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O AJUNTAMENTO DE ISRAEL UM

ESTUDO HISTÓRICO DE PRIMEIROS


ESCRITOS
Por Júlia Neuffer
Ex-editora assistente de livros na
Casa Publicadora Review and Herald

“Vi também que a velha Jerusalém jamais seria reconstruída”, escreveu


Ellen G. White em 1851. A que tipo de reconstrução ela se referia? Estava
ela enganada? Esta frase aparece em Primeiros Escritosnum capítulo
(págs. 74 a 76) intitulado “O Tempo do Ajuntamento”, que foi combinado a
partir de duas visões e algumas linhas adicionais. Uma visão, de 23 de
setembro de 1850, tratava (a) do “tempo do ajuntamento” de “Israel”, (b)
das datas do diagrama milerita de 1843, (c) do “contínuo” e da fixação de
datas, e (e) do erro de ir à velha Jerusalém. A seção (d), da visão de 21 de
junho de 1851, trata da terceira mensagem angélica e da fixação de datas.
Isto foi inserido quando a combinação foi publicada pela primeira vez,
em Experience and Views (agosto de 1851). Foram acrescentados
também: (f) uma referência adicional à ida a Jerusalém, e (g) a declaração
sobre a velha Jerusalém não ser reconstruída. Isto tudo foi reimpresso com
uma pequena revisão verbal em Primeiros Escritos (1882).
Por que todos estes tópicos que aparentemente não tinham relação
nenhuma entre si foram combinados?

Mensagens Relacionadas à Época


A frase final dela fornece uma pista: “Vi também . . . que Satanás
estava fazendo o máximo para levar as mentes dos filhos do Senhor
para essas coisas agora, no tempo do ajuntamento, impedindo-os de
dedicar todo o seu interesse à presente obra do Senhor.”1 O repetido uso
que ela faz da palavraagora indica que suas mensagens estavam
relacionadas à época em que ela escreveu. Se examinarmos o registro do
que estava acontecendo nas fileiras adventistas em 1850 e 1851, e se
olharmos para o fundo histórico dos eventos que prepararam o caminho
para este período, verificamos que todas estas partes se encaixam no
mesmo padrão. Elas tratam de vários erros centralizados principalmente
numa interpretação profética conhecida naquela época como a doutrina da
“era por vir”.
Em agosto de 1851, mais ou menos na época em que estas
mensagens do “tempo do ajuntamento” foram publicadas juntas, Tiago
White escreveu um editorial na Review and Herald no qual repetia idéias e
até frases destas visões de setembro de 1850 e junho de 1851. Ele falou
da unidade que existia antes do desapontamento e dos “conceitos

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   1  


distrativos” que surgiram depois. Ele instou com seus irmãos agora, no
“tempo do ajuntamento”, para que evitassem erros que poderiam distrair o
interesse de nossa “presente obra” e para que se unissem em ensinar a
essência da terceira mensagem angélica, que “não depende do tempo”,
mas que é “mais forte do que o tempo”.2 Ele também adverte contra dois
pontos que desviam a mente: “A história de ‘Meshullam’ pode agradar os
ouvidos, e a ‘era por vir’ pode ocupar e dividir a mente”.
Meshullam será discutido um pouco mais adiante. O que era a “era por
vir”? A Srª White deu uma definição, alguns meses mais tarde, numa carta,
equiparando-a com o “olhar para a velha Jerusalém”.3Joseph Marsh, editor
do The Advent Harbinger, equiparou a “era por vir” com o milênio. 4 Mas
Josué V. Himes, auxiliar de Guilherme Miller e editor do Advent
Herald, chamou a doutrina da “era por vir” de Marsh de “judaísmo”, uma
defecção incompatível com o “adventismo”. 5
Se combinarmos estas três definições, obtemos: “uma doutrina
judaística do milênio que inclui a velha Jerusalém”. E isso, por mais auto-
contraditório que possa parecer, é precisamente aquilo a que dizia respeito
a controvérsia sobre a “era por vir”. Essa guerra se desenvolveu no Advent
Harbinger e noAdvent Herald a partir de 1850, e forneceu o contexto das
mensagens de Ellen White sobre o “Tempo de Ajuntamento”, como irá
demonstrar um estudo da situação histórica. O “judaísmo”, disse Himes,
era algo contra o qual “convocamos a igreja toda”, e que “repudiamos
desde o princípio”. 6
Precisamos voltar, então, ao princípio do movimento milerita para saber
o que eram o “adventismo” e o “judaísmo” e por que eram incompatíveis.

Os Adventistas e o Adventismo
O nome “adventista”, cunhado pelo povo apelidado de “mileritas”, foi
aplicado por eles a seu próprio movimento.7 Ele também aparece em livros
de referência na frase “corporações adventistas” para designar as
denominações (inclusive os adventistas do sétimo dia) derivadas dos
adventistas originais, ou mileritas. Hoje em dia usamos frequentemente o
termo “adventista” como uma abreviação de “adventista do sétimo dia”.
Mas às vezes encontramos este termo, ou a frase “movimento do advento”
aplicada de maneira geral a um movimento maior, internacional, que
precedeu e incluiu o movimento de Miller – o “Despertamento do Advento”
que surgiu no princípio do século dezenove (e teve suas raízes mesmo
antes). Ele abrangia muitos indivíduos e alguns grupos em muitos países
que esperavam pra breve o Segundo Advento. Devido ao fato de
esperarem a vinda de Cristo antes do milênio, sua doutrina é chamada
“pré-milenialismo”. O adventismo, propriamente falando, era a doutrina dos
adventistas, isto é, o tipo milerita de pré-milenialismo. Os adventistas não
estavam sozinhos em ensinar “o breve advento”, ou em marcar datas para
as profecias bíblicas de tempo, ou mesmo para o segundo advento. Houve
outros pré-milenialistas, especialmente na Grã-Bretanha, que fizeram a

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mesma coisa. (Estes eram chamados literalistas, por razões que
explicaremos mais tarde.)
Mas os adventistas se distinguiam dos outros ao ensinar (1) que o
segundo advento – esperado no final dos 2300 dias-anos de Daniel –
terminaria este mundo presente e introduziria o reino eterno; (2) que a
vinda de Cristo destruiria todos os não-salvos e ressuscitaria e
transformaria todos os redimidos, terminando portanto o tempo de graça
para toda a humanidade e deixando apenas os santos imortais para viver
no reino; e (3) que após o milênio (que eles consideravam como os
primeiros mil anos da eternidade na nova Terra), o restante dos mortos
(isto é, todos os não-salvos) se levantariam na segunda ressurreição, e
então se revoltariam e portanto receberiam sua punição final. 8 (O ramo do
Sétimo Dia do adventismo acreditava na mesma coisa, exceto pelo fato de
colocar o reino milenial no Céu e a renovação da Terra no final desse
período.)
Ambos os tipos de pré-milenialistas (os adventistas e os literalistas) se
opunham ao pósmilenialismo, que prevalecia naquele tempo, e que
colocava o segundo advento após o milênio. Os pós-milenialistas
concebiam o reino milenial como o reino “espiritual” e, não, literal de Cristo
– através do triunfo da igreja. Aguardavam a conversão do mundo em geral
e o reinado justo dos piedosos, sendo o homem ainda mortal mas estando
numa condição grandemente melhorada. Esperavam a volta pessoal de
Cristo, se é que ela ocorreria, após os mil anos (ou talvez, segundo o
princípio dia-ano, após 360.000 anos), no distante futuro. 9

O Judaísmo
Foi esta doutrina de utopia terrestre do pós-milenialismo que os
mileritas a princípio rotularam como “judaizar” e “judaísmo”. Estes termos,
usados em sua primeira conferência geral adventista, realizada em Boston
em 1840, foram tirados de dois credos protestantes do século
dezesseis.10 Só mais tarde é que eles os aplicaram aos pré milenialistas
literalistas. Eis a razão pela qual o fizeram: Os literalistas insistiam que as
profecias messiânicas do Antigo Testamento deviam se cumprir
literalmente em detalhes no reino milenial, especialmente para o Israel e o
Judá literais segundo a carne. Segundo este ponto de vista, o reino,
embora governado por Cristo e os santos ressuscitados e imortalizados,
incluiria judeus mortais na Palestina; sua capital seria a Jerusalém literal,
com um templo literal, ao qual viriam os que fossem “deixados das
nações”, ainda em carne; e o tempo de oportunidade e a mortalidade
continuariam durante o milênio. 11 Contudo os adventistas, por ocasião de
sua primeira conferência geral, em 1840, ainda considerava estes
companheiros pré-milenialistas (inclusive homens como Wolff, Irving e
outros) como irmãos na proclamação da “proximidade do advento”. 12 Eles
recomendavam os escritos literalistas contra o pós-milenialismo, sabendo
embora que estes misturavam certos erros com a verdade central do

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Segundo Advento. Da mesma forma, hoje consideramos os mileritas como
nossos precursores embora eles, ao corrigirem alguns dos erros dos
literalistas, tivessem conservado outros de sua própria autoria. Também
reconhecemos os pré-milenialistas britânicos e europeus como parte do
“grande despertamento religioso … predito na profecia da primeira
mensagem angélica de Apocalipse 14”, no sentido de que, a partir do
“estudo das Escrituras”, eles viram e proclamaram “que o advento do
Salvador estava próximo” (O Grande Conflito, págs. 355 e 357) e não no
distante futuro pós-milenial. Consideramos que eles foram usados por
Deus para despertar multidões para a verdade central do Segundo Advento
quando se cumpriu o tempo da primeira mensagem angélica, embora não
possuíssem as verdades mais avançadas que foram desenvolvidas pelos
mileritas e, depois, pelos adventistas do sétimo dia.
Os mileritas enfatizavam o que tinham em comum com os literalistas –
a presença e reinado pessoais de Cristo durante o milênio – e
minimizavam o “literalismo” destes últimos como sendo uma aberração
curável. 13 Como disse mais tarde Litch: “Em 1840 foi feita uma tentativa de
abrir um intercâmbio entre os literalistas da Inglaterra e os adventistas dos
Estados Unidos. Mas logo se descobriu que eles tinham tão pouca
afinidade por nossas noções anti-judaicas quanto nós tínhamos pelo
judaísmo deles; e o intercâmbio foi rompido.” 14 O que os mileritas
repudiavam como “judaísmo” não tinha nada a ver nem com os ensinos
religiosos dos judeus nem com o sábado. Era uma doutrina específica
sobre o milênio, a saber, o ensino de que as profecias do Velho
Testamento sobre a restauração de Israel e sua liderança mundial deviam
se cumprir através de um ajuntamento futuro de judeus literais no reino
milenial de Cristo – um reino nesta Terra que teria como capital a
Jerusalém literal, à qual as nações subiriam para participar do templo e
seus serviços, os quais seriam restaurados.
Os mileritas, ao contrário, viam no ajuntamento de Israel o ajuntamento
dos santos imortais para encontrar a Cristo nos ares. Todos os verdadeiros
filhos de Abraão pela fé – judeus e gentios – seriam arrebatados ao soar
da trombeta, e então retornariam com Cristo para possuir a Terra
renovada.15
Todas as tentativas de conquistar os literalistas para este ponto de vista
falharam. A princípio havia alguns literalista entre os mileritas, mas em
1842 os mais preeminentes já haviam saído e fundado seu próprio
periódico. Nessa época já havia ficado claro para os adventistas que o
“judaísmo” tinha mais a ver com os pré-milenialistas literalistas do que com
os pós-milenialistas; que era de fato um ponto básico para o sistema de
crença deles (como ainda é hoje para os literalistas modernos, os pré-
milenialistas futuristas dispensacionalistas).16

