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Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7

Cadernos PDE

II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PARANÁ - GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA


UNIDADE DIDÁTICA

DILMA ROVARIS GARLINI

CANDOMBLÉ E UMBANDA: MITOS E VERDADES

Orientador: Prof. Dr. Vilmar Malacarne

CASCAVEL

2014
Ficha de Identificação da Produção Didática Pedagógica
Título: Candomblé e Umbanda: Mitos e Verdades
Autora Dilma Rovaris Garlini
Disciplina História
Colégio Estadual Pedro Viriato
Escola de Implementação do
Parigot de Souza
Projeto e sua localização
Rua: Afonso Alves Camargo
Município São Miguel do Iguaçu
NRE Foz do Iguaçu
Professor Orientador Profº. Dr. Vilmar Malacarne
IES UNIOESTE – Cascavel
Está relacionada com as disciplinas
Relação Interdisciplinar de História, Geografia e Ensino
Religioso
Esta proposta tem como objetivo
analisar a trajetória histórica do povo
negro, analisando as religiões
africanas, Candomblé e Umbanda, e
seus mitos e verdades. Dentro desta
proposta verificar-se-á que o Brasil do
século XXI não pode continuar a
reprodução de um pensamento
mistificado sobre as religiões
africanas. Cabe a comunidade
escolar, juntamente com a sociedade,
encontrar caminhos de diálogo. Para
a concretização desse projeto serão
realizadas oficinas temáticas com os
Resumo alunos do 8º e 9º anos (A) do Colégio
Estadual Pedro Viriato Parigot de
Souza, do Município de São Miguel do
Iguaçu – PR. Também serão
analisados, através de oficinas, textos
e documentários, como o africano
contribuiu com sua religião na cultura
brasileira, fazendo a ampliação,
discussão de questões em grupo e
montagem de texto sobre o que o
aluno pensa sobre o assunto
proposto. Toda a discussão resultará
na confecção de material pedagógico
que ficará na escola para possíveis
pesquisas da comunidade escolar.
Palavra chave Candomblé Umbanda, Religiosidade.
Formato do material didático Unidade Didática
Público alvo Alunos do 8º e 9º ano.
APRESENTAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

Uma viagem sem volta

A história do homem negro, ou também chamado afro descendente,


dentro do contexto histórico brasileiro, sempre foi conturbada. Ao contrário de
certas versões dadas por alguns, de que o negro era um indivíduo sem nada que
o fizesse fazer parte de um formato social, sua participação na formação de
nossa sociedade é marcante. Essas versões distorcidas foram a maneira
encontrada pelo homem branco (portugueses) para tentar explicar, de uma
forma a convencer a sociedade, toda a brutalidade pelo qual o indivíduo africano
passou, para atingir objetivos ambiciosos de ganância e de poder financeiro que
predominava no período colonial do Brasil, período esse que se inicia no século
XV.

Os povos que foram trazidos do continente africano, para serem leiloados,


não como pessoas que eram, mais sim como peças, ou seja, eram tratados como
objetos. Nessa linha de pensamento um objeto por si só não produz cultura,
organização social ou familiar, enfim, todo o contexto que envolve o indivíduo e
que o faz fazer parte de uma história social.

Porém esse discurso de que o negro não tem e não produz cultura, cai
por terra quando sabemos que a África é o berço da humanidade, com uma vasta
riqueza cultural em todos os sentidos.

O negro que aqui chegou não voltou nunca mais para a terra natal e o
Brasil passou a ser a sua casa, com costumes, valores, tradições produzidas
pelo e para o homem branco.

Nessa nova ideologia imposta, o mesmo não teve muita escolha, todavia,
o contexto cultural africano era forte, seus valores culturais sobreviveram de
diversas formas. Mesmo sendo proibidos de praticar os valores culturais, os
negros conseguiram driblar todas as formas de castração impostas pelo homem
branco, onde conhecimentos tribais eram preservados e praticados as
escondidas nos galpões das senzalas.
Como professora de História e Ensino Religioso da rede estadual,
atuando no Colégio Pedro Viriato Parigot de Souza, e observando nas aulas a
falta de conhecimento sobre a cultura africana (negra), percebeu-se a
necessidade de um estudo sobre a história do negro.

