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INSTITUTO FEDERAL DE

PERNAMBUCO

TRANSFERÊNCIA DE CALOR I
Projeto 2° unidade
Felipe Vilar

Altino Neto

05/11/2020
Conteúdo
1 Problema 3
2 Energia geotérmica 3
2.1 O calor e a crosta terrestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Variação da temperatura ao longo da solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.3 Bomba de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

3 Calor necessário 6
3.1 Cálculo da resistência total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.1.1 Denindo as resistências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.1.2 Resistência de convecção interna e externa . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1.3 Cálculo do calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

4 Aquecedor 10
4.1 Escolha do material do tubo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.2 Considerações do tubo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.3 Cálculo do calor sem aletas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.4 Cálculo da temperatura na base do tubo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.5 Dimensões da aleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.6 Considerações sobre a aleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.7 Eciência da aleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4.8 Número de aletas necessárias no tubo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

5 Resultados 15
6 Referências 16
7 Anexos 17
7.1 Esquema do circuito térmico tijolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
7.2 Circuito térmico identicado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
7.3 Circuito térmico do tubo de cobre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
7.4 Secção transversal do tubo aletado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Lista de Figuras
1 Gradiente de temperatura do solo de Londres . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Esquema de um sistema direto de aquecimento . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3 Esquema de um sistema indireto de aquecimento . . . . . . . . . . . . . . . 5
4 Esboço secção da parede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
IFPE - Caruaru Transferência de calor I

1 Problema
O problema consiste em aquecer uma cabana e mantê-la a uma temperatura constante
de 20C°. As suas dimensões são 5mx5mx2m, e ela está localizada em uma região onde
a temperatura chega a 12C°. Suas paredes são feitas de tijolo furado com uma camada
de 2cm de reboco do lado de dentro e outra do lado de fora. A fonte termal que irá
fornecer calor para a cabana encontra-se a 10m de profundidade no solo. Devido aos
fortes ventos, o coeciente de transferência de calor por convecção do lado de fora é de
hf ora = 50W/m2 .K .

2 Energia geotérmica
O calor proveniente de fontes termais subterrâneas é largamente utilizado pelo mundo,
seja para ns de lazer e turismo, seja como meio de obtenção de energia. Muitos países da
Europa utilizam o calor armazenado pela crosta terrestre ao longo do verão para aquecer
suas casas, estábulos, galpões, e também gerar energia elétrica, entre outras inúmeras
aplicações. Uma aplicação bastante curiosa é o aquecimento das estradas através do
calor proveniente do solo. Muitos aeroportos pelo mundo estão adotando esse tipo de
aquecimento para as suas pistas de pousos a m de evitar a formação de camadas de gelo
sob o asfalto.1
Apesar de ser um mercado em ascenção com pequenas, médias e grandes empresas
vendendo projetos com contratos turn key 2 , o seu custo inicial ainda é bastante elevado,
e algumas localidades são impróprias para a sua implementação.

2.1 O calor e a crosta terrestre


Desde a antiguidade, muitos povos utilizavam o calor armazenado pelo solo para se aquecer
durante o inverno. Cavernas subterrâneas, casas construidas a partir de escavação no solo
e outros tipos de abrigo eram utilizados para se proteger do frio. A verdade é que o solo,
em especial os solos mais porosos, tem uma característica peculiar que os faz armazenar
calor durante todo o verão através das variadas fontes de calor, sendo o sol a principal.
Essa característica de armazenar energia através da mudança de temperatura é chamada
de capacidade térmica. A energia geotérmica então consiste em "bombear"essa energia
armazenada nas rochas durante o verão para ser utilizada em um determinado m, no
caso desse projeto, aquecer uma cabana.