A Política Externa Literalista

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Os literalistas britânicos – fortes entre os evangélicos anglicanos e em
várias igrejas não conformistas – não estavam dispostos a abandonar suas
esperanças de converterem judeus e enviá-los à Palestina para encontrar
seu Messias, especialmente em torno de 1840, quando a política britânica
de oferecer proteção aos judeus que moravam na Palestina despertou
grandes expectativas entre os pré-milenialistas. Na verdade, a influência
literalista estava ajudando, extra-oficialmente, a moldar essa política. Um
ardente literalista, Lord Ashley (mais tarde o Conde de Shaftesbury), era
confidente de Lord Palmerston, o secretário britânico de política externa, e
era casado com sua enteada. Ashely tinha esperanças particulares de
realizar, através da ação britânica, a restauração de Israel à Palestina
como preparo para o Segundo Advento. Em 1840 ele estimulou
Palmerston, apresentando razões políticas, a buscar apoio internacional
para a migração de judeus para a Palestina, enquanto confidenciava em
seu diário os verdadeiros motivos, que eram muito diferentes e
distintamente religiosos: “Jantei com Palmerston. Depois do jantar fiquei
sozinho com ele. Propus meu esquema, que pareceu estimular sua
fantasia. … Palmerston já foi escolhido por Deus para ser um instrumento
do bem para Seu antigo povo; para homenagear, por assim dizer, a
herança deles, e para lhes reconhecer os direitos mesmo sem crer no
destino deles. … Sou forçado a argumentar politicamente, financeiramente,
comercialmente; estas considerações ele compreende; ele não chora como
seu Mestre sobre Jerusalém, nem ora para que agora, finalmente, ela
possa colocar suas belas vestes.” 17 A influência de Ashley estava,
semelhantemente, por trás do estabelecimento de um consulado em
Jerusalém em 1838, e também da criação de uma diocese anglicana ali em
1841 e da nomeação de um bispo judeu-cristão para chefiá-la. Em 16 de
outubro de 1841, ele escreveu em seu diário: “Onde teríamos conseguido a
permissão do Sultão [para construir a igreja do bispo] sem a intervenção de
Palmerston em conseqüência de minhas repetidas e fervorosas
apresentações dos fatos?” 18 Mas o sonho de Ashley de uma migração dos
judeus para a Palestina patrocinada pelos britânicos e protegida por um
tratado não se concretizou. O tratado das quatro potências, de 1840,
ignorou o assunto. Até os próprios judeus mostraram pouco interesse;
passou-se mais de um século até que surgisse o Sionismo. Contudo, a
política britânica no século vinte em relação ao Oriente Médio deveu algo à
interpretação profética dos literalistas da década de 1830 e 1840. Como
disse um escritor recente: “A aventura do Lorde Shaftesbury marca o ponto
em que os eventos começaram a levar logicamente ao Mandato [da
Palestina].” … “[A política em relação ao Oriente Médio de] Palmerston
marca o início da intervenção britânica oficial em favor da “nação judaica” e
de seu restabelecimento na Palestina.” .. “Ashley não havia labutado em
vão. … Todos estes eventos centralizados na Terra Santa [inclusive ‘as
perspectivas visionárias suscitadas pela onda que surgiu entre os
evangélicos em prol da conversão dos judeus e da diocese de Jerusalém’]
se combinaram para criar quase um sentimento de propriedade em relação
à Palestina. A idéia de um anexo britânico ali através de uma restauração

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de Israel promovida pela Grã-Bretanha começou a atrair outras mentes
além da de Ashley. 19

Diferenças Entre os Adventistas


Ao passo que o movimento milerita, que estava em desenvolvimento,
divergia nitidamente dos literalistas, havia quase completo acordo entre os
adventistas de que o fim do mundo e o início da eternidade ocorreriam no
Segundo Advento, sendo que apenas os santos imortais sobreviveriam
durante o reino milenial. Contudo, alguns mileritas viam uma dificuldade:
De que forma poderia a Terra ser purificada pelo fogo no Segundo Advento
e os corpos dos ímpios serem ressuscitados na Terra renovada mil anos
mais tarde? Em abril de 1843 George Storrs (o milerita mais ativo em
ensinar a imortalidade condicional) concluíra que a destruição do Segundo
Advento não seria completa. Ele afirmava que haveria alguns “deixados
das nações”, em carne, que ainda teriam oportunidade de salvação e que
seriam súditos do reino milenial de Cristo e dos santos, e que os fogos que
destruiriam e renovariam a Terra viriam no final desse período.20 Em
outubro de 1844, segundo escreveu L. C. Gunn da Filadélfia, alguns numa
congregação lá haviam adotado um ponto de vista semelhante, e Charles
Fitch estava, na mesma época (não muito antes de sua morte) ensinando
oportunidade de salvação para os pagãos após o Advento. Outros,
acrescentou Gunn, como era seu caso, criam que por ocasião do Advento
ou pouco antes dele “muitos dos judeus se converterão miraculosamente, e
saudarão Sua vinda com a exclamação: ‘Bendito o que vem em nome do
Senhor.’” Todos estes, disse ele, “haviam mudado sua crença anterior,
discordando inteiramente do Sr. Miller, e do grande corpo dos crentes no
advento neste país – mas concordando com os literalistas.” 21 Em 1845
Storrs foi ainda além. Desiludido com o desapontamento milerita, ele
adotou inteiramente a doutrina literalista. “Ele acabou indo para o
judaísmo,” reclamou Enoch Jacobs, editor do The Day
Star (Cincinatti). Assim, considerou-se que Storrs haviam tomado uma
22

posição fora das fileiras dos adventistas. Outros adventistas, contudo,


como E. R. Pinney (1844) e Tiago White (1845) criam também que o reino
só seria estabelecido na Terra após o milênio,23 mas não adotaram
qualquer parte do literalismo. Antes do desapontamento estas variações
individuais, como as diferenças sobre a imortalidade inata ou condicional,
não causaram dissensão no movimento milerita.

Três Divisões Após 1844


Foi uma história diferente, porém, após outubro de 1844. Os
adventistas que não saíram do movimento logo se dividiram na procura
pela causa de seu desapontamento. Será que eles haviam se enganado
em seu cálculo dos 2300 anos e em soar o “clamor da meianoite” (“Aí vem
o noivo”) da parábola profética das dez virgens? Ou em considerar o

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Segundo Advento como cumprimento disto? Ou tinham estado enganados
quanto à natureza do Advento?
Durante os primeiros meses a impressão geral era de que eles estavam
apenas num breve “tempo de tardança” e que Cristo viria dentro de
algumas semanas ou meses no máximo. Mas na ocasião em que o “ano
judaico de 1844” se esgotou na primavera de 1845, emergiram três grupos
principais. Nenhum destes três grupos adotaram os conceitos literalistas
(isto só se tornou um ponto de debate em 1850); contudo pode ser bom
fazermos uma pausa aqui para traçar a origem destas três divisões, uma
vez que elas ajudam a explicar a referência da Srª White ao “tempo de
ajuntamento”.

1. A maioria. Na primavera de 1845 a maioria dos adventistas já havia


abandonado a crença de que 1844 havia marcado algum cumprimento de
profecia – quer a dos 2300 dias de Daniel, quer a do “clamor da meia-noite”
da parábola. Eles concluíram que o cumprimento destas profecias, bem
como o das três mensagens de Apocalipse 14, pertenciam a um ponto
indeterminado do futuro. (Portanto, permaneceram abertos a outras
marcações de data.) Esta maioria continuou negando o ponto de vista
literalista do milênio “judaico”, durante o qual haveria oportunidade de
salvação. 24
Em abril, os principais líderes mileritas, inclusive Miller e Himes,
realizaram uma conferência em Albany, New York. Ali adotaram uma
declaração de princípios e formaram uma organização indefinida de
congregações adventistas das quais, mais tarde vieram duas
denominações – os adventistas evangélicos (que já não existe mais) e os
adventistas cristãos. Houve outros que não aprovaram nem a declaração
de fé adotada pela conferência de Albany nem a organização, embora ela
fosse rudimentar; mas estes também formavam parte da maioria que
considerava o movimento de 1844 um erro.

2. As duas minorias. Um número menor, por outro lado, afirmava que o


movimento de 1844 havia de fato marcado um cumprimento de profecia.
Eles consideravam que o grupo da maioria havia negado a direção de
Deus nesse movimento, e portanto haviam abandonado a mensagem
adventista. Chamavam a maioria de “adventistas nominais” ou “professos
adventistas”. Esta minoria, que se apegou a “sua experiência passada” em
1844, dizia que os 2300 dias havia terminado e que a parábola do Noivo
havia se cumprido; e portanto que “fechou-se a porta” após o Noivo ter
vindo para as bodas. (Assim, a “porta fechada” tornou-se mais ou menos
equivalente à crença na validade do movimento de 1844.) Mas esta minoria
era composta de dois grupos incompatíveis, divididos por duas
interpretações mutuamente exclusivas da vinda do Noivo para as bodas.
Cristo obviamente não havia vindo; se, portanto, Seu Segundo Advento
havia ocorrido, não fora uma vinda visível, pessoal; ou então, se o
Segundo Advento deve ser visível, pessoal e glorioso, então esse evento
ainda não havia acontecido.

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O Grupo Minoritário A afirmava que eles haviam estado corretos tanto
no tempo quanto no evento esperado. Insistiam em que o Segundo
Advento não era um retorno literal, pessoal, mas uma vinda invisível
e espiritual, “nos Seus santos”. Portanto, foram apelidados de
“espiritualizadores” ou “espiritualistas”. 25 Estes, afirmando que Cristo havia
de fato voltado e eles já estavam no reino milenial, caíram no fanatismo de
não trabalhar, e em outros. Muitos deles se uniram ao “reino” dos Shakers
em 1846, enquanto outros logo se fragmentaram ou voltaram para os
outros adventistas. 26 O Grupo Minoritário B afirmava que o tempo estava
correto, mas que seu erro havia sido no evento esperado; que o
cumprimento não era de maneira alguma o Segundo Advento; e que ainda
devia ser esperada uma vinda visível e pessoal. Mas recusavam-se a
negar a validade de seu movimento de outubro de 1844 como sendo o
cumprimento dos 2300 dias e do “clamor da meia-noite” da parábola.
Diziam que o Noivo havia de fato vindo para as bodas e fechado a porta
(daí o serem conhecidos como o povo da “porta fechada”), mas, como
explicavam alguns, o Segundo Advento seria o Noivo
voltando das bodas.27 Este foi o grupo do meio entre os três, que evitou por
um lado a insistência dos espiritualizadores na posição de que tanto o
tempo quanto o evento tinham estado corretos, e que evitou por outro lado
a posição do grupo da maioria, que defendia o abandono tanto do tempo
quanto do evento.28 À medida que o tempo foi passando, muitos desta
classe se uniram ao grupo da maioria.

