Você está na página 1de 61

COMPLEXO SOLAR E EÓLICO CASTANHEIRA

SENTO SÉ – BA

MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO

Outubro/2018
1.1.1.1.1.1.1
1.1.1.1.1.1.2
1.1.1.1.1.1.3
1.1.1.1.1.1.4 PROJETO PARA ANÁLISE
1.1.1.1.1.1.5
1.1.1.1.1.1.6
1.1.1.1.1.1.7 Setembro/2009

Página 2 de 61
ÍNDICE

1 OBJETIVO...................................................................................................................2

2 O EMPREENDIMENTO...............................................................................................2
2.1 Introdução............................................................................................................2
2.2 Situação atual......................................................................................................3
2.3 Objetivo do empreendimento..............................................................................4

3 LOCALIZAÇÃO...........................................................................................................4

4 DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO.........................................................................5


4.1 Acessos externos................................................................................................5
4.2 Acessos internos.................................................................................................7
4.3 Pavimentação....................................................................................................11
4.4 Canteiro de obras eólico...................................................................................11
4.4.1 Mão-de-obra durante a fase de implantação..............................................20

4.4.2 Características da infraestrutura da fase de operação do projeto..............30

4.5 Canteiro de obras solar.....................................................................................34


4.5.1 Características da infraestrutura da fase de operação do projeto..............51

4.6 Subestações......................................................................................................55
4.7 Normas Consultadas.........................................................................................55

5 RESPONSÁVEIS......................................................................................................56

Página 3 de 61
1 OBJETIVO

O presente documento tem por objetivo descrever os requisitos mínimos


aplicáveis e exigíveis aos serviços de terraplenagem, drenagem, pavimentação, projeto
geométrico, canteiro de obras, redes de água e esgoto e operação das vias de acesso
interno e externo do empreendimento Complexo Eólico e Solar Castanheira, localizado
no município de Sento Sé – BA.

2 O EMPREENDIMENTO

2.1   Introdução

O empreendimento possuirá 312 aerogeradores e xxx placas solares,


localizado em uma área aproximada de 341,38Km², onde irá gerar aproximadamente
xxxxkW.
Para construção e funcionamento deste empreendimento serão necessários a
construção de aproximadamente 250km de vias internas, com rampas máximas de
9,80% de declividade, 6 canteiros de obras, 7 subestações e 312 torres eólicas.
Estes acessos internos serão feitos com base em piçarra de espessura de
15cm com CBR≥80%, com larguras medias de 8,00 metros, com espaço para
construção de sarjetas para o sistema de drenagem em cerca de 0,50m.
Para chegada dos equipamentos, principalmente de cargas fixas, há duas
possibilidades de acessos, um leste e outra a oeste do empreendimento, a leste
chegará por um parque eólico ali já instalado, sem necessidade de modificações neste
acesso, este foi projetado para trânsito de veículos de carga fixa com 60,0 metros de
comprimentos e carga acima de 45 toneladas. Para o acesso a oeste, serão
necessárias algumas modificações quanto a adequação de largura de vias, remoção
de alguns obstáculos, redesenho de sua geometria, construção de dispositivos de
drenagem, como pontilhões e bueiros, reforço para base, e ainda está disponibilizando
uma equipe técnica para monitorar o trânsito deste trecho de acesso, que é
aproximadamente 81,0Km.
Está previsto para o funcionamento do canteiro de obras, portaria, depósito de
resíduos sólidos, estação de tratamento de água, reservatório, cozinha, vestiários,

Página 4 de 61
escritórios, almoxarifados, refeitórios, lavanderia, ambulatório, alojamento e vagas para
estacionamento de veículos leves, ônibus e veículos pesados.
Em cada canteiro de obras deverão ter inicialmente cerca de 600
trabalhadores, podendo chegar em seu pico máximo de até 800 pessoas em cada
canteiro ali instalado.
O abastecimento de água destes canteiros serão feitos por poços artesianos,
até atingir sua demanda.
Todo esgoto será armazenado em uma fossa pré-dimensionada a atender
todo canteiro e ter capacidade de armazenamento de 5 dias ininterruptos.
As subestações serão construídas ao longo dos acessos, em lugares
predeterminados conforme planta de localização.

2.2 Situação atual

Atualmente com área de fazenda, possui xxxxxxxxxxxxx (pasto, plantações,


etc)
A topografia do terreno se apresenta em uma área com relevo e morros
bastante acentuados.
Em toda sua extensão apresenta vegetação arbustiva, distribuída
homogeneamente por todo o terreno, com a presença de árvores de porte resultando
volume de material lenhoso.

2.3 Objetivo do empreendimento

O principal objetivo é ser um parque eólico e solar para geração e distribuição


de energia limpa e sustentável.

Página 5 de 61
3 LOCALIZAÇÃO

Figura 1 – Mapa de localização

Fonte: Google Earth

Coordenadas geográficas: Latitude -10.455288°, longitude -41.694664°.

4 DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO

4.1 Acessos externos

O acesso externo poderá ser feito tanto pelo leste como oeste.
O acesso pelo lado leste vem pela BA-368, com aproximadamente 67Km de
extensão, passando por Umburanas e pelo parque eólico existente, sem necessidade
de alteração geométrica ou modificações nos dispositivos de drenagem, visto que este

Página 6 de 61
acesso já atende um parque eólico já em funcionamento e suas vias formam
construídas para atender o trânsito destes veículos especiais.

Figura 2 – Localização acesso externo leste

Fonte: Google Earth

O acesso pelo lado oeste vem pela BA-148, com aproximadamente 81Km de
extensão, passando por Jussara, através de desvios feitos por terrenos de terceiros, já
que pelo interior da localidade não é possível a passagem dos veículos especiais de
cargas com 60m de comprimento, após desvio sugerido seguirá pela Estrada para
Pioneira.
Para trafego destes veículos de carga, se faz necessária a correção da
geometria da via, em alguns trechos deverão ter novos traçados, e ainda necessário a
construção de dispositivos de drenagem com bueiros e pontilhões, além de reforço do
pavimento, já que ali o trafego é predominantemente de veículos leves.

Página 7 de 61
Para o trafego destes veículos será necessário ainda a disponibilidade de uma
equipe de controle de trafego para controlar a passagem dos veículos de carga, visto
que existem muitas propriedades rurais de porte menor e trafego de veículos leves.
No trecho entre as estacas 560 e 565+0,00 deverá ter um pontilhão sobre o rio
existente, a extensão deste pontilhão deverá verificado a partir de topografia.
Entre as estacas 560 e 580+0,00 deverá ser também ser revisado o traçado de
curva para aumento do raio, para possibilitar o trafego de veículos de grande porte.
Entre as estacas 835 e 860+0,00, 1000 a 1010+0,00, 1095 a 1110+0,00
também necessitam de revisão do seu traçado.
Entre as estacas 2875 a 2880+0,00 deverá ser previsto a construção de um
bueiro triplo tubular de concreto, com diâmetro de 1,20m.
Trecho entre as estacas 3795 a 4059+0,03 deverá ser construído um novo
desvio por terrenos de terceiros, até encontrar com a BA-148, este desvio se faz
necessário para que a trafegabilidade dos veículos com comprimentos de 60,00m. o
trecho urbano de Jussara não dá condições de manobras destes veículos, além de
possibilitar acidentes com transeuntes e curiosos.
Figura 3 – Localização acesso externo oeste

Fonte: Google Earth

Página 8 de 61
4.2 Acessos internos

Os acessos internos foram distribuídos de modo a atender toda a obra e


permitir trânsito tanto aos veículos leves como veículos pesados, possui larguras
variáveis acima de 8,00m, obedecendo raios de giro de veículos longos, como por
exemplo, a de carga de pás dos aerogeradores, que podem atingir até 60,00m de
comprimento.
Além disso, foram criados para permitir o trafego de veículos com carga
superior a 45 toneladas, onde possuirá uma base não revestida de 15,00cm de piçarra,
material local, com CBR mínimo de 80%.
Estes acessos ainda possuem sistema de proteção de drenagem pluvial, feitos
predominantemente através de sistemas superficiais como sarjetas, escadas
drenantes e bueiros.
Figura 4 – Seção típica do acesso

Página 9 de 61
Os raios de giro dos veículos foram baseados em estudo e levantamentos de
outros parques eólicos conforme a seguir:

Figura 5 – Raio de giro para curvas fechadas de 90º

Figura 6 – Raio de giro para curvas fechadas de 180º

Página 10 de 61
Em anexo a este memorial segue as planilhas de volumes estimados de
movimentação de terra por acesso, segue aqui resumo dos volumes obtidos:

Página 11 de 61
Acesso Volume Líquido (m3)
Acesso Principal 01 7341,46
Acesso Principal 02 1440,25
Acesso 01 6770,83
Acesso 02 61591,01
Acesso 03 -47747,96
Acesso 04 3357,4
Acesso 05 1974,92
Acesso 06 1671,31
Acesso 07 900,1
Acesso 08 22603,05
Acesso 09 -126324,56
Acesso 10 3842,48
Acesso 11 7317,5
Acesso 12 17631,48
Acesso 13 -13796,47
Acesso 14 18035,56
Acesso 15 554703,23
Acesso 16 121285,76
Acesso 17 3377,92
Acesso 18 -308803,55
Acesso 19 5893,83
Acesso 20 1831,54
Acesso 21 -32703,33
Acesso 22 5297,83
Acesso 23 6535,64
Acesso 24 -58162,96
Acesso 25 -15044,06
Acesso 26 1939,32
Acesso 27 2556,16
Acesso 28 -49875,53
Acesso 29 55926,68
Acesso 30 4519,42
Acesso 31 3387,86
Acesso 32 4557,71
Acesso 33 -67228,74
Acesso 34 7426,59
Acesso 35 33799,26
Acesso 36 132886,95
Acesso 37 2833,02
Acesso 38 3837,88
Acesso 39 14585,01
Acesso 40 -201486,4
Acesso 41 8376,62
Acesso 42 33047,52
Total 241909,54

4.3 Pavimentação

Página 12 de 61
Para a pavimentação foi previsto uma base em piçarra, com CBR de 80% de
compactação e 15cm de espessura, para toda extensão de trafego, serão necessários
a construção de 250,64 Km de acessos internos.
O material estimado para construção destes acessos será proveniente de
minas de extração nas proximidades a ser definida pela equipe de geólogos.