Uma luta Contra a Escravidão: a Religião

A grande maioria das pessoas tem uma crença religiosa e, como todo
indivíduo tem o seu lado espiritual, o negro também tinha o seu. A diferença é
que ele não podia se manifestar com seus cultos religiosos ou cultuar os seus
deuses (Orixás). Ressaltamos aqui, que os cultos religiosos praticados pelos
negros, eram vistos e pregados pela Igreja Católica, como ritos do mal ou até
demoníacos. É essa imagem negativa que hoje tentamos rever em relação as
religiões africanas.

A diversidade religiosa africana é muito vasta e com características


próprias advindas de cada tribo ou povo. O continente africano é muito grande e
existem muitas tribos, cada qual com sua peculiaridade.

Segundo Delumeau (1997, p. 613),

Acreditar que as religiões africanas não passam de religiões tribais


seria, por excesso de historicismo, acantoná-las nos limites dos grupos
humanos que praticaram até o presente ou então, por cegueira
religiosa, isto é, por incapacidade de sentir o religioso para além dos
termos em que despertou a sensibilidade religiosa de cada um, é
afirmar que as mensagens de salvação de tais religiões são portadoras
apenas se dirige aos membros de uma tribo.

Muitas religiões se destacam na sociedade africana, porém, neste


trabalho daremos mais ênfase ao Candomblé e a Umbanda.

Como já citado, no Brasil a diversidade religiosa africana conseguiu


através de muitas “lutas”, o seu espaço para a prática. Com doutrinas africanas
e outras que nasceram no Brasil, mas com raízes nas doutrinas dos Orixás,
destacamos com propriedade o caso da Umbanda, que nasceu na cidade do Rio
de Janeiro e que se espalhou para grande parte do Brasil, e o Candomblé, de
raízes africanas que também se fortificou e se consolidou em algumas regiões
do Brasil, com destaque no nordeste devido a população negra se concentrar
nessa região. Nesse viés segundo Oliveira (2006, p. 67):

As religiões são eminentemente comunitárias. A dimensão comunitária


dessas religiões expressa sua concepção da vida e do universo. O
importante é o bem estar de todos os membros da comunidade. Não
existe divisão de classes ou privilégios sociais. Os benefícios da
religião e da religiosidade são universais (para o grupo, família, clã ou
cidade).

Quando se fala do culto às imagens, que são os Orixás (deuses),


podemos fazer um comparativo com os santos cultuados pelos católicos, e que
existe uma relação de dualidade entre os santos x orixás. Porém na ideologia
imposta pela Igreja Católica, os santos cultuados pelos católicos são imagens do
bem, enquanto que a adoração aos orixás seriam algo do mal, maligno. Esta
perspectiva sobrevive, em muitos lugares, até os dias atuais, enquanto que a
“escravidão” foi abolida no século XIX. E hoje, em pleno século XXI, é preciso
romper essas algemas invisíveis (preconceitos) que ainda mancham a
sociedade brasileira.

Candomblé: uma religião mística

Uma religião de origem africana, e que foi trazida nos navios tumbeiros
juntamente com os principais personagens desse enredo, que foram os negros
escravizados e que ao serem tirados do seu conforto (terra natal), sendo atirados
num ambiente nada semelhante ao seu e na condição de escravo. Mesmo assim,
esse indivíduo, conseguiu preservar o seu lado espiritual, que é a prática dos
cultos e rituais aos deuses denominados de Orixás, que na sociedade branca é
chamado de Candomblé.

O Candomblé, enquanto organização espiritual religiosa, tem por base, as


oferendas aos Orixás, cada orixá tem os seus gostos: culinários, musicais e
alguns até a oferenda de animais sacrificados.
Nesse universo espiritual do Candomblé, existem 16 (dezesseis) Orixás,
que são cultuados pelos seguidores do Candomblé.