Os Adventistas do Sétimo Dia na Posição do Meio


Os fundadores adventistas do sétimo dia – um mero punhadinho a
princípio (os White, Bates e outros) – vieram deste grupo do meio.
Adotaram a nova explicação do santuário celestial à qual Hiram Edson
chegara no dia posterior ao desapontamento; 29 proclamaram a doutrina do
sábado como a terceira dentre as três mensagens angélicas, e vieram por
fim a formar a igreja adventista do sétimo dia.
Desde o princípio os fundadores adventistas do sétimo dia se opuseram
aos espiritualizadores e enfatizaram a futura vinda pessoal de Cristo. Na
verdade, verificaram que as fileiras de ex-espiritualizadores eram uma
fonte muito pobre de conversos. Estes conversos, observou Tiago White,
estavam tão cheios de noções de sua própria superioridade espiritual que
não se encaixavam entre seus irmãos; demonstravam-se membros
instáveis, propensos a apostatar novamente.30
Assim, parece que os primeiros adventistas do sétimo dia saíram
principalmente do grupo do meio, já que não obtinham a atenção do grupo
da maioria. Estes últimos os confundiam com os espiritualizadores porque
tanto os adventistas do sétimo dia quanto os espiritualizadores defendiam
a validade do movimento de 1844. 31
Não é de admirar, portanto, que durante estes primeiros anos de
divisão – o tempo da dispersão, como a Srª White disse em setembro de

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1850 – “os esforços feitos para propagar a verdade tiveram pouco efeito, e
realizaram pouco ou nada”. Agora, em 1850, ela estava insistindo na
unidade e na ação neste “tempo de ajuntamento”, quando “os esforços
para propagar a verdade terão o efeito planejado.” 32Mas nesta mesma
ocasião, disse ela, Satanás estava tentando desviá-los da verdade
presente e da tarefa presente através de outras distrações ainda,
principalmente a fixação de datas e a doutrina da era por vir. Uma vez que
os adventistas do sétimo dia defendiam a data de 1844 para o final dos
2300 dias, não estavam procurando uma data substituta. Isto lhe deu uma
certa imunidade às febres de fixação de datas promovidas por vários
indivíduos entre os outros adventistas. (Houve umas poucas exceções, por
volta de 1850.) Quanto ao conceito da era futura, os adventistas do sétimo
dia haviam conservado a crença milerita original de que a volta de Cristo
encerraria o tempo de graça e também iniciaria o reino dos santos imortais,
tanto judeus quanto gentios. Em 1850, também, já haviam desenvolvido
uma nova doutrina do milênio – que não era defendida, tanto quanto eu
saiba, por mais ninguém – um ponto de vista que colocava o reino
milenial no Céu, sendo que a Terra, durante este período, seria deixada
sem um único ser humano vivo. Este ponto de vista constituía uma vacina
eficaz contra o milenialismo literalista, que estava sendo ensinado de
maneira nova sob o nome de “a era por vir”. 33 O partido da era por vir, que
poderia ser chamado de outro grupo minoritário, emergiu mais tarde do
grupo original da maioria. Já que ele pertence à década de 1850, será
tratado mais adiante, após um exame do período de 1848 a 1850 e suas
marcações de data.

Os Levantes de 1848
Em 1848, enquanto uma onda de revoluções irrompia na Europa,
levantes populares derrubavam tronos e perturbavam a estrutura do poder
em muitos países, levando até mesmo o papa a fugir e tornando Roma
uma república. Em 1849 havia o temor de uma invasão da Rússia pelo
norte.

Alguns adventistas viram estes eventos como o “abalo das potestades


do céu”. 34 Para muitos a revolução das “potências gentias” da Europa
pressagiava o fim dos “tempos dos gentios” e a restauração de Israel,
especialmente já que em alguns países as revoluções trouxeram nova
liberdade aos judeus. Geralmente se supunha que os “tempos dos gentios”
se estendia até o segundo advento. 35
Em meados de 1848 Josias Litch, um dos principais autores mileritas,
foi instigado pelas revoluções que estava ocorrendo. Devido ao fato de que
em alguns países elas trouxeram nova liberdade aos judeus, ele esperava,
no final dos 2300 anos, uma emancipação iminente dos judeus e da Terra
Santa, que vinham sendo pisados pela dominação gentia. Ele concluiu
(embora tenha duvidado disto mais tarde) 36 que “estamos próximos, se não

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bem no meio, dos eventos ligados à purificação do santuário”. Em sua
obra A Restituição ele disse que “todo o Israel” – os salvos dentre os
judeus de todas as épocas – seriam reunidos para herdar o reino na Nova
Terra para sempre na primeira ressurreição, embora tenha acrescentados
que os santos gentios o partilhariam junto com eles; e rejeitou algum tempo
de oportunidade após o Advento. 37 Em novembro de 1848, Mordecai M.
Noah, um jornaleiro judeu da cidade de Nova Iorque, deu uma palestra –
amplamente divulgada na imprensa – sobre a chegada de um
“mensageiro” de Jerusalém solicitando caridade para os judeus de lá. Sua
oratória carregada de palavras emotivas transformou um apelo por fundos
(para construir uma sinagoga em Jerusalém) num sonido de trombeta
anunciando a emancipação dos judeus e prenunciando sua restauração.
Os trovões começam a ribombar por toda a Europa; … o Sol da
Liberdade começa a nascer; as cadeias dos judeus são rompidas, e eles
são elevados à categoria de homens. … O Sultão da Turquia, seguindo a
marcha das nações civilizadas, diz para os judeus que estão dentro de
seus domínios – “Vocês estão livres; vocês têm minha permissão para
erigir uma sinagoga em Jerusalém[”]; e mensageiros são enviados, como o
foram nos dias de Salomão, para pedir a ajuda de seus irmãos no mundo
todo. … Quando a trombeta soa no Monte Sião, todo ouvido se abre, todo
coração dispara. Sei muito bem que há muitos judeus ao redor do mundo
que olham apara a restauração de seus irmãos na Terra Santa como um
evento possível nas grandes mudanças que podem ocorrer daqui por
diante. …

Esta permissão para lançar uma pedra angular uma vez mais em
Jerusalém, para erigir um magnificente templo… é … um prenúncio das
grande promessas do futuro. 38
Copiado de um jornal para outro, a verbosidade de Noah se reduzia a
uma notícia: “Reconstrução do Templo Judaico”. 39 Havia outras
interpretações proféticas jornalísticas em circulação. Uma história de jornal
anunciava que ricos financistas judeus da família Rothschild estavam
negociando a compra da terra de Canaã para os judeus. 40 À medida que se
aproximava o ano de 1850, a imprensa citava vários prognósticos de
eventos momentosos – sendo um deles uma “profecia” do século
dezessete de que haveria levantes das nações no meio do século
dezenove, que um “príncipe do norte” devastaria a Europa, e que “um novo
pastor, o último” viria e traria paz. 41 Estas histórias de jornais eram
coletadas por alguns escritores adventistas – por alguns, para serem
refutadas; por outros, para serem apresentadas como sinais dos
tempos. 42 Tornaram-se mais numerosos que nunca os indivíduos que
marcavam datas para 1850. Provavelmente uma das razões para isto,
além dos eventos mundiais, era o fato de que 1850 era a data mais
distante para a qual se podia estender os 2300 dias pela mudança das 70
semanas, sem divorciar as últimas da data da crucifixão (embora, de
qualquer forma, quando 1850 passou alguns conseguiram estender os
2300 dias para 1851). 43

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Os Adventistas do Sétimo dia e a Fixação de Datas
Enquanto Tiago e Ellen White estavam morando em Oswego, estado
de Nova Iorque, em 1849 e 1850, viram-se tendo de contender com dois
pregadores adeptos da fixação de datas que imprimiam ali um jornal, The
Watchman, para proclamar o Advento em 1850. 44 Os adventistas do sétimo
dia eram doutrinariamente imunes a qualquer mudança dos 2300 dias ou
70 semanas, contudo estavam expostos a todas estas noções que eram
apresentadas ou refutadas nos outros periódicos adventistas. Embora
Tiago White conservasse a fixação de datas fora de seus próprios
periódicos (a Present Truth, a Advent Review, e a Review and Herald), dois
de seus irmãos publicaram sua própria fixação de datas: Hiram Edson para
1850 e José Bates para 1851. O livreto de Edson publicado em 1849
predizia com grande certeza o encerramento da graça naquele ano e o
Segundo Advento em 1850; o panfleto de Bates publicado em 1850 não
apresentava uma predição positiva, mas apresentava em sua conclusão,
de maneira suficientemente clara, o ponto de de que o ministério de Cristo
no Santo dos Santos duraria sete anos (a partir de 1844). 45 Ambos
datavam “a plenitude dos gentios” e o fim dos “tempos dos gentios” em
1844, e ambos acreditavam que isto traria uma mudança a um
“remanescente” de Israel, 46 contudo nenhum dos dois adotou o ponto de
vista literalista. Vemos aqui a influência da obra de Litch publicada em
1848 e já mencionada?
Embora Bates se referisse só ligeiramente à “misericórdia sendo
estendida a um remanescente do Israel literal”, Edson escreveu todo um
panfleto sobre “o retorno final dos judeus em 1850”. 47 Ele citou relatos de
jornais dos levantes europeus, e o floreado discurso de Noah. Concluiu que
em 1844 havia terminado o pisar o santuário, e que1850 veria 144.000
judeus reunidos em Jerusalém e selados. Uma vez que seu termo “judeus”
incluía também os gentios enxertados que recebem o selo (o sábado), sua
linguagem quase parece convidar o leitor a ir à “velha Jerusalém”, embora
ele na verdade não diga isso.48 E ele definitivamente não era um literalista.
Nenhuma dessas duas publicações particulares parece ter tido vasta
influência sobre os adventistas do sétimo dia, e ambos os homens
abandonaram seus conceitos atípicos quase antes da tinta secar.

Em 1850 David Arnold, escrevendo na Present Truth, citou


semelhantemente o discurso de Noah como evidência de que os judeus já
não estavam pisados desde o final dos tempos dos gentios, em
1844. 49 Provavelmente Tiago White permitiu esse artigo em suas colunas
porque se opunha à fixação de datas em 1850, e não ensinava na verdade
o literalismo. Estas produções mostram a necessidade das mensagens da
Srª White em 1850 e 1851 para guardar seus irmãos contra alguns dos
ventos de doutrina da época.