2.2 Variação da temperatura ao longo da solo


O solo recebe calor de várias fontes ao longo do ano, em especíco da radiação solar. O
calor então é propagado através das rochas por condução até atingir um certo estado de
equilibrio. Durante o inverno, quando a temperatura da superce começa a car cada vez
mais baixa, o sentido do uxo de calor inverte e o calor ui das camadas mais profundas
da crosta para a superfície por condução. Devido a baixa condutividade térmica do solo,
um gradiente de temperatura se forma. Essa variação na temperatura com a profundidade
do solo varia de local para local. A média mundial é de 1C° para cada 100m abaixo da
1 http://emerald.ts.odu.edu/Apps/FAAUDCA.nsf/AcevesDADEFullProposal.pdf?OpenFileResource
2 Após
a compra do projeto, a empresa contratada se encarrega de todos os detalhes desde a aquisição
dos equipamentos do projeto, até a implementação e operação, entregando para o cliente o .

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IFPE - Caruaru Transferência de calor I

Figura 1: Gradiente de temperatura do solo de Londres

Fonte: An introduction to Thermogeology

superce. A quantidade de insolação que o solo recebe, o gradiente de temperatura, entre


outras características depende de localida para localidade. O gráco abaixo mostra como
a temperatura varia com a profundidade do solo para a cidade de Londres.

2.3 Bomba de calor


Existem dois tipos de sistemas fechados para aquecimento de um ambiente através de uma
fonte termal subterrânea: O sistema direto e o sistema indireto. No sistema direto, um
uido refrigerante percorre longos tubos no subsolo, sendo aquecido até o estado de vapor.
Ele então é comprimido e já na superfície passa por um condensador. Nesse condensador,
o uido refrigerante perde energia térmica para outro uido que ui através dos dutos de
aquecimento do ambiente. O esquema abaixo mostra como esse sistema funciona.
No sistema indireto por sua vez, o uido refrigerante da bomba de calor não percorre o
solo. Ele é aquecido indiretamente em um evaporador através da troca de calor com outro
uido, geralmente à base de água. A sua vantagem é que o uido refrigerante, que muitas
vezes é tóxico, permanece na superfície, não correndo o risco de vazar e contaminar o solo
ou lençois freáticos. Porém, em termos de eciência, o sistema direto é superior, uma
vez que o uido refrigerante do ciclo troca calor diretamente com o solo. Segue abaixo o
esquema do trocador de calor indireto.
Nesse projeto, utilizarei o sistema fechado direto de aquecimento. As justicativas são
as seguintes:

ˆ Custo de implementação relativamente mais baixo dado a simplicidade do sistema.

ˆ Como a profundidade da fonte térmica de alta é de apenas 10m, o gradiente de


temperatura em relação a superfície é muito baixo. Queremos a maior eciência

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IFPE - Caruaru Transferência de calor I

Figura 2: Esquema de um sistema direto de aquecimento

Fonte: An introduction to Thermogeology

Figura 3: Esquema de um sistema indireto de aquecimento

Fonte: An introduction to Thermogeology

possível nos processos de troca de calor, não sendo interessante a troca indireta
através de um evaporador.

Como o foco desse projeto é a análise do conteúdo referente à aletas e processos


de transferência de calor, não me preocuparei por hora com o ciclo termodinâmico de
aquecimento. Assumi que a casa será aquecida por água quente e a temperatura de saída
do condensador será de 40C°.

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IFPE - Caruaru Transferência de calor I

3 Calor necessário
Sabe-se que o trocador de calor deve manter uma temperatura constante de 20C°, e
que por estar em um ambiente frio, a cabana perde calor para o ambiente externo através
de suas paredes. Portanto, antes de partir para o dimensionamento do trocador de calor,
é necessário determinar a taxa com que a casa perde calor para o ambiente. Esssa taxa
será igual a taxa que o trocador de calor transfere para a cabana a m de mantê-la com
uma temperatura constante.

∆T
Qtotal = (1)
Rtotal
O ∆T é conhecido, sendo a diferença entre a temperatura externa e a temperatura
interna, portanto

∆T = Tcabana − Texterna = 20 − 12 = 8 (2)

3.1 Cálculo da resistência total


A resistência total da casa pode ser calculada através da análise de um circuito térmico
nas paredes. Mas antes é necessário determinar os materiais que compõem a parede da
cabana, suas espessuras e propriedades.

