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Cadernos PDE
II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PARANÁ - GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
CASCAVEL
2014
Ficha de Identificação da Produção Didática Pedagógica
Título: Candomblé e Umbanda: Mitos e Verdades
Autora Dilma Rovaris Garlini
Disciplina História
Colégio Estadual Pedro Viriato
Escola de Implementação do
Parigot de Souza
Projeto e sua localização
Rua: Afonso Alves Camargo
Município São Miguel do Iguaçu
NRE Foz do Iguaçu
Professor Orientador Profº. Dr. Vilmar Malacarne
IES UNIOESTE – Cascavel
Está relacionada com as disciplinas
Relação Interdisciplinar de História, Geografia e Ensino
Religioso
Esta proposta tem como objetivo
analisar a trajetória histórica do povo
negro, analisando as religiões
africanas, Candomblé e Umbanda, e
seus mitos e verdades. Dentro desta
proposta verificar-se-á que o Brasil do
século XXI não pode continuar a
reprodução de um pensamento
mistificado sobre as religiões
africanas. Cabe a comunidade
escolar, juntamente com a sociedade,
encontrar caminhos de diálogo. Para
a concretização desse projeto serão
realizadas oficinas temáticas com os
Resumo alunos do 8º e 9º anos (A) do Colégio
Estadual Pedro Viriato Parigot de
Souza, do Município de São Miguel do
Iguaçu – PR. Também serão
analisados, através de oficinas, textos
e documentários, como o africano
contribuiu com sua religião na cultura
brasileira, fazendo a ampliação,
discussão de questões em grupo e
montagem de texto sobre o que o
aluno pensa sobre o assunto
proposto. Toda a discussão resultará
na confecção de material pedagógico
que ficará na escola para possíveis
pesquisas da comunidade escolar.
Palavra chave Candomblé Umbanda, Religiosidade.
Formato do material didático Unidade Didática
Público alvo Alunos do 8º e 9º ano.
APRESENTAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
Porém esse discurso de que o negro não tem e não produz cultura, cai
por terra quando sabemos que a África é o berço da humanidade, com uma vasta
riqueza cultural em todos os sentidos.
O negro que aqui chegou não voltou nunca mais para a terra natal e o
Brasil passou a ser a sua casa, com costumes, valores, tradições produzidas
pelo e para o homem branco.
Nessa nova ideologia imposta, o mesmo não teve muita escolha, todavia,
o contexto cultural africano era forte, seus valores culturais sobreviveram de
diversas formas. Mesmo sendo proibidos de praticar os valores culturais, os
negros conseguiram driblar todas as formas de castração impostas pelo homem
branco, onde conhecimentos tribais eram preservados e praticados as
escondidas nos galpões das senzalas.
Como professora de História e Ensino Religioso da rede estadual,
atuando no Colégio Pedro Viriato Parigot de Souza, e observando nas aulas a
falta de conhecimento sobre a cultura africana (negra), percebeu-se a
necessidade de um estudo sobre a história do negro.
A grande maioria das pessoas tem uma crença religiosa e, como todo
indivíduo tem o seu lado espiritual, o negro também tinha o seu. A diferença é
que ele não podia se manifestar com seus cultos religiosos ou cultuar os seus
deuses (Orixás). Ressaltamos aqui, que os cultos religiosos praticados pelos
negros, eram vistos e pregados pela Igreja Católica, como ritos do mal ou até
demoníacos. É essa imagem negativa que hoje tentamos rever em relação as
religiões africanas.
Uma religião de origem africana, e que foi trazida nos navios tumbeiros
juntamente com os principais personagens desse enredo, que foram os negros
escravizados e que ao serem tirados do seu conforto (terra natal), sendo atirados
num ambiente nada semelhante ao seu e na condição de escravo. Mesmo assim,
esse indivíduo, conseguiu preservar o seu lado espiritual, que é a prática dos
cultos e rituais aos deuses denominados de Orixás, que na sociedade branca é
chamado de Candomblé.
Diante de todo esse contexto histórico, não se pode deixar de citar como
ocorre todo o processo pelo qual o indivíduo passa para a iniciação do
Candomblé. Todo iniciante passa pelos/as:
• Fios de conta
• Comidas
• Cerimônias públicas
Parte I
Plano de aula 1
Plano de aula – 2
Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.
Tema: África – Brasil: uma viagem sem volta.
Esta aula propõe trabalhar, através de
textos informativos, como ocorreu o
Justificativa: tráfico negreiro, e como esse povo foi
retirado de sua terra natal e trazido
para um continente totalmente
diferente do seu.
Compreender como surgiu esse
Objetivo: comércio e suas consequências para
o povo traficado.
Conteúdo: O tráfico negreiro.
Textos, quadro branco, mapas,
Recursos: pincéis, data show, livro didático do
aluno (usar imagens).