A Controvérsia da Era Por Vir

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Na verdade, os ventos de doutrina ganharam força de um furacão em
1850 entre os adventistas – especialmente entre o grupo da maioria – com
respeito à “era por vir”. Este era um novo nome para o velho literalismo que
os mileritas haviam denunciado como “judaísmo”. O resultado foi o
surgimento de um partido da era por vir, não-organizado mas distinto,
abrangendo aqueles que adotaram o conceito literalista do milênio.50 Os
principais expoentes o descreviam de forma ligeiramente variada, mas
todos eles o viam como um período de continuação da graça, com judeus
mortais na Jerusalém literal. Alguns adeptos do ensino da era por vir
acabaram por fim se organizando em denominações que traziam o nome
de Igreja de Deus: uma (que observava o domingo) foi a Igreja de Deus da
Fé Abraâmica (Oregon, Illinois), e o outro grupo (sabatista) – através de
duas ramificações saídas dos adventistas do sétimo dia – se tornou a
Igreja de Deus (Denver, Colorado) e outras corporações relacionadas a
ela, inclusive a que mais tarde se tornou conhecida como Igreja de Deus
Mundial. 51 De onde veio a doutrina da era por vir que esteve em voga na
década de 1850? Possivelmente tenha se originado principalmente das
publicações literalistas britânicas que haviam circulado entre os mileritas.
Contudo, o nome parece ter vindo do título dos editoriais de 1850, e do
livro de 1851, ambos da autoria de Joseph Marsh. Certamente seu
periódico, The Advent Harbinger (Rochester, New York), se tornou o ponto
de anúncio da doutrina, embora outros a tenham ensinado antes dele.
A frase “era por vir”, e o que foi possivelmente um ligeiro prenúncio do
esquema milenial de Marsh, já podia ser encontrado em 1846 numa
obscura porção do artigo de O. R. L. Crosier sobre o santuário numDay-
Star Extra. Contudo, não fica evidente nenhuma influência dele sobre
Marsh; Crosier, embora fizesse parte da equipe editorial do Advent
Harbinger desde 1847, só escreveu alguma coisa ali sobre a era por vir em
1850, depois de Marsh ter escrito sobre isto.
O artigo de Crosier no Day-Star continha a declaração original por
inteiro da doutrina do santuário, baseada na explição de Hiram Edson em
23 de outubro sobre o desapontamento milerita. Ele foi reimpresso em
parte por Tiago White em setembro de 1850, 52 mas a seção que tem o
título “A Era por Vir” é pouco conhecida porque foi omitida na reimpressão.
(A omissão era lógica, não só porque era irrelevante para o tema principal,
mas também porque nessa ocasião “era por vir” tinha se tornado o título do
milênio “judaico”. Nesta seção Crosier descreve o milênio como um tempo
de restituição, uma transição gradual que precede a Nova Terra. Ele a
chama de “uma era de reparos, nos quais os santos imortais se
empenharão”, uma era em que “os cativos de Sião” (que ele não define
quem são) serão purificados do pecado e possuirão “sua ‘própria terra’, e
as ruínas serão edificadas”. Então Satanás reunirá “os pagãos” contra a
cidade querida.53 As palavras usadas são demasiado indefinidas para
indicar sua fonte ou seu possível efeito sobre o desenrolar posterior dos
fatos.
Outras possíveis fontes de influência sobre a doutrina da era por vir de
Marsh, surgida em 1850, poderiam ser dois outros que apresentaram

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   12  


conceitos literalistas em 1846 e 1848: J. B. Cook, da Nova Inglaterra (que,
como Crosier, guardou o sábado por um pouco de tempo, escreveu em
favor dele, e depois o abandonou), e Henry Grew, da Filadélfia (que
escreveu um tratado o qual levou Storrs ao conhecimento da doutrina da
imortalidade condicional). 54
Ainda em novembro de 1849, Marsh reafirmou mais uma vez, em
essência, a posição padrão do milênio defendida pelos mileritas, exceto
pela omissão da renovação da Terra no Advento. Contudo ele declarou
que nunca havia tomado uma posição definitiva sobre a natureza do
milênio. Em dezembro, ao apresentar trechos de um autor literalista, ainda
professava estar em desacordo com ele sobre o retorno literal dos judeus à
Palestina e sobre a oportunidade de salvação após o Segundo
Advento. 55 Então vieram, a partir de janeiro de 1850, seus editoriais sobre
a “Era por Vir”, que introduziram um conceito literalista após o outro. Ou
seu “desacordo” se limitava a pequenos detalhes, ou ele estava mudando
de posição. A partir do início de 1850 começaram a aparecer
no Harbinger artigos de Grew, Cook, e outros que haviam defendido
conceitos literalistas antes de Marsh. O Advent Herald se levantou em
defesa da “fé original adventista”. Na conferência realizada em Nova Iorque
em maio, Himes falou com ênfase: Falamos da apostasia de conceitos
adventistas. Sim, há apostasias – e sérias. O judaísmo está sendo
ensinado. Se os irmãos não pretendem ensiná-lo, que eles nos digam isso,
e não que ensinem isto sob o disfarce de Adventismo. Judaísmo e
Adventismo são duas coisas diferentes. Temos estado batalhando contra o
primeiro desde o princípio; e quando quer que nossos irmãos o tenham
adotado, eles os enfeitiçou completamente. 56
Marsh respondeu, objetando que seus artigos tinham sido mal
compreendidos, mas a conferência nomeou uma comissão para escrever
um “discurso” tratando das atuais “apostasias”. Este discurso, reafirmando
a declaração de 1845 de Albany e atacando a doutrina da era por vir, foi
apresentado a uma segunda conferência, realizada em Boston no final de
maio, e por ela adotado. 57
Marsh retorquiu editorialmente que sua doutrina tinha “sido rotulada
pelo Herald e pela Conferência de Boston com o odioso epíteto
‘Judaísmo’”, embora o Herald tivesse publicado os escritos dos literalistas
britânicos, que “defendem um retorno literal dos judeus à Palestina e a
oportunidade de salvação após o advento”. 58 Sua tentativa de dizer que
não defendia estes dois pontos se baseava numa diferença da espessura
de um fio de cabelo no significado de algumas palavras. 59 Provavelmente a
contínua oposição o levou a tomar uma posição mais firme em seu livro de
1851, A Era por Vir, o qual declarava seus conceitos literalistas mais
amplamente. 60 Marsh ensinava as principais doutrinas literalistas do
milênio: continuação da oportunidade de salvação para os mortais
deixados na Terra; os descendentes crentes de Israel numa posição
especial no reino davídico; o templo de Ezequiel e os sacrifícios
comemorativos; a “velha Jerusalém” reconstruída, purificada e glorificada
como a capital do império milenial (não a Nova Jerusalém e a Nova

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Terra). 61 Contudo, nem ele nem seu associado Crozier (como o nome
estava sendo escrito nessa época) defendia um retorno literal dos judeus
para a Palestina antes do Advento, como Grew e Cook defendiam. 62 Marsh
reimprimiu no Advent Harbingerseleções de obras literalistas. Ele abriu
suas colunas para Storrs, que ali promoveu um livro sobre o Israelismo
Britânico, ensinando a herança da Palestina pelos supostos descendentes
britânicos das dez tribos, juntamente com um Judá judaico. 63 Mas essa
doutrina não parece ter sido uma questão importante na controvérsia da
era por vir. As principais citações mencionadas como erros no “discurso”
da Conferência de 1850 de Boston, foram as seguintes, extraídas dos
editoriais de Marsh sobre a era por vir, e que na maior parte tratam da
Jerusalém restaurada e do perdão após o Advento: “Jerusalém será
recuperada das mãos dos gentios e adaptada para ser o local do trono de
Sua glória.” 64
“Numerosas profecias predizem de maneira tão clara e positiva a
reconstrução de Jerusalém novamente como predizem sua queda. E como
eles reconstruirão Jerusalém como a gloriosa cidade do Senhor durante
Seu reino milenial, é evidente que a nova Jerusalém, que não deve
ser reconstruída, não pode ser essa cidade.” … “Ela [a passagem de Isaías
54] não fala da nova Jerusalém que deverá estar localizada na Nova Terra,
mas da Jerusalém literal em seu estado redimido, purificado, embelezado e
glorificado, na Era por vir, sob o reino milenial de Cristo.“ … “Após o
encerramento desta era do evangelho, Cristo iria ‘voltar’ e reconstruir
novamente o tabernáculo de Davi, que foi derrubado. … Isto não pode ser
a Nova Jerusalém ou o ‘tabernáculo de Deus’ (Apoc. 21:3), pois ele nunca
foi derrubado.” … Somos forçados a concluir que há três Jerusaléns
mencionadas na Bíblia: 1. Jerusalém, que está pisada, e agora em
escravidão. 2. Jerusalém, redimida, reconstruída,… a cidade querida
durante Seu reino milenial sobre a Terra; e 3. A nova Jerusalém que
descerá do Céu da parte de Deus após o término dos mil anos do reinado
de Cristo. 65 “Esta profecia [Isa. 66:15-24] primeiro prediz claramente a
vinda do Senhor; depois nos informa que ‘serão muitos os mortos da parte
do Senhor’ naquele dia, mas nos dá a entender que ‘alguns [serão] salvos’
desta destruição, os quais, cremos, não serão então transformados para a
imortalidade, mas serão enviados para declarar a fama e glória do Senhor
aos gentios, e às ilhas que não ouviram Sua fama nem viram Sua glória.”…
“Os restantes das nações, que escaparem da grande destruição na
vinda de Cristo ou próximo a ela, serão favorecidos com o gracioso
privilégio de se submeterem a Sua lei universal; mas no caso de não-
aceitação de Sua oferta de misericórdia, em vez de repreensões e
súplicas, como nesta era de graça, os ofensores receberão a rápida
execução de juízos.” 66 Em vários editoriais e artigos no Harbinger em 1850
e 1851, as frases “Jerusalém reconstruída” ou “reedificada” e “reedificar o
tabernáculo de Davi” ocorrem repetidamente em conexão com o reino
milenial. 67

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A Resposta Adventista
Como Himes e o grupo da maioria reagiram à doutrina da era por vir?
Sustentaram que não havia profecia que ainda precisasse ser cumprida
numa era futura antes do final do tempo de graça, e que as promessas
feitas a Israel estavam sendo mal interpretadas. Contra o novo “judaísmo”,
os escritores doAdvent Herald repetiram os mesmos argumentos
escriturísticos que haviam sido empregados no período de Miller, e os
mesmos que foram usados mais tarde pelos pioneiros adventistas do
sétimo dia. Alguns destes, quando usados hoje, são considerados novos
por aqueles que não conhecem o que os antigos adventistas – e
adventistas do sétimo dia – diziam sobre este assunto. Os principais
pontos apresentados pelos vários escritores podem ser assim
relacionados: 68 1. As promessas do Reino para o antigo Israel eram
condicionais. “Muitas delas foram feitas a eles [os judeus]
condicionalmente, e como não houve cumprimento das condições, as
promessas agora não são agora válidas para eles.” . “Aqui [em Jer. 18:7-
10] temos as invariáveis condições sob as quais são dadas todas as
promessas nacionais.” 69 2. Estas promessas foram perdidas pelo não-
cumprimento das condições. “Quando Ele [Cristo] veio, … e Sua nação O
rejeitou, o tempo de oportunidade para eles terminou. … O tempo de
oportunidade nacional para receberem a herança e o reino [de Deus]
estava no fim.” 70 [citado Mateus 21:43.] 3. Estas profecias retratam o que
poderia ter sido se as condições tivessem sido cumpridas. “Se eles [os
judeus como nação] tivessem sido fiéis a suas obrigações de aliança, quer
parecer que teriam sido finalmente abençoados de maneira semelhante às
bênçãos prometidas na Nova Terra.” … “[Após o cativeiro babilônico] o
completo arrependimento e a continuidade da obediência lhes teriam
novamente assegurado a promessa … das condições ideais de vida
prometidas a seus pais, e por eles perdidas.” 71“Se a nação houvesse …
aceitado a Cristo, não teria caído, mas teria, como nação, tido as
vantagens sobre todas as outras nações. … Se com a queda deles e a
diminuição do seu número, os gentios foram enriquecidos, quanto mais
teriam eles sido enriquecidos se o pleno número (a plenitude…) dos judeus
tivesse crido.” 72 4. Algumas destas profecias foram cumpridas para os
judeus no passado. “As profecias que se destinam a apresentar aos judeus
e a Jerusalém uma esperança futura [incluem] as profecias que se referiam
à restauração dos judeus do cativeiro em Babilônia.” 73 5. Algumas seerão
cumpridas para o “verdadeiro Israel” na recompensa final dos
salvos. “Então [na ressurreição dos justos] será verificada a antiga
promessa: ‘Eis que abrirei as vossas sepulturas, … ó povo Meu, e vos
trarei à terra de Israel’. Os patriarcas e sua verdadeira descendência
herdarão o território prometido quando viverem no estado
ressuscitado.” 74 6. As profecias do Velho Testamento devem ser
compreendidas em harmonia com a interpretação inspirada do Novo
Testamento “[Algumas promessas] são explicadas pelos
comentaristas inspirados do Novo Testamento, a fim de serem válidas para

