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TC DE PORTUGUÊS

Professor: BRUNO MAIA

ALUNO(A): Nº
TURMA: TURNO: DATA: / /
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números e as letras de cor diferente. E me per-


1. Leia: gunto: 5que diabos meus alunos vêem?” A frase é
do americano Richard Feynman, Nobel de Física em
“O livro é um conselheiro silencioso e paciente. Traz-nos 1965. Ele faz parte de 6um grupo de pessoas para os
ensinamentos preciosos, aumenta nossa cultura, tem quais 7o 8número dois pode ser amarelo, a palavra
um tempo inesgotável, portanto não nos apressa a carro tem gosto de geleia de morango e a nota fá
leitura, e, além do mais, pode atravessar várias gera- evoca a imagem de um círculo, por exemplo. 9Essas
ções.” (Josué Solar) são algumas das experiências sensoriais que po-
voam o cotidiano das pessoas com sinestesia. 10São
Assinale a alternativa incorreta sobre o texto acima. 11
sensações difíceis de imaginar, mas 12tremenda-
a) Apresenta três orações coordenadas assindéticas.
mente reais para quem as vive, tanto que os sines-
b) Contém dois períodos: um simples e um composto.
tésicos pensam que 13todas 14as pessoas têm as
c) Contém uma oração coordenada sindética conclusiva.
mesmas percepções.
d) Apresenta duas orações coordenadas sindéticas aditivas.
Elas raramente sabem que são dotados de 15uma carac-
terística particular, mas não tardam muito a desco-
2. Há fortes evidências de que a avaliação predomi-
brir sua memória prodigiosa e 16seu extraordinário
nante na escola é aquela pontual, feita nos dias de
potencial criativo. Estima-se que o fenômeno atinja
prova, nos dias de exame para atribuição de notas;
uma em cada 300 pessoas.
dessa forma, o “erro” ganhou no universo escolar
A sinestesia é um fenômeno de contaminação dos senti-
um lugar de relevo, e avaliar passou a ser tarefa
dos em que um único estímulo – visual, auditivo, ol-
identificada como tarefa de correção. Assim,
fativo ou tátil – pode desencadear a percepção de
quando os alunos querem saber se já avaliamos
dois eventos sensoriais diferentes e simultâneos.
suas provas, nos perguntam simplesmente se já 17
Há pessoas, por exemplo, que toda vez que sen-
“corrigimos as provas”. De fato, o ato de corrigir im-
tem um odor (real), escutam certo som (imaginário).
plica, naturalmente, o erro. Ou seja, professor e
Outros enxergam em cor uma letra do alfabeto es-
aluno já assumiram, mesmo que tacitamente, o
crita com tinta preta.18Não se trata de um trans-
contrato de se fixarem no “erro”, “naquilo que pre-
torno temporário na maioria dos casos, 19ainda que
cisa ser corrigido”. Assim é que, na correção dos
haja algumas raríssimas exceções; por isso um dos
textos, cada um só tem olhos para os erros, para
principais critérios para o diagnóstico da sinestesia é
aquilo que constitui alguma violação.
sua estabilidade ao longo do tempo. 20Geralmente,
a associação entre estímulo e percepção ocorre
SAMPAIO, Aline Fernanda Camargo. A avaliação no en-
apenas em um sentido: 21quem vê a cor vermelha
sino de Língua Portuguesa. Conhecimento Prático
(imaginária) toda vez que ouve nota dó (real) não
Língua Portuguesa e Literatura, ed. 80, s/d, São
escuta a mesma nota (imaginária) quando vê qual-
Paulo, Editora Escala, p. 49, ano 8 (Fragmento adap-
quer coisa vermelha (real).
tado).
Disponível em: <www2.uol.com.br>
A expressão “Assim é que” ref.1 estabelece, entre o tre-
cho negritado que a precede e o trecho negritado
3. As conjunções destacadas em “São sensações difí-
que a sucede, uma relação de sentido de
ceis de imaginar, mas tremendamente reais para
a) conclusão.
quem as vive, tanto que os sinestésicos pensam que
b) conformidade.
todas as pessoas têm as mesmas percepções.” (ref.
c) adição.
10) introduzem que tipos de orações respectiva-
d) explicação.
mente?
a) Oração coordenada sindética adversativa – oração subor-
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: dinada adverbial consecutiva.
OUVINDO CORES b) Oração coordenada sindética aditiva – oração subordi-
nada adverbial conformativa.
Definida como contaminação dos sentidos, a sinestesia c) Oração coordenada assindética – oração subordinada ad-
não é doença, mas 1um fenômeno sensorial quase verbial consecutiva.
2
sempre acompanhado de 3memória e criatividade d) Oração coordenada sindética adversativa – oração subor-
excepcionais. dinada adjetiva restritiva.
“4Quando escrevo uma equação na lousa vejo os
e) Oração coordenada assindética – oração subordinada
substantiva predicativa. Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
4. Há diferenças enormes, aliás, entre Couto e Paulina Talvez eu tenha medo.
Chiziane, a mais recente vencedora do Camões e Talvez sorria, ou diga:
igualmente moçambicana, mas diferente em cor. A - Alô, iniludível!
autora de "Niketche" foi a primeira mulher da África O meu dia foi bom, pode a noite descer.
a vencer o prêmio, como a primeira negra a publicar (A noite com os seus sortilégios.)
um romance no seu país. Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
O repórter pergunta se Couto avalia que ser um homem A mesa posta,
branco o ajudou a se tornar um dos autores mais Com cada coisa em seu lugar.
prestigiados da língua portuguesa. Ele responde sor-
rindo que "gostaria de imaginar que não", e afirma Manuel Bandeira - Opus 10.
ser fruto de uma "cota invisível pela sua condição
racial".
São poucos milhares de brancos em Moçambique, diz 5. No verso "O meu dia foi bom, pode a noite descer."
ele, contra dezenas de milhões de negros. Mas esse (v. 6), as duas orações poderiam estar unidas, sem
privilégio está se dissolvendo; hoje o reconheci- prejuízo de sentido, por uma conjunção:
mento aos escritores negros é muito maior, o que a) conclusiva.
se espelha na figura de Chiziane. b) adversativa.
"Ela não ganha prêmios porque ela é mulher nem por- c) concessiva.
que é preta, mas por sua obra", complementa ele, d) temporal.
acrescentando que de quebra ela tem o mérito do e) condicional.
pioneirismo.
Em Moçambique, houve ao longo da história "um clima TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
que impedia que mulheres fossem lidas como sujei- Como formular o problema da arte con-
tos de sua própria história", ainda mais ao falar so- temporânea — por meio de um manifesto? De um
bre sua sexualidade como faz Chiziane. "Além de lamento? Minha intenção nestas notas é mais mo-
um exemplo como escritora, ela é um exemplo de desta. Gostaria de refletir a respeito do que é essa
heroísmo." arte e quais “ideias de arte” ela implica ou inventa.
Espero assim formular melhor as questões com as
PORTO, Walter. Disponível em: <https://www1.fo- quais a arte contemporânea nos confronta. Inte-
lha.uol.com.br/>. Acesso em: 10 jun. 2022. (Adap- ressa-me acima de tudo elaborar mais detalhada-
tado). mente o problema mais amplo das “ideias de arte” e
das “ideias nas artes”. Ele faz parte daquilo que
chamo de “a reestetização do pensar” ou a reinven-
Analise as expressões destacadas no fragmento acima e ção do pensamento nas artes. A filosofia oferece
assinale a alternativa correta. muitos exemplos das relações entre pensamento e
a) O termo “nem” em “‘Ela não ganha prêmios porque ela é arte; creio ser necessário, no entanto, evitar dois ex-
mulher nem porque é preta’ [...]” cumpre a mesma fun- tremos na formulação desse problema: a relação
ção de expressar a ideia de adição que “além de” em “didática”, pela qual a arte simplesmente ilustra
“‘Além de um exemplo como escritora’ [...].” dada teoria, e a relação “romântica”, pela qual a
b) O termo “como” em “[...] como a primeira negra a publi- arte se torna refúgio de algo que não pode ser pen-
car um romance no seu país.” apresenta função equiva- sado de forma alguma. Precisamos dar mais atenção
lente ao seu uso em “ao falar sobre sua sexualidade a como os artistas realmente pensam nas e com as
como faz Chiziane.” artes — as novas ideias que lhes ocorrem, incluindo
c) O termo “aliás” no trecho “Há diferenças enormes, aliás, novas “ideias de arte” ou ideias a respeito de suas
entre Couto e Paulina Chiziane” cumpre a mesma função atividades, de seus próprios materiais ou institui-
que a expressão “apesar de” cumpriria no enunciado, ções —, e depois a como essas ideias se enquadram
caso esta viesse a substituir o referido termo. em campos mais amplos, que envolvem muitos ou-
d) A expressão “Ainda mais” em “[...] ainda mais ao falar so- tros discursos: as ciências, a política e até a própria
bre sua sexualidade [...]” tem a mesma força argumenta- filosofia.
tiva que o termo “e” em: “[...] e afirma ser fruto de uma
"cota invisível pela sua condição racial". RAJCHMAN, John. O pensamento na arte contemporâ-
nea. Novos estudos CEBRAP [on-line]. n. 91, p. 97-
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 106. 2011. Disponível em:
Consoada https://doi.org/10.1590/S0101-

