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O Arrebatamento Secreto é verdade?

História doutrinária do Arrebatamento Secreto


A Igreja Católica geralmente não considera haver profecia bíblica
escatológica em textos como Daniel e Apocalipse, referindo eventos
estritamente futuros (quando vistos a partir do ponto de vista dos tempos
atuais). Contudo, em 1590 Francisco Ribera, um jesuíta, professor de
"futurismo cristão", ensinava que a maioria das ideias do Apocalipse é, sim,
sobre um futuro iminente (em vez de referir certas profecias que já se
cumpriram nos primeiros anos da igreja). Ele ensinava, também, que o
evento de "encontro dos eleitos com o Senhor Jesus [nos ares]"
(semelhante ao que hoje é chamado de arrebatamento) aconteceria 45 dias
antes do término dos primeiros três anos e meio da Grande Tribulação.
Nesse sentido, pode-se considerá-lo como tendo, sido naquela ocasião, um
professo católico "midi-tribulacionista".
O conceito de arrebatamento em conexão com Pré-milenarismo foi expresso
no século XVII pelos pregadores puritanos estadunidenses Increase e
Cotton Mather. Eles sustentaram a ideia de que os crentes seriam
arrebatados no ar, seguido por juízos na terra, e, logo após, pelo Milênio de
Cristo .[45][46] Ainda no século XVII, outros usos das expressões do
arrebatamento encontraram-se nos trabalhos de Robert Maton, Nathaniel
Casas, John Browne, Vincent Thomas, Henry Danvers, e William Sherwin.
[47]
 O termo arrebatamento foi ainda usado por Philip Doddridge[48] e John
Gill[49] em seus "Comentários aos Novo Testamento", com a ideia de que os
crentes seriam "apanhados" (ou "arrebatados) antes do julgamento na
Terra e da Segunda vinda de Jesus Cristo.
Há, pelo menos uma referência no século XVIII, e duas no século XIX, sobre
o arrebatamento pré-tribulação. Um ensaio publicado em 1788, na Filadélfia
pelo batista Morgan Edwards, que articulou o conceito de um arrebatamento
pré-tribulação,[50] nos escritos do sacerdote católico Manuel Lacunza, em
1812,[51] e por John Nelson Darby, em 1827.[52] Manuel Lacunza (1731-
1801), um padre jesuíta (sob o pseudônimo de "Juan Josafat Ben Ezra"),
escreveu uma obra apocalíptica intitulada La venida del Mesías en gloria y
majestad (A Vinda do Messias em Glória e Majestade), que veio a lume em
1811, 10 anos após a sua morte. Em 1827, ele foi traduzido para o inglês
pelo ministro escocês Edward Irving.
Dr. Samuel Prideaux Tregelles (1813-1875), um proeminente teólogo inglês
e estudioso da bíblia, escreveu um panfleto, em 1866, traçando o conceito
do arrebatamento pelas obras de John Darby de volta para Edward Irving.
[53]

Matthew Henry, em Uma Exposição do Antigo e do Novo


Testamento (1828), usa a palavra "arrebatamento" para explicar 1 Ts 4:17.
[54]

