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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL

E MPOG – QUESTÕES COMENTADAS ESAF


PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI

AULA 1 – ORTOGRAFIA E ALGUNS PARÔNIMOS


Olá, meu povo!
Sem perda de tempo, dando continuidade à aula demonstrativa, vamos começar a ver
as demais questões que tratam de ortografia. Mais uma vez, lembramos que as
questões foram transcritas da forma original, ou seja, sem as mudanças promovidas
pelo Acordo Ortográfico, mas farei, se houver necessidade, menção ao que mudou em
relação às novas regras ortográficas.
Vamos lá.

3 - (ESAF / ANEEL Especialista/ 2006)


1. A idéia é a de que a institucionalização da raça como
categoria possuidora de direitos e oportunidades
sociais, negada pelos processos de exclusão
racial, resultaria na construção jurídica de um país
5. racialmente apartado, contrário a sua suposta
vocação a-racial. Como foi possível que essa
ideologia a-racial tão decantada por especialistas
conformasse uma sociedade que é alva em todas
as suas dimensões de poder, riqueza e prestígio e
10. escura nas suas instâncias de pobreza e indigência
humana? O país real jamais amedrontou as elites
políticas e intelectuais. Elas jamais enxergaram
nele uma ameaça. O seu discurso nunca pôs em
questão a sua imperiosa necessidade de romper
15. com o exclusivismo da supremacia branca como
condição para a desracialização da sociedade.
(Adaptado de Sueli Carneiro, O medo da raça. Correio Braziliense, 24 de abril de
2006)
Analise a seguinte afirmação a respeito do emprego dos termos e expressões do texto.
- Se o infinitivo do verbo, pôr, não fosse acentuado – por oposição à preposição por –,
não seria necessário acentuar “pôs” (l.13).

Gabarito: ITEM ERRADO


Comentário.
O assunto dessa questão foi ACENTUAÇÃO GRÁFICA.

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De uma maneira geral, a regra é ACENTUAR O MÍNIMO DE PALAVRAS. Então,


acentua-se o que há em menor número. Se buscarmos nos dicionários, bem menor é a
quantidade de proparoxítonas. A maior parte das palavras da língua portuguesa é
composta de paroxítonas e oxítonas (neste último caso, por exemplo, classificam-se
todos os verbos no infinitivo impessoal – fazer, comer, estabelecer, etc.). Por isso,
uma das regras de acentuação é: T O D A S A S P R O P A R O X Í T O N A S S Ã O
A C E N T U A D A S (como são poucas, põe acento em todas elas).
Por sua vez, é pequeno o número de oxítonas que terminam em A / E / O / EM, e seus
respectivos plurais. Por isso, essas serão acentuadas.
De acordo com essa regra, as oxítonas terminadas por R ficaram de fora e, com isso,
todos os verbos no infinitivo impessoal.
Em suma, é isto o que acontece quando o assunto é acentuação gráfica.
São acentuados os:
9 MONOSSÍLABOS TÔNICOS TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S) - cá, pé,
pó, rés, mós, cós, nó, pôr (verbo), jus, bis, si, mim, sol, cor;
9 OXÍTONOS TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S), EM(NS) – café, caqui
(fruta), também, vender, reféns, dominó, ardil, português, sermão, juiz, país,
raiz, colher, ruim (a sílaba tônica é “im”), parabéns, sabiá;
9 PAROXÍTONOS NÃO TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S), EM(NS), AM -
hífen (termina em EN), hifens (sem acento), biquíni, item, domino (verbo),
fênix, bíceps, fácil, coco (fruta), álbum, difícil, fácil, cáqui (cor), sabia (verbo),
táxi, cantam, falam, acordam;
9 PAROXÍTONOS TERMINADOS: EM DITONGO CRESCENTE (*), EM –ÃO,
EM –ÔO - glória, indivíduos, sábia, concordância, acórdão, abençôo;
9 TODAS AS PROPAROXÍTONAS - fósforo, matemática, hífenes
(*) Segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (V.O.L.P.), que tem
força de lei no Brasil, a acentuação das paroxítonas terminadas em ditongo
crescente é classificada na regra dos proparoxítonos (sé-ri-e / vi-tó-ri-a) e os
monossílabos são classificados na mesma regra dos oxítonos.
MUDANÇA ORTOGRÁFICA: Foi retirado o acento circunflexo de “oo”: abençoo,
perdoo, voo. As paroxítonas assim terminadas passa a ser incluídas na “regra
geral”.
ENCONTROS VOCÁLICOS:
Preste bastante atenção, pois algumas dessas regras sofreram alterações em função
do advento do Acordo Ortográfico.
9 OS DITONGOS ABERTOS –ÉI-, -ÉU-, -ÓI- : herói, apóiam, idéias, mausoléu
Essa regra sofreu alteração com o Acordo Ortográfico. A partir de 2009, deixam de ser
acentuadas as PAROXÍTONAS que apresentem esses ditongos (ideia, assembleia,[eu]
apoio, [ela] apoia). Nada muda em relação às palavras oxítonas (herói, chapéu,
pastéis).
9 NUM HIATO, RECEBEM ACENTO I OU U, COMO 2ª VOGAL DO HIATO,
SOZINHO (DESDE QUE NÃO SEGUIDO DE NH) OU ACOMPANHADO DE S. COM
QUALQUER OUTRA LETRA OU SOZINHO E SEGUIDO DE NH, NÃO RECEBE O
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ACENTO AGUDO.
A única mudança é em relação a essa regra atinge o acento agudo de hiato que vem
precedido de um ditongo, como em FEIURA. Não se emprega mais esse acento. Em
relação aos demais casos (viúva, país), nada mudou.

-Encontro de dois “es” na conjugação dos verbos LER, VER, CRER, DAR e
derivados - “Antigamente”, por clareza gráfica, empregava-se o acento circunflexo
no plural desses verbos: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, desdêem, relêem,
revêem, etc.
A partir de 2009, caem esses acentos: leem, deem, creem.
Nada muda em relação às terceiras pessoas do plural dos verbo TER e VIR, que
continuam a ser acentuados: têm, vêm.
Na próxima questão, iremos estudar os ACENTOS DIFERENCIAIS, sendo um dos
exemplos o do verbo PÔR. Esse foi um dos dois acentos diferenciais que
“sobreviveram” à mudança.
Nessa questão, o examinador estava indo bem, até certo ponto. Contudo, errou ao
afirmar que o vocábulo “pôs” (conjugação daquele verbo) não seria acentuado se o
infinitivo de PÔR tivesse sido “poupado” do acento diferencial. Pergunto eu: O QUE
UMA COISA TEM A VER COM A OUTRA???
O vocábulo “pôs” recebeu acento da mesma forma que “dó”, “nós”, “pás”, “fé”, ou
seja, recebeu acento por ser um monossílabo tônico terminado em a(s), e(s), o(s).

4 – (ESAF/TCE RN/2000) Marque o item em que um dos dois períodos está


gramaticalmente incorreto.
a) Entre as leis editadas pela União, algumas há que se destinam à organização
político-administrativa do Estado brasileiro, penetrando na estrutura da República
Federativa, para nela dispor instituições e institutos, quer essenciais, quer acidentais à
república e à federação. / Entre as leis editadas pela União, algumas há que se
destinam à organização política-administrativa do Estado brasileiro, penetrando na
estrutura da República Federativa, para nela dispôr instituições e institutos, quer
essenciais, quer acidentais à república e à federação.
b) O federalismo brasileiro é de duplo grau, declinando por dois degraus entre três
patamares, pelo que suporta, em três níveis de poder, três repartições genéricas de
competência. / O federalismo brasileiro é de duplo grau, declinando por dois degraus
entre três patamares, razão por que suporta, em três níveis de poder, três repartições
genéricas de competência.
c) No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem visíveis:
leis federais intransitivas e transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se
discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.
d) As leis nacionais podem ser de ordem pública ou de ordem privada, guardando
preponderante interesse público ou administrativo, ou social, ou privado. / As leis
nacionais podem ser de ordem pública ou de ordem privada, e guardam preponderante
interesse público ou administrativo, ou social, ou privado.