Comprimento das vias 250,64 m


Largura das vias 8 m
Profundidade das vias 0,15 m
Volume de piçarra 300,77 m³
Peso específico de piçarra 18.000,00 N/m³
Massa de piçarra 552.056,4 Kg
Massa de piçarra (t) 552,1 toneladas
Numero de torres 312

4.4 Canteiro de obras eólico

Os múltiplos objetivos de um canteiro de obras têm duas categorias principais,


que são: de baixo nível: tudo que é relacionado a logística de material, transporte e
acessibilidade de material. Como por exemplo, a obstrução de caminho e tempo de
transporte de material para diferentes pontos do canteiro de obras. A categoria de alto
nível que engloba tudo relacionado ao bem-estar e conforto dos funcionários presentes
no canteiro: questões de segurança de trabalho e qualidade do ambiente de trabalho
(um ambiente motivacional e agradável) para que os operários trabalhem com
satisfação e boas condições físicas. Além disso, é enquadrada nesse quesito a
limpeza do canteiro, buscando sempre manter uma boa aparência e uma organização
tanto para clientes quanto para trabalhadores.
O canteiro em questão se caracteriza segundo Illingworth (1993) na categoria
ampla, qual seja, grande canteiro com fácil acesso, onde apenas uma parte do terreno
é ocupada pela construção. Desta forma, com boa área de manobra de veículos no
interior do canteiro e facilidade de alocação de ambientes do canteiro.

Figura 7 – Canteiro de obras eólico

Página 13 de 61
Tabela 1 – Áreas discriminadas

Legenda Instalação Provisória Área total


1 Ambulatório 20m²
2 Escritório 60m²
3 Refeitório 300m²
4 Cozinha 93m²
5 Depósito de Gêneros 64m²
6 Central de Energia 20m²
7 Almoxarifado de 100m²
materiais
8 Oficina 40m²
9 Bota-Fora 4000m²
10 Parque de Máquinas 4400m²
11 Estacionamento 2280m²
12 Portaria 60m²
13 Casa do Lixo 100m²
14 Vestiários 414m²
15 Lavanderia 20m²
16 Alojamentos 1200m²
17 Fossa Séptica e 190m²

Página 14 de 61
Sumidouro
18 Armazenamento de 50.000m²
materiais (central de
carpintaria, concreto,
areia, brita, centrais de
britagem)

As vias de acesso ao Complexo Eólico Castanheiras facilitam a movimentação


dos veículos pesados durante a fase de implantação e operação do projeto.
Primariamente, optou-se para projetar o acesso ao Complexo Eólico
Castanheira, a uma via que liga a uma estrada vicinal que liga Sento Sé a Jussara em
correspondência do lado extremo-Sudoeste da propriedade Fazenda Brejo da Brázida.
Assim, durante a fase de implantação, minimizam-se os possíveis impactos
associados às atividades do canteiro das obras, por não ter estruturas vizinhas
próximas.
As áreas destinadas ao ambulatório, lavanderia, refeitório, cozinha e depósitos
de gêneros serão localizadas próximo do acesso principal.
Esta área da propriedade, individualizada para o canteiro das obras,
apresenta-se provida de vegetação nativa, portanto, uma vegetação rasteira
característica da região. Registra-se, também, que o canteiro foi estrategicamente
posicionado dentro da Fazenda Brejo da Brázida, onde haverá a implantação do
complexo eólico de 1105,5 MW e assentado por toda extensão do terreno. A presença
de vegetação nativa permite uma maior velocidade de preparação da área designada
incialmente aos equipamentos de armazenamento e gestão do canteiro, por ser
caatinga, ou seja, uma vegetação rala e seca.
Ao oeste do acesso, está a área para o alojamento dos colaboradores,
vestiário e banheiros. Esta área foi escolhida de forma a atender aos seguintes
requisitos:
Tamanho da área suficiente para implantação desta estrutura;
Proximidade ao acesso as áreas comuns;
Separação da área produtiva do empreendimento;
Ao sul do acesso, aloca-se duas vias de acesso para entrada e saída do
canteiro, contornando a área para o galpão de armazenamento de materiais e a área
de bota-fora, entre as duas vias de acesso, está situado o escritório central, refeitório,
cozinha e depósito de gêneros, ao norte da via de saída, está o ambulatório,

Página 15 de 61
lavanderia, fossa séptica e o sumidouro. Entre o galpão de armazenamento de
materiais e a área de bota-fora, estão as estruturas de almoxarifado, a oficina e a
central de energia. Esta área foi escolhida para atender aos seguintes requisitos:
Proximidade ao acesso à área de projeto
Tamanho da área suficiente para implantação do equipamento
Vegetação nativa rasteira que permite alocação do canteiro com maior
velocidade
Topografia plana
Para assegurar a compatibilidade ambiental e infraestrutura, foram
considerados também os seguintes fatores:
Restrições ao uso da terra, devido à presença de vegetação nativa na
poligonal do projeto;
Limitação das interferências do projeto com a linha elétrica localizada dentro
da Fazenda Brejo da Brazida.
A construção do canteiro antecederá a implantação propriamente dita do
Parque Castanheiras.
A seguir apresenta-se o detalhamento das fases individualizadas das obras,
que tanto podem seguir uma cronologia sequencial, como ocorrerem de forma
concomitante.
A primeira fase consiste na delimitação da área do projeto. As áreas que irão
ser objeto de intervenções serão cercadas ao longo dos seus perímetros de forma a
evitar o acesso de funcionários às áreas que comporão a APP (Área de Preservação
Permanente) e a ARL (Área de Reserva Legal) da propriedade, permitindo ainda um
controle de vigilância patrimonial dos materiais a serem armazenados no local.
Desde o início, está previsto um sistema de vigilância com vídeo e pessoal
especializado para a vigilância patrimonial e fiscalização de acessos de funcionários às
áreas de conservação da propriedade (APP e ARL).
Para a instalação da cerca ocorrerão as operações de preparação do local
com roçagens de vegetação herbácea e abertura de aceiros, a depender do local de
sua implantação.
A porção da área a ser ocupada pelo complexo eólico será devidamente
preparada para a implantação do empreendimento, por meio de operações de

Página 16 de 61
supressão da vegetação, quando necessário, antes do início da implantação dos
equipamentos de suporte ao canteiro.
Finalizadas estas etapas preliminares, um segundo passo importante será a
regularização do terreno, com o projeto e realização do novo acesso e a implantação
de novos acessos internos conforme projeto.
Serão realizadas movimentações de terra consideráveis, pois a área já
apresenta grande heterogeneidade do relevo. Uma pequena porção de terra
movimentada será armazenada para viabilizar a sua posterior reutilização dentro do
local de projeto, onde for necessário: aterro, rampas de acesso, docas e etc.
Execução das escavações para construção das bases dos aerogeradores
As bases das turbinas serão em concreto armado, com aproximadamente 18,4
m de diâmetro e 6 m de profundidade, sendo que apenas a parte de fixação dos
aerogeradores fica aparente (aproximadamente 3m), gerando 575m3 de escavação
para cada estrutura. Os aerogeradores foram definidas em concreto pré-moldado,
devido à elevada altura da nacele (119m), onde o fornecimento de torre metálica
implicaria em grande logística de transporte e em custos demasiadamente elevados. A
plataforma de montagem das máquinas terá aproximadamente 50 por 50 m onde
guindastes e caminhões circularão para montagem das turbinas.

Para as fundações das estruturas de suporte dos aerogeradores, considerou-


se a possibilidade de utilização de fundações do tipo estacas cravadas, por conta da
pouca movimentação significativa da terra, que será definido após as análises
geotécnicas locais que antecederão a Licença de Instalação. Estas análises
geotécnicas permitirão o conhecimento das capacidades de suporte do solo ao longo
do traçado da linha de transmissão.
Os acessos internos foram projetados de forma a garantir o tráfego em duplo
sentido, o que otimizará o abastecimento da obra durante a implantação do complexo
eólico. Desta forma, os acessos ao redor dos parques foram projetados com largura de
8,5 metros, assim como acessos internos também foram projetados com largura de
8,5m. Em ambos os casos, haverá deposição de materiais secos para formação de
uma camada compacta.

Página 17 de 61
O concreto necessário para as subestações de média e alta tensão, e para a
casa de controle será fornecido a partir das fontes comerciais nas proximidades do
empreendimento, preferencialmente as que estão instaladas no município de Sento Sé
ou nas proximidades, visando contribuir para a dinamização da economia local.
Considerando uma espessura de pavimentação dos acessos internos de até
300 mm, vias de acesso que são de 181 km, obtemos uma superfície (de acessos)
com cerca de 1,54 km², a quantidade de cascalho necessária para implantação destes
acessos é estimada em cerca de 461.550 m³ que, devido ao contexto onde está
inserido o empreendimento, representa a quantidade total de terra a ser movimentada
para a implantação do acesso até a estrada vicinal.
Na sequência será desenvolvida uma logística da área das estruturas
temporárias de suporte às atividades do canteiro. Como a obra irá exigir um controle
constante no ponto de acesso ao local, será instalada uma portaria onde haverá uma
balança para os caminhões.
Haverá estruturas removíveis para:
Armazenamento do material que sobra das escavações em obras de
terraplenagem proveniente da instalação dos aerogeradores
Armazenamento e processamento dos materiais de construção (areia,
cascalho, cimento, aço, etc.);
Instalações temporárias para garantir o cuidado dos trabalhadores,
almoxarifado e alojamentos apenas para o pessoal indispensável que será autorizado
a permanecer durante a noite;
Escritórios de gestão da obra;
Unidade para cuidados médicos em módulo pré-fabricado, a fim de permitir os
primeiros socorros e as atividades de emergência;
Área de recreação e refeitório (edifícios pré-fabricados);
Estacionamentos para os trabalhadores, para os visitantes e para caminhões,
localizados perto da área dos escritórios.
Ainda, serão realizados:
Perfuração de poço(s) para o abastecimento da água, em presença de águas
subterrâneas dentro do local de projeto.

Página 18 de 61
Haverá também o armazenamento de água potável para consumo humano, a
qual passará por um processo de tratamento e purificação, por meio dos sistemas de
potabilização oferecidos pelo mercado brasileiro (tipo FORTLEV);
Rede elétrica para os escritórios e estruturas de serviços;
Sistema de tratamento de esgoto com os sistemas oferecidos pelo mercado
brasileiro (tipo DAFA/UASB). Os efluentes domésticos tratados serão utilizados para
umedecer as vias de acesso internos, evitando ressuspensão de poeiras reduzindo
assim a presença de material particulado (pó);
ponto de coleta de resíduos sólidos.
Estas instalações se iniciarão com a implantação do Complexo Eólico
Castanheira 1, localizado na Fazenda Brejo da Brazida, o qual será completado com
todos os seus equipamentos (transformadores BT/MT, cabos, subestações de média
tensão). Durante esta fase, haverá também a instalação da subestação de alta tensão
e da linha aérea que concentra o complexo eólico com a subestação Chesf (138 kV -
230 kV - 500 kV).
Durante a fase final, haverá a instalação de transformadores BT/MT bem como
a colocação de cabos, das subestações de média tensão, e das receptoras.
Em relação à implantação da linha de transmissão -uma vez considerados os
critérios relacionados à minimização de interferências em áreas com ocorrência de
vegetação nativa, adequando ângulos de inflexão e compatibilizando com o seu
traçado, mantendo assim os recuos cabíveis, inicialmente - será realizada a roçagem
da faixa de servidão (se necessário), para garantir as condições de operação e de
segurança da linha de transmissão.
Na sequência, será realizada à implantação propriamente dita da linha de
transmissão.
A definição exata do traçado a ser seguido será determinada após
confirmação da Chesf que indicará a posição do bay de conexão na Subestação
Castanheira 7, confinante com a propriedade da Fazenda Brejo da Brazida.
Considerando que o traçado da linha terá um comprimento de 62,5km, dada a
distância do local de projeto com a subestação Chesf, e que a linha terá lugar numa
área limitada, fora daquela de projeto, será utilizado como canteiro das obras do
complexo eólico já predisposto de estruturas de armazenamento e estocagem.

