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Probabilidade

Variáveis Aleatórias, Função Distribuição, Função de Probabilidade, Função Densidade


de Probabilidade, Momentos e Função Geratriz de Momentos

Prof. Jorge Festa

Laboratório de Estatística e Geoinformação


Departamento de Estatística
Universidade Federal do Paraná

Última atualização em 2020-11-26 20:50

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Nossa rota
Nos vídeos anteriores Neste vídeo
I Probabilidade (Introdução). I Variável Aleatória e Função
I Experimento, Espaço Amostral e Distribuição.
Eventos. I Variável Aleatória Discreta. Função de
I Álgebra, Sigma Álgebra e Partição do Probabilidade.
Espaço Amostral. I Variável Aleatória Contínua. Função
I Definição Clássica, Definição Densidade de Probabilidade.
Frequentista, Definição Geométrica. I Esperança e Momentos.
I Definição Axiomática e suas I Valor Esperado de uma Função de uma
propriedades. Variável Aleatória.
I Espaço de Probabilidade. I Desigualdade de Chebychev e de
I Probabilidade Condicional e Jensen.
Independência. I Momentos e Função Geratriz de
Momentos
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Variável Aleatória
Para um dado espaço de probabilidade (Ω,A, P[.]), uma variável aleatória indicada por X
é uma função com domínio o espaço amostral Ω e contradomínio os números reais R ,
tal que o evento X −1 (−∞, x] = {ω : X (ω) ≤ x} ∈ A, ∀x ∈ R . (ROHATGI, 1976)
Exemplo: Considere o experimento de lançar uma moeda duas vezes, e observar as duas
façes voltadas para cima, onde h = cara e t = coroa. Seja X a variável aleatória que indica
o número de coroas que ocorrem. Sejam os eventos: A0 = {(h, h)}, A1 = {(h, t); (t, h)} e
A2 = {(t, t)}.

a) Qual o espaço amostral do experimento?

Solução Ω = {(h, h); (h, t); (t, h); (t, t)}.

b) Mostre que os eventos { A0 ; A1 ; A2 } formam uma Partição P do espaço amostral Ω.

Solução A0 ∪ A1 ∪ A2 = Ω e A0 ∩ A1 ∩ A2 = ∅.

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Variável Aleatória (cont.)
c) Quais os valores que a variável aleatória X assume?

Solução: Os valores que a variável aleatória X assumem são x = 0, 1 e 2.

d) X , que indica o número de coroas que ocorrem no lançamento de uma moeda duas
vezes é uma variável aleatória?

Solução:
Se x < 0, {ω : X (ω) ≤ x} = [X ≤ x] = ∅ ∈ A
Se 0 ≤ x < 1, {ω : X (ω) ≤ x} = [X ≤ x] = A0 ∈ A
Se 1 ≤ x < 2, {ω : X (ω) ≤ x} = [X ≤ x] = A0 ∪ A1 ∈ A
Se x ≥ 2, {ω : X (ω) ≤ x} = [X ≤ x] = A0 ∪ A1 ∪ A2 = Ω ∈ A
Logo, X é uma variável aleatória.

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Função Distribuição (Acumulada)

A função distribuição da variável aleatória X indicada por FX (x), é uma função com
domínio os números reais R e contradomínio o intervalo [0, 1], que satisfaz:

FX (x) = P[X ≤ x] = P[{ω : X (ω) ≤ x}], ∀x ∈ R .

Propriedades:
F1. FX (x) é não decrescente, isto é, x ≤ y, FX (x) ≤ FX (y);
F2. FX (x) é contínua à direita, isto é, se xn ↓ x, FX (xn ) ↓ FX (x);
F3. FX (−∞) = 0 e FX (∞) = 1, isto é, xn ↓ −∞; FX (xn ) ↓ 0, e se xn ↑ ∞; FX (xn ) ↑ 1.

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Exemplo (Função Distribuição)

e) Para o enunciado do exemplo anterior, apresente a Função Distribuição FX (x) da


variável aleatória X .

