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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL
E MPOG – QUESTÕES COMENTADAS ESAF
PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI
ACENTO AGUDO.
A única mudança é em relação a essa regra atinge o acento agudo de hiato que vem
precedido de um ditongo, como em FEIURA. Não se emprega mais esse acento. Em
relação aos demais casos (viúva, país), nada mudou.
-Encontro de dois “es” na conjugação dos verbos LER, VER, CRER, DAR e
derivados - “Antigamente”, por clareza gráfica, empregava-se o acento circunflexo
no plural desses verbos: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, desdêem, relêem,
revêem, etc.
A partir de 2009, caem esses acentos: leem, deem, creem.
Nada muda em relação às terceiras pessoas do plural dos verbo TER e VIR, que
continuam a ser acentuados: têm, vêm.
Na próxima questão, iremos estudar os ACENTOS DIFERENCIAIS, sendo um dos
exemplos o do verbo PÔR. Esse foi um dos dois acentos diferenciais que
“sobreviveram” à mudança.
Nessa questão, o examinador estava indo bem, até certo ponto. Contudo, errou ao
afirmar que o vocábulo “pôs” (conjugação daquele verbo) não seria acentuado se o
infinitivo de PÔR tivesse sido “poupado” do acento diferencial. Pergunto eu: O QUE
UMA COISA TEM A VER COM A OUTRA???
O vocábulo “pôs” recebeu acento da mesma forma que “dó”, “nós”, “pás”, “fé”, ou
seja, recebeu acento por ser um monossílabo tônico terminado em a(s), e(s), o(s).
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PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI
Gabarito: A
Comentário.
Os ACENTOS DIFERENCIAIS são os acentos agudo ou circunflexo usados sobre
vogais “a”, “e” e “o” em alguns vocábulos tônicos para diferenciá-los de outros
homógrafos átonos (ACENTO DIFERENCIAL DE INTENSIDADE OU TONICIDADE)
ou, no caso do ACENTO DIFERENCIAL DE TIMBRE, o emprego de acento circunflexo
(^) para diferenciar a vogal fechada (“ô”) da vogal aberta (“ó”), registrada sem
acento.
Com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico em 2009, restaram somente DOIS
acentos diferenciais:
- de timbre – PÔDE (pretérito perfeito do indicativo) / PODE (presente
do indicativo);
- de tonicidade – PÔR (verbo) / POR (preposição)
O acento circunflexo do verbo pôr é usado para diferenciá-lo da preposição átona por
(um dos casos de acento diferencial de tonicidade). Por isso, não há acento nos verbos
derivados do “pôr”, como propor, dispor, contrapor, indispor, repor, cuja (falta de)
acentuação gráfica se justifica pela norma das oxítonas.
Outra novidade é que a palavra “FORMA”, no sentido de “recipiente”, recebe
FACULTATIVAMENTE o acento circunflexo (fôrma) para diferenciar de “FORMA”, na
acepção de “formato”.
Alguns gramáticos classificam o acento circunflexo dos verbos ter e vir (e derivados)
na 3ª pessoa do plural (têm, vêm, contêm, entretêm, detêm, retêm etc.) como
ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO ou MORFOLÓGICO.
As formas verbais singulares tem e vem são monossílabos tônicos e, por isso,
dispensariam a acentuação. Repisando: a regra é acentuar somente os monossílabos
tônicos terminados em A / E / O, e seus plurais.
A conjugação na 3ª pessoa do singular dos verbos derivados recebe acentuação
(detém, contém, entretém etc.) em atendimento à regra dos oxítonos terminados por
“EM”.
Esses gramáticos consideram, então, que o acento circunflexo (têm, vêm, detêm,
contêm, entretêm) serve tão-somente para indicar que o verbo está no plural.
Dessa forma, a regra de acentuação, segundo eles, é:
têm (acento diferencial de número);
vêm (acento diferencial de número);
detém (oxítona terminada em EM) – (Cuidado com essa diferença, hem?);
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Gabarito: E
Comentário.
Esse é um erro muito comum na vida prática. Volta e meia, nos deparamos com “item”
(e seu plural) acentuado.
Vamos ver qual é a forma correta.
Primeiro: “item” é uma paroxítona (I-tem) terminada em “em”.
Qual é mesmo a regra das paroxítonas?
