitações e insuficiências teóricas?

4.1.3 Conclusão: não se trata de abandonar a efetivação prática em prol de


uma busca teórica eterna, mas sim de conciliar e desenvolver ambos
os aspectos.

4.2 Como a Fundamentação Teórico-Filosófica pode beneficiar a prática


dos Direitos Humanos?
4.2.1 Possibilitar a solução de problemas provenientes da interação de
diversas e distintas culturas.

4.2.2 Possibilitar a justificação de intervenções em nações a partir de


argumentos políticos embasados em aspectos teóricos e filosóficos.

4.2.3 Possibilitar a justificação da relativização da soberania dos países


perante intervenções dos órgãos internacionais em função de causas
relacionadas aos Direitos Humanos.

4.2.4 Embasar reivindicações jurídicas e políticas por parte dos sujeitos


portadores de tais direitos
4.2.5 Embasar a cobrança de posturas ativas do Estado no que diz respeito
a sua obrigação institucional e jurídica de assegurar, proteger,
promover e efetivar os direitos humanos.

5. Considerações Finais:
5.1 Potencial Positivo dos Direitos Humanos:
5.2 Potencial positivo:
 Ferramenta de reivindicação de Direitos e de conquistas sociais
necessárias e significativas.
 Mecanismo de proteção dos indivíduos perante potenciais abusos
 Forma de cobrar do Estado um tipo de postura ativa a respeito de
diversas situações na sociedade

5.3 Potencial negativo:


 Ferramenta de manutenção e propagação de opressão e dominação, bem
como de atravancamento de causas sociais.
 Proteção jurídica e institucional e/ou parcial, pois não alcança todos os
indivíduos

Obs.: respostas as perguntas norteadoras.

1. No que consistem os principais elementos da ideia geral de Direitos


Humanos?

Direitos humanos são direitos subjetivos - embora nem todas as categorias de Direitos
Humanos se enquadrem perfeitamente como tais, inerentes a todos seres humanos e que
podem ser reivindicados perante o Estado e a outros indivíduos. Como direitos inerentes
ao ser humano, basta estar nesta condição para ter o poder sobre aqueles, pois se
encontram em função da sua humanidade latente. Logo, não precisa de outro
requisito/circunstância senão aquela.

2. Quais são as principais formas positivas e negativas de se compreender os


Direitos Humanos?
Os Direitos Humanos podem ser observados a partir de uma perspectiva dual, isto é,
vistos de forma positiva ou negativa. Entre as formas deste último, compreende-se a
ideia de que aqueles Direitos fazem proteção indevida e imerecida para determinados
sujeitos e grupos que utilizam essas salvaguardar de maneira indevida – ex.: proteção a
criminosos.

Fazem, ainda, proteção jurídica e institucional que não é aplicada aos mais necessitados,
pois são enquadradas a partir de termos já pré-estabelecidos pelo “sistema” /status quo
vigente. Além disso, seriam uma forma de manutenção e propagação da dominação,
subjugação e etc., de grupos minoritários/marginalizados, vez que se utilizam do próprio
sistema (específico) para tentar mudar a realidade social, criando uma falsa concepção
de universalidade.

Por outro lado, positivo, os Direitos Humanos representam uma ferramenta de garantias
e direitos, pois por meio destes, é possível fazer reivindicações por parte de grupos
minoritários/marginalizados para que o Estado aqueles direitos necessários, além
daqueles já consagrados constitucionalmente. São também uma forma de promoção ao
avanço de pautas sociais relevantes e necessárias, garantindo-lhes legitimidade
institucional para tentar mudar os direitos de maneira interna, observando o contexto
próprio.

3. Qual é a relação entre a fundamentação teórica e filosófica dos Direitos


Humanos e a sua efetividade prática?

É comum afirmar que o problema dos Direitos Humanos não é uma questão teórica,
mas sim prática, pois trata-se de efetivá-los, não buscar fundamentações “ineficazes”.
Eis que surge a problemática “como justificar a prática sem uma fundamentação
minimamente adequada?”. Assim, não se trata de alcançar um em detrimento do outro,
mas sim relacioná-los.

Desse modo, quando relacionados, cria-se a possibilidade de: solucionar problemas


provenientes da interação de diversas e distintas culturas; justificar as intervenções em
nações a partir de argumentos políticos embasados em aspectos teóricos e filosóficos,
bem como a relativização da soberania dos países perante intervenções dos órgãos
internacionais em função de causas relacionadas aos Direitos Humanos. Ademais,
permite que reivindicações tenham fundamentações jurídicas e políticas por parte dos
sujeitos portadores de tais direitos, bem como embasa a cobrança de posturas
institucionais mais ativas no que diz respeito a sua obrigação institucional e jurídica de
assegurar, proteger, promover e efetivar os direitos humanos.

4. Que potencial tanto positivo quanto negativo os Direitos Humanos possuem


no cenário contemporâneo?

Os Direitos Humanos apresentam um potencial tanto positivo quanto negativo no


cenário contemporâneo. No que diz respeito ao primeiro, trata-se de uma ferramenta de
reivindicação de Direitos e de conquistas sociais necessárias e significativas; um
mecanismo de proteção dos indivíduos perante potenciais abusos e de cobrança do
Estado um tipo de postura ativa a respeito de diversas situações na sociedade.

Quanto àquele último, os Direitos Humanos podem se apresentar como ferramenta de


manutenção e propagação de opressão e dominação, bem como de atravancamento de
causas sociais, além de fazer proteção jurídica e institucional e/ou parcial, pois não
alcança todos os indivíduos.

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