ˆ Tijolo3

 Tipo: Tijolo baianinho (8 furos)


 Dimensões: 9cmx19cmx19cm
 Condutividade térmica4 : 0,72 W/m.K
 Espessura: 7mm
 Quantidade de tijolos por m2 : 25
ˆ Argamassa5 (Reboco)

 Condutividade térmica: 0,72 W/m.K


 Espessura: 2cm
ˆ Ar da casa

 Temperatura: 20C°
 Coeciente de transferência de calor por convecção livre6 = 15 W/m2 .k

ˆ Ar de fora
3 <http://www.eletrosina.com.br/blocos-e-tijolos/3509-tijolo-baianinho-09x19x19cm.html>
4 TabelaA-5 ÇENGEL
5 TabelaA-5 ÇENGEL
6 Tabela 1-5 ÇENGEL. Como há uma de coecientes entre 2-25, decidiu-se por escolher um valor
intermediário.

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IFPE - Caruaru Transferência de calor I

 Temperatura = 12C°
 Coeciente de transferência de calor por convecção = 50 W/m2 .k

Por meio da análise da taxa de calor perdida através de um tijolo, podemos multiplicar
o valor encontrado pelo número total de tijolos da casa e obter a taxa total de calor
transferida. Abaixo segue o esboço da secção transversal do tijolo juntamente com as
camadas internas e externas de 2cm de reboco.

Figura 4: Esboço secção da parede

Fonte: Feito no Librecad

A método utilizado pra calcular a resistência total de um tijolo com camadas de reboco
foi atribuir nomes às resistências, e substituir os resistores em paralelo por resistores em
série equivalentes. Abaixo segue a nomenclatura utilizada para a identicação de cada
resistor:

ˆ Reboco = Rreboco = R1

ˆ Supercies laterais do tijolo = Rlateraltijolo = R2

ˆ Divisórias horizontais de tijolo = RDHtijolo = R3

ˆ Furos = Rf uro = R4

ˆ Divisórias verticais de tijolo = RDV tijolo = R5

O esquema do circuito térmico pode ser encontrado nos Anexos 7.1 e 7.2.

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IFPE - Caruaru Transferência de calor I

O primeiro passo para reduzir os resistores em paralelo para resistores em série é somar
os dois resistores R4 + resistor R5 e obter um resistor equivalente. Essa combinação
aparece em 4 linhas do nosso circuito. Após efetuar essa soma podemos transformar todo
nosso circuito em uma associação em série simples:

2.R4 + R5 = Req (3)

Associação em paralelo será substituida por um Rpar


 −1
5 4
Rpar = + (4)
R3 Req
Com isso obteremos a resistência total através de um circuito em série simples da
forma:

Rparede = 2.R1 + 2.R2 + Rpar (5)


Podemos ainda substituir as equações 3 e 4 na equação acima para obter uma expressão
mais geral.
 −1
5 4
Rparede = 2.R1 + 2.R2 + + (6)
R3 2.R4 + R5
Agora com a expressão gerão para a resistência total em um tijolo com argamassa,
podemos denir R1, R2, R3, R4 e R5.

3.1.1 Denindo as resistências


Lreboco
ˆ R1 = Kargamassa ×Areboco onde a área do reboco é a altura do tijolo vezes o
comprimento do mesmo, e o L é a espessura de 2cm do reboco. Dessa forma
0.02
R1 = 0.72×0.19×0.19 = 0.7695 C°/W
Ltijolo
ˆ R2 = Ktijolo ×Atijolo onde a área do tijolo é a altura do tijolo vezes o seu
comprimento, e o L é a espessura do tijolo de 7mm. Dessa forma
0.007
R2 = 0.072×0.19×0.19 = 0.2693 C°/W
LdivHorizontal
ˆ R3 = Ktijolo ×AdivHorizontal onde a área é a espessura do tijolo vezes o seu
comprimento, e o L é a largura do tijolo menos duas vezes a espessura. Dessa
forma
0.09−2×0.007
R3 = 0.72×0.007×0.19 = 79,37 C°/W
Lf uro
ˆ R4 = Kar ×Af uro onde a área do furo é igual ao comprimentpo do tijolo vezes a
altura do furo. A altura do furo é determinada através da subtração da altura do
tijolo por 5 vezes a sua espessura e depois dividir o valor obtido por 4. A largura do
furo é determinada subtraindo da largura do tijolo a sua espessura multiplicada por