Para Sahr (2001, p. 57) a “[...] religião é uma interpretação do mundo e


representa uma forma de conhecimento”. No campo religioso, o espaço tem raiz
na diferença entre o sagrado e o profano (ELIADE, 1996; ROSENDAHL, 1996;
SILVA, 2006a).

Diante de todo esse contexto histórico, não se pode deixar de citar como
ocorre todo o processo pelo qual o indivíduo passa para a iniciação do
Candomblé. Todo iniciante passa pelos/as:

• Fios de conta

• Comidas

• Iniciação ao culto afro-religioso (“fazer o santo”)

• Cerimônias públicas

Considera-se que o Candomblé é uma religião que tem como ponto


central o rito às oferendas aos orixás, oferendas essas, segundo a mitologia, que
fazem com que o homem (humano) esteja de bem com o seu deus (orixá).

Umbanda: uma religião que nasceu no Brasil

Outra manifestação religiosa de matriz africana é a Umbanda. Religião


essa que nasceu no Brasil, na década de 1920, no Rio de Janeiro. Seus cultos
são em homenagens aos Caboclos. Essa religião está baseada na doutrina de
Allan Kardec. Uma das características é a crença na reencarnação, ou seja, os
espíritos tomam posse do corpo de um líder espiritual, onde ocorre a transmissão
de mensagens do espírito para a pessoa que desejar saber informações de seus
mortos.

Segundo Negrão (1994, p.115):

A Umbanda dos terreiros é ainda um mundo encantado. São


muito poucos os pais-de-santo que têm qualquer interesse
peculiar (político, cultural) além de profissionais. Em geral vivem
imersos em seu mundo religioso. Sua realidade é a dos orixás,
com os quais convivem no cotidiano das giras, dos trabalhos,
das “demandas”. Manipulam magicamente seus guias,
respondendo às necessidades imediatas de seus filhos-de-santo
e clientes.

A Umbanda passou por vários conflitos sociais e foi repreendida pelas


forças militares, onde os cultos e seus seguidores eram vistos como pessoas do
mal e, por isso, eram punidos quando realizavam seus cultos. Os lugares de
cultos chamam-se terreiros e seus membros são hoje reconhecidos por
federações.

O DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES

Partindo-se de todo esse contexto e da necessidade, dentro da


comunidade escolar, de se conhecer para poder respeitar e valorizar as
diferentes “religiões africanas”, e, também, por conta da Lei nº 10.639/2003, que
prevê uma nova visão sobre o afro descendente e sua cultura, foi elaborado o
presente projeto para ser implementado no Colégio Estadual Pedro Viriato
Parigot de Souza.

Para a efetuação e aplicação do projeto de intervenção pedagogia, o


mesmo foi dividido em duas partes num total de 32 horas, que serão aplicadas
no primeiro semestre de 2015.

Na primeira parte da aplicação do projeto, partir-se-á de toda a


contextualização da história da vinda dos povos africanos para o Brasil (textos),
e na segunda parte, dos conhecimentos adquiridos colocando em prática nas
oficinas propostas.

Parte I

Plano de aula 1

Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.


Tema: O berço da humanidade: África
Justificativa: Esta aula propõe trabalhar, através de
textos informativos, a vida na África.
Compreender a nossa origem
Objetivo: (humanidade), e como os povos
africanos se tornaram objetos do
tráfico.
Conteúdo: O berço da humanidade: África.
Textos, quadro branco, mapas,
Recursos: pincéis, data show, livro didático do
aluno, internet.
Conversação sobre a origem do e
como esse homem chegou a América.
Metodologia: Questionar o aluno como ele imagina
a África, utilizar mapas para melhor
compreensão da fala. Leitura e
discussão do texto proposto.

Texto: NASCIMENTO, Elisa Larkin. ÁFRICA BERÇO DA HUMANIDADE.


In. http://www.ipeafro.org.br/home/files/SUPLEMENTO-DIDATICO.pdf
Acesso em 22 de outubro de 2014.

