1) As idéias marginalistas surgiram no século XIX como reação aos movimentos socialistas e combatiam a teoria clássica do valor-trabalho.
2) Os marginalistas defendiam que a economia é formada por muitos pequenos agentes que tomam decisões baseadas na utilidade marginal máxima e no equilíbrio de mercado.
3) Alfred Marshall sintetizou os pensamentos clássico e marginalista na primeira síntese neoclássica.
1) As idéias marginalistas surgiram no século XIX como reação aos movimentos socialistas e combatiam a teoria clássica do valor-trabalho.
2) Os marginalistas defendiam que a economia é formada por muitos pequenos agentes que tomam decisões baseadas na utilidade marginal máxima e no equilíbrio de mercado.
3) Alfred Marshall sintetizou os pensamentos clássico e marginalista na primeira síntese neoclássica.
1) As idéias marginalistas surgiram no século XIX como reação aos movimentos socialistas e combatiam a teoria clássica do valor-trabalho.
2) Os marginalistas defendiam que a economia é formada por muitos pequenos agentes que tomam decisões baseadas na utilidade marginal máxima e no equilíbrio de mercado.
3) Alfred Marshall sintetizou os pensamentos clássico e marginalista na primeira síntese neoclássica.
As idéias marginalistas surgiram por volta de 1870 como reação aos
movimentos socialistas de meados do século XIX, que eclodiram devido à concentração de renda e à intensa migração rural-urbana decorrentes da industrialização. Os marginalistas ou neoclássicos combatiam a teoria clássica baseada no valor-trabalho e na idéia de que a renda da terra não era socialmente justa. Novas teorias foram desenvolvidas para o valor, distribuição e formação dos preços.
Suas suposições são as de que a economia é formada por um grande
número de pequenos produtores e consumidores, incapazes de influenciar isoladamente os preços e as quantidades no mercado. Os consumidores, de posse de determinada renda, adquirem bens e serviços de acordo com seus gostos, a fim de maximizarem sua utilidade total, derivada do consumo ou da posse das mercadorias. Essa é uma concepção hedonista, segundo a qual o homem procura o máximo prazer, com um mínimo de esforço.
Dados os preços de mercado, os produtores adquirem os fatores de
produção necessários a fim de combiná-los racionalmente e produzir as quantidades que maximizarão seus lucros. Os fatores têm preços determinados por sua escassez e utilidade no processo produtivo. Não há mais conflito entre as classes sociais na distribuição do produto, como na Economia clássica, mas harmonia entre os agentes. Isso se explica porque, no pensamento marginalista, a distribuição do produto efetua-se segundo as produtividades marginais de cada fator; os salários passaram a ser flexíveis (determinados pela interação entre a oferta e a demanda de trabalho) e não mais de subsistência (fixos), como no pensamento clássico.
A essência do pensamento marginalista pode ser sintetizada em 10 pontos
(Oser & Blanchfield, 1983, p. 207): 1) raciocínio na margem: a decisão de produzir ou consumir vai depender do custo ou benefício proporcionado pela última unidade; 2) abordagem microeconômica: o indivíduo e a firma estão no centro da análise, cada bem levado ao mercado é único ou homogêneo, possuindo um preço que equilibra sua oferta com a demanda; 3) método abstrato-dedutivo: abstração teórica, argumentação lógica e conclusão; 4) concorrência pura nos mercados, sendo o monopólio uma exceção: muitos vendedores e compradores concorrem no mercado por bens e serviços; as firmas são pequenas e individualmente não conseguem influenciar o preço de equilíbrio de mercado; 5) ênfase na demanda como elemento crucial para determinar os preços, ao contrário dos clássicos que enfocavam a oferta, ou custo de produção;
8 Termo empregado por Keynes em 1936. A demanda efetiva foi definida
como sendo o ponto em que, em um determinado momento, a demanda agregada torna-se igual ao produto total da economia (Keynes, 1990, p. 38).
6) teoria da utilidade: a utilidade que as pessoas têm no consumo dos bens,
determinada por seus gostos, influencia as quantidades demandadas de cada bem e, então, seus preços. Há uma ênfase em aspectos psicológicos, com a consideração da abordagem hedonista de prazer (satisfação) e sofrimento (custos); 7) teoria do equilíbrio: as variáveis econômicas interagem e o sistema manifesta uma tendência ao equilíbrio pelo jogo das livres forças de mercado; 8) direitos de propriedade: cada proprietário recebe pela posse de um fator de produção, o que reabilitou a renda da terra, considerada por Ricardo como um pagamento desnecessário e improdutivo; 9) racionalidade: as firmas e consumidores maximizam lucro ou satisfação e não agem por impulso, capricho ou por objetivos humanitários. Embora este último ponto possa ser louvável, ele não faz parte das suposições econômicas marginalistas; 10) laissez-faire, ou liberdade de mercado: toda e qualquer interferência nos automatismos do mercado gera custos e reduz o bem-estar social.
