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EEEP ADRIANO NOBRE

1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO


LÍNGUA PORTUGUESA
APOSTILA DE NIVELAMENTO

NOME:___________________________________
TURMA:__________________________________
JUSTIFICATIVA

Ao ingressarem no ensino médio, os alunos trazem muitas dificuldades de


leitura e escrita, as quais precisarão ser sanadas ao longo dessa etapa escolar.
Para tanto, foram selecionados itens de diversos descritores que constituem a
matriz de referência do SPAECE. Retirados principalmente da internet, esses itens
foram compilados em uma apostila e servem para nivelar turmas que iniciam a nova
etapa escolar na EEEP Adriano Nobre.
É válido também ressaltar que nossa apostila contém itens de diferentes níveis,
os quais estão organizados em 20 estudos que são trabalhados conforme a
organização curricular da disciplina de Língua Portuguesa.
Uma sugestão para o trabalho desse material é pedir aos alunos que tenham a
matriz de referência em mãos a fim de que à medida que for sendo trabalhado cada
item, seja feita a associação ao descritor correspondente e o aluno vá conferindo na
matriz. Assim, com o tempo, eles aprenderão os descritores de forma teórica, como
também prática.
Esta apostila já contribuiu muito para o nivelamento de Língua Portuguesa dos
alunos de primeira série da EEEP Adriano Nobre. Portanto, pode-se afirmar a
existência da sua eficácia.
relação à comida. Nada nos desperta sentimentos tão
ESTUDO PARA O SPAECE carinhosos quanto uma boa comidinha.
Língua Portuguesa – Mais um feijãozinho?
O feijãozinho passou dois dias borbulhando num
1º Estudo / 2024 daqueles caldeirões de antropófagos com capacidade para
três missionários. Leva porcos inteiros, todos os miúdos e
1º) (D7) Leia o texto a seguir. temperos conhecidos e, parece, um missionário. Mas a dona
da casa o trata como um mingau de todos os dias.
Diminutivos – Mais um feijãozinho?
Sempre pensei que ninguém batia o brasileiro no uso do – Um pouquinho.
diminutivo, essa nossa mania de reduzir tudo à mesma – E uma farofinha?
dimensão, seja um cafezinho, um cineminha ou uma vidinha. – Ao lado do arrozinho?
Só o que varia é a inflexão da voz. Se alguém diz, por – Isso.
exemplo, “Ó vidinha!” você sabe que ele está se referindo a
uma vida com todas as mordomias. Nem é uma vida, é um – E quem sabe uma cervejinha?
comercial de cigarro com longa metragem. Um vidão. Mas – Obrigadinho.
se disser “Ah vidinha...” o coitado está se queixando dela e O diminutivo é também uma forma de disfarçar o nosso
com toda a razão. Há anos que o seu único divertimento é entusiasmo pelas grandes porções. E tem um efeito
tirar sapatos e fazer xixi. Mas nos dois casos o diminutivo psicológico inegável. Você pode passar horas tomando
é usado com o mesmo carinho. cervejinha em cima de cervejinha sem nenhum dos efeitos
O francês tem o seu tout petit peu, que não é um que sofreria depois de apenas duas cervejas.
diminutivo, é um exagero. Um “pouco todo pequeno” é muita – E agora, um docinho.
explicação para tão pouco. Os mexicanos usam o poco, o E surge um tacho de ambrosia que é um porta-aviões.
poquito e – menos ainda do que o poquito – o poquetim!
Mas ninguém bate o brasileiro. (Luis Fernando Veríssimo. Diminutivos. Comédia da vida
Era o que eu pensava até o dia, na Itália, em que ouvi privada. 101 crônicas escolhidas.
alguém dizer que alguma coisa duraria um mezzoretto. Não Porto Alegre: LP&M, 1994.)
sei se a grafia é essa mesma, mas um povo que consegue,
numa palavra, reduzir uma meia hora de tamanho – e você A ideia central do texto é mostrar que os diminutivos são
não tem nenhuma dúvida de que um mezzoretto dura os usados como
mesmos 30 minutos de uma meia hora convencional, mas a) indicadores de aspectos negativos.
passa muito mais depressa – é invencível em matéria de b) recursos expressivos de linguagem.
diminutivo. c) indicadores de aspectos pejorativos.
O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa d) recurso para camuflar o que realmente quer dizer.
e precavida de usar a linguagem. Afetuosa porque e) indicadores de pequenez.
geralmente o usamos para designar o que é agradável,
aquelas coisas tão afáveis que se deixam diminuir sem 2º) (D3) Leia o texto a seguir.
perder o sentido. E precavida porque também o usamos
para desarmar certas palavras que, na sua forma original, Todo ponto de vista é a vista de um ponto
são ameaçadoras demais.
Operação, por exemplo. É uma palavra assustadora. Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada
Pior do que intervenção cirúrgica, porque promete uma um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os
intromissão muito mais radical nos intestinos. Uma pés pisam.
operação certamente durará horas e os resultados são Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como
incertos. Suas chances de sobreviver a uma operação... sei alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é
não. Melhor se preparar para o pior. sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
Já uma operaçãozinha é uma mera formalidade. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para