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3, e após isso, dividir seu valor por 2. O kar corresponde a condutividade térmica
do ar estagnado que vale 0,03W/m.k . O valor foi calculado no software EES e
corresponde a 156.2 C°/W.
LdivV ertical
ˆ R5 = Ktijolo ×AdivV ertical onde o L corresponde a espessura do tijolo, e sua área
é igual à área do buraco. O valor foi calculado no EES e corresponde a 1,321 C°/W.

Denidas as resistências do tijolo, basta substituir os valores acima na Equação 6


e obter a resistência total para o tijolo+argamassa. O software utilizado para os
cálculos foi o EES e o valor obtido foi de: 15,28 C°/W

3.1.2 Resistência de convecção interna e externa


Para podermos calcular a transferência de calor que ui através do tijolo, temos que
considerar a resistência convectiva do ar dentro da casa e a resistência convectiva do ar
fora da casa, uma vez que dispomos da temperatura nesses locais. Como as resistências
convectivas vão entrar em série no circuito tijolo-argamassa, podemos simplesmente somar
seus valores à resistência total encontrada na seção anterior.

1 1
ˆ Rcasa = hcasa ×Atijolo = 15×0.19×0.19 =1,8487 C°/W
1 1
ˆ Rf ora = hf ora ×Atijolo = 50×0.19×0.19 =0,554C°/W
Dessa forma:

 −1
5 4
Rtotal = 2.R1 + 2.R2 + + + Rf ora + Rcasa (7)
R3 2.R4 + R5

Rtotal = Rparede + Rf ora + Rcasa = 15, 28 + 0.0554 + 1.8487 = 17, 68C/W (8)

3.1.3 Cálculo do calor


Calculada a resistência total do circuito, é possível encontrar a taxa com que o calor é
transferido da casa para o ambiente externo através da seguinte fórmula:
Tcasa − Texterior
Qtijolo = (9)
Rtotal
substituindo os valores no EES, obtive o seguinte resultado:
Qtijolo = 20−12
17,68
= 0, 4525W / tijolo

Esse é o calor que ui através de um tijolo. Para descobrir o calor total na casa
precisamos descobrir a quantidade de tijolos na casa. A quantida de tijolos por m² do
tijolo baianinho é de aproximadamente 25 tijolos7 . Calculamos então a área total de
7 https://www.guidugli.com.br/tijolo-baiano-8-furos-09-x-19-x-19cm

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parede da nossa casa, sendo 4 paredes de 5m X 2m, então a área total será de 4x5x2 =
40 m². Logo, se há 25 tijolos por m², teremos 1000 tijolos na cabana. Como cada tijolo
transfere 0,4525 W, a taxa de transferência total pela casa é de:

Qtotal = 0,4525 x 1000 = 452,5 W

Esse é o calor necessário a ser transferido pelo aquecedor para aquecer a casa.

4 Aquecedor
4.1 Escolha do material do tubo
Para aquecer a casa, será utilizado um aquecedor tubular aletado que percorrerá o ambiente
a ser aquecido. A escolha do material do tubo e das aletas girou em torno de dois materiais:
Cobre e alumínio. Cada material possui suas vantagens e desvantagens, que ao nal de
uma análise atenta pode-se reduzir em 3 aspectos importantes.
ˆ Custo

 O custo do cobre é quase 10 vezes maior que o custo do alumínio. Nesse ponto,
o alumínio obtém larga vantagem.
ˆ Resistência à corrosão e desgaste devido a presença de reagentes no uido