Conversação sobre como iniciou esse
processo do Tráfico negreiro, suas
Metodologia: consequências para o homem negro,
sua cultura e sua nova vida no novo
lar
Propor a leitura do texto, “África:berço da humanidade”.
Atividade 1 Destacar palavras desconhecidas do vocabulário do aluno,
procurar no dicionário o seu significado.
Atividade 2 Assistir o vídeo do Livro: “Menina bonita de laço de fita”
Como sugestão da segunda atividade, ilustrar o texto e
Atividade 3
confeccionar um de mini livrinho.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Vídeo sobre a Menina bonita de laço de fita
https://www.youtube.com/watch?v=46Wv5JUyEJg acessado no dia 29 de
outubro de 2014
Plano de aula – 3
Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.
Tema: A luta pela liberdade: Ganga e Zumbi.
Através de leitura de textos
informativos, pretende-se trabalhar as
Justificativa: formas que o Negro encontrou para
conseguir a sua liberdade e quem
foram seus grandes líderes.
Compreender os anseios tão
almejados dos negros e que eram a
Objetivo: liberdade e viver em forma de
comunidade, de certa forma tentar
refazer a sua organização social como
era na África.
Conteúdo: A luta pela liberdade: Ganga e Zumbi.
Recursos: Texto complementar “Três vezes
Zumbi.”
Data show, Vídeos complementares
citados abaixo, filme: “O Besouro.”
Conversação sobre como se iniciou
Metodologia: esse processo de libertação e as
consequências das fugas para os
quilombos.
Atividade 1 Conversação sobre o filme e produção de textos.
Conversação sobre a Comunidade APEPU, comunidade
essa que é Renascentes de Quilombolas e que se
Atividade 2
localiza perto do Parque Nacional. No município de São
Miguel do Iguaçu.
Trazer para a Escola a líder dessa comunidade
Atividade 3 Quilombola APEPU, a D. Aurora, para uma fala da sua
vida e luta por uma vida melhor.
• Vista a minha pele;
http://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM
• A cor do xadrez;
Vídeos
www.youtube.com/watch?v=NavkKM7w-cc
complementares:
• A onde você guarda o seu racismo;
www.youtube.com/watch?v=61scz6LBWA4
Acessados em: 24/09/2014
É isso que o filme vai nos mostrar dentro de uma trajetória onde eles
tinham que praticar os seus rituais escondidos pois isso demonstrava serem
atividades do demônio pois a religião predominante na época era o catolicismo
aqui no Brasil.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
http://www.bresserpereira.org.br/terceiros/2012/maio/12.05.Tr%C3%AAs_vezes
_Zumbi.pdf acesso 22 de outubro de 2014
O dia da morte de Zumbi, hoje, é reconhecido e comemorado como o Dia
da Consciência Negra.
Plano de aula – 4
Atividade 4
Atividade 1: Após as leituras sobre os textos, propor a produção de frases
sobre o Negro: Ontem/Hoje.
Atividade 2: Produção de acrósticos com palavras chaves: Preconceito,
desigualdade racial e outras.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Parte II
Partindo-se das reflexões, chegamos ao nosso foco principal que é o
estudo e conhecer o universo espiritual dos povos africanos que para cá foram
trazidos. O ponto de saída é conhecer a história dessas religiões, enfocando
seus rituais, deuses (orixás), e sua filosofia espiritual. Na verdade vai culminar
na cultura africana e sua contribuição para a formação da cultura brasileira.
Plano de aula – 1
Texto: Jostein Gaarder; Victor Hellern; Henry Notaker. Religiões africanas. In.
O Livro das Religiões. Trad. Isa Mara Lando. São Paulo: Companhia das Letras,
2000.
http://copyfight.me/Acervo/livros/HELLERN,%20Victor%20&%20NOTAKER,%2
0Henry%20&%20GAARDER,%20Jostein%20-
%20O%20livro%20das%20religio%CC%83es.pdf acesso 22 de outubro de
2014
Atividades
Os alunos deverão pesquisar quais os principais orixás;
Nome.
Dia da semana.
Atividade 1 Elemento natureza.
Principal alimento.
Cor.
Com qual santo condiz na igreja católica.
Pesquisar como é composto um ritual: Candomblé e
Umbanda. Toda a pesquisa terá orientação do professor, e
Atividade 2: a mesma poderá ser feita em grupos. Para melhor
enriquecer o trabalho será utilizado: data show, livros,
revistas e internet.
Plano de aula –2
Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.
Tema: Conhecendo os orixás.
Essa aula propõe uma pesquisa mais
Justificativa: detalhada, em livros e internet, sobre
cada orixá (destacando a
característica de cada um).
Objetivo: Conhecer a característica de cada
orixá.
Conteúdo: Conhecendo os orixás.
Recursos: Data show, livros e revistas.