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todos os que são da fé denosso pai Abraão, para todos os que são
enxertados na boa oliveira.” 75 “Se não tivéssemos nenhuma exposição
inspirada [do Novo Testamento] sobre as promessas relacionadas à
herança de ‘Abraão e a sua posteridade’, haveria alguma desculpa para se
aplicar as promessas a Abraão e sua posteridade segundo a carne. … Mas
precisaríamos de uma nova revelação antes de ousarmos aplicar essas
promessas aos judeus como tais, … pois Paulo as aplicou de outra
forma.” 76 Para todos estes argumentos contra a interpretação “judaizante”
os escritores citavam vários textos bíblicos. É verdade que nem todos eles
ficaram dentros dos limites adequados da evidência bíblica. Alguns deles –
da mesma forma que, infelizmente, certos sucessores adventistas do
sétimo dia em anos posteriores – se meteram em apuros e disseram que,
uma vez que as profecias não prometiam aos judeus literais uma
restauração futura como teocracia, nunca haveria, de forma alguma, uma
nação judaica na Palestina. Mas alguns deles, mais de um século atrás,
salientaram a distinção válida entre um retorno como uma entidade política,
nacional, e um retorno como a teocracia predita nas profecias divinas.

Não um Cumprimento de Profecia


Tome Himes, por exemplo. O que ele teria dito se pudesse ter olhado
numa bola de cristal e visto o estabelecimento do estado de Israel no
século vinte? Teria decidido que os conceitos proféticos dos adeptos da
era por vir afinal de contas estavam certos? Dificilmente – não mais do que
teria adotado a doutrina do Israel Britânico se tivesse visto Allenby
entrando em Jerusalém e a Liga das Nações estabelecendo o Mandato
Britânico na Palestina.

Ele teria dito, presumivelmente, exatamente o que já dizia em 1849, ao


discutir as grandes expectativas de M. M. Noah: que mesmo que os judeus
pudessem ser restaurados nacionalmente na Palestina sob condições de
teste, sua ocupação da terra não constituiria um cumprimento das
profecias. A promessa, diz Himes, era da “terra … em possessão
perpétua.” … Uma simples peregrinação na terra da promessa não poderia
ser um cumprimento dela. … Assim como uma mera residência naquela
terra, quer como nação ou como indivíduos, não era a possessão
prometida, assim a continuação mais longa dos judeus, ou outra
restauração deles ali, sob as mesmas condições de teste, não seria ou não
poderia ser um cumprimento da promessa.” 77 Curiosamente, Crozier, no
campo da era por vir, disse quase a mesma coisa mais tarde. Uma vez que
ele ensinava a restauração literal de Israel durante o milênio, contendia
com aqueles que esperavam que ela começasse antes do Segundo
Advento. Mesmo que Rothschild comprasse a Palestina, reunisse os
judeus e reconstruísse o templo, declarou ele, isso não seria um
cumprimento da profecia. 78 E isso não era novo. Já em 1842 Henry Dana
Ward havia escrito: “Se eles fossem restaurados à Palestina hoje, não

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   16  


poderiam tê-la mais do que Jeftá [sic], Samuel e Davi a tiveram; mas como
a posse deles não foi a posse prometida [pois todos estes ‘não obtiveram
... a concretização da promessa’ (Heb. 11:39 e 40 citados)], a posse por
judeus modernos também não seria a posse prometida. … Aqueles que a
herdarem com [Abraão e Cristo] não a esperarão nesta vida mortal, mas na
ressurreição e na vida eterna.” 79 Os adventistas do sétimo dia, ainda um
pequeno grupo minoritário, permaneceu fora da controvérsia de 1850; na
verdade, dificilmente teriam sido aceitos como aliados por qualquer dos
dois lados. O partido do Advent Herald de Himes e os adeptos da era por
vir de Marsh reconheciam-se mutuamente como irmãos em erro, mas
consideravam os adventistas do sétimo dia como totalmente fora de seu
âmbito. Estes últimos, por sua vez, consideravam os outros dois como
tendo se afastado da mensagem adventista original e rejeitado a nova luz
sobre o sábado. 80 Mas a doutrina adventista do sétimo dia sobre o milênio
impedia a aceitação dos conceitos da era por vir: com todos os redimidos
no Céu e nenhum ser humano deixado vivo na Terra, simplesmente não há
espaço quer para uma oportunidade de salvação após o Segundo Advento
ou para um reino milenial “judaizante” na Terra. Da mesma forma que o
ponto de vista “anti-judaizante” dos mileritas, a crença adventista do sétimo
dia não tinha nada a ver com os judeus ou com sua religião ou status
nacional. Ela se opunha a uma específica interpretação profética cristã, a
saber: a aplicação de certas profecias a um esperado ajuntamento e
conversão dos judeus, e ao lugar deles num reino “davídico” sobre a Terra
durante o milênio. (Uma opinião a favor da interpretação literalista
“judaizante” das profecias, ou contra ela, não torna alguém pró israelita ou
anti-israelita, da mesma forma que a aceitação ou rejeição da alegação do
Israel Britânico não torna alguém pró ou anti-Britânico.) 81

Meshullam e a Velha Jerusalém


Se em 1850 e 1851 os adventistas do sétimo dia defendiam doutrinas
incompatíveis com os vários ensinos contemporâenos sobre “o tempo”, a
“era por vir” e os judeus, por que então eles precisavam dos conselhos da
Srª White sobre o “Tempo do Ajuntamento”? Porque eles não estavam
isolados da guerra de idéias que ocorria nos vários periódicos adventistas.
Alguns, como Edson, tinham obviamente sido afetados pelas
interpretações proféticas populares na época e pelas notícias
contemporâneas. Embora não pareça haver nenhum indicativo de que as
insinuações de Edson sobre um “selamento” em 1850 em Jerusalém tenha
suscitado qualquer interesse de se ir para lá, contudo de outras regiões,
nessa mesma época, vieram estímulos à ação em conexão com “a história
de Meshulam”. Em junho de 1850, a Srª Clorinda Minor da Filadélfia, após
ter retornado de uma visita à Palestina, publicou um breve esboço
biográfico de John Meshullam – um judeu cristão nascido na Inglaterra que
tinha uma fazenda perto de Belém e fazia o que podia para ajudar os
judeus indigentes de Jerusalém, dando-lhes produtos da colheita ou

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   17  


emprego. No princípio de 1851 ela ampliou sua narrativa, incluindo um
relato de suas viagens tirado de seu diário. Neste livro,
intitulado Meshullam! Or, Tidings From Jerusalem (Meshullam! ou: Boas
Novas de Jerusalém), ela solicitava fundos e pessoas para auxiliarem o
projeto de Meshullam, 82 que ela investiu de significação profética. Seu
entusiasmo missionário via nas florescentes colheitas dele um sinal de que
o favor de Deus estava voltando à “terra”. Sua imaginação transformou o
punhado de lavradores judeus que ele empregava na vanguarda do retorno
de Israel a sua terra, e a fantasia dela os viu como conversos em
perspectiva que constituiriam o “remanescente” reunido para dar as boas-
vindas ao Messias que voltava a Sua capital, em preparo para a completa
restauração após o Segundo Advento. 83 O plano dela não era só coletar
dinheiro e suprimentos, mas também levar para lá um grupo de
colonizadores. Eles deveriam lavrar o solo e trabalhar pela reabilitação dos
judeus indigentes de Jerusalém, a fim de libertá-los da dependência de
seus rabis e do favor financeiro da comunidade judaica internacional, e
também para convertê-los. Numerosos artigos apareceram em 1851
no Advent Harbinger, com J. B. Cook dando entusiástico apoio à Srª Minor,
mas Marsh pedindo cautela e Crozier por fim desacreditando-a.84 Tanto
Marsh quanto Crozier consideravam o projeto dela visionário, de sucesso
duvidoso e também sem base bíblica, porque eles não esperavam nenhum
retorno dos judeus antes do Advento.
No outono seguinte a Srª Minor de fato partiu para lá de navio com um
grupo de sete pessoas. Logo, contudo, vieram problemas, más notícias, e
a separação de Meshullam, que disse não ter nada a ver com sua suposta
ajudadora.85 A Srª Minor, que observava o sábado embora não fosse
adventista do sétimo dia, parece ter tentado sem sucesso induzir os
batistas do sétimo dia a continuarem o projeto dela.86 Uma vez que ela era
bem conhecida de alguns dos primeiros adventistas do sétimo dia,87 é bem
possível que alguns deles tivesse sido atraído por essa ideia de “ir à velha
Jerusalém” se não tivessem sido os conselhos da Srª.White sobre o
“Tempo de Ajuntamento”.

Análise das Mensagens


Estas mensagens, que forneceram orientação numa época de confusão
e controvérsia,88 revelam unidade e significado em vista de seu contexto.
Um estudo deste conselho mostrará que cada seção era relevante para
algum erro ligado direta ou indiretamente com a controvérsia da era por vir
que estava ocorrendo naquela época:

O Tempo do Ajuntamento
[a] “No dia 23 de setembro [de 1850], O Senhor mostrou-me que Ele
havia estendido a Sua mão pela segunda vez para reaver o remanescente
de Seu povo, e que se deviam fazer esforços redobrados neste tempo do