 O alúminio sem dúvidas é um material resistente à corrosão. Nesse aspecto, ele


ganha para o cobre, que apesar de também apresentar uma certa resistência,
não se compara ao alumínio. Porém, como adotamos um sistema fechado de
aquecimento, o cobre permanecerá dentro da cabana, e o único uido que
percorrerá no tubo será água, as impurezas e agentes de corrosão do solo não
afetarão o tubo de cobre.
ˆ Condutividade térmica

 O cobre possui o dobro da condutividade térmica do alumínio. Isso signica um


uxo de calor mais facilitado entre a agua quente e o ambiente. Em locais onde
a diferença de temperatura entre a fonte quente e a fonte fria é pequena,como o
nosso caso, a bomba ou compressor do ciclo será mais requisitada para manter
a mesma transferência de alta do ciclo, havendo um gasto maior de consumo
de energia. Utilizando o cobre ao invés do alumínio, podemos minimizar
consideravelmente o trabalho da bomba ou compressor, pois a transferência
entre o tubo o ambiente a ser aquecido será mais fácil.
Tendo sido feitas as considerações acima, o material escolhido foi o cobre.

4.2 Considerações do tubo


ˆ O tubo de cobre escolhido para o projeto possui 3/4"de diâmetro, 0.79mm de
espessura e 15 metros de comprimento.
ˆ O tubo é exível e pode ser modelado na parede de acordo com a necessidade.

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ˆ Assumiremos que o tubo percorre a casa em sua completude, ou seja, os 15 metros


de tubo estão em contato direto com o ambiente.
ˆ A temperatura da água bem como da base do tubo não variam com o seu comprimento.

ˆ Assumiremos que a troca de calor é uniforme nas 4 paredes, como se o aquecedor


estivesse no meio do ambiente.

4.3 Cálculo do calor sem aletas


Primeiro é necessário determinar o calor transferido pelo tubo ao ambiente sem a implementação
das aletas. Podesmos calcular esse valor pela análise do circuito térmico do tubo. O
esquema desse circuito está presente no Anexo 7.3. Determinaremos a resistência total
no tubo da seguinte forma:

Rtubo = Rcobre + Ragua + Rcasa (10)


onde Rcobre é dado por:
 
r
ln rext
int
2πLKcobre = 0,000002291 C°/W

Ragua é dada por:

1
hagua ×Aint = 0,006073 C°/W

Rcasa é dada por:

1
hcasa ×Aext = 0,07426 C°/W

Com isso, temos que a resistência total no tubo é :

Rtubo = 0, 000002291 + 0, 00607 + 0, 07426 = 0,08034 C°/W


Basta substituir a resistência calculada acima na seguinte equação:
Tagua − Tcasa
Qtubo = (11)
Rtubo
40 − 20
Qtubo = = 248, 9W (12)
0, 08034
Com esse calor, podemos determinar a temperatura na supercie exterior do tubo,
que corresponde à base da aleta. Esse cálculo será demonstrado abaixo.

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4.4 Cálculo da temperatura na base do tubo


Para proceder ao dimensionamento das aletas, devemos determinar primeiro a temperatura
da base do tubo onde as aletas serão acopladas. Essa temperatura pode ser determinada
simplesmente analisando o circuito térmico do tubo. Analisando o Anexo 7.3 vemos que
é possível determinar a temperatura da base de duas formas. A primeira é considerando
um circuito em série que vai da água até a superfície externa do tubo, com 2 resistores. A
segunda forma (utilizada no projeto) é analisar o circuito referente à resistência convectiva
do ar da casa, possuindo apenas um resistor. Dessa forma:

Tbase −Tcasa
Qtotal = Rcasa
onde Qtotal é o calor total transferido pelo tubo, que foi calculado na seção anterior.
A resistência convectiva da casa Rcasa também foi calculada na seção anterior. Assim,
podemos isolar a temperatura da base e obter aplicar os valores conhecidos na equação.