Em sua obra Princípios de Economia, de 1890, o inglês Alfred Marshall
(1842-1924) realizou a chamada primeira síntese neoclássica, tentando conciliar os pensamentos clássico e marginalista, dando nascimento ao termo neoclássico (Marshall, 1982).
Segundo os economistas neoclássicos, a utilidade de um produto determina
o valor dos bens, a quantidade demandadas e, então, o preço de equilíbrio do mercado de cada bem. Isso foi representado por Marshall em um gráfico de duas dimensões, determinando o equilíbrio parcial pela interação da oferta e da demanda de cada bem, segundo os seguintes passos:
1o - quanto maior a utilidade do bem, tanto mais ele será procurado pelas pessoas e tanto maior será o seu valor e seu preço;
2o - quanto maior for o preço, tanto mais as firmas querem produzir e
vender tal produto;
3o - o equilíbrio do mercado é aquele em que há um preço único para
vendedores e compradores, em que a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada, como se pode ver na Figura 2.1. Nessa figura, observa-se que quando os preços são baixos, as pessoas desejam comprar maiores quantidades do produto. Assim, quando o preço (P) for igual a 1, as quantidades demandadas (Q) do bem são iguais a 40; com P = 2, Q = 30; P = 3, Q = 20; P = 4, Q = 10; P = 5, Q = 0.
Essa relação inversa entre quantidades demandadas e preços gera uma
curva de demanda negativamente inclinada. Para derivar esta curva de demanda negativamente inclinada, Marshall supôs que, no curto prazo, as utilidades marginais de cada indivíduo permanecem constantes, isto é, que os consumidores são racionais e que os gostos não mudam.
A oferta apresenta-se regulada pelos custos de produção e uma série de
quantidades são produzidas em função de um conjunto de preços. Quando os preços são altos, as empresas desejam produzir e vender maiores quantidades. Com o preço igual a 5, as quantidades ofertadas pelas empresas são iguais a 40 unidades do produto; com P = 4, Q = 30; P = 3, Q = 20; P = 2, Q = 10; P = 1, Q = 0. A relação direta entre quantidades ofertadas e preços gera uma curva de oferta positivamente inclinada.
A interação entre a oferta e a demanda determina o preço e as quantidades
de equilíbrio de mercado. Na Figura 2.1, observa-se que quando o preço do produto for igual a 3, a quantidades demandadas são iguais a 20, as mesmas quantidades que as firmas estão dispostas a ofertar no mercado. Este é o preço de equilíbrio, em que não falta nem sobra produto no mercado.
Marshall manteve os princípios clássicos da “mão invisível” da
concorrência e a liberdade de mercado (laissez-faire). Esses princípios asseguram que a maximização de lucros leva os proprietários dos fatores a receber de acordo com a contribuição de cada um no processo produtivo (produtividade marginal). A produtividade marginal de um fator corresponde ao acréscimo do produto total proporcionado pelo emprego de uma unidade a mais do mesmo. O empresário terá interesse em empregar essa unidade adicional (por exemplo, o operador de uma máquina) até o ponto em que o valor da produtividade marginal for igual a seu preço (salário) (raciocínio pela margem).
Os salários e os preços, perfeitamente flexíveis, são regulados pela oferta e
demanda de trabalho, ou pela oferta e demanda de bens e serviços no mercado. A produção obtém-se com proporções variáveis de capital e trabalho, cujo emprego dependerá de seus custos: um mesmo nível de produto pode ser obtido com mais capital e menos trabalho e vice-versa. Na economia clássica, pelo contrário, a função de produção apresentava proporções fixas: todo acréscimo de produção necessitava de adição simultânea de capital e trabalho.
Uma diferença fundamental entre a Escola neoclássica e a Escola clássica
diz respeito à teoria do valor. Enquanto nesta última o valor é determinado pela quantidade de trabalho incorporado nos bens, na primeira o valor depende da utilidade marginal. Desse modo, pelo pensamento neoclássico, quanto mais raro e útil for um produto, tanto mais ele será demandado e valorizado e tanto maior será o seu preço.