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PENTECOSTES: A AÇÃO DO ESPÍRITO ATRAVÉS DOS TEMPOS

Introdução
O movimento pentecostal-carismático é o maior segmento protestante do mundo,com mais de 500
milhões de seguidores! No Brasil, o país com maior número de pentecostais, ultrapassam a casa dos 20
milhões. Esse movimento do Espírito tem revolucionado a fé evangélica desde o evento da Rua Azusa,
312, em Los Angeles,Califórnia, durante a primavera de 1906. O pentecostalismo moderno se
expandiu apartir dos Estados Unidos da América, mas nunca foi uma exclusividade deles. Pentecostes
sempre pertenceu ao mundo: aos norte-americanos, italianos, hispânicos, negros, latino-americanos,
mulheres, homens, crianças e pobres. Mas, principalmente da época de Azusa para cá, a chama do
avivamento pentecostal se espalhou e vem causando admiração, críticas, elogios, agregando seguidores
e acumulando opositores. Mas, por que o movimento pentecostal causa tanta inquietação? E o que
mais a história e a vida dos pentecostais tem a ensinar ao cristianismo, além de uma fé dinâmica e
fervorosa?
Quando falamos em Pentecostalismo, referimo-nos a um fenômeno característico do século XX: o
avivamento que aflorou em Los Angeles, USA, em 1906
Analisando a História da Igreja, podemos observar nitidamente que Deus sempre avivou ou reavivou
sua Igreja em várias ocasiões diferentes. Esses períodos da Era Cristã foram marcados por
reavivamentos maravilhosos, onde Deus se manifestou aos seus servos de forma sobrenatural. No
período da Reforma Protestante, no século XVI, Deus levantou homens como Martinho Lutero, João
Calvino e John Knox. No século XVIII, ocorreu o Avivamento Morávio com o Conde Zinzendorf, o
Grande Reavivamento na Inglaterra com John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield e o
Reavivamento Americano com Jonathan Edwards. Nenhum destes avivamentos foi conhecido como
Pentecostal, pois o termo é do início do século XX, quando houve o derramamento do Espírito Santo
nos Estados Unidos da América, semelhante à manifestação de Atos dois.
Conceito de avivamento espiritual
A palavra “Avivamento” vem do verbo “avivar” que significa: tornar mais vivo, despertar, reanimar-se
e vivificar-se. John Stott conceitua avivamento como: “… uma visitação inteiramente sobrenatural do
Espírito soberano de Deus, pela qual uma comunidade inteira toma consciência de Sua santa presença
e é surpreendida por ela”. Devemos compreender que Avivamento é o cumprimento da Promessa de
Deus em Joel 2 e a resposta da oração, inspirada pelo Espírito Santo, do profeta Habacuque que dizia:
“Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos”.
Avivamento é, acima de tudo, a manifestação de Deus no meio do povo, através do Espírito Santo,
com a finalidade de renovar, reavivar e despertar a Igreja sonolenta e acomodada. O movimento
Pentecostal é fruto de um Avivamento genuíno que ocorreu na América do Norte, e que se espalhou
por todo mundo, inclusive no Brasil.
Origens do Pentecostalismo
Tradicionalmente, reconhece-se o começo do movimento Pentecostal com o Avivamento ocorrido em
1906, em Los Angeles (EUA), na Rua Azusa, caracterizado pelo batismo com o Espírito Santo,
evidenciado pelos dons do Espírito: línguas estranhas, curas, profecias, interpretação de línguas, etc. O
Avivamento na Rua Azusa, rapidamente cresceu alcançando outros lugares e pessoas de várias partes
do mundo que foram até lá para conhecer, de perto, o movimento. Algum tempo depois, vários grupos
semelhantes foram formados em muitos lugares dos USA, mas com o rápido crescimento do
movimento, o nível de organização também cresceu até o grupo denominar-se Missão da Fé
Apostólica da Rua Azusa. A partir desse movimento, houve um despertamento espiritual e nasceu um
fervor missionário por parte daqueles que iam sendo avivados.
Babel versus Pentecostes PAROU AQUI
Em Gênesis 11.1-9, o relato sobre a construção da torre de Babel (uma alusão à grande e cruel
Babilônia) mostra que a ganância humana trouxe a dispersão e o desentendimento. A torre
representava o desejo humano de se erguer acima de tudo, para glorificarem a si mesmos. A narrativa
bíblica conta que todos falavam o mesmo idioma, mas por causa da ousadia que tiveram, Deus fez com
que passassem a falar línguas diferentes e a não entenderem mais uns aos outros. Por isso o grande
projeto não deu certo. A palavra “confusão”, em hebraico, se parece com a palavra “Babel” ou
Babilônia, e por isso a Bíblia a utiliza ironizando o nome daquele império, associando-o a uma grande
confusão.
Já em Atos 2.5-11, o dia de Pentecostes, é o contrário de Babel. Aqui, as pessoas que vieram de
lugares e idiomas diferentes passam a entender umas as outras, cada uma no seu próprio idioma. O
Espírito escolheu o dia de Pentecostes, 6º dia do mês judaico de Sivan (entre maio e junho), que
acontece cinquenta dias após a Páscoa porque esse dia era chamado pelos judeus de Festa da Colheita
ou Shavuot, e era uma época que trazia muitos peregrinos para as comemorações em Jerusalém (Ex
34.2; Dt 6.9-12).
Pentecostes na História
No antigo calendário israelita estão relacionadas três festas (Ex 23.14-17; 34.18-23): a primeira é a
Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a
partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou
Cabanas. As duas primeiras celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi
relegada ao esquecimento.
Seria extremamente exaustivo tentar abordar a origem dessa festa a partir dos cananeus, ou de outros
povos do Antigo Oriente Médio. Todavia, é perfeitamente justo suspeitar que o costume de realizar a
Festa das Colheitas pertencia aos cananeus.
O nome pentecostes
Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento
(Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
Festa da Colheita ou Sega - no hebraico hag haqasir. Por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e
cevada, essa festa ganhou esse segundo nome. Provavelmente, hag haqasir Festa da Colheita é o nome
original (Ex 23.16).
Festa das Semanas - no hebraico, hag xabu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa
celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinqüenta dias depois da Páscoa, com a colheita da
cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10).
Dia das Primícias dos Frutos - no hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na
entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm
28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do
antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na
segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente,
na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas,
como uva, tâmara e figo, especialmente.
Festa de Pentecostes. As razões deste novo nome são várias, nos últimos trezentos anos do período
do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou
muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos - hag haqasir e hag xabu´ot - perderam as suas
atualidades e foram substituídos pela denominação Pentecostes, cujo significado é cinqüenta dias
depois (da Páscoa). Como o Império Grego assumiu o controle do mundo, em 331 anos antes de Jesus,
é provável que o nome Pentecostes ganhou popularidade a partir desse período.
Situação do igreja indica nescessidade de avivamento
A igreja de Cristo caminhou bem nos três primeiros séculos de sua existência, até chegarmos a época
de Constantino, imperador romano, fato que não vamos tratar neste estudo, apos esses trezentos anos a
igrega mergulou em uma situação de profunda dormência espiritual, até que no século xv da se inicio a
reforma protestante ( 31 de outubro 1517). A igreja voltou novamente à bíblia, tendo Deus no centro
de tudo. Mas com o passar do tempo a igreja foi se tornando política e a fé racional demais. Isso
deixou a cristandade fria e insensível, ignorando a espiritualidade que abrange todas as áreas da vida,
inclusive as emoções. Alguns teólogos importantes ensinavam o “cessacionismo”, isto é, que os dons
espirituais como a profecia e a cura morreram junto com os apóstolos. No entanto, sempre houveram
movimentos que, dentro da Igreja, buscavam experiências mais profundas e a vivência dos dons
esquecidos.No século XVLL, por exemplo, alguns avivamentos como o metodismo de John Wesley e
outros deram origem aos movimentos de santidade ou Holiness, e despertaram novamente o coração
da igreja por uma experiência que trouxesse certeza de viver a graça de Deus, e que transformasse a fé
em práticas de santidade e ação social relevantes. Por volta dos anos 1850, alguns grupos já chamavam
a si mesmos de “Pentecostais” porque renovaram a crença nos dons espirituais, entre os quais, o dom
de falar em línguas. Mas ainda eram diferentes dos pentecostais que dariam origem aos de hoje.
Aquele mesmo poder do alto que eles buscavam, aos poucos foi sendo chamado de batismo com
Espírito Santo ou a “terceira bênção”, e quando as pessoas o recebiam, choravam, gritavam e ficavam
em estado de êxtase. Entretanto, não havia consenso sobre qual era a evidência de que alguém recebeu
o batismo com o Espírito Santo como revestimento de poder.

