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Do ponto de vista da apropriação do espaço público, esse espetacular crescimento pode ser
visto como um grande divisor de águas na dinâmica da vida da cidade e na sua relação com os
espaços. A cidade modorrenta, de ruas escuras e vazias, ganha energia econômica,
benfeitorias urbanas e, principalmente, gente e diversidade.
A combinação da nova configuração urbana com o aumento da diversidade nas ruas trouxe os
conflitos próprios das comunidades que crescem e acolhem diferentes culturas e
nacionalidades.
A visão que têm da cidade, sendo esta entendida como o habitat natural do homem
civilizado, dependendo naturalmente das suas ideias e opiniões sobre as coisas, depende
sobremaneira do que lhes é permitido viver na, e da cidade. É através das experiências
vivenciadas que a criança seleciona, modifica e cria percepções e representações sobre o que a
rodeia. A imagem da cidade, a imagem ambiental, essencial para a possibilidade de vida,
permitindo desenvolver a memória topográfica e, consequentemente, a mobilidade
intencional, é a resultante da vivência de cada pessoa, da sua envolvência na vida urbana e na
participação.
Apesar de convidativo a todos, os espaços lúdicos não devem ser
planejados e organizados apenas para atender aos interesses dos pais ou dos
adultos, mas sim às necessidades e subjetividades das crianças. Esse processo
implica conhecer a fundo a comunidade, uma vez que deve ser fruto de uma
planificação que realmente seja capaz de atrair a criança e sua família. A
participação das crianças no processo contribui para fomentar sua autonomia,
fazer-lhes protagonistas, colocá-las em diálogo com outros cidadãos, adquirindo um
conhecimento mais profundo e duradouro da cidade. O cuidado e o respeito pelas
singularidades socioculturais das comunidades, aliados às características do seu
entorno e paisagem, podem ser a chave para a criação de espaços que preservem
sua identidade cultural e garantam sua apropriação.