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Para revisões futuras (copias de artigos e textos ou ideias)

Do ponto de vista da apropriação do espaço público, esse espetacular crescimento pode ser
visto como um grande divisor de águas na dinâmica da vida da cidade e na sua relação com os
espaços. A cidade modorrenta, de ruas escuras e vazias, ganha energia econômica,
benfeitorias urbanas e, principalmente, gente e diversidade.

A combinação da nova configuração urbana com o aumento da diversidade nas ruas trouxe os
conflitos próprios das comunidades que crescem e acolhem diferentes culturas e
nacionalidades.

A cidade é um campo de práticas capitalistas

Historia é evolução dos parques – pesquisa


Em exemplos diametralmente opostos, temos os países da América Latina (aqui,
em particular o Brasil) e os países asiáticos, que durante o século XX
buscaram de imediato resolver seus problemas de infra-estrutura urbana, só que
em proporções muito distantes entre si, como veremos mais à frente. –
Fragmentação do espaço urbano, segregação

Acresce que, enquanto criança, tem um mundo próprio, mundo da


diferença. E hoje a ciência não pode deixar que esse mundo da diferença
não seja objecto do conhecimento. É pois adequado estudar, ver, o mundo,
através dos olhos das crianças, buscando-se uma aproximação ao seu Eu, à
sua cultura, ao seu modo de ver e viver a vida quotidiana, no caso deste
estudo em relação à cidade, cidade como cenário social, com a sua família,
os seus amigos, os seus espaços de vida, as suas “circunstâncias”..
(MALHOS, 2006, pg.50)

A visão que têm da cidade, sendo esta entendida como o habitat natural do homem
civilizado, dependendo naturalmente das suas ideias e opiniões sobre as coisas, depende
sobremaneira do que lhes é permitido viver na, e da cidade. É através das experiências
vivenciadas que a criança seleciona, modifica e cria percepções e representações sobre o que a
rodeia. A imagem da cidade, a imagem ambiental, essencial para a possibilidade de vida,
permitindo desenvolver a memória topográfica e, consequentemente, a mobilidade
intencional, é a resultante da vivência de cada pessoa, da sua envolvência na vida urbana e na
participação.
Apesar de convidativo a todos, os espaços lúdicos não devem ser
planejados e organizados apenas para atender aos interesses dos pais ou dos
adultos, mas sim às necessidades e subjetividades das crianças. Esse processo
implica conhecer a fundo a comunidade, uma vez que deve ser fruto de uma
planificação que realmente seja capaz de atrair a criança e sua família. A
participação das crianças no processo contribui para fomentar sua autonomia,
fazer-lhes protagonistas, colocá-las em diálogo com outros cidadãos, adquirindo um
conhecimento mais profundo e duradouro da cidade. O cuidado e o respeito pelas
singularidades socioculturais das comunidades, aliados às características do seu
entorno e paisagem, podem ser a chave para a criação de espaços que preservem
sua identidade cultural e garantam sua apropriação.

Por último, cabe salientar a responsabilidade e o papel educador da cidade e do próprio


tecido urbano, que articula as comunidades e transforma-se, ao longo do tempo, em resposta
às dinâmicas sociais. A cidade “educadora”, transmissora de informações e cultura, propicia
reinvenções e a ressignificação dos espaços. Assim, uma cidade que conta com um projeto
urbano estruturado, com espaços públicos urbanos, educa ao garantir o acesso e a qualidade
de seus serviços. Ao mesmo tempo, conforma-se uma cidade mais democrática, mais
agradável e acolhedora, mais segura, que dá margem crescente de autonomia e liberdade às
crianças de hoje.

No planeamento e organização dos espaços raramente são tidos em conta as necessidades


físicas e psíquicas da criança, o acesso a determinadas experiências vivenciais e corporais
fundamentais para o seu desenvolvimento saudável e harmonioso. É a partir do
conhecimento dos contextos reais de vida das crianças, das suas rotinas, das suas percepções
e representações, que será possível pensar, planear e realizar intervenções mais correctas
junto das entidades responsáveis, com vista à alteração ou modificação de determinados
aspectos do planeamento e da organização que prejudicam e impedem uma boa integração
das crianças, através de um uso mais correcto dos espaços, do corpo e de formas de ocupação
de tempos, nomeadamente dos tempos livres.

a)possuem relações adequadas com seu entorno, facilitam acessibilidades física e


digital e respeitam as pré-existências dos principais espaços envoltórios; b) evidenciam a
história do lugar, revelam sua técnica construtiva, lembram eventos pregressos valorizando
patrimônios materiais e imateriais; c) facilitam encontros e ações humanas promovendo a
sociabilidade e o respeito a alteridade; d) suscitam percepções atingindo e aguçando os órgãos
dos sentidos, chegando algumas vezes, ao processo de “estranhamento”; e) são desenhados
para facilitar o enfrentamento de eventos imprevistos e inéditos típicos da vida urbana; e f)
dignificam o lugar como produção de qualidade funcional, técnica, ética, política e estética.
Negligenciam também algumas discussões bastante relevantes para a
profissão, como a urbanização capitalista, a especulação imobiliária, as questões
éticas, políticas, ambientais etc., valorizando a arquitetura e o urbanismo de custos
excessivos e desnecessários, comandados por arquitetos e urbanistas famosos,
desconsiderando muitas vezes a importância da memória, do enraizamento do
cidadão na comunidade e da constituição da cidadania como um dos direitos à cidade.

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