Anestesia local e duas aspirinas depois. compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem
Uma coisa tão banal que quase dispensa a presença do olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que
paciente. experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta,
– Alô, doutor? Olha, aquele meu quisto no braço como assume os dramas da vida e da morte e que
direito que nós íamos tirar hoje? A operaçãozinha? esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma
– Sim. interpretação.
Boff, Leonardo. A águia e a galinha. 4º Ed. RJ:
– Não vou poder ir, mas o Asdrúbal vai no meu lugar. Sextante, 1999.
– O Asdrúbal?
– Meu assistente direto aqui na firma. Homem de A expressão “com os olhos que tem” (l.1), no texto, tem o
confiança. sentido de
– Mas ele vai fazer a operaçãozinha por você? (A) enfatizar a leitura. (D) priorizar a leitura.
(B) incentivar a leitura. (E) valorizar a leitura.
– Ele é o meu braço direito, doutor. (C) individualizar a leitura.
Se alguém disser que precisa ter uma conversa com
você, cuidado. É coisa da maior importância. Os próprios 3º) (D2) Leia o texto a seguir.
destinos do Pacto do Atlântico podem estar em jogo. Uma
conversa é sempre com hora marcada. Motoristas de batom conquistam a Urca
Já uma conversinha raramente passa do nível da mais
cândida inconsequência. E geralmente é fofoca. A hora para Moradores aprovam adoção de mulheres na linha 107
uma conversinha é sempre qualquer hora dessas.
Num jogo você arrisca tudo, até a hora. Batom, lápis nos olhos, brincos. Foi a essa mistura
Num joguinho aceita-se até o cheque frio. que a empresa Amigos Unidos apelou para contornar as
Entre ter um caso e ter um casinho a diferença, às constantes reclamações dos moradores da Urca contra os
vezes, é a tragédia passional. motoristas da linha 107 (Central-Urca). Há um mês, a empresa
No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente com removeu sete mulheres de outros trajetos para formar um time
de primeira linha. “O público da Urca é muito exigente.” Os (D) a luta pela manutenção da juventude.
passageiros reclamavam que os motoristas homens não (E) o faturamento das consultas médicas.
paravam no ponto e dirigiam de forma perigosa. “Agora só
recebemos elogios”, contou o gerente de Recursos Humanos 5º) (D6) Leia o texto a seguir.
da empresa, Mario Mattos.
Elogios que, às vezes, não se limitam ao Não se perca na rede
desempenho profissional. “Hoje (ontem), um homem falou que
queria ser o meu volante”, contou a motorista Ana Paula da A internet é o maior arquivo público do mundo. De
Silva, 24 anos. Na empresa há três meses, Ana Paula da Silva futebol a física nuclear, de cinema a biologia, de religião a
faz da profissão uma forma de dar carinho a idosos e sexo, sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.
deficientes – os que mais têm dificuldades para entrar nos Mas essa avalanche de informações pode atrapalhar. Como
ônibus. “Às vezes, levanto para ajudar alguém a descer. Já chegar ao que se quer sem perder tempo? É para isso que
parei o carro para atravessar a rua com um deficiente visual”, foram criados os sistemas de busca. Porta de entrada na rede
contou. para boa parte de usuários, eles são um filão tão bom que já
Casada com um motorista de ônibus, Márcia Cristina existem às centenas também. Qual deles escolher? Depende
Pereira, 38 anos, diz que não enfrenta dificuldades com os do seu objetivo de busca.
colegas de profissão, ainda que reconheça que, no começo, a Há vários tipos. Alguns são genéricos, feitos para uso
desconfiança não foi pequena. “Eles me dão força. Recebo no mundo todo (Google, por exemplo). Use esse site para
muitos elogios”, disse. Ao contrário de Márcia, a motorista pesquisar temas universais. Outros são nacionais ou
Janaína de Lima, 32 anos, diz que se relaciona bem com estrangeiros com versões específicas para o Brasil (Cadê,
todos os colegas, mas acha que já há competição. “Falta Yahoo e Altavista). São ideais para achar páginas “com.br”.
muito para os homens se relacionarem bem com os idosos e (Paulo D’Amaro)
deficientes”, comparou. Morador da Urca há 25 anos, Ednei Disponível em:
Bernardes aprovou a adoção de motoristas mulheres no <http://galileu.globo.com/edic/116/rep_internet.htm>. Acesso
bairro. “Elas respeitam mais as pessoas e as leis de trânsito”, em Julho/2008.
resumiu
Um dos usuários do ônibus concluiu: O artigo foi escrito por Paulo D’Amaro. Ele misturou
informações e análises do fato.
“Elas respeitam muito mais as pessoas e as leis do trânsito.”
Tal afirmativa, no contexto, permite concluir que O período que apresenta uma opinião do autor é
(A) “foram criados sistemas de busca.”
(A) as empresas de ônibus preferem os serviços da mulher. (B) “essa avalanche de informações pode atrapalhar.”
(B) os homens são grosseiros e desrespeitam as leis de (C) “sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.”
trânsito. (D) “A internet é o maior arquivo público do mundo.”
(C) os idosos e deficientes passam a receber um tratamento (E) “Há vários tipos.”
melhor.
(D) os homens criam mais problemas com colegas de 6º) (D4) Leia a tirinha a seguir.
profissão.
(E) a população da Urca tornou-se exigente no transporte
urbano.