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33002011000300005. Acesso em: 10 set. 2021.
7. Em “No entanto, a carência de dados adequados di-
ficulta o acesso a respostas satisfatórias” (1º pará-
grafo), a locução sublinhada pode ser substituída,
6. Em “A filosofia oferece muitos exemplos das rela- sem prejuízo para o sentido do texto, por:
ções entre pensamento e arte; creio ser necessário, a) Nesse caso.
no entanto, evitar dois extremos na formulação b) Por conseguinte.
desse problema”, a expressão sublinhada pode ser c) Além disso.
substituída, sem alteração do sentido do texto, por d) Por isso.
a) entretanto e) Não obstante.
b) por conseguinte
c) portanto TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
d) dessa forma Leia o trecho inicial da crônica “Os segredos do spa”, de
Moacyr Scliar.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto da orelha do livro O capital no século XXI, Diferente de SPC, a palavra Spa não é uma sigla, não
do economista Thomas Piketty. se trata de nenhum Serviço-de-Proteção-a-Qual-
quer-Coisa. É o nome de uma cidade da Bélgica, fa-
Que dinâmicas movimentam o acúmulo e a mosa, desde o século 14, por suas águas minerais.
distribuição do capital? O tema da política econô- Século 14, sim: é muito antiga a crença do homem
mica há muito suscita debates constantes sobre no poder dessas águas que brotam do seio da terra,
crescimento, concentração da riqueza e aumento da aquecidas, segundo a lenda, nas forjas do deus Vul-
desigualdade. No entanto, a carência de dados ade- cano. E há muito tempo pessoas vão aos banhos ter-
quados dificulta o acesso a respostas satisfatórias. mais, em busca de tratamento para situações que
Em O capital no século XXI, o economista vão desde as doenças de pele até os proverbiais ma-
francês Thomas Piketty apresenta um conjunto iné- les do fígado. As águas foram estudadas e classifica-
dito de dados de vinte países para os últimos duzen- das: sulfurosas, bicarbonatadas, ferruginosas. E para
tos anos. O autor demonstra que o crescimento eco- cada tipo de doença havia uma água específica. Ta-
nômico e a difusão do conhecimento ao longo do manha demanda acabou criando uma verdadeira in-
século XX impediram que se concretizasse o cenário dústria: grandes estabelecimentos foram construí-
apocalíptico preconizado por Karl Marx, mas, ao dos para hospedar pessoas que vinham muitas ve-
contrário do que o otimismo dominante após a Se- zes de longe em busca de curas para os seus males.
gunda Guerra Mundial costuma sugerir, a estrutura Alguns desses hotéis ficaram famosos pelo luxo bar-
básica do capital e da desigualdade permaneceu re- roco; num desses, Alain Resnais filmou o famoso O
lativamente inalterada. Piketty constata, com abso- ano passado em Marienbad, um filme cult dos anos
luta clareza, que a taxa de rendimento do capital su- 60, no qual os longos corredores serviam de metá-
pera o crescimento econômico — e isso se traduz fora para os labirintos da paixão. Irai, aqui no Rio
numa concentração cada vez maior da riqueza, um Grande do Sul, sempre foi um equivalente modesto,
círculo vicioso de desigualdade que, a um nível ex- mas digno.
tremo, pode levar a um descontentamento geral e As pessoas melhoravam no spa. E por que não ha-
até ameaçar os valores democráticos. Contudo, Pi- viam de melhorar? Comiam bem (inclusive para
ketty ressalta que tendências econômicas não são afastar o espectro da tuberculose, sempre associada
forças da natureza: a intervenção política já foi ca- à magreza), descansavam, conversavam e sobre-
paz de reverter tal quadro no passado e poderá vol- tudo relaxavam: mergulhadas na água tépida, volta-
tar a fazê-lo. vam por algumas horas ao líquido amniótico onde o
O capital no século XXI, já considerado refe- feto está a salvo dos desgostos do amor e da fúria
rência entre os economistas, contribui para renovar da inflação. E isso preserva a reputação das termas
inteiramente nossa compreensão sobre a dinâmica até hoje.
do capitalismo. Por destacar a contradição funda-
mental da relação entre o crescimento econômico e (A face oculta, 2001. Adaptado.)
o rendimento do capital, esta obra monumental
está revolucionando o pensamento econômico atual
e instigando uma reflexão profunda sobre as ques- 8. “Irai, aqui no Rio Grande do Sul, sempre foi um
tões mais prementes de nosso tempo. equivalente modesto, mas digno.” (1º parágrafo)