O movimento da Rua Azusa, 312


O movimento de Azusa foi o mais destacado avivamento pentecostal da história, pois a partir dele a
chama do avivamento se espalharia como nunca antes. A busca por uma explicação que fosse
doutrinariamente aceitável sobre a terceira bênção e o anseio de divulga-la levou um pregador de
origem congregacional e metodista, o norte-americano Charles Fox Parham (1873-1929) a fundar a
Escola Bíblica Betel. Ela foi aberta numa velha mansão inacabada de pedra, em Topeka, Kansas, EUA,
em 1898. Um dia, enquanto viajava para realizar uma conferência evangelística, mandou seus alunos e
alunas pesquisarem as passagens da Bíblia que falassem do batismo no Espírito Santo para saber qual
era a evidência inicial. Os alunos concluíram durante os estudos que o sinal era o falar em línguas; mas
ninguém havia experimentado esse batismo ainda.Eles se revezavam em oração em busca da
experiência pentecostal numa torre da casa, à qual chamavam de “torre de oração”. Porém isso só
aconteceu no culto da virada do ano 1900 para 1901, o início do século 20, quando a aluna Agnes
Ozman, pediu que orassem por ela, e impuseram-lhe as mãos. Foi então que imediatamente ela recebeu
o Espírito Santo e começou a falar em chinês. Por três dias não conseguia falar seu próprio idioma.
Mas, o fato da primeira pessoa a provar esse batismo ter sido uma mulher, indica algo que o Espírito já
começava a fazer...
Parham continuava a promover conferências de cura e avivamento. Pouco tempo depois, a escola de
Topeka fechou, e uma nova escola foi aberta em 1905, desta vez em Houston, no Texas, sul dos
Estados Unidos. Nesse período histórico, a segregação racial entre negros e brancos era um dos
principais problemas dos EUA, e acontecia com maior intensidade no sul do país. As mulheres eram
proibidas de votar. Os estrangeiros eram desprezados. As crianças, como não representavam
produtividade, eram esquecidas, como ainda acontece em nossa sociedade.
Naquela escola, o pregador de origem batista e filho de ex-escravos, William Joseph Seymour (1870-
1922) assistia aulas do corredor, porque negros não podiam estudar junto com brancos. No entanto,
aquele homem simples se transformaria no principal líder do Movimento Pentecostal Moderno, que
revolucionaria para sempre a história da igreja. Seymour era cego de um olho e de pouca eloquência,
mas falava com brandura. Seus sermões, entretanto, eram acompanhados de muitas orações e
manifestações espirituais.
O movimento de Azusa começou em 1906, quando Seymour passou a se reunir com algumas pessoas
na Rua Bonnie Brae, 214, em Los Angeles. Lá, negros, brancos e hispânicos se reuniam para buscar a
renovação pentecostal. Temos aqui algo que lembra o dia de Pentecostes em Atos 2: povos de diversas
origens juntos em busca do derramamento do Espírito de Deus. A maioria era mulheres, e havia
crianças também. No entanto, ninguém na casa tinha recebido o batismo com o Espírito Santo, nem
mesmo Seymour, embora eles cressem e buscassem isso incessantemente. A primeira manifestação do
batismo com Espírito Santo entre eles só aconteceu depois da chegada de uma mulher: Lucy Farrow,
enviada por Parham. Outros dizem que foi por intermédio de uma criança. Mas, ambas as versões
confirmam a data: 9 de abril de 1906. Os presentes pulavam e uma multidão tentava entrar na casa e o
alpendre chegou a afundar, mas ninguém se feriu. Ficou evidente que precisavam de um lugar maior.
Foi então que encontraram o velho galpão da Rua Azusa, 312,
Quatro das maiores igrejas pentecostais dos EUA nasceram de Azusa ou foram pentecostalizadas por
ela: Igreja de Deus em Cristo (Church of God in Christ ou Cogic), com 6 milhões de membros,
Assembleias de Deus (Assemblies of God) com 3 milhões, e a Igreja de Deus de Cleveland (Church of
God) e a Igreja Pentecostal Internacional da Santidade (International Pentecostal Holiness Church)
com mais de 1 milhão cada uma.A fé pentecostal chegaria ao Brasil por influência de William Howard
Durham(1873–1912), que foi um batista que aderiu ao movimento da Santidade e passou a pastorear a
Missão da Avenida Norte, em Chicago. Foi um dos primeiros pregadores brancos em Azusa e lá ele
experimentou o batismo com o Espírito Santo. Voltando para Chicago, sua igreja se tornou pentecostal
e seu ministério cresceu consideravelmente. Por meio da vida dele, três homens receberam o dom
pentecostal e o trouxeram para o Brasil: Luigi Francescon, Daniel Berg e Gunnar Vingren,
Congregação Cristã no Brasil: pioneira entre italianos e latino-americanos
O missionário Luigi Francescon (1866-1964) foi o fundador da Congregação Cristã no Brasil, ou CCB,
a primeira igreja pentecostal a ser fundada no Brasil. Ele era um presbiteriano da Itália que migrou
para os EUA e fundou uma comunidade cristã itálica em Chicago.
Congregação Cristã no Brasil é a primeira igreja evangélica de doutrina pentecostal a se estabelecer
no solo brasileiro. Inicia-se em 1910, a partir da pregação do missionário ítalo-americano Louis
Francescon.
Suas primeiras igrejas foram fundada no Paraná em Santo Antônio da Platina e em São Paulo no
Bairro do Brás. Atualmente, segundo o próprio relatório anual oficial da comunidade religiosa, estima-
se que ela esteja presente em 73 países. A Congregação Cristã no Brasil figura entre as maiores
denominações evangélicas no Brasil, com mais de 2,3 milhões de membros estimados pelo Censo
2010. Em 2019, as estatísticas da denominação sugeriram aproximadamente mais de 20 000 templos
espalhados pelas cinco regiões brasileiras, segundo Relatório nº 83 Edição 2019/2020. Atualmente a
Congregação é a 2ª maior denominação protestante no Brasil por número de membros.
Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil (ICPB)
A Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil (ICPB) é uma igreja evangélica pentecostal no Brasil. Foi
fundada no dia 24 de janeiro de 1937 pelo missionário estadunidense Horace S. Ward, que chegara ao
Brasil dois anos antes, enviado pela Pentecostal Church of Christ.
O primeiro nome da ICPB foi Igreja de Cristo Pentecostal de Serra Talhada. Na primeira década de
existência, a igreja foi organizada em cidades da Paraíba e Pernambuco. Na Convenção Geral de
Caruaru, de 13 a 20 de fevereiro de 1949, foi adotado o nome Igreja de Cristo Pentecostal do Brasil.
Na Convenção Nacional de 1978, em Santo André, foi feita uma pequena alteração, passando a Igreja
de Cristo Pentecostal no Brasil.
Igreja Quadrangular
A Igreja Quadrangular (em inglês: The Foursquare Church) é uma denominação cristã evangélica
pentecostal, fundada nos Estados Unidos em 1922.
Aimee Semple McPherson (1890-1944), uma evangelista conhecida como "Irmã Aimee", recebeu a
visão de Deus acerca da Igreja do Evangelho Quadrangular em 1921. Los Angeles foi o centro das
operações, sendo o Angelus Temple inaugurado em Echo Park em 1 de janeiro de 1923, reunindo
5.300 pessoas. McPherson foi uma celebridade, participando de eventos públicos, de modo que
semanalmente nos domingos parava completamente as ruas de Los Angeles, juntamente com o prefeito
da cidade e estrelas de cinema, diretamente para o Angelus Temple. Ela construiu o templo, e o L. I. F.
E. Bible College na porta ao lado, no canto noroeste das terras que possuía no centro da cidade.
No Brasil
Fundada em São João da Boa Vista, SP, a 15 de novembro de 1951, pelo missionário da Foursquare
Church Gospel, Pastor Harold Edwin Williams, auxiliado pelo Pastor Jesus Hermirio Vasquez Ramos.
O primeiro natural de Los Angeles, E.U.A., e o segundo natural do Peru. A obra começou numa casa
na cidade de Poços de Caldas, MG, junto com uma escola de inglês, indo depois para São João da Boa
Vista, onde foi construído pelos fundadores um pequeno templo. Em 1952 vieram para a capital de São
Paulo realizar campanhas evangelísticas a convite de um pastor da Igreja Presbiteriana do Cambuci e
pouco tempo depois foram para uma tenda de lona no mesmo bairro. De lá foram para o bairro da
Água Branca e então para o salão da Rua Brigadeiro Galvão
Assembleias de Deus: a maior denominação evangélica do Brasil
Os batistas suecos Gunnar Vingren (1879-1933) e Daniel Berg (1884-1981) também foram discípulos
de Durham em Chicago. Eles chegaram ao Brasil em novembro de 1910, após terem recebido o
batismo com Espírito Santo e serem convencidos por uma mensagem profética de que deveriam ir ao
Pará. Partiram dos Estados Unidos com poucas condições financeiras. Na capital Belém frequentaram
a Igreja Batista, onde foram apresentados pelo pastor metodista Justus Nelson, e foram recebidos com
muita hospitalidade. No entanto, a pregação voltada ao batismo pentecostal logo causou incômodo na
liderança e parte da membresia, levando à expulsão daqueles que creram na mensagem pentecostal. A
primeira pessoa a ser batizada com o Espírito Santo naquela igreja foi uma mulher, a irmã Celina de
Albuquerque. Em 18 de junho de 1911, um domingo, se reuniram na casa da irmã Celina e formaram a
Missão da Fé Apostólica (mesmo nome de Azusa), que mais tarde passou a se chamar Assembleia de
Deus. Berg trabalhava de dia para pagar as aulas de português de Vingren, e à noite, compartilhavam o
que aprenderam.
Uma mulher em especial se sobressaiu na história das ADs: Frida Vingren (1891-1940). Esposa de
Gunnar, ela se destacou como líder, professora, compositora e pregadora. Como seu marido tinha a
saúde frágil, muitas vezes ocupou seu lugar como pastora, e chegou a causar polêmica na época,
porque ocupava posições “exclusivas” de homens. Para defender o ministério da esposa, Vingren
chegou a bater de frente com Samuel Nyström, seu conterrâneo e respeitável pregador das
Assembleias na época, que se posicionou contra a atuação de Frida. Ela representa outras milhões de
mulheres pentecostais que mantêm viva a chama missionária nas igrejas locais, “círculos de oração” e
sociedades de mulheres.
Das ADs surgiram líderes de outras igrejas importantes no cenário nacional como a Igreja Evangélica
Pentecostal O Brasil para Cristo (fundada por Manoel de Melo em 1958) e a Igreja Pentecostal Deus é
Amor(inaugurada por David Martins Miranda em 1962).

