Você está na página 1de 15

VI- Desenvolvimento segundo Karl Marx

Objetivos da Aula:

* Analisar o processo de desenvolvimento de uma economia


capitalista na visão de Marx;

* Identificar as causas do subdesenvolvimento segundo Marx;

* Revisar as principais categorias do modelo de Marx;

* Identificar as causas das crises econômicas.

Dados Pessoais: Karl Heinrich Marx


* Nasceu em 05/05/1818 em Tréveris na Alemanha;
e faleceu em 14/03/1883 em Londres na Inglaterra;

Currículo:
● Cursou direito e história na Universidade de Bohn, mas graduou-se
e doutorou-se em filosofia pela Universidade de Berlim.
● Foi co-fundador, junto com Engels, do Marxismo.
● Esteve a frente de vários movimentos operários, por melhores
condições de trabalho, e expulso de diversos países europeus.
● Principal Obra: O Capital (Das Kapital), Livro I, publicado em
1867, Livros II e III publicados postumamente por Engels.
● Foi crítico do Capitalismo, pai do Socialismo e do Comunismo, e
questionador do modo de produção capitalista.
“O trabalhador se torna cada vez mais pobre quanto mais
riqueza ele produz, mais sua produção aumenta em poder e
alcance. O trabalhador se torna uma mercadoria cada vez mais
barata quanto mais mercadorias ele cria. (...) O trabalho não
produz apenas mercadorias; o trabalho produz, ele mesmo, o
trabalhador como mercadoria - e o faz na proporção em que
produz bens em geral”.

Marx, Manuscritos econômicos e filosóficos (1844)

4.1. Ideias Centrais

* Teoria do Valor–Trabalho;
desloca o foco do valor das mercadorias para o trabalho;

capitalistas versus trabalhadores (burguesia versus proletariado);

* Conflito Distributivo:

Capitalistas → exploradores (proprietários dos meios de produção);


→ sujeitos a perda do capital → falência; e

Trabalhadores → explorados (não têm propriedade dos meios de produção);


→ sujeito a perda do emprego → desemprego.
* Teoria do Exército Industrial de Reserva (EIR) ou Exército de
Reserva de Trabalhadores
condição normal no mercado de trabalho é de excesso de oferta, o que permite as
oscilações do K e queda na pressão salarial, ou seja:
dS/dt libera L EIR
e
dEIR/dt = f (dK/dt; w; r)

* Teoria da Tendência à Queda da Taxa de Lucro no LP;

*●Contradição do Sistema Capitalista.


o capitalismo gera suas crises
(enriquecimento dos capitalistas versus empobrecimento dos operários);
● surgimento do socialismo.

4.2. Principais variáveis do Modelo Marxista

O Valor Bruto da Produção (VBP) é dado por:


(1) Y = C+V+M

onde:
C = K constante ou morto (Meios de produção; Instalações físicas,
insumos intermediários, matérias-primas);
V = K variável ou K vivo (Salários pagos aos trabalhadores
equivalentes aos bens necessários à reprodução da FT);
M = Mais-valia ou Excedente de valor.
Mais-Valia Absoluta e Mais-Valia Relativa: significados

● Mais-Valia Absoluta: estende-se a duração da jornada de trabalho


mantendo-se o salário constante;

ea

● Mais-Valia Relativa: amplia-se a produtividade física do trabalho


através da mecanização.
* Composição Orgânica do K

Pode ser dada tanto pela equação simplificada (3):

(3)

Quanto pela equação de Sweezy (3a):

(3a)
Equação abaixo mostra a relação entre a Taxa de Mais-Valia e a Taxa de Lucro

(5) r = M*.(1- q)

* Demonstração da Tendência de queda da r no LP:


Fatores contrários a queda da taxa de lucro:

• Aumento de c/v eleva m/v;


• Aumento do EIR reduz salários, o que eleva m/v, e permite
funcionamento de firmas com menor c/v;
• Oligopólios e organizações patronais (r);
• Comércio Internacional: MP (↓c) e alimentos (↓v) mais baratos;
• Progresso Tecnológico derruba os preços de c.