(O capital no século XXI, 2014. Adaptado.) Mantendo aproximadamente o sentido original, o trecho
sublinhado pode ser substituído por:

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a) modesto, no entanto digno. considera indígena?” será aplicada também para to-
b) modesto, senão digno. dos os indígenas que vivem em áreas urbanas.
c) digno, pois modesto.
d) modesto, apesar de digno. (Adaptado de Karla Mendes, ‘Não sou pardo, sou indí-
e) digno, entretanto modesto. gena’: mobilização indígena para a autodetermina-
ção no censo de 2022. Mongabay, 30/06/2021.)
9. Leia:

“Desta vez, o muro não era alto, e a espiga era baixinha; Mantendo o mesmo sentido, o terceiro parágrafo do
bastava esticar o braço com algum esforço, para ar- texto pode ser reescrito da seguinte maneira:
rancá-la do pé. Rangel andava neste trabalho desde a) Quando for aplicada a pergunta “Você se considera indí-
alguns meses. Não esticava o braço sem espiar pri- gena?”, o termo “pardo” vai ser omitido no censo de
meiro para todos os lados, a ver se vinha alguém, e, 2022.
se vinha alguém, disfarçava e ia-se embora.” (Ma- b) Já que o termo “pardo” vai permanecer no censo de
chado de Assis) 2022, vai ser usada a pergunta “Você se considera indí-
gena?” nas áreas urbanas.
Quantas orações subordinadas substantivas há no texto c) Enquanto a pergunta “Você se considera indígena?” for
acima? aplicada, o termo “pardo” vai precisar ser mantido no
a) 1 censo de 2022.
b) 2 d) Para que o termo “pardo” ainda seja usado no censo de
c) 3 2022, a pergunta “Você se considera indígena?” não pre-
d) 4 cisa mais ser aplicada.