Apesar de não utilizar o termo "arrebatamento", a ideia foi mais plenamente


desenvolvida por Edward Irving (1792-1834). Em 1825,[55] Irving dedicou-
se ao estudo de profecia bíblica e, por fim, aceitou, da parte de James
Henthorn Todd, Samuel Roffey Maitland, Roberto Belarmino e Francisco
Ribera, a ideia do Anticristo derradeiro como sendo um homem, mas ele foi
um passo além. Irving começou a ensinar a ideia do Retorno de Cristo em
duas fases, a primeira fase consistindo de um arrebatamento secreto antes
da manifestação do Anticristo. Edward Miller descreveu o ensino de Irving
assim: "Há três encontros: o primeiro, dos primeiros frutos da colheita, as
virgens prudentes que seguem o Cordeiro aonde quer que Ele vá; a seguir,
a abundante colheita reunida depois por Deus; e, por último, a reunião dos
ímpios para o castigo".[56]
John Nelson Darby propôs pela primeira vez e popularizou o arrebatamento
pré-tribulação em 1827.[57] Esse ponto de vista foi aceito entre muitos
outros movimentos "Irmãos de Plymouth" na Inglaterra. Darby e outros
proeminentes Irmãos faziam parte dos Movimento dos Irmãos que impactou
o Cristianismo estadunidense, especialmente com os movimentos e
ensinamentos associados à Escatologia Cristã e ao Fundamentalismo,
principalmente por seus escritos. Essas influências incluíram o Movimento
Conferência Bíblica, a partir de 1878, com a Conferência Bíblica Niágara.
Essas conferências, que foram inicialmente inclusivas de pré-
milenaristas historiadores e futuristas, conduziu a uma crescente aceitação
de pontos de vista futuristas pré-milenaristas e o arrebatamento pré-
tribulação, especialmente entre
crentes Batistas, Congregacionalistas e Presbiterianos.[58] Livros populares
também contribuíram para a aceitação do arrebatamento pré-tribulação,
incluindo Jesus está voltando (William E. Blackstone, publicado em 1878),
[59]
 que vendeu mais de 1,3 milhão de cópias, e a Bíblia de Referência
Scofield, publicada em 1909 e 1919 e revisada em 1967.[60]
A Igreja Católica Romana, a Igreja Ortodoxa Oriental,[61] a Comunhão
Anglicana, a Igreja Luterana e muitas denominações cristãs Calvinistas, não
têm a tradição de um retorno preliminar de Cristo. A Igreja Ortodoxa, por
exemplo, rejeita o retorno preliminar, porque isso, segundo ela, depende de
uma interpretação milenar das escrituras proféticas, em lugar das
visões amilenarista ou pós-milenarista.[62]
Alguns defensores da visão pré-tribulação, tal como Grant Jeffrey,
[63]
 afirmam que a mais antiga e conhecida referência extra-bíblica para o
arrebatamento pré-tribulação é um tratado do século VII, conhecido como o
"Apocalipse de Pseudo-Ephraem", o Sírio. Diferentes autores têm proposto
várias versões diferentes do texto de Ephraem como autênticas e há
opiniões divergentes quanto a saber se ele suporta a crença em um
arrebatamento pré-tribulação.[64][65] Numa versão do texto lê-se, "Porque
todos os santos e eleitos de Deus estão reunidos antes da tribulação que há
de vir, e são levados para o Senhor, para que não vejam a confusão que
dominará o mundo, por causa dos nossos pecados.".[66][67]
O aumento da crença no arrebatamento pré-tribulação é muitas vezes
erroneamente atribuído a uma garota visionária Escocês-Irlandês, em 1830,
então com 15 anos, chamada Margaret McDonald, que teria sido dos
primeiros a receber um batismo espiritual em um despertar Pentecostal na
Escócia. Diz-se que, em 1830, ela teve uma visão do fim dos tempos, que
descreve uma visão pós-tribulação do arrebatamento, que foi publicado pela
primeira vez em 1840. Ele foi republicado em 1861, mas duas passagens
importantes, demonstrando uma visão pós-tribulação foram removidas para
incentivar a confusão sobre o tempo do arrebatamento. As duas passagens
removidas foram: "Esta é a ardente provação que há de nos tentar. Será
para a limpeza e purificação dos verdadeiros membros do corpo de Jesus" e
"O julgamento da Igreja vem do Anticristo. É por ser cheios do Espírito
Santo que nós seremos mantidos".[68][69]
Em 1957, John Walvoord, um teólogo no Dallas Theological Seminary,
escreveu um livro, A Questão do Arrebatamento, que deu suporte teológico
para o arrebatamento pré-tribulação,[70] e vendeu mais de 65.000 cópias.
Em 1958, J. Dwight Pentecosts autor de outro livro de apoio ao
arrebatamento pré-tribulação, O que está por Vir: Um Estudo da Escatologia
Bíblica, que vendeu 215.000 cópias.
Durante a década de 1970, a crença no arrebatamento tornou-se popular
em círculos mais amplos, em parte, porque os livros de Hal Lindsey,
incluindo O Final do Grande Planeta Terra, que já teria vendido entre 15
milhões e 35 milhões de cópias, e o filme Um Ladrão na Noite, cujo título
baseia-se na passagem bíblica de 1 Ts 5:2. Lindsey proclamou que o
arrebatamento é iminente, baseada em condições do mundo no momento.
[71]

Em 1995, a doutrina do arrebatamento pré-tribulação foi mais popularizado


pela série de livros Deixados para trás, de Tim LaHaye, que venderam
dezenas de milhões de cópias,[72] além de terem originado vários filmes,
bem como quatro jogos de vídeo com estratégia de tempo real.