Página 19 de 61
Os equipamentos que serão alocados para as obras de implantação da linha
de transmissão são:
Retroescavadeira, utilizada para abertura das cavas de fundações das
estruturas e instalação de contrapeso;
Bate-estacas;
Equipamentos móveis de tração utilizados no lançamento dos cabos
condutores;
Postes de concreto, bem como ferragens, isoladores e equipamentos diversos;
Porta bobina;
Equipamento destinado a transportar as bobinas de cabos condutores.
Para as fundações, considerou-se a possibilidade de utilização de fundações
por estaqueamento ou por tubulões, a serem definidos após as análises geotécnicas
locais que antecederão a Licença de Instalação. Estas análises geotécnicas permitirão
o conhecimento das capacidades de suporte do solo ao longo do traçado da linha de
transmissão.
A execução das fundações perpassa pela preparação dos locais ao longo do
seu traçado, envolvendo o nivelamento da superfície para o posicionamento do bate-
estaca e da abertura de covas para os tubulões, quando for o caso. A camada de solo
superficial será sempre objeto de remoção e armazenamento para viabilizar a sua
posterior reutilização.
A reconstituição do terreno nas áreas das estruturas das estacas contemplará,
além da utilização da camada de solo superficial previamente estocada, a instalação
de canaletas de drenagens pluviais.
As instalações provisórias são estabelecidas pela NR-18, separa-se os tipos
de instalações provisórias em duas categorias, as de apoio (escritório, guarita,
almoxarifado, maquinário, oficina) e as de vivência (refeitórios, banheiros, vestiários,
alojamentos, lavanderia, ambulatório, cozinha, depósito de gêneros). Cada tipo de
instalação será descrito a frente, com suas características estabelecidas pela norma.
Para a escolha do escritório geral entre o ambulatório e os galpões, foi usado
os seguintes critérios:
Centralizado para ter ampla visão do canteiro
Proximidade com a área de projeto

Página 20 de 61
Já o ambulatório tem maior proximidade com a via de acesso para eventuais
emergências, a lavanderia está alocada próxima aos alojamentos; o almoxarifado,
garagem e o maquinário são os mais próximos à área de projeto para uma menor
distância entre os materiais e o campo, aumentando a produtividade; a cozinha será
alocada entre o escritório geral e o ambulatório por estar no ponto mais centralizado
entre os alojamentos e os galpões. Os galpões englobarão: os almoxarifados cobertos
e descobertos, o maquinário, a oficina e a central de energia será considerada uma
área de 15% da soma total para circulação.
De acordo com a NR-18, cada cabine do alojamento deve ter 3 m²,
contemplando dois colaboradores por cabine. O Alojamento conta com 400 cabines
totalizando uma área de 1200 m². A lavanderia com área de 20 m² e o ambulatório de
12 m², segundo a NR-24, o refeitório tem de ter 1/3 do número de colaboradores como
área no mínimo, sendo assim, tem 300 m² de área, já a cozinha e o depósito de
gêneros tem 35% e 20% da área do refeitório respectivamente, sendo a área de 96 m²
e 64 m² para cada.
Para o complexo de vestiários, segundo a NR-18, tem de existir um lavatório e
um mictório para cada 20 pessoas, um chuveiro para cada 10 pessoas, um armário de
1,2mx0,3m por trabalhador e um vaso sanitário de 1m² de cabine para cada 20
trabalhadores.
O galpão para armazenamento de materiais será de 4000 m² e o almoxarifado
destinado aos materiais necessários para o complexo eólico será de 100 m², a área de
bota-fora contempla 4400 m² e a oficina 40 m², e a central de energia será de 20 m²
A área total destinada para os armários empilhados dois a dois será de 288m²,
os lavatórios e os mictórios ocuparão 24m lineares cada, já o vaso sanitário ocupará
uma área de 40m², contando com 10% destinado circulação, a área total do vestiário
ficará em 414 m².
A estimativa de área de vegetação a ser suprimida pelo canteiro fica em
28.560 m², que é o produto entre as dimensões do canteiro em planta, que é 312m por
402m que fica com 125.424m²
Tabela de áreas:
Instalação Provisória Área
Escritório 60m²
Refeitório 300m²
Cozinha 96m²

Página 21 de 61
Depósito de Gêneros 64m²
Alojamento 1200m²
Lavanderia 20m²
Ambulatório 12m²
Armazenamento de Materiais 4000 m²
Bota-fora 4400 m²
Almoxarifado coberto 100 m²
Oficina 40m²
Central de Energia 20m²
Vestiário 414m²
Estacionamento 2280m²
Portaria 60m²
Casa do Lixo 100m²
Armazenamento de materiais (central 50.000m²
de carpintaria, concreto, areia, brita,
centrais de britagem)

4.4.1 Mão-de-obra durante a fase de implantação

Durante o período de implantação do complexo eólico, estimado em cerca de


60 meses, serão empregadas aproximadamente 700 pessoas, com possibilidade de
aumento desta quantidade para até 800 em alguns momentos específicos,
principalmente durante o período de construção mais intensa.
Nesta fase, a quota de mão-de-obra não especializada representa cerca de
80% dos funcionários totais envolvidos nas obras de implantação, que será
proveniente da área de influência direta do meio socioeconômico do empreendimento,
considerando, a sede do município de Sento Sé - BA.
Em relação à mão-de-obra especializada, incialmente para fase de
implantação, os funcionários serão provenientes do exterior, pois este tipo de Usina
representa uma tecnologia nova e não difundida no Estado de Bahia.
A seguir, apresenta-se quadro com a estimativa de mão de obra para a fase
de implantação do projeto:
Tabela 2: Mão de obra alocada no canteiro
Atividade Número de funcionários
Levantamento topográfico e 80 funcionários
terraplanagem
Construção das edificações 120 funcionários
operacionais
Montagem dos aerogeradores e 460 funcionários (ou 560 nos
cabos períodos mais intensos)

Página 22 de 61
Garantia de segurança e saúde 8 técnicos
ocupacional
Vigilância 32 funcionários
Total 800 funcionários

O número de unidades de mão de obra para a fase de implantação do projeto


poderá ser superior, chegando até 1000 unidades, se o prazo de implantação for
reduzido em 6 meses, situação que também depende de critérios a serem definidos
pela ANEEL e EPE.
Para a implantação da linha de transmissão, concomitante à implantação do
complexo eólico, prevista para um período de cerca de 30 dias, estimou-se a geração
de aproximadamente 64 postos de trabalho, conforme tabela a seguir:

Tabela 3: Mão de obra alocada na linha de transmissão


Atividade Número de Funcionários
Levantamento topográfico e abertura da 8 funcionários
picada
Construção civil(fundações) 16 funcionários
Montagem da eletromecânica da linha 32 funcionários
de subtransmissão
Garantia de segurança e saúde 8 funcionários
operacional
Total 64 funcionários

Mobilização da Mão de obra

A mobilização da mão de obra, necessária para a montagem da infraestrutura


básica do canteiro de obras, deverá ser de responsabilidade da empresa construtora,
sempre que possível será dada preferência para a contratação de mão de obra do
município envolvido (Sento Sé). Os trabalhadores externos deverão ficar alojados nas
benfeitorias do canteiro de obras.

Aquisição de materiais

Os materiais de construção necessários no local serão adquiridos, em sua


maioria, no estado de Bahia ou no Brasil. No seu conjunto, se prevê que uma quota de
aproximadamente 50% do CAPEX total (despesas de investimento) será adquirida
localmente. Este percentual tende a aumentar, uma vez que haverá um setor

Página 23 de 61
específico e competitivo, no Estado da Bahia e no Brasil, capaz de fornecer os
módulos fotovoltaicos e outros componentes tecnológicos.

Aquisição dos equipamentos eólicos

Os equipamentos eólicos, ou seja, as torres e pás eólicas, assim como, as


estruturas de suporte, serão adquiridos no estado da Bahia e no Brasil, se houver
disponibilidade à época.

Aquisição das estacas e dos cabos

Os equipamentos da linha de transmissão serão adquiridos no estado da


Bahia, em particular nas cidades próximas à área do projeto.

Aquisição de outros materiais

Os materiais necessários para as edificações a exemplo das estações de


média tensão, da subestação de alta tensão, para as edificações de controle e para o
almoxarifado serão adquiridos a partir das fontes comerciais nas proximidades do
empreendimento.

Resíduos sólidos do canteiro

Durante a fase de construção do complexo eólico haverá produção de


resíduos sólidos da construção civil, que foram estimados em até 24.000 m3 por mês
de atividade. Estes resíduos sólidos constituem-se em material orgânico fruto das
atividades de preparação do terreno, além de outros tipos de resíduos sólidos, a
exemplo de madeiras de embalagens, caixas dos equipamentos, poliestireno
expandido e lixo doméstico.
O material orgânico oriundo das operações de preparação do terreno será
objeto de trituração para posterior reutilização como adubo orgânico a ser empregado
nas áreas do buffer (cerca vivia) previsto, que em muitos trechos do limite da
propriedade demandarão ações de plantio e/ou enriquecimento vegetal.
A premissa de segregação dos resíduos será adotada buscando viabilizar
destinações que viabilizem reutilizações e /ou reciclagens dos mesmos, sempre que

Página 24 de 61
possível. Os resíduos não recicláveis serão encaminhados para destinações finais
adequadas, a exemplo do aterro sanitário mais próximo da área do empreendimento.
Os resíduos sólidos produzidos diretamente pela implantação da linha de
transmissão foram estimados num total de 150 m3.
Após a fase de roçagem e abertura de frentes de trabalho, cujos resíduos
terão o mesmo tratamento e destinação final daqueles oriundos do complexo eólico,
haverá uma geração de outros resíduos sólidos, principalmente oriundos dos descartes
de materiais utilizados na construção e implantação das estruturas.