10. Leia: 12. Leia o texto a seguir com especial atenção às ora-
ções sublinhadas e numeradas:
“Sempre havia alguém que possuía um parente que en-
riquecera em São Paulo. Um até tinha um tio que Intel revela disparidades de gênero e raça
emigrara há doze anos e estava tão rico que possuía
casa na capital e ganhara o título de coronel.” (Jorge WASHINGTON. THE WASHINGTON POST - Quando a In-
Amado) tel se tornou a primeira grande companhia a divul-
gar dados encaminhados ao governo contendo
É correto afirmar que, no texto acima, há detalhes sobre a remuneração de seu pessoal, a vice-
a) duas orações adjetivas restritivas e duas orações adjetivas presidente de diversidade e inclusão da empresa
explicativas. afirmou em comunicado que esperava que a deci-
b) uma oração adjetiva explicativa e duas orações adjetivas são “encorajasse outras companhias do setor a fazer
restritivas. o mesmo.” [...]
c) apenas três orações adjetivas restritivas. “É improvável 1que essa postura se generalize a menos
d) quatro orações adjetivas restritivas. que exista algum tipo de pressão externa nesse sen-
tido”, disse Donald Tomaskovic-Devey, professor da
11. O censo de 2010 foi o primeiro a mapear a pre- Universidade de Massachussetts em Amherst e pes-
sença dos povos indígenas em todo o país. O item quisador sobre emprego.
6.04 do questionário do censo pede que se res- Os empregadores não só se preocupariam com a possi-
ponda: “A sua corou raça é: 1. branca; 2. preta; 3. bilidade 2de que os dados sejam interpretados in-
amarela; 4. parda; 5. indígena”. A pergunta se- corretamente ou os mostrassem sob luz negativa
guinte, 6.05 – “você se considera indígena?” –, e as como a Comissão de Igualdade no Emprego dos EUA
perguntas subsequentes, que indagam sobre a(s) et- anunciou 3que planeja revogar a regra 4que requer
nia(s), sobre a(s) língua(s) indígena(s) falada(s) e se que as empresas recolham dados sobre remunera-
o entrevistado fala português, só foram aplicadas ção.
em terras indígenas.
Ativistas indígenas criticam o uso do termo “pardo” no (McGREGOR, Jena. Intel revela disparidades de gênero e
item 6.04. Eles afirmam que esse termo tem sido raça. Folha de S. Paulo, São Paulo, 16 dez. 2019. Ca-
usado para tornar as identidades indígenas “invisí- derno de mercado, p. 3. Adaptado.)
veis”, principalmente em áreas urbanas, nas quais
muitos moradores se autodeclaram “pardos” para
fugirem do preconceito. Assinale a única alternativa que indica a classificação
Como o termo “pardo”, mesmo criticado, ainda vai per- sintática correta para cada oração em destaque no
manecer no censo de 2022, a questão “você se texto:

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a) 1 – Subordinada substantiva subjetiva, 2 – subordinada que propõem desafios, todos esses e outros proje-
substantiva completiva nominal, 3 – subordinada subs- tos, muitas vezes, abrem caminhos alternativos nos
tantiva objetiva direta, 4 – subordinada adjetiva restri- processos de canonização, tão complexos e variá-
tiva. veis.
b) 1 – Subordinada substantiva subjetiva, 2 – subordi- Assim como a narradora do livro Histórias para Fer-
nada substantiva objetiva indireta, 3 – subordinada nández da escritora argentina Ema Wolf mobiliza
adjetiva restritiva, 4 – subordinada substantiva obje- seu cânone pessoal para inventar histórias cativan-
tiva direta. tes, todo mediador (quem escolhe um texto para
editar, quem decide o que vai ler com seus alunos,
quem faz uma lista de livros para renovar uma bibli-
oteca, além de tantas outras mediações) está sem-
c) 1 – Subordinada substantiva objetiva direta, 2 – subordi- pre permeado por questões do cânone.
nada adjetiva restritiva, 3 – subordinada substantiva
completiva nominal, 4 – subordinada substantiva subje- BAJOUR, Cecilia. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta
tiva. nas práticas de leitura. São Paulo: Editora Pulo do
d) 1 – Subordinada substantiva objetiva direta, 2 – su- Gato, 2012. p. 103-104. (Fragmento adaptado)
bordinada adjetiva restritiva, 3 – subordinada subs-
tantiva subjetiva, 4 – subordinada substantiva com-
pletiva nominal. No segundo parágrafo do fragmento acima, o termo
“Assim”
a) inicia um parágrafo, cumprindo a função de introduzir
uma conclusão.
b) integra a expressão “Assim como”, que cumpre a função
13. Leia as frases a seguir e analise as relações de signi- de introduzir uma descrição.
ficado expressas pelas orações destacadas. c) integra a expressão “Assim como”, que cumpre a função
de introduzir uma comparação.
I. A fim de obter melhores resultados, a mãe do menino deci- d) inicia um parágrafo, cumprindo a função de introduzir
diu contratar uma professora particular. uma narração.
II. Os agricultores terão enormes prejuízos se não chover nos
próximos dias. 15. Leia o trecho a seguir e assinale a alternativa
III. Assim que os portões foram abertos, a multidão entrou CORRETA quanto à classificação das três orações do
no estádio. período (na ordem em que elas estão posicionadas).
IV. À medida que se aproximava o dia da festa, a tensão en-
tre os membros da comissão foi aumentando. “Em resumo, a realidade é que estamos diante de duas
V. Não conseguiu chegar a tempo para a reunião de negó- epidemias globais extremamente desafiadoras, que
cios porque o voo atrasou em São Paulo. começam a colidir nas unidades de terapia intensiva
e nos lares em confinamento ao redor do mundo.”
De cima para baixo, as relações de significado expressas
pelas orações destacadas são de: Fonte: COUTINHO, Walmir; COLETTA, Rocio. Obesidade
a) concessão - finalidade - tempo - causa - proporção e Covid-19: onde as pandemias se encontram. Veja
b) finalidade - causa - consequência - concessão - tempo Saúde, 2020. Disponível em:
c) finalidade - condição - tempo - proporção - causa https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/obe-
d) proporção - comparação - causa - finalidade - consequên- sidade-e-covid-19-onde-as-pandemias-se-encon-
cia tram/. Acessado em: 27/05/21.
a) oração principal + oração coordenada sindética explica-
14. Há iniciativas que conseguem fazer que os leitores tiva + oração subordinada adjetiva explicativa.
saiam do cerco cristalizado do conhecido e confortá- b) oração principal + oração subordinada subjetiva + oração
vel e conheçam novos autores e gêneros ou se vol- subordinada adjetiva restritiva.
tem, de modo renovado, aos clássicos. Nesse sen- c) oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva +
tido, o trabalho de ONGs que atuam em territórios oração subordinada adjetiva explicativa
vulnerabilizados pelas crises socioeconômicas, pro- d) oração principal + oração subordinada predicativa + ora-
gramas de leitura que enfatizam mais o encontro ção subordinada adjetiva restritiva.
entre leitores e os textos do que as estatísticas so- e) oração principal + oração subordinada substantiva predi-
bre leitura, propostas de formação e capacitação cativa + oração adjetiva explicativa.
que dão espaço a novas leituras e pensam os pro-
fessores como leitores, revistas virtuais e impressas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto de Austin Kleon, retirado do livro Roube

