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Tabu na masturbação infantil

Conforme cresce, a criança é atravessada por uma exploração ainda mais intensa de seu corpo,
ao passo que se movimenta e se descobre. A diferença nos corpos e órgãos genitais começa a
chamar a atenção e traz questionamento, algumas vezes embaraçosos para os pais. Os órgãos
genitais são percebidos entre os 3 e 6 anos de idade como membros que caracterizam os
meninos e meninas, chamando a atenção por suas diferenças anatômicas e instigando a
criação teorias explicativas. Inicialmente a criança costuma imaginar que as meninas ainda não
vieram a desenvolver um pênis, que, percebido externamente no corpo dos meninos como
algo saliente, virá a crescer também no futuro para elas. Os garotos, por outro lado, temem
perder esse órgão, assim como suspeitam que este foi “retirado” das meninas em algum
momento de sua vida. As descobertas vão para os órgãos genitais e anal, quando eles
aprendem a controlar mais seu corpo, nessa fase eles conseguem segurar as fezes e sentem
prazer ao liberar o xixi e o coco. O descobrimento vai além do visual, pois começam a notar
que ao se tocar sentem sensações antes desconhecidas, e se inicia a principal fase de
descobrimento. Os genitais também serão descobertos como lugares com uma sensibilidade
particular e que proporcionam prazer quando tocados, o que dá início à masturbação. O
descobrimento da sexualidade infantil é algo tão natural como aprender a andar e falar, mais
cedo ou mais tarde irá acontecer. Não se deve proibir, nem cortar e muito menos privar o
descobrimento de uma criança, principalmente quando está conhecendo seu próprio corpo,
através do toque. Crianças não tem maldade, eles têm curiosidade! O erotismo é coisa de
adulto.

Nessa fase é natural que se iniciem as perguntas sobre a concepção dos bebês, de onde vieram
e como são feitos. O indicado é que não minta e responda de forma natural, mesmo que
privando de certos detalhes que deverão ser esclarecidos futuramente. Procure responder
exatamente o que a criança questiona, sem entrar em maiores detalhes e assuntos mais
aprofundados. Uma alternativa interessante é dizer aos pequenos que pode ser mesmo muito
gostoso tocar nessas partes do corpo, mas por ser um movimento bastante íntimo, deve ser
realizado em ambientes privados, de preferência em ocasiões que não atrapalhem suas
atividades diárias. Isso também tenderá a acalmá-la, já que ao mesmo tempo em que pode
encontrar vazão a esse interesse, saberá até onde pode ir com ele, obedecendo a certas
regras, determinadas culturalmente e que valem para todos nós.

Essa é ainda uma brecha para ensinarmos aspectos bastante significativos, como saber
diferenciar as fronteiras entre o público e o privado, entre o que faz parte do mundo adulto e
o que pertence ao campo da infância, sobre quem pode ou não tocar no seu corpo e que ele
deve ser respeitado, bem como devemos manter esse mesmo cuidado com o próximo, sem
ultrapassar seus limites.

Referências:

https://www.trocandofraldas.com.br/sexualidade-infantil-sem-tabus/

http://labedu.org.br/sexualidade-infantil-4-a-descoberta-da-masturbacao-e-seus-tabus/

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