Fonte de abastecimento de água para a fase de implantação e estimativa de


demanda

A fase de implantação durará aproximadamente 60 meses. Durante esse


período será necessário a utilização de água para abastecer a obra do complexo eólico
e da sua linha de transmissão de energia.
Com a posição da área de projeto, na qual a rede EMBASA urbana não
engloba, o fornecimento de água das obras para a implantação do complexo eólico,
incluindo a sua usina e a linha de transmissão, ocorrerá por meio de captação de água
de poços especificamente perfurados no local ou armazenamento em caixas d’água e
distribuição por rede de captação própria advinda dos afluentes presentes na Fazenda
Brejo da Brázida
Acontecerão estudos prospectivos para análise de viabilidade dos novos
poços a serem perfurados. As perfurações realizadas serão encerradas à verificação
da presença de água se a avaliação da capacidade de água, perante a demanda
necessária for satisfatória.
Possuindo disponibilidade de vazão de água suficiente, os poços serão
utilizados como manancial para o abastecimento da obra e a sua capacidade de
reserva reavaliada, com possibilidade de aumento desta última.
A quantidade de poços abertos depende da capacidade de produção suficiente
para abastecer as obras do canteiro e as atividades da fase de operação.
No primeiro caso, prevê-se requerimento de outorga para captação de água
subterrânea junto ao INEMA, quando do pedido da Licença de Instalação, após
atestada a viabilidade locacional do empreendimento.

Página 25 de 61
Considerando as características físico-químicas da qualidade da água
subterrânea daquele contexto local, a sua destinação para o consumo humano
sanitário será precedida de tratamento de purificação, por meio dos sistemas de
potabilização oferecidos pelo mercado brasileiro (tipo FORTLEV). Já para o
abastecimento da obra, as principais características físico-químicas da água artesiana
não remetem para tratamentos prévios, podendo ser utilizadas diretamente.
Existe ainda uma possibilidade de abastecimento da obra através de carros
pipa, caso a captação de água subterrânea não se viabilize, ou por captação dos
afluentes presentes na Fazenda.
A seguir são apresentadas as atividades que necessitam de água e a
estimativa de quantidade exigida.

Construção de acessos internos de cascalho

Para a melhora da construção dos acessos internos, é aconselhável a


utilização da água, para gerar um cascalho compactado com umidade suficiente para
inibir a produção de poeira. Esta atividade foi prevista para ser realizada entre o
segundo e o décimo mês de obras: a quantidade diária de água estimada por esta
atividade será em 180 m3/dia.
Este valor é obtido considerando que:
 a espessura média dos acessos é aproximadamente 30 cm;
 o valor do coeficiente OMC (Optimum moisture content) igual a 7%.
 a superfície dos acessos internos de cascalho será de cerca 461.550m2;

Trabalhadores

Cada trabalhador necessita de 50 litros/dia para uso sanitário em 8 horas de


trabalho. A quantidade média diária de trabalhadores será de cerca 800 pessoas.

Produção de concreto

O concreto é imprescindível para a construção das fundações da subestação


de alta tensão, das estações de média tensão, de todas as edificações e do
almoxarifado. O montante a ser produzido será de 27.360 m³.

Página 26 de 61
A quantidade de concreto produzida por cada fundação será aproximadamente
70m³. O montante total depende do número de aerogeradores a serem instalados
(391). Atualmente, a solução de conexão e o traçado da linha (que implica no número
de aerogeradores) encontram-se em fase de consulta junto à Coelba e à Chesf. Na
hipótese de solução de conexão preferida 138 Kv a quantidade de concreto pela linha
de transmissão será por volta de 210 m³.
O montante global do concreto a ser produzido será de aproximadamente
27.570m³.
Cada metro cúbico de concreto necessita de 200 litros de água, totalizando o
uso 5.474.000m³ de água para produção total de concreto a ser utilizado no
empreendimento.

Limpeza dos veículos

É estimado a realização de uma lavagem para cada veículo utilizado na


construção semanalmente. Para que não exista maiores desperdícios, serão usados
equipamentos de lavagem de alta pressão, pois, consomem menos água em
comparação com os métodos tradicionais.
O consumo de água total e médio, durante a implantação, é detalhado na
tabela a seguir.

Tabela 4: Necessidade de água durante a implantação


Necessidade de água durante a implantação
Descrição Unidade Total
Dias de trabalho dia 462
Consumo de água total para as estradas
internas m³ 20790

Consumo de água total para uso do sanitário m³ 15840


Consumo de água total para produção de
concreto m³ 5107
Consumo de água total m³ 41737
Descrição Unidade Meio
Consumo de água durante os dias úteis m³/dias 90,33982684
Fluxo de água equivalente durante 22 dias
úteis l/s 0,766773222
Fluxo de água equivalente durante 30 dias l/s 1,045599848

Página 27 de 61
O pico de consumo de água durante a implantação dos acessos internos,
planejado entre o segundo e o décimo mês, quando a exigência de água média
mensal será de aproximadamente, de 2.598 m³/mês (correspondente a um fluxo de
água de 0,988l/s por 22 dias úteis).
Tanques de armazenamento serão utilizados de modo a responder às
exigências de pico de consumo de água, com uma reserva de cinco dias,
correspondente aproximadamente a 450 m³

Sistema de esgotamento sanitário

Avaliando que não há no local do empreendimento uma rede pública de


esgotamento sanitário da concessionária estadual – EMBASA – significará que haverá
uma solução individual para o tratamento dos efluentes sanitários produzidos pelo
empreendimento, tanto na fase de implantação, como também na de operação.
O sistema de esgotamento sanitário será composto de rede de captação de
efluentes, direcionando-os para uma fossa séptica com sumidouro, localizadas a 6
metros do ambulatório.
O dimensionamento das estruturas deste sistema será desenvolvido durante o
requerimento da Licença de Instalação (LI), precedido da elaboração de estudo
específico. Principalmente a infiltração no solo que é relacionado diretamente com a
sua capacidade de absorção, podendo ser por meio de sumidouro.
A instalação de uma fossa séptica pré-moldada começa pela escavação do buraco
onde ela vai ficar enterrada no terreno, em seguida, o fundo do buraco deve ser compactado,
nivelado e coberto com uma camada de 5cm de concreto magro. O esgoto in natura deve
ser lançado em um tanque, com o menor fluxo de água, a parte sólida se depositará,
liberando a parte líquida. Uma vez depositado, as bactérias anaeróbias agem sobre a
parte sólida do esgoto decompondo-o. A decomposição é importante pois torna o
esgoto residual com menor quantidade de matéria orgânica, já que a fossa remove
cerca de 40% da demanda biológica de oxigênio e o mesmo pode ser lançado de volta
à natureza, com menor prejuízo à mesma.
Devido a possibilidade de presença de organismos patogênicos, a parte sólida
deve ser retirada, através de um caminhão limpa-fossas e transportada para o aterro
sanitário de Irecê-BA, que fica a 93,5 km do canteiro de obras.

Página 28 de 61
A fossa será dimensionada de acordo com a NBR nº 7.229/1993.

Dados do projeto e adotados:

Quantidade de pessoas = 800 Consumo de água = 150 L/pessoa.dia

Determinação do volume do tanque séptico de uma câmara:

V =1000+ N (C . T + K . Lf )(1)

 Em que: V = Volume útil, em litros


 N = Número de pessoas ou unidades de contribuição
 C = Contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x
dia (Tabela 5)
 T = Período de detenção, em dias (Tabela 6)
 K = Taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo
de acumulação de lodo fresco (Tabela 7)
 Lf = Contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia (Tabela 5)

Tabela 5. Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de
prédio e de ocupante

Página 29 de 61
Tabela 6. Período de detenção (T) dos despejos, por faixa de contribuição
diária

Tabela 7. Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre
limpezas e temperaturas do mês mais frio

Página 30 de 61
Dimensionamento do Tanque Séptico (NBR 7229)
Quantidade de pessoas (N) 800
Consumo de água (litros/pessoa.dia) 150
Contribuição de despejo
(litros/pessoa.dia) (80% do consumo de 120
água)
Período de detenção (T) (dias) 5

Taxa de acumulação de lodo digerido 65


Lf 1
Volume (litros) 533000
Volume (m³) 533
Volume adotado (m³) 533

Retangular
Profundidade útil (m) 2,8
Comprimento (m) 20
Largura (m) 9,5
Volume (m³) 532
Profundidade total (m) 3,2
Área em planta (m²) 190

Dimensionamento da caixa de gordura (NBR8160)


Volume (litros) 1620
Volume (m³) 1,62
Altura molhada
0,6
(m)
Parte submersa
0,4
do septo (m)

Retangular
Comprimento (m) 2
Largura (m) 1
Altura (m) 1
Volume (m³) 2

Página 31 de 61
O sistema de tratamento das águas permite a reutilização das águas nos
sanitários – descarga e vasos-, contra incêndios, nas irrigações dos acessos, coibindo
a ressuspensão da poeira, assim diminuindo o consumo de água total do
empreendimento.

Sistema de Drenagem Pluvial

No local do projeto podem ser escolhidas duas áreas a serem tratadas em


maneira diferenciada do ponto de vista do projeto do sistema de drenagem pluvial.
O local, dentro da Fazenda Brejo da Brazida é predominantemente plana e
para facilitar a drenagem das águas pluviais, terá a instalação de equipamentos de
drenagem com condutores horizontais, verticais e canaletas que viabilizarão o
direcionamento do excedente para a infiltração do solo, precedida de equipamentos de
quebra de energia – tal como escada drenante -, a fim de evitar a ocorrência de
processos erosivos.
A drenagem que está no local do projeto, dentro da Fazenda Brejo da Brazida,
apresenta um curso d’água onde os excedentes pluviais possam ser direcionados.
Sendo assim, os equipamentos de drenagem serão instalados usufruindo o declive
natural, direcionando os excedentes para o córrego, presente no extremo oeste da
propriedade.
As soluções para a drenagem pluvial do empreendimento durante a fase de
sua implantação serão mantidas ao longo da operação do Complexo Eólico
Castanheiras.

4.4.2 Características da infraestrutura da fase de operação do projeto

Embora o item h do roteiro básico para elaboração do RAS referir-se à


concepção geral do canteiro de obras e das infraestruturas gerais da fase de
implantação, preferiu-se apresentar as principais características da infraestrutura fase
de operação do projeto, de forma a permitir um entendimento sequencial das
características do Complexo Eólico Castanheiras.

Página 32 de 61
Manejo dos Resíduos Sólidos na Fase de Operação do Empreendimento

Durante a fase de operação, estima-se um período de 20 anos, a quantidade


de resíduos sólidos domésticos é estimada em 48 kg/dia.
A Quinto Sol Energia LTDA - EPP solicitará ao Município local a viabilidade da
coleta dos resíduos sólidos domésticos e administrativos para encaminhamento ao
aterro municipal autorizado.
Outros tipos de resíduos sólidos podem ser gerados durante a operação do
empreendimento, tal como, manutenção do complexo eólico em eventuais falhas de
componentes.
Os módulos fotovoltaicos e cabos (cobre e/ou condutor de alumínio)
descartados serão encaminhados para a reciclagem do silício, bem como os quadros
de alumínio (ou aço zincado) e pilhas de sistemas de montagem.