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e) Algumas leis eminentemente federativas, como o Código Tributário Nacional,


autoproclamam-se ‘nacionais’. / Algumas leis eminentemente federativas, como o
Código Tributário Nacional, se autoproclamam ‘nacionais’.
(Baseado em Sérgio Resende de Barros)

Gabarito: A
Comentário.
Os ACENTOS DIFERENCIAIS são os acentos agudo ou circunflexo usados sobre
vogais “a”, “e” e “o” em alguns vocábulos tônicos para diferenciá-los de outros
homógrafos átonos (ACENTO DIFERENCIAL DE INTENSIDADE OU TONICIDADE)
ou, no caso do ACENTO DIFERENCIAL DE TIMBRE, o emprego de acento circunflexo
(^) para diferenciar a vogal fechada (“ô”) da vogal aberta (“ó”), registrada sem
acento.
Com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico em 2009, restaram somente DOIS
acentos diferenciais:
- de timbre – PÔDE (pretérito perfeito do indicativo) / PODE (presente
do indicativo);
- de tonicidade – PÔR (verbo) / POR (preposição)
O acento circunflexo do verbo pôr é usado para diferenciá-lo da preposição átona por
(um dos casos de acento diferencial de tonicidade). Por isso, não há acento nos verbos
derivados do “pôr”, como propor, dispor, contrapor, indispor, repor, cuja (falta de)
acentuação gráfica se justifica pela norma das oxítonas.
Outra novidade é que a palavra “FORMA”, no sentido de “recipiente”, recebe
FACULTATIVAMENTE o acento circunflexo (fôrma) para diferenciar de “FORMA”, na
acepção de “formato”.

Alguns gramáticos classificam o acento circunflexo dos verbos ter e vir (e derivados)
na 3ª pessoa do plural (têm, vêm, contêm, entretêm, detêm, retêm etc.) como
ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO ou MORFOLÓGICO.
As formas verbais singulares tem e vem são monossílabos tônicos e, por isso,
dispensariam a acentuação. Repisando: a regra é acentuar somente os monossílabos
tônicos terminados em A / E / O, e seus plurais.
A conjugação na 3ª pessoa do singular dos verbos derivados recebe acentuação
(detém, contém, entretém etc.) em atendimento à regra dos oxítonos terminados por
“EM”.
Esses gramáticos consideram, então, que o acento circunflexo (têm, vêm, detêm,
contêm, entretêm) serve tão-somente para indicar que o verbo está no plural.
Dessa forma, a regra de acentuação, segundo eles, é:
têm (acento diferencial de número);
vêm (acento diferencial de número);
detém (oxítona terminada em EM) – (Cuidado com essa diferença, hem?);

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detêm (acento diferencial de número c/c oxítona terminada em EM).


Lembre-se: não houve alteração na acentuação desses verbos e seus derivados (ter,
manter, conter, vir, convir, provir...)

5 - (ESAF / IRB – Advogado / 2006)


Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou que(1) a
renda das famílias parou de cair em 2004, interrompendo uma trajetória(2) de queda
que acontecia desde 1997, e que houve(3) diminuição do grau de concentração da
renda do trabalho. Enquanto a metade da população ocupada que(4) recebe os
menores rendimentos teve ganho real de 3,2%, a outra metade, que tem rendimentos
maiores, teve perda de 0,6%. Os resultados da PNAD mostraram, também, que o
Brasil melhorou em ítens(5) como número de trabalhadores ocupados, participação
das mulheres no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das
condições de vida.
(Trechos adaptados de Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da
Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 379, Brasília, 30 de novembro de
2005)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito: E
Comentário.
Esse é um erro muito comum na vida prática. Volta e meia, nos deparamos com “item”
(e seu plural) acentuado.
Vamos ver qual é a forma correta.
Primeiro: “item” é uma paroxítona (I-tem) terminada em “em”.
Qual é mesmo a regra das paroxítonas?
ACENTUAMOS AS QUE NÃO TERMINAM EM A(S), E(S), O(S), EM(ENS), AM.
Como essa termina em EM, não recebe acento, da mesma forma que acontece com
“homem”, “falem”, “andem”.
A partir de agora, ao ler aquele relatório do seu colega em que ele acentua “item” ou
“itens”, faça-lhe o favor de avisar que este vocábulo não tem acento agudo!!!
Está pronto(a) para levar um tremendo susto? Então, veja a próxima questão, do
concurso mais recente realizado pela ESAF.

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6 – (ESAF/CGU-Técnico/2008)
Analise a proposta a seguir.
- Acentuar graficamente a palavra “itens”, escrevendo-a assim: ítens.

ITEM ERRADO
Comentário.
Preciso aprofundar-me nos comentários a essa questão? Acredito que não (rs...).
Mais uma vez, a ESAF explora a grafia da palavra “item”, dessa vez no plural: “itens”,
que, como sabemos, não recebe acento agudo.
Sigamos, então.

7 - (ESAF / MPOG – Especialista Políticas Públicas / 2005)


A defesa do ambiente é um daqueles temas que, no discurso, todos apóiam. Mas basta
colocar, de um lado, a chance de auferir lucros e, de outro, a preservação das
florestas, para se verificar o quão frágil é o compromisso com esta última. Esse
fenômeno se dá em praticamente todos os níveis, desde o mau fiscal do Ibama que
fecha os olhos para crimes ambientais em troca de propina até o grande agricultor que
não hesita em torcer as normas jurídicas para extrair delas a interpretação que o
permita desflorestar a maior área possível.
(Adaptado de EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005)
Com base no texto acima, julgue a proposição a seguir.
- Para tornar o texto gramaticalmente correto, seria necessário substituir “apóiam”
(l.1) por “apoiam”.

ITEM ORIGINALMENTE ERRADO


Comentário.
Note o ano em que a prova em comento foi aplicada: 2005!!!
Se esta fosse uma questão de prova aplicada a partir de 2009, o item estaria
CORRETO.
Lembre-se dos ditongos abertos que eram acentuados em qualquer palavra (“Óia o
véu da véia”): ói, éu, éi.
Agora, se a palavra for PAROXÍTONA, esses acentos (ói e éi) foram eliminados. É o que
acontece com a conjugação dos verbos terminados em –OIAR, como o verbo APOIAR.
A conjugação da primeira e segunda pessoa do singular (eu / tu) e das terceiras
pessoas (singular e plural) do presente do indicativo (com reflexo também no
presente do subjuntivo) recebiam acento agudo: apóio, apóias, apóia, apóiam, apóie,
apóies, apóie, apóiem.
A partir de 2009, devemos retirar o acento agudo destas conjugações: apoio, apoias,
apoia, apoiam, apoie, apoies, apoiem.
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8 - (ESAF / SUSEP – Agente Executivo / 2006) Assinale a opção que corresponde a


erro de grafia ou de desobediência às regras da norma escrita padrão.
A crise da esquerda mundial, consubstanciada(1) sobretudo como a crise do
“socialismo real” e, em menor intensidade, do modelo social-democrata de gestão
“humanizada” do mercado, encontra-se ainda em pleno desdobramento. É uma crise
profunda, de largo espectro(2) histórico, que se confunde plenamente com a crise de
civilização, resultante, entre outras causas, do auge da hegemonia(3) do sistema
capitalista de produção e da conseqüente exacerbação(4) de todas as suas
contradições. A crise da esquerda mundial, que é também a crise do ideário e da
experiência socialista no mundo, torna-se duradoura, sobretudo se estivermos a medí-
la(5) com a escala individual de nossas vidas.
(Adaptado de Anivaldo de Miranda)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito: E
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema na palavra “consequente ”.
As oxítonas terminadas em “i” e “u” não são acentuadas. Nessa lista, incluem-se
palavras como saci, pitu, caju, Pagu e tantas outras.
Todas as regras de acentuação que acabamos de ver devem ser aplicadas, inclusive,
nas formas verbais, quando houver a colocação de pronomes oblíquos (ÊNCLISE OU
MESÓCLISE, ou seja, o pronome oblíquo após o verbo ou no meio dele,
respectivamente).
A análise para a acentuação recai exclusivamente na forma verbal. Havendo a
mesóclise, devemos analisar cada “pedacinho” do verbo, como se compusesse palavras
independentes.
Por exemplo: em “analisá-las-ei”, como tonicidade recai na última sílaba de “analisa”,
há necessidade de ser acentuada a vogal para essa indicação (acentuamos as oxítonas
terminadas em A(S), E(S), O(S), EM(ENS).).
Outro exemplo mais “cabeludo”: contrabandeá-las-íamos (= iríamos contrabandear
as mercadorias) - na primeira parte do vocábulo, acentua-se pela mesma regra do
exemplo anterior (oxítona terminada em “A”); a segunda parte cai na regra das
proparoxítonas.
E em relação a “medi-la”, como fica? A sílaba tônica é “di” (meDI). Da mesma forma
que acontece com “saci” e “caqui”, não recebe acento, pois só acentuamos as oxítonas
terminadas em A(S), E(S), O(S), EM(S).
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A dificuldade maior dessa questão foi o fato de este erro só ter aparecido na opção E,
depois de “espectro” e “exacerbação”, palavras cujas grafias que podem ter levado
alguns candidatos à loucura!
Somente a título de curiosidade, no concurso para ICMS–RJ/2008, cuja prova foi
realizada pela Fundação Getúlio Vargas, tivemos uma questão que explorava esses
conhecimentos.
Em “exauri-los” (l.54) e “poder-se-á” (l.143), construiu-se corretamente a junção do
pronome à forma verbal. Assinale a alternativa em que isso não ocorreu.
(a) cancelaríamos + as = cancelá-las-íamos
(b) permitireis + os = permiti-los-eis
(c) encontraram + os = encontraram-nos
(d) fizestes + lhes = fizeste-lhes
(e) aprenderás + as = aprendê-las-ás