ACENTUAMOS AS QUE NÃO TERMINAM EM A(S), E(S), O(S), EM(ENS), AM.
Como essa termina em EM, não recebe acento, da mesma forma que acontece com
“homem”, “falem”, “andem”.
A partir de agora, ao ler aquele relatório do seu colega em que ele acentua “item” ou
“itens”, faça-lhe o favor de avisar que este vocábulo não tem acento agudo!!!
Está pronto(a) para levar um tremendo susto? Então, veja a próxima questão, do
concurso mais recente realizado pela ESAF.
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6 – (ESAF/CGU-Técnico/2008)
Analise a proposta a seguir.
- Acentuar graficamente a palavra “itens”, escrevendo-a assim: ítens.
ITEM ERRADO
Comentário.
Preciso aprofundar-me nos comentários a essa questão? Acredito que não (rs...).
Mais uma vez, a ESAF explora a grafia da palavra “item”, dessa vez no plural: “itens”,
que, como sabemos, não recebe acento agudo.
Sigamos, então.
Gabarito: E
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema na palavra “consequente ”.
As oxítonas terminadas em “i” e “u” não são acentuadas. Nessa lista, incluem-se
palavras como saci, pitu, caju, Pagu e tantas outras.
Todas as regras de acentuação que acabamos de ver devem ser aplicadas, inclusive,
nas formas verbais, quando houver a colocação de pronomes oblíquos (ÊNCLISE OU
MESÓCLISE, ou seja, o pronome oblíquo após o verbo ou no meio dele,
respectivamente).
A análise para a acentuação recai exclusivamente na forma verbal. Havendo a
mesóclise, devemos analisar cada “pedacinho” do verbo, como se compusesse palavras
independentes.
Por exemplo: em “analisá-las-ei”, como tonicidade recai na última sílaba de “analisa”,
há necessidade de ser acentuada a vogal para essa indicação (acentuamos as oxítonas
terminadas em A(S), E(S), O(S), EM(ENS).).
Outro exemplo mais “cabeludo”: contrabandeá-las-íamos (= iríamos contrabandear
as mercadorias) - na primeira parte do vocábulo, acentua-se pela mesma regra do
exemplo anterior (oxítona terminada em “A”); a segunda parte cai na regra das
proparoxítonas.
E em relação a “medi-la”, como fica? A sílaba tônica é “di” (meDI). Da mesma forma
que acontece com “saci” e “caqui”, não recebe acento, pois só acentuamos as oxítonas
terminadas em A(S), E(S), O(S), EM(S).
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A dificuldade maior dessa questão foi o fato de este erro só ter aparecido na opção E,
depois de “espectro” e “exacerbação”, palavras cujas grafias que podem ter levado
alguns candidatos à loucura!
Somente a título de curiosidade, no concurso para ICMS–RJ/2008, cuja prova foi
realizada pela Fundação Getúlio Vargas, tivemos uma questão que explorava esses
conhecimentos.
Em “exauri-los” (l.54) e “poder-se-á” (l.143), construiu-se corretamente a junção do
pronome à forma verbal. Assinale a alternativa em que isso não ocorreu.
(a) cancelaríamos + as = cancelá-las-íamos
(b) permitireis + os = permiti-los-eis
(c) encontraram + os = encontraram-nos
(d) fizestes + lhes = fizeste-lhes
(e) aprenderás + as = aprendê-las-ás
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“geralmente”? Porque com os verbos terminados em –ZER isso não acontece. Veja só
como é o futuro do verbo DIZER: eu DIREI. E do verbo TRAZER: eu TRAREI. E do
verbo FAZER: eu FAREI.
O mesmo acontece com o futuro do pretérito: eu DIRIA (e não “dizeria”), eu traria (e
não “trazeria”), eu faria (e não “fazeria”).
Assim, ocorrendo a mesóclise, todo cuidado é pouco com esses verbos terminados em
–ZER:
- DIREI AS VERDADES = DIREI + AS Î DI-LAS-EI
A primeira parte não recebe acento por ser um monossílabo terminado em “i” (e
somente acentuamos os monossílabos terminados em a/s, e/s, o/s).
- TRARIA OS DOCUMENTOS = TRARIA + OS = TRÁ-LOS-IA
Agora, acentuamos a “primeira parte” por ser um monossílabo tônico terminado em
“a”.