Solução:
Para x < 0, FX (x) = P[{ω : X (ω) ≤ x}] = P[X ≤ x] = P[∅] = 0;
Para 0 ≤ x < 1, FX (x) = P[{ω : X (ω) ≤ x}] = P[X ≤ x] = P[ A0 ] = P[{(h, h)}] = 0,25;
Para 1 ≤ x < 2, FX (x) = P[{ω : X (ω) ≤ x}] = P[X ≤ x] = P[ A0 ∪ A1 ] = P[ A0 + A1 ] = 0,75;
Para x ≥ 2, FX (x) = P[{ω : X (ω) ≤ x}] = P[X ≤ x] = P[ A0 ∪ A1 ∪ A2 ] = P[Ω] = 1.
I Portanto, a FX (−∞) = 0; FX (0) = 0,25; FX (1) = 0,75; FX (2) = 1 = FX (∞).

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Variável Aleatória Discreta

A variável aleatória X é dita discreta se o seu domínio é um conjunto finito ou infinito


enumerável, ou melhor, se existe um conjunto finito ou infinito enumerável de valores
{x1 , x2 , ..., xn , ...} ⊂ R , tal que X (ω) ∈ {x1 , x2 , ..., xn , ...},∀ω ∈ Ω.
A função P[X = xi ], i = 0,1, 2, ..., n, ... é chamada função de probabilidade da variável
aleatória X .

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Variável Aleatória Contínua

A variável aleatóriaRX é dita contínua se existe uma função fX (x) ≥ 0, tal que
x
FX (x) = P[X ≤ x] = −∞ fX (t)dt, ∀x ∈ R, e então f (x) é a função densidade de
probabilidade da variável aleatória X. (MOOD et al., 1974)

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Função de Probabilidade
A função de probabilidade da variável aleatória X discreta, representada por P[X = xi ] é
qualquer função tal que para X (ω) ∈ {x1 , x2 , ..., xn , ...}, ∀ω ∈ Ω, tem-se:

i) P[X = xi ] ≥ 0
Xn
ii) P[X = xi ] = 1.
i=1

Exemplo: Seja X uma variável aleatória com a seguinte função de probabilidade,


P[X = x] = px q(1−x) , para x que assume os valores 0 e 1, onde 0 ≤ q = (1 − p) ≤ 1. Mostre
que é P[X = x] é uma função de probabilidade.

i) P[X = xi ] ≥ 0, P[X = 0] = p0 q1−0 = q e P[X = 1] = p1 q1−1 = p.


n
X 2
X
ii) P[X = xi ] = P[X = xi ] = P[X = 0] + P[X = 1] = p0 q1−0 + p1 q1−1 = p + q = 1
i=1 x=1

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Função Densidade de Probabilidade

A função densidade de probabilidade da variável aleatória X contínua, representada


por fX (x) é qualquer função tal que:

i) fX (x) ≥ 0
R∞
ii) −∞ fX (x)dx = 1.

Se X é uma variável aleatória contínua, então FX (x) pode ser obtida da fX (x) e vice versa.
Rx
FX (x) = −∞ fX (u)du ou fX (x) = dx
d
FX (x), onde x é diferenciável.

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Determinação da distribuição da variável aleatória X

A distribuição de uma variável aleatória X fica determinada por qualquer das seguintes
funções:

a) Função Distribuição, FX (x);


b) Função de Probabilidade, P[X = x];
c) Função Densidade de Probabilidade, fX (x);

d) Função Característica, ΨX (t) = E[eitx ], onde i = −1 (JAMES, 2004)

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Exemplo

Caso discreto: Considere o experimento de lançar dois dados. Seja X a variável aleatória
que indica a soma total das faces dos dois dados e Y a diferença absoluta das faces
voltadas para cima. (HOEL et al., 1973)

 
(1, 1) (1, 2) (1, 3) (1, 4) (1, 5) (1, 6)
(2, 1) (2, 2) (2, 3) (2, 4) (2, 5) (2, 6)
 
(3, 1) (3, 2) (3, 3) (3, 4) (3, 5) (3, 6)
Ω(1º dado, 2º dado) =
(4, 1)

 (4, 2) (4, 3) (4, 4) (4, 5) (4, 6)

(5, 1) (5, 2) (5, 3) (5, 4) (5, 5) (5, 6)
Figura 1. Experimento de lançar
dois dados.
(6, 1) (6, 2) (6, 3) (6, 4) (6, 5) (6, 6)

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Exemplo (cont.)

a) Quais os valores que a variável aleatória X , a soma total das faces dos dois dados,
assume?

Solução: A variável aleatória X assume os valores, x = 2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12.

b) Quais os valores que a função de probabilidade fX (x) assume, para cada valor de
X = x?