4º) (D5) Leia o texto a seguir.

Um arriscado esporte nacional

Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já


que de médicos e de loucos todos temos um pouco, mas esse (QUINO. “Mafalda inédita”. São Paulo: Martins Fontes,1993)
problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no
Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com A respeito da tirinha da Mafalda, é correto afirmar que ela
um arsenal de armas de guerra para combater doenças de (A) gosta do Natal pelo mesmo motivo de sua amiga.
fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. (B) pensa em resposta à pergunta da amiga.
Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas (C) concorda com a forma de pensar de sua amiga.
metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se (D) e a amiga têm as mesmas opiniões.
automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e (E) percebe que a amiga não compreendeu sua fala.
importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de
seus produtos – isto é, das vendas realizadas sem receita 7º) (D10) Leia o texto a seguir.
médica.
Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar Qual a origem do doce brigadeiro?
a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem
que, necessariamente, faça junto com essas advertências Em 1946, seriam realizadas as primeiras eleições
uma sugestão para que os entusiastas da automedicação diretas para presidente após os anos do “Estado Novo”, de
passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a Getúlio Vargas. O candidato da aliança PTB/PSD, Eurico
maioria das pessoas se automedicam por sugestão de Gaspar Dutra, venceu com relativa folga. Mas o título de maior
amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das originalidade na campanha ficou para as correligionárias do
drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a candidato derrotado, Eduardo Gomes (da UDN).
juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem Brigadeiro da Aeronáutica, com pinta de galã,
ser danosos. Eduardo Gomes tinha um apoio, digamos, entusiasmado. Para
MEDEIROS, Geraldo. – Revista Veja, 18 de fazer o “corpo-a-corpo” com o eleitorado, senhoras da
dezembro, 1985. sociedade saiam às ruas convocando as mulheres a votar em
Gomes, com o slogan: “Vote no brigadeiro. Ele é bonito e
O tema abordado no texto é solteiro”. Não satisfeitas ainda promoviam almoços e chás,
(A) os riscos constantes da automedicação. nos quais serviam um irresistível docinho coberto com
(B) o crescimento da indústria farmacêutica. chocolate granulado. Ao qual deram o nome, claro, de
(C) a venda ilegal de medicamentos. brigadeiro.
Almanaque das curiosidades, p. 89. 10º) (D14) Leia o texto a seguir.

