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As Origens do Pré-tribulacionismo
O Apartheid Dispensacionalista
Proeminentes ministérios pré-tribulacionistas defendem uma teologia que
aparentemente favorece o povo judeu e o Estado de Israel. Os pré-
tribulacionistas, em sua maioria, são pró-sionismo e entendem que Deus ainda
tem contas a acertar com a semente natural de Abraão antes do fim, ao
contrário dos adeptos da Teologia da Substituição, que pregam que a Igreja
substituiu Israel.
Ironicamente, este favoritismo termina no início da Grande Tribulação que, de
acordo com o dispensacionalismo, durará sete anos. O pensamento pré-
tribulacionista é o de que a Igreja será poupada da Grande Tribulação. Ela será
recolhida da terra e somente a partir de então é que Deus passará a lidar com
Israel. O pré-tribulacionismo dita que enquanto a Noiva desfruta do Noivo nas
regiões celestiais, os judeus e mais um bando de crentes “meia-boca” estarão
na terra enfrentando a ira de Deus por sete anos.
Em primeiro lugar, como explicado em O Pré-tribulacionismo versus A
Cronologia Bíblica, não há evidências bíblicas que embasem a crença de que o
arrebatamento dos santos se dará antes da tribulação. Em segundo lugar, as
Escrituras nos ensinam que Cristo reconciliou judeus e gentios em um só
Corpo, por meio da cruz (Ef. 2:11-22). Para o Senhor, há somente um povo, e
não dois: o Israel de Deus, formados por judeus e gentios que foram salvos da
ira divina (o inferno) pelos méritos de Cristo.
Há uma relação sutil entre a Teologia da Substituição, o Pré-tribulacionismo e
o histórico antissemitismo cristão. Ainda que, à princípio, o pré-
tribulacionismo favoreça Israel, no final acaba deslizando no mesmo lodo de
antissemitismo em que sucumbe o Substitucionismo, ao criar um apartheid
teológico que eleva a Igreja acima dos judeus e desfavoreça Israel no final dos
tempos – sem nenhum embasamento bíblico.
Se todos nós, judeus e gentios cristãos, clamamos ter Abraão como pai (Rm
4:16), porque então há entre nós aqueles que se comprometem com uma
teologia contraditória que decreta nossa independência da comunidade de
Israel, arrogantemente crendo que o Messias virá “somente para a Igreja”,
como se tivéssemos algum privilégio com relação aos judeus? Não encerrou
Deus a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para
com todos (Rm 11:32)? Onde, então, se embasa tamanha jactância? Quanta
pretensão! Foram aos gentios que foram dadas primeiramente a adoção, e a
glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto, e as promessas (Rm.
9:4)? Não. Quando nossos antepassados ainda estavam adorando ídolos, os
judeus já há muito tempo eram os guardiões destas verdades. Trocou Deus de
povo ou rejeitou os judeus? Não (Rm 11:1). Por que, então, tamanha jactância,
que eleva a Igreja a um nível de favorecimento com relação ao povo de Israel?
Se fomos de fato fomos unidos à comunidade de Israel, pela cruz, Deus não vê
e não lida com dois povos distintos. Antes, promoverá a restauração, tapando
esta lacuna histórica que se desenvolveu entre judeus e cristãos, cancelando o
divórcio entre judeus soberbos e cristãos presunçosos que, contrariando o
mandamento apostólico, presumem-se em si mesmos (Rm 11:1-32). Se
acompanharmos a história de Israel moderno e os avivamentos na Igreja
ocorridos no século XIX e XX, não há como chegarmos a uma conclusão
diferente: a de que os caminhos de Israel e da Igreja se cruzarão novamente
antes do Dia Final. Todo vale será aterrado e todo monte nivelado, antes que a
Glória do Senhor seja derramada sobre a terra e antes que toda a carne veja a
salvação de Deus (Is 40:4, Lc 3:5-6). Judeus soberbos e gentios presunçosos
se encontrarão no final dos tempos e juntos compartilharão a Glória da Noiva
que o Messias virá buscar (Ef. 5:27).