Solução: fX (2) = 36 1
= fX (12); fX (3) = 2
36 = fX (11); fX (4) = 3
36 = fX (10); fX (5) = 4
36 =
fX (9); fX (6) = 36
5
= fX (8); fX (7) = 36
6

c) Quais os valores que a função distribuição FX (x) assume, para cada valor de X = x?

Solução: FX (−∞) = 0; FX (2) = 36 1


; FX (3) = 36
3
; FX (4) = 36
6
; FX (5) = 10
36 ; FX (6) = 36 ; FX (7)
15
=
36 ; FX (8) = 36 ; FX (9) = 36 ; FX (10) = 36 ; FX (11) = 36 ; FX (12) = 36 = 1 = FX (∞)
21 26 30 33 35 36

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Tabela da Função de Probabilidade

X=x P[X=x] F(x)


2 0.0277778 0.0277778
3 0.0555556 0.0833333
4 0.0833333 0.1666667
5 0.1111111 0.2777778
6 0.1388889 0.4166667
7 0.1666667 0.5833333
8 0.1388889 0.7222222
9 0.1111111 0.8333333
10 0.0833333 0.9166667
11 0.0555556 0.9722222
12 0.0277778 1.0000000

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Gráfico da Função de Probabilidade
gráfico da função de probabilidade

0.20
0.15
função de probabilidade f(x)

0.10
0.05
0.00

2 4 6 8 10 12

valores da variável aleatória X = soma das faces voltadas para cima


Experimento: lançamento de 2 dados honestos.

Figura 2. Gráfico da função de probabilidade.

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Gráfico da Função Distribuição
gráfico da função distribuição

1.0
0.8
função distribuição F(x)

0.6
0.4
0.2
0.0

2 4 6 8 10 12

valores da variável aleatória X = soma das faces voltadas para cima


Experimento: lançamento de 2 dados honestos.

Figura 3. Gráfico da função distribuição.

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Exemplo (cont.)

d) Quais os valores que a variável aleatória Y , a diferença absoluta das faces voltadas
para cima, assume?

Solução: A variável aleatória Y assume os valores, Y = 0, 1, 2, 3, 4, 5.

e) Quais os valores que a função de probabilidade fY (y) assume, para cada valor de
Y = y?

Solução: fY (0) = 36 ; fY (1)


6
= 36 ; fY (2)
10
= 36 ; fY (3)
8
= 36 ; fY (4)
6
= 36 ; fY (5)
4
= 2
36

f) Quais os valores que a função distribuição FY (y) assume, para cada valor de Y = y?

Solução: FY (−∞) = 0; FY (0) = 36 ; FY (1)


6
= 36 ; FY (2)
16
= 36 ; FY (3)
24
= 36 ; FY (4)
30
= 36 ; FY (5)
34
=
36 = 1 = FY (∞)
36

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Tabela da distribuição da variável aleatória Y

X=x P[X=x] F(x)


0 0.1666667 0.1666667
1 0.2777778 0.4444444
2 0.2222222 0.6666667
3 0.1666667 0.8333333
4 0.1111111 0.9444444
5 0.0555556 1.0000000

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Gráfico da Função de Probabilidade
gráfico da função de probabilidade

0.30
0.25
função de probabilidade f(y)

0.20
0.15
0.10
0.05
0.00

0 1 2 3 4 5

valores da variável aleatória Y = diferença absoluta das faces voltadas para cima
Experimento: lançamento de 2 dados honestos.

Figura 4. Gráfico da função de probabilidade.

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Gráfico da Função Distribuição
gráfico da função distribuição

1.0
0.8
função distribuição F(y)

0.6
0.4
0.2
0.0

−1 0 1 2 3 4 5 6

valores da variável aleatória Y = diferença absoluta das faces voltadas para cima
Experimento: lançamento de 2 dados honestos.

Figura 5. Gráfico da função distribuição.

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Exemplo
Caso contínuo: Considere o experimento de observar o tempo de espera que um
consumidor aguarda para ser atendido. Suponha X a variável aleatória que indica, a
média do tempo de espera, seja de 2 minutos. (MAGALHAES, 2011)

gráfico da função densidade de probabiliddade

2.0
1.5
função densidade f(x)

1.0
0.5
0.0

0 1 2 3 4 5

valores da variável aleatória X = tempo de espera


Experimento: observar o tempo de espera para o atendimento

Figura 6. Gráfico da função densidade de probabilidade.

