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COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO- CNSC

R. Prof. Josépio de Almeida Duarte, 155 - Centro, Nova Cruz - RN, 59215-000

DISCIPLINA: ENSINO RELIGIOSO


PROFESSOR: JULIO CESAR AMARAL DE SOUSA
Aula QUARESMA

Na Igreja Católica, o Ano Litúrgico é marcado por duas grandes festas: Natal e Páscoa. O
Advento nos prepara para o Natal e nos oferece a melhor companhia para preparar o nascimento de
Jesus: a Palavra de Deus. Agora, vamos preparar a Páscoa. A Quaresma e a Campanha da Fraternidade
vão nos ajudar a viver o caminho de Cristo, que experimentou, desde o presépio, o esvaziamento da
glória divina, para que, na Páscoa, fosse exaltado e glorificado.
1. A palavra Quaresma:

Deriva do latim quadragésima, isto é, o quadragésimo dia antes da Páscoa. O número 40 tem, na
Bíblia, grande força simbólica. Relembra os quarenta anos que o Povo de Deus passou pelo deserto; os
quarenta dias e quarenta noites que Moisés passou no Monte Sinai; os quarenta dias e quarenta noites
durante os quais o profeta Elias, fortificado pelo pão e pela água, chegou ao Monte Horeb; os quarenta
dias e quarenta noites foi também a duração do dilúvio; assim como por quarenta dias o profeta Jonas
pregou a penitência aos habitantes de Nínive. O próprio Jesus passou quarenta dias no deserto, lutando
contra as tentações e preparando-se para a missão. Os 40 dias vão da “quarta feira de cinzas” até a
“quinta feira santa”, início do chamado “tríduo pascal”. A Quaresma é, portanto, um tempo especial de
reflexão. É tempo de esvaziamento de nosso orgulho, vaidade e egoísmo para nos plenificar, na
Páscoa, da verdadeira vida, que é Jesus. A Quaresma é o tempo de deserto. É tempo de enfrentar os
grandes desafios da vida. É tempo de travar uma grande batalha contra os nossos defeitos, vícios e
tudo o que nos afasta de Deus. É tempo de acompanhar Jesus na sua caminhada de sofrimento, morte e
ressurreição.
2. Quando surgiu a Quaresma

Por volta do ano 350 d.c., a Igreja decidiu aumentar o tempo de preparação para a Páscoa, que
era de três dias (tríduo pascal), que permaneceram como o Tríduo Sagrado da Semana Santa: quinta-
feira santa, sexta-feira santa e sábado santo. A preparação para a Páscoa passou, então, a ter quarenta
dias. Isto aconteceu porque os cristãos perceberam que três dias eram insuficientes para que se pudesse
preparar adequadamente tão importante e central evento. Surgia, assim, a Quaresma.
3. A espiritualidade da Quaresma:

Apresenta três elementos que nos permitem captar o sentido profundo desse tempo. O JEJUM:
ao jejuar, purificamos não somente o nosso corpo, mas também o espírito. E quanto menos apego e
coisas houver em nosso coração, mais espaço haverá nele para Deus. A ORAÇÃO: para expressar o
nosso amor a Deus e o desejo de realizar a sua vontade, somos convidados a intensificar a oração
pessoal e comunitária. A CARIDADE: somos convidados a quebrar o nosso egoísmo e imitar a
misericórdia de Deus, repartindo o pão com os necessitados. Para tanto, no Domingo de Ramos, a
Igreja propõe a coleta da Campanha da Fraternidade manifestando assim, o nosso espírito de
solidariedade para com os aqueles que mais precisam da nossa ajuda.
4. Quaresma no Brasil

A partir da década de 70 a Igreja no Brasil colocou, na devoção dos fiéis, que tradicionalmente
acompanham, com muita piedade, a caminhada de Jesus para a Páscoa, um reforço à vivência do amor,
da caridade que liberta, visto que Jesus deu sua vida para nos salvar. Ao colocar a Campanha da
Fraternidade no período da Quaresma, ela quer que sua organização seja uma mediação muito prática,
para a vivência da caridade; desenvolver e aprofundar a fraternidade, segundo o mandamento do amor:
“amar o próximo como Jesus nos amou”. Cada ano um tema é tratado no espírito quaresmal de
conversão, através da meditação, da oração, do jejum, da partilha – no sentido da caridade que liberta.
Para facilitar a Igreja oferece um texto base no esquema Ver, Julgar, Agir, e diversos subsídios de
apoio, motivando e estimulando os fiéis a levarem a meditação sobre Jesus perseguido e sofredor, e as
demais práticas da Quaresma, para atitudes concretas em favor do outro, privilegiadamente os
sofredores. Em síntese, a CF procura renovar a vida da Igreja assim como estimular a promoção
humana em vista de uma sociedade justa e solidária.
5. Quaresma e CF.

A Igreja no Brasil, através das Campanhas da Fraternidade, muito tem contribuído para os
cuidados para com o Povo de Deus, assim como, com os temas da campanha da fraternidade e propõe
vive-los como caminho de vivencia na quaresma.

A ORIGEM E O SIGNIFICADO DO CARNAVAL


Vários autores explicam o nome Carnaval a partir do latim “carne vale”, isto é, “adeus
carne” ou “despedida da carne”. Isso significa que, no Carnaval, o consumo de carne era
considerado lícito, pela última vez, antes dos dias de jejum quaresmal. Outros estudiosos
recorrem à expressão “carnem levare”, suspender ou retirar a carne.
O Papa São Gregório Magno (590-604) teria dado ao último domingo, antes da
Quaresma (domingo da quinquagésima), o título de dominica ad carnes levandas; o que
teria gerado “carneval” ou carnaval. Um grupo de etimologistas apela para as origens pagãs
do Carnaval: entre os gregos e romanos, costumava-se fazer um cortejo com uma nave
dedicado ao deus Dionísio ou Baco, festa que chamavam em latim de “currus navalis” (nave
carruagem), de onde teria vindo a forma Carnavale.
As mais antigas notícias do que hoje chamamos “Carnaval” datam, como se crê, do
século VI a.C., na Grécia: há pinturas gregas em vasos com figuras mascaradas desfilando
em procissão ao som de músicas em honra do deus Dionísio, com fantasias e alegorias; são
certamente anteriores à era cristã. Outras festas semelhantes aconteciam na entrada do
novo ano civil (mês de janeiro) ou pela aproximação da primavera, na despedida do inverno.
Eram festas religiosas dentro da concepção pagã e da mitologia com a intenção de,
com esses ritos, expiar as faltas cometidas no inverno ou no ano anterior e pedir aos deuses
a fecundidade da terra e a prosperidade para a primavera e o novo ano.
Tudo isso parece ter gerado abusos estimulados com o uso de máscaras, fantasias,
cortejos, peças de teatro, etc. As religiões ditas “de mistérios” provenientes do Oriente e
muito difusas no Império Romano, concorreram para o fomento das festividades
carnavalescas. Estas tomaram o nome de “pompas bacanais” ou “saturnais” ou “lupercais”.
Como essas demonstrações de alegria tornaram-se subversivas à ordem pública, o
Senado Romano, no séc. II a.C., resolveu combater as festas e os seus adeptos acusados
de graves ofensas contra a moralidade e contra o Estado.
Essas festividades populares podiam ser no dia 25 de dezembro (dia em que os
pagãos celebravam Mitra ou o Sol Invicto) ou o dia 1º de janeiro (começo do novo ano), ou
outras datas religiosas pagãs.
Quando o Cristianismo surgiu, já encontrou esses costumes pagãos. E como o
Evangelho não é contra as demonstrações de alegria, desde que não se tornem
pecaminosas, os missionários, em vez de se oporem formalmente ao Carnaval, procuraram
cristianizá-lo, no sentido de depurá-lo das práticas supersticiosas e mitológicas.
Aos poucos, as festas pagãs foram sendo substituídas por solenidade do Cristianismo
(Natal, Epifania do Senhor ou a Purificação de Maria, dita “festa da Candelária”, em vez dos
mitos pagãos celebrados a 25 de dezembro, 6 de janeiro ou 2 de fevereiro).
Portanto, a Igreja não instituiu o Carnaval; teve, porém, de reconhecê-lo como
fenômeno existente e procurou subordiná-lo aos princípios do Evangelho. A Igreja procurou
também incentivar os retiros espirituais e a adoração das Quarenta Horas nos dias
anteriores à Quarta-feira de Cinzas.
Professor Felipe Aquino

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