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Os Adventistas e o Adventismo
O nome “adventista”, cunhado pelo povo apelidado de “mileritas”, foi
aplicado por eles a seu próprio movimento.7 Ele também aparece em livros
de referência na frase “corporações adventistas” para designar as
denominações (inclusive os adventistas do sétimo dia) derivadas dos
adventistas originais, ou mileritas. Hoje em dia usamos frequentemente o
termo “adventista” como uma abreviação de “adventista do sétimo dia”.
Mas às vezes encontramos este termo, ou a frase “movimento do advento”
aplicada de maneira geral a um movimento maior, internacional, que
precedeu e incluiu o movimento de Miller – o “Despertamento do Advento”
que surgiu no princípio do século dezenove (e teve suas raízes mesmo
antes). Ele abrangia muitos indivíduos e alguns grupos em muitos países
que esperavam pra breve o Segundo Advento. Devido ao fato de
esperarem a vinda de Cristo antes do milênio, sua doutrina é chamada
“pré-milenialismo”. O adventismo, propriamente falando, era a doutrina dos
adventistas, isto é, o tipo milerita de pré-milenialismo. Os adventistas não
estavam sozinhos em ensinar “o breve advento”, ou em marcar datas para
as profecias bíblicas de tempo, ou mesmo para o segundo advento. Houve
outros pré-milenialistas, especialmente na Grã-Bretanha, que fizeram a
O Judaísmo
Foi esta doutrina de utopia terrestre do pós-milenialismo que os
mileritas a princípio rotularam como “judaizar” e “judaísmo”. Estes termos,
usados em sua primeira conferência geral adventista, realizada em Boston
em 1840, foram tirados de dois credos protestantes do século
dezesseis.10 Só mais tarde é que eles os aplicaram aos pré milenialistas
literalistas. Eis a razão pela qual o fizeram: Os literalistas insistiam que as
profecias messiânicas do Antigo Testamento deviam se cumprir
literalmente em detalhes no reino milenial, especialmente para o Israel e o
Judá literais segundo a carne. Segundo este ponto de vista, o reino,
embora governado por Cristo e os santos ressuscitados e imortalizados,
incluiria judeus mortais na Palestina; sua capital seria a Jerusalém literal,
com um templo literal, ao qual viriam os que fossem “deixados das
nações”, ainda em carne; e o tempo de oportunidade e a mortalidade
continuariam durante o milênio. 11 Contudo os adventistas, por ocasião de
sua primeira conferência geral, em 1840, ainda considerava estes
companheiros pré-milenialistas (inclusive homens como Wolff, Irving e
outros) como irmãos na proclamação da “proximidade do advento”. 12 Eles
recomendavam os escritos literalistas contra o pós-milenialismo, sabendo
embora que estes misturavam certos erros com a verdade central do
Os Levantes de 1848
Em 1848, enquanto uma onda de revoluções irrompia na Europa,
levantes populares derrubavam tronos e perturbavam a estrutura do poder
em muitos países, levando até mesmo o papa a fugir e tornando Roma
uma república. Em 1849 havia o temor de uma invasão da Rússia pelo
norte.
Esta permissão para lançar uma pedra angular uma vez mais em
Jerusalém, para erigir um magnificente templo… é … um prenúncio das
grande promessas do futuro. 38
Copiado de um jornal para outro, a verbosidade de Noah se reduzia a
uma notícia: “Reconstrução do Templo Judaico”. 39 Havia outras
interpretações proféticas jornalísticas em circulação. Uma história de jornal
anunciava que ricos financistas judeus da família Rothschild estavam
negociando a compra da terra de Canaã para os judeus. 40 À medida que se
aproximava o ano de 1850, a imprensa citava vários prognósticos de
eventos momentosos – sendo um deles uma “profecia” do século
dezessete de que haveria levantes das nações no meio do século
dezenove, que um “príncipe do norte” devastaria a Europa, e que “um novo
pastor, o último” viria e traria paz. 41 Estas histórias de jornais eram
coletadas por alguns escritores adventistas – por alguns, para serem
refutadas; por outros, para serem apresentadas como sinais dos
tempos. 42 Tornaram-se mais numerosos que nunca os indivíduos que
marcavam datas para 1850. Provavelmente uma das razões para isto,
além dos eventos mundiais, era o fato de que 1850 era a data mais
distante para a qual se podia estender os 2300 dias pela mudança das 70
semanas, sem divorciar as últimas da data da crucifixão (embora, de
qualquer forma, quando 1850 passou alguns conseguiram estender os
2300 dias para 1851). 43
O Tempo do Ajuntamento
[a] “No dia 23 de setembro [de 1850], O Senhor mostrou-me que Ele
havia estendido a Sua mão pela segunda vez para reaver o remanescente
de Seu povo, e que se deviam fazer esforços redobrados neste tempo do
[4] Joseph Marsh, “A Era Por Vir,” parte 1, Advent Harbinger, n.s. 1:228,
5 de janeiro de 1851.
[5] Josué V. Himes, falando numa conferência em Nova Iorque, Advent
Herald n.s. 5:125, 18 de maio de 1850 (ver também Isaac C.
Wellcome, History of the Second Advent Message, pág. 592). Que
“Judaísmo” significava a doutrina da “era por vir” fica claro pelo “discurso”
adotado logo após uma conferência em Boston, que faz citações da série
de Marsh que tem esse título; veja os relatos naAdvent Herald de 1o e 8 de
junho de 1850.
[6] Advent Herald, n.s. 5:124, 125, May 18, 1850.
[7] Ibid., pág. 124; ver a declaração de Miller, ibid., 9:130, 4 de junho de
1845 (também reimpresso noSeventh-day Adventist Bible Students’ Source
Book, ed. de 1962, no. 7). Ver também o item “Adventist,” na Seventh-day
Adventist Encyclopedia, pág. 11
[92] Por exemplo, Litch, Prophetic Expositions (1842), vol. 1, pág. 127;
S. Bliss, Inconsistencies of Colver’s Literal Fulfilment (1843), págs. 11-18;
este argumento ocorre repetidamente na literatura milerita aocombaterem
seus oponentes que diziam que a purificação do santuário consistia na
restauração do Templo e seus sacrifícios após a profanação de Antíoco
que durou três anos. [93] John Fondey, “Os Dois Mil e Trezentos
Dias,” Bible Examiner, 3:175, 176, novembro de 1848.
[94] A publicação original desta visão (Review and Herald, Extra, 21 de
julho de 1851, pág. [4]) incluía um segundo parágrafo referindo-se ao erro
da fixação de datas para “este próximo outono”. Numa edição extra de
julho esta seria uma advertência importante, mas quando ela foi
reimpressa em forma mais permanente, “este próximo outono” seria
irrelevante. Portanto, havia uma razão lógica para omiti-lo posteriormente.
Para a data e o texto mais longo, veja Mensagens Escolhidas, livro 1, págs.
188-189.
[95] Present Truth, 1:86, 87, novembro de 1850.
[96] Cook, no Advent Harbinger, n.s. 3:85, 30 de agosto de 1851. A
noção de ira a Jerusalém persistiu mesmo mais tarde. Veja uma referência
a ela na Review and Herald 4:30, 7 de julho de 1853. Essa noção até
surgiu novamente, em anos recentes, em certos panfletos publicados por
uma ramificação do Shepherd’s Rod conhecida como The Branch.
[97] Ver nota 3.