Mão-de-obra para Manutenção e Vigilância do Complexo Eólico durante a sua


Operação

Um máximo de até 64 pessoas será empregado durante a fase de operação


do complexo eólico, para desempenhar função nas áreas de manutenção e vigilância
do complexo eólico.
O Complexo Eólico Castanheiras será operado interruptamente ao longo de
sete dias por semana e os funcionários envolvidos nas atividades de operação terão
turnos de trabalho pré-estabelecidos de modo a permitir uma operação contínua do
complexo eólico.
A equipe de vigilância trabalhará durante o período diurno, noturno e no fim-
de-semana. O número médio de pessoas que trabalharão ao mesmo tempo será de 24
pessoas durante o dia e 8 pessoas durante a noite.
A seguir apresenta-se quadro de funcionários a serem contratados para
viabilizar a operação do empreendimento eólico.
Tabela 8: Mão-de-obra alocada na fase de operação
Atividade Número de funcionários
Manutenção da usina fotovoltaica 32 funcionários
Vigilância 32 funcionários
Total 64 funcionários

Página 33 de 61
Durante a vida útil do complexo eólico, a mão-de-obra necessária para as
atividades de manutenção regular coincidirá com a mão-de-obra não especializada que
já terá sido contratada durante a fase de implantação, considerando já estar qualificada
para tal.

Mão-de-obra para manutenção da Linha de Transmissão

Ocorrerão manutenções regulares preventivas durante a fase de operação.


Atividades essas que estão previstas para manter o equipamento em condições
satisfatórias de operação e prevenir adversidades.
Essas atividades envolvem vistorias aéreas e terrestres, cujas frequências e
tipo são sintetizados no quadro abaixo:
Tabela 9:
Atividades Frequência
Inspeção visual e limpeza 01 mês
Inspeção termográfica 06 meses
Medição da malha de aterramento 36 meses
Revisão geral em chaves tripolares 03 a 04 anos
manuais
Revisão em mecanismo de chave 01 ano
interruptora
Revisão geral da chave interruptora 03 anos

Fonte de abastecimento de água para a fase de operação e estimativas de


demanda.

As soluções para o abastecimento de água e esgotamento sanitário do


empreendimento durante a fase de sua implantação serão mantidas ao longo da
operação do Complexo Eólico Castanheiras.
Durante a fase de operação, será utilizada água para abastecer os sanitários
do empreendimento, bem como para promover a limpeza periódica dos módulos
fotovoltaicos.
A água poderá ser utilizada ainda para a lavagem dos veículos e para outros usos
similares.

Consumo de água para uso nos banheiros

O consumo médio de água diário para uso sanitário está estimado em 250
litros/dia/pessoa, por 64 pessoas (48 pessoas durante o dia e 16 pessoas durante a

Página 34 de 61
noite), logo estima-se que o consumo diário de água será de aproximadamente 16.000
litros/dia.

Manutenção dos aerogeradores

A atividade de manutenção dos aerogeradores será realizada duas vezes por


ano, e poderá demorar mais ou menos um mês (22 dias úteis) em cada procedimento,
deverá ser feito por empresas especializadas, de preferência que seja do estado da
Bahia.

Montagem dos Aerogeradores

O mastro é montado com peças de concreto pré-fabricadas com diâmetros


variados, dependendo da necessidade do projeto. Seções de diâmetros maiores são
fabricadas em duas ou até três meias-seções para facilitar o transporte. As peças
fabricadas são chamadas de novelas, que compõem os tramos - cada segmento
(tramo) tem, em média, 20 m. Normalmente, o tramo é montado ao lado da base da
torre. As peças costumam ser pintadas com revestimentos especiais para proteção do
concreto e para evitar fissuração. As junções de cada seção podem receber um
produto especial à base de resina epóxi para transmitirem de maneira uniforme as
forças de pressão de seção em seção. Na montagem das seções (tramos), os cabos
de tensão são passados por dentro de dutos e tensionados com a fundação. Depois,
um microconcreto fluido (graute de alta resistência) é injetado nos espaços entre os
cabos e os dutos para que fiquem permanentemente protegidos contra a corrosão.
O içamento da turbina é feito em múltiplos estágios. Inclui a montagem da nacele
(carcaça montada sobre a torre onde se situam o gerador, a caixa de acoplamento e
demais dispositivos), a montagem e elevação do rotor, a conexão dos cabos internos e
a inspeção e teste do sistema elétrico. Uma grua é necessária para as etapas finais. O
conjunto de pás é montado na parte anterior da nacele, ainda no chão. Posteriormente,
é içada e acoplada a parte posterior da nacele.
As gruas que serão responsáveis pelo içamento de toda a estrutura dos
aerogeradores são do tipo torre fixa com lança móvel, pois tem movimentos verticais e
horizontais livres necessários para a montagem. Serão montadas e desmontadas cada
vez que for necessário à sua utilização.

Página 35 de 61
Atividades de Desmobilização do Complexo Eólico

Este complexo de energia eólica renovável deverá ter uma durabilidade de


funcionamento de 20 anos podendo ser prorrogada por mais 5 ou 10 anos, é difícil
prever as condições ambientais locais e instrumentos de gestão territorial e legais que
vigoram. Após este período de tempo, a infraestrutura da usina deverá ser
desmontada, deverá ser apresentado estudo de respectivas alterações referindo-se
especificamente a impactos previsíveis, medidas de minimização e de ações a serem
realizadas. Chegado ao fim de sua utilização econômica, todas as estruturas da usina
serão removidas e o terreno será viável para qualquer tipo de utilidade.
Durante esta fase, as atividades de desmobilização da usina fotovoltaica
incluem principalmente a remoção da infraestrutura do projeto e restauração do sítio.
A fase de desmobilização começará no final da vida útil do complexo eólico
entre 20 e 30 anos, envolvendo uma equipe de cerca de 200 trabalhadores.
O encerramento estará sujeito a um plano de desativação, uma vez que o
projeto estará quase ao termino da sua vida útil (20 a 30 anos). A fase de
desmobilização também estará sujeita a um licenciamento ambiental específico.

Tabela 10: Mão de obra alocada na fase de desmobilização


Atividade Número de funcionários
Desmontagem dos edifícios 60 funcionários
operacionais
Desmontagem dos aerogeradores 120 funcionários
e cablagem
Garantia de segurança e saúde 4 funcionários
ocupacional
Vigilância 16 funcionários
Total 200 funcionários

Página 36 de 61
4.5 Canteiro de obras solar

Figura 8 – Canteiro de obras solar

Página 37 de 61
Tabela 11 – Áreas discriminadas
Legenda Instalação Provisória Área total
1 Ambulatório 20m²
2 Escritório 60m²
3 Refeitório 300m²
4 Cozinha 93m²
5 Depósito de Gêneros 64m²
6 Central de Energia 20m²
7 Almoxarifado de 100m²
materiais
8 Oficina 40m²
9 Maquinário 4400m²
10 Almoxarifado 4000m²
11 Estacionamento 2280m²
12 Portaria 60m²
13 Casa do Lixo 100m²
14 Vestiários 414m²
15 Lavanderia 20m²
16 Alojamentos 1200m²
17 Fossa Séptica e 190m²
Sumidouro

Página 38 de 61
As vias de acesso ao Parque Solar Castanheiras facilitam a movimentação
dos veículos pesados durante a fase de implantação e operação do projeto.
Primariamente, optou-se para projetar o acesso ao Parque Solar Castanheira,
a uma via que liga a uma estrada vicinal que liga Sento Sé a Jussara em
correspondência do lado extremo-Sudoeste da propriedade Fazenda Brejo da Brázida.
Assim, durante a fase de implantação, minimizam-se os possíveis impactos
associados às atividades do canteiro das obras, por não ter estruturas vizinhas
próximas.
As áreas destinadas ao ambulatório, lavanderia, refeitório, cozinha e depósitos
de gêneros serão localizadas próximo do acesso principal.
Esta área da propriedade, individualizada para o canteiro das obras,
apresenta-se provida de vegetação nativa, portanto, uma vegetação rasteira
característica da região. Registra-se, também, que o canteiro foi estrategicamente
posicionado dentro da Fazenda Brejo da Brázida, onde haverá a implantação do
parque de 400 MW e assentado em uma superfície ligeiramente plana que facilitasse a
implantação das placas fotovoltaicas, limitando o número de travessias de operários ao
longo da estrada vicinal. A presença de vegetação nativa permite uma maior
velocidade de preparação da área designada incialmente aos equipamentos de
armazenamento e gestão do canteiro, por ser caatinga, ou seja, uma vegetação rala e
seca.
Ao sul do acesso, está a área para o alojamento dos colaboradores, vestiário e
banheiros. Esta área foi escolhida de forma a atender aos seguintes requisitos:
 Tamanho da área suficiente para implantação desta estrutura;
 Proximidade ao acesso as áreas comuns;
 Separação da área produtiva do empreendimento;

A leste do acesso, aloca-se duas vias de acesso para entrada e saída do


canteiro, contornando o almoxarifado e galpão de máquinas, entre as duas vias de
acesso, está situado o escritório central, refeitório, cozinha e depósito de gêneros, à
esquerda da via de saída, está o ambulatório e a lavanderia, mais a oeste estão as
estruturas de almoxarifado (coberto e descoberto), maquinário e a oficina. Esta área foi
escolhida para atender aos seguintes requisitos:
 Proximidade ao acesso à área de projeto

Página 39 de 61
 Tamanho da área suficiente para implantação do equipamento
 Vegetação nativa rasteira que permite alocação do canteiro com maior
velocidade
 Topografia plana

Para assegurar a compatibilidade ambiental e infraestrutura, foram considerados


também os seguintes fatores:
 Restrições ao uso da terra, devido à presença de vegetação nativa na poligonal
do projeto;
 Limitação das interferências do projeto com a linha elétrica localizada dentro da
Fazenda Brejo da Brazida.
 A construção do canteiro antecederá a implantação propriamente dita do Parque
Castanheiras.

A seguir apresenta-se o detalhamento das fases individualizadas das obras,


que tanto podem seguir uma cronologia sequencial, como ocorrerem de forma
concomitante.
A primeira fase consiste na delimitação da área do projeto. As áreas que irão
ser objeto de intervenções serão cercadas ao longo dos seus perímetros de forma a
evitar o acesso de funcionários às áreas que comporão a APP (Área de Preservação
Permanente) e a ARL (Área de Reserva Legal) da propriedade, permitindo ainda um
controle de vigilância patrimonial dos materiais a serem armazenados no local.
Desde o início, está previsto um sistema de vigilância com vídeo e pessoal
especializado para a vigilância patrimonial e fiscalização de acessos de funcionários às
áreas de conservação da propriedade (APP e ARL).
Para a instalação da cerca ocorrerão as operações de preparação do local
com roçagens de vegetação herbácea e abertura de aceiros, a depender do local de
sua implantação.
A porção da área a ser ocupada pelo Parque Solar será devidamente
preparada para a implantação do empreendimento, por meio de operações de
supressão da vegetação, quando necessário, antes do início da implantação dos
equipamentos de suporte ao canteiro.