Movimento Pentecostal em ondas


O sociólogo Paul Freston classifica o pentecostalismo brasileiro em três fases ou “ondas” (para
exemplificar a dinamicidade e força delas):
1ª Onda: Pentecostais Clássicos – 1910-1950 (CCB, ADs, ICPB).
As principais características dessa onda estão descritas na história e na doutrina pentecostal que vimos
até aqui. São igrejas fundadas por missionários estrangeiros, que herdaram quase diretamente o
avivamento da Rua Azusa, e sustentam aqueles quatros pilares: Jesus salva, batiza com o Espirito
Santo, cura e em breve voltará. A ênfase estava no batismo com o Espírito Santo e na ação
missionária.
2ª Onda: Movimento de Curas, Tendas e Rádio – 1950-1970
(Igreja do Evangelho Quadrangular, “O Brasil para Cristo”, “Deus é Amor”). Esta segunda tendência
toma emprestada a maioria dos aspectos da primeira onda, mas enfatiza a cura. As reuniões passaram a
girar em torno da busca de sanar doenças e de expulsar demônios cada vez mais explícita e
frequentemente.
Muitas igrejas usavam tendas móveis como templos, que geralmente comportavam
multidões de pessoas que iam buscar as bênçãos de Deus. Outra característica dessa segunda onda foi
estender a presença de crentes pentecostais a lugares aonde ainda não haviam chegado: à política e ao
rádio. O falecido missionário Manoel de Melo, fundador da O Brasil para Cristo é um exemplo disso.
Foi pioneiro na pregação radiofônica e declarou abertamente apoio político a um candidato. Outro
líder famoso, David Miranda, fundador da Deus é Amor utilizou o espaço da rádio para divulgar seu
trabalho de milagres e curas que aconteciam em grandes concentrações de pessoas. O precursor desse
movimento foi o pregador norte-americano Oral Roberts, cujo ministério era de curas e pregações em
tendas, rádios e televisão.

3ª Onda: Neopentecostais ou Pentecostais Autônomos – 1970...


(Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja da Graça, Renascer em Cristo, Paz e Vida, Igreja Mundial
do Poder de Deus, Sara Nossa Terra, Bola de Neve). O pioneiro do neopentecostalismo no Brasil foi o
canadense Robert McAlister (1931-1993), fundador da Igreja de Nova Vida. Ele foi mentor de R. R.
Soares (de origem batista) e Edir Macedo (de tradição católica e umbandista), fundadores da Igreja
Universal, que iniciaram seu ministério nos anos 70, na periferia do Rio e enfatizavam uma batalha
ferrenha contra a “feitiçaria” (cultos de matriz africana). Mais tarde, um desentendimento levou Soares
a criar sua própria igreja, a Igreja da Graça. Recentemente, a Igreja Mundial, a mais nova igreja
neopentecostal de grande porte, tem estado em destaque na mídia e provocado preocupação nas
lideranças de Macedo pois tem se revelado um movimento popular e bastante atrativo.
As igrejas neopentecostais não se consideram pentecostais, nem tampouco neopentecostais, apesar de
herdaram muito do movimento pentecostal. Elas são chamadas assim por falta de outra classificação
mais adequada, visto que ainda é um movimento relativamente novo. Em geral, mantiveram a ênfase
na cura, e acrescentaram que a prosperidade é um direito adquirido a partir do sacrifício de Jesus. Os
dons de cura foram concentrados na pessoa dos líderes, em torno dos quais essas igrejas se formaram.
Por outro lado, a presença de evangélicos na mídia e na política cresceu bastante graças a estas igrejas,
que estão explorando cada vez mais a televisão e a internet, e lançando candidatos de seu próprio
rebanho. Em algumas denominações, já não se fala mais sobre a busca de dons como nas igrejas
pentecostais clássicas. Os eventos e cultos promovidos por elas geralmente recebem grandes
quantidades de fiéis, simpatizantes ou pessoas em busca da solução de algum problema. Em
contrapartida, não raro seus líderes são acusados pela mídia de desvios éticos, manipulação, corrupção,
etc, mas apesar disso, o movimento não para de crescer.

Pentecostalismo hoje
As igrejas pentecostais, carismáticas e derivadas cresceram espantosamente, sendo hoje a segunda
maior expressão cristã do mundo, como já vimos, com cerca de 500 milhões de seguidores. No Brasil,
60% dos evangélicos são pentecostais. É o movimento que mais cresce. No entanto, a pouca instrução
de muitos líderes e seguidores trouxeram também exageros e problemas doutrinários e éticos, que
precisam ser refletidos e repensados, mas, sem que a essência pentecostal que valoriza o ímpeto
missionário e um relacionamento próximo com Deus seja esquecida. Como já observamos, o
movimento pentecostal sempre abriu os braços para pessoas pobres e marginalizadas, proporcionando
a elas a possibilidade de serem valorizadas através do poder do Espírito enquanto outras igrejas
pareciam não alcança-los. Por outro lado, cada vez mais pentecostais estão participando da ascensão
social dos últimos anos e alcançando gente de situação econômica mais elevada, até mesmo pessoas
famosas e grandes empresários. Isso mostra como a dinâmica do Espírito alcança a todos.

Carismáticos, renovados e independentes


Nos anos 60 e 70, muitas igrejas tradicionais históricas passaram a se identificar como “renovadas”,
“avivadas” ou “carismáticas” quando a chama pentecostal adentrou por suas portas. Como
desdobramento houve o surgimento de igrejas como a Presbiteriana Renovada, batistas renovadas,
Metodista Wesleyana, etc. De modo semelhante a Igreja Católica convive com o crescimento da
Renovação Carismática Católica, protagonizada pelos padres cantores e pregadores Marcelo Rossi e
Fábio de Melo e o monsenhor Jonas Abib, presidente da organização Canção Nova, em Cachoeira
Paulista, SP, a maior instituição católica carismática do Brasil, que possui canal de televisão, rádio,
editora, gravadora e grandes propriedades. As igrejas da RCC não se desligaram da Santa Sé.
Para tentar conter as divisões, muitas igrejas tradicionais tem tolerado e dialogado com setores
carismáticos que permaneceram nas denominações, mas acrescentaram a experiência pentecostal do
batismo com o Espírito Santo e elementos de movimentos posteriores. A vida devocional, o estilo de
pregação, o ritmo dos culto e a adoração quase todas as igrejas evangélicas no Brasil foram
profundamente influenciadas pelos movimentos pentecostais, de modo que às vezes é difícil
diferenciar.
Nas décadas de 80 e 90 cresceu o número de comunidades independentes, enfatizando a maior parte
das doutrinas pentecostais, mas desligadas das instituições, tanto pentecostais como tradicionais, para
ter maior liberdade para inovações ou para atuar em dimensões negligenciadas ou de difícil acesso aos
modelos já existentes.