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Gráfico da Função Distribuição

gráfico da função distribuição

1.0
0.8
função distribuição F(x)

0.6
0.4
0.2
0.0

0 1 2 3 4 5

valores da variável aleatória X = tempo de espera


Experimento: observar o tempo de espera para o atendimento

Figura 7. Gráfico da função distribuição.

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Esperança e Momentos

Um conceito extremamente usual envolvendo variável aleatória ou distribuição é a


esperança.
Média: Seja X uma variável aleatória.
A média de X indicada por µx ou E[X ], é definida por:
X
i) E[X ] = xP[X = x], se X é uma variável aleatória discreta;
∀x
R∞
ii) E[X ] = −∞ xfX (x)dx, se X é uma variável aleatória contínua;
R∞
iii) E[X ] = 0 [1 − FX (x)]dx − −∞ FX (x)dx, se X é uma variável aleatória arbitrária.
R0

Obs.: E[X ] é o centro de gravidade (ou centróide) da unidade de massa que é


determinada pela densidade. Ela é uma Medida de Locação.

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Esperança e Momentos (cont.)
Variância: Seja X uma variável aleatória, e seja µx a E[X ].
A variância de X indicada por σx2 ou V [X ], é definida por:
X
i) V [X ] = (x − µx )2 P[X = xi ], se X é uma variável aleatória discreta;
∀x
R∞
ii) V [X ] = (x − µx )2 fX (x)dx, se X é uma variável aleatória contínua;
R−∞

iii) V [X ] = 0 2x[1 − FX (x) − FX (−x)]dx − µx2 , se X é uma variável aleatória arbitrária.

Obs.: A variância V [X ] de uma variável aleatória é uma medida de espalhamento ou


disperção da densidade de X. Ela é uma Medida de Escala.
Desvio Padrão:
Se X é uma variável aleatória, o desvio padrão de X indicada por σx , é definida por:
σx = + V [X ] (PAPOULIS, 2002)
p

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Valor esperado de uma funçao de uma variável aleatória

Expectância: Seja X uma variável aleatória e g(.) uma função com domínio e
contradomínio os reais. A expectância ou valor esperado da função g(.) da variável
aleatória X indicada por E[g(X )], é definida por:
X
i) E[g(X )] = g(x)P[X = x], se X é uma variável aleatória discreta;
∀x
R∞
ii) E[g(X )] = −∞ g(x)fX (x)dx, se X é uma variável aleatória contínua;

Obs.:
Se g(X ) = x, então E[g(X )] = E[X ] a média de X .
Se g(X ) = [X − E[X ]]2 , então E[g(X )] = V ar[X ].

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Valor esperado de uma funçao de uma variável aleatória (cont.)

Propriedades:

i) E[c] = c, onde c é uma constante


ii) E[cg(X )] = cE[g(X )], para uma constante c
iii) E[c1 g1 (X ) + c2 g2 (X )] = c1 E[g1 (X )] + c2 E[g2 (X )]
iv) E[g1 (X )] ≤ E[g2 (X )] se g1 (x) ≤ g2 (x), para todo x

Obs. Se X é uma variável aleatória, V ar[X ] = E[X − E(X )]2 = E[X 2 ] − E[X ]2 se E[X 2 ] existe.
(ROUSSAS, 1973)

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Valor esperado de uma funçao de uma variável aleatória (cont.)
Desigualdade de Chebyshev: Seja X uma variável aleatória e g(.) uma função não
negativa com domínio os reais; então:
E[g(X )]
P[g(X ) ≥ k] ≤, ∀k > 0
k
Prova: Assumindo que X é uma variável aleatória contínua com função densidade de
probabilidade fX (.); então
R∞ R R R
E[g(X )] = −∞ g(x)fX (x)dx = x:g(x)≥k g(x)fX (x)dx + x:g(x)<k g(x)fX (x)dx ≥ x:g(x)≥k kfX (x)dx =
kP[g(X ) ≥ k] dividindo por k em ambos os lados temos o resultado. A prova é similar no
caso discreto.
Obs.: Se X é uma variável aleatória com variância finita,

P[|X − µx | ≥ rσx ] = P[(X − µx )2 ≥ r 2 σx2 ] ≤ , ∀r > 0


1
r2
Prova: Assumindo que g(x) = (x − µx )2 e k = r 2 σx2 ] na equação acima, também podemos
escrever P[|X − µx | ≤ rσx ] ≥ 1 − r12 .
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Valor esperado de uma funçao de uma variável aleatória (cont.)