Tbase = (Qtotal × Rcasa ) + Tcasa = (248, 9 × 0, 07426) + 20 = 38,48 C°

Essa temperatura será um das condições de contorno da aleta. A outra condição de


contorno será considerar a ponta da aleta adiabática e trabalhar com um comprimento
corrigido.

4.5 Dimensões da aleta


A aleta utilizada será do tipo anular retângular com as seguintes dimensões:

ˆ Comprimento (Distância da base até a ponta) = raio externo do tubo de cobre =


9,525 milímetros.

ˆ Espessura =
Comprimento da aleta = 4,762 milímetros
2
O espaçamento das aletas será calculado após o cálculo da quantidade de aletas
necessárias para transferir o calor exigido a m de manter a casa a 20C°. Abaixo
segue a vista frontal de uma secção transversal do tubo aletado.

4.6 Considerações sobre a aleta


ˆ A aleta será feita de cobre e desconsideraremos a resistência de contato ente a aleta
e o tubo.
ˆ A aleta é isolada na ponta para facilitar os cálculos.

ˆ Compensaremos o calor transferido por convecção na ponta por um comprimento


corrigido no raio da aleta.
ˆ Utilizaremos as fórmulas da Tabela 3-3 do ÇENGEL para as aletas circulares de
perl retangular.
ˆ Os valores das funções de Bessel serão calculadas através do EES.

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4.7 Eciência da aleta


A fórmula da eciência de uma aleta circular de perl retangular pode ser encontrada na
tabela 3-3 do ÇENGEL. Segue abaixo a fórmula:
K1 (mr1 )I1 (mr2c ) − I1 (mr1 )K1 (mr2c )
ηaleta = C2 × (13)
I0 (mr1 )K1 (mr2c ) + K0 (mr1 )I1 (mr2c )
onde os valores para o cálculo são:
ˆ r1 é o raio externo do tubo = 0,009525m

ˆ r2 é o raio externo da aleta = rext + Laleta = 0,01905m

ˆ Laleta é o comprimento da aleta = 0,009525m

ˆ r2c é o comprimento corrigido = r2 + t


2
= 0,02146m

ˆ t é igual a espessura da aleta = rext


2
= 0,004763m
q
2×hcasa
ˆ m= t×Kcobre = 3,963

2r1
ˆ C2 = m
2 −r 2
r2c
= 13,04
1
Além dos valores explicitados acima, também precisamos das funções de Bessel8
ˆ K1 (mr1 ) = 26, 42

ˆ I1 (mr2c ) = 0, 04251

ˆ I1 (mr1 ) = 0, 01888

ˆ K1 (mr2c ) = 11, 64

ˆ I0 (mr1 ) = 1, 0

ˆ K0 (mr1 ) = 3, 394

Com os valores em mãos podemos aplicar na Equação 13 para descobrir a eciência


da aleta.

− 0,01888 ×11,64
ηaleta = 13, 04 × 26,42×0,04251
1,0×11,64 + 3,394×0,04251 = 0,9996
8 Todas foram calculadas através do EES

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IFPE - Caruaru Transferência de calor I

4.8 Número de aletas necessárias no tubo


Com a eciência da aleta calculada, podemos determinar quanto calor uma aleta é capaz
de dissipar. Sabendo que a taxa de transferência de calor através de uma aleta é:

Qaleta = ηa × Qideal (14)


e que o Qideal é a taxa de transferência de calor se toda a aleta estivesse à mesma
temperatura da base e isolada na ponta, temos que:

Qaleta = ηa × hcasa Aaleta (Tbase − Tcasa ) (15)


Caso queiramos saber qual a taxa de transferência de calor de N aletas para o ambiente,
basta multiplicar o calor transferido de uma aleta pelo número de aletas:

Qaletas = N.ηa .hcasa Aaleta (Tbase − Tcasa ) (16)


onde a área da aleta é dada por:
Áreaaleta = 2π × (r2c
2
− r12 ) = 0,002316m²
Essa área corresponde à àrea dos discos da aleta. Não consideramos a àrea da ponta
pois assumimos no começo que ela é isolada. Justamente por esse motivo na fórmula da
área utilizamos o raio corrigido.
Sabemos que a transferência total no tubo aletado será a soma entre o calor dissipado
pelas aletas e o calor dissipado pela base do tubo entre as aletas. O calor dissipado pela
base do tubo é dada por:

Qbase = hcasa .Abase .(Tbase − Tcasa ) (17)


sendo que essa área da base será a área externa total do tubo subtraida da área
ocupada pelas aletas, então a equação ca:
Qbase = hcasa .[(2πrext L) − N (2πrext t)].(Tbase − Tcasa )
Isolando 2πrext temos:

Qbase = hcasa .2πrext (L − N t)].(Tbase − Tcasa ) (18)


Agora estamos aptos a determinar a quantidade de aletas necessárias no tubo para
dissipar o calor necessário para manter a casa a 20 C°. Somando o calor dissipado pelas
aletas com o calor dissipado pela base do tubo, obteremos a a seguinte equação:

Qtotal = Qbase + Qaletas (19)

Qtotal = hcasa .2πrext (L − N t)].(Tbase − Tcasa ) + N.ηa .hcasa Aaleta (Tbase − Tcasa ) (20)
Possuimos todos os valores da equação acima exceto o número de aletas N. O Qt otal
é o calor calculado através da análise do calor dissipado pela casa. Podemos resolver para
N e obter o número de aletas necessário. Aplicada a equação acima com seus respectivos
valores no EES, obteu-se um total de 314 aletas ao longo do tubo de 15 metros.
Para descobrir o espaçamento entre elas basta dividir 15m por 314 e subtrair da espessura
da aleta. Fazendo isso temos que:
Espaçamento = 15
314
− 0, 004763 = 4, 3 cm

14
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5 Resultados
Em resumo, para aquecer a cabana descrita no início desse relatório serão utilizados:

ˆ Tubo de cobre 3/4"com 15 metros de comprimento

ˆ 314 aletas de cobre a serem xadas no tubo

ˆ Espaçamento entre elas será de 4,3cm

É fato que há muito espaço para melhorias no sistema de aquecimento da cabana.


Maior isolamento nas paredes, considerar a perda de calor através do teto, analisar o ciclo
de aquecimento, desde a troca de calor do uido de arrefecimento no solo até a análise
da eciência do ciclo como um todo. Porém, a m de viabilizar os cálculos, camos
restritos à análise das aletas e da troca de calor no tubo. Também foram adotadas várias
simplicações como a localização do aquecedor no centro do ambiente a ser refrigerado,
a resistência de contato entre as aletas e o tubo ser desprezível, a temperatura do uido
ser constante ao longo dos 15 metros de tubo, etc. Apesar disso, o presente estudo
proporcionou a chance de aplicar o assunto referente à aletas e observar como ocorre a
transferência de calor por superfícies estendidas.

Embora não tenha sido aplicado com o devido peso nesse projeto, o estudo da utilização
de fontes geotérmicas também abriu novos leques para futuros projetos, uma vez que
envolve muitas áreas estudadas no curso como Mecânica dos FLuidos, Termodinâmica I
e II, e a disciplina de Transferência de calor I.

Fonte: Feito no Librecad

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6 Referências
ˆ An Introduction to Thermogeology: Ground Source Heating and Cooling (David
Banks)
ˆ Transferência de calor e massa: Uma abordagem prática (Yunus Çengel)

ˆ Fundamentos de transferência de calor e massa (Incropera)

ˆ <http://www.eletrosina.com.br/blocos-e-tijolos/3509-tijolo-baianinho-09x19x19cm.html>

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7 Anexos
7.1 Esquema do circuito térmico tijolo

Fonte: Feito no Librecad

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7.2 Circuito térmico identicado

Fonte: Feito no Librecad

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7.3 Circuito térmico do tubo de cobre

Fonte: Feito no Librecad

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7.4 Secção transversal do tubo aletado

Fonte: Feito no Librecad

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