Página 40 de 61
Finalizadas estas etapas preliminares, um segundo passo importante será a
regularização do terreno, com o projeto e realização do novo acesso e a implantação
de novos acessos internos conforme projeto.
Serão realizadas movimentações de terra mínimas, pois a área já apresenta
grande homogeneidade do relevo (aplainado). Uma pequena porção de terra
movimentada será armazenada para viabilizar a sua posterior reutilização dentro do
local de projeto, onde for necessário: aterro, rampas de acesso, docas e etc.
Para as fundações das estruturas de suporte dos módulos fotovoltaicos,
considerou-se a possibilidade de utilização de fundações do tipo estacas cravadas, por
conta da pouca movimentação significativa da terra, que será definido após as análises
geotécnicas locais que antecederão a Licença de Instalação. Estas análises
geotécnicas permitirão o conhecimento das capacidades de suporte do solo ao longo
do traçado da linha de transmissão.
Os acessos internos foram projetados de forma a garantir o tráfego em duplo
sentido, o que otimizará o abastecimento da obra durante a implantação do parque
solar. Desta forma, os acessos ao redor dos parques foram projetados com largura de
4 metros, assim como acessos internos também foram projetados com largura de 4m.
Em ambos os casos, haverá deposição de materiais secos para formação de uma
camada compacta.
O concreto necessário para as subestações de média e alta tensão, e para a
casa de controle será fornecido a partir das fontes comerciais nas proximidades do
empreendimento, preferencialmente as que estão instaladas no município de Sento Sé
ou nas proximidades, visando contribuir para a dinamização da economia local.
Considerando uma espessura de pavimentação dos acessos internos de até
300 mm e uma superfície (de acessos) com cerca de 4000 m², a quantidade de
cascalho necessária para implantação destes acessos é estimada em cerca de 120 m³
que, devido ao contexto onde está inserido o empreendimento, representa a
quantidade total de terra a ser movimentada para a implantação do acesso até a
estrada vicinal.
Na sequência será desenvolvida uma logística da área das estruturas
temporárias de suporte às atividades do canteiro. Como a obra irá exigir um controle

Página 41 de 61
constante no ponto de acesso ao local, será instalada uma portaria onde haverá uma
balança para os caminhões.
Haverá estruturas removíveis para:
 Armazenamento temporário dos módulos fotovoltaicos com pisos cobertos com
material seco e compactados, a fim de evitar o contato direto com o solo;
 Armazenamento temporário para os sistemas de montagem das matrizes
fotovoltaicas;
 Armazenamento e processamento dos materiais de construção (areia, cascalho,
cimento, aço, etc.);
 Instalações temporárias para garantir o cuidado dos trabalhadores, almoxarifado
e alojamentos apenas para o pessoal indispensável que será autorizado a
permanecer durante a noite;
 Escritórios de gestão da obra;
 Unidade para cuidados médicos em módulo pré-fabricado, a fim de permitir os
primeiros socorros e as atividades de emergência;
 Área de recreação e refeitório (edifícios pré-fabricados);
 Estacionamentos para os trabalhadores, para os visitantes e para caminhões,
localizados perto da área dos escritórios.

Ainda, serão realizados:


 Perfuração de poço(s) para o abastecimento da água, em presença de águas
subterrâneas dentro do local de projeto.
 Haverá também o armazenamento de água potável para consumo humano, a
qual passará por um processo de tratamento e purificação, por meio dos
sistemas de potabilização oferecidos pelo mercado brasileiro (tipo FORTLEV);
 Rede elétrica para os escritórios e estruturas de serviços;
 Sistema de tratamento de esgoto com os sistemas oferecidos pelo mercado
brasileiro (tipo DAFA/UASB). Os efluentes domésticos tratados serão utilizados
para umedecer as vias de acesso internos, evitando ressuspensão de poeiras
reduzindo assim a presença de material particulado (pó);
 ponto de coleta de resíduos sólidos.

Página 42 de 61
Estas instalações se iniciarão com a implantação do Parque Solar Castanheira
1, localizado na Fazenda Brejo da Brazida, o qual será completado com todos os seus
equipamentos (transformadores BT/MT, cabos, subestações de média tensão).
Durante esta fase, haverá também a instalação da subestação de alta tensão e da
linha aérea que concentra o Parque Solar com a subestação Chesf (138 kV - 230 kV -
500 kV).
Durante a fase final, haverá a instalação de transformadores BT/MT bem como
a colocação de cabos, das subestações de média tensão, e das receptoras.
Em relação à implantação da linha de transmissão -uma vez considerados os
critérios relacionados à minimização de interferências em áreas com ocorrência de
vegetação nativa, adequando ângulos de inflexão e compatibilizando com o seu
traçado, mantendo assim os recuos cabíveis, inicialmente - será realizada a roçagem
da faixa de servidão (se necessário), para garantir as condições de operação e de
segurança da linha de transmissão.
Na sequência, será realizada à implantação propriamente dita da linha de
transmissão.
A definição exata do traçado a ser seguido será determinada após
confirmação da Chesf que indicará a posição do bay de conexão na Subestação
Castanheira 7, confinante com a propriedade da Fazenda Brejo da Brazida.
Considerando que o traçado da linha terá um comprimento de 62,5 km, dada a
distância do local de projeto com a subestação Chesf, e que a linha terá lugar numa
área limitada, fora daquela de projeto, será utilizado como canteiro das obras aquele
do Parque Solar já predisposto de estruturas de armazenamento e estocagem.
Os equipamentos que serão alocados para as obras de implantação da linha
de transmissão são:
 Retroescavadeira, utilizada para abertura das cavas de fundações das
estruturas e instalação de contrapeso;
 Bate-estacas;
 Equipamentos móveis de tração utilizados no lançamento dos cabos condutores;
 Postes de concreto, bem como ferragens, isoladores e equipamentos diversos;
 Porta bobina;
 Equipamento destinado a transportar as bobinas de cabos condutores.

Página 43 de 61
Para as fundações, considerou-se a possibilidade de utilização de fundações
por estaqueamento ou por tubulões, a serem definidos após as análises geotécnicas
locais que antecederão a Licença de Instalação. Estas análises geotécnicas permitirão
o conhecimento das capacidades de suporte do solo ao longo do traçado da linha de
transmissão.
A execução das fundações perpassa pela preparação dos locais ao longo do
seu traçado, envolvendo o nivelamento da superfície para o posicionamento do bate-
estaca e da abertura de covas para os tubulões, quando for o caso. A camada de solo
superficial será sempre objeto de remoção e armazenamento para viabilizar a sua
posterior reutilização.
A reconstituição do terreno nas áreas das estruturas das estacas contemplará,
além da utilização da camada de solo superficial previamente estocada, a instalação
de canaletas de drenagens pluviais.
As instalações provisórias são estabelecidas pela NR-18, separa-se os tipos
de instalações provisórias em duas categorias, as de apoio (escritório, guarita,
almoxarifado, maquinário, oficina) e as de vivência (refeitórios, banheiros, vestiários,
alojamentos, lavanderia, ambulatório, cozinha, depósito de gêneros). Cada tipo de
instalação será descrito a frente, com suas características estabelecidas pela norma.
Para a escolha do escritório geral entre o ambulatório e os galpões, foi usado
os seguintes critérios:
 Centralizado para ter ampla visão do canteiro
 Proximidade com a área de projeto

Já o ambulatório tem maior proximidade com a via de acesso para eventuais


emergências, a lavanderia está alocada próxima aos alojamentos; o almoxarifado,
garagem e o maquinário são os mais próximos à área de projeto para uma menor
distância entre os materiais e o campo, aumentando a produtividade; a cozinha será
alocada entre o escritório geral e o ambulatório por estar no ponto mais centralizado
entre os alojamentos e os galpões. Os galpões englobarão: os almoxarifados cobertos
e descobertos, o maquinário, a oficina e a central de energia será considerada uma
área de 15% da soma total para circulação.
De acordo com a NR-18, cada cabine do alojamento deve ter 3 m²,
contemplando dois colaboradores por cabine. O Alojamento conta com 400 cabines

Página 44 de 61
totalizando uma área de 1200 m². A lavanderia com área de 20 m² e o ambulatório de
12 m², segundo a NR-24, o refeitório tem de ter 1/3 do número de colaboradores como
área no mínimo, sendo assim, tem 300 m² de área, já a cozinha e o depósito de
gêneros tem 35% e 20% da área do refeitório respectivamente, sendo a área de 96 m²
e 64 m² para cada.
Para o complexo de vestiários, segundo a NR-18, tem de existir um lavatório e
um mictório para cada 20 pessoas, um chuveiro para cada 10 pessoas, um armário de
1,2mx0,3m por trabalhador e um vaso sanitário de 1m² de cabine para cada 20
trabalhadores.
O almoxarifado destinado as placas fotovoltaicas serão de 4000 m² e o
almoxarifado destinado aos materiais necessários para o complexo solar será de 100
m², o maquinário contempla 4400 m² e a oficina 40 m², e a central de energia será de
20 m²
A área total destinada para os armários empilhados dois a dois será de 288m²,
os lavatórios e os mictórios ocuparão 24m lineares cada, já o vaso sanitário ocupará
uma área de 40m², contando com 10% destinado circulação, a área total do vestiário
ficará em 414 m².
A estimativa de área de vegetação a ser suprimida pelo canteiro fica em
28.560 m², que é o produto entre as dimensões do canteiro em planta, que é 262m por
112m que fica com 29.344m²

Tabela de áreas:
Instalação Provisória Área
Escritório 60m²
Refeitório 300m²
Cozinha 96m²
Depósito de Gêneros 64m²
Alojamento 1200m²
Lavanderia 20m²
Ambulatório 12m²
Almoxarifado das placas 4000 m²
Maquinário 4400 m²
Almoxarifado coberto 100 m²
Oficina 40m²
Central de Energia 20m²
Vestiário 414m²
Estacionamento 2280m²

Página 45 de 61
Portaria 60m²
Casa do Lixo 100m²

Mão-de-obra durante a fase de implantação

Durante o período de implantação da usina solar, estimado em cerca de 18


meses, serão empregadas aproximadamente 700 pessoas, com possibilidade de
aumento desta quantidade para até 800 em alguns momentos específicos,
principalmente durante o período de construção mais intensa.
Nesta fase, a quota de mão-de-obra não especializada representa cerca de
80% dos funcionários totais envolvidos nas obras de implantação, que será
proveniente da área de influência direta do meio socioeconômico do empreendimento,
considerando, a sede do município de Sento Sé-BA.
Em relação à mão-de-obra especializada, incialmente para fase de
implantação, os funcionários serão provenientes do exterior, pois este tipo de Usina
representa uma tecnologia nova e não difundida no Estado de Bahia.
A seguir, apresenta-se quadro com a estimativa de mão de obra para a fase
de implantação do projeto:

Tabela 11: Mão de obra alocada no canteiro


Atividade Número de funcionários
Levantamento topográfico e 80 funcionários
terraplanagem
Construção das edificações 120 funcionários
operacionais
Montagem dos módulos 460 funcionários (ou 560 nos
fotovoltaicos e cabos períodos mais intensos)
Garantia de segurança e saúde 8 técnicos
ocupacional
Vigilância 32 funcionários
Total 800 funcionários
O número de unidades de mão de obra para a fase de implantação do projeto
poderá ser superior, chegando até 1000 unidades, se o prazo de implantação for
reduzido em 3 meses, situação que também depende de critérios a serem definidos
pela ANEEL e EPE.

