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POEMA Miolo 2005-06
POEMA Miolo 2005-06
em branco
POEMA
Projeto de Orientação à Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
Envolveu pessoas
Envolveu anseios
Envolveu magia
Eterno romance
Eterno fazer
Eterno POEMA
embranco
FeNEA
Orientação e caracterização
SeNEMAU
Pág.
A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA 11
EMAUs 15
EMAUs E COMUNIDADE 17
EMA 29
IN LOCO 32
AMA 39
Estatuto do AMA 49
Casas 62
CÉLULA 66
EMCASA 70
EMAU PUC-Minas 74
9º SeNEMAU 84
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EMAUs
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comunidades sem acesso ao conhecimento do arquiteto e urbanista.
Inclusive a atividade do EMAU vêm disseminando a importância deste
conhecimento.
LABORATÓRIO DE ESCRITÓRIO
EMAU
EXTENSÃO MODELO (EMAU)
Iniciativa de
Professor Estudantes
Implantação
Gestão/Administração
Professor Estudantes
de Recursos
Universidade/Mercado
Recursos Financeiros Universidade
Privado
Infra-Estrutura Universidade Universidade
Captação e Escolha de
Professor Estudantes
Projetos
Qualquer Projeto Comunidades
Área de Atuação Escolhido pelo Prof. Excluídas e
Coordenador Organizadas
Participação dos
Seleção de Estudantes Livre Participação
Estudantes nos
feita por Professores dos Estudantes
Trabalhos
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EMAUs E COMUNIDADE
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trabalho que o EMAU desenvolve tem como foco principal a comunidade,
sendo nesse contexto de cidade “informal” aquela que produz o espaço
urbano que ocupa.
As cidades hoje necessitam de arquitetos interlocutores,
“arquitetosurbanos”, que façam pontes entre os agentes urbanos
(comunidades e poder público). Arquitetos que saibam ler a cidade,
entender suas nuances e trabalhar a partir delas.
“Dar comida a quem tem fome, tratar uma pessoa doente, construir casas ajuda a
salvar vidas e dar dignidade a muita gente. Mas o trabalho que busca despertar a
consciência , mobilizar grupos sociais, influenciar políticas públicas representa ações
no campo da cidadania que fazem parte da transição da democracia representativa
para a democracia participativa.”
Oded Grajew
Diretorpresidente do instituto Ethos
“O assistencialismo não avalia o impacto da ação, enquanto a promoção humana
busca resgatar as pessoas e colocálas em situação ou em condições mais humanas. O
assistencialismo não muda o processo, atua apenas nos sintomas.”
Luis Norberto Pascoal
Coordenador do Comitê Nacional do Voluntariado
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Carta de Princípios dos Escritórios Modelo de Arquitetura
e Urbanismo
PRINCÍPIOS DO EMAU
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E AGORA JOSÉ?
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As pessoas...
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Os projetos...
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Normalmente, o tempo de estudos e projetos dentro do EMAU é
diferenciado de projetos acadêmicos hipotéticos, ou de projetos
comerciais. O contato direto com a comunidade, o processo projetual
participativo, o enriquecimento do projeto com consultas e apoio de
outras áreas do conhecimento, são fatores que qualificam muito os
projetos dos EMAUs, mas também fazem aumentar seu tempo.
Dessa característica do tempo de projeto é que se nota outra
importância da existência do trabalho dos EMAUs. Em escritórios de
arquitetura privados ou entidades com fins lucrativos seria inviável a
captação de projetos com a demanda de tempo absorvida pelo EMAU
não de uma maneira desgastante, mas de uma maneira
didáticopedagógica.
Para encontrar um projeto com um perfil que contemple os
princípios defendidos pelos EMAUs, pela FeNEA, podese procurar por
associações de bairro, associações de moradores e demais entidades
representativas de populações excluídas. Quando trabalhamos com
comunidades organizadas temos uma participação, direta ou indireta,
mais efetiva dos moradores locais e uma garantia maior da
sustentabilidade de qualquer intervenção, seja ela política, social,
habitacional ou patrimonial.
O Estatuto da Cidade, lei nº 10.257/01, tem contribuído bastante na
reunião de representantes das comunidades de diversos municípios. Um
espaço deste caráter, onde problemas habitacionais e urbanos são
expostos pelos cidadãos mais atingidos, é um local propício para adquirir
informações e contatos para descoberta de projetos interessantes.
Um segundo espaço de busca neste imenso leque é o meio
universitário. Dentro da Universidade existem, em outros Cursos,
diversos projetos de extensão que geralmente precisam de estudos e
projetos arquitetônicos a serem executados paralelamente ou
conjuntamente com a equipe inicial.
Existem algumas vantagens quando se parte de um projeto já
iniciado, como a existência de um contato com a comunidade, e estudos
iniciais desenvolvidos.
Quando a opção for pela busca de um projeto partindo de um
trabalho de extensão já existente, a procura em outros cursos fora da
Arquitetura e Urbanismo pode apresentar mais uma vantagem, que é o
de já começar a trabalhar com um grupo multidisciplinar. Esses trabalhos
podem ser adequados e complementar perfeitamente os trabalhos do
EMAU.
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convênios e/ou parcerias com a prefeitura da cidade, com outros órgãos
governamentais municipais, regionais e federais, além de conseguir
financiamentos em instituições, ONGs e outras entidades nacionais e
internacionais.
O Estatuto também é fundamental para muitas outras conquistas
do EMAU. Na maioria das Universidades, é muito difícil conseguir um
espaço físico sem um Estatuto. E como esta normalmente é uma questão
decidida por professores, a credibilidade que eles darão ao trabalho do
EMAU enquanto grupo de estudantes será muito maior com um Estatuto
que regularize e oficialize os trabalhos deste grupo, sendo na maioria dos
casos o Estatuto decisivo para a obtenção do local de trabalho.