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como um artista, para responder às questões. e) distingue-se do humor presente nas narrativas.

O escritor Jonathan Lethem disse que, quando as pes- 18. O texto a seguir é referência para a próxima ques-
soas chamam algo de “original”, nove entre dez ve- tão.
zes elas não conhecem as referências ou as fontes
originais envolvidas. Absorvente sem algodão leva estudantes gaúchas a fi-
O que um bom artista entende é que nada vem do nal de prêmio na Suécia
nada. Todo trabalho criativo é construído sobre o
que veio antes. Nada é totalmente original. ''A ideia surgiu depois que eu tive uma conversa com
Está lá na Bíblia: “Não há nada de novo debaixo do sol.” minha mãe sobre a questão dos absorventes ecoló-
(Eclesiastes 1:9) gicos, que são populares, porém caros, e, na maioria
Alguns acham essa ideia deprimente, mas ela me enche das vezes, não são acessíveis a mulheres em situa-
de esperança. É como o escritor francês André Gide as- ção de vulnerabilidade social devido ao seu alto
sinalou: “Tudo que precisa ser dito já foi dito. Mas, custo. Durante a conversa, descobri que quando mi-
já que ninguém estava ouvindo, é preciso dizer ou- nha mãe era mais jovem ela não tinha acesso aos
tra vez.” absorventes convencionais. Foi nesse momento que
Se estivermos livres do fardo de ser completamente ori- me deparei com a questão da pobreza menstrual e
ginais, podemos parar de tentar construir algo do não imaginei que isso estava tão próximo de mim'',
nada e abraçar a influência ao invés de fugirmos diz Camily.
dela.
Disponível em: <https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-
(Roube como um artista, 2013.) noticias/2022/07/07/brasileiras-criam-absorvente-
ecologico-e-vao-a-suecia-disputar-premio.htm>.
Acesso em: 7/7/22.
16. Em “Tudo que precisa ser dito já foi dito. Mas, já
que ninguém estava ouvindo, é preciso dizer outra
vez.” (4º parágrafo), a expressão sublinhada pode A leitura global e a compreensão integral de um texto,
ser substituída, sem prejuízo para o sentido do independentemente de sua extensão, ocorrem
texto, por: quando há entendimento da relação estabelecida
a) ainda que. entre as ideias apresentadas. No texto lido, identi-
b) por mais que. fica-se uma relação de causa e efeito estabelecida
c) visto que. pelo emprego da palavra
d) à medida que. a) depois.
e) assim que. b) durante.
c) porém.
17. texto a seguir é referência para a próxima questão. d) devido.
e) quando.
“Fabiani não se contenta em ser um de nossos melhores
cirurgiões. O homem é também um contador de his- 19. Leia o texto abaixo e avalie as afirmações.
tórias maravilhoso, cuja erudição anda de mãos da-
das com o humor.” - Philippe Labro, escritor e cine- “Aquele rio
asta. era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
Comentário sobre o livro A fabulosa história do hospital, da fonte cor-de-rosa,
escrito por Jean Noël Fabiani. Disponível em: da água do copo de água,
<https://www.lpm.com.br/site/default.asp?>. da água de cântaro,
Acesso em: 13 jan. 2023. dos peixes de água,
da brisa na água.” (João Cabral de Melo Neto)

O emprego de pronomes colabora produtivamente para I. “de água”, “de cântaro” e “sem plumas” são locuções ad-
a construção das informações de um texto. No co- jetivas.
mentário em questão, o emprego do pronome rela- II. “azul” e “cor-de-rosa” são adjetivos.
tivo “cuja” revela que erudição III. “da água”, “de água” e “na água” são locuções adjetivas.
a) e humor estão intimamente relacionados. IV. “da fonte” e “dos peixes” são locuções adjetivas.
b) faz parte da formação dos cirurgiões.
c) pertence às histórias escritas por Fabiani. Está correto o que se afirma em
d) é uma característica do autor do livro. a) III e IV.