A finalidade desse gênero de texto é Sermão do Mandato


(A) propor mudanças. (D) trazer uma informação.
(B) refutar um argumento. (E) orientar procedimentos. O primeiro remédio que dizíamos, é o tempo. Tudo
(C) advertir as pessoas. cura o tempo. Tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere,
tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto
mais a corações de cera? São as afeições como as vidas, que
ESTUDO PARA O SPAECE não há mais certo de haverem de durar pouco, que terem

Língua Portuguesa durado muito. São como as linhas, que partem do centro para
a circunferência, que tanto mais continuadas, tanto menos
unidas. Por isso os Antigos sabiamente pintaram o amor
2º Estudo / 2024 menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser
velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza,
8º) (D13) Leia os textos a seguir. o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira;
Texto I embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos,
“Sou completamente a favor da flexibilização das relações com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que
trabalhistas, pois a velhíssima legislação brasileira, além de voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o
anacrônica, vem comprometendo seriamente a nossa tempo tira a novidade às cousas, descobre-lhe defeitos,
competitividade em nível global.” enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não
Texto II serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais
“É uma falácia dizer que com a eliminação dos direitos amor? O mesmo amor é a causa de não amar, e o de ter
trabalhistas se criarão mais empregos. O trabalhador brasileiro amado muito, de amar menos.
já é por demais castigado para suportar mais essa VIEIRA, Antônio. Sermão do Mandato. In:
provocação.” Sermões.8.ed.Rio de Janeiro: Agir, 1980.
O Povo, 17 abr. 1997. Em “...para não serem as mesmas...” (l. 11-12), a expressão
destacada refere-se a
Os textos acima tratam do mesmo assunto, ou seja, da (A) afeições. (B) asas. (C) cousas. (D) linhas. (E) setas.
relação entre patrão e empregado. Os dois se diferenciam,
porém, pela abordagem temática. O texto II em relação ao 11º) (D11) Leia o texto a seguir.
texto I apresenta uma
(A) ironia. (B) semelhança. (C) oposição. O Mato
(D) aceitação. (E) confirmação.
Veio o vento frio, e depois o temporal noturno, e
9º) (D12) Leia os textos a seguir. depois da lenta chuva que passou toda a manhã caindo e
ainda voltou algumas vezes durante o dia, a cidade
Texto I entardeceu em brumas. Então o homem esqueceu o trabalho
Tio Pádua e as promissórias, esqueceu a condução e o telefone e o
Tio Pádua e tia Marina moravam em Brasília. Foram asfalto, e saiu andando lentamente por aquele morro certo de
um dos primeiros. Mudaram-se para lá no final dos anos 50. um mato viçoso, perto de sua casa. O capim cheio de água
Quando Dirani, a filha mais velha, fez dezoito anos, ele saiu molhava seu sapato e as pernas da calça; o mato escurecia
pelo Brasil afora atrás de um primo pra casar com ela. sem vaga-lumes nem grilos.
Encontrou Jairo, que morava em Marília. Estão juntos e felizes Pôs a mão no tronco de uma árvore pequena,
até hoje. Jairo e Dirani casaram-se em 1961. Fico pensando sacudiu um pouco, e recebeu nos cabelos e na cara as gotas
se os casamentos arranjados não têm mais chances de dar de água como se fosse uma bênção. Ali perto mesmo a
certo do que os desarranjados. cidade murmurava, estava com seus ruídos vespertinos,
Ivana Arruda Leite. Tio Pádua. Internet: ranger de bondes, buzinar impaciente de carros, vozes
http://www.doidivana.zip net. Acesso em 07/01/2007. indistintas; mas ele via apenas algumas árvores, um canto de
mato, uma pedra escura. Ali perto, dentro de uma casa
Texto II fechada, um telefone batia, silenciava, batia outra vez,
O casamento e o amor na Idade Média interminável, paciente, melancólico. Alguém, com certeza já