Questionar sobre qual é a proposta da
aula, fazendo um comparativo com os
santos católicos. Nesta atividade
Metodologia: haverá observação de imagens dos
orixás que serão trazidos para a
escola. Pela professora Dilma de
História.
OS SAGRADOS ORIXÁS
Tudo o que existe no planeta Terra foi trazido dos Reinos dos Sagrados
Orixás, e estes Reinos são formados por elementos específicos, regidos pelos
próprios Orixás, que em si são as emanações desses elementos.
Fonte: www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
OLORUN
Fonte: www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
EXU
Mensageiro-Dono da
comunicação
Guardião das entradas e
saídas
Cor: vermelho e preto
Símbolo: ogó (bastão)
Dia da semana: Segunda-
feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
OGUN
Ferreiro – Guerreiro – Civilizador
Desenvolvimento
Cor: azul, branco, verde
Símbolo: Espada, Bigorna
Dia da semana: Terça-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
OXUMARÉ
YEMANJÁ
NANÃ
OXALÁ
Sábio Ancião
Sabedoria, Vida e Morte
Cor: Branco
Símbolo: opaxorô
Dia da semana: Sexta-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
OXUM
Beleza, Sensualidade e Vaidade
Águas Doce; Beleza; Amor; riqueza; fecundidade
Cor: Amarelo; dourado
Símbolo: espelho
Dia da semana: Sábado
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
YANSÃ
OMULU
Senhor do solo, da
plantação, da saúde e das
doenças.
Cor: Palha, Marrom
Símbolo: Xaxará
Dia da semana: Segunda-
feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
XANGÔ
Rei: Justiça Senhor dos
raios e trovões
Cor: Vermelho, Branco
Símbolo: Oxé (Machado)
Dia da semana: Quarta-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
OXOSSI
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
OSSAIN
Curandeiro
Senhor das ervas e plantas
Cor: Verde
Símbolo: Haste com pássaro
Dia da semana: Quinta-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf
PLANO DE AULA 3
Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.
Tema: Os orixás do Candomblé
Essa aula propõe uma pesquisa mais
detalhada, em livros e internet, sobre
Justificativa: cada orixá (destacando a
característica de cada um), e fazendo
um comparativo com os santos do
cristianismo.
Objetivo: Conhecer a característica de cada dos
orixás do Candomblé.
Conteúdo: O culto aos Orixás
Recursos: Data show, livros e revistas.
Questionar sobre qual é a proposta da
aula, mostrando diferenças e
semelhanças entre Candomblé e
Metodologia: Cristianismo através de seus Santos e
Orixás. Nesta atividade haverá
observação de imagens dos orixás
que serão trazidos para a escola. Pela
professora Dilma de História.
A escola, por sua vez, tem uma missão muito importante nesse processo,
porém uma tarefa nada fácil, haja vista, que os primeiros obstáculos são
encontrados nos próprios professores que não fazem questão de trabalhar esses
temas e muitos deles, até demonstrando atitudes preconceituosas ou de
desprezo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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a Diáspora, O Brasil. São Paulo: AORI: Produções Culturais.
BRAGA, J. Fuxico de Candomblé: Estudos Afro-brasileiros/ Júlio Braga. Feira
de Santana: UEFS, 1988.
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DELUMEAU. J. As Grandes Religiões do Mundo. Editora Presença. Tradução,
1ª edição, Lisboa, novembro, 1997.
LARA, H. S. Escravidão Cidadania e História do Trabalho no Brasil. São
Paulo: Globo, 2008.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em
saúde. 2. ed. São Paulo: Rio de Janeiro: Hucitec - Abrasco, 1999.
NEGRÃO.N. L. Umbanda: entre a cruz e a encruzilhada. Tempo social; Rev.
Social. USP, S. Paulo, 5 (1-2): 113-122, 1993 (editado em nov.1994).
OLIVEIRA, D. E. Cosmovisão Africana no Brasil: elementos para a filosofia
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PARANÁ. Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Diretrizes
Curriculares da Educação Básica. Ensino Religioso, Paraná, 2008.
PARANÁ Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares
Estaduais para o Ensino de História. PARANÁ, 2008.
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VALENTE, A. L. E. F. Ser Negro no Brasil Hoje. São Paulo: Moderna. 16ª ed.
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https://docs.google.com/presentation/d/1gjQCJXZDID2UJZulcLvgNxOS7uffVaI
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http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios acesso em 22 de outubro de 2014
www.google.com.br/webhp?sourceid=chromeinstant&ion=1&espv=2&ie=UTF-
8#q=imagens%20filme%20amistad acesso em 22 de outubro de 2014
https://www.youtube.com/watch?v=rRebrV3z1kw acesso em 22 de outubro de
2014
www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf acesso em
22 de outubro de 2014
http://www.raizesespirituais.com.br/orixas-cores-saudacao-dia acesso em 22 de
outubro de 2014.