Somente ocorrem mudanças gráficas nos verbos quando os pronomes forem


O/A/OS/AS. Isso não acontece com o pronome oblíquo “lhes”. Por isso, o gabarito foi a
opção D. O certo é “fizestes-lhes”.
Vamos verificar, então, como se realizou o processo de junção dos pronomes aos
demais verbos.
A despeito de ser assunto da aula sobre pronomes, temos de lembrar que a mesóclise
(colocação do pronome no meio da forma verbal) só acontece com os futuros do
indicativo – futuro do presente e futuro do pretérito.
Quando juntamos os pronomes “o/a/os/as” às formas verbais que terminam em S/Z/R,
essas letras “caem” e ao pronome incluímos a letra “L”. De um lado GERALMENTE fica
o infinitivo do verbo e do outro o restante.
a) CANCELARÍAMOS Î CANCELAR + as + ÍAMOS Î CANCELA-LAS-ÍAMOS. Como a
sílaba tônica da “primeira parte” é o “la” (canceLA), empregamos o acento agudo
(oxítona terminada em “a”): CANCELÁ-LAS-ÍAMOS
b) PERMITIREIS Î PERMITIR + os + EIS Î PERMITI-LOS-EIS. Como a sílaba tônica é
“ti”, não acentuamos, pois só colocamos acento nas oxítonas terminadas em a(s), e(s),
o(s), em(ens).
e) APRENDERÁS Î APRENDER + as + ÁS Î APRENDE-LAS-ÁS. A sílaba tônica da
primeira parte é “DE” (aprenDE), recebendo acento (oxítona terminada em “e”). A
segunda parte também recebeu acento por ser um monossílabo tônico terminado em
“as”: APRENDÊ-LAS-ÁS.
A forma “encontraram” é do pretérito perfeito do indicativo (ou do pretérito mais-que-
perfeito, a escolher...rs...). Como termina de forma nasal (“am”), ao se unir a um
pronome “os”, exige dele a inclusão da letra “n”: encontraram-nos. Esse processo
facilita a pronúncia e isso ocorre somente com os pronomes oblíquos “o/a/os/as”
quando o verbo terminar de forma nasal (am/ão/õe/õem).
Uma última observação (importantíssima, por sinal). Falamos que, com a mesóclise,
“GERALMENTE” fica, de um lado, o infinitivo do verbo. Sabe por que ressaltamos o

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“geralmente”? Porque com os verbos terminados em –ZER isso não acontece. Veja só
como é o futuro do verbo DIZER: eu DIREI. E do verbo TRAZER: eu TRAREI. E do
verbo FAZER: eu FAREI.
O mesmo acontece com o futuro do pretérito: eu DIRIA (e não “dizeria”), eu traria (e
não “trazeria”), eu faria (e não “fazeria”).
Assim, ocorrendo a mesóclise, todo cuidado é pouco com esses verbos terminados em
–ZER:
- DIREI AS VERDADES = DIREI + AS Î DI-LAS-EI
A primeira parte não recebe acento por ser um monossílabo terminado em “i” (e
somente acentuamos os monossílabos terminados em a/s, e/s, o/s).
- TRARIA OS DOCUMENTOS = TRARIA + OS = TRÁ-LOS-IA
Agora, acentuamos a “primeira parte” por ser um monossílabo tônico terminado em
“a”.
- FARIA AS QUESTÕES = FARIA + AS = FÁ-LAS-IA
Novamente, acentuamos a “primeira parte” por ser um monossílabo tônico terminado
em “a”.
Acredite: isso já caiu em prova de outra banca (no meio do texto, surgiu um “fazê-los-
ei”) – nada impede que caia também em provas da ESAF.

9 - (ESAF/MPOG – Especialista Políticas Públicas/2005)


Julgue a assertiva a seguir.
Enquanto houver falta de força de trabalho, _______a)_____, os novos direitos
conquistados se efetivam para a quase totalidade dos assalariados. Mas a situação
muda completamente__________b)__________ e ______________ c)
______________. Nessas fases da conjuntura, a competição pelos poucos empregos
disponíveis faz com que _________________ d) __________________, o que só
podem fazer trabalhando como “informais”. É o que estamos assistindo hoje no Brasil:
________ e) __________, um número ainda maior trabalha sem registro e sem os
direitos consignados na CLT.
(Paul Singer, Folha de S. Paulo, 30/04/2005)
Para preencher a lacuna “b” poderíamos empregar, com correção gramatical, coesão e
coerência textuais, qualquer das duas possibilidades:
1.quando a economia estagna
2. nos períodos em que a economia para de crescer

ITEM ORIGINALMENTE ERRADO


Comentário.
Mais uma questão que teria seu gabarito alterado em função das mudanças
ortográficas.

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Em relação à proposição 1, nada de errado. O problema está na segunda. O verbo


PARAR, na conjugação do presente do indicativo – 3ª pessoa do singular, recebia
acento diferencial, para distingui-lo da preposição átona “para”. O correto seria: “nos
períodos em que a economia pára de crescer”.

A partir de 2009, este acento diferencial foi eliminado, ou seja, tanto na preposição
quanto na conjugação verbal, devemos grafar a forma “para” (sem acento).
“Ela para para ver a banda passar.”
Outra construção bastante curiosa: “O gato soltou pelo pelo sofá.”.

10 - (ESAF/ MP ENAP – SPU/ 2006)


Há(1) os que defendem um governo universal; essa seria, de acordo com certos
teóricos, a única forma de eliminar as guerras, de construir uma paz durável, se
não(2) eterna. Outros teóricos apontam a impossibilidade de governo universal
sobre(3) uma História construída nos fundamentos da desigualdade. A paz só pode
ser obtida entre sociedades iguais, e as sociedades nunca serão(4) iguais. Se houver
a provável igualdade econômica, sempre haverá a desigualdade cultural, e, por fim, os
deuses tão pouco(5) são iguais.
(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 11/03/2006)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical, no texto acima.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito: E
Comentário.
Essa é uma ótima oportunidade de comentar a grafia de expressões tão complicadas:
“se não” (separado), “senão” (junto), “tão pouco” e “tampouco”.
Escreve-se separadamente quando pudermos trocar por “caso não” (feita a devida
alteração da forma verbal, acaso necessária):
“.... estivesse aqui, gostaria de estar na praia.” Î CASO NÃO estivesse aqui,
gostaria de estar na praia.
Então, aqui se emprega “SE NÃO”.
Já o “senão” (juntinho) tem o sentido de “do contrário, de outro modo” e também
“mas, mas sim, a não ser”.
“Saia já daqui, .... irei chamar a polícia.” Î “Saia já daqui, DO CONTRÁRIO
chamarei a polícia.”

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“Ele não faz outra coisa .... dormir.” Î “Ele não faz outra coisa A NÃO SER
dormir.”
Em todos esses exemplos, usamos “senão”.
Vejamos, agora, a passagem do texto: “...essa seria, de acordo com certos teóricos, a
única forma de eliminar as guerras, de construir uma paz durável, se não(2) eterna.”.
Podemos perfeitamente perceber a presença do verbo SER, na forma do futuro do
subjuntivo, elíptico antes de “eterna”: “... de construir uma paz durável, se não FOR
eterna”. Como poderíamos trocar por “caso não”, feita a mudança verbal,
confirmamos o fato de ser uma conjunção condicional e um advérbio de negação.
Antes que alguém pergunte: “Mas, Cláudia, por que não poderia trocar por ‘mas sim’,
o que levaria à forma ‘senão’?”, eu respondo: porque, nesse caso, haveria mudança
substancial no sentido da construção, isso sem falar no truncamento sintático que seria
provocado: “uma paz durável, mas sim eterna” (ou seja, não é durável, mas é eterna
???).
Finalmente, alguns empregos de “senão” que não se encaixam nessas explicações:

1) (eis) senão quando, equivalente a "de repente": “chorava o seu desastre, ....
sentada no chão. Senão quando, indo a passar um homem ébrio, viu o incêndio, viu
a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela.” (Machado de Assis, Quincas Borba, p.
222, apud. Aurélio Eletrônico).