Página 46 de 61
Para a implantação da linha de transmissão, concomitante à implantação da
usina solar, prevista para um período de cerca de 30 dias, estimou-se a geração de
aproximadamente 64 postos de trabalho, conforme tabela a seguir:

Tabela 12: Mão de obra alocada na linha de transmissão


Atividade Número de Funcionários
Levantamento topográfico e abertura da 8 funcionários
picada
Construção civil(fundações) 16 funcionários
Montagem da eletromecânica da linha 32 funcionários
de subtransmissão
Garantia de segurança e saúde 8 funcionários
operacional
Total 64 funcionários

Aquisição de materiais

Os materiais de construção necessários no local serão adquiridos, em sua


maioria, no estado de Bahia ou no Brasil. No seu conjunto, se prevê que uma quota de
aproximadamente 50% do CAPEX total (despesas de investimento) será adquirida
localmente. Este percentual tende a aumentar, uma vez que haverá um setor
específico e competitivo, no Estado da Bahia e no Brasil, capaz de fornecer os
módulos fotovoltaicos e outros componentes tecnológicos.
Aquisição dos equipamentos fotovoltaicos
Os equipamentos fotovoltaicos, ou seja, os painéis fotovoltaicos e as
estruturas de suporte, serão adquiridos no estado da Bahia e no Brasil, se houver
disponibilidade à época.
Aquisição das estacas e dos cabos
Os equipamentos da linha de transmissão serão adquiridos no estado da
Bahia, em particular nas cidades próximas à área do projeto.

Aquisição de outros materiais

Os materiais necessários para as edificações a exemplo das estações de


média tensão, da subestação de alta tensão, para as edificações de controle e para o
almoxarifado serão adquiridos a partir das fontes comerciais nas proximidades do
empreendimento.

Página 47 de 61
Resíduos sólidos

Durante a fase de construção da usina solar haverá produção de resíduos


sólidos da construção civil, que foram estimados em até 24.000 m3 por mês de
atividade. Estes resíduos sólidos constituem-se em material orgânico fruto das
atividades de preparação do terreno, além de outros tipos de resíduos sólidos, a
exemplo de madeiras de embalagens, caixas dos equipamentos, poliestireno
expandido e lixo doméstico.
O material orgânico oriundo das operações de preparação do terreno será
objeto de trituração para posterior reutilização como adubo orgânico a ser empregado
nas áreas do buffer (cerca vivia) previsto, que em muitos trechos do limite da
propriedade demandarão ações de plantio e/ou enriquecimento vegetal.
A premissa de segregação dos resíduos será adotada buscando viabilizar
destinações que viabilizem reutilizações e /ou reciclagens dos mesmos, sempre que
possível. Os resíduos não recicláveis serão encaminhados para destinações finais
adequadas, a exemplo do aterro sanitário mais próximo da área do empreendimento.
Os resíduos sólidos produzidos diretamente pela implantação da linha de
transmissão foram estimados num total de 150 m3.
Após a fase de roçagem e abertura de frentes de trabalho, cujos resíduos
terão o mesmo tratamento e destinação final daqueles oriundos da usina solar, haverá
uma geração de outros resíduos sólidos, principalmente oriundos dos descartes de
materiais utilizados na construção e implantação das estruturas.

Fonte de abastecimento de água para a fase de implantação e estimativa de


demanda

A fase de implantação durará aproximadamente 21 meses. Durante esse


período será necessário a utilização de água para abastecer a obra da Usina Solar e
da sua linha de transmissão de energia.
Com a posição da área de projeto, na qual a rede EMBASA urbana não
engloba, o fornecimento de água das obras para a implantação do parque solar,
incluindo a sua usina e a linha de transmissão, ocorrerá por meio de captação de água
de poços especificamente perfurados no local ou armazenamento em caixas d’água e

Página 48 de 61
distribuição por rede de captação própria advinda dos afluentes presentes na Fazenda
Brejo da Brázida
Acontecerão estudos prospectivos para análise de viabilidade dos novos
poços a serem perfurados. As perfurações realizadas serão encerradas à verificação
da presença de água se a avaliação da capacidade de água, perante a demanda
necessária for satisfatória.
Possuindo disponibilidade de vazão de água suficiente, os poços serão
utilizados como manancial para o abastecimento da obra e a sua capacidade de
reserva reavaliada, com possibilidade de aumento desta última.
A quantidade de poços abertos depende da capacidade de produção suficiente
para abastecer as obras do canteiro e as atividades da fase de operação.
No primeiro caso, prevê-se requerimento de outorga para captação de água
subterrânea junto ao INEMA, quando do pedido da Licença de Instalação, após
atestada a viabilidade locacional do empreendimento.
Considerando as características físico-químicas da qualidade da água
subterrânea daquele contexto local, a sua destinação para o consumo humano
sanitário será precedida de tratamento de purificação, por meio dos sistemas de
potabilização oferecidos pelo mercado brasileiro (tipo FORTLEV). Já para o
abastecimento da obra, as principais características físico-químicas da água artesiana
não remetem para tratamentos prévios, podendo ser utilizadas diretamente.
Existe ainda uma possibilidade de abastecimento da obra através de carros
pipa, caso a captação de água subterrânea não se viabilize, ou por captação dos
afluentes presentes na Fazenda.
A seguir são apresentadas as atividades que necessitam de água e a
estimativa de quantidade exigida.

Construção de acessos internos de cascalho

Para a melhora da construção dos acessos internos, é aconselhável a


utilização da água, para gerar um cascalho compactado com umidade suficiente para
inibir a produção de poeira. Esta atividade foi prevista para ser realizada entre o
segundo e o décimo mês de obras: a quantidade diária de água estimada por esta
atividade será em 180 m3/dia.

Página 49 de 61
Este valor é obtido considerando que:
 a espessura média dos acessos é aproximadamente 30 cm;
 o valor do coeficiente OMC (Optimum moisture content) igual a 7%.
 a superfície dos acessos internos de cascalho será de cerca 4.000m2;

Trabalhadores

Cada trabalhador necessita de 50 litros/dia para uso sanitário em 8 horas de


trabalho. A quantidade média diária de trabalhadores será de cerca 800 pessoas.

Produção de concreto

O concreto é imprescindível para a construção das fundações da subestação


de alta tensão, das estações de média tensão, de todas as edificações e do
almoxarifado. O montante a ser produzido será de 25.746 m³.
A quantidade de concreto produzida por cada fundação será aproximadamente
70m³. O montante total depende do número de torres a serem instaladas. Atualmente,
a solução de conexão e o traçado da linha (que implica no número de torres)
encontram-se em fase de consulta junto à Coelba e à Chesf. Na hipótese de solução
de conexão preferida 138 Kv a quantidade de concreto pela linha de transmissão será
por volta de 210 m³.
O montante global do concreto a ser produzido será de aproximadamente
25.746 m³.
Cada metro cúbico de concreto necessita de 200 litros de água, totalizando o
uso 5.107m³ de água para produção total de concreto a ser utilizado no
empreendimento.

Limpeza dos veículos

É estimado a realização de uma lavagem para cada veículo utilizado na


construção semanalmente. Para que não exista maiores desperdícios, serão usados
equipamentos de lavagem de alta pressão, pois, consomem menos água em
comparação com os métodos tradicionais.
O consumo de água total e médio, durante a implantação, é detalhado na
tabela a seguir.

Página 50 de 61
Tabela 13: Necessidade de água durante a implantação
Necessidade de água durante a implantação
Descrição Unidade Total
Dias de trabalho dia 462
Consumo de água total para as estradas
internas m³ 20790
Consumo de água total para uso do
sanitário m³ 15840
Consumo de água total para produção de concreto m³ 5107
Consumo de água total m³ 41737
Descrição Unidade Meio
Consumo de água durante os dias úteis m³/dias 90,33982684
Fluxo de água equivalente durante 22 dias úteis l/s 0,766773222
Fluxo de água equivalente durante 30 dias l/s 1,045599848

O pico de consumo de água durante a implantação dos acessos internos,


planejado entre o segundo e o décimo mês, quando a exigência de água média
mensal será de aproximadamente, de 2.598 m³/mês (correspondente a um fluxo de
água de 0,988l/s por 22 dias úteis).
Tanques de armazenamento serão utilizados de modo a responder às
exigências de pico de consumo de água, com uma reserva de cinco dias,
correspondente aproximadamente a 450 m³.

Sistema de esgotamento sanitário

Avaliando que não há no local do empreendimento uma rede pública de


esgotamento sanitário da concessionária estadual – EMBASA – significará que haverá
uma solução individual para o tratamento dos efluentes sanitários produzidos pelo
empreendimento, tanto na fase de implantação, como também na de operação.
O sistema de esgotamento sanitário será composto de rede de captação de
efluentes, direcionando-os para uma fossa séptica com sumidouro, localizadas a 6
metros do ambulatório.