(fragmento) sem esperança, insistia em querer falar com alguém.
Nos séculos IX e X, as uniões matrimoniais eram Por um instante o homem voltou seu pensamento
constantemente combinadas sem o consentimento da mulher, para a cidade e sua vida. Aquele telefone tocando em vão era
que, na maioria das vezes, era muito jovem. Sua pouca idade um dos milhões de atos falhados da vida urbana. Pensou no
era um dos motivos da falta de importância que os pais davam desgaste nervoso dessa vida, nos desencontros, nas
a sua opinião. Diziam que estavam conseguindo o melhor incertezas, no jogo de ambições e vaidades, na procura de
para ela. Essa total falta de importância dada à opinião da amor e de importância, na caça ao dinheiro e aos prazeres.
mulher resultava muitas vezes em raptos. Como o Ainda bem que de todas as grandes cidades do mundo o rio é
consentimento da mulher não era exigido, o raptor garantia o a única a permitir a evasão fácil para o mar e a floresta. Ele
casamento e ela deveria permanecer ligada a ele, o que era estava ali num desses limites entre a cidade dos homens e a
bastante difícil, pois os homens não davam importância à natureza pura; ainda pensava em seus problemas urbanos –
fidelidade. Isso acontecia talvez principalmente pelo fato de a mas um camaleão correu de súbito, um passarinho piou triste
mulher não poder exigir nada do homem e de não haver uma em algum ramo, e o homem ficou atento àquela humilde vida
conduta moral que proibisse tal ato. animal e também à vida silenciosa e úmida das árvores, e à
Ingo Muniz Sabage. O casamento e o amor na Idade pedra escura, com sua pele de musgo e seu misterioso
Média. Internet: coração mineral.
http://www.milenio.com.br/ingo/ideias/hist/casament.htm. ARRIGUCCI, Jr. Os melhores contos de Rubem
Acesso em 07/01/2007 (com adaptações). Braga. São Paulo: Editora Global Ltda, 1985.
Sobre o “casamento arranjado”, o texto I e o texto II No texto, o elemento que gera a história narrada é
apresentam opiniões (A) a preocupação do homem com os problemas alheios.
(A) complementares. (B) duvidosas. (C) opostas. (B) a proximidade entre a casa do homem e o morro com mato
(D) preconceituosas. (E) semelhantes. viçoso.
(C) o desejo do homem de buscar alento próximo da natureza.
(D) o toque insistente do telefone em uma casa fechada e todas as maneiras aos olhos de seus súditos como uma
silenciosa. espécie de teatro. Nesse contexto surge a etiqueta, marcando
(E) os ruídos vespertinos da cidade, com seus murmúrios momento a momento o espetáculo da realeza: só para servir o
constantes. vinho ao monarca havia um ritual que durava até dez minutos.
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a
12º) (D18) Leia o texto a seguir. 1774, passou a usar lenço não como simples peça de
vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na corte de
O Quiromante Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como era costume.
Mas todas essas regras, embora servissem para diferenciar a
Há muitos anos atrás, havia um rapaz cigano que, nobreza dos demais, não tinham a petulância que a etiqueta
nas horas vagas, ficava lendo as linhas das mãos das adquiriu depois. Os nobres usavam as boas maneiras com
pessoas. naturalidade, para marcar uma diferença política que já existia.
O pai dele, que era muito austero no que dizia E representavam esse teatro da mesma forma para todos.
respeito à tradição cigana de somente as mulheres lerem as Depois da Revolução Francesa, as pessoas começam a
mãos, dizia sempre para ele não fazer isso, que não era ofício aprender etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela
de homem, que fosse fazer tachos, tocar música, comerciar passou a ser usada de forma desigual – só na hora de lidar
cavalos. com os poderosos.
E o jovem cigano teimava em ser quiromante. Até Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
que um dia ele foi ler a sorte de uma pessoa e, quando ela se Nesse texto, o autor defende a tese de que
