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Diferença aristotélica
em Différence et répétition, I de Gilles Deleuze
Projeto de Pesquisa
Pró-reitoria de Pesquisa Pesquisa e Pós-graduação
Edital PRPPG 05/2014
Foz do Iguaçú
Abril 2015
Resumo
Esta pesquisa visa estudar a interpretação crítica do conceito de diferença
aristotélico que o filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995) desenvolve no capítulo
I de Diferença e repetição (1968). Nessa seção do livro, o autor francês salienta a
existência de duas modalidades da diferença em Aristóteles. De um lado, a
diferença específica, definida a partir das distinções que surgem dentro um gênero.
De outro, a diferença categorial que depende do estabelecimento de relações de
analogia entre os gêneros maiores ou categorias. Neste ponto, Deleuze mostra os
elos entre o conceito de diferença e a doutrina aristotélica da equivocidade
ontológica. O diagnóstico deleuziano monstra a clara dependência da diferença a
respeito dos critérios de definição da identidade no gênero e da analogia na
ontologia. Deleuze estabelece um diagnóstico crítico da tentativa aristotélica e
determina seus limites perante a tarefa de pensar a diferença em si. Considerando
este diagnóstico, nosso estudo objetiva desenvolver uma análise genealógica da
constituição da interpretação deleuziana da diferença em Aristóteles. Para tanto,
será necessário identificar as fontes de divulgação e as diversas linhagens
interpretativas das quais se vale o pensador francês para elaborar sua leitura do
estagirita.
Palavras chave
Deleuze, Aristóteles, diferença, analogia, ontologia
Introdução
“Como as coisas que diferem entre si podem diferir em grau maior ou menor,
deve haver uma diferença máxima à qual chamo contrariedade. E que a
contrariedade seja a diferença máxima fica evidente por indução. [...] as
coisas que diferem por espécie geram-se dos contrários tomados como
extremos” Metafísica, X, 4, 1055a 4-8.
Ora, a questão que surge após determinar a diferença perfeita como interior
ao gênero é a definição da diferença entre gêneros. A consequência, mais ou menos
obvia da distinção entre diversidade e diferença parece sugerir que não haveria
forma de pensar a relação entre gêneros. Com efeito, como indica Deleuze, além do
gênero onde se define a diferença extrema ou perfeita (megiste e teleios) para
Aristóteles, só há a diversidade caracterizada pela indiferença e falta de relação.
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Trata-se de Isagoge de Porfírio de dos Elementa philosophiae aristotélico-thomisticae de Gredt.
“seres” ou “um” por referência a um único termo, outras por serem
consecutivas uma à outra” Metafísica, IV, 2, 1005a 5-10.
Justificativa
Objetivos
Objetivo geral
Determinar genealogicamente, através das fontes citadas e presuntivas, a
constituição do ponto de vista de Deleuze sobre Aristóteles a propósito do
tratamento da diferença.
Objetivos específicos
Método
Cronograma
1. Estudo das passagens do corpus aristotélico que Deleuze utiliza para interpretar
Aristóteles.
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Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. o Abril
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Definido segundo as diretrizes proporcionadas por Michel Foucault (Nietzsche, la genealogie,
l’histoire de 1971 e Vigiar e Punir de 1976) e o próprio Deleuze (Nietzsche et la philosophie, 1962).