De acordo com a proposta avaliativa final, apresento resenha crítica sobre o
textos “O Devir Revolucionário e as Criações Políticas” sobre um dos textos trabalhados em aula . O início do século XX foi destacado pelo surgimento de uma nova disposição política. O cenário mundial projetava expectativas nos dois sistemas possíveis, o capitalismo e socialismo A União Soviética vivenciava sua consolidação revolucionária, mediada pelas estruturas socialistas. O país apresentava aspectos históricos que traçava complexas projeções no âmbito da consolidação socialista. Tendo em vista a pertinente discussão, entendese que a contribuição de Trotsky a teoria marxista, apontando o contexto conjuntural em que foi elaborado o texto A Revolução Permanente. O autor ucraniano, constrói pontuais crítica sobre a implementação do socialismo na URSS. É apontado que a esquerda democrática não autorizou palavras de ordem na luta do proletariado. Ao longo do texto é nítido as críticas reformuladas aos dirigentes, líderes, teóricos e militantes tendo seus nomes explicitados. Percebe-se que o contexto político é estruturado por uma estética hostil e personalista. Observa-se que as divergências estratégicas acerca do socialismo russo são esperadas até assumir um perfil passional como solução. O autor aponta críticas aos dirigentes bolcheviques por incendiaram a teoria proposta da Revolução Permanente, sem levaram em conta que ao depreenderem uma luta proletária seria necessário criar mecanismo para manter o combate em ação. É importante ressaltar que o texto implica o fatídico quadro da Rússia estar caminhando para uma revolução burguesa empreendida pelos sociais-democratas, só que os elementos econômicos e históricos fortaleciam uma revolução marcada pela contradição. Na parte inicial da obra, é desenvolvido as etapas do processo revolucionário a partir da visão da socialdemocracia, de modo que a burguesia liberal sustentaria a perspectiva proletária através do aparelho democrático. Contudo, compreende-se que as ações envolvidas são de natureza intrinsecamente antagônicas, ou seja, não seria possível promover uma revolução socialista tendo como orquestrado a burguesia industrial. É pertinente elencar a argumentação apresentada de Trotsky ao contexto contemporâneo brasileiro. De modo quando, um partido de esquerda ao assumir a gestão estatal patenteia o perfil econômico de manter privilégios dos donos do capital em paralelo para o trabalhador introduz o método de consumo como modo de inclusão, sugere mudanças questionáveis. Quando é discutida a posição da burguesia liberal notoriamente ela é associada aos donos de grande propriedade, pelas afinidades econômicas óbvias. Por isso é muito importante a cooperação das classes oprimidas, operária e camponesa. Um frágil ponto, é a construção da ditadura do proletariado com a colaboração da classe operária em conjunto com a classe camponesa, e o autor atribui o adjetivo de caráter algébrico a esta dinâmica. Uma das indagações debatidas foi qual classe que pertenceria de fato a ditadura real? Desenvolvendo a questão, Trotsky infere que a missão dessa revolução social deveria consistir em revolução agrária e a reconstrução democrática do Estado. A central discussão de Trotsky nesta obra é apontar a necessidade da revolução em demais países para que a revolução russa se estabelecesse, isso se explica por conta de suas carências econômicas e históricas. O autor, manifesta preocupação com um possível isolamento que o país sofreria se não começasse a investir no mecanismo de propagar a revolução nas demais nações. Destaco parte do trecho em que é apontado argumentação discutida acima: “O internacionalismo não é um princípio abstrato: ele não é senão o reflexo político e teórico do caráter mundial da economia, do desenvolvimento mundial das forças produtivas e do ímpeto mundial da luta de classes. A revolução socialista começa no âmbito nacional, mas nele não pode permanecer(...). Proclamavam ser perfeitamente possível construir na União Soviética uma sociedade socialista isolada, bastando-se a si mesma. A revolução mundial, deixando de ser uma condição indispensável para o triunfo do socialismo, torna-se para eles, apenas, uma circunstância favorável. ” (TROTSKY, Leon)
O intelectual marxista aponta que a revolução permanente seria uma revolução