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   18  


ajuntamento. Na dispersão, Israel fora castigado e maltratado, mas agora
no tempo do ajuntamento, Deus sarará o Seu povo e o unirá. Na dispersão
fizeram-se esforços para espalhar a verdade com pouco êxito, pouco ou
nada tendo sido conseguido; mas no ajuntamento, quando Deus coloca a
Sua mão para readquirir o Seu povo, esforços para disseminar a verdade
terão o seu esperado efeito. Todos devem estar unidos e cheios de zelo na
obra. Vi que era errado se referirem alguns à dispersão, daí tirando
exemplos para nos governar no ajuntamento; pois se Deus não fizesse
mais por nós agora do que fez então, Israel jamais seria ajuntado.”89 Esta
seção introdutória mostra claramente que ela aplicou o ajuntamento de
Israel a “nós”. Mais tarde ela aproveitou a oportunidade para inserir uma
nota explicativa aplicando-o definidamente ao povo do movimento do
Advento.90 [b] “Tenho visto que o diagrama de 1843 foi dirigido pela mão do
Senhor, e que ele não deve ser alterado; que as figurações eram o que Ele
desejava que fossem, e que Sua mão estava presente e ocultou um
engano em alguma figuração, de maneira que ninguém pudesse vê-lo, até
que Sua mão fosse removida.”
A cronologia milerita, nos principais pontos, devia ser conservada. As
fixações de data que ocorreram em 1850 e 1851 fora do grupo adventista
do sétimo dia, estavam quase todas baseadas em mudanças na datação
dos 2300 anos. 91 [c] “Vi então em relação ao ‘contínuo’ (Dan. 8:12), que a
palavra ‘sacrifício’ foi suprida pela sabedoria humana, e não pertence ao
texto, e que o Senhor deu a visão correta [disto] àqueles a quem deu o
clamor da hora do juízo. Quando houve união, antes de 1844, quase todos
eram unânimes quanto à maneira correta de entender o ‘contínuo’; mas na
confusão desde 1844, outras opiniões têm sido abrigadas, seguindo-se
trevas e confusão. O tempo não tem sido um teste desde 1844, e nunca
mais o será.” A referência dela ao “contínuo” e ao “sacrifício” não deixava
de estar relacionada a um erro concernente ao “ajuntamento de Israel”. O
que ela viu, em relação ao contínuo, foi que “a palavra ‘sacrifício’ foi
suprida”, e que os mileritas tinham “a visão correta” disto e que estavam
unidos quanto a isto até que outras opiniões surgiram após 1844. O “isto”
sobre o qual eles unidamente tinham a visão correta poderia
gramaticalmente se referir ou (1) ao “contínuo” em si, ou (2) ao fato de “que
a palavra ‘sacrifício’ foi suprida… e não pertence ao texto”. Contra a
posição (1) está o fato de que ela mais tarde escreveu que não tivera
“nenhuma instrução a respeito do ponto em discussão”, sendo que o ponto,
mencionado cinco linhas acima (1 ME 164), era “o verdadeiro sentido de ‘o
contínuo’”. E em favor do ponto (2) está o fato de que os mileritas haviam
unida e repetidamente insistido que a palavra “sacrifício” não estava no
texto. Eles usaram este argumento para refutar muitos de seus oponentes
que defendiam que a remoção do “contínuo” era a remoção dos sacrifícios
judaicos por Antíoco durante um período de 2300 (ou 1150) dias
literais. 92 Eles insistiam que o período era de 2300 anos, não dias, e que a
purificação no final desse tempo não tinha nada a ver com os sacrifícios
judaicos. Ademais, é interessante notar que, entre as “outras opiniões”
abrigadas “na confusão desde 1844” estava pelo menos a exposição de

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   19  


um literalista, a qual interpretava o “contínuo” como sendo “os sacrifícios
judaicos contínuos que ainda devem ser restaurados” num futuro templo, e
que computava os 2300 como sendo dias literais.93 Assim, pode ser visto
neste parágrafo que o “contínuo”, os supostos sacrifícios, e “o tempo” têm,
afinal de contas, uma ligação lógica.
[d] “O Senhor me tem mostrado que a mensagem do terceiro anjo deve
ir, e ser proclamada aos dispersos filhos do Senhor, mas não deve estar na
dependência do tempo. Vi que alguns estavam conseguindo um falso
excitamento, despertado por pregarem tempo; mas a mensagem do
terceiro anjo é mais forte do que o tempo possa ser. Vi que esta
mensagem pode sustentar o seu próprio fundamento e não necessita de
tempo para fortalecê-la; e que ela irá em grande poder e fará a sua obra, e
será abreviada em justiça.” Esta advertência contra a ligação da terceira
mensagem angélica com a fixação de datas foi dada numa visão em 21 de
junho de 1851. É uma referência direta à expectativa de Bates a respeito
de 1851.94
[e] “Foram-me indicados então alguns que estão em grande erro de crer
que é seu dever ir à antiga Jerusalém, entendendo que têm uma obra a
fazer ali antes que o Senhor venha. Tal opinião é de molde a afastar a
mente e o interesse da presente obra do Senhor, sob a mensagem do
terceiro anjo, pois os que pensam que devem não obstante ir à velha
Jerusalém terão sua mente posta ali, e os seus recursos serão tirados da
causa da verdade presente para permitir a eles e outros estar ali.”

A primeira referência ao suposto dever de ir à “antiga Jerusalém” (parte


da visão de setembro de 1850) 95 rotula isto como um erro presente. [f] “Vi
que tal missão não realizaria nenhum bem real, que levaria um bom
espaço de tempo para levar alguns judeus a se tornarem crentes mesmo
na primeira vinda de Cristo, quanto mais no Seu segundo advento. Vi que
Satanás havia enganado sobremodo alguns neste ponto e que almas a
todo o redor deles, neste país, poderiam ser ajudadas por eles e levadas a
guardar os mandamentos de Deus, mas eles as estavam deixando
perecer.” A segunda referência a ir a Jerusalém, e a futilidade disto, foi
acrescentada em agosto de 1851, na ocasião em que ela estava reunindo
estas mensagens para publicação no Experience and Views. Isto foi pouco
antes do grupo da Srª Minor embarcar, e na própria ocasião em que
estavam sendo feitos apelos em favor de “alguns fiéis colaboradores”, para
se conseguir mil dólares a fim de enviá-los a Belém para ajudar
Meshullam. 96
[g] “Vi também que a velha Jerusalém jamais seria reconstruída, e que
Satanás estava fazendo o máximo para levar a mente dos filhos do Senhor
para essas coisas agora, no tempo do ajuntamento, impedindo-os de
dedicar todo o seu interesse à presente obra do Senhor, levando-os assim
a negligenciarem a necessária preparação para o dia do Senhor.” A
declaração de que a velha Jerusalém nunca seria reconstruída (também
acrescentada em agosto de 1851) indica claramente que alguns estavam
esperando que ela fosse reconstruída no futuro. Obviamente esta

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   20  


expectativa de uma futura reconstrução, e não a imediata ida lá, era o olhar
“para a velha Jerusalém” que ela identificou com a “era por vir” do milênio
(por definição, uma era futura).97 Na verdade os escritores da era por vir
enfatizavam repetidamente a futura reconstrução de Jerusalém como a
gloriosa capital durante o milênio.
O conceito que a era por vir tinha disto fica claro pelo que Marsh
escreveu no Advent Harbinger: “Numerosas profecias predizem de maneira
tão clara e positiva a reconstrução de Jerusalém novamente como
predizem sua queda. E como eles reconstruirão Jerusalém como a gloriosa
cidade do Senhor durante Seu reino milenial, é evidente que
a nova Jerusalém, que não deve ser reconstruída, não pode ser essa
cidade. … Não fala da nova Jerusalém que deverá estar localizada na
Nova Terra, mas da Jerusalém literal em seu estado redimido, purificado,
embelezado e glorificado, na Era por vir, sob o reino milenial de
Cristo.” 98 Portanto é óbvio que a negação, por parte da Srª White, de que a
velha Jerusalém seria “reconstruída”, refere-se ao tempo do milênio, e não
a alguma reconstrução na era presente.
Notas:
[1] Early Writings, págs. 75-76 (itálicos acrescentados). Para as datas
das duas visões, ver Present Truth, 1:86, Novembro de 1850, e Mensagens
Escolhidas, livro 1, pág. 188.Para os acréscimos, ver A Sketch of the
Christian Experience and Views of Ellen G. White (geralmente mencionado
comoExperience and Views), págs. 48 e 62.
[2] Tiago White, Editorial, “Our Present Work” (Nossa Presente
Obra), Review and Herald, 2:12 e 13, 19 de agosto de 1851.
[3] Ellen G.White, carta 8, 1851, escrita em 12 de novembro para o
“irmão e a irmã Howland”. Referindo-se a alguns que haviam ficado
desapontados ao esperar o segundo advento em 1851, ela menciona que
lhe havia sido mostrado que alguns, “tentando conseguir um substituto
após a passagem do tempo . . . estariam olhando para a velha Jerusalém,
ou, como a denominavam, a era por vir”.

[4] Joseph Marsh, “A Era Por Vir,” parte 1, Advent Harbinger, n.s. 1:228,
5 de janeiro de 1851.
[5] Josué V. Himes, falando numa conferência em Nova Iorque, Advent
Herald n.s. 5:125, 18 de maio de 1850 (ver também Isaac C.
Wellcome, History of the Second Advent Message, pág. 592). Que
“Judaísmo” significava a doutrina da “era por vir” fica claro pelo “discurso”
adotado logo após uma conferência em Boston, que faz citações da série
de Marsh que tem esse título; veja os relatos naAdvent Herald de 1o e 8 de
junho de 1850.
[6] Advent Herald, n.s. 5:124, 125, May 18, 1850.
[7] Ibid., pág. 124; ver a declaração de Miller, ibid., 9:130, 4 de junho de
1845 (também reimpresso noSeventh-day Adventist Bible Students’ Source
Book, ed. de 1962, no. 7). Ver também o item “Adventist,” na Seventh-day
Adventist Encyclopedia, pág. 11

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   21  


[8] “Declaration of Principles,” Signs of the Times, 5:107, 108, 7 de
junho de 1843; também reimpresso no Source Book (1962), no. 1084. Ver
também o item “Millerite Movement,” na Seventh-day Adventist
Encyclopedia, págs. 895, 896; e Source Book, no. 7, nota.
[9] Para uma explicação milerita da diferença entre os adventistas, os
pós-milenialistas (“milenistas”), e os prémilenialistas literalistas
(“milenários”), veja Josiah Litch, “The Rise and Progress of
Adventism,”Advent Shield, 1:47, 48, maio de 1844 (também no Source
Book, no. 1085). Litch fala do pós-milenialismo como tendo “prevalecido
quase universalmente dez anos atrás” (Advent Shield, 1:89); e em 1840 ele
ainda estava “plenamente fixado na mentalidade popular” (Henry
DanaWard, “History and Doctrine of the Millennium,” pág. 59, no Report of
the [First] General Conference of Christians Expecting the Advent). Em
1841 Alexander Campbell o chamou de “a teoria protestante” em seu
resumo destes três conceitos mileniais em seu periódico Millennial
Harbinger, 5:8, 9, janeiro de 1841 (também noSource Book, no. 1077).
[10] Ward, op. cit., págs. 26, 28. Para estas duas exposições de credo,
ver, respectivamente, Philip Schaff, Creeds of Christendom, vol. 3, pág. 18,
e vol. 1, pág. 615, nota 1.
[11] Ver Source Book, nos. 1052, 1073 e nota, 1077 (sobre “Mr. Begg’s
theory”).
[12] Para um exemplo, Henry Jones, Carta, no Signs of the
Times, 1:109, 15 de outubro de 1840 (também no Source Book, no. 894).
Para a diferença entre Wolff e os adventistas, ver Advent Herald,n.s. 5:102,
27 de abril de 1850.
[13]Ward, op. cit., pág. 32.
[14] Litch, em Advent Shield, 1:92, maio de 1844 (e Source Book, no.
896). Para a correspondência, ver Source Book, no. 894.
[15] William Miller, Views of the Prophecies, págs. 33-34; Resoluções
da “Conferência de Boston sobre o Segundo Advento”, realizada em
1842, Signs of the Times, 3:69, 1o. de junho de 1842; “Declaração de
Princípios” formulada na Conferência de Boston de 1843, ibid., 5:107, 7 de
junho de 1843 (também no Source Book, nos. 1083, 1084).
[16] The American Millenarian, New York. Ver L. E. Froom, Prophetic
Faith of Our Fathers, vol. 4, p. 327 e nota. Sobre os dispensacionalistas,
ver George E. Ladd, Crucial Questions About the Kingdom of God, págs.
50-52 (e no Source Book, no. 630); também Froom, op. cit., vol. 4, págs.
1220-1227; eSource Book, no. 1073, nota.
[17] Anthony Ashley, Conde de Shaftesbury, notas de Diário, citado em
Edwin Hodder, The Life and Work of the Seventh Earl of Shaftesbury, vol.
1, págs. 310, 311. Ashley era a pessoa mencionada, mas não citada por
nome (no Times de Londres, 17 de agosto de 1840, pág. 3, col. 5), como o
promotor da migração dos judeus para a Palestina patrocinada pelo
ocidente.
[18] Hodder, op. cit., vol. 1, pág. 377 (cf. págs. 370, 374). Ver também
Harold Temperley, England and the Near East: The Crimea (1936), pág.