Momento: Se X é uma variável aleatória, o r-ésimo momento de X , indicado por µx 0 , é


definido por: µx 0 = E[X r ], se a esperança existe.
Momento central: Se X é uma variável aleatória, o r-ésimo momento de X em torno de
a é definido como E[(X − a)r ]. Se a = µx , nós temos o r-ésimo momento de X em torno
de µx , indicado por µr , o qual é: µr = E[(X − µx )r ].
Obs.: µ1 = E[(X − µx )] = 0 e µ2 = E[(X − µx )2 ] = σ 2 , a variância de X.
Quantil: O q-ésimo quantil de uma variável aleatória X ou de sua correspondente
distribuição é indicado por ξq e é definido como o menor número ξ satisfazendo
FX (ξ) ≥ q.
Se X é uma variável aleatória continua, então o q-ésimo quantil de X é dado pelo menor
número ξ satisfazendo FX (ξ) ≥ q.

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Valor esperado de uma funçao de uma variável aleatória (cont.)
Mediana: A mediana de uma variável aleatória X , indicado por medx , med(X ), ou ξ0,50 , é o
0,5-ésimo quantil.
Obs: Em alguns textos a mediana de X é alternativamente definida como qualquer
número, digamos med(X ), satisfazendo P[X ≤ med(X )] ≥ 21 e P[X ≥ med(X )] ≥ 12 .
Se X é uma variável aleatória continua, então a mediana de X satisfaz a seguinte
expressão abaixo:
Z med(x) Z ∞
fX (x)dx = = fX (x)dx
1
−∞ 2 med(x)

então a mediana de X é um número que tem a metade da massa de X a sua direita e a


outra metade para o lado esquerdo, que claramente justifica a palavra “mediana”.
Momento fatorial: Se X é uma variável aleatória, o r-ésimo momento fatorial de X é
definido com (r um número positivo) E[X (X − 1)...(X − r + 1)].

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Valor esperado de uma funçao de uma variável aleatória (cont.)

Função Geratriz de Momentos: Seja X uma variável aleatória com densidade fX (x). O
valor esperado de etx é definido como a função geratriz de momento de X se o valor
esperado existe para todos os valores de t no intervalo −h < t < h; h > 0. A função
geratriz de momento, indicada por mx (t) ou m(t), é:
X
i) mX (t) = E[etX ] = etX P[X = x], se X é uma variável aleatória discreta;
∀x
R∞
ii) mX (t) = E[etX ] = tX
−∞ e fX (x)dx, se X é uma variável aleatória contínua.

Obs: Se diferenciarmos a função geratriz de momentos r vezes com respeitoR ∞ r atXt, nós
dr
temos o r-ésimo momento da variável aleatória X . Portanto, dt r m(t) = −∞ x e fX (x)dx, e
r R∞
colocando t → ∞, fica: dtd r m(0) = −∞ x r e0X fX (x)dx = E[X r ] = µr 0

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Valor esperado de uma funçao de uma variável aleatória (cont.)

Função Geratriz de Momentos Fatorial: Seja X uma variável aleatória. A função geratriz
de momentos fatorial é definida como E[t x ] se a esperança existe.
Obs.: Sejam X e Y variáveis aleatórias com densidade fX (x) e fY (y), respectivamente.
Suponha que mX (t) e mY (t) existam e sejam iguais para to o intervalo de t, −h < t < h
para h > 0. Então as duas funções distribuições FX (x) e FY (y) são equivalentes.
(ROHATGI, 1976)

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Referências bibliográficas
HOEL, P. G.; PORT, S. C.; STONE, C. J. Introduction to Probability Theory. Houghton Mifflin,
1973.
JAMES, B. R. Probabilidade: um curso em nível intermediário. Instituto de Matemática
Pura e Aplicada, 2004.
MAGALHAES, M. N. Probabilidade e Variaveis Aleatórias. 3º ed. Sao Paulo, SP: EdUsp, 2011.
MOOD, A. M. F.; GRAYBILL, F. A.; BOES, D. C. Introduction to the Theory of Statistics.
McGraw-Hill, 1974.
PAPOULIS, A. Probability, Random Variables and Stochastic Processes with Errata Sheet.
McGraw-Hill, 2002.
ROHATGI, V. K. An Introduction to Probability Theory and Mathematical Statistics. Wiley,
1976.
ROUSSAS, G. G. A First Course in Mathematical Statistics. Addison-Wesley Publishing
Company, 1973.
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