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b) II e III. a) “Nos filmes gosto mais de beijar mulheres que homens.
c) I e IV. Elas cheiram melhor.”
d) I e II. b) “A arte é a mais bela das mentiras.”
c) “Pinta-se com o coração e a cabeça mais do que com as
20. Quanto ao gênero, assinale a alternativa em que mãos.”
não há substantivo sobrecomum. d) “O ofício do crítico literário, musical ou teatral é o mais
a) Sandy foi um ídolo adolescente dos anos 90. degradante de todos.”
b) O pianista foi fortemente aplaudido pela plateia. e) “A economia só resolve um problema antigo gerando dois
c) O mundo das celebridades atrai a muitos pelo glamour. ou mais problemas novos.”
d) A pessoa que conhece o bom caminho dificilmente tri-
lhará fora dele. 25. “A violência contra os 305 povos indígenas aumen-
tou de forma sistêmica em 2019, segundo relatório
21. Leia os provérbios abaixo: divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário
(Cimi). A entidade apontou que 16 das 19 categorias
I. Muito riso, pouco siso. de agressões, que incluem racismo, expropriação de
II. O muito sem Deus não é nada. terras indígenas e omissão do poder público, se
III. Muito ajuda quem não atrapalha. agravaram.
Essas agressões são relacionadas à “Violência contra o
A palavra “muito” neles presente é advérbio somente patrimônio”, “Violência contra a pessoa” e “Violên-
em cia por omissão do poder público”. Entre as catego-
a) III. rias que mais chamam a atenção, está a de “inva-
b) I e II. sões possessórias, exploração ilegal de recursos e
c) I e III. danos ao patrimônio”, onde houve um crescimento
d) II e III. de 109 para 256 casos, entre 2018 e 2019. As ocor-
rências atingiram 151 terras indígenas e 143 povos,
22. Leia: em 23 estados. Outras cinco categorias também so-
freram aumento de ocorrências: conflitos territori-
I. “Certas canções que ouço ais, que passou de 11 para 35 casos; ameaça de
Cabem tão dentro de mim” (Tunai/Milton Nascimento) morte, que subiu de oito para 33; ameaças várias,
II. “Mas de uma coisa fique certa, amor que foi de 14 para 34 casos; lesões corporais dolo-
A casa vai estar sempre aberta, amor” (Aciolly Neto) sas, que passou de cinco para 13; e mortes por de-
III. “Ora (direis) ouvir estrelas! sassistência, que subiu de 11 para 31 casos.”
Certo perdeste o senso” (Olavo Bilac)
IV. “Tentei demais e você não deixou (Disponível em: https://www.fundobrasil.org.br/blog/vi-
Me expulsou e me mandou sumir olencias-sofridas-pelos-povos-indigenas-no-brasil/.
Trocou o certo pelo duvidoso” (Gabriel Diniz) Acessado em: 16 de set de 2022)
a) A entidade apontou que 16 das 19 categorias de agres-
Classifique morfologicamente os termos em destaque sões [...].
nos versos acima e assinale a alternativa com a se- b) [...] onde houve um crescimento de 109 para 256 casos,
quência correta. entre 2018 e 2019.
a) substantivo - adjetivo - pronome - advérbio c) [...] onde houve um crescimento de 109 para 256 casos,
b) pronome - adjetivo - advérbio - substantivo entre 2018 e 2019.
c) advérbio - pronome - adjetivo - substantivo d) Essas agressões são relacionadas à “Violência contra o
d) adjetivo - advérbio - substantivo - pronome patrimônio” [...].
e) Outras cinco categorias também sofreram aumento de
23. Na frase “A família é um conjunto de pessoas que ocorrências [...].
se defendem em bloco e se atacam em particular”,
há duas ocorrências do pronome se, com, respecti- TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
vamente, os valores de Vó Rita me chamou à parte e me aconselhou levar Nega
a) pronome reflexivo / pronome reflexivo. Tuína para o hospital. Sentiu que ela não estava
b) pronome recíproco / pronome recíproco. bem. E falou mesmo que era perigoso ficar aqui fa-
c) pronome indeterminador do sujeito / pronome reflexivo. zendo o parto sozinha. A barriga era de dois.
d) pronome apassivador / pronome apassivador. E se vê que Nega Tuína não está bem. Carecia de hospi-
e) pronome reflexivo / pronome recíproco. tal. 1Qual foi o susto tamanho dela. 2Nunca tinha ido
ao médico. Nunca tomara remédio de farmácia.
24. Assinale a frase que mostra a palavra mais numa Nunca sentira nada, e agora, só porque ia parir, ti-
classe gramatical diferente das demais. nha de ir para o hospital? Ela iria só se fosse à força,