2) senão vejamos: esta expressão, muito comum em linguagem e textos jurídicos,


leva a uma confirmação de teses anteriormente apresentadas. Serve para introduzir
exemplos e explicações.

Para terminar, a diferença entre “tão pouco” e “tampouco” (confusão também presente
em relatórios, pareceres, petições e afins).
“Tão pouco” nada mais é do que um advérbio junto a outro advérbio – para ter
certeza, use o antônimo “tanto”:
“Nunca dormi tão pouco na minha vida.” Î “Nunca dormi tanto na minha vida.”.
Já “tampouco” significa “também não” (geralmente associado a uma negação
anterior): “Ele não é bonito, tampouco simpático.”
Voltando ao texto, comprovamos esse emprego:
“... e, por fim, os deuses tão pouco(5) são iguais” Î “...os deuses também não são
iguais.”
Assim, vemos que, em lugar de “tão pouco”, o certo seria “tampouco”: “... e, por fim,
os deuses TAMPOUCO são iguais”.
Por fim, um comentário sobre a construção verbal presente no trecho “A paz só pode
ser obtida entre sociedades iguais” – temos aí outro acento diferencial que
permaneceu: pôde (pretérito perfeito do indicativo), para diferenciar de pode
(presente do indicativo).

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11 - (ESAF/AFRF/2003) Indique o item em que todas as palavras estão corretamente


empregadas e grafadas.
a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de infringir punições
legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e violência.
b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem juízes, nem
professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um
pouco de tudo isso, num modo de intervenção específico.
c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder técnico de
disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de arbitrário no outro,
atenuando os efeitos de revolta que ambos possam suscitar.
d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do soberano iminente
que vingava sua autoridade sobre o corpo dos supliciados.
e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de práticas ilegais,
sob o qual se chega a exercer controle e aferir lucro ilícito, mas que se torna
manejável por sua organização em delinqüência.
(Itens adaptados de Michel Foucault)

Gabarito: B
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema na palavra “delinquência” (opção E).
Nessa questão, a ESAF testou o conhecimento de alguns parônimos (palavrinhas
parecidas, mas cujos significados são diferentes). Estão incorretas:
a) INFRINGIR – cometer infração / INFLIGIR (correto) – aplicar uma pena
c) Está incorreta a grafia da palavra HOMOGENEIZAR (HOMOGÊNEO + IZAR).
Para verificar esse erro, tenha em mente a dica dada no início desse encontro, em que
falamos sobre paradigmas e processo de formação de palavras.
A palavra primitiva é HOMOGÊNEO. Em seu lugar, pensemos em outra mais fácil:
IDÔNEO (também terminada em “EO”).
IDÔNEO -> IDONEIDADE
Outra bastante comum é ESPONTÂNEO, que vira ESPONTANEIDADE.
Então, HOMOGÊNEO leva a HOMOGENEIDADE. Esse substantivo dá origem ao verbo
HOMOGENEIZAR (com a letra “Z” do sufixo “izar”, já que não havia “s” na palavra
primitiva).
Muito comum é a tentativa de confusão com os vocábulos terminados em “IO”, como
os seguintes:
SÉRIO -> SERIEDADE
SOLIDÁRIO -> SOLIDARIEDADE
SÓCIO -> SOCIEDADE
SÓBRIO -> SOBRIEDADE
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DISCRICIONÁRIO -> DISCRICIONARIEDADE


Como é bem maior a quantidade de vocábulos terminados por IO, em comparação
com os de terminação EO, pode ocorrer a “contaminação” e, por conseguinte, erro na
grafia de vocábulos terminados dessa última forma, como HOMOGÊNEO.
Muita calma na hora de verificar a grafia dessas palavras, hem?
d) IMINENTE – prestes a acontecer / EMINENTE (correto) – importante
e) AFERIR – medir / AUFERIR (correto) – ganhar, obter.

12 - (ESAF/SEFAZ CE/2007) Assinale a opção que contém erro de grafia ou


inadequação vocabular. (Artigo extraído, com modificações, do Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará).
Art. 192 - O funcionário deixará de cumprir ordem de autoridade superior quando:
a) a autoridade de quem emanar a ordem for incompetente;
b) não se contiver a ordem na área da competência do órgão a que servir o funcionário
seu destinatário, ou não se referir a nenhuma das atribuições do servidor;
c) for a ordem expendida sem a forma exigida por lei;
d) não tiver a ordem como causa uma necessidade administrativa ou pública, ou visar
a fins não estipulados na regra de competência da autoridade da qual promanou ou do
funcionário a quem se dirige;
e) a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou de autoridade;
(http://www.al.ce.gov.br/publicacoes/estatutocivis/estatuto/capitulo_2_t6.htm,pesquis
a em 20/10/2006)

Gabarito: C
Comentário.
Uma ordem pode ser EXPEDIDA (expedir – enviar, despachar, publicar, promulgar).
Não confunda com o parônimo “EXPENDIDA” (expender – expor, explicar ou gastar,
despender).
Só uma letrinha a mais fez toda a diferença!!! Imagine isso na hora H, em que seus
nervos estão à flor da pele?!

13 - (ESAF/TTN/1997) Analise a assertiva abaixo, em relação à correção gramatical.


- Política, história, instituições e leis, todos esses fatores vão determinar o bom ou mal
funcionamento da economia, e não existe estratégia de desenvolvimento que seja
adequada a todos os casos.
(Folha de S. Paulo - 13.7.97, com adaptações)

ITEM ERRADO
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Comentário.
Não confunda estes vocábulos: BOM ≠ MAU (adjetivos) / BEM ≠ MAL (advérbios)
Ex: Eu nado muito BEM / MAL. (advérbios)
Ele é um rapaz BOM / MAU. (adjetivos)

“Política, história, instituições e leis, todos esses fatores vão determinar o bom ou mal
funcionamento da economia,...”
Opa! Um dos dois está errado! Temos de identificar a classe gramatical dos vocábulos.
Eles apresentam uma ideia circunstancial (advérbio) ou uma qualidade (adjetivo) ao
substantivo “funcionamento”?
Nessa construção, por estarem modificando um SUBSTANTIVO (“funcionamento”),
são ADJETIVOS, e não advérbios.
ADVÉRBIO é palavra invariável que, apresentando uma ideia circunstancial, modifica
um VERBO, um ADJETIVO ou outro ADVÉRBIO.
ADJETIVO atribui ao substantivo (ou um termo que o represente) uma característica,
qualidade ou estado.
Logo, são dois adjetivos – BOM e MAU. Sendo assim, a forma correta seria “...o bom
ou mau funcionamento da economia,...”.
Se a essa altura você já está me xingando por ter colocado uma questão “bobinha”
dessas, ainda mais de um concurso de 1997, achando que isso não cai em concurso
público, leve um susto agora! Veja como, em uma prova mais recente, isso voltou a
ser cobrado.

14 - (ESAF/ AFC STN / 2005)


1. Os administradores de sociedades limitadas podem
responder solidariamente perante a sociedade pelo
mal desempenho de suas atribuições. Uma dessas
hipóteses é justamente não comunicar aos demais
5. associados a cessão das cotas por parte de alguns
sócios a terceiros que não dispõe de patrimônio apto
a honrar o compromisso.

Analise a proposição a seguir.


- Há erro no emprego do substantivo mal (l .3) adjetivando desempenho; o correto é
empregar o adjetivo mau.

ITEM CERTO
Comentário.
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Não é à toa que costumo associar a classe das palavras à sua função sintática. Fiz
isso já no meu primeiro artigo publicado aqui no Ponto. Muitas vezes, a partir do
conhecimento desses conceitos, é possível resolver uma questão de prova.
Como vimos nos comentário da questão anterior, o adjetivo mau serve para
acompanhar um substantivo (no caso, “desempenho” – função sintática: adjunto
adnominal), enquanto que o advérbio mal fica junto de verbos e adjetivos (adjunto
adverbial). O autor, no texto, “pisou na bola”.