- FARIA AS QUESTÕES = FARIA + AS = FÁ-LAS-IA
Novamente, acentuamos a “primeira parte” por ser um monossílabo tônico terminado
em “a”.
Acredite: isso já caiu em prova de outra banca (no meio do texto, surgiu um “fazê-los-
ei”) – nada impede que caia também em provas da ESAF.
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A partir de 2009, este acento diferencial foi eliminado, ou seja, tanto na preposição
quanto na conjugação verbal, devemos grafar a forma “para” (sem acento).
“Ela para para ver a banda passar.”
Outra construção bastante curiosa: “O gato soltou pelo pelo sofá.”.
Gabarito: E
Comentário.
Essa é uma ótima oportunidade de comentar a grafia de expressões tão complicadas:
“se não” (separado), “senão” (junto), “tão pouco” e “tampouco”.
Escreve-se separadamente quando pudermos trocar por “caso não” (feita a devida
alteração da forma verbal, acaso necessária):
“.... estivesse aqui, gostaria de estar na praia.” Î CASO NÃO estivesse aqui,
gostaria de estar na praia.
Então, aqui se emprega “SE NÃO”.
Já o “senão” (juntinho) tem o sentido de “do contrário, de outro modo” e também
“mas, mas sim, a não ser”.
“Saia já daqui, .... irei chamar a polícia.” Î “Saia já daqui, DO CONTRÁRIO
chamarei a polícia.”
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“Ele não faz outra coisa .... dormir.” Î “Ele não faz outra coisa A NÃO SER
dormir.”
Em todos esses exemplos, usamos “senão”.
Vejamos, agora, a passagem do texto: “...essa seria, de acordo com certos teóricos, a
única forma de eliminar as guerras, de construir uma paz durável, se não(2) eterna.”.
Podemos perfeitamente perceber a presença do verbo SER, na forma do futuro do
subjuntivo, elíptico antes de “eterna”: “... de construir uma paz durável, se não FOR
eterna”. Como poderíamos trocar por “caso não”, feita a mudança verbal,
confirmamos o fato de ser uma conjunção condicional e um advérbio de negação.
Antes que alguém pergunte: “Mas, Cláudia, por que não poderia trocar por ‘mas sim’,
o que levaria à forma ‘senão’?”, eu respondo: porque, nesse caso, haveria mudança
substancial no sentido da construção, isso sem falar no truncamento sintático que seria
provocado: “uma paz durável, mas sim eterna” (ou seja, não é durável, mas é eterna
???).
Finalmente, alguns empregos de “senão” que não se encaixam nessas explicações:
1) (eis) senão quando, equivalente a "de repente": “chorava o seu desastre, ....
sentada no chão. Senão quando, indo a passar um homem ébrio, viu o incêndio, viu
a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela.” (Machado de Assis, Quincas Borba, p.
222, apud. Aurélio Eletrônico).
Para terminar, a diferença entre “tão pouco” e “tampouco” (confusão também presente
em relatórios, pareceres, petições e afins).
“Tão pouco” nada mais é do que um advérbio junto a outro advérbio – para ter
certeza, use o antônimo “tanto”:
“Nunca dormi tão pouco na minha vida.” Î “Nunca dormi tanto na minha vida.”.
Já “tampouco” significa “também não” (geralmente associado a uma negação
anterior): “Ele não é bonito, tampouco simpático.”
Voltando ao texto, comprovamos esse emprego:
“... e, por fim, os deuses tão pouco(5) são iguais” Î “...os deuses também não são
iguais.”
Assim, vemos que, em lugar de “tão pouco”, o certo seria “tampouco”: “... e, por fim,
os deuses TAMPOUCO são iguais”.
Por fim, um comentário sobre a construção verbal presente no trecho “A paz só pode
ser obtida entre sociedades iguais” – temos aí outro acento diferencial que
permaneceu: pôde (pretérito perfeito do indicativo), para diferenciar de pode
(presente do indicativo).
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Gabarito: B
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema na palavra “delinquência” (opção E).