DIFERENÇA ENTRE TALENTOS E DONS


Talentos são habilidades naturais herdadas ou adquiridas. É algo inato. A palavra “talento”, do latim
talentum, denota “inclinação, desejo de fazer, de realizar”. O termo serve como sinônimo para a
“capacidade de criar, produzir com arte”, bem como para a “habilidade para realizar determinada
atividade”. Os talentos nascem com o indivíduo e podem ser desenvolvidos com estudo, dedicação e
persistência. Porém, quando o talento não é conhecido, não é possível desenvolvê-lo, ou seja, ele se
transforma em um recurso inutilizado ou subutilizado.
Os talentos diferem dos dons, que são ofertados. O termo “dom”, do hebraico (mattath), significa
“dádiva, oferta, presente”. No Novo Testamento o vocábulo “dom”, do grego (charísma), significa
“efeito, resultado, fruto” [da Graça de Deus]. O vocábulo “graça” por sua vez, vem do grego (charís),
e denota “favor que alguém recebe sem qualquer mérito próprio”. No caso dos dons espirituais, eles
são virtudes que distinguem certos cristãos e os capacitam a servir a Igreja de Cristo. O dom não pode
ser comprado ou adquirido por méritos próprios. É tão somente fruto da Graça.
Os talentos e dons espirituais diferem entre si em para quem são dados e quando. Uma pessoa
independentemente de sua crença em Deus recebe talento natural como resultado de uma
combinação da genética (alguns têm a habilidade natural para música, arte ou matemática) e ambiente
(crescendo em uma família musical vai ajudar o desenvolvimento do talento em música), ou
simplesmente porque Deus quis favorecer certas pessoas com certos talentos (por exemplo, Bezalel em
Êxodo 31.1-6). Mesmo que exista algum componente genético, qualquer talento depende de três
atitudes para atingir sua plenitude: treinamento, disciplina e perseverança. Os dons espirituais são
dados aos cristãos pelo Espírito Santo ( Romanos 12.3, 6) no mesmo tempo em que colocam sua fé em
Cristo para obter perdão de seus pecados. Naquele momento, o Espírito Santo dá ao novo crente os
dons espirituais que deseja que aquele crente tenha (1Coríntios 12.11).
Para resumir as diferenças entre dons espirituais e talentos, podemos afirmar que talento é resultado de
genética e/ou treinamento, enquanto que o dom espiritual é resultado do poder do Espírito Santo.
Talvez essa afirmação produza certa confusão na mente de algumas pessoas pelo fato delas, na maioria
das vezes, erroneamente substituírem o termo “talento” pela expressão “dom natural” – sendo que a
proposição correta é “habilidade natural”. Qualquer pessoa, cristã ou não, pode possuir certo talento
enquanto que apenas os cristãos possuem dons espirituais. Embora ambos, talentos e dons espirituais,
devam ser usados para a glória de Deus e para ministrar uns aos outros, os dons espirituais se
focalizam nesses serviços apenas, enquanto que os talentos podem ser usados para objetivos
completamente não espirituais. No inconsciente coletivo das pessoas que se dizem evangélicas,
comumente se opera a ideia de que nós precisamos buscar o Espírito Santo o tempo inteiro. Da mesma
forma é difundida a ideia de que nós precisamos entrar constantemente na presença de Deus – uma
contradição pois, só entra na presença de Deus, quem está fora dela. Isso porque não dá para entrar já
estando dentro. Como podemos buscar o Espírito Santo se Ele já habita em nós ( Romanos 8.9, 11;
1Coríntios 3.16; 6.19)? Além disso, precisamos aprender que não se entra e sai da presença de Deus,
mas se anda e se vive na presença dEle. Não se busca o Espírito Santo, mas se tem, porque Ele está
habitando em nós.
No dom espiritual sentimos a ação do Espírito Santo operando em nós, por nós e através de nós.
Sentimos, ao realizar aquilo que é dom, que as forças não são nossas e por isso não nos enfadamos ou
desanimamos; percebemos que é Deus quem está agindo e que nada poderíamos fazer sem Ele. Os
dons e a vocação de Deus são irrevogáveis ( Romanos 11.29). Porém, quando o crente está em pecado,
em rebeldia, ele não conseguirá desenvolver plenamente o seu dom. Ele pode continuar fazendo tudo
na obra, menos usar com eficácia o poder de Deus. O dom sem unção se torna apenas em uma
habilidade que não produz vida.
Não podemos nos esquecer da instrução deixada pelo apóstolo Paulo, de que não devemos “ir além do
que está escrito” ( 1Coríntios 4.6). Por exemplo: ao contrário do que é amplamente difundido por aí,
não existe “dom de orar”, uma vez que, segundo as Sagradas Escrituras, o ato de orar não é dom, mas
mandamento dirigido a todo cristão ( 1Tessalonicenses 5.17) e cuja prática pode e deve ser aprendida
( Lucas 11.1-4). É muito importante que notemos algumas observações feitas pelo apóstolo Paulo,
tanto sobre a natureza dos dons como sobre a maneira pela qual eles são exercidos. Essas observações
aparecem em 1Coríntios 12 e 14. Vejamos:
1) Os dons espirituais são concedidos para o corpo (a igreja).
Eles são para edificação de todo o corpo, não meramente para o prazer ou o enriquecimento dos
indivíduos que os possuem. Os dons do Espírito Santo são sempre usados para edificação e benefício
de outra pessoa – com exceção do “dom de línguas” que recebe atenção especial do apóstolo Paulo no
momento em que ele escreve à Igreja em Corinto (cf. 1Coríntios 12.7; 14.5,12).
2) Nenhuma pessoa, sozinha, possui todos os dons espirituais ( 1Coríntios12.14-21), nem acontece de
um dos dons ser concedido a todas as pessoas (cf. 1Coríntios12.28-30). Por conseguinte, os membros
da igreja precisam uns dos outros, sendo mutuamente edificados.
3) Embora nem todos sejam notáveis, todos os dons espirituais são importantes para a edificação do
Corpo de Cristo ( 1Coríntios12.22-26).
4) O Espírito Santo distribui os vários dons a quem lhe apraz ( 1Coríntios 12.11).
5) Ser cheio do Espírito não é tanto uma questão de obter mais do Espírito Santo, mas de Ele possuir
uma fatia maior da nossa vida.

2. DONS DO ESPÍRITO: PRESENTES DE DEUS PARA O CRISTÃO


Dom quer dizer presente. A Bíblia nos mostra que os dons não vêm a nós por outro motivo a não ser
pela graça de Deus. Graça é favor imerecido, um presente pelo qual, ainda que quiséssemos não
poderíamos pagar.
Nesta segunda parte, falaremos sobre a diferença entre o Dom do Espírito e os dons do Espírito. O
primeiro é o maior dom dado à humanidade, que é a salvação em Cristo, e a própria atuação do
Espírito na vida de seus discípulos. Já os dons são as diferentes formas da atuação do mesmo Espírito.
Entre eles estão os maiores dons que podemos exercer: a fé, a esperança e o amor.

dom do Espírito
O dom do Espírito (no singular) tem dois sentidos na Bíblia: é a própria salvação (Ef 2.8) e é a ação de
Deus na vida do ser humano como um todo (2Co 9.15; Ef 4.7). Seu uso também é empregado para
falar do batismo com Espírito Santo (At 2.38; 8.20; 10.45; 11.17) que é um revestimento de poder para
pregar o evangelho.
Entre os pentecostais entende-se que todos os cristãos recebem o dom do Espírito, mas nem todos
foram batizados com o Espírito Santo. O dom do Espírito é a porta de entrada para os demais dons, e o
batismo com o Espírito Santo, uma segunda experiência com Deus, é um revestimento de poder para
que esses dons sejam “empoderados ” e utilizados na ação missionária. O sinal desta segunda
experiência é o falar em línguas. Diferenças à parte, é importante frisar que a obra do Espírito não se
reduz a um momento específico, mas acontece ao longo de toda a vida e em todas as dimensões dela.
A perspectiva de Lucas-Atos
Lucas e Atos são dois volumes de uma mesma história, embora estejam separados um do outro na
organização da nossa Bíblia. Lucas e Atos falam da vinda do Espírito Santo como revestimento de
poder para o exercício da missão - diferente da salvação, na qual o Espírito vem habitar nos crentes. Os
judeus do primeiro século chamavam o dom do Espírito de inspiração profética. Falar em línguas e
profetizar aparecem relacionados à vinda do Espírito sobre os discípulos, mas não são chamados de
dons no livro de Atos.
A perspectiva de Paulo
Paulo apresenta uma visão mais ampla do dom do Espírito, falando de conversão e salvação. O
Consolador passa a atuar na vida dos crentes e apontar um novo caminho, o caminho de Cristo. Ser
espiritual nos escritos de Paulo não é outra coisa senão submeter a vida ao ensino e ao poder do
Espírito de Deus. O contrário disso é ser carnal, ser guiado pelos próprios desejos, pecados e decisões.
Na vida comunitária, o Espírito concede dons que capacitam para o exercício de tarefas que vão desde
a administração da igreja ao ato de curar ou profetizar. Paulo não fala de Pentecoste como a fonte dos
dons, embora fale de elementos que lembrem o poder do Espírito e a presença dos dons de língua e de
profecia, entre outros. A obra paulina, deseja enfatizar um aspecto mais amplo da atuação do
Consolador.
Na teologia de Paulo, os dons aparecem com três características, sem as quais é impossível entender os
dons: graça, edificação e participação.
1. Graça — Acima de tudo, são obra da graça (charis, charismata — carisma) de Deus, e não
pressupõe plena maturidade ou santidade de quem o recebe, mas é um presente dado pelo Senhor,
segundo sua vontade (Rm 12.6; ICo 12.1-7,11). Geralmente as duas coisas andam juntas, mas nem
sempre. Por exemplo, quando a pessoa tem dons mas se autopromove, se julga infalível, provocando
divisões ou mente em nome de Deus, tem falta de maturidade espiritual. Quem tem dons precisa
procurar crescer na fé e amadurecer, ou correrá sérios riscos de perdê-los ou inutiliza-los, à medida que
por uma decisão própria, se afaste gradualmente da direção do Espírito. A igreja precisa estar atenta a
esses perigos entre seus membros e líderes.
2. Edificação - Os dons servem para o bem comum, para edificar a todos na comunidade. Se o
indivíduo desvirtua o significado, o dom perde a sua utilidade e fica como um sino fazendo barulho
sem trazer nenhum benefício.
3. Participação - A diversidade também é um presente de Deus, e cada pessoa tem uma função
diferente na igreja e todos devem participar (1 Co 12.27-31). A comunidade cristã é um misto de
pessoas diferentes, com capacidades diferentes. Se esta bênção da variedade for bem utilizada, a igreja
só tem a crescer.
Antes de prosseguir, leia atentamente as referências a seguir, que formam uma lista de dons nos
escritos paulinos: Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.8-10; 12.28-30; Efésios 4.11-12. Para efeito
didático, classificamos os dons em categorias como “dons ministeriais”, “dons espirituais”, “dons de
ação” e “maiores dons”. No entanto, as Escrituras só diferenciam entre dons e maiores dons.
Dons ministeriais Ef 4:11-12
Apóstolos: Significa “enviados ”. Os doze discípulos, Matias e Paulo eram apóstolos e foram
responsáveis pela divulgação inicial da fé cristã, e pela implantação e o cuidado das igrejas. Outras
pessoas eram chamadas de apóstolos, mas somente os doze (e Paulo) foram reconhecidos como a fonte
de autoridade doutrinária e pastoral iniciais. Os demais atuavam como os missionários de hoje.
Embora os dons ainda estejam vivos, o apostolado individual cessou. Agora, toda a igreja é apostólica
(enviada ao mundo).
1 - O Apóstolo Assim que ouvimos o termo apóstolo imediatamente o associamos aos primeiros
ministros do evangelho convocados pessoalmente por Jesus. De fato, os apóstolos foram os primeiros
líderes da igreja tanto no tempo, quanto na autoridade, no ministério e no registro de seus atos, além do
que, foram também as primeiras ferramentas que Cristo usou para fundar sua Igreja. Entretanto a
palavra grega "apóstolo" significa "um mensageiro, alguém enviado com uma comissão, um apóstolo
de Cristo". Este significado quando considerado junto a outras variáveis como por exemplo o verbo
"apostello" que significa "enviar de ou para fora", resulta que o apostolado também se consiste numa
"atividade missionária" ou "de missionário". No NT encontramos o título de apóstolo atribuído não
somente aos doze discípulos (Mt 10:2; Lc 6:13), mas também a Barnabé (At 14:14), a Silas e Timóteo
(1Ts 2:6) a Tiago (1Co 15:7), a Paulo (Rm 1:1) e provavelmente também a Andrônico e Júnias (Rm
16:7), bem como a Epafrodito quando foi chamado por Paulo de "mensageiro" em Fp 2:25. Além
disso, esse título parece ter tido mais de um sentido conforme reparamos em Mt 10:2;19:28; 1Co
15:5,7; Gl 2:7-9 e At 14:14.
Existem apóstolos ainda hoje? A passagem de 1Co 15:4-10 parece mostrar que o apostolado nos dias
da ressurreição tinha diversos níveis de autoridade e prestígio. Nessa passagem Paulo mesmo se
intitula o "último" dos apóstolos, um a quem o Senhor se revelou como que "nascido fora do tempo".
Se considerarmos literalmente essa declaração de Paulo concluiremos não ser possível que houvessem
apóstolos no sentido original do termo depois daqueles dias, comprovando que foram pessoas a quem
o Senhor se revelou pessoalmente, mesmo após sua ascensão. Contudo concordamos com os
estudiosos da Bíblia quando afirmam ter sido o cargo apostólico um encargo divino exclusivo dos
primeiros dias da igreja na Terra, mas que quando o termo aparece nas Escrituras significando
"missionário" trata-se do dom divino presente em todas as eras da igreja e manifestado mesmo em
pessoas que nunca o reclamaram para si. Sendo tal dom o principal responsável pela ampliação dos
horizontes da pregação e da implantação do Reino de Deus entre os homens desde os dias de Cristo na
Terra. Desta forma concluímos que mesmo nesses dias de hoje, todos nós que fomos adotados como
Filhos do Senhor, convivemos com verdadeiros apóstolos - homens chamados por Deus ao
cumprimento de missões especiais, tal como sucedeu-se com os companheiros de Paulo em Antioquia
- Barnabé, Silas, Timóteo, Tito e Epafrodito, todos intitulados "missionários" sob a mesma original
grega "apóstolos" e cujas vidas expuseram publicamente seus inegáveis dotes espirituais. Os apóstolos
missionários são aqueles que pelo dom que possuem, tem seus alvos fora dos limites da igreja local,
atuando como verdadeiros multiplicadores do Reino, deixando igrejas fundadas (e vivas!) por onde
passam, num verdadeiro trabalho de desbravamento e ampliação de fronteiras.
Conclusão: A envergadura do peso que o apostolado trouxe sobre os ombros dos primeiros discípulos
comprova que com tal responsabilidade somente alguém muito especialmente comissionado e
previamente preparado pelo Senhor poderia apresentar tamanho êxito como o que os primeiros
apóstolos alcançaram diante da igreja.