Análise
Quando Jesus prometeu aos Seus discípulos: “Eu voltarei” (João 14:3), Ele
criou uma esperança que têm ardido no coração de quase todos os cristãos
por 2.000 anos. E, raras vezes desde o primeiro século dC tem esta
esperança queimado mais intensamente nos corações dos cristãos do que
hoje.
Esta esperança é escurecida, no entanto, por uma sombra. Segundo a Bíblia,
um momento terrível de angústia, muitas vezes chamado de “tribulação” –
terá lugar na Terra pouco antes da segunda vinda de Cristo. Por quase 1.800
anos, os cristãos acreditavam que todo o povo de Deus iria passar por essa
tribulação. No entanto, cerca de 200 anos atrás, uma nova teoria foi proposta
– que Deus levará os verdadeiros cristãos para fora do mundo e os
transportará para o céu antes da Tribulação. Aqueles que ficarem para trás
passarão pela Tribulação, durante a qual milhões de judeus serão convertidos
ao cristianismo. A segunda vinda de Cristo ocorrerá no final da Tribulação.
A deportação dos santos para o céu antes da Tribulação é chamada de
“arrebatamento”. Segundo os que defendem essa teoria, o arrebatamento
será secreto no sentido de que, num primeiro momento, ninguém vai saber
que ele ocorreu. Aqueles que são deixados para trás na terra só irão perceber
que isso aconteceu quando eles se tornam conscientes de que muitas
pessoas desapareceram de repente, sem qualquer razão. Uma série de filmes
religiosos tentou retratar este arrebatamento nos últimos anos. Estes filmes
mostram tipicamente pessoas espantadas perguntando o que aconteceu com
seus amigos e entes queridos. Outra cena comum é a de carros
desgovernados e aviões caindo, porque seus motoristas e pilotos foram
“arrebatados”.
Em certo sentido, esta visão do fim do mundo poderia ser chamada de uma
teoria dupla da segunda vinda, porque divide o retorno de Cristo para o nosso
planeta em duas partes, o arrebatamento antes da Tribulação e a Segunda
Vinda na sua conclusão. Neste artigo, examinaremos a evidência bíblica
sobre o fim do mundo e a segunda vinda de Cristo.

Quatro razões para rejeitar a idéia de um arrebatamento


secreto

Um estudo cuidadoso da Bíblia sugere pelo menos quatro razões principais


para rejeitar o ponto de vista de uma segunda vinda de Cristo em duas fases:
1. O vocabulário do Segundo Advento não oferece
respaldo para tal ponto de vista

Nenhuma das três palavras gregas usadas no Novo Testamento para


descrever o retorno de Cristo ou seja, parousia-vinda, apokalypsis-revelação,
e epiphaneia-aparecimento, sugere um arrebatamento secreto antes da
tribulação (muitas vezes chamado de “arrebatamento pré-tribulacionista”)
como objeto da esperança cristã no Advento.
Os pré-tribulacionistas alegam que em 1 Tessalonicenses 4:15, Paulo usou a
palavra parousia-vinda para descrever o arrebatamento secreto. Mas em 1
Tessalonicenses 3:13, ele usou a mesma palavra para descrever “a vinda de
nosso Senhor Jesus com todos os seus santos” (NVI) – uma descrição, de
acordo com os pré-tribulacionistas, da segunda fase da volta de Cristo. Em 2
Tessalonicenses 2:8, Paulo de novo emprega o termo parousia para se referir
à vinda de Cristo que causará a destruição do anticristo – um evento que, de
acordo com os pré-tribulacionistas, supostamente ocorrerá na segunda fase
da vinda de Cristo (ver também Mateus 24:27, 38, 39). Da mesma forma, as
palavras apokalypsis-revelação e epiphaneia-aparecimento, são utilizadas
para descrever tanto o que os pré-tribulacionistas chamam de arrebatamento
(1 Cor 1:7; 1 Tim 6:14) como o que chamam de Retorno, ou segunda fase da
Vinda de Cristo (2 Tess 1:7-8, 2:8). Assim, o vocabulário da Bendita
Esperança não propicia base alguma para uma distinção da volta de Cristo
em duas fases. Seus termos são utilizados para descreverem um único,
indivisível, pós-tribulacional Advento de Cristo que vai trazer salvação aos
crentes e retribuição aos descrentes.