virou de frente, ele viu, assustado, que ela não tinha mãos. (A) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses
A partir daí, abandonou a quiromancia. do poder.
PEREIRA, Cristina da Costa. Lendas e histórias (B) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
ciganas. Rio de Janeiro: Imago, 1991. (C) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
(D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século
O trecho “A partir daí, abandonou a quiromancia” (l.8) XV.
apresenta, com relação ao que foi dito no parágrafo anterior, o (E) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la.
sentido de
(A) comparação. (B) condição. (C) consequência. 15º) (D16) Leia o texto a seguir.
(D) finalidade. (E) oposição.
A língua está viva
13º) (D17) Leia o texto a seguir.
Ivana Traversim
Câncer Na gramática, como muitos sabem e outros nem
As novas frentes de ataque tanto, existe a exceção da exceção. Isso não quer dizer que
vale tudo na hora de falar ou escrever. Há normas sobre as
A ciência chega finalmente à fase de atacar o mal pela raiz quais não podemos passar, mas existem também as
sem efeito colateral. preferências de determinado autor – regras que não são
A luta contra o câncer teve grandes vitórias nas regras, apenas opções. De vez em quando aparece alguém
últimas décadas do século 20, mas deve-se admitir que houve querendo fazer dessas escolhas uma regra. Geralmente são
também muitas esperanças de cura não concretizadas. Após os que não estão bem inteirados da língua e buscam soluções
sucessivas promessas de terapias revolucionárias, o século rápidas nos guias práticos de redação. Nada contra. O
21 começou com a notícia de uma droga comprovadamente problema é julgar inquestionáveis as informações que esses
capaz de bloquear pela raiz a gênese de células tumorais. Ela manuais contêm, esquecendo-se de que eles estão, na
foi anunciada em maio deste ano, na cidade de San maioria dos casos, sendo práticos – deixando para as
Francisco, no EUA, em uma reunião com a presença de cerca gramáticas a explicação dos fundamentos da língua
de 26 mil médicos e pesquisadores. A genética, que já vinha portuguesa.
sendo usada contra o câncer em diagnósticos e avaliações de (...)
risco, conseguiu, pela primeira vez, realizar o sonho das Com informação, vocabulário e o auxílio da
drogas “inteligentes”: impedir a formação de tumores. Com gramática, você tem plenas condições de escrever um bom
essas drogas, será possível combater a doença sem debilitar texto. Mas, antes de se aventurar, considere quem vai ler o
o organismo, como ocorre na radioterapia e na quimioterapia que você escreveu. A galera da faculdade, o pessoal da
convencional. empresa ou a turma da balada? As linguagens são diferentes.
O próximo passo é assegurar que as células Afinal, a língua está viva, renovando-se sem parar,
cancerosas não se tornem resistentes à medicação. São, circulando em todos os lugares, em todos os momentos do
portanto, várias frentes de ataque. Além das mais de 400 seu dia. Estar antenado, ir no embalo, baixar um arquivo,
drogas em testes, aposta-se no que já vinha dando certo, clicar no ícone – mais que expressões – são maneiras de se
como a prevenção e o diagnóstico precoce. inserir num grupo, de socializar-se.
Revista Galileu. Julho de 2001, p. 41. (Você S/A, jun. 2003.)
O conectivo “portanto”, (l.12), estabelece com as ideias que o A tese da dinamicidade da língua comprova-se pelo fato de
antecedem uma relação de que
(A) adversidade. (B) conclusão. (C) causa. (A) as regras gramaticais podem transformar-se em exceção.
(D) comparação. (E) finalidade. (B) a gramática permite que as regras se tornem opções.
(C) a língua se manifesta em variados contextos e situações.
14º) (D15) Leia o texto a seguir. (D) os manuais de redação são práticos para criar ideias.
(E) é possível buscar soluções práticas na hora de escrever.
O teatro da etiqueta