Nessa questão, a ESAF testou o conhecimento de alguns parônimos (palavrinhas
parecidas, mas cujos significados são diferentes). Estão incorretas:
a) INFRINGIR – cometer infração / INFLIGIR (correto) – aplicar uma pena
c) Está incorreta a grafia da palavra HOMOGENEIZAR (HOMOGÊNEO + IZAR).
Para verificar esse erro, tenha em mente a dica dada no início desse encontro, em que
falamos sobre paradigmas e processo de formação de palavras.
A palavra primitiva é HOMOGÊNEO. Em seu lugar, pensemos em outra mais fácil:
IDÔNEO (também terminada em “EO”).
IDÔNEO -> IDONEIDADE
Outra bastante comum é ESPONTÂNEO, que vira ESPONTANEIDADE.
Então, HOMOGÊNEO leva a HOMOGENEIDADE. Esse substantivo dá origem ao verbo
HOMOGENEIZAR (com a letra “Z” do sufixo “izar”, já que não havia “s” na palavra
primitiva).
Muito comum é a tentativa de confusão com os vocábulos terminados em “IO”, como
os seguintes:
SÉRIO -> SERIEDADE
SOLIDÁRIO -> SOLIDARIEDADE
SÓCIO -> SOCIEDADE
SÓBRIO -> SOBRIEDADE
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Gabarito: C
Comentário.
Uma ordem pode ser EXPEDIDA (expedir – enviar, despachar, publicar, promulgar).
Não confunda com o parônimo “EXPENDIDA” (expender – expor, explicar ou gastar,
despender).
Só uma letrinha a mais fez toda a diferença!!! Imagine isso na hora H, em que seus
nervos estão à flor da pele?!
ITEM ERRADO
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Comentário.
Não confunda estes vocábulos: BOM ≠ MAU (adjetivos) / BEM ≠ MAL (advérbios)
Ex: Eu nado muito BEM / MAL. (advérbios)
Ele é um rapaz BOM / MAU. (adjetivos)
“Política, história, instituições e leis, todos esses fatores vão determinar o bom ou mal
funcionamento da economia,...”
Opa! Um dos dois está errado! Temos de identificar a classe gramatical dos vocábulos.
Eles apresentam uma ideia circunstancial (advérbio) ou uma qualidade (adjetivo) ao
substantivo “funcionamento”?
Nessa construção, por estarem modificando um SUBSTANTIVO (“funcionamento”),
são ADJETIVOS, e não advérbios.
ADVÉRBIO é palavra invariável que, apresentando uma ideia circunstancial, modifica
um VERBO, um ADJETIVO ou outro ADVÉRBIO.
ADJETIVO atribui ao substantivo (ou um termo que o represente) uma característica,
qualidade ou estado.
Logo, são dois adjetivos – BOM e MAU. Sendo assim, a forma correta seria “...o bom
ou mau funcionamento da economia,...”.
Se a essa altura você já está me xingando por ter colocado uma questão “bobinha”
dessas, ainda mais de um concurso de 1997, achando que isso não cai em concurso
público, leve um susto agora! Veja como, em uma prova mais recente, isso voltou a
ser cobrado.
ITEM CERTO
Comentário.
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Não é à toa que costumo associar a classe das palavras à sua função sintática. Fiz
isso já no meu primeiro artigo publicado aqui no Ponto. Muitas vezes, a partir do
conhecimento desses conceitos, é possível resolver uma questão de prova.
Como vimos nos comentário da questão anterior, o adjetivo mau serve para
acompanhar um substantivo (no caso, “desempenho” – função sintática: adjunto
adnominal), enquanto que o advérbio mal fica junto de verbos e adjetivos (adjunto
adverbial). O autor, no texto, “pisou na bola”.
Gabarito: E
Comentário.
Vamos estabelecer a diferença entre três expressões muito parecidas: há cerca de /
a cerca de / acerca de, a partir do seguinte exemplo:
“Eles saíram de casa há cerca de uma hora em direção à fazenda que fica a cerca de
30 km de São Paulo. Tenho minhas dúvidas acerca do tempo que levarão para chegar
lá, já que a estrada está em péssimas condições.”
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“CERCA DE” significa “aproximadamente”. Ela consta das duas primeiras expressões,
sendo que, na primeira, percebe-se o emprego do verbo impessoal “haver” na
indicação de tempo decorrido (há cerca de). Com relação à segunda (a cerca de), a
preposição “a” precede a expressão por indicar distância (“A fazenda fica a 30 km de
São Paulo.”). Já a expressão “acerca de” equivale a “sobre”. Não se pode confundi-las.