Profetas: Significa “porta-voz”. Eram pessoas que falavam sob a inspiração do Espírito para manter a
integridade da igreja. Alguns eram capacitados a prever o futuro, mas a maioria era escolhida pelo
Espírito para corrigir as falhas da sociedade e do povo de Deus, indicando o melhor caminho. A
função profética se resume em três aspectos: pregação, denúncia e predição. A igreja, enquanto corpo,
é profética quando denuncia os pecados sociais e espirituais da nação e aponta para o caminho do
Reino de Deus.
Veremos aqui como é esse ministério segundo as Escrituras, e como muitos podem estar certos ou
errados em sua concepção ou administração desse dom na igreja .
O Profeta = O dom ministerial do profeta na igreja, segundo a passagem de Efésios 4:11, em termos
de importância e proeminência só está abaixo do apóstolo, e quando examinamos o trabalho do profeta
na igreja primitiva verificamos que não se tratava de uma pessoa que apenas profetizava mas que
também exercia liderança entre os cristãos juntamente com os apóstolos e mestres (At 11:27; Ef
20:20). Nosso estudo se motiva pelo fato de o profeta ser um personagem envolto por histórias pagãs
de magia, misticismo e não raro - crueldade, fruto de uma imagem desterrada de povos antigos,
idólatras e invocadores de demônios que a mídia através de filmes de cinema, televisão e teatro
realçam com aparente prazer. Por causa disso, na mente de muitas pessoas, inclusive crentes em Jesus,
a figura do profeta está mais ligada a maldições do que a bênçãos, mais a alertar sobre o diabo do que a
recomendar sobre Jesus. Posto assim, voltemos ao profeta crente em, e por Jesus Cristo da igreja.
Examinando 1Co 14:24,31 e depois Atos 13:1;21:21 concorda-se que havia (e cremos que ainda há!)
dois tipos de profetas na igreja: aqueles que transmitem palavra de edificação pelo dom de profecia, e
aqueles que além disso são os líderes espirituais da igreja por possuírem o dom adicional de liderança.
No NT encontramos como profetas-líderes os nomes de Barnabé, Silas, Judas e Ágabo, além de outros
que Atos 13:1 deixa transparecer .
O Ministério Profético= O verdadeiro profeta-líder se constitui num oráculo de Deus, dada a
inspiração e a extrema confiança que suas palavras devem merecer (1Pe 4:11; Hb 5:12) e reúne em si o
cargo dado por Cristo e o dom dado pelo Espírito Santo (1Co 12:10) e sua atuação na igreja, desde os
primeiros dias até hoje, segue a natureza de quem os concedeu - não muda nem se altera. Desta forma,
não é muito difícil delinear algumas características deste importante personagem eclesiástico:
a - Sua Fala- Pedro define perfeitamente como um profeta de Deus deve falar quando afirma "Se
alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus para que em todas as cousas seja Deus
glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos"
1Pe 4:10-11. Meditando nisso, observamos que: - A fala do profeta, deve estar "de acordo com os
oráculos de Deus". Os dicionários definem oráculo como sendo qualquer entidade física que represente
perfeitamente a vontade absoluta e verdadeira de uma crença ou religião, podendo se consistir em
objetos (Ez 21:21; Lv 8:8) ou pessoas (I Sm 28:6), O profeta de Deus tem extremo compromisso com
a verdade de Deus, diferente dos não poucos que insistem em manifestar suas "verdades pessoais", ou
seja, aquilo que ele acha certo ou errado, como sendo a vontade de Deus. Na maioria das vezes a
mensagem é dada ao profeta no momento em que fala, embora como em muitas vezes aconteceu nos
relatos bíblicos, o conteúdo de uma mensagem pode ser dada ao profeta durante uma oração, visão ou
sonho, para ser publicada mais tarde (Is 6:9-13). A mensagem pode ser também transmitida através de
informações de conhecimento do profeta, tais como histórias bíblicas, testemunhos pessoais ou de
outrem (At 2:14-37; 7), seguindo um método previsto nas Escrituras (veja-se Ef 6:18-20). O ministério
do profeta está muito mais relacionado a falar do que a predizer, entretanto em alguns casos pode
englobar a predição do futuro. No NT encontramos Ágabo predizendo por profecia em duas passagens
(At 11:27,28; 21:10-14) a fome que atingiu a Judéia e a prisão de Paulo em Jerusalém. a6 - O profeta
fala o que Deus manda falar, portanto nunca mente - as profecias sempre se cumprem, o que inclusive,
é um dos meios de saber se uma profecia ou um profeta procede ou não de Deus (1Jo 4:1). Outro
detalhe no qual os falsos profetas falham é no amor pelo rebanho. O Senhor Jesus é reconhecido
naqueles que são usados pelo Espírito pelo seu entranhável amor por suas ovelhas, muito ao contrário
do que vemos em certos "profetas" que abordam os filhos de Deus para lhes dizer algo como "O
Senhor me revela que o diabo está te esperando ali na esquina", depois viram as costas e saem dizendo
"fiz a minha obrigação" deixando a "vítima" para traz, sem instrução nem orientação. O recado de
Deus, seja qual for seu conteúdo, sempre traz instrução e orientação dentro de sua mensagem, de modo
que ela nunca parecerá "uma revelação de Deus seguida por um conselho de amigo". Se alguém achar
que tem um recado de Deus para alguém no qual não se veja orientação ou conselho é melhor ficar
calado até que os obtenha do Senhor. Um profeta é um ministro de Deus, sua função é tornar acessível
aos outros cristãos as revelações d’Ele, e quanto mais normal e social ele for, tanto maior será sua
aceitação. Já tivemos oportunidade de observar certas "imitações" que se deleitam em parecer
misteriosos e místicos, donos de um semblante carregado e amedrontador, com olhares vagos ou
parecendo estar enxergando figuras do além em todos os cantos. Nem sempre um perigo profetizado
significa ordem de fuga, veja-se a segunda profecia de Ágabo pela qual ele alertou a Paulo sobre o que
lhe esperava em Jerusalém. Entretanto, apesar da legitimidade da profecia, Paulo tendo discernimento
da parte de Deus aproveitou o recado para expor sua convicção sobre o que deveria fazer, ainda que
seus irmãos em Cristo clamassem para que não fosse (At 21:4, 10-13). O profeta deve amar a Palavra
de Deus acima do que procede de seus lábios, e tanto lembrar como promover entre seus ouvintes a
prova das revelações que recebeu. Fazendo isso estará zelando pelo nome de Cristo, da Igreja e dos
dons que recebeu do Espírito (I Jo 4:1).
Onde estão os profetas hoje? Reunindo-se as características de líder e profeta que esse dom de
Cristo outorga a seus agraciados, veremos que os profetas da igreja atual são muitos dos nossos
pastores, dirigentes e líderes. Se prestarmos atenção em suas pregações poderemos conferir essas
qualidades. Conclusão Haveria muito o que falar sobre os profetas, mas o que meditamos até aqui já é
bom material de aula para a compreensão desses admiráveis líderes espirituais da igreja.