2. O Novo Testamento não contém traços de um


secreto e invisível arrebatamento instantâneo da Igreja.

Na verdade, 1 Tessalonicenses 4:15-17, que dá a descrição mais notória do


Segundo Advento, sugere exatamente o oposto. Ela fala que o Senhor desce
do céu “dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus” . . . “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois
nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles,
entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares”. “(versículos 16, 17).
A “palavra de ordem”, “a trombeta”, e o grande ajuntamento dos vivos e
santos ressurretos dificilmente sugeriria um evento secreto,
invisível e instantâneo. Pelo contrário, como tem sido
freqüentemente apontado, essa talvez seja a passagem mais barulhenta
da Bíblia. As referências a uma trombeta ressoando em paralelo com as
passagens de Mateus 24:31 e 1 Coríntios 15:52 corroboram a natureza
pública do Segundo Advento. Nenhum traço de um
arrebatamento secreto pode ser encontrado em qualquer uma destas
passagens.
3. As Passagens bíblicas sobre a Tribulação não
oferecem suporte para um arrebatamento pré-
tribulacional da Igreja.

Em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus falou da grande tribulação


que irá preceder imediatamente a Sua vinda, prometendo que “por causa dos
escolhidos tais dias serão
abreviados”(Mateus 24:22). Argumentar que “os eleitos” são apenas os
crentes judeus e não membros da igreja é ignorar o fato de que Cristo
estava se dirigindo a Seus apóstolos que representavam não só o Israel
nacional, mas também a igreja em geral. Isto é confirmado pelo fato
de que tanto Marcos como Lucas, que escreveram seus evangelhos para a
Igreja gentílica, relatam o mesmo discurso (Marcos 13:20, Lucas 21).
Notável também é a semelhança entre a descrição de Cristo da Sua
segunda vinda em Mateus 24:30, 31 e a de Paulo em 1 Tessalonicenses 4:16,
17. Ambos os textos mencionam a descida do Senhor, a trombeta que soa, os
anjos acompanhantes e a reunião do povo de Deus. No entanto, os pré-
tribulacionistas dizem que a passagem de 1 Tessalonicens
descreve o arrebatamento antes da Tribulação, mas a passagem
de Mateus descreve a segunda vinda de Cristo após a tribulação. O
paralelismo entre as duas passagens indica claramente que o arrebatamento
da Igreja não precede, mas, pelo contrário, segue-se à grande tribulação.

4. Por fim, Paulo e o livro do Apocalipse negam


a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional.

Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo refutou um equívoco que era
predominante entre os cristãos de
Tessalônica. Aparentemente, eles acreditavam que o dia do Senhor já tinha
chegado. Para refutar esse equívoco, Paulo citou dois grandes eventos que
devem ocorrer antes da vinda do Senhor, ou seja, a rebelião e
o aparecimento do “homem da iniqüidade” que perseguirá o povo de Deus
(2 Tessalonicenses 2:3). Se Paulo esperasse que a Igreja fosse arrebatada
deste mundo antes da tribulação causada pelo aparecimento do anticristo, ele
dificilmente teria ensinado que os crentes veriam tal evento antes da vinda do
Senhor.
O livro de Apocalipse trata dos eventos associados com a grande
tribulação em maior detalhe do que qualquer outro livro do Novo
Testamento, eventos tais como o aparecimento de uma besta que
persegue os santos de Deus e o derramamento das sete últimas
pragas (Apocalipse 8-16).
Embora João descreva estes eventos tribulacionais em grande detalhe, ele
nunca menciona ou sugere um Advento de Cristo secreto e pré-tribulacional
para levar embora a Igreja. Isto é tanto mais surpreendente tendo em conta
o expresso propósito de João de instruir as igrejas a respeito dos
eventos finais. Na verdade, João explicitamente menciona uma incontável
multidão de crentes que passarão pela grande tribulação: “Estes são
os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes
e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14).
Os pré-tribulacionistas argumentam que esses crentes são todos da
raça judaica, supostamente porque, durante os eventos
descritos em Apocalipse 4 à19, a igreja não está mais na terra mas no
céu. Este raciocínio é desacreditado, em primeiro lugar, pelo fato que em
nenhum lugar João faz uma distinção entre os santos judeus e gentios, na
Tribulação. Ao contrário, João afirma explicitamente que os crentes vitoriosos
da Tribulação vêm “de toda nação, tribo, povo e língua “(Apocalipse 7:9). Esta
frase ocorre repetidamente no Apocalipse para designar não exclusivamente
os judeus mas inclusivamente muitos membros da família humana,
independentemente da sua origem étnica ou nacional (Apocalipse 5:9; 10:11,
13:07, 14:6). Obviamente, Cristo não resgatou somente judeus, mas pessoas
de todas as raças.
Em Apocalipse 22:16 Jesus reivindica ter enviado o Seu anjo a João “para
testificar estas cousas à Igreja”. É difícil ver como as mensagens dadas pelo
anjo a João poderiam ser um testemunho para as Igrejas se a Igreja não está
diretamente envolvida nos eventos descritos nos capítulos 4 à 19, em outras
palavras – na maior parte do livro.
O fato é que o Apocalipse descreve a Igreja como sofrendo perseguição por
poderes satânicos durante a tribulação final mas não como sofrendo a ira
divina. Como os antigos israelitas desfrutaram da proteção de Deus durante
as dez pragas (Êxo. 11:7), assim o povo de Deus será protegido quando Sua
ira divina cair sobre os ímpios. O Apocalipse representa essa divina proteção
através de um anjo que sela os servos de Deus em suas testas (Apoc. 7:3)
para que sejam protegidos quando a ira de Deus sobrevir sobre os
impenitentes (Apoc. 9:4). Por fim, o povo de Deus será resgatado pelo
glorioso Retorno de Cristo (Apoc. 16:15; 19:11-21). O apocalipse então, não
retrata um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja, mas um Retorno pós-
tribulacional de Cristo.
Em face das razões aqui discutidas, concluímos que o ensino popular de uma
Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja antes da tribulação final é
desprovida de qualquer apoio bíblico. Tal crença torna a Deus culpado de dar
tratamento preferencial à Igreja removendo-a da terra, deixando os crentes
judeus a sofrer a tribulação final. As Escrituras ensinam que a Segunda Vinda
de Cristo é um evento único que ocorre após a grande tribulação e será
experimentada pelos crentes de todas as eras e de todas as raças. Esta é a
Bendita Esperança que une “toda nação, e tribo, e língua e povo” (Apoc.
14:6).

Arrebatamento Atrasado
Quanto tempo se espera que levará para o desaparecimento maciço dos
verdadeiros cristãos de todas as nações? Muitos acreditam que esse evento
está iminente porque sua principal pré-condição, ou seja, o restabelecimento
do Estado de Israel e a posse da antiga Jerusalém, já tiveram lugar.
De acordo com cálculos iniciais de Hal Lindsey, em seu livro “The Late Great
Planet Earth”, esse arrebatamento secreto da Igreja já passou do prazo. Em
1970 ele predisse que “em quarenta anos desde 1948 [ano da formação do
Estado de Israel], ou por volta disso, tudo isso poderia ter lugar. Lindsey
calcula os “quarenta anos” da duração bíblica de uma geração e alega, com
base na parábola da Figueira (Mateus 24:32-33) que a formação do Estado
de Israel em 1948 assinala o início da última “geração” (Mateus 24:34) que
verá primeiramente o arrebatamento, daí os sete anos de tribulação, e
finalmente o Retorno de Cristo em glória. Sendo que o arrebatamento, de
acordo com Lindsey e a maioria dos dispensacionalistas, ocorre sete anos
(Daniel 9:27) antes do Retorno visível de Cristo em glória, já deveria ter
ocorrido em 1981 ou 1982. O que isso significa é que o tempo já se esgotou
para essas predições sensacionais, porém sem sentido.

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