Plano de aula – 2
Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.
Tema: África – Brasil: uma viagem sem volta.
Esta aula propõe trabalhar, através de
textos informativos, como ocorreu o
Justificativa: tráfico negreiro, e como esse povo foi
retirado de sua terra natal e trazido
para um continente totalmente
diferente do seu.
Compreender como surgiu esse
Objetivo: comércio e suas consequências para
o povo traficado.
Conteúdo: O tráfico negreiro.
Textos, quadro branco, mapas,
Recursos: pincéis, data show, livro didático do
aluno (usar imagens).
Conversação sobre como iniciou esse
processo do Tráfico negreiro, suas
Metodologia: consequências para o homem negro,
sua cultura e sua nova vida no novo
lar
Propor a leitura do texto, “África:berço da humanidade”.
Atividade 1 Destacar palavras desconhecidas do vocabulário do aluno,
procurar no dicionário o seu significado.
Atividade 2 Assistir o vídeo do Livro: “Menina bonita de laço de fita”
Como sugestão da segunda atividade, ilustrar o texto e
Atividade 3
confeccionar um de mini livrinho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Vídeo sobre a Menina bonita de laço de fita
https://www.youtube.com/watch?v=46Wv5JUyEJg acessado no dia 29 de
outubro de 2014

Atividade do Plano de aula 2


Atividade: Dividir a turma em grupos e pesquisar em livros e revistas imagens
sobre o negro na sociedade hoje e de imagens da escravidão. Após a pesquisa,
montar cartazes ou frases sobre a escravidão. Cartazes esses que serão
utilizados para fazer uma exposição para a comunidade escolar.

Durante os trabalhos instigar os conhecimentos e a forma como o aluno vê o


negro dentro do contexto social (passado/presente).

Plano de aula – 3
Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.
Tema: A luta pela liberdade: Ganga e Zumbi.
Através de leitura de textos
informativos, pretende-se trabalhar as
Justificativa: formas que o Negro encontrou para
conseguir a sua liberdade e quem
foram seus grandes líderes.
Compreender os anseios tão
almejados dos negros e que eram a
Objetivo: liberdade e viver em forma de
comunidade, de certa forma tentar
refazer a sua organização social como
era na África.
Conteúdo: A luta pela liberdade: Ganga e Zumbi.
Recursos: Texto complementar “Três vezes
Zumbi.”
Data show, Vídeos complementares
citados abaixo, filme: “O Besouro.”
Conversação sobre como se iniciou
Metodologia: esse processo de libertação e as
consequências das fugas para os
quilombos.
Atividade 1 Conversação sobre o filme e produção de textos.
Conversação sobre a Comunidade APEPU, comunidade
essa que é Renascentes de Quilombolas e que se
Atividade 2
localiza perto do Parque Nacional. No município de São
Miguel do Iguaçu.
Trazer para a Escola a líder dessa comunidade
Atividade 3 Quilombola APEPU, a D. Aurora, para uma fala da sua
vida e luta por uma vida melhor.
• Vista a minha pele;
http://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM
• A cor do xadrez;
Vídeos
www.youtube.com/watch?v=NavkKM7w-cc
complementares:
• A onde você guarda o seu racismo;
www.youtube.com/watch?v=61scz6LBWA4
Acessados em: 24/09/2014

Introdução ao filme “O Besouro:”

Através deste filme, O Besouro, procurar despertar nos educandos uma


consciência que os negros tem o seu valor na sociedade desde o início da nossa
colonização com os portugueses mas muito mais com a vinda dos escravos para
trabalhar nas lavouras brasileiras de cana de açúcar, na mineração e mais tarde
nas lavouras de café.

Com os escravos vindos da África vieram com eles também suas


heranças culturais como, alimentação, formas de se vestir, danças, canções e
principalmente a sua religião das suas tribos africanas a quem eles pertenciam.

É isso que o filme vai nos mostrar dentro de uma trajetória onde eles
tinham que praticar os seus rituais escondidos pois isso demonstrava serem
atividades do demônio pois a religião predominante na época era o catolicismo
aqui no Brasil.

Resumo do Filme O Besouro.