que não iria se contentar com o estágio democrático, estaria concentrando forças para desempenhar as medidas socialistas tanto a nível nacional quanto ao internacional. É válido pontuar, que após consolidar o estado democrático para combater a ideologia burguesa deveria se estabelecer as questões operárias via reformas sociais. No próprio texto, o autor destaca a importância do regime democrático por acreditar ser um ambiente favorável para a educação socialista. Neste tópico, gostaria de abordar a relevância do trabalho de base para o desenvolvimento e consolidação da revolução proletária. Apresentando uma leitura contemporânea brasileira, vê-se a urgência de construir mecanismos didáticos para as classes de fato oprimidas. Portanto, a discussão do socialismo deve alcançar indivíduos que vivem as formas de dominação mais evidentes. O trabalhador participa da dinâmica de produção de forma maçante e repetitiva, portanto, ação produzida é materialista, mas a reflexão não necessariamente é. Cabe elucidar, que este trabalho depreende um complexo questionamento de conscientização de classe em meio um processo mecânico de produção. Ou seja, não é fácil desempenhar tal papel, mas o cenário de dominação é uma pauta urgente. É ressaltado que a passagem do momento revolucionário seria de modo inevitavelmente violento. Esta assertiva já denota o perfil militarista atribuído ao Trotsky. O teórico infere que a democracia deveria ser um estágio curto, quase um prelúdio a revolução. Nesta passagem, percebe-se como o sistema democrático poderia se apresentar de forma sorrateira ao se instalar no aparelho estatal. Percebe- se que o regime apontado é mais um mecanismo de alcançar a revolução do que uma proposição final do ideal. Uma crítica desenvolvida no texto era como a prática do partido bolchevique estava se tornando cada vez mais burocrática, conservadora e hierárquica. Fica explícito no seguinte trecho: “Iniciada pela ressurreição artificial de certas reminiscências históricas e pela falsificação do passado longínquo, levou a uma revisão completa das ideias do grupo dirigente da revolução. Já explicamos muitas vezes que essa revisão dos valores foi provocada pelas necessidades sociais da burocracia soviética: tornando-se cada vez mais conservadora, ela aspirava uma ordem mundial estável. (...). Limitar-nos-emos a acentuar que a burocracia está perfeitamente consciente da ligação que existe entre suas posições materiais e ideológicas e a teoria do socialismo nacional. ” (TROTSKY, Leon. pp. 66)
Um teórico que aborda sobre essa questão de oligarquização do partido é Robert
Michels, que desenvolve a teoria que o processo burocrático demasiado pode gerar classes no interior da organização política. Cabe uma citação do autor alemão: “Qualquer organização de massa tende inexoravelmente à oligarquia de sua direção e centralização burocrática. ” (MICHELS, Robert. pp. 247) Dentro da discussão de expandir a revolução socialista ao mundo, uma das justificativas do intelectual era que a burguesia global não iria tolerar durante muito tempo a existência de uma ditadura do proletariado russo. Toda essa apologia de expansão revolucionária é um reflexo da descrença que o próprio Trotsky identificava no operariado soviético. Acreditava-se que sob uma pressão organizada do proletariado seria possível neutralizar as ações da burguesia imperialista. Retomando a discussão de quais países possuíam um perfil economico-político maduro para desenvolver a revolução socialista. Cabe elencar os teóricos citados pelo autor, Kamenev e Ricov apontavam sob uma visão geral que Inglaterra e outros países adiantados possuíam o perfil para empreender um processo revolucionário e posteriormente deveria acontecer na Rússia. Alcançando a conclusão do texto, Trotsky esboça pontuais críticas a participação do Stalin na revolução chinesa, que aponta como uma má caricatura do próprio menchevismo. Esta análise é construída porque a Internacional Comunista imputou ao Partido Comunista Chinês que se aliasse aos Kuomintang e aguardassem o momento ideal para eclosão da revolução. Foi interceptada uma carta de Stalin aos comunistas chineses que era para abortar as rebeliões agrárias. Após alguns fatos, a China se organiza e promove a Revolução Chinesa com o líder Mao-Tsé-Tung. Em suma, o seguinte texto propôs apresentar o pensamento trotskista e sua visão acerca dos movimentos revolucionários a sua época.