No século XV, quando se instalavam os Estados ESTUDO PARA O SPAECE


nacionais e a monarquia absoluta na Europa, não havia
sequer garfos e colheres nas mesas de refeição: cada Língua Portuguesa
comensal trazia sua faca para cortar um naco da carne – e,
em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa Europa 3º Estudo / 2024
bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem os
nobres sabiam escrever, o poder do rei devia se afirmar de 16º) (D7) Leia o texto a seguir.
em que se desquitava por causa daquele bicho cretino. Tentou
Animais no espaço mandá-lo embora umas vinte vezes e era uma choradeira das
Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas. crianças e uma espinafração da mulher.
- Você é um desalmado – disse ela, uma vez.
Os russos já usaram cachorros em suas Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má
experiências. Eles têm o sistema cardíaco parecido com o dos educação do adversário. O cãozinho começou a fazer pipi
seres humanos. Estudando o que acontece com eles, os onde não devia. Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio
cientistas descobrem quais problemas podem acontecer com vício. Fez diversas vezes no tapete da sala. Fez duas na
as pessoas. boneca da filha maior. Quatro ou cinco vezes fez nos
A cadela Laika, tripulante da Sputnik-2, foi o primeiro brinquedos da caçula. E tudo culminou com o pipi que fez em
ser vivo a ir ao espaço, em novembro de 1957, quatro anos cima do vestido novo de sua mulher.
antes do primeiro homem, o astronauta Gagarin. - Aí mandaram o cachorro embora? – perguntei.
Os norte-americanos gostam de fazer experiências - Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo de presente
científicas espaciais com macacos, pois o corpo deles se a um amigo que adora cachorros. Ele está levando um vidão
parece com o humano. O chimpanzé é o preferido porque é em sua nova residência.
inteligente e convive melhor com o homem do que as outras - Ué... mas você não o detestava? Como é que ainda
espécies de macacos. Ele aprende a comer alimentos arranjou essa sopa pra ele?
sintéticos e não se incomoda com a roupa espacial. - Problema de consciência – explicou: O pipi não era
Além disso, os macacos são treinados e podem fazer dele.
tarefas a bordo, como acionar os comandos das naves, E suspirou cheio de remorso.
quando as luzes coloridas acendem no painel, por exemplo. PONTE PRETA, Stanislaw. Para gostar de ler. Gol de
Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o padre e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1998. v. 23. p. 24-
espaço, em novembro de 1961, a bordo da nave Mercury / 25.
Atlas 5. A nave de Enos teve problemas, mas ele voltou são e
salvo, depois de ter trabalhado direitinho. Seu único erro foi ter O que gera humor no texto é o fato de
comido muito depressa as pastilhas de banana durante as (A) a família se apaixonar pelo cachorro.
refeições. (B) a mulher dizer que nunca houve cachorro fingido.
(Folha de São Paulo, 26 de janeiro de 1996) (C) o cachorro fazer pipi onde não devia.
(D) o dono da casa achar o cachorro um chato.
Entre as informações do texto acima, uma das principais é que (E) o pipi feito no vestido novo não ser do cachorro.
(A) o chimpanzé mais famoso viajou para o espaço a bordo da
Mercury-Atlas 5. 18º) (D20) Leia o texto a seguir.
(B) os cientistas descobrem problemas que podem acontecer
com as pessoas. A culpa é do dono?
(C) a cadela Laika viajou ao espaço quatro anos depois de
Gagarin. A reportagem “Eles estão soltos” (17 de janeiro),
(D) a viagem do mais famoso macaco para o espaço sobre os cães da raça pit Bull que passeiam livremente pelas
aconteceu em 1961. praias cariocas, deixou leitores indignados com a defesa que
(E) na nave espacial serviam pastilhas de banana durante as seus criadores fazem de seus animais. Um deles dizia que os
refeições. cães só se tornam agressivos quando algum movimento os
assusta. Sandro Megale Pizzo, de São Carlos, retruca que é
17º) (D22) Leia o texto a seguir. difícil saber quais de nossos movimentos “assustariam” um pit
Bull. De Siegen, na Alemanha, a leitora Regina