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mas mesmo assim se agarraria na cama e em tudo a) No texto, a palavra inerente (ref. 2) é empregada unica-
que encontrasse pelo caminho, 3só sairia de casa mente com o significado de “frequente”.
morta. b) O sentido costumeiro a que o texto faz referência diz res-
peito a um sentido exclusivo, específico de algumas situa-
EVARISTO, Conceição. Becos da Memória. Rio de Ja- ções em que a língua é apenas usada na escrita.
neiro: Pallas, 2017. p. 132 c) A forma verbal seja (ref. 4) poderia ser substituída por sua
variante “seje” sem que com isso se configurasse erro de
acordo com a norma culta do português.
26. O vocábulo sublinhado em “Qual foi o susto tama- d) Há no texto uma alternância entre o emprego de a gente
nho dela” (ref. 1), do ponto de vista morfológico é: e nós (mesmo que oculto em algumas ocorrências). Isso
a) advérbio de intensidade confere ao texto uma característica mais coloquial.
b) pronome indefinido e) A conjunção pois (ref. 7) denota sentido de contradição
c) advérbio de modo ao introduzir novo período e estabelecer relação com o
d) substantivo período automaticamente anterior.
e) adjetivo
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A independência que falta fazer
As palavras e seus sentidos
"Existe uma língua oficial emprestada e que não repre-
1
Atualmente, entendemos que o sentido senta nem a psicologia, nem as tendências, nem a
mais comum de uma palavra para determinado índole, nem as necessidades, nem os ideais do simu-
grupo de falantes não é 2inerente à palavra, mas lacro de povo que se chama o povo brasileiro. Essa
apenas o sentido que aquele grupo de falantes cos- língua oficial se chama língua portuguesa e vem fei-
tumeiramente associa a ela. 3Por isso mesmo, esse tinha de cinco em cinco anos dos legisladores lusita-
sentido mais comum é chamado de “sentido costu- nos.”
meiro”, definido por nosso hábito ao usar a língua. O parágrafo acima foi escrito há quase cem anos por
Vamos imaginar que uma pessoa 4seja construtora Mário de Andrade (1893-1945) para tratar de uma
de casas. Ao falar a palavra “casa” ou ao falar da realidade que, na essência, pouco mudou. Uma par-
“casa 6” 5da rua tal, é mais habitual que essa pessoa cela enorme dos brasileiros acha que aqui falamos
esteja falando de construções para as pessoas mo- — errado, claro— uma língua que não nos pertence.
rarem, as “residências”. Quando ela fala de “fazer Como explicar esse delírio coletivo?
uma casa”, 6portanto, a gente entende que ela vai Não se trata de uma dependência formal. Insidiosa, ela
construir uma residência. Mas se estamos falando se manifesta por exemplo em salas de aula toda vez
sobre o jogo de xadrez, e alguém começa a falar em que uma criança leva cascudos ao escrever numa re-
como explorar o potencial da “casa 6”, já vamos en- dação sobre as férias: 'Me diverti muito”. Se diver-
tender que se está falando de um daqueles quadra- tiu, não: divertiu-se! Logo lhe ensinam que pronome
dinhos do tabuleiro de xadrez. E se, por outro lado, obliquo átono em início de frase é crime. Crime hedi-
estamos conversando com uma costureira e ela nos ondo, aliás, visto não prescrever nunca. De nada adi-
conta que está com dificuldades para fazer “casas”, antou o poeta barroco Gregório de Matos (1636-
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pois sua máquina de costura está ruim, entende- 1696) ter tido o topete de escrever um verso como
mos que ela está com problemas para dar acaba- este quando ainda éramos colónia: "Vos dou os pa-
mento naqueles buraquinhos da roupa por onde rabéns”.
passamos os botões (e não que ela não está conse- Às vezes o Brasil é meio lento. Se liga: língua é o que as
guindo construir uma residência). pessoas falam e escrevem, postulado básico do qual
Ou seja, podemos afirmar que as palavras decorre que gramáticos e demais sábios devem ir
possuem sentidos costumeiros em determinados atrás dela e não o contrário. Do Modernismo em di-
ambientes de fala, em relação a determinados te- ante, o pronomezinho abre-alas que ajuda a fazer
mas e em função dos hábitos comunicativos de um país (um exemplo entre tantos de brasileirice
quem as usa. E isso ocorre apenas no momento de desprezada) virou arroz de festa na literatura nacio-
uso, momento em que associamos esses sentidos às nal. Mas, ah, não em cartilhas, gramáticas, manu-
palavras. ais! O que os portugueses iriam pensar de nós?

Adaptado de Celso Ferrarezi Jr. (Adaptado de: RODRIGUES, Sérgio. Folha de Paulo,
07/09/22)