15 – (ESAF/MPU/2005) Marque o item em que uma das sentenças não está


gramaticalmente correta.
a) A literatura depende muito de condições subjetivas, raramente satisfaz apenas os
sentidos, exige colaboração, embora muitos acreditem que as obras literárias possam
brotar de cérebros insulados./ A literatura depende muito de condições subjetivas,
raramente satisfaz apenas aos sentidos, exige colaboração, embora muitos acreditem
que as obras literárias possam brotar de cérebros insulados.
b) Um povo não perde os seus mais fortes determinantes se recebe, aceita e pratica a
pintura e a música de outra origem, mas dificilmente adotará literatura estranha sem
perda de alguns de seus valores. / Um povo não perderá os seus mais fortes
determinantes se receber, aceitar e praticar a pintura e a música de outra origem, mas
dificilmente adotará literatura estranha sem perda de alguns de seus valores.
c) Já tive ocasião de mostrar quanto me parecem precárias três afirmativas de Euclides
da Cunha: a questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças e o autoctonismo
do homem americano. / Já tive ocasião de mostrar como me parecem precárias três
afirmativas de Euclides da Cunha: a questão do cruzamento; a fatalidade da luta das
raças e o autoctonismo do homem americano.
d) Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes nomes
pertencentes ao “sistema” de que falei há pouco. / Quando surgiu Euclides da Cunha,
nossa literatura podia enumerar grandes nomes pertencentes ao “sistema” de que faz
pouco falei.
e) No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema” interessantíssimo,
que a cerca de trezentos anos desenvolve-se. / No Brasil, a nacionalidade e a literatura
formaram um “sistema” interessantíssimo, que há cerca de trezentos anos se
desenvolve.
(Baseado em Roquette Pinto)

Gabarito: E
Comentário.
Vamos estabelecer a diferença entre três expressões muito parecidas: há cerca de /
a cerca de / acerca de, a partir do seguinte exemplo:
“Eles saíram de casa há cerca de uma hora em direção à fazenda que fica a cerca de
30 km de São Paulo. Tenho minhas dúvidas acerca do tempo que levarão para chegar
lá, já que a estrada está em péssimas condições.”

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“CERCA DE” significa “aproximadamente”. Ela consta das duas primeiras expressões,
sendo que, na primeira, percebe-se o emprego do verbo impessoal “haver” na
indicação de tempo decorrido (há cerca de). Com relação à segunda (a cerca de), a
preposição “a” precede a expressão por indicar distância (“A fazenda fica a 30 km de
São Paulo.”). Já a expressão “acerca de” equivale a “sobre”. Não se pode confundi-las.
Logo, um dos erros da opção E está na construção “que a cerca de trezentos anos”.
Por indicar tempo decorrido, o correto é o emprego do verbo haver (“que há cerca de
trezentos anos”), como na segunda proposição do mesmo item. O outro erro refere-se
à colocação pronominal em “desenvolve-se”, que será objeto de estudo
posteriormente.

16 - (ESAF/ANEEL TÉCNICO/2006) Assinale a opção que corresponde a erro


gramatical.
Há pelo menos duas compreensões a cerca do(1) Estado e sua natureza: ou ele seria
um produto da razão pura ou ética do homem em busca de(2) construir na Terra um
regime de ordem, de paz e de justiça assegurado pelo Direito positivo erigido, ou, ao
contrário, seria uma criação socioeconômica de base política e militar organizada
juridicamente conforme o(3) interesse material dos grupos ou classes sociais que(4)
dominam efetivamente as relações econômicas de produção da riqueza de um país
determinado.
Para o pensamento moderno oficial, o Estado é uma entidade socioeconômica e política
criada racional e conscientemente pelo homem, situando-se(5) acima dos interesses
das classes, que busca a ordem e a paz social e, ainda, cria o direito positivo e realiza
a justiça legal.
(Oscar d’Alva e Souza Filho)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito: A
Comentário.
Viu como isso volta e meia cai em concursos? Como poderíamos substituir por SOBRE,
o correto seria “acerca de” (“Há pelo menos duas compreensões ACERCA DO Estado e
sua natureza...”).
O erro está na opção A, para a sua felicidade!

17 - (ESAF/ANA/2009) Em relação ao texto, assinale a opção correta.


O Rio Paraíba do Sul tem cerca de 2/3 de suas águas retiradas do seu leito por uma
obra de transposição em Santa Cecília (RJ). Essas águas são utilizadas para gerar

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energia elétrica e para abastecer a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (cerca de 8


milhões de pessoas). Havia conflitos pelo uso dessas águas entre as diferentes regiões.
Também nesse caso, a ação da ANA se pautou por definir um arcabouço técnico e
institucional, estabelecendo regras de operação para o reservatório e de vazão mínima
a ser liberada a jusante (rio abaixo), em determinadas épocas do ano, de forma a
compatibilizar os usos.
(José Machado http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/artigos/ set.2008.pdf)
Analise a proposta a seguir.
- A substituição de “cerca de”(ℓ.1) por acerca de mantém a correção gramatical do
período.

Gabarito: ITEM ERRADO


Comentário.
Essa questão é bem “fresquinha”, e mais uma vez a banca insiste no tal de “acerca de”
no sentido de “aproximadamente”. Você já sabe que está ERRADO!
CERCA DE = aproximadamente / ACERCA DE = A respeito de, sobre
Na passagem, a informação era que “O Rio Paraíba do Sul tem APROXIMADAMENTE
2/3 de suas águas”. Assim, estava bem certinho – nada de mudar! Essa foi para
encerrar nossa conversa sobre “a cerca de / há cerca de / acerca de”. Agora,
chega!...rs...

18 - (ESAF/MPOG/2003) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de


grafia das palavras.
Considerando que a constituição de uma nova cultura do trabalho nos
empreendimentos populares só pode ser(1) compreendida como um processo que
perspassa(2) o conjunto mais amplo das relações sociais, seria(3) uma ilusão imaginar
que é possível encontrar no interior da sociedade capitalista uma organização
econômica que, mesmo gerida(4) pelos próprios trabalhadores, pudesse se(5)
caracterizar, em seu conjunto, como “cultura de novo tipo”.
(Adaptado de Lia Tiriba)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito: B
Comentário.
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O verbo perpassar (olha a grafia), como transitivo direto, significa – segundo o


Aurélio – postergar, preterir. Talvez, a intenção da banca tenha sido promover uma
“contaminação” desse verbo com outros mais comuns, com o transpassar, ou até
com os substantivos perspectiva, perspicácia.
Quer uma surpresa? Olhe a próxima questão, da prova para AFC CGU, aplicada meses
após a do MPOG, que acabamos de ver.

19 - (ESAF/AFC CGU/2004) Assinale a opção que corresponde a palavra ou expressão


do texto que contraria a prescrição gramatical.
No século XX, a arte cinematográfica introduziu um novo conceito de tempo. Não mais
o conceito linear, histórico, que perspassa(1) a Bíblia e, também, as pinturas de Fra
Angelico ou o Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. No filme, predomina a
simultaneidade(2). Suprimem-se(3) as barreiras entre tempo e espaço. O tempo
adquire caráter espacial, e o espaço, caráter temporal. No filme, o olhar da câmara e
do espectador(4) passa, com toda a liberdade, do presente para o passado e, desse,
para o futuro. Não há continuidade ininterrupta(5).
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito: A
Comentário.
Assim não vale! Agora ficou fácil! Você já tinha visto como se escreve o verbo do item
(1). E é por essas e outras que não me canso de recomendar a resolução de provas
anteriores da ESAF (ou até de outras bancas) como método de estudo. As questões
muitas vezes se repetem, e isso se aplica a todas as disciplinas.
Item (2) - O que você achou do “simultaneidade”? É familiar para você? Não preciso
comentar, não é mesmo? Na dúvida, releia este ponto desde o começo.
Item (3) – Por tratar de construção de voz passiva e concordância, esse comentário
fica para a aula adequada. Só vou avisar que está certo, pois o núcleo do sujeito de
voz passiva é “barreiras”.
Item (4) - “Espectador” é o que vê ou testemunha certos atos (ou programas de
televisão), enquanto que seu parônimo expectador é o que está na expectativa. O uso
daquele vocábulo está certinho de acordo com o contexto.
Item (5) - Estamos diante de um caso de substantivo com letra indispensavelmente
muda – ININTERRUPTA.
Devemos ter cuidado com algumas palavras especiais: AFICIONADO (tem apenas um
“c” – formalmente, não existe “aficcionado”), OPTAR, IMPUGNAR, REPUGNAR

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(cuidado na conjugação desses verbos – eu opto, tu optas... / eu impugno / eu


repugno...). Agora, quando alguém retira a cabeça de outrem, ele DECAPITA (com “pi”
de “pipa”), uma vez que (olha aí a regra de PALAVRA PRIMITIVA x PALAVRA
DERIVADA) a origem é “capita” (= “cabeça”), como na expressão latina “per capita”.
Com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico, uma alteração que atingiu bastante os
portugueses foi a retirada das consoantes não pronunciadas. Um exemplo: o país
“Egito” era grafado em além-mar como “Egipto”, sem que o “p” fosse pronunciado
(falavam exatamente como nós da “Terra Brasilis”...rs...). Agora, todas essas
consoantes não pronunciadas foram extraídas, de modo a tornar as grafias idênticas
em todos os países lusófonos.
Por fim, uma palavra perigosa: “CARÁTER”. O plural correspondente busca em sua
origem latina a grafia CARACTERES (“Aquele rapaz é um mau caráter. Aqueles rapazes
são uns maus caracteres”).