Evangelistas:
“ sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra dum evangelista, cumpre o teu ministério" 2 Tm 4:5
O evangelista é mais um dos líderes espirituais da igreja, o qual, na nossa opinião se diferencia dos
outros num ponto que lhe é extremamente peculiar: pregar aos que ainda não conhecem. Acreditamos
que esta seja uma das lições mais interessantes que estaremos cursando desta série de quatro.
A História : No NT a palavra evangelista aparece apenas três vezes (At 21:8; Ef 4:11; 2Tm 4:5), mas
seu significado deixa transparecer sua principal característica. Em Atos 21:8 encontramos o único
homem chamado explicitamente de evangelista, Filipe, embora homens influentes da igreja primitiva
como Timóteo (2Tm 4:5), Lucas (2Co 8:18), Clemente (Fp 4:3) e Epafras (Cl 1:7; 4:12) apareçam no
NT como homens que talvez tenham exercido esse cargo. Em Efésios 4:11 encontramos Paulo
declarando ser o evangelista um dos ministérios de dons para a igreja. A forma original desta palavra é
"evangelistes" que significa "alguém que proclama boas novas". Desta forma, autoridades no ensino da
Palavra aceitam que o evangelista é "aquele que se dedica inteiramente a pregar o evangelho pelo
anúncio das boas novas", isto é, ele é um especialista em pregar aos ímpios - aqueles que não seguem a
Jesus (ainda que já tenham ouvido falar).
O Trabalho- A passagem que melhor descreve a atividade de um evangelista está em Atos 8:5-13, e
dela é que podemos tirar os principais pontos que caracterizam esse maravilhoso cargo na igreja de
Cristo:
1 - Filipe deixou a igreja em Jerusalém para descer até Samaria, para uma única coisa: pregar a Cristo.
Vemos que mesmo sendo um dos apóstolos, por ter o dom de evangelista Filipe não se importou em
deixar Jerusalém para ir "à campo" em atendimento ao necessitado de salvação.
2 - Sua pregação era confirmada e reforçada pelos sinais de Deus manifestados pelas curas e
libertações, o que fazia com que todos lhe ouvissem unanimemente. Os sinais de Deus permeiam a
vida de todos os obreiros legítimos por ordem e profecia do próprio Cristo (Mc 16:17,18).
3 - Seu dom lhe possibilitava falar a multidões ou a indivíduos, pois deixando Samaria, Deus o dirigiu
à carruagem do eunuco etíope que ao final da pregação pediu que fosse batizado. Essa característica
demonstra que o evangelista é um pregador dedicado - sua paixão pelas almas o faz apto a falar de
Jesus onde e a quem for possível, seja a um indivíduo, uma grande multidão ou a cidades inteiras.
4 - Filipe não foi um homem que se considerou realizado apenas com a pregação à cidade de Samaria -
um evangelista não pára de pregar a salvação em Atos 8:39, 40 vemos que ele foi levado de cidade em
cidade pelo Espírito, inclusive por arrebatamento. Atos 8:4 mostra que em resposta à perseguição que
se desatou em Jerusalém, Deus despertou os que foram dispersos, à obra, como evangelistas. Essa
passagem registra que estes "iam por toda parte anunciando a palavra", mostrando o fervor que
impulsiona esse pregador por excelência.
O Ministério- O Evangelista se aproxima bastante do missionário (Apóstolo) no tocante a ter sua área
de trabalho fora de sua igreja, embora os resultados sejam direcionados para ela. A diferença está em
que o trabalho do apóstolo resulta na maioria das vezes na fundação de uma igreja, enquanto que a do
evangelista é a de sair "ao mar alto" para buscar um ou muitos para o Caminho, resulte o trabalho
numa nova igreja ou em novos membros para a sua ou outra igreja local. Poderíamos ilustrar o
ministério desse homem de Deus como o caçador que vai mata adentro atrás da caça ao contrário dos
outros ministérios, que atuam dentre os cristãos se assemelhando àqueles caçadores que esperam a
caça chegar até onde eles estão ou onde prepararam a armadilha. Todos esses são os caçadores de
almas que contrariam a ilustração apenas num detalhe: caçam para fazer viver e não para matar. Um
grande historiador do século IV deixou anotado sobre o evangelista: "E eles espalharam as sementes
salvadoras do reino do céus por toda a parte, através do mundo inteiro... A seguir, partindo para longas
jornadas, desempenharam o cargo de evangelistas, cheios de desejo de pregar Cristo aos que não
haviam ainda ouvido a palavra de fé". Todo aquele que exerce um dom Divino é consciente dos riscos
que corre por atuar diante do povo, especialmente o de ensoberbecer-se. O evangelista não é exceção,
especialmente quando ele próprio não entende muito bem o que é ser um evangelista. Vemos hoje
alguns que ostentam esse título cujas atividades não passam de uma "profissão perigo" no meio dos
cristãos, pois, passando a maior parte do tempo ausente de suas igrejas locais vivem de igreja em
igreja, não por compunção do Espírito, mas simplesmente por atender a convites de pregação, as quais
sempre lhe rendem prestígio e elogios não importando a situação de sua vida particular ou espiritual.
Assim, sem perceber, passa a armazenar e supor em sua mente que sua "fama" deve-se a aprovação de
Deus a seus atos, e muitos se têm por aprovados em plena vida de pecado. Entretanto, isso não
significa que um verdadeiro evangelista não atenda a convites, mas certamente a dedicação e apresso
que seu dom lhes traz pelo ímpio que não conhece a Jesus, não lhe dará muito tempo para falar a
auditórios cheios de crentes, por questão de prioridade.
Quem são os evangelistas hoje? Os evangelistas são aqueles cuja atividade se encaixa na descrição
acima . Nos diversos ministérios que compõem a fé evangélica, o evangelista possui maior ou menor
projeção na vida ministerial das igrejas locais. Entretanto, sendo o evangelista um dom e não uma
credencial, em qualquer ministério divinamente inspirado este dom sempre acha seu campo de
trabalho, e de fato tem se manifestado desde cedo na vida de muitos homens e mulheres . Conclusão O
evangelista é em última análise um enviado de Deus, que age do lado de fora da cerca do aprisco,
como que numa operação militar de assalto, sem abandoná-lo, pois se o fizer deixará de ser um líder
entre os seus semelhantes, e portanto não estará enquadrado nesse dom de Cristo.
Pastores e doutores :
"Portanto, ide, ensinai todas as nações ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado..." Mt 28:19,20
Os pastores e mestres compõem o quarto e o quinto grupo de líderes espirituais da igreja, cujas
características mostram sua grande importância no tocante ao ensino e condução do rebanho de Deus.
Pastores ou Mestres? No texto de Efésios 4:11 o sentido da palavra "mestre" não se encontra muito
bem definido, como que parecendo ser sinônimo de pastor. Entretanto, outras passagens dão conta de
que haviam atividades que definiam esses dois ministérios na igreja. Considerando certos detalhes,
autoridades na matéria atestam sempre ter havido pastores e mestres nas igrejas, mas de tal modo que
pode haver mestres que não sejam pastores, enquanto que não pode haver pastores que não sejam
mestres, conforme vemos nas palavras de Paulo a Timóteo: "É necessário, pois, que o bispo seja... apto
para ensinar" (1Tm 3:2). Em igrejas que tem vários presbíteros trabalhando, alguns podem possuir o
dom de liderança, sem no entanto serem mestres (1Tm 5:17), entretanto, o verdadeiro pastor sempre é
um mestre (veja-se 1Tm 5:17b). Paulo ao aconselhar Timóteo ensinou que eram dignos de dupla honra
os presbíteros que governam bem, mas "principalmente os que trabalham na palavra e no ensino"
(2Tm 2:24).
Sobre os Pastores = A figura do povo de Deus como rebanho apascentado pelo Senhor foi registrado
nas Escrituras como um laço afetivo entre as duas partes desde tempos remotos (Sl 23:4; 80:1,2; Is
40:11; Jr 23:4; 25:34-38; Ez 34; Zc 11). No NT vemos Cristo assumindo a posição de "bom pastor"(Jo
10) e sendo reconhecido como "grande pastor"(Hb 13:20), além de ter herdado o título profético de
"verdadeiro pastor"(Is 40:11) e "supremo pastor"(1Re 5:4). A figura do pastor de ovelhas não foi
escolhida arbitrariamente a forma como se porta na condução do rebanho animal quase pode ser
aplicada literalmente na condução do rebanho do Senhor, dadas as semelhanças do zeloso condutor e
das ingênuas criaturas sob seus cuidados. Como base, nas Escrituras encontramos a palavra "poimen"
("rebanho" no grego) sendo aplicada à igreja, e a palavra "poimaino" ("pastorear" no grego) aplicada
ao trabalho do líder espiritual da igreja. Quanto a natureza da ovelha temos informação de que se trata
de um animal que por natureza é propenso a cair em penhascos, ferir-se em buracos e espinhais, sendo
muito dependente da vigilância de seu pastor, de quem, ao contrário dos outros animais, reconhece e
atende a voz. Se reunirmos todas essas informações veremos quão digno de respeito e reconhecimento
são os pastores do rebanho de Deus (Hb 13:7,17) - pois são homens que receberam de Cristo o dom de
apascentar, trabalhando na posição de "sub-pastores" do "supremo pastor". Entretanto podem haver
pessoas ocupando esse lugar, sem que no entanto estejam cumprindo o ministério ordenado por Cristo
(Jr 23:1; Ez 34:2), os quais são responsáveis pelo descrédito que muitas pessoas nutrem contra ele,
prejudicando os verdadeiros guardiões do rebanho, acentuando ainda mais sua perigosa exposição às
hostes infernais (Mt 26:31).
Sobre os Mestres= A palavra mestre significa literalmente "homem que ensina", e o ministério do
ensino foi notavelmente destacado na grande comissão (Mt 28:19,20). A igreja dos primeiros tempos
tinha no ensino uma atividade diária dentro de seu cotidiano: "E todos os dias, no templo e de casa em
casa, não cessavam de ensinar, e de pregar Jesus, o Cristo" (At 5:42). A importância do mestre é
realçada pelo dom da palavra de conhecimento concedido pelo Espírito Santo, o que é uma informação
importante para quem deseja diferenciá-lo do dom da palavra de sabedoria atribuído aos profetas. João
deixou registrada a origem da unção dos verdadeiros mestres: "E vós possuís unção que vem do Santo,
e todos tendes conhecimento" (1Jo 2:20), palavras que atuam mais no campo da erudição, ou seja, da
pesquisa e estudo das sagradas letras (2Tm 3:15), do que da revelação repentina e "improvisada" que
marca a palavra do profeta - o mestre é usado no esclarecimento e na perfeita interpretação e ciência
das Escrituras, enquanto que o profeta é usado na palavra específica para um certo momento, lugar ou