Outras importantes conquistas, muitas vezes desencadeadas pelo
Estatuto, são as aquisições de recursos materiais e financeiros das
Universidades, bolsas de extensão, fundos de amparo à extensão
universitária, e outros benefícios que se tem direito enquanto grupo de
extensão.
O Regimento Interno do EMAU, como o próprio nome diz, é um
conjunto de diretrizes criadas pelos próprios estudantes, estabelecendo
como funcionarão as ações do grupo. É um documento que inicialmente
pode ser rascunhado pelos estudantes, onde sejam expostas as
características de seus trabalhos, como eles serão elaborados e
principalmente como serão distribuídos os esforços necessários à
realização destes trabalhos dentre as pessoas do grupo.
O Regimento Interno facilitará bastante os trabalhos quando for
desenvolvido o Estatuto. Podemos chamar o Regimento Interno de um
“embrião” de Estatuto.
Mais uma importante questão que pode estar presente no
Regimento Interno, ou diretamente no Estatuto, é como se dará a
sustentabilidade política do EMAU. Ou seja, como será a substituição das
pessoas mais antigas, com mais experiência no EMAU, por pessoas mais
novas.
Esta questão é extremamente peculiar a cada EMAU, não sendo
portanto assunto possível de ser generalizado por depender da forma
com que cada EMAU irá desenvolver seus trabalhos.
Alguns exemplos reais de Estatutos estão presentes logo a seguir,
no Histórico dos EMAUs.
Vale lembrar que é importante uma assessoria jurídica para a
elaboração do Estatuto, é uma orientação que evitará perdas
desnecessárias de tempo.
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Histórico dos EMAUs
EMA
Escritório Modelo de Arquitetura
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Artes e Comunicações
Rua Acadêmico Hélio Ramos, Cidade universitária
Recife PE
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interessa por seus problemas.
Após dois anos de trabalho o EMA da UFPE consegue suas
primeiras bolsas de extensão com o Projeto Castainhos e com o grupo de
biologia do Nação Xambá, a universidade não demonstra maleabilidade
suficiente para oficializar o EMA como grupo de extensão, sendo seus
projetos oficializados separadamente como projetos de extensão de
professores. O espaço físico do EMA restringese a um armário entre os
dos alunos de arquitetura, a necessidade de uma sala foi tornada
fundamental desde a produção de trabalhos não recolhidos no local, foi
intensificada no VIII SeNEMAU de Recife e se torna premente com a
multiplicação de projetos.
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IN LOCO
Grupo de Pesquisa e Extensão Comunitária
Universidade Ritter dos Reis
Rua Orfanotrófio, 555 Alto Teresópolis
Porto Alegre RS
Formação do Grupo:
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num diálogo franco encontramse soluções para o bem comum.
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FeNEA, que teve sede em Porto Alegre, o grupo foi convidado a organizar
um ateliê. O trabalho consistiu em oficinas de desenho, maquete, etc.
Essas oficinas foram feitas com crianças e serviram para apreender a
percepção que elas têm da vila, fazendo maquetes e desenhando o
caminho que fazem para ir de casa até a escola e à associação de
moradores.
Outras parcerias:
Essas atividades com as crianças permitiram ao grupo se integrar à
comunidade, e a partir do segundo ano, passamos a discutir com os
moradores e lideranças sobre uma nova alternativa de ação. Firmou
então uma parceria com a Associação de Moradores da Vila Nossa
Senhora do Brasil e com o grupo de hiphop da comunidade DNA mc's.
Desta parceria resultaram diversos eventos e atividades sociais como
festas juninas, dia das crianças, Festa Pela Causa e festa de Natal, que ao
mesmo tempo em que beneficiavam a comunidade ajudavam o grupo a
se aproximar dos moradores.
Paralelamente a estas atividades, no que diz respeito à arquitetura,
o grupo optou por trabalhar na qualificação dos espaços públicos,
acreditando que a melhoria dos espaços de uso comum estimula os
moradores a providenciarem melhorias para suas próprias casas. Na
medida em que vêem qualificados os espaços da vila podem valorizar o
local onde moram e desenvolver um sentimento ligado ao lugar, podem
se sentir orgulhosos de viver nesta vila e, com isso, desejosos de vêla
cada vez mais qualificada e de trabalhar para este fim.
Projetos:
O grupo, com o auxílio dos integrantes do DNA mc's, fez um
levantamento do espaço da vila, verificando uso e tipologia das
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edificações, características das vias de circulação interna e como estas
se relacionam com a cidade. Este levantamento permitiu mapear vazios
no tecido urbano e pontos que poderiam ser estratégicos para uma
intervenção que beneficiasse a vila como um todo. De posse dessas
informações, em reuniões na associação de moradores o grupo mais a
comunidade decidiram que ideal seria tratar primeiramente de pontos
chaves localizados na Rua Nossa Senhora do Brasil. Foram definidos
quatro pontos de intervenção que formariam o “Corredor Cultural da
Brasil”.
Decidiuse por tratar no princípio de dois desses locais, escolhidos
por sugestão dos moradores. O primeiro, um vazio numa das
extremidades da Rua. N. S. do Brasil, um ponto de ligação com a cidade
dita formal. O segundo ponto a meio caminho entre as duas
extremidades da via, na entrada de um dos seus diversos becos.
Feira da Brasil:
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comunidade.
Beco 21:
Já no segundo espaço,
denominado Beco 21, foi feito, em
conjunto com os moradores,
levantamento físico, social e
ambiental do local. Considerandose
crítica a falta de pavimentação e de
drenagem da água das chuvas, a
presença de instalações elétricas
precárias, a falta de um lugar
adequado para as crianças brincarem e a falta de segurança. Os
moradores, num total de 22 famílias, julgavam necessário resolver em
primeiro lugar a questão da pavimentação e do escoamento da água.
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Beco 21, os moradores junto com o grupo In Loco estão buscando meios
para concluir a obra.