4.3 Crises do Sistema Capitalista


Existem dois tipos de crises do sistema Capitalista:

a) Crises decorrentes da queda da taxa de lucro.

b) Crises de realização do valor


b1) Crises de desproporção
b2) Crises de subconsumo.
● Visão de Marx sobre o Desenvolvimento:

- tendência aos ciclos; queda da taxa de lucro;

- concentração e centralização do capital;

- crescimento com desemprego e pauperização crescentes;

Obs.: A chave do crescimento é a acumulação de capital, que depende da mais-


valia (lucro).
● Visão de Marx sobre o Desenvolvimento (Síntese):

Cíclico com crises periódicas:

 Desemprego crescente de trabalhadores;


e
 Concentração de renda e da riqueza

A transformação do capitalismo em socialismo não ocorre via


chegada do EE em Marx. O socialismo virá antes disso, devido as
contradições do capitalismo, que levam a luta de classes.
b) Crises de realização:

Assim nessa crise: Oferta > Demanda

Há dois tipos de Crises de realização:

* Crise de Desproporção entre a Oferta e a Demanda; e

* Crise de Subconsumo.
* Crise de Desproporção entre a Oferta e a Demanda (revisionismo):
Principais Expoentes (marxistas revisionistas):
Tugan Baranowsky; Struve, Bulgagov, etc.

* Crise de Subconsumo (populismo):


Principais Expoentes (marxistas populista):
Sismondi; Vorontsov; Rodbertus; Nikolai-on; Engels, etc.

* Crises de Desproporção entre Oferta e Demanda:


YO > YD
(ok)

* Crise de Subconsumo:
YO > YD
(ok)
B1) Crises de Desproporção entre Oferta e Demanda.

1) Tugan-Baranowsky:
• as crises ocorrem por Erros de Previsão/Planejamento dos K nas industriais;

• cada firma fixa sua produção com base no PM sem levar em conta as QM desejadas;

• o erro de um produtor repercute nos demais via Efeito de Encadeamento;

• Assim amplia-se a crise para toda economia;

• no médio e LP: YO  YD e YO = YD (restabelece a proporção correta entre O e D).

2) Struve:  Consumo das 3as pessoas.

•No sistema K não há só K e L, mas há também 3as pessoas.

 Consumo 3as pessoas   YD  YO = YD.


•Arguiu que nos EUA (1882), onde X eram pequenas em relação ao Y, foi à
população numerosa que manteve seu crescimento
(CK e C3as que gerou emprego e massa salarial).
3) Bulgakov

Criticou Struve, pois é o CK e não CW e nem o C3as que sustenta a K.


O Consumo da sociedade K é resolvido pela:

•  da massa salarial
→  dos meios de pagamentos →YD → YO = YD
•  crédito

Assegura também que o planejamento correto evitaria as crises.

B2) Crises de Subconsumo (populismo)

● causa: problema na Demanda.

dS dy D dy O
  q( C  V )  EIR  ( wL )  
dt dt dt
e y D insuficien te
dC K dy D dy O
  
dt dt dt
Nicolai-on explica a insuficiência de demanda (na Rússia) pelo:

•  ( CW / C TOTAL);

• a mudança da Econ. de Subsistência p/ a de Mercado →  parte da R dos L rural;

•  CK <  C TOTAL;

• CK1 < MV1; CK2 << MV2 ; sendo MV1 < MV2; e CK1 > CK2.

Assim, a produção total só se realizará com a ajuda de mercado externos.

Vorontsov tem ideia semelhante a anterior, na qual a população (da


Rússia) não conseguia consumir tudo o que era produzido:

“Por mais que comam, bebam e dancem (...) sobra um resto


considerável (...). E já ninguém mais no país existe que possa absorver
esse resto, é necessário exportá-lo e essa é a razão por que qualquer
país que se captaliza não pode subsistir sem mercado externo”
(SOUZA, N. J. 2012, p. 95).
Conclusão sobre crises de subconsumo:
As crises de subconsumo decorrem da contradição do sistema K (expansão gradual da q).

Os KTAs expandem a MV em detrimento dos w dos trabalhadores, que gera defasagem


entre o que as firmas ofertam no mercado e o que os consumidores estão aptos a pagar.

Além disso, o KTA reduz seu consumo (ambição por acumular) pela necessidade de
modernizar sua produção para enfrentar a concorrência.

Segue-se que a taxa de crescimento dos meios de produção tende a ser maior do que a
taxa de crescimento do consumo.

A conclusão é que numa economia fechada é impossível dar vazão à oferta interna de
produtos. Logo a economia necessita expandir suas exportações.

FIM

Você também pode gostar