Bahia, década de 20. No interior, os negros continuavam sendo tratados
como escravos, apesar da abolição da escravatura ter ocorrido décadas antes.
Entre eles está Manoel (Aílton Carmo), que quando criança foi apresentado à
capoeira pelo Mestre Alípio (Macalé). O tutor tentou ensiná-lo não apenas os
golpes da capoeira, mas também as virtudes da concentração e da justiça. A
escolha pelo nome Besouro foi devido à identificação que Manuel teve com o
inseto, que segundo sua característica não deveria voar. Ao crescer, Besouro,
recebe a função de defender seu povo, combatendo a opressão e o preconceito
existentes.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Site sobre o filme: O Besouro

https://www.youtube.com/watch?v=q-t5cL-Pdfw acesso 22 de outubro de 2014

TEXTO COMPLEMENTAR: “Três vezes Zumbi”

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Site do texto complementar: Três vezes Zumbi

http://www.bresserpereira.org.br/terceiros/2012/maio/12.05.Tr%C3%AAs_vezes
_Zumbi.pdf acesso 22 de outubro de 2014
O dia da morte de Zumbi, hoje, é reconhecido e comemorado como o Dia
da Consciência Negra.

Plano de aula – 4

Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.


Tema: A fuga dos negros para os Quilombos.
Com a leitura de textos informativos,
pretende-se trabalhar como o negro
Justificativa: vivia no passado, fazendo um paralelo
de como o negro vive hoje nas
comunidades Quilombolas.
Compreender como é viver nas
Objetivo: comunidades Quilombolas e como ele
se sente em relação a essa condição
de quilombolas.
Conteúdo: A formação dos Quilombos no Brasil.
Recursos: Data show, o filme: Amistad.
Conversações de como os alunos
Metodologia: vêm a luta do negro em relação aos
direitos iguais a do homem branco.

Atividade 4
Atividade 1: Após as leituras sobre os textos, propor a produção de frases
sobre o Negro: Ontem/Hoje.
Atividade 2: Produção de acrósticos com palavras chaves: Preconceito,
desigualdade racial e outras.

RESUMO DO FILME AMISTAD


Costa de Cuba, 1839. Dezenas de escravos negros se libertam das
correntes e assumem o comando do navio negreiro Amistad. Eles sonham
retornar para a África, mas desconhecem navegação e se vêm obrigados a
confiar em dois tripulantes sobreviventes, que os enganam e fazem com que,
após dois meses, sejam capturados por um navio americano, quando
desordenadamente navegaram até a costa de Connecticut. Os africanos são
inicialmente julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso toma vulto e o
presidente americano Martin Van Buren (Nigel Hawthorn), que sonha ser
reeleito, tenta a condenação dos escravos, pois agradaria aos estados do sul e
também fortaleceria os laços com a Espanha, pois a jovem Rainha Isabella II
(Anna Paquin) alega que tanto os escravos quanto o navio são seus e devem
ser devolvidos. Mas os abolicionistas vencem e, no entanto o governo apela e a
causa chega a Suprema Corte Americana. Este quadro faz o ex-presidente John
Quincy Adams (Anthony Hopkins), um abolicionista não-assumido, sair da sua
aposentadoria voluntária, para defender os africanos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

https://www.youtube.com/watch?v=rRebrV3z1kw acesso em 22 de outubro de


2014

Parte II
Partindo-se das reflexões, chegamos ao nosso foco principal que é o
estudo e conhecer o universo espiritual dos povos africanos que para cá foram
trazidos. O ponto de saída é conhecer a história dessas religiões, enfocando
seus rituais, deuses (orixás), e sua filosofia espiritual. Na verdade vai culminar
na cultura africana e sua contribuição para a formação da cultura brasileira.

A cada atividade proposta acredita-se que os alunos irão perceber que


precisamos conhecer para poder respeitar, e esse conhecimento só é possível
quando queremos mudar e fazer a diferença, além do mais os temas propostos
para as discussões estão inseridos nos conteúdos e nas Diretrizes Curriculares.

Plano de aula – 1

Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.