20 - (ESAF/AFC STN/2005)
1. Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência
pode trabalhar até ao fim inteiramente alheia aos
graves problemas religiosos que confundem o pensador
que os quer resolver segundo a razão, se
5. nenhum choque exterior veio perturbar para ela
solução recebida na infância. A dúvida não é sinal de
que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é às
vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)

Analise a proposição abaixo.


- O substantivo “perspicuidade” tem o sentido de “qualidade de perspectiva”.

ITEM ERRADO
Comentário.
Para resolver essa questão, o candidato deveria saber o sentido da palavra
“perspícuo”, que certamente está a milhas de distância de seu vocabulário cotidiano.
PERSPÍCUO é algo claro, nítido, evidente, sem qualquer relação com “perspectiva”.
PERSPICUIDADE (é assim mesmo que se escreve) significa “clareza, evidência,
nitidez”. Curiosamente, Aurélio indica como segunda acepção o vocábulo PERSPICAZ
(mais comum), que significa “sagaz, observador”, aquele que tem PERSPICÁCIA.
Essa questão explora mais vocabulário do que propriamente ortografia. Sabe por que
resolvi colocá-la neste material? Porque o “Pai dos Burros” (rs...) nos ensina que uma
variante de “perspectiva” seria “perspetiva” (sem o “c” mudo). Parece bem estranho,
mas, segundo Aurélio, está certo!
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21 - (ESAF/ AFC STN / 2005) Analise a correção do período abaixo.


- É antiga a idéia da internacionalização da Amazônia. De tempos em tempos, ela volta
ao palco, trazida por novos ventos, revestida em teses pseudo-científicas ou sócio-
humanitárias usadas para ocultar o seu verdadeiro objetivo político ou econômico.

Gabarito Oficial: ITEM CERTO


Comentário.
Terminamos a aula de hoje com uma polêmica.
Na minha modesta opinião, essa questão deveria ter sido anulada mas não foi!!!
A banca afirma que o item acima está perfeito, com “inteira correção gramatical”
(enunciado original). Contudo, percebemos um problema no emprego do hífen na
palavra “pseudocientíficas”.
O Acordo Ortográfico trouxe inúmeras mudanças em relação ao emprego de hífen, a
maior parte para facilitar nossa vida (assim espero!!!...rs...).
Para começar, vamos ver como se grafava “antigamente”.
O elemento de composição “pseudo” somente se ligava com hífen a vocábulos iniciados
por H, R, S ou vogal (o famoso “horas”).
Não poderiam ser de outra forma os registros no Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa (nossa fonte permanente de consulta, disponível em
www.academia.org.br), no Aurélio e no Houaiss: sem hífen Î pseudocientífico.
Contudo, esse item – com a grafia COM HÍFEN - foi considerado CORRETO pela banca
da ESAF, que manteve em seu resultado final o gabarito preliminar da questão !!!!
É, amigos, a rapadura é doce mas não é mole!!! Na hora da prova, logo na opção A, o
candidato bem preparado dá de cara com um hífen maluco desses e o que faz? Elimina
a chance de ser esta a resposta da questão, pois a banca buscava a que estivesse com
“inteira correção gramatical”. Continua a resolvê-la e percebe que TODAS AS OPÇÕES
APRESENTAM ERRO. Fazer o quê? Rezar uma Ave-Maria e um Pai-Nosso e pedir a Deus
que lhe dê uma luz (se for ateu, automaticamente deixa de ser...rs...).
Vamos ver, agora, como ficou o emprego de hífen com alguns prefixos.
Apresentaremos, ao lado da antiga, a nova regra de emprego de hífen, para que
vocês dêem uma olhadinha dias antes da prova. Chamaremos de “norma antiga” a
vigente até dezembro de 2008 e “norma nova” a que entrou em vigor em janeiro de
2009.
Como no momento em que escrevo estas linhas ainda não houve o lançamento a nova
edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (que irá definir as regras de
ortografia no Brasil), pode ser que alguma coisa venha a ser alterada (especialmente
em relação aos seguintes prefixos: co-, pre-, pro-, re-).

1) auto, contra, extra, intra, infra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra

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NORMA ANTIGA: Empregava-se hífen antes de H, R, S e vogal (é o que chamamos


de HoRaS).
Exemplos: auto-escola, contra-regra, extra-oficial (a única exceção fica por conta de
“extraordinário”, cuja aglutinação já se consagrou com o uso), infra-estrutura, ultra-
sonografia.

NORMA NOVA: Emprega-se hífen quando houver encontro de duas vogais iguais (a
que termina o prefixo com a que começa o segundo elemento) ou quando a segunda
palavra iniciar por H. Se o segundo elemento for iniciado por R ou S, dobram-se essas
consoantes.
Exemplos: autoescola / auto-organização / contra-almirante / contrarregra /
extraoficial / infraestrutura / ultrassonografia / suprarrenal.

2) ante, anti, arqui, sobre


NORMA ANTIGA: Empregava-se hífen antes de H, R e S .
Ex.: (vacina) anti-rábica, anti-herói, ante-sala, arqui-rival (mas arquiinimigo é
junto!), sobre-saia
O prefixo sobre apresenta algumas exceções: sobressair, sobressalente, sobressalto /
sobressaltar... (Não me xingue, por favor, não fui eu quem inventou isso!!!).

NORMA NOVA: Emprega-se hífen quando houver encontro de duas vogais iguais (a
que termina o prefixo com a que começa o segundo elemento) ou quando a segunda
palavra iniciar por H. Se o segundo elemento for iniciado por R ou S, dobram-se essas
consoantes.
Exemplos: antirrábica / anti-herói / antessala / arquirrival / arqui-inimigo / sobressaia

3) hiper, super, inter


Nada mudou!
Emprega-se hífen antes de H e R (por coincidência, o início e fim de “hiper”).
Ex.: hiper-reativo / super-herói / inter-regional / inter-relacionamento.

4) circum, pan
NORMA ANTIGA: Empregava-se hífen antes de H e vogal.
Ex.: circum-adjacência, pan-americano

NORMA NOVA: Emprega-se hífen antes de H, M, N e vogal.


Obs.: O prefixo “circum” aceita algumas formas aglutinadas com adaptação
do primeiro elemento para “circu” ou “circun”.
Exemplos: circunscrição
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5) mal, bem
Nada mudou!
Emprega-se hífen quando estes formam com o segundo elemento nova unidade
significativa e esse elemento começa por vogal ou H.
No entanto, o advérbio BEM, ao contrário de MAL, pode não se aglutinar com palavras
iniciadas por consoante: BEM-AVENTURANÇA / BEM-AMADO / MAL-AMADO / BEM-
HUMORADO / MAL-HUMORADO / BEM-CRIADO (mas MALCRIADO) / BEM-ME-QUER
(mas MALMEQUER). Em poucos vocábulos, ocorre a aglutinação de BEM com o
segundo elemento (BENQUISTO / BENQUERENÇA / BENFEITOR).

6) ad, ab, ob, sob, sub


NORMA ANTIGA: Usava-se o hífen antes de palavras iniciadas por R ou se ocorrer
encontro de consoantes (iniciadas por D com o prefixo “ad” ou por B com os demais
prefixos).
Ex.: ad-renal, ab-rogar, sob-rojar, sub-base

NORMA NOVA: Neste ponto, observa-se uma lacuna do Acordo, que nada prevê sobre
o emprego de hífen com os prefixos AB / OB / AD / SOB / SUB seguidos de consoante
R.
Em função disso, alguns linguistas mantiveram a grafia original, ou seja, com hífen:
AB-ROGAR / AD-RENAL / SUB-RAÇA
Apesar de não mencionada no Acordo, propõe-se a manutenção do hífen quando
houver também encontro de consoantes com esses prefixos: SUB-BASE / AD-DIGITAL.
Usa-se hífen também antes de palavras iniciadas por H. O exemplo dado pelo Acordo é
o de “sub-hepático”. O mesmo ocorre, portanto, com “sub-humano”, que antes era
registrado como “subumano”.