Logo, um dos erros da opção E está na construção “que a cerca de trezentos anos”.
Por indicar tempo decorrido, o correto é o emprego do verbo haver (“que há cerca de
trezentos anos”), como na segunda proposição do mesmo item. O outro erro refere-se
à colocação pronominal em “desenvolve-se”, que será objeto de estudo
posteriormente.
Gabarito: A
Comentário.
Viu como isso volta e meia cai em concursos? Como poderíamos substituir por SOBRE,
o correto seria “acerca de” (“Há pelo menos duas compreensões ACERCA DO Estado e
sua natureza...”).
O erro está na opção A, para a sua felicidade!
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Gabarito: B
Comentário.
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Gabarito: A
Comentário.
Assim não vale! Agora ficou fácil! Você já tinha visto como se escreve o verbo do item
(1). E é por essas e outras que não me canso de recomendar a resolução de provas
anteriores da ESAF (ou até de outras bancas) como método de estudo. As questões
muitas vezes se repetem, e isso se aplica a todas as disciplinas.
Item (2) - O que você achou do “simultaneidade”? É familiar para você? Não preciso
comentar, não é mesmo? Na dúvida, releia este ponto desde o começo.
Item (3) – Por tratar de construção de voz passiva e concordância, esse comentário
fica para a aula adequada. Só vou avisar que está certo, pois o núcleo do sujeito de
voz passiva é “barreiras”.
Item (4) - “Espectador” é o que vê ou testemunha certos atos (ou programas de
televisão), enquanto que seu parônimo expectador é o que está na expectativa. O uso
daquele vocábulo está certinho de acordo com o contexto.
Item (5) - Estamos diante de um caso de substantivo com letra indispensavelmente
muda – ININTERRUPTA.
Devemos ter cuidado com algumas palavras especiais: AFICIONADO (tem apenas um
“c” – formalmente, não existe “aficcionado”), OPTAR, IMPUGNAR, REPUGNAR
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20 - (ESAF/AFC STN/2005)
1. Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência
pode trabalhar até ao fim inteiramente alheia aos
graves problemas religiosos que confundem o pensador
que os quer resolver segundo a razão, se
5. nenhum choque exterior veio perturbar para ela
solução recebida na infância. A dúvida não é sinal de
que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é às
vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)
ITEM ERRADO
Comentário.
Para resolver essa questão, o candidato deveria saber o sentido da palavra
“perspícuo”, que certamente está a milhas de distância de seu vocabulário cotidiano.
PERSPÍCUO é algo claro, nítido, evidente, sem qualquer relação com “perspectiva”.
PERSPICUIDADE (é assim mesmo que se escreve) significa “clareza, evidência,
nitidez”. Curiosamente, Aurélio indica como segunda acepção o vocábulo PERSPICAZ
(mais comum), que significa “sagaz, observador”, aquele que tem PERSPICÁCIA.
Essa questão explora mais vocabulário do que propriamente ortografia. Sabe por que
resolvi colocá-la neste material? Porque o “Pai dos Burros” (rs...) nos ensina que uma
variante de “perspectiva” seria “perspetiva” (sem o “c” mudo). Parece bem estranho,
mas, segundo Aurélio, está certo!
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1) auto, contra, extra, intra, infra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra
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NORMA NOVA: Emprega-se hífen quando houver encontro de duas vogais iguais (a
que termina o prefixo com a que começa o segundo elemento) ou quando a segunda
palavra iniciar por H. Se o segundo elemento for iniciado por R ou S, dobram-se essas
consoantes.
Exemplos: autoescola / auto-organização / contra-almirante / contrarregra /
extraoficial / infraestrutura / ultrassonografia / suprarrenal.
NORMA NOVA: Emprega-se hífen quando houver encontro de duas vogais iguais (a
que termina o prefixo com a que começa o segundo elemento) ou quando a segunda
palavra iniciar por H. Se o segundo elemento for iniciado por R ou S, dobram-se essas
consoantes.
Exemplos: antirrábica / anti-herói / antessala / arquirrival / arqui-inimigo / sobressaia
4) circum, pan
NORMA ANTIGA: Empregava-se hífen antes de H e vogal.