Tema: A História do Candomblé e da
Umbanda.
A leitura de textos informativos da
História do Candomblé e da
Justificativa: Umbanda, tem como proposta
conhecer esse universo espiritual que
nos foi passado por várias gerações
como religiões do mal.
Objetivo: Conhecer a prática dessas religiões e
respeitar as mesmas.
Conteúdo: A diversidade religiosa africana.
Recursos: Texto, data show, Vídeo,
Questionar sobre qual é o
Metodologia: conhecimento que o aluno tem sobre
essas religiões.

Texto: Jostein Gaarder; Victor Hellern; Henry Notaker. Religiões africanas. In.
O Livro das Religiões. Trad. Isa Mara Lando. São Paulo: Companhia das Letras,
2000.
http://copyfight.me/Acervo/livros/HELLERN,%20Victor%20&%20NOTAKER,%2
0Henry%20&%20GAARDER,%20Jostein%20-
%20O%20livro%20das%20religio%CC%83es.pdf acesso 22 de outubro de
2014

Atividades
Os alunos deverão pesquisar quais os principais orixás;
 Nome.
 Dia da semana.
Atividade 1  Elemento natureza.
 Principal alimento.
 Cor.
 Com qual santo condiz na igreja católica.
Pesquisar como é composto um ritual: Candomblé e
Umbanda. Toda a pesquisa terá orientação do professor, e
Atividade 2: a mesma poderá ser feita em grupos. Para melhor
enriquecer o trabalho será utilizado: data show, livros,
revistas e internet.

Plano de aula –2
Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.
Tema: Conhecendo os orixás.
Essa aula propõe uma pesquisa mais
Justificativa: detalhada, em livros e internet, sobre
cada orixá (destacando a
característica de cada um).
Objetivo: Conhecer a característica de cada
orixá.
Conteúdo: Conhecendo os orixás.
Recursos: Data show, livros e revistas.
Questionar sobre qual é a proposta da
aula, fazendo um comparativo com os
santos católicos. Nesta atividade
Metodologia: haverá observação de imagens dos
orixás que serão trazidos para a
escola. Pela professora Dilma de
História.

OS SAGRADOS ORIXÁS

Tudo o que existe no planeta Terra foi trazido dos Reinos dos Sagrados
Orixás, e estes Reinos são formados por elementos específicos, regidos pelos
próprios Orixás, que em si são as emanações desses elementos.

Imagens dos Orixás


OS SAGRADOS ORIXÁS

Fonte: www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

OLORUN

Fonte: www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

EXU

Mensageiro-Dono da
comunicação
Guardião das entradas e
saídas
Cor: vermelho e preto
Símbolo: ogó (bastão)
Dia da semana: Segunda-
feira

Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

OGUN
Ferreiro – Guerreiro – Civilizador
Desenvolvimento
Cor: azul, branco, verde
Símbolo: Espada, Bigorna
Dia da semana: Terça-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

OXUMARÉ

Rei das ligações e inter-relações


Cor: Cores do arco-íris
Símbolo: Serpente, arco íris
Dia da semana: Terça-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

YEMANJÁ

Grande mãe Mar, Maternidade


Cor: Branco, prata, azul
Símbolo: Espelho prateado
Dia da semana: Sábado
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

NANÃ

Mãe senhora: Grande vó


Raiz, pântano, Lama (Terra e água, Início e Fim, vida e morte
Cor: Roxo, Branco, Anil
Símbolo: ibiri
Dia da semana: Domingo
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

OXALÁ

Sábio Ancião
Sabedoria, Vida e Morte
Cor: Branco
Símbolo: opaxorô
Dia da semana: Sexta-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

OXUM
Beleza, Sensualidade e Vaidade
Águas Doce; Beleza; Amor; riqueza; fecundidade
Cor: Amarelo; dourado
Símbolo: espelho
Dia da semana: Sábado
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

YANSÃ

Guerreira: senhora da morte


Raios, ventos, tempestades, sensualidade
Cor: Vermelho; rosa
Símbolo: faca, alfange, urukere
Dia da semana: Quarta-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

OMULU

Senhor do solo, da
plantação, da saúde e das
doenças.
Cor: Palha, Marrom
Símbolo: Xaxará
Dia da semana: Segunda-
feira

Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

XANGÔ
Rei: Justiça Senhor dos
raios e trovões
Cor: Vermelho, Branco
Símbolo: Oxé (Machado)
Dia da semana: Quarta-feira

Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

OXOSSI

Caçador, Caça, Floresta,


Alimentação
Cor: Verde ou Azul
Símbolo: Ofá
Dia da semana: Quinta-feira

Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

OSSAIN

Curandeiro
Senhor das ervas e plantas
Cor: Verde
Símbolo: Haste com pássaro
Dia da semana: Quinta-feira
Fonte:www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf

PLANO DE AULA 3
Público Alvo: Alunos dos 8º e 9º ano.
Tema: Os orixás do Candomblé
Essa aula propõe uma pesquisa mais
detalhada, em livros e internet, sobre
Justificativa: cada orixá (destacando a
característica de cada um), e fazendo
um comparativo com os santos do
cristianismo.
Objetivo: Conhecer a característica de cada dos
orixás do Candomblé.
Conteúdo: O culto aos Orixás
Recursos: Data show, livros e revistas.
Questionar sobre qual é a proposta da
aula, mostrando diferenças e
semelhanças entre Candomblé e
Metodologia: Cristianismo através de seus Santos e
Orixás. Nesta atividade haverá
observação de imagens dos orixás
que serão trazidos para a escola. Pela
professora Dilma de História.

Atividade do Plano de aula 3


Identificar quais são os Orixás presentes dentro do Candomblé
através de pesquisas, e a reprodução de cada um deles através
de desenhos.
Objetivo
Proporcionar aos alunos e a comunidade escolar os resultados
finais da aplicação da produção didática, é e quais suas
contribuições que esse povo deixou como herança para o Brasil.
Em grupo no laboratório de informática da Escola pesquisar
sobre os Orixás do Candomblé, fazendo um apanhado de
Atividades informações de cada um deles.
Com os dados em mãos da pesquisa confeccionar os Orixás em
cartazes colocando as informações coletadas.

Sites para a pesquisa sobre os Orixás:


1- www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/EENS/candomble.pdf -
acesso em 22 de outubro de 2014
2- http://minhateca.com.br/crisenique/Galeria/Diversos+Temas/Candombl*c3*a
9,71487689.pdf acesso 22 de outubro de 2014
3- http://200.17.141.110/periodicos/revista_forum_identidades/revistas/ARQ_F
ORUM_IND_11/FORUM_V11_11.pdf acesso em 22 de outubro de 2014
4- http://pt.slideshare.net/rivonaldo/121540837-
42764755lendasafricanasdosorixasjoseflavio acesso em 22 de outubro de
2014
Considerações finais

A Produção didática pedagógica, que tem por objetivo, buscar novos


conhecimentos em relação às religiões de matrizes africanas, Candomblé e
Umbanda. As atividades propostas serão aplicadas no Colégio Estadual Pedro
Viriato Parigot de Souza - Ensino Fundamental e Médio, situado no município de
São Miguel do Iguaçu.

Conhecer para poder respeitar é essencial diante dos mitos e verdades


sobre as religiões de matrizes africanas vivenciadas no cotidiano escolar, aonde
muitas falas preconceituosas ocorrem por falta de conhecimento e acabam
denegrindo uma religião, principalmente devido a sua origem e da forma como
foi trazida pelos negros para o Brasil.

A escola, por sua vez, tem uma missão muito importante nesse processo,
porém uma tarefa nada fácil, haja vista, que os primeiros obstáculos são
encontrados nos próprios professores que não fazem questão de trabalhar esses
temas e muitos deles, até demonstrando atitudes preconceituosas ou de
desprezo.

Todavia, não se pode fechar os olhos para as crescentes formas de


manifestações religiosas, inclusive parte da população “branca” está buscando
nas religiões de matrizes africanas o preenchimento espiritual que as tradicionais
religiões não trazem.

Esse trabalho de conscientização sobre a importância de se respeitar a


diversidade religiosa, principalmente as de matrizes africanas, é um trabalho
pequeno mas que busca, em última instância, ajudar neste processo de
reeducação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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