7) co
NORMA ANTIGA: Usava-se sempre hífen, qualquer que fosse a palavra (embora haja
casos de aglutinação com palavras iniciadas por “o”).
Exemplos: co-autor / co-participante / co-obrigação / cooperação

NORMA NOVA: O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) decidiu


promover a aglutinação do prefixo “co” com os demais elementos, mesmo que se
iniciem por vogal “o” ou por “h”, a exemplo do que ocorre com o verbo “coabitar” e
seus derivados, criando, assim, uma exceção à regra geral de emprego de hífen do
Acordo.
Ao lado do prefixo “co-”, surgem como exceção à regra do Acordo os prefixos re-, pre-
e pro-. Nas palavras aglutinadas já consagradas pelo uso, deve ser dispensado o
hífen: reaver, reeleição, preencher, proótico. Em relação a esses três prefixos, pode
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ocorrer também o emprego do hífen, caso prevaleça o valor semântico do prefixo. Ou


seja, na palavra “pré-natal”, conserva-se o valor de “antes de” no prefixo “pré” (=
antes do nascimento). Assim, para conservar a autonomia vocabular e semântica,
emprega-se o hífen.

8) não, quase
Ainda em Nota Explicativa, a ABL definiu que os vocábulos quase e não, ainda que
funcionem como prefixos, dispensam o hífen.
Exemplos: não conformismo, não pagamento, quase miséria.

9) além, aquém, recém, sem, sota, soto, vice, ex (=anterioridade)


Nada mudou!
Liga-se por hífen antes de todas as palavras.
Ex.: além-mar, recém-nomeado, sem-terra, ex-marido, soto-almirante.

Por hoje é só, pessoal! Em nosso próximo encontro, falaremos sobre os VERBOS.
Até lá e um grande abraço.

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS


3 - (ESAF/ANEEL Especialista/ 2006)
1. A idéia é a de que a institucionalização da raça como
categoria possuidora de direitos e oportunidades
sociais, negada pelos processos de exclusão
racial, resultaria na construção jurídica de um país
5. racialmente apartado, contrário a sua suposta
vocação a-racial. Como foi possível que essa
ideologia a-racial tão decantada por especialistas
conformasse uma sociedade que é alva em todas
as suas dimensões de poder, riqueza e prestígio e
10. escura nas suas instâncias de pobreza e indigência
humana? O país real jamais amedrontou as elites
políticas e intelectuais. Elas jamais enxergaram
nele uma ameaça. O seu discurso nunca pôs em
questão a sua imperiosa necessidade de romper
15. com o exclusivismo da supremacia branca como
condição para a desracialização da sociedade.
(Adaptado de Sueli Carneiro, O medo da raça. Correio Braziliense, 24 de abril de
2006)
Analise a seguinte afirmação a respeito do emprego dos termos e expressões do texto.
- Se o infinitivo do verbo, pôr, não fosse acentuado – por oposição à preposição por –,
não seria necessário acentuar “pôs” (l.13).

4 – (ESAF/TCE RN/2000)
Marque o item em que um dos dois períodos está gramaticalmente incorreto.
a) Entre as leis editadas pela União, algumas há que se destinam à organização
político-administrativa do Estado brasileiro, penetrando na estrutura da República
Federativa, para nela dispor instituições e institutos, quer essenciais, quer acidentais à
república e à federação. / Entre as leis editadas pela União, algumas há que se
destinam à organização política-administrativa do Estado brasileiro, penetrando na
estrutura da República Federativa, para nela dispôr instituições e institutos, quer
essenciais, quer acidentais à república e à federação.
b) O federalismo brasileiro é de duplo grau, declinando por dois degraus entre três
patamares, pelo que suporta, em três níveis de poder, três repartições genéricas de
competência. / O federalismo brasileiro é de duplo grau, declinando por dois degraus
entre três patamares, razão por que suporta, em três níveis de poder, três repartições
genéricas de competência.

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c) No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem visíveis:
leis federais intransitivas e transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se
discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.
d) As leis nacionais podem ser de ordem pública ou de ordem privada, guardando
preponderante interesse público ou administrativo, ou social, ou privado. / As leis
nacionais podem ser de ordem pública ou de ordem privada, e guardam preponderante
interesse público ou administrativo, ou social, ou privado.
e) Algumas leis eminentemente federativas, como o Código Tributário Nacional,
autoproclamam-se ‘nacionais’. / Algumas leis eminentemente federativas, como o
Código Tributário Nacional, se autoproclamam ‘nacionais’.
(Baseado em Sérgio Resende de Barros)

5 - (ESAF / IRB – Advogado / 2006)


Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou que(1) a
renda das famílias parou de cair em 2004, interrompendo uma trajetória(2) de queda
que acontecia desde 1997, e que houve(3) diminuição do grau de concentração da
renda do trabalho. Enquanto a metade da população ocupada que(4) recebe os
menores rendimentos teve ganho real de 3,2%, a outra metade, que tem rendimentos
maiores, teve perda de 0,6%. Os resultados da PNAD mostraram, também, que o
Brasil melhorou em ítens(5) como número de trabalhadores ocupados, participação
das mulheres no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das
condições de vida.
(Trechos adaptados de Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da
Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 379, Brasília, 30 de novembro de
2005)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

6 – (ESAF/CGU-Técnico/2008)
Analise a proposta a seguir.
- Acentuar graficamente a palavra “itens”, escrevendo-a assim: ítens.

7 - (ESAF / MPOG – Especialista Políticas Públicas / 2005)


A defesa do ambiente é um daqueles temas que, no discurso, todos apóiam. Mas basta
colocar, de um lado, a chance de auferir lucros e, de outro, a preservação das
florestas, para se verificar o quão frágil é o compromisso com esta última. Esse
fenômeno se dá em praticamente todos os níveis, desde o mau fiscal do Ibama que
fecha os olhos para crimes ambientais em troca de propina até o grande agricultor que
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não hesita em torcer as normas jurídicas para extrair delas a interpretação que o
permita desflorestar a maior área possível.
(Adaptado de EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005)
Com base no texto acima, julgue a proposição a seguir.
- Para tornar o texto gramaticalmente correto, seria necessário substituir “apóiam”
(l.1) por “apoiam”.

8 - (ESAF / SUSEP – Agente Executivo / 2006) Assinale a opção que corresponde


a erro de grafia ou de desobediência às regras da norma escrita padrão.
A crise da esquerda mundial, consubstanciada(1) sobretudo como a crise do
“socialismo real” e, em menor intensidade, do modelo social-democrata de gestão
“humanizada” do mercado, encontra-se ainda em pleno desdobramento. É uma crise
profunda, de largo espectro(2) histórico, que se confunde plenamente com a crise de
civilização, resultante, entre outras causas, do auge da hegemonia(3) do sistema
capitalista de produção e da conseqüente exacerbação(4) de todas as suas
contradições. A crise da esquerda mundial, que é também a crise do ideário e da
experiência socialista no mundo, torna-se duradoura, sobretudo se estivermos a medí-
la(5) com a escala individual de nossas vidas.
(Adaptado de Anivaldo de Miranda)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

9 - (ESAF / MPOG – Especialista Políticas Públicas / 2005) Julgue a assertiva a


seguir.
Enquanto houver falta de força de trabalho, _______a)_____, os novos direitos
conquistados se efetivam para a quase totalidade dos assalariados. Mas a situação
muda completamente__________b)__________ e ______________ c)
______________. Nessas fases da conjuntura, a competição pelos poucos empregos
disponíveis faz com que _________________ d) __________________, o que só
podem fazer trabalhando como “informais”. É o que estamos assistindo hoje no Brasil:
________ e) __________, um número ainda maior trabalha sem registro e sem os
direitos consignados na CLT.
(Paul Singer, Folha de S. Paulo, 30/04/2005)
Para preencher a lacuna “b” poderíamos empregar, com correção gramatical, coesão e
coerência textuais, qualquer das duas possibilidades:
1.quando a economia estagna
2. nos períodos em que a economia para de crescer
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10 - (ESAF/ MP ENAP – SPU/ 2006)


Há(1) os que defendem um governo universal; essa seria, de acordo com certos
teóricos, a única forma de eliminar as guerras, de construir uma paz durável, se
não(2) eterna. Outros teóricos apontam a impossibilidade de governo universal
sobre(3) uma História construída nos fundamentos da desigualdade. A paz só pode
ser obtida entre sociedades iguais, e as sociedades nunca serão(4) iguais. Se houver
a provável igualdade econômica, sempre haverá a desigualdade cultural, e, por fim, os
deuses tão pouco(5) são iguais.
(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 11/03/2006)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical, no texto acima.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