Página 51 de 61
O dimensionamento das estruturas deste sistema será desenvolvido durante o
requerimento da Licença de Instalação (LI), precedido da elaboração de estudo
específico. Principalmente a infiltração no solo que é relacionado diretamente com a
sua capacidade de absorção, podendo ser por meio de sumidouro.
A instalação de uma fossa séptica pré-moldada começa pela escavação do
buraco onde ela vai ficar enterrada no terreno, em seguida, o fundo do buraco deve ser
compactado, nivelado e coberto com uma camada de 5cm de concreto magro. O
esgoto in natura deve ser lançado em um tanque, com o menor fluxo de água, a parte
sólida se depositará, liberando a parte líquida. Uma vez depositado, as bactérias
anaeróbias agem sobre a parte sólida do esgoto decompondo-o. A decomposição é
importante pois torna o esgoto residual com menor quantidade de matéria orgânica, já
que a fossa remove cerca de 40% da demanda biológica de oxigênio e o mesmo pode
ser lançado de volta à natureza, com menor prejuízo à mesma.
Devido a possibilidade de presença de organismos patogênicos, a parte sólida
deve ser retirada, através de um caminhão limpa-fossas e transportada para o aterro
sanitário de Irecê-BA, que fica a 93,5 km do canteiro de obras.
A fossa será dimensionada de acordo com a NBR nº 7.229/1993.
Dados do projeto e adotados:

Quantidade de pessoas = 800 Consumo de água = 150 L/pessoa.dia

Determinação do volume do tanque séptico de uma câmara:

V =1000+ N (C . T + K . Lf )(1)

 Em que: V = Volume útil, em litros


 N = Número de pessoas ou unidades de contribuição
 C = Contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x
dia (Tabela 14)
 T = Período de detenção, em dias (Tabela 15)
 K = Taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo
de acumulação de lodo fresco (Tabela 16)
 Lf = Contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia (Tabela 14)

Página 52 de 61
Tabela 14. Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo
de prédio e de ocupante

Tabela 15. Período de detenção (T) dos despejos, por faixa de contribuição
diária

Página 53 de 61
Tabela 16. Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo
entre limpezas e temperaturas do mês mais frio

Dimensionamento do Tanque Séptico (NBR 7229)


Quantidade de pessoas (N) 800
Consumo de água (litros/pessoa.dia) 150
Contribuição de despejo
(litros/pessoa.dia) (80% do consumo de 120
água)

Período de detenção (T) (dias) 5


Taxa de acumulação de lodo digerido 65
Lf 1
Volume (litros) 533000
Volume (m³) 533
Volume adotado (m³) 533

Retangular
Profundidade útil (m) 2,8
Comprimento (m) 20
Largura (m) 9,5
Volume (m³) 532
Profundidade total (m) 3,2
Área em planta (m²) 190

Página 54 de 61
Dimensionamento da caixa de gordura (NBR8160)
Volume (litros) 1620
Volume (m³) 1,62
Altura molhada
0,6
(m)
Parte submersa
0,4
do septo (m)

Retangular
Comprimento (m) 2
Largura (m) 1
Altura (m) 1
Volume (m³) 2
O sistema de tratamento das águas permite a reutilização das águas nos
sanitários – descarga e vasos-, contra incêndios, nas irrigações dos acessos, coibindo
a ressuspensão da poeira, assim diminuindo o consumo de água total do
empreendimento.

Sistema de Drenagem Pluvial

No local do projeto podem ser escolhidas duas áreas a serem tratadas em


maneira diferenciada do ponto de vista do projeto do sistema de drenagem pluvial.
O local, dentro da Fazenda Brejo da Brazida é predominantemente plana e
para facilitar a drenagem das águas pluviais, terá a instalação de equipamentos de
drenagem com condutores horizontais, verticais e canaletas que viabilizarão o
direcionamento do excedente para a infiltração do solo, precedida de equipamentos de
quebra de energia – tal como escada drenante -, a fim de evitar a ocorrência de
processos erosivos.
A drenagem que está no local do projeto, dentro da Fazenda Brejo da Brazida,
apresenta um curso d’agua onde os excedentes pluviais possam ser direcionados.
Sendo assim, os equipamentos de drenagem serão instalados usufruindo o declive
natural, direcionando os excedentes para o córrego, presente no extremo oeste da
propriedade.

Página 55 de 61
As soluções para a drenagem pluvial do empreendimento durante a fase de
sua implantação serão mantidas ao longo da operação do Parque Solar Castanheiras.

4.5.1 Características da infraestrutura da fase de operação do projeto

Embora o item h do roteiro básico para elaboração do RAS referir-se à


concepção geral do canteiro de obras e das infraestruturas gerais da fase de
implantação, preferiu-se apresentar as principais características da infraestrutura fase
de operação do projeto, de forma a permitir um entendimento sequencial das
características do Parque Solar Castanheiras.
Manejo dos Resíduos Sólidos na Fase de Operação do Empreendimento
Durante a fase de operação, estima-se um período de 30 anos, a quantidade
de resíduos sólidos domésticos é estimada em 48 kg/dia.
A Quinto Sol Energia LTDA - EPP solicitará ao Município local a viabilidade da
coleta dos resíduos sólidos domésticos e administrativos para encaminhamento ao
aterro municipal autorizado.
Outros tipos de resíduos sólidos podem ser gerados durante a operação do
empreendimento, tal como, manutenção da usina solar em eventuais falhas de
componentes.
Os módulos fotovoltaicos e cabos (cobre e/ou condutor de alumínio)
descartados serão encaminhados para a reciclagem do silício, bem como os quadros
de alumínio (ou aço zincado) e pilhas de sistemas de montagem.

Mão-de-obra para Manutenção e Vigilância da Usina Solar durante a sua


Operação

Um máximo de até 64 pessoas será empregado durante a fase de operação


da usina fotovoltaica, para desempenhar função nas áreas de manutenção e vigilância
do Parque Solar.
O Parque Solar Castanheiras será operado interruptamente ao longo de sete
dias por semana e os funcionários envolvidos nas atividades de operação terão turnos
de trabalho pré-estabelecidos de modo a permitir uma operação contínua da usina
solar.

Página 56 de 61
A equipe de vigilância trabalhará durante o período diurno, noturno e no fim-
de-semana. O número médio de pessoas que trabalharão ao mesmo tempo será de 24
pessoas durante o dia e 8 pessoas durante a noite.
A seguir apresenta-se quadro de funcionários a serem contratados para
viabilizar a operação do empreendimento solar.
Tabela 17: Mão-de-obra alocada na fase de operação
Atividade Número de funcionários
Manutenção da usina fotovoltaica 32 funcionários
Vigilância 32 funcionários
Total 64 funcionários

Durante a vida útil da Usina Solar, a mão-de-obra necessária para as


atividades de manutenção regular coincidirá com a mão-de-obra não especializada que
já terá sido contratada durante a fase de implantação, considerando já estar qualificada
para tal.

Mão-de-obra para manutenção da Linha de Transmissão

Ocorrerão manutenções regulares preventivas durante a fase de operação.


Atividades essas que estão previstas para manter o equipamento em condições
satisfatórias de operação e prevenir adversidades.
Essas atividades envolvem vistorias aéreas e terrestres, cujas frequências e
tipo são sintetizados no quadro abaixo:
Tabela 18:
Atividades Frequência
Inspeção visual e limpeza 01 mês
Inspeção termográfica 06 meses
Medição da malha de aterramento 36 meses
Revisão geral em chaves tripolares 03 a 04 anos
manuais
Revisão em mecanismo de chave 01 ano
interruptora
Revisão geral da chave interruptora 03 anos

Fonte de abastecimento de água para a fase de operação e estimativas de


demanda.

Página 57 de 61
As soluções para o abastecimento de água e esgotamento sanitário do
empreendimento durante a fase de sua implantação serão mantidas ao longo da
operação do Parque Solar Castanheiras.
Durante a fase de operação, será utilizada água para abastecer os sanitários
do empreendimento, bem como para promover a limpeza periódica dos módulos
fotovoltaicos.
A água poderá ser utilizada ainda para a lavagem dos veículos e para outros
usos similares.
Consumo de água para uso nos banheiros

O consumo médio de água diário para uso sanitário está estimado em 250
litros/dia/pessoa, por 64 pessoas (24 pessoas durante o dia e 8 pessoas durante a
noite), logo estima-se que o consumo diário de água será de aproximadamente 16.000
litros/dia.

Consumo de água para a limpeza dos módulos

A atividade de limpeza dos módulos solares será realizada duas vezes por
ano, e poderá demorar mais ou menos um mês (22 dias úteis) em cada procedimento.
Partindo do pressuposto que são necessários 2,0 litros por m² de superfície de
módulo fotovoltaico, e que a usina de 400 MW consistirá em 1.490.566 módulos
fotovoltaicos de 1,6 m² cada um, a superfície total para ser limpa é de 2.434.840 m².
Portanto, a quantidade de água destinada por cada limpeza será de 4.869,68 m³.
Atividades de Desmobilização da Usina Fotovoltaica
Esta usina de energia solar renovável deverá ter uma durabilidade de
funcionamento de 25 a 30 anos. Após este período de tempo, a infraestrutura da usina
deverá ser desmontada. Chegado ao fim de sua utilização econômica, todas as
estruturas da usina serão removidas e o terreno será viável para qualquer tipo de
utilidade.
Durante esta fase, as atividades de desmobilização da usina fotovoltaica
incluem principalmente a remoção da infraestrutura do projeto e restauração do sítio.
A fase de desmobilização começará no final da vida útil da usina fotovoltaica
entre 25 a 30 anos e demora cerca cinco meses, envolvendo uma equipe de cerca de
200 trabalhadores.

Página 58 de 61
O encerramento estará sujeito a um plano de desativação, uma vez que o
projeto estará quase ao termino da sua vida útil (25 a 30 anos). A fase de
desmobilização também estará sujeita a um licenciamento ambiental específico.
Tabela 19: Mão de obra alocada na fase de desmobilização
Atividade Número de funcionários
Desmontagem dos edifícios 60 funcionários
operacionais
Desmontagem de módulos 120 funcionários
fotovoltaicos e cablagem
Garantia de segurança e saúde 4 funcionários
ocupacional
Vigilância 16 funcionários
Total 200 funcionários

4.6 Subestações

Página 59 de 61
4.7 Normas Consultadas

NBR 09061 – Segurança de Escavação a Céu Aberto;


NBR 09732 – Projeto de Terraplenagem de Rodovias;
NBR 11682 – Estabilidade de Taludes;
NBR 05688 – Sistemas Prediais de Água Pluvial, Esgoto Sanitário e Ventilação –
Tubos e conexões de PVC, tipo DN – Requisitos;
NBR 11171– Serviços de Pavimentação;
NBR 7229 – Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos;
NBR 8160 – Sistemas prediais de esgoto sanitário;
NBR 05681 – Controle Tecnológico da execução de Aterros em Obras de Edificações;
NR-18 – Norma regulamentadora 18;
DNIT – IPR725 – Álbum de Projetos – Dispositivos de Drenagem;
DNIT – IPR719 – Manual de Pavimentação;
DNIT – 1999 – Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais;
DNIT – IPR724 – Manual de Drenagem de Rodovias;
DNIT – 2005 – Manual de Interseções;
DNIT – IPR738 – Manual de Sinalização de Obras e Emergências em Rodovias;
DNIT – 1999 – Manual de Sinalização Rodoviária.

5 RESPONSÁVEIS

PROJETO:_____________________________________________________
_

PROPRIETÁRIO:

Página 60 de 61
__________________________________________________

Página 61 de 61

Você também pode gostar