Ex.: circum-adjacência, pan-americano
5) mal, bem
Nada mudou!
Emprega-se hífen quando estes formam com o segundo elemento nova unidade
significativa e esse elemento começa por vogal ou H.
No entanto, o advérbio BEM, ao contrário de MAL, pode não se aglutinar com palavras
iniciadas por consoante: BEM-AVENTURANÇA / BEM-AMADO / MAL-AMADO / BEM-
HUMORADO / MAL-HUMORADO / BEM-CRIADO (mas MALCRIADO) / BEM-ME-QUER
(mas MALMEQUER). Em poucos vocábulos, ocorre a aglutinação de BEM com o
segundo elemento (BENQUISTO / BENQUERENÇA / BENFEITOR).
NORMA NOVA: Neste ponto, observa-se uma lacuna do Acordo, que nada prevê sobre
o emprego de hífen com os prefixos AB / OB / AD / SOB / SUB seguidos de consoante
R.
Em função disso, alguns linguistas mantiveram a grafia original, ou seja, com hífen:
AB-ROGAR / AD-RENAL / SUB-RAÇA
Apesar de não mencionada no Acordo, propõe-se a manutenção do hífen quando
houver também encontro de consoantes com esses prefixos: SUB-BASE / AD-DIGITAL.
Usa-se hífen também antes de palavras iniciadas por H. O exemplo dado pelo Acordo é
o de “sub-hepático”. O mesmo ocorre, portanto, com “sub-humano”, que antes era
registrado como “subumano”.
7) co
NORMA ANTIGA: Usava-se sempre hífen, qualquer que fosse a palavra (embora haja
casos de aglutinação com palavras iniciadas por “o”).
Exemplos: co-autor / co-participante / co-obrigação / cooperação
8) não, quase
Ainda em Nota Explicativa, a ABL definiu que os vocábulos quase e não, ainda que
funcionem como prefixos, dispensam o hífen.
Exemplos: não conformismo, não pagamento, quase miséria.
Por hoje é só, pessoal! Em nosso próximo encontro, falaremos sobre os VERBOS.
Até lá e um grande abraço.
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4 – (ESAF/TCE RN/2000)
Marque o item em que um dos dois períodos está gramaticalmente incorreto.
a) Entre as leis editadas pela União, algumas há que se destinam à organização
político-administrativa do Estado brasileiro, penetrando na estrutura da República
Federativa, para nela dispor instituições e institutos, quer essenciais, quer acidentais à
república e à federação. / Entre as leis editadas pela União, algumas há que se
destinam à organização política-administrativa do Estado brasileiro, penetrando na
estrutura da República Federativa, para nela dispôr instituições e institutos, quer
essenciais, quer acidentais à república e à federação.
b) O federalismo brasileiro é de duplo grau, declinando por dois degraus entre três
patamares, pelo que suporta, em três níveis de poder, três repartições genéricas de
competência. / O federalismo brasileiro é de duplo grau, declinando por dois degraus
entre três patamares, razão por que suporta, em três níveis de poder, três repartições
genéricas de competência.
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c) No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem visíveis:
leis federais intransitivas e transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se
discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.
d) As leis nacionais podem ser de ordem pública ou de ordem privada, guardando
preponderante interesse público ou administrativo, ou social, ou privado. / As leis
nacionais podem ser de ordem pública ou de ordem privada, e guardam preponderante
interesse público ou administrativo, ou social, ou privado.
e) Algumas leis eminentemente federativas, como o Código Tributário Nacional,
autoproclamam-se ‘nacionais’. / Algumas leis eminentemente federativas, como o
Código Tributário Nacional, se autoproclamam ‘nacionais’.
(Baseado em Sérgio Resende de Barros)
6 – (ESAF/CGU-Técnico/2008)
Analise a proposta a seguir.
- Acentuar graficamente a palavra “itens”, escrevendo-a assim: ítens.
não hesita em torcer as normas jurídicas para extrair delas a interpretação que o
permita desflorestar a maior área possível.
(Adaptado de EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005)
Com base no texto acima, julgue a proposição a seguir.
- Para tornar o texto gramaticalmente correto, seria necessário substituir “apóiam”
(l.1) por “apoiam”.
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