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   22  


443, nota 275; Barbara W. Tuchman, Bible and Sword(1956, 1968), cap.
10.
[19] Tuchman, op. cit. (1968 ed.), págs. xi, 197, 208.
[20] George Storrs, Editorial, no Bible Examiner, 5:74, maio de 1850;
ver também ibid., no. 17, 16 de agosto de 1844, págs. [1-5].
[21] L. C. Gunn, no Midnight Cry, 7:147, 7 de novembro de 1844; sobre
Fitch ver também Bible Examiner, no. 17, pág. [5], 16 de agosto de 1844.
[22] Day-Star, 7:3, 11 de agosto de 1845. Para a declaração de Storr,
ver Bible Examiner, n.s. no. 1, págs. [1-3], 16 de julho de 1845; após isto
ele escreveu uma série sobre “Cumprimento Literal da Profecia” nessa
edição e em edições subseqüentes.
[23] TiagoWhite, na Review and Herald, 7:61, 16 de outubro de 1855.
[24] Declarado nos princípios adotados na Conferência de Albany, N.Y.,
em abril de 1845, e reafirmado em duas conferências em 1850. Ver Advent
Herald, n.s. 5:124-125, 141, 18 de maio e 1o de junho de 1850.
[25] Ver Enoch Jacobs, Editorial, Day-Star, 6:48, 29 de julho de 1845.
Este “espiritualismo” não era o “espiritismo” (comunicação com os
espíritos); as batidas das irmãs Fox só surgiram em 1848.
[26] Ver Day-Star, 8:24, novembro de 1845; ibid., 10:20, 21, 28, April 4,
11, 1846; Spiritual Gifts; vol. 2 pp. 58, 63, 68-75. Ver também
“Spiritualism,” Seventh-day Adventist Encyclopedia, pp. 1415, 1416.
[27] Por exemplo, Hiram Edson (ver nota 29); Apollos Hale e Joseph
Turner, no Advent Mirror, 1:[1,3], janeiro de 1845; Ellen G.White, “Fim dos
2300 Dias” (visão de fevereiro de 1845), em Primeiros Escritos,pág. 55.
[28] Um escritor contemporâneo (C. B. Hotchkiss, Carta, no Day-
Star, 9:63, 28 de fevereiro de 1846), ao resumir as diferenças entre as três
divisões dos adventistas após 1844 em relação à parábola dos talentos,
chama este grupo do meio de a classe dos dois talentos. Ele aplica os
cinco talentos a seu próprio grupo, os “espiritualizadores”, e o talento
enterrado ao grupo da maioria – a “multidão” que “negou que o movimento
do décimo dia constituiu o clamor da meia-noite, e que foi um cumprimento
de profecia”.
[29] Hiram Edson, manuscrito sobre sua explicação do
desapontamento, citado em F. D. Nichol, The Midnight Cry (1944), págs.
457-458.
[30] Em Review and Herald, 2:96, 17 de fevereiro de 1852; 3:144, 20 de
janeiro de 1853.
[31] Ver Present Truth, 1:74, nota 3, maio de 1850.
[32] Primeiros Escritos, pág. 74.
[33] Ver o artigo “Millennium,” Seventh-day Adventist
Encyclopedia, págs. 886-888. Para declarações adventistas do sétimo dia
publicadas em 1850, veja Ellen G. White, visão de 26 de janeiro,
em Present Truth, 1:72, abril de 1850; Tiago White, “O Dia do
Juízo,” Advent Review, 1:49-51, setembro de 1850; [Hiram Edson], “A Era
Por Vir,” Advent Review, Extra, [Setembro de 1850], págs. 14, 15; Ellen G.
White, em Present Truth, 1:86, novembro de 1850. Esta última foi uma
visão recebida em setembro (intitulada “As Últimas Pragas e o Juízo”,

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   23  


em Primeiros Escritos, pág. 52), mais ou menos da mesma época da seção
datada de 23 de setembro (na mesma página em Present Truth), que
forma a primeira parte das mensagens sobre o “Tempo de Ajuntamento”
em Primeiros Escritos, págs. 74-76.
[34] Primeiros Escritos, pág. 41.
[35] Por exemplo, Guilherme Miller, “Recapitulação de Smith e
Campbell”, em sua obra Views, págs. 178, 179; Josias Litch, Prophetic
Expositions, vol. 1, pág. 70; Himes, Editorial, Advent Herald, n.s. 5:60, 61,
23 de março de 1850; [Storrs], no Bible Examiner, reimpresso no Advent
Harbinger, n.s. 3:77, 23 de agosto de 1851; Marsh, Editorial, Advent
Harbinger, n.s. 2:236, 11 de janeiro de 1851.
[36] Litch, Conferência 8 sobre Mateus 24, Advent Herald, n.s. 6:381,
28 de dezembro de 1850.
[37] Litch, The Restitution (1848), págs. 80-81, 94-112, 176-177.
[38] Mordecai M. Noah, Discurso de Ação de Graças, Weekly
Tribune (New York), 2 de dezembro de 1848, pág. [3] (esta página é
datada de 27 de novembro, provavelmente da edição diária).
[39] Advent Harbinger, 18:5, 23 de dezembro de 1848, citando
o Religious Telescope; ver também pág. 20, 6 de janeiro de 1849, sobre
um item do New York Express.
[40] Bible Examiner, 3:58, abril de 1848, citando o Sunday Dispatch.
[41] Uma suposta profecia, “De Fluctibus Misticae Navis,” encontrada
num convento agostiniano, creditada ao Journal of Commerce (New York),
13 de junho de 1849, por D. T. Taylor no Advent Harbinger, n.s. 1:25 [i.e.
52], 4 de agosto de 1849.
[42] Por exemplo, ver os itens mencionados nas notas 38-40.

[43] Baseada na terminação da 69a das 70 semanas na cruz, esta


datação foi apresentada por numerosos escritores nos periódicos
adventistas, embora não tenha sido adotada pelos líderes. Veja, por
exemplo, Thomas Smith, no Advent Herald, n.s. 5: 71, 30 de março de
1850 (respondido por Himes); S. Bliss, refutando Stephen
Reed, ibid., 6:220, 10 de agosto de 1850; C.Woodward, no Advent
Harbinger, n.s. 3:19, 5 de julho de 1851; veja discussões e refutações
sobre estas datas na Review and Herald, 1:23, dezembro de
1850; ibid., págs. 49, 52, março de 1851.
[44] Foram eles J. C. Bywater e JonasWendall; veja Spiritual Gifts, vol.
2, pág. 122; veja também menção no Present Truth, 1:61, 64, 78, março e
maio de 1850.
[45] Hiram Edson, The Time of the End (1849), págs. 15, 13; José
Bates, An Explanation of the Typical and Antitypical Sanctuary (1850),
págs. 10, 11.
[46] Nisto discordavam do conceito prevalecente de que os tempos dos
gentios se estendiam até o Segundo Advento.

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   24  


[47] Bates, pág. 12; Edson, An Exposition of Scripture
Prophecy (impressão particular, 1849; 41 págs.); sobre os Tempos dos
Gentios veja págs. 4, 20.
[48] Edson, An Exposition, págs. 9-13, 19, 20, 30-32, 41.
[49] David Arnold, “As Visões de Daniel,” Present Truth, 1:59-63, março
de 1850.
[50] Para o resumo feito por Joseph Marsh sobre a doutrina da era por
vir, veja sua obra The Age to Come (1851), págs. 125-128. (Para um
resumo posterior de um oponente, inclusive variantes desta doutrina, veja
J. H. Waggoner, “A Era por Vir,” Review and Herald, 7: 84, 85, 11 de
dezembro de 1855.) Outros adventistas haviam adotado o literalismo antes
de Marsh. Storrs já foi mencionado. Outros foram J. B. Cook e Henry Grew,
ambos os quais escreveram no Advent Harbinger. O. R. L. Crosier também
advogava este conceito. Vários anos mais tarde alguns adventistas do
sétimo dia, liderados por J. M. Stephenson and D. P. Hall, saíram da igreja
e formaram uma ramificação da “era por vir” (ver “Messenger
Party,” Seventh-day Adventist Encyclopedia).
[51] Ibid.; também “Marion Party” no mesmo volume. Para as
denominações ver também U.S. Bureau of the Census, Religious
Bodies, 1936, vol. 2, part 1, págs. 36, 46; Frank S. Mead, Handbook of
Denominations (1961), págs. 23, 75; sobre a Igreja de Deus no Rádio, ver
as declarações autobiográficas de Herbert W. Armstrong no The Plain
Truth, agosto de 1959, pág. 15; dezembro de 1959, pág. 7; setembro de
1960, págs. 16, 17.
[52] Advent Review 1:42-47, 57-63, setembro de 1850.
[53] Day-Star, Extra, 9:42, 43, 7 de fevereiro de 1846.
[54] J. B. Cook, Carta, no Bible Advocate, 1: 121-123, 24 de outubro de
1846 (sobre sua defesa do sábado, ibid., 3:122-123, 129-130, 145-146,
edições de 2, 9 e 23 de dezembro de 1847); Henry Grew, Carta, no Advent
Harbinger, 17:20, 8 de julho de 1848. Estes dois, e Storrs, escreveram
freqüentemente sobre este assunto no periódico de Marsh em 1850 e
1851.
[55] No Advent Harbinger, n.s. 1:172, 220, edições de 17 de novembro
e 29 de dezembro de 1849.
[56] Atas da Conferência de New York, Advent Herald, n.s. 5:125, 18 de
maio de 1850 (ver também suas observações á pág. 124).
[57] Atas da Conferência de Boston, ibid., págs. 140-141, e 149-151, 1o
e 8 de junho de 1850.
[58] Joseph Marsh, Editorial, Advent Harbinger, n.s. 2:12, 29 de junho
de 1850.
[59] Ibid., n.s. 1:372, 380, 11 e 18 de maio, (cf. n.s. 2:220, 28 de
dezembro de 1850, e pág. 244, 18 de janeiro de 1851.
[60] Marsh, The Age to Come, págs. 98, 102, 125-128.
[61] Ibid.; também os editoriais de Marsh no Advent Harbinger, n.s.
1:284, 23 de fevereiro de 1850;ibid., págs.308, 324, 325, 16 e 30 de março
de 1850; também n.s. 2:244, 245, 18 de janeiro de 1851; n.s. 3:52, 53, 2 de
agosto de 1851.