27. Assinale a alternativa correta.

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28. A frase Uma parcela enorme dos brasileiros acha pendores político-sociais do pai da noiva, uma bela
que aqui falamos uma língua que não nos pertence papua de dezenove anos.’
continuará gramaticalmente correta caso se substi- Dorothy sentiu grande avidez pela notícia. Talvez lá por
tua o elemento sublinhado por dentro do Boletim houvesse um retrato da bela pa-
a) cuja nos seja estranha pua vendida em Port Moresby. 3Nada encontrou a
b) da qual não temos controle não ser as repetidas notas sobre melhoria de maqui-
c) aonde não nos comunicamos nismos rurais, aos quais se ligava o marido por força
d) à qual desconhecemos de seus negócios. 4Pensava sempre que Jorge, por
e) em que pouco nos valemos não ter filhos, 5votava às máquinas agrícolas uma
espécie de amor. Talvez ele as vendesse como o pai
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: da bela papua de dezenove anos, entre a glória de
O cão e a carne oferecer tão bela mercadoria e a pena da separa-
ção. 6Havia alguns anos que Jorge lidava com estas
Um cão vinha caminhando com um pedaço de carne na máquinas. Frequentemente, fazia ofertas ao tele-
boca. Quando passou ao lado do rio, viu sua própria fone ou negociava em sua própria casa com fregue-
imagem na água. Pensando que havia na água um ses mais importantes. 7Fazia, então, louvores às má-
novo pedaço de carne, soltou o que carregava para quinas beneficiadoras de café, de descaroçar algo-
apanhar o outro. O pedaço de carne caiu na água e dão ou de aparelhos 8que se adaptavam a seres hu-
se foi, assim como a sua imagem. E o cão, que que- manos, transformando-os também em máquinas, 9a
ria os dois, ficou sem nenhum. distribuir sementes a todos os ventos, permeadas
de umidade.”
(ROCHA, Ruth. Fábulas de Esopo. São Paulo: Editora Sa-
lamandra, 2010.) Fonte: O conto da mulher brasileira, Edla van Steen (or-
ganizadora, 3ª Ed. São Paulo: Global, 2007. Port Mo-
resby, p.34.
29. Acerca dos recursos linguísticos e seus efeitos de
sentido empregados no texto, considere as afirmati-
vas a seguir. 30. Assinale a alternativa incorreta em relação ao
conto Port Moresby, Dinah Silveira de Queiroz, e ao
I. No fragmento “Quando passou ao lado do rio”, a noção de texto.
temporalidade está linguisticamente marcada no termo a) Na estrutura “os pendores político-sociais do pai da noiva,
“quando”. uma bela papua de dezenove anos” (ref. 2) a expressão
II. No trecho “Pensando que havia na água um novo pedaço destacada tem a função sintática de aposto.
de carne”, a ideia de causa está expressa na oração mar- b) Em “Havia alguns anos que Jorge lidava com estas máqui-
cada pelo verbo no gerúndio. nas” (ref. 6), o verbo destacado pode ser substituído pelo
III. No trecho “... soltou o que carregava para apanhar o ou- verbo Fazer que, de acordo com as regras gramaticais de
tro”, o termo “o” é um pronome demonstrativo, na pri- concordância verbal deve ser flexionado no plural, con-
meira ocorrência, e um artigo definido, na segunda. cordando com alguns anos: Faziam alguns anos que Jorge
IV. Na frase “O pedaço de carne caiu na água e se foi, assim lidava com estas máquinas.
como a sua imagem”, o termo “sua” refere-se ao cão. c) Em “Na pequena cidade de Port Moresby, que fica no
Golfo Papua, no Pacífico” (ref. 1) a oração destacada é,
Assinale a alternativa correta. na sintaxe, oração subordinada adjetiva explicativa e o
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. conetivo que a introduz é, na morfologia, pronome rela-
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. tivo.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Nas estruturas “Nada encontrou a não ser as repetidas”
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. (ref. 3) e “a distribuir sementes a todos os ventos” (ref.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 9), as palavras destacadas são, na morfologia, sequencial-
mente, preposição, artigo definido, preposição e preposi-
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: ção.
“Aquilo soou como uma novidade. Foi lendo. 1‘Na pe- e) Da leitura do conto infere-se que o teor da notícia no Bo-
quena cidade de Port Moresby, que fica no Golfo letim deixa evidente um agravante, um indício de “falso
Papua, no Pacífico, a filha do líder de emancipação moralismo”, uma vez que o pai da moça vendida é o líder
feminina, tendo tido a oferta altíssima com fins de do movimento de emancipação feminina.
casamento de cem bois, duzentas sacas de café e
cinquenta cabras, além de mais trezentos quilos de 31. Em relação ao emprego do pronome relativo, mar-
sal, foi vendida em matrimônio para um jovem her- que C para certo e E para errado. Em seguida, assi-
deiro que desmoralizou com sua oferta 2os nale a alternativa com a sequência correta.

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( ) Quero apresentar-lhe a filha cuja a mãe dela foi
eleita a Mãe do Ano.
( ) Posso saber o motivo que você desistiu de concor-
rer àquele prêmio tão sonhado?
( ) O futebol é o esporte pelo qual os homens brasilei-
ros mais se interessam.
( ) As dificuldades por que passamos servem para nos
tornar mais fortes na caminhada.

a) E - C - C - C
b) C - C - E - E
c) E - E - C - C
d) C - E - E - E

32. Avalie as afirmações entre parênteses sobre os


substantivos em destaque.

I. Das toalhas do enxoval não se via mais sinal do bordado.


(Coletivo: conjunto de objetos de noivas, de estudantes,
etc.)
II. Ver a pequenina borboleta era símbolo de casamento à
vista. (Sobrecomum: usado somente no feminino.)
III. Para o ator, interpretar cada personagem é sempre um
desafio. (Classifica-se como masculino e feminino.)
IV. O público tem glamorizado os vilões de novelas. (Outra
forma de plural é vilãos.)

Está correto o que se afirma em


a) I, III e IV.
b) I, II, III, e IV.
c) II e IV apenas.
d) III e IV apenas.

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