11 - (ESAF/AFRF/2003) Indique o item em que todas as palavras estão


corretamente empregadas e grafadas.
a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de infringir punições
legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e violência.
b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem juízes, nem
professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um
pouco de tudo isso, num modo de intervenção específico.
c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder técnico de
disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de arbitrário no outro,
atenuando os efeitos de revolta que ambos possam suscitar.
d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do soberano iminente
que vingava sua autoridade sobre o corpo dos supliciados.
e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de práticas ilegais,
sob o qual se chega a exercer controle e aferir lucro ilícito, mas que se torna
manejável por sua organização em delinqüência.
(Itens adaptados de Michel Foucault)

12 - (ESAF/SEFAZ CE/2007) Assinale a opção que contém erro de grafia ou


inadequação vocabular. (Artigo extraído, com modificações, do Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará).
Art. 192 - O funcionário deixará de cumprir ordem de autoridade superior quando:
a) a autoridade de quem emanar a ordem for incompetente;
b) não se contiver a ordem na área da competência do órgão a que servir o funcionário
seu destinatário, ou não se referir a nenhuma das atribuições do servidor;
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c) for a ordem expendida sem a forma exigida por lei;


d) não tiver a ordem como causa uma necessidade administrativa ou pública, ou visar
a fins não estipulados na regra de competência da autoridade da qual promanou ou do
funcionário a quem se dirige;
e) a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou de autoridade;
(http://www.al.ce.gov.br/publicacoes/estatutocivis/estatuto/capitulo_2_t6.htm,pesquis
a em 20/10/2006)

13 - (ESAF/TTN/1997) Analise a assertiva abaixo, em relação à correção


gramatical.
- Política, história, instituições e leis, todos esses fatores vão determinar o bom ou mal
funcionamento da economia, e não existe estratégia de desenvolvimento que seja
adequada a todos os casos.
(Folha de S. Paulo - 13.7.97, com adaptações)

14 - (ESAF/ AFC STN / 2005)


1. Os administradores de sociedades limitadas podem
responder solidariamente perante a sociedade pelo
mal desempenho de suas atribuições. Uma dessas
hipóteses é justamente não comunicar aos demais
5. associados a cessão das cotas por parte de alguns
sócios a terceiros que não dispõe de patrimônio apto
a honrar o compromisso.

Analise a proposição a seguir.


- Há erro no emprego do substantivo mal (l .3) adjetivando desempenho; o correto é
empregar o adjetivo mau.

15 – (ESAF/MPU/2005) Marque o item em que uma das sentenças não está


gramaticalmente correta.
a) A literatura depende muito de condições subjetivas, raramente satisfaz apenas os
sentidos, exige colaboração, embora muitos acreditem que as obras literárias possam
brotar de cérebros insulados./ A literatura depende muito de condições subjetivas,
raramente satisfaz apenas aos sentidos, exige colaboração, embora muitos acreditem
que as obras literárias possam brotar de cérebros insulados.
b) Um povo não perde os seus mais fortes determinantes se recebe, aceita e pratica a
pintura e a música de outra origem, mas dificilmente adotará literatura estranha sem
perda de alguns de seus valores. / Um povo não perderá os seus mais fortes
determinantes se receber, aceitar e praticar a pintura e a música de outra origem, mas
dificilmente adotará literatura estranha sem perda de alguns de seus valores.

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c) Já tive ocasião de mostrar quanto me parecem precárias três afirmativas de Euclides


da Cunha: a questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças e o autoctonismo
do homem americano. / Já tive ocasião de mostrar como me parecem precárias três
afirmativas de Euclides da Cunha: a questão do cruzamento; a fatalidade da luta das
raças e o autoctonismo do homem americano.
d) Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes nomes
pertencentes ao “sistema” de que falei há pouco. / Quando surgiu Euclides da Cunha,
nossa literatura podia enumerar grandes nomes pertencentes ao “sistema” de que faz
pouco falei.
e) No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema” interessantíssimo,
que a cerca de trezentos anos desenvolve-se. / No Brasil, a nacionalidade e a literatura
formaram um “sistema” interessantíssimo, que há cerca de trezentos anos se
desenvolve.
(Baseado em Roquette Pinto)

16 - (ESAF / ANEEL TÉCNICO / 2006) Assinale a opção que corresponde a erro


gramatical.
Há pelo menos duas compreensões a cerca do(1) Estado e sua natureza: ou ele seria
um produto da razão pura ou ética do homem em busca de(2) construir na Terra um
regime de ordem, de paz e de justiça assegurado pelo Direito positivo erigido, ou, ao
contrário, seria uma criação socioeconômica de base política e militar organizada
juridicamente conforme o(3) interesse material dos grupos ou classes sociais que(4)
dominam efetivamente as relações econômicas de produção da riqueza de um país
determinado.
Para o pensamento moderno oficial, o Estado é uma entidade socioeconômica e política
criada racional e conscientemente pelo homem, situando-se(5) acima dos interesses
das classes, que busca a ordem e a paz social e, ainda, cria o direito positivo e realiza
a justiça legal.
(Oscar d’Alva e Souza Filho)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

17 - (ESAF/ANA/2009) Em relação ao texto, assinale a opção correta.


O Rio Paraíba do Sul tem cerca de 2/3 de suas águas retiradas do seu leito por uma
obra de transposição em Santa Cecília (RJ). Essas águas são utilizadas para gerar
energia elétrica e para abastecer a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (cerca de 8
milhões de pessoas). Havia conflitos pelo uso dessas águas entre as diferentes regiões.
Também nesse caso, a ação da ANA se pautou por definir um arcabouço técnico e
institucional, estabelecendo regras de operação para o reservatório e de vazão mínima
a ser liberada a jusante (rio abaixo), em determinadas épocas do ano, de forma a
compatibilizar os usos.

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(José Machado http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/artigos/ set.2008.pdf)


Analise a proposta a seguir.
- A substituição de “cerca de”(ℓ.1) por acerca de mantém a correção gramatical do
período.

18 - (ESAF/MPOG/ 2003) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de


grafia das palavras.
Considerando que a constituição de uma nova cultura do trabalho nos
empreendimentos populares só pode ser(1) compreendida como um processo que
perspassa(2) o conjunto mais amplo das relações sociais, seria(3) uma ilusão imaginar
que é possível encontrar no interior da sociedade capitalista uma organização
econômica que, mesmo gerida(4) pelos próprios trabalhadores, pudesse se(5)
caracterizar, em seu conjunto, como “cultura de novo tipo”.
(Adaptado de Lia Tiriba)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

19 - (ESAF/AFC CGU / 2004) Assinale a opção que corresponde a palavra ou


expressão do texto que contraria a prescrição gramatical.
No século XX, a arte cinematográfica introduziu um novo conceito de tempo. Não mais
o conceito linear, histórico, que perspassa(1) a Bíblia e, também, as pinturas de Fra
Angelico ou o Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. No filme, predomina a
simultaneidade(2). Suprimem-se(3) as barreiras entre tempo e espaço. O tempo
adquire caráter espacial, e o espaço, caráter temporal. No filme, o olhar da câmara e
do espectador(4) passa, com toda a liberdade, do presente para o passado e, desse,
para o futuro. Não há continuidade ininterrupta(5).
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

20 - (ESAF/ AFC STN / 2005)


1. Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência
pode trabalhar até ao fim inteiramente alheia aos
graves problemas religiosos que confundem o pensador
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que os quer resolver segundo a razão, se


5. nenhum choque exterior veio perturbar para ela
solução recebida na infância. A dúvida não é sinal de
que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é às
vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)

Analise a proposição abaixo.


- O substantivo “perspicuidade” tem o sentido de “qualidade de perspectiva”.

21 - (ESAF/ AFC STN / 2005) Analise a correção do período abaixo.


- É antiga a idéia da internacionalização da Amazônia. De tempos em tempos, ela volta
ao palco, trazida por novos ventos, revestida em teses pseudo-científicas ou sócio-
humanitárias usadas para ocultar o seu verdadeiro objetivo político ou econômico.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS


3 – ITEM ERRADO
4–A
5–E
6 - ITEM ERRADO
7 – ITEM ORIGINALMENTE ERRADO
8–E
9 – ITEM ORIGINALMENTE ERRADO
10 – E
11 – B
12 – C
13 - ITEM ERRADO
14 - ITEM CERTO
15 – E
16 – A
17 – ITEM ERRADO
18 – B
19 – A
20 - ITEM ERRADO
21 – ITEM CERTO

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