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   25  


[62] Marsh, The Age to Come, págs. 106-109; Crozier, no Advent
Harbinger, n.s. 4:45, 24 de julho de 1852; Grew, ibid., n.s. 2:107, 21 de
setembro de 1850, e n.s. 2:388, 24 de maio de 1851; Cook, ibid., n.s. 3:29,
12 de julho de 1851.
[63] Marsh, Advent Harbinger, n.s. 2:12., 29 de junho de 1850. Foram
impressos extratos deste livro no Harbinger (Our Israelitish Origin, escrito
por um inglês, John Wilson), por exemplo à pág. 21 da edição de 6 de julho
de 1850.
[64] Ibid., n.s. 1:284, 23 de fevereiro de 1850.
[65] Ibid., págs. 324, 325, 30 de março de 1850.
[66] Ibid., pág. 372, 11 de maio de 1850.
[67] Por exemplo, Jerusalém reconstruída: Advent Harbinger, n.s.
1:306, 324, 325, 349; n.s. 2:116, 117, 306, 332, 406; n.s. 3:84, 93. Para “o
tabernáculo de Davi” reconstruído: ibid. n.s. 1:300, 324, 329, 337, 373; n.s.
2:68, 212, 406; n.s. 3:45, 52-53, 69, 101. Em resposta à aplicação
literalista, Himes cita o comentário inspirado sobre Amós em Atos 15,
aplicando-o à conversão dos gentios (Advent Herald, n.s. 5:61, 23 de
março de 1850).
[68] Para um resumo dos principais pontos aqui relacionados, ver
[Himes], Editorial, Advent Herald,n.s. 5:44, 9 de março de 1850
(também ibid., 13:97, 1o de maio de 1847); “Discurso” adotado na
conferência de Boston de 1850, ibid., n.s. 5:150, 8 de junho de 1850.
Para discussões adventistas do sétimo dia sobre o assunto que cobre
estes mesmos pontos, veja J. H. Waggoner, The Kingdom of God (1859;
baseado nos artigos que apareceram na Review and Heraldem 1856);
Ellen G. White, Profetas e Reis, págs. 292-298, 703-714, 720; Parábolas
de Jesus, págs. 284-296; Evangelismo, pág. 695 (veja ainda referências de
Ellen G. White nas duas obras citadas a seguir); para uma análise recente
do assunto, ver “The Role of Israel in Old Testament Prophecy,” Seventh-
day Adventist Bible Commentary, vol. 4, págs. 25-38; “Israel, Prophecies
Concerning,” Seventh-day Adventist Encyclopedia, págs. 683-686.
[69] [Himes], Editorial, Advent Herald, n.s. 5:44, 60, 9 e 23 de março de
1850. Sobre este item e sobre o item seguinte (2) ver também O. R.
Fassett, no Advent Herald, n.s. 5:108, 4 de maio de 1850, e n.s. 9:30, 24
de janeiro de 1852; oponente citado no Advent Harbinger, n.s. 1:388, 25 de
maio de 1850; “Discurso” adotado na Conferência de Boston, Advent
Herald, n.s. 5:150, 8 de junho de 1850. Fazia tempo que esta era uma
doutrina adventista; ver reimpressão do Signs of the Times, 1842,
na Review and Herald, 5:123, 9 de maio de 1854; Litch, Prophetic
Expositions, vol. 1, pág. 57; [Bliss?], no Advent Shield, 1:430-432, abril de
1845; [Himes], Editoriais no Advent Herald, 13:97, 1o de maio de 1847; n.s.
2:180-181, 6 de janeiro de 1849. [70] Litch, Conferência 2 sobre Mateus
24, Advent Herald, n.s. 6:292, 293, 12 de outubro de 1850 (cf. a segunda
parte, pág. 300, 19 de outubro). Ver também nota 69.
[71] [Himes], Editorial, Advent Herald, n.s. 2:180, 6 de janeiro de 1849.

Centro  de  Pesquisas  Ellen  G.  White   26  


[72] Ibid., n.s. 5:45, 9 de março de 1850. Ver também [Bliss?],
no Advent Shield, 1:432, abril de 1845; Litch, Conferência 2 sobre Mateus
24, Advent Herald, n.s. 6:293, 12 de outubro de 1850.
[73] “Discurso” adotado na Conferência de Boston, no Advent
Herald, n.s. 5:150, 8 de junho de 1850. Ver também Guilherme Miller,
“Recapitulação de Smith and Cambell” em sua obra Views (1842), pág.
179; também seu “Sobre o Retorno dos Judeus,” ibid., pág. 229; William
Sheldon, no Advent Harbinger,18:43, 27 de janeiro de 1849; [Himes],
Editorial, Advent Herald, n.s. 5:44, 60, 9 e 23 de março de 1850.
[74] R. Hutchinson, “O Reino de Deus,” parte 1, Advent Herald, n.s.
6:254, 7 de setembro de 1850 (cf. sua parte 2, ibid., pág. 286, 5 de
outubro). Ver também Guilherme Miller, “Sobre o Retorno dos Judeus,” em
sua obra Views (1842), pág. 229; Henry Dana Ward, “A Esperança de
Israel” (1842), reimpresso noAdvent Herald, n.s. 5:130, 25 de maio de
1850; Litch, Prophetic Expositions (1842), vol. 1, pág. 58; [Himes],
Editoriais, Advent Herald, n.s. 2:181, 6 de janeiro de 1849; ibid., n.s. 5:44, 9
de março de 1850; “Discurso” da Conferência de Boston, ibid., n.s. 5:150, 8
de junho de 1850.
[75] [Himes], Editorial, Advent Herald, n.s. 5:44, 9 de março de 1850.
[76] L. D. Mansfield, “A Era Futura,” Advent Herald, n.s. 6:398, 11 de
janeiro de 1851 (ver a parte anterior, pág. 390, 4 de janeiro de 1851). Ver
também Miller, “Conferência sobre as Duas Varas,” em sua
obra Views (1842), págs. 96, 97. Himes (editorial não-assinado, Advent
Herald, 13:97, 1o de maio de 1847) e O. R. Fassett (ibid., n.s. 5:108, 4 de
maio de 1850) reclamaram do erro de não usar a interpretação do Novo
Testamento sobre as profecias do Velho Testamento.
[77] [Himes], Editorial, Advent Herald, n.s. 2:180, 6 de janeiro de 1849.
[78] [Crozier], “Rothschild e a Cidade de Jerusalem,” Advent
Harbinger, n.s. 4:45, 24 de julho de 1852.
[79]Ward, “A Esperança de Israel” (1842), reimpresso no Advent
Herald, n.s. 5:122, 18 de maio de 1850.
[80] Talvez esta situação tenha sido uma salvaguarda para os
adventistas do sétimo dia, sua separação tendo ajudado a preservar sua
identidade em seu período formativo.

[81] E da mesma forma que nosso ensino de que as profecias indicam


guerras, calamidades e perseguições nos últimos dias não significa que
nos alegramos com esses acontecimentos ou que os aprovamos.

[82] [Clorinda S. Minor], Meshullam! or, Tidings From


Jerusalem, publicado pela autora em 1850 [i.e. 1851; ver pág. 98]. (Para a
identidade da autora, ver Advent Harbinger, 2:293, 1o de março de 1851.)
Esta é a “segunda edição”, sendo que a primeira foi a “Narrativa” (págs. 81-
95 na segunda edição) publicada em junho de 1850 (ver pág. 80). Quanto
a apelos para pessoas que pudessem ajudar, ver págs. 77, 98.
[83] Ver Meshullam! págs. 73-74, 75, 77, 84-85, 98, 99; também os
artigos dela no The Truth Seeker,1:2, abril de 1851, e no Advent

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Harbinger, n.s. 4:149, 23 de outubro de 1852. Os sentimentos dela são
ecoados por J. B. Cook, ibid., n.s. 3:77, 23 de agosto de 1851.
[84] Para Cook, ver Advent Harbinger, n.s. 2:293, 307, 321; n.s. 3:77,
85, 291. Para Marsh, ibid., n.s. 2:396; n.s. 3:101-102, 118, 156; n.s. 4: 189.
Para Crozier, ibid., n.s. 4:174, 180, 204-206.
[85] Eles chegaram em março de 1852; antes do fim desse ano,
Meshullam estava desiludido. John Meshullam, Carta (15 de janeiro de
1853), Advent Harbinger, n.s. 4:308, 12 de março de 1853; cf. n.s. 3:156,
1o de novembro de 1851; pág. 291, 28 de fevereiro de 1852.
[86] Minor, Meshullam! pág. 71 (parece ter havido um grupo sabatista
na Filadélfia; ver Day-Star,8:25, 22 de novembro de 1845); ver
também Advent Harbinger, n.s. 4:149, 23 de outubro de 1852; ibid.,pág.
168, 6 de novembro de 1852; ibid., pág. 205, 11 de dezembro de 1852.
[87] Para Ellen Harmon (Spiritual Gifts, vol. 2, págs. 72-73) e E. L. H.
Chamberlain (Day Star, 9:17, 10 de janeiro de 1846).
[88] De duas conferências adventistas do sétimo dia no outono de 1851
vieram os encorajadores relatórios de que o “tempo de sete anos” e “os
conceitos inúteis e distrativos relacionados à velha Jerusalém e aos judeus,
etc.” nem mesmo foram mencionados (Review and Herald, 2:32, 16 de
setembro de 1851; ibid., pág. 36, 7 de outubro).
[89] Esta citações e os parágrafos seguintes citados, até o “g”, formam
uma única seção emPrimeiros Escritos, págs. 74-76.
[90] Primeiros Escritos, pág. 86, nota 3.
[91] Ver nota 43, acima.

[92] Por exemplo, Litch, Prophetic Expositions (1842), vol. 1, pág. 127;
S. Bliss, Inconsistencies of Colver’s Literal Fulfilment (1843), págs. 11-18;
este argumento ocorre repetidamente na literatura milerita aocombaterem
seus oponentes que diziam que a purificação do santuário consistia na
restauração do Templo e seus sacrifícios após a profanação de Antíoco
que durou três anos. [93] John Fondey, “Os Dois Mil e Trezentos
Dias,” Bible Examiner, 3:175, 176, novembro de 1848.
[94] A publicação original desta visão (Review and Herald, Extra, 21 de
julho de 1851, pág. [4]) incluía um segundo parágrafo referindo-se ao erro
da fixação de datas para “este próximo outono”. Numa edição extra de
julho esta seria uma advertência importante, mas quando ela foi
reimpressa em forma mais permanente, “este próximo outono” seria
irrelevante. Portanto, havia uma razão lógica para omiti-lo posteriormente.
Para a data e o texto mais longo, veja Mensagens Escolhidas, livro 1, págs.
188-189.
[95] Present Truth, 1:86, 87, novembro de 1850.
[96] Cook, no Advent Harbinger, n.s. 3:85, 30 de agosto de 1851. A
noção de ira a Jerusalém persistiu mesmo mais tarde. Veja uma referência
a ela na Review and Herald 4:30, 7 de julho de 1853. Essa noção até
surgiu novamente, em anos recentes, em certos panfletos publicados por
uma ramificação do Shepherd’s Rod conhecida como The Branch.
[97] Ver nota 3.

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[98] Marsh, “A Era por Vir,” Advent Harbinger, n.s. 1:324, 30 de março
de 1850 (primeiros itálicos acrescentados).
 

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