O grupo hoje:
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Por tudo isto, registro minha emoção e orgulho, pois sintome cúmplice deste
grupo de alunos excepcionais da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do UniRitter,
futuros arquitetos brasileiros mergulhados neste tão doloroso e tão real problema
nacional a favela e sua gente.
Maria Isabel Marocco Milanez
CONTATOS
FONE (51) 3230.3333 ramal 3258
inloco@ritterdosreis.br
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AMA
Ateliê Modelo de Arquitetura
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
Rua Antonio Edu Vieira, Cidade Universitária da Trindade
Departamento de Arquitetura e Urbanismo Centro Tecnológico
Florianópolis SC
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construções.
O resultado desta atividade a alegria da comunidade por poder
minimizar todo aquele sol de Campo Grande com tão pouco custo nos
emocionou e nos estimulou a voltar pra Floripa e começar a trabalhar.
Durante mais de um ano passamos por um processo lento e
gratificante, aonde vimos nosso grupo começar a surgir. Foram horas de
discussões e a luta era para que o trabalho fosse feito de maneira coletiva.
Porém, foi somente com o primeiro projeto que conseguimos
avançar nas discussões e aprender com a vivência prática. Antes de
elaborarmos estatuto ou regimento interno, fomos experimentar o contato
e a aprendizagem direta, o que nos ajudou muito a, depois, saber quais as
melhores formas de nos organizar internamente e assim redigir nosso
estatuto. A vivência foi fundamental neste processo.
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POEMA - Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
experiências, num processo constante de troca.
Nos organizamos dentro do grupo, reformulando a estrutura interna
do AMA, que passou a ser formado por Comissões de Projeto. Nesta
época, em março de 2002, surgiram três projetos, o que nos fez optar por
essa organização em comissões. Nosso orientador era (é) o professor
Lino Peres, figura importante na vida o AMA, desde o início. Grande
estimulador e parceiro.
Entretanto, como uma das poucas pessoas dentro do Departamento
de Arquitetura e Urbanismo da UFSC envolvidas com causas sociais,
nosso orientador sempre esteve (está) imerso em várias atividades, fato
esse que sempre nos deu liberdade para gerir o AMA, mas um tanto de
desamparo também, devido a ausências. Refletindo hoje sobre essa
questão, sentimos que essa 'ausência' foi importante para nossa
autonomia. Por outro lado, nos trouxe (traz) problemas, tanto na orientação
dos projetos, como na captação de recursos.
Hoje estamos nos aproximando de outros professores, buscando
trazer mais e diferentes profissionais para dentro do AMA.
E a captação de recursos veio através de um projeto de extensão,
que durante todo ano 2002 nos forneceu três bolsas de extensão, uma
para cada Comissão. Foi com essas bolsas que dividíamos dentro das
Comissões entre 3 ou 4 pessoas que pudemos viabilizar deslocamentos
até as comunidades, material de reprografia, revelação de fotos e todo
suporte para a realização dos trabalhos nas três comunidades. Além do
recurso que conseguimos junto ao projeto ProExtensão: um computador e
um acervo bibliográfico. Não conseguimos renovar estas bolsas e até hoje
trabalhamos sem qualquer recurso. O trabalho fica assim prejudicado,
com menos idas às comunidades, por exemplo.
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POEMA - Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
implantado.
Hoje existe a perspectiva de um grande parque urbano num terreno
nas proximidades da comunidade, que iria atender todo o continente, que
carece muito de áreas verdes de lazer. Esperase que tal necessidade seja
considerada pelo poder público este que historicamente vem agindo em
benefício das classes dominantes. E as classes dominadas permanecem
sendo escondidas atrás de fachadas na via expressa. Ou nos morros e
guetos da cidade...
Comissão Panaia
A comunidade da Panaia, localizada no bairro Carianos, ao sul da
ilha, pode ser classificada como uma pequena favela. Mas com
características bem específicas. Ela está restrita a uma área no interior de
um quarteirão, em malha urbana já conformada, com um pequeno acesso
que lhe dá forte característica de “gueto”.
É formada por duas famílias e seus descendente, que atualmente
somam 40 famílias e 164 pessoas. São em sua grande maioria negros e
ocupam a área a longos 40 anos de exclusão, preconceito e submissão.
Depois de um difícil processo para reverter uma ordem de despejo,
fomos chamados para desenvolver, em conjunto com a população, o
projeto urbanístico, paisagístico e habitacional para a área em questão.
Durante sua elaboração, estivemos em contato com a realidade social e
com a conformação espacial já consolidada, isso foi decisivo para
chegarmos a um projeto coerente, que contempla o planejamento
arquitetônico e os anseios da população.
Apesar disto, ele precisou sofrer modificações e adaptações devido
a extensas e controversas negociações com a Secretaria de Habitação do
município de Florianópolis, além do IPUF, Promotoria Pública, etc. Essa
experiência nos fez vivenciar a realidade da política pública, e romper
barreiras e preconceitos quanto ao diálogo e trabalho em parceria com as
comunidades envolvidas.
Hoje podemos comemorar. Devido à luta e persistência da
comunidade, junto ao nosso esforço diante do processo, conseguiremos,
em um futuro muito próximo, executar o projeto em parceria com a
Prefeitura Municipal de Florianópolis.
O trabalho que desenvolvemos com esta comunidade, ao longo de
dois anos, compreende muito mais do que simples extensão universitária.
Conhecer e vivenciar as dificuldades pela qual passam os indivíduos
destituídos de cidadania e autoestima nos remete a nossa própria vida e
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POEMA - Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
alegam a poluição do lençol freático pela comunidade, por estar em área
de preservação permanente (APP), sendo que a poucos metros dali
encontramos esgotos a céu aberto desembocando diretamente no mar.
Esgotos de quem? De hotéis de luxo, restaurantes caros, lojas de grife, até
de mansões à beira mar.
É evidente que para a cidade, é preciso “esconder” certos tipos de
população “nãoapropriadas” a certos espaços urbanos. Esse descaso
com a luta dos moradores é evidente na proposta do novo plano diretor,
hoje em trâmite na Câmara de Vereadores, proposto pelo IPUF, onde a
região de Angra é vista em parte como Área Turística Residencial (ATR),
cortada por uma grande via, e desconsiderada no fim da rua, como se ela
não existisse.
A Associação de Moradores ACARI vem lutando pela legalidade da
área, para que não sejam despejados. O pedido está parado no
Patrimônio da União desde 2002, e enquanto esperam, os moradores
atuam na área, em parceria com o AMA, através de trabalhos constantes.
Muros de arrimo com garrafas pet, mutirões de plantio de mais de 2000
mudas de plantas nativas, coleta de mais de 2 toneladas de lixo das dunas,
participações em reuniões com o Conselho Comunitário dos Ingleses,
com vereadores, entrevistas com a mídia, vem fortalecendo cada vez mais
o movimento de resistência desta comunidade.
O objetivo do trabalho é a criação de um parque na área estabilizada
com vegetação nativa, onde os próprios moradores da comunidade
poderão mostrar aos outros moradores da Ilha e aos turistas um pouco
sobre o que é viver em harmonia com a natureza; as características
ambientais e a história de uma área tão bela e conflituosa; além da criação
de um espaço gerador de renda para a população.
Comissão Serrinha
O projeto na comunidade da Serrinha nasceu da união de algumas
ações já consolidadas e novos projetos que surgiram após a
disponibilidade de um terreno da Universidade localizado na comunidade.
Diversas áreas estão envolvidas: Saúde (através do H.U.),
Engenharia Sanitária e Ambiental, Biologia e Desportos. Para a
continuidade desses projetos sentiuse a necessidade de um local
apropriado, cujo projeto está sendo desenvolvido pelo AMA.
Seguindo o princípio de aproximação Universidade Comunidade, o
prédio disponibilizará de salas, biblioteca, laboratório da Botânica (cujo
objeto de estudo será a Mata Atlântica existente no terreno) e uma sala
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O grupo hoje...
Com a projeção dos trabalhos do AMA, e através de constantes
divulgações dentro do curso (como coquetéis, exposição de fotos,
apresentação de vídeos e momentos de debate) conseguimos um
espaço no prédio, uma sala que servia de depósito. Ter nossa sala mudou
nossa relação com o curso; transformouse numa referência física, um
local onde podíamos ser achadas, onde aconteciam as reuniões
semanais, enfim, nossa casa.
As reuniões semanais são momentos do grupo todo, momentos
coletivos, onde cada comissão expõe a situação atual dos projetos, onde
trocamos informações, e passamos um tempo juntos. Sempre houve a
vontade de estabelecer nesse horário seminários, para leitura de textos e
amadurecimento de idéias, chamando professores e estudantes para
encontros informais, debates que possam embasar nossa atuação.
Porém ainda não conseguimos consolidar essa prática.
No ENEA Curitiba 2002, Floripa foi escolhida para ser sede do VIIº
SeNEMAU. A partir daí formamos a Comissão Organizadora do SeNEMAU
Floripa, que aconteceu em fevereiro de 2003. Preparamos Ateliês na três
comunidades em que estávamos envolvidas e propusemos dinâmicas
que integrassem os participantes, numa construção/gestão coletiva do
seminário. Os debates foram em torno do tema "extensão como
comunicação", e foi a partir daí que começamos e estudar mais as teorias
pedagógicas de Paulo Freire, e refletir a atuação da extensão universitária
dentro de uma prática de educação libertária. Esta reflexão permeia nosso
trabalho sempre.
O SeNEMAU em Floripa mexeu com o grupo, aumentou nossos
vínculos, expôs nossas deficiências. Aproximounos de nós mesmos e das
comunidades.
O debate sobre "extensão como comunicação" levamos também
para o ENEA Ouro Preto, numa oficina que realizamos durante o encontro.
A intenção era estimular nos participantes a percepção de formas de
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POEMA - Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
linguagem em comunidades excluídas. Entender a arquitetura e o
urbanismo destas comunidades como expressão cultural, assim como a
música (samba) e os movimentos de resistência (hip hop). Entender a
arquitetura e a configuração espacial nestas comunidades como
expressões de identidade própria é essencial para atuações junto à esta
população.
Mesmo com a experiência crescendo (e os resultados dos projetos
tendo grande repercussão, inclusive dentro da Prefeitura Municipal) ainda
não éramos oficializados dentro do Departamento. Não éramos
reconhecidos, embora já tivéssemos um estatuto pronto, e uma atuação
cada vez mais consolidada. Tentamos levar a discussão entre os
professores, e regulamentar nosso estatuto nas reuniões de Colegiado.
Foram meses de tentativas frustradas, e várias questões levantadas pelo
corpo discente do curso a grande maioria fruto do medo pela
regulamentação de um grupo de autonomia estudantil. Conseguimos o
'reconhecimento' em novembro de 2003, com a oficialização do Estatuto
do AMA.
A renovação no grupo sempre foi uma preocupação nossa; motivo
pelo qual fizemos divulgações do AMA dentro do curso, e produzimos
jornais e informativos. A continuação dos trabalhos, e principalmente da
essência do tipo de extensão que defendemos, é a razão de tentarmos
estimular a entrada de novos integrantes no AMA. O que tem sido difícil,
porque apesar do interesse em participar dos projetos, os novos
integrantes, na maioria, ainda enfrentam dificuldades no engajamento nas
comissões.
Tem sido um desafio estimular uma postura mais ativa por parte dos
novos integrantes, para que eles façam parte do processo contínuo de
construção do AMA. Desafio esse que percebemos em outros EMAUs
com a mesma 'idade' que o AMA: as pessoas vão se formando, vão saindo
do grupo, e a dificuldade é que o grupo que permanece dê continuidade
aos trabalhos, e se transforme cotidianamente, dando sua cara ao EMAU.
Pudemos perceber essa questão em conversas e apresentações
dos EMAUs no VIIIº SeNEMAU 2004, em Pernambuco. Os EMAUs tem
uma vida em constante modificação, e é necessário que os grupos
estejam preparados para isso, para as renovações. Concluímos nesta
ocasião que uma maneira de fazer isso é estar sempre conversando;
estimulando um pensamento crítico, a respeito não só da arquitetura,
como do ensino, das ideologias urbanas, da sociedade. Estimulando o
potencial de transformação dos estudantes e futuros profissionais, das
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comunidades e dos movimentos populares. Alimentando sempre os
sonhos.
“(...) uma atuação prática que busque e aponte novos modos de produção
arquitetural, ao mesmo tempo que aprofunde a crítica ao atual modo de produção,
mas isso, via uma prática acadêmica que atrele a universidade pública às camadas
populares, na problemática espacial dessas camadas e nas questões sociais
envolvidas na produção do espaço. Obviamente com o objetivo de emancipação das
camadas populares e concomitante superação das contradições estruturais da
sociedade.”
(Canteiro Livre Experimental e Comunitário num acampamento do MST. Unesp
Bauru 2002)
CONTATOS
ama_ufsc@yahoo.com.br
(48) 3319393 / 3319550 (DAU UFSC)
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POEMA - Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
Estatuto do AMA
Ateliê Modelo de Arquitetura
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
Rua Antonio Edu Vieira, Cidade Universitária da Trindade
Departamento de Arquitetura e Urbanismo Centro Tecnológico
Florianópolis SC
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CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
FINALIDADES
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POEMA - Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
organizadas em projetos nas áreas da arquitetura e urbanismo, como
habitação, paisagismo e outras, potencializando a atuação profissional
nas parcelas da sociedade impedidas de adquirir esses serviços;
c) Tornar disponíveis às comunidades carentes que não têm acesso
aos profissionais da área da Arquitetura, recursos humanos, técnicos e
científicos da Universidade, capazes de contribuir para a melhoria da
qualidade de vida e do ambiente construído;
d) Realizar os trabalhos de extensão para o coletivo, atingindo o
maior número de beneficiários possível, através de Associações de
Moradores, entidades e Conselhos de bairro e demais organizações
comunitárias, nunca realizando trabalhos assistencialistas, ou de
interesse pessoal;
e) Realizar estudos e elaborar diagnósticos, bem como assessorar
a implantação de soluções indicadas para os problemas diagnosticados
em todo o processo do projeto arquitetônico, dos estudos preliminares
ao uso e funcionamento;
f) Desenvolver projetos com participação dos beneficiários em
todas as etapas do projeto em questão, de modo a garantir a mobilização
social e a composição de propostas e intervenções arquitetônicas e
urbanísticas que respondam democraticamente às necessidades e
anseios das populações beneficiadas pelos trabalhos de extensão;
g) Valorizar os estudantes e professores da Universidade Federal
de Santa Catarina e a referida instituição junto ao meio acadêmico, ao
meio profissional e junto à sociedade, bem como promover o
reconhecimento da Arquitetura e do Urbanismo e a necessidade da
atuação do profissional arquiteto urbanista pela comunidade;
h) Desenvolver atividades permanentes de pesquisa em habitação
popular, sustentabilidade sócioeconômica, além de estudos urbanos,
paisagísticos e de impacto ambiental;
i) Estabelecer convênios com instituições nacionais e
internacionais, tanto na área de cooperação e intercâmbio técnico e
científico, quanto na área de pesquisa, bem como na obtenção de
recursos para a viabilização dos princípios interdisciplinares acima
propostos;
j) Não remuneração dos serviços prestados pelo AMA por parte dos
beneficiários, sendo sua sustentabilidade financeira e a de seus
participantes entendida como compromisso da UFSC com a produção
de conhecimento e tecnologia, e da extensão destes à sociedade.
(Ver artigo 29°)
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CAPÍTULO III
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POEMA - Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
d) Requerer a convocação da Assembléia Geral e do Conselho do
AMA, na forma prevista neste estatuto.
a) Pela renúncia;
b) Pela conclusão, abandono, cancelamento de matrícula ou
jubilamento do curso na UFSC no caso de membros Efetivos;
c) Pela morte;
d) Por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros da Assembléia
Geral fundamentada na violação de quaisquer das disposições do
presente estatuto;
e) Pelo esgotamento do tempo máximo de permanência de (3) três
anos, salvo os casos onde o Conselho do AMA decidir pela continuidade
da execução das atividades de Membro Efetivo.
CAPÍTULO IV
TÍTULO I
ASSEMBLÉIA GERAL
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Arquitetura e Urbanismo.
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total dos membros, não havendo oposição maior que 2/3 (dois terços)
dos membros.
TÍTULO II
CONSELHO DO AMA
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POEMA - Projeto de Orientação a Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo
sendo que o número de membros Efetivos do Ateliê Modelo de
Arquitetura, no Conselho do AMA, nunca seja igual ou inferior à metade
do total de membros do Conselho do AMA.
TÍTULO III
COMISSÕES DE PROJETO
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PARÁGRAFO ÚNICO Nos atos que envolverem questões relativas a mais
de uma Comissão de Projeto, responsabilizamse pelas obrigações
sociais do AMA os membros do Conselho do AMA.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
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Compõe as Comissões de Projeto do AMA na data de sua fundação, os
Membros Efetivos do AMA:
Comissão Panaia
- Ana Cláudia Lorenzi
- Leonardo Silva Rodrigues
- Thaísa Kleinubing
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Casas
Centro de Ação Social em Arquitetura Sustentável
UnB Universidade de Brasilia
Fau Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Campus Universitário Darcy Ribeiro
Brasilia DF
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deslocar por conta própria e trabalhar aproveitando a infraestrutura
oferecida pela faculdade. Esse primeiro projeto tinha como objeto final a
construção de um novo abrigo para esses adolescentes, que seria uma
ampliação da instituição. A comunidade, liderada por irmãs católicas,
possuía uma verba para a construção que exigia prazos curtos para que o
projeto estivesse pronto. Isso exigiu do grupo, que estava se
estruturando, e cheio de vontade de trabalhar, um projeto de arquitetura
elaborado em um curto espaço de tempo, e logo em seguida o início do
acompanhamento da obra. A relação com a comunidade foi bastante
limitada, não estiveram envolvidos com o processo projetual. A liderança
era muito marcante e dificultava as relações com as pessoas da
comunidade.
De qualquer forma, foi uma excelente maneira do grupo ir se
testando, conhecendo as relações e entender a forma como queria
funcionar. Desde o princípio, adotamos a postura de trabalhar primeiro
pra depois pensar em estatuto e formas de gestão. Houve algumas
tentativas de formulação de estatuto, todas foram em vão.
Outro projeto com características semelhantes foi iniciado no
CASAS logo em seu primeiro ano de funcionamento. Dessa vez,
trabalhando com uma ONG, também assistencial, em uma outra cidade
satélite do DF. Em Brazlândia, a comunidade solicitou ao EMAU um
projeto para reforma de uma creche em funcionamento, e a construção,
em um outro terreno adquirido pela instituição, de casaslar para crianças
órfãs, lar para velhinhos, espaço para cursos profissionalizantes para
adolescentes da comunidade.
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não conseguimos fechar a apresentação, mas o resultado dos encontros
e conversas durante a filmagem foi a retomada do sentimento de grupo,
do autoconhecimento. Assim, o CASAS chegou em Recife unido e pronto
para se apresentar de qualquer outra maneira terminamos cantando um
repente, contagiados que estávamos pela cultura Pernambucana.
Voltamos do SeNEMAU empolgados pela energia positiva do
encontro, prontos para contagiar os amigos que não puderam ir. E foi
com essa energia que pegamos um novo trabalho junto à Faculdade que
realizou um convênio com uma ONG, visando capacitar estudantes de
comunidades marginais do DF num curso de paisagismo, financiado
pelo programa 1° emprego do Governo Federal. O objetivo desse
processo é realizar intervenções paisagísticas em praças degradadas do
entorno de Brasília. Nesse novo processo estão atuando,
predominantemente, os novos membros do grupo, enquanto alguns dos
veteranos se afastaram, afinal, têm que se formar algum dia.
Esse novo trabalho ainda está em andamento, mas a vivência de
até então mostrou que um processo projetual participativo junto às
comunidades pode ser muito mais completo do que a velha relação
estéril cliente X arquiteto. Mostrou também que as parcerias com
entidades como ONGs, Governos, Prefeituras e a própria Faculdade
possuem um enorme potencial, mas devem ser pensadas com cautela.
Isso porque as relações de interesse são muito desiguais e quase
sempre resultam em prazos curtos, “só pra mostrar serviço”.
Entendemos que isso não condiz com a realidade do trabalho social com
comunidades, cada uma com sua dinâmica, cada processo com seu
ritmo. Forjar resultados é, essencialmente, uma prática assistencialista.
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CÉLULA
Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo
Universidade Federal do Espírito Santo UFES
Vitória ES
E como surgimos?
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muito menos reivindicamos computadores ou tentamos aprovar um
estatuto, queríamos que estas coisas acontecessem como
conseqüência. Por este motivo o CÉLULA funciona até hoje dentro de
uma caixa onde reunimos todo o nosso material.
Os projetos...
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Blocos e Facções do município de Cariacica.
A COOBLOFAC foi criada através de um incentivo do movimento
missionário da Igreja Católica, objetivando uma fonte de renda para
famílias de comunidades carentes daquele município.
Nas primeiras aproximações com
a cooperativa, as principais solicitações
eram de que se desviasse o curso da
água que passa não só pelo terreno
mas por todo bairro, provocando
constantes inundações, e ainda a
criação de uma quadra de futebol que
proporcionasse uma maior integração
Foto 03 O terreno da COOBLOFAC dentro da comunidade na qual a fábrica
se insere.
Realizados os levantamentos físicos
e fotográficos do terreno, constatamos
junto com os cooperativados que as
necessidades da cooperativa estavam
além do solicitado, visto que a própria
linha de produção e espaços físicos já
existentes poderiam ser otimizados.
Foto 04 O Entorno.
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EMCASA
Escritório Modelo de Causas Sociais em Arquitetura
UFAL Universidade Federal de alagoas
FORMAÇÃO
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Com as experiências trocadas no SENEMAU Recife e o apoio do
projeto CARAVANAS realizou-se o momento POEMA na UFAL, o que
disseminou a idéia do EMAU entre os estudantes de arquitetura. Em
seguida houve uma apresentação formal do que era o EMCASA e qual os
seus trabalhos para o Departamento do curso, o que rendeu o apoio dos
professores. Foi também através desta apresentação que o Escritório
Modelo conseguiu captar seus primeiros projetos e professores
orientadores.
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MIOSÓTIS
FAVELA DO LIXÃO
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Como no caso do Alto da Boa Vista o processo jurídico encontra-se
em andamento, e neste caso, com problemas na liberação do espaço,
pois o terreno destinado para a ocupação destas pessoas está
penhorado em mais de quinze diferentes processos contra o Estado de
Alagoas.
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EMAU - PUC-MINAS
Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo - PUC-Minas
Pontifícia Universidade Católicas de Minas Gerais
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desta universidade. Dessa apresentação e recorrente reconhecimento,
resultou a demanda pelo primeiro projeto, uma creche, em Nova
Contagem, município de Contagem, em Minas Gerais.
Com uma infra-estrutura ainda precária e com dificuldades
financeiras, seus trabalhos eram desenvolvidos por seus membros em
suas residências, nas proximidades da Universidade. Somente as
reuniões ocorriam na sede do Escritório, a fim de gerar movimento e de
assegurar a permanência do espaço físico. Com uma pequena área,
aproximadamente 12 m², o escritório está bem situado dentro da
Universidade, em uma localidade agradável e de boa visibilidade para
alunos do curso e freqüentadores do campus, o que tem mostrado suma
importância para coletivizar o conhecimento e os trabalhos nele
desenvolvidos.
Seu mobiliário foi doado, em parte pelo D.C.E. (Diretório Central dos
Estudantes) e pelo D.A.A.U, e adaptado ao escritório pelos membros em
suas reformas, em regime de mutirão. Em julho de 2003 o EMAU
conseguiu através de uma solicitação à Pró-Reitoria de Infra-estrutura um
novo mobiliário, que foi projetado por seus membros e será desenvolvido
na marcenaria e serralheria da própria Universidade.
Hoje, devido à falta de computadores, desenvolvemos nossos projetos
no laboratório de informática do curso de Arquitetura e Urbanismo ou na
sede do D.A., debilitando nossas atividades no espaço do escritório, mas
sem inviabilizá-las.
O escritório conta, desde 2003, com um auxilio financeiro do
Diretório Acadêmico, que mensalmente faz um repasse, sendo este
fundamental a manutenção de suas atividades. Este repasse possibilita
adquirir os materiais necessários no dia-a-dia do escritório, como papéis,
esquadros, lápis, materiais de limpeza, dentre outros. Contamos também
com um ramal telefônico disponibilizado pelo departamento do Curso.
À medida que a demanda de projetos foi surgindo, o escritório foi
avaliando as necessidades e viabilidades de atuação no que se refere às
relações internas e forma de trabalho, deste modo foi elaborado o
Regimento Interno. Sendo assim, a cada projeto ficou determinado um
número médio de 4 (quatro) membros, variando de acordo com a
demanda do projeto, sendo um deles Coordenador de Projeto. A
apresentação do andamento acontece nas Assembléias Gerais
Ordinárias que ocorrem toda segunda-feira na sede do escritório, aberta
a todos os alunos do curso. Por muitas vezes as discussões não são
findadas nessas assembléias, gerando a necessidade de um
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Creche Ipê Amarelo
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Construtora, responsável pelo empreendimento, pediu falência e
abandonou as obras dos edifícios. Com os prédios vazios e seus
esqueletos de concreto estagnados, em 1997 moradores de rua
apropriaram-se dos edifícios, onde instalaram-se com suas famílias e
executaram pequenas obras afim de possibilitar sua habitação. Sem
nenhuma infra-estrutura, os moradores ocuparam precariamente os
dezessete andares de ambos os edifícios.
A atuação do EMAU, sob a orientação da professora e arquiteta
Margarete Araújo, ficou acordada como elaboração de infra-estrutura e
adaptação das instalações existentes. Iniciaram-se rapidamente os
trabalhos de levantamento e diagnóstico dos problemas existentes no
local. Os membros envolvidos ficaram, a princípio, responsáveis pela
elaboração de um diagnóstico, que seria apresentado à comunidade e
entregue aos moradores membros da comissão para guarda do mesmo.
Já em 2003, a orientadora sugeriu e argumentou junto aos membros do
EMAU, envolvidos ou não no projeto, uma parceria entre o Escritório
Modelo e o Escritório de Integração, por ela coordenado. Após algumas
semanas de discussão e reflexão, optou-se pela parceria, com a
concordância da maioria dos membros do EMAU. A partir desse
momento surgiram novas possibilidades de viabilização do projeto. Ao
final de 2003, o Governo da Minas Gerais disponibiliza recursos
financeiros e reforça apoio legislativo ao trabalho desenvolvido junto aos
moradores dos Predinhos de Santa Tereza. Com isso, então, forma-se
uma equipe maior, onde são agregados arquitetos recém formados e
mais orientadores.
Os Predinhos de Santa Tereza são foco da atenção dos meios de
comunicação da cidade. O EMAU acabou sendo citado em algumas
dessas matérias, o que o evidenciou dentro da Universidade e o fez, por
fim, ganhar notoriedade em jornais e em programas da TV PUC.
É um projeto com programa extenso, que, por tanto, terá várias gerações
de estudantes envolvidos
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www.desvendar.com/parquesereservas/santuariodocaraca
Fotos de 22/03/2003,por Rodrigo Bueno Belo
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Em 2002 a PUC-Minas e a RPPN do Caraça - Reserva Particular de
Patrimônio Natural do Caraça (um antigo colégio, fundado ainda no
século XVIII, importante mais tarde na formação de diversos políticos da
República brasileira e que mereceu, dentre outras, a visita do imperador
do Brasil Dom Pedro II, já no século XIX) - firmaram um extenso convênio
de atendimento ao Parque e às vilas de seu entorno, envolvendo diversos
cursos como Arquitetura, Biologia, Geografia, Serviço Social,
Enfermagem e Sociologia, no intuito de dinamizar e preservar a área e as
construções históricas de sua responsabilidade, além de oferecer
suporte às pequenas vilas que circundam o Parque, buscando formas de
beneficiar as comunidades que lá se desenvolveram.
A participação do EMAU neste projeto acontece através da
investigação das necessidades de intervenção ou reeducação da cultura
construtiva local, oferecendo apoio técnico e suporte às futuras
intervenções arquitetônicas executadas pelos moradores em suas
construções, caracterizando o projeto, em primeira instância, como uma
atividade de pesquisa.
Hoje, o EMAU, em parceria com o Departamento de Arquitetura e
Urbanismo, sob a orientação do professor Cláudio L. M. Bahia, está
investigando e fazendo o reconhecimento do sítio urbano e da
comunidade residente em Santana do Morro, vila escolhida inicialmente
para tal investigação, buscando maior aproximação e maior
conhecimento de sua população e de suas demandas, objetivando
aprimoramento de propostas, afim de torna-las familiarizadas com a
comunidade Santanense.
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Pintando o 7
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Mutirão dos Conjuntos Habitacionais
Jaqueline e Leblon
Av. Dom José Gaspar, 500 prédio s/n estacionamento do IPUC - Coração Eucarístico
Belo Horizonte - Minas Gerais - CEP: 30535-610
CNPJ: 05.580.853/0001-63
Contatos: emaupucminas@yahoo.com.br
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Histórico dos EMAUs na FeNEA
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Já no V SeNEMAU Campo Grande, realizado em 2001, o sucesso do
SeNEMAU anterior não se repetiu. A Comissão Organizadora não tinha
experiência em extensão comunitária, tão pouco em Escritório Modelo.
Isto fez com que o único ateliê fosse insuficiente para a maioria
dos participantes, falha decorrente da ausência de um trabalho e um
contato mais profundo entre a Comissão Organizadora e a comunidade,
neste caso uma comunidade de trabalhadores rurais semterras.
Porém no SeNEMAU Campo Grande não só o ateliê não teve
êxito. O Momento de trocas de experiências entre os EMAUs e as
discussões da Carta de Princípios e do POEMA foram extremamente
prejudicadas pela instabilidade interna da FeNEA, que passava por um
momento de reestruturação.
O SeNEMAU Campo Grande terminou com uma vontade coletiva
de melhorar seu formato, potencializar os ateliês e principalmente
permitir que haja a troca de experiências que for necessária entre os
EMAUs.
A Carta de Princípios sofreu sua primeira revisão neste SeNEMAU, porém
as alterações se restringiram em melhorias de texto, reduções de
palavras e expressões de duplo sentido, não havendo alterações em sua
estrutura.
O VI SeNEMAU foi realizado na cidade de Porto Alegre RS, em
Janeiro de 2002, na semana anterior do Fórum Social Mundial (FSM). Foi
organizado pelo inLoco (em processo de formação) e pelo COLMEA
Conselho Livre Metropolitano de Estudantes de Arquitetura, entidade que
teve seu início no ENEA Porto Alegre 1997 e obteve sua consolidação
com o VI SeNEMAU.
A apresentação da proposta deste seminário realizouse no V
CoNEA da gestão 00/01 em Taubaté (SP). Foi discutido e deliberado um
projeto geral que incluía proposta de data, cronograma, local, apoios e
patrocínios, tema e metodologia, assim como um breve resumo sobre as
prováveis comunidades para ateliê.
O COLMEA estava também diretamente responsável pela
organização do II Acampamento Intercontinental da Juventude, do FSM
2002, evento para 15 mil jovens. As duas atividades acabaram por dividir
os esforços da organização, refletindo no resultado do VI SeNEMAU.
Por outro lado a presença de quatro diretores da FeNEA na
Comissão Organizadora facilitou o contato com outras entidades e
profissionais pelo Brasil. Mesmo coordenado por diretores, houve
dificuldade de comunicação entre a Comissão Local e a FeNEA.
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Para que o POEMA contemplasse toda a Carta de Princípios, os
princípios foram distribuídos em três temas centrais, que são os três
primeiros tópicos do POEMA a Extensão Universitária, as Comunidades
e os EMAUs.
Após estes tópicos principais, que seriam uma espécie de ensaio
teórico sobre os princípios, apresentarseia então a Carta de Princípios,
seguida do E agora José e das experiências reais dos EMAUs com seus
históricos.
O VII SeNEMAU foi organizado pelo Ateliê Modelo de Arquitetura,
na cidade de FlorianópolisSC. Vários EMAUs já formados participaram,
tornando as discussões mais palpáveis, já que estavam girando em torno
de grupos em organização.
As discussões em torno de extensão, comunidades e EMAU
tomaram os dois primeiros dias do Seminário. Porém, a metodologia
inicial foi abandonada: pessoas que já tinham EMAU e pessoas que
querendo montar um EMAU estavam em grupos separados. Houve
necessidade de discussões entre os dois grupos, que, estando em
momentos diferentes, tornariam a troca de experiência mais rica. Assim,
cada EMAU existente fez uma apresentação de suas atividades.
Nos dias seguintes às discussões, aconteceram ateliês nas três
comunidades em que o AMA atuava. Ao final do Seminário, no fórum das
comunidades, foram avaliados, por estudantes e comunidades, os
resultados dos ateliês. Cada ateliê teve suas peculiaridades, mas o
objetivo de todos, a vivência prática da atuação de um EMAU, foi
alcançado sobre diferentes olhares.
Em Florianópolis, pela primeira vez, foi escolhida a sede do
próximo SeNEMAU, que viria a acontecer, em 2004, na cidade de Recife.
No ENEA Ouro Preto, em julho de 2003, o grupo de EMAUs havia
ganhado forças, e conversavase sobre a criação de uma Comissão
Nacional de Escritórios Modelo. Durante o ENEA, os EMAUs se
encontraram todos os dias, entre trocas de experiências e discussões em
torno do SeNEMAU Recife. Foi recebida uma Carta da junta de
arquitetura do sistema CONFEA/CREA, levantando questionamentos
quanto à atuação do EMAU. Dentre outros pontos, classificaram o
trabalho do EMAU enquanto exercício ilegal da profissão. Em carta
resposta elaborada pelos EMAUs durante o encontro, colocouse que a
carta do CONFEA foi elaborada com base em documentos antigos da
FeNEA sobre EMAUs e que o POEMA estava em processo de
reformulação. Também que o EMAU, enquanto atividade acadêmica, não
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