circunstância com o fim de estimular os cristãos de forma mais pessoal e íntima. Nas Escrituras
encontramos que em Antioquia havia uma igreja que possuía um exemplo salutar de equilíbrio entre
profetas e mestres (E1), também encontramos referências diretas sobre o ministério do ensino, o qual
não era difundido apenas no templo: "E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de
ensinar, e de pregar Jesus, o Cristo" At 5:42.
Quem são os mestres? Parece óbvio, mas os mestres são aqueles que ensinam na igreja. Entretanto,
não podemos permitir que o sentido aparentemente vulgar da frase oculte um poderoso instrumento de
Deus na igreja local. O mestre ao qual nos referimos não se resume a alguém que possui uma
credencial de professor, líder de departamento, diácono, presbítero ou mesmo pastor, os quais tenham
sido "encaixados" na função de ensinadores. Estamos estudando aqui aquele que recebeu de Cristo o
dom do ensino, o qual não depende de circunstâncias ou credenciais. Como todos os demais dons, o
ensino é uma virtude que emana naturalmente daquele que recebe o impulso de multiplicar o
conhecimento e as revelações de Deus aos outros irmãos. Em qualquer lugar, tempo ou circunstância,
aquele que recebeu o dom do mestrado estará ensinando, mesmo que tenha se convertido há pouco
tempo, e seu esforço se concentra sempre em aprimorar sua atividade ou métodos de expor o que o
Senhor lhe tocou a ensinar.
Qual a importância do mestrado na igreja? O ensino prepara e conscientiza o indivíduo a trabalhar de
forma mais segura e mais perfeita em qualquer esfera de atuação humana. Isso se aplica também à
igreja, e de tal modo que o escritor aos hebreus demonstrou pesar pelo pouco preparo dos irmãos à
compreensão das escrituras (Hb 5:12).
Dons espirituais de 1Cor 12
Palavra de Sabedoria: E uma capacidade dada por Deus para agir e aconselhar com sabedoria. E saber
aplicar o conhecimento recebido na vida, sob a orientação do Senhor. Este dom é acessível e
necessário a todos os crentes, e é primordial para o exercício dos outros dons.
Palavra de Conhecimento: Esse dom traz facilidade para buscar e ensinar o conhecimento das
Escrituras, e por outro lado, traz a sensibilidade, pelo Espírito Santo, para perceber os problemas
espirituais das pessoas ou igrejas para ajuda-las. Todos devem buscar esse dom, que se manifesta
como empatia.
Dom da Fé: Se trata da fé necessária para crer em Jesus para a salvação e, ao mesmo tempo, da fé para
confiar em Deus e viver da provisão divina. Ambas as “fés” são dons de Deus para viver uma vida
ousada e santificada na missão.
Dons de Curar: Estes dons têm se manifestado em resposta às orações comunitárias ou de indivíduos.
Mas, em todos os casos, é sempre uma ação da graça e da soberania do Espírito, e não um
saperpoderque pode ser usado quando se quer. A fé é essencial, mas não garante que a cura vai
acontecer. Ela só garante que, independentemente do resultado, teremos certeza de que Deus cuida de
nós, com ou sem cura física. E importante saber também que o plural indica a abrangência do cuidado
de Deus, e isso significa que a cura emocional, espiritual e social são alvos do Espírito Santo. Em
todos os casos, as curas apontam para o Reino de Deus, que quando estiver totalmente implantado, vai
eliminar tudo que impede a vida de ser plena.
Realização de Maravilhas: São ações sobrenaturais que alteram o curso natural das coisas. O milagre
é ainda maior quando se trata da transformação de vidas, compromisso social e crescimento numérico.
A igreja que busca isso, realiza maravilhas de verdade, muito maiores do que fazer chover ou levantar
um paralítico.
Dom de Profecia: E o dom de ser porta-voz de Deus. Acontece por revelações específicas de Deus ou
mais seguramente, pelo ensino e pregação das Escrituras. As revelações não são mais importantes do
que a Palavra de Deus, e toda profecia deve ser submetida a julgamento. Além disso, profetas e
profetisas não são oráculos como os da cultura grega que recebiam a divindade em um momento de
êxtase para prever o futuro ou adivinhar o passado, e acabou. A inspiração do Espírito sobre as pessoas
é para que se tenha sempre uma mensagem edificante sempre, não importa a situação e o lugar.
Dom de discernir os espíritos:
Tem sido entendido como a capacidade de discernimento daquilo que é bom ou não é, ou mesmo de
perceber a atuação de espírito malignos. Aplica-se às profecias também. Diferenciar, às vezes é difícil,
mas é necessário.
Variedade de Línguas:
Sobre o dom de línguas “estranhas” (adjetivo que não aparece no texto grego do Novo Testamento),
que podem ser glossolálicas (estranhas a quem as profere e as ouve) ou xenolálicas (em idiomas
conhecidos, mas estranhos a quem os profere). Essa distinção, a rigor, é apenas didática, já que a
palavra “glossolalia”, derivada de dois termos gregos (glossa, “língua”; lalia, “fala”), abarca a
xenolalia (cujo prefixo gr. xenos denota “estrangeiro”), a qual se refere, especificamente, às línguas
(gr. dialektos) mencionadas em Atos 2.6.
De modo geral, a xenolalia está contida na glossolalia, que diz respeito ao “dom de falar em outras
línguas, concedido pelo Espírito Santo” Há uma afinidade linguística entre Atos 2.4 (gr. heterais
glossais, “outras línguas”) e a citação de Isaías 28.11 feita por Paulo (cf. 1 Co 14.22-25), a qual
“contém a forma composta heteroglossois, que também significa ‘outras línguas’. A posição mais
plausível é de que a glossolalia possa ser compreendida como falar em línguas, mas que as línguas
podem ser tanto humanas quanto angelicais/celestiais. Glossolalia, por conseguinte, é um termo
técnico para designar todas as finalidades do dom de línguas, a começar pela evidência inicial de que o
salvo em Cristo foi batizado no Espírito (At 2.1-4 etc.). Elas também edificam o crente e a
congregação revestidos de poder, bem como podem conter mensagens, compreendidas mediante o
dom de interpretação (cf. 1 Co 14; Rm 8.26;
No dia de Pentecostes, após a ascensão do Senhor, quase 120 dos seus discípulos falaram, de modo
sobrenatural, em línguas “como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (At 2.3). Estas
lhes foram dadas, primeiramente, como uma evidência do batismo no Espírito Santo, mas, também,
como um dom espiritual, manifesto no próprio dia do derramamento inaugural do poder do alto e
posteriormente (At 2.1-13; 8.14-17; 9.17,18; 10.44-46; 19.1-6; cf. 1 Co 12-14).
De acordo com Atos 2.3-8, enquanto os discípulos falavam em línguas (gr. glossa), “correndo aquela
voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa”, pois judeus de Jerusalém e da diáspora ouviam
mensagens na sua própria língua (gr. dialektos). Pedro, então, explicou à multidão maravilhada e, em
parte, zombeteira que os servos de Deus não estavam embriagados às nove da manhã (terceira hora do
dia), mas falavam da parte do Espírito em cumprimento da profecia de Joel (vv. 12-21).
Em Atos 2 os discípulos falaram em línguas estrangeiras. Já em Corinto havia o fenômeno de “falar
em mistérios”, ou línguas espirituais. Fenômenos parecidos ocorriam em cultos pagãos, mas as pessoas
falavam em línguas sob o efeito de fumaças inebriantes. Na igreja cristã, servia para transmitir uma
mensagem de Deus ao povo (se fosse interpretada) ou era uma forma pessoal de expressar a adoração.
Falar em mistérios é um modo de comunhão com o transcendente (aquilo que ultrapassa o nosso
entendimento) que não poderia ser expresso em línguas comuns. Esse dom está disponível a todas as
pessoas, mas não é o mais importante deles. Grande parte dos pentecostais considera esse dom como a
evidência inicial do batismo com o Espírito.
Dom de Interpretação de Línguas:
E interpretar aquilo que foi falado em línguas desconhecidas, para fazer uma espécie de tradução da
mensagem quando é dita à congregação. Num nível mais amplo, é a capacidade que toda a igreja
precisa ter não necessariamente de saber o que significa cada “palavra” dita no contexto de uma
manifestação de línguas, mas em saber o que o ato de falar em mistérios significa para a fé pessoal e
comunitária da igreja. Ela faz parte de uma série de outras formas pelas quais Deus se manifesta aos
crentes no ambiente da fé, possibilitando um verdadeiro encontro. Essa experiência do humano com o
divino se expressa em fortes manifestações emocionais que são difíceis de traduzir, mas é necessário
se explicar por que elas acontecem (ICo 14.2,4). Interpretar línguas é, portanto, também saber como
ensinar a comunidade a entender e viver essas experiências inexplicáveis..
Dons de ação
Ministério ou Serviço:
Este é um chamado a toda a igreja. Servir ao Senhor e ao próximo, na alegria do Espírito é uma função
que se encaixa em todas as dimensões da missão de Deus e é o método para o cumprimento dela.
Exortar: Significa aconselhar visando o consolo, o encorajamento ou a correção das pessoas. Esta
aptidão é esperada de todos os cristãos, mas como ocorre com outros dons, algumas pessoas poderão
manifestá-lo mais do que outras.
Contribuir: Pressupõe generosidade, gratidão e desprendimento. Quando se tem uma causa pela qual
damos a nossa vida, como o Reino de Deus, contribuir não nos pesa, pelo contrário, nos dá prazer.
Presidir: E liderar. Uma premissa indispensável é que seu portador tenha outros dons como sabedoria,
fé, misericórdia, e saber que sua função é servir.
Misericórdia: E a capacidade de se comover com a dor alheia e de agir para diminuir seu sofrimento,
como Jesus procurou fazer. Isso se faz com palavras e ações.
Maiores dons
Fé: A fé se classifica nessa área também. A fé dá forças ao cansado e abre caminho para milagres, para
viver os dons do Espírito e para superar frustrações.
Esperança: Confiar nas promessas de Deus e de seu Filho, esperando com paciência o retorno de
Cristo e que por fim, o amor de Deus vencerá a todo o sofrimento. Isto certamente é um presente de
Deus para superarmos o sofrimento do presente.
Amor: Este é o maior dom que a igreja pode receber e dar. Ele é um dom porque veio de Deus, como
um presente, e comprovou isso através da vida, da morte e da ressurreição de Jesus. Possuir o dom de
amar não é uma opção, é um mandamento. Ele sozinho dispensaria todos os outros, e todos os outros
juntos, sem ele, não teriam utilidade alguma, só servem para fazer barulho como um sino. Portanto, na
medida em que buscarmos os outros dons, o amor precisa ser o crivo pelo qual eles vão passar.

PENTECOSTES, DONS E FRUTOS, "PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS"

Jesus disse que uma árvore boa produz bons frutos, entretanto, quando os frutos são maus, mostra que
a árvore é má. Essa foi uma metáfora que o Mestre usou para falar sobre falsos profetas (Mt 7.15-20),
mas, podemos aplicar esse princípio a nós também. Nossos frutos mostram que nossa vida é dirigida e
inspirada pelo Espírito Santo ou são frutos ruins?
Uma situação muito comum é julgarmos a santidade e a maturidade espiritual das pessoas com base
em seus dons. De um modo geral, quem tem dons é porque tem uma vida exemplar. Mas, nem sempre
é assim, como já vimos anteriormente. Nessa última parte iremos entender um pouco sobre o propósito
de uma vida frutífera com base no texto de Gálatas 5. Dar bons frutos é reproduzir as virtudes
presentes nesse texto.
Dons demais, frutos de menos
Os capítulos 12 a 14 de 1 Coríntios revelam que aquela igreja era carismática (possuía dons) e parecia
adorar a Deus fervorosamente. No entanto, foi uma igreja bastante criticada por Paulo por ser palco de
diversos problemas éticos, espirituais e sociais.
Para os crentes de Corinto, Paulo apresentou o amor como o maior de todos os dons, e como um
caminho excelente para os demais dons. Esse dom parecia estar ausente em Corinto, porque não
sabiam repartir o pão e nem aplicar correções de conduta quando necessário. Além disso, o culto deles
não tinha ordem, parecia mais uma disputa de dons. Tudo isso nos leva a perceber que o nível de
maturidade da igreja estava em baixa.
O Fruto do Espírito
Em Gálatas 5.22-25, apresenta as virtudes que compõem o Fruto do Espírito:
Amor - o vínculo da perfeição: O amor é o maior mandamento de Deus e o maior dom que alguém
pode dar ou receber. Ele também é uma das virtudes do fruto do Espírito. O amor é a expressão da
própria essência de Deus, por isso, é impossível classifica-lo como uma coisa só. Ele foi feito para ser
vivido e não explicado.
Alegria - um dom de Deus: Não é uma alegria para ser guardada e sim para ser compartilhada. E a
alegria da salvação, da paz, da nova vida e por fazer a vontade de Deus. A alegria do Espírito não é só
euforia ou a sensação de êxtase que é estar na presença de Deus. Antes, é a certeza do cuidado de Deus
e a segurança de sua presença. Tem a ver também com o contentamento, com aprender a valorizar a
vida.
Paz - mais do que ausência de guerra: Não é só um sentimento, é uma atitude. É lutar pela paz em
todos os lugares, em todos os momentos. Paz nos lares, na igreja, nas cidades, nos países. E orar e agir
para que quando depender de nós, tenhamos paz com todos. Porém, ser pacificador é diferente de ser
passivo que por não agir, acaba piorando a situação. O pacificador, pelo contrário, emprega esforços
pela paz onde estiver.
Longanimidade - paciência faz bem para a saúde: Essa é uma qualidade que poucas pessoas tem, mas
que todas deveriam buscar. Ter longanimidade é ter paciência para esperar o momento certo de agir, de
falar, de esperar em Deus. A ansiedade é um dos grandes males do nosso século, e a causa de muitos
problemas como estresse, depressão, obesidade, doenças cardíacas, tensões nervosas, entre outras.
Quando nosso corpo não está querendo nos avisar com sintomas, é porque já está sofrendo com as
próprias consequências. Por isso, Jesus disse “não andeis ansiosos por coisa alguma”.
Benignidade - o dom de se colocar no lugar do outro: Esta virtude é traduzida em outras versões por
amabilidade, delicadeza ougentileza. Essas coisas estão em falta hoje em dia, não? Agir para que o
próximo se sinta melhor é uma atitude de benignidade. Ela nem sempre está associada à simpatia ou ao
carisma das pessoas, mas principalmente às atitudes que ela toma, levando em consideração o outro.
Mesmo quando não se pode evitar o sofrimento ou prejuízo de alguém, às vezes, só de lembrar dele e
se colocar no lugar, já é uma atitude de benignidade.
Bondade - agindo como Jesus:
Bondade começa com benignidade, mas é um passo a frente: é ter atitudes de bondade. Jesus disse que
quando seus ouvintes se esqueceram de ajudar aos pequeninos, deixaram de fazer a Jesus, porque ele
próprio se identificava com a dor deles. Se, na benignidade, estamos impelidos a pensar no bem dos
outros, com a bondade colocamos isso em prática.
Fidelidade - fé, lealdade e discrição: Ser fiel é mais do que não trair. Na realidade ser fiel é confiar em
Deus e saber respeitar a confiança que os outros depositam em nós. No latim, a raiz das palavras fé e
fidelidade é uma só: fides. A pessoa que crê em Deus deve ser incapaz de trair a confiança daqueles a
quem ela prometeu ou pressupôs lealdade.
Mansidão - a atitude de ser nobre: A mansidão também não é aceitar tudo. Mansidão tem a ver com
humildade, com a capacidade de perdoar e de não se vingar mesmo tendo esse poder em suas mãos. A
verdadeira nobreza vem daí.
Domínio próprio - autocontrole e disciplina: E a capacidade de dominar os próprios instintos, desejos e
tendências, optando sempre por uma decisão mais sábia e que priorize o amor e a santidade. Em outras
versões aparece como “temperança ” o que sugere uma comparação com o tempero, que deve estar na
medida certa para funcionar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Dom do Espírito, as experiências pessoais com o Ser divino e os frutos têm sua origem sempre na
graça e servem para nos capacitar a servir a Deus e ao próximo. Tudo que somos e temos deve ser
colocado à disposição do Espírito, cuja ação envolve todas as dimensões da nossa vida. A vida cristã
depende da comunhão com Deus e com sua criação para que o testemunho seja eficaz e transformador.
Em resumo, a obra do Espírito Santo em nossa vida só é completa se nos levar a viver o evangelho de
Jesus que se traduz em práticas de justiça e de compaixão e em palavras de salvação e esperança. A
experiência espiritual seja como primeira, segunda ou terceira bênção, para ser legítima precisa
encarnar em ações que evitam o pecado espiritual e que combatem a opressão socioeconômica e todas
as outras formas de violência.
Onde o Espírito de Deus está aí há liberdade. Liberdade para mulheres, homens, crianças e jovens
sonharem e terem visões; liberdade para negras, brancos, nordestinos, paulistas, mineiros ou gaúchas
profetizarem. O Consolador veio para quebrar divisões entre senhores e servos, entre pobres e ricos
para que a graça de Deus se espalhe pela terra.
Esperamos que este estudo tenha contribuído com seu crescimento, ampliando seu conhecimento
sobre o avivamento e entendendo um pouco mais de seu propósito. Se as igrejas novas e antigas, para
jovens ou para adultos, pentecostais ou tradicionais se submeterem ao sopro do Senhor, Pentecostes
vai durar todos os dias. Pentecostes acontece todas as vezes em que o Espírito nos reúne novamente
em torno da revelação do Cristo ressuscitado, que é a mais pura expressão do amor.

QUE O SENHOR VOS ABENÇÕE RICAMENTE.

PB : EDMILSON G. VIREIRA

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