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Análise Teórico-Experimental de Prateleiras Miscelanicas
Análise Teórico-Experimental de Prateleiras Miscelanicas
“Prateleiras Miscelâneas”
Resumo
O principal objetivo do presente trabalho foi avaliar, experimentalmente e analiticamente, a capacida-
de de carga, por nível, de dois diferentes tipos de “prateleiras miscelâneas”. Esta avaliação consistiu na
realização de ensaios mecânicos, isto é, testes experimentais de carregamento dos níveis das pratelei-
ras e modelamento através de elementos finitos das mesmas. Os resultados mostraram que os testes ex-
perimentais estão de acordo com o modelo analítico quanto aos pontos de maiores tensões e rupturas.
Palavras-chave: Prateleiras Miscelâneas, Ensaios Mecânicos, Elementos Finitos.
Introdução
Os sistemas de armazenagem industrial, ção dos modos de flambagem e do acoplamento
também conhecidos como “racks” (prateleiras entre eles, sob diversas condições de carregamen-
miscelâneas), surgiram na década de 30 (Godley, to (Sarmanho (1991), Rodrigues (1993), Vazquez
1991) e os elementos que os compunham eram (2002), Pérez (2003)). Também, atualmente, duas
cantoneiras de aço constituídas por perfis forma- normas regulamentadores são utilizadas para
dos a frio com furos ao longo de seu comprimento. determinar as diretrizes para uso de estruturas
Esta configuração permitia grande flexibilidade, porta-paletes seletivos (ABNT NBR 15524-2) e a
e as cantoneiras perfuradas tornaram-se usuais. terminologia empregada (ABNT NBR 15524-1).
Porém, o processo de montagem através de para- A necessidade de garantir a segurança no
fusos era trabalhoso, e a baixa resistência à torção armazenamento de peças (“paletes”) foi o princi-
das cantoneiras exigia uma grande quantidade de
pal fator que levou a realização dos testes experi-
contraventamentos (Souza, 2005).
mentais de carregamento das prateleiras misce-
No Brasil, diversos estudos teórico-experi-
lâneas. Pois, as prateleiras têm mais de 15 anos
mentais têm sido feitos para a avaliação do com-
e não havia nenhuma garantia sobre a carga que
portamento dos perfis formados a frio, utilizados
cada uma poderia suportar.
na montagem de para a avaliação da manifesta-
Aparato Experimental.
Ensaios de Carregamento das Figura 3. Fixação das longarinas nas extremidades dos pila-
res para a prateleira (a) “modelo II” e (b) “modelo I”.
Prateleiras.
Os testes foram realizados com quatro “pa-
Duas “prateleiras miscelâneas” foram tes-
lets”, em cada nível, posicionados no centro das
tadas. A Figura 2 mostra um desenho esquemá-
Figura 4. Posicionamento dos “palets” em relação às Figura 5. (a) Manômetro marcando carga zero e posição
inicial da longarina. (b) Manômetro marcando carga de 5.2
longarinas. toneladas e posição da longarina para esta carga.
A primeira prateleira testada foi a do “mo- Também, um teste simulando o pior caso
delo II”. Para esta prateleira, os níveis 1, 2, 3 e 4 de carregamento foi realizado para a prateleira
foram carregados com 5.2, 5.0, 5.0 e 5.0 toneladas, “modelo I”. Este teste consistiu em carregar um
respectivamente. Deflexões na longarina do pri- “palet” centralizado em um nível (nível 1) e um
meiro nível e deformações nos pontos de fixação lado (lado A) da prateleira. As posições dos pés
das longarinas com os pilares foram observadas. do “palet” não coincidiram com a superfície su-
Para a segunda prateleira, “modelo I”, os perior da longarina, gerando maior esforço na
mesmos procedimentos foram utilizados, porém, chapa metálica. O aparato experimental pode ser
observado através da Figura 6.
os carregamentos nos níveis 1, 2, 3 e 4, foram de
até 7.5, 7.5, 5.1 e 6.0 toneladas, respectivamente.
Estes limites de carregamento foram limitados
pela deformação dos “palets”, isto é, ao atingir os
carregamentos citados acima, os “palets” come-
çavam a deformar plasticamente e, consequen-
temente, a força não era transmitida para a pra-
teleira. Também foram medidas as deflexões de
uma longarina do nível 1 (lado B) em função dos
carregamentos dos níveis (1, 2, 3 e 4) da pratelei-
ra. As deformações nos pontos de ligação (lon- Figura 6. Aparato experimental simulando o pior carrega-
garina/pilar, chapa/longarina, etc.) da prateleira mento possível da prateleira “modelo I”.
foram observadas.
Por questão de segurança na operação do
As medidas foram realizadas através da téc-
experimento, o carregamento máximo foi de 6
nica por imagens, na qual foram utilizadas duas toneladas. A deflexão na chapa e na longarina
máquinas fotográficas, uma posicionada no cen- também foram medidas.
tro da longarina (nível 1/lado B) com um padrão
de distância e a outra posicionada junto ao ma-
nômetro do macaco hidráulico (Figura 5). As Modelamento por Elementos
imagens foram geradas simultaneamente (vídeo Finitos.
e fotografia), podendo assim relacionar a deflexão
na longarina com a força exercida. As imagens O modelamento físico foi realizado através
foram processadas e analisadas através dos soft- do software solidwork – simulation, onde foi uti-
wares VirtualDub e ImageJ. lizado o módulo estrutural e estudo estático. O
suposto material utilizado na constituição das
prateleiras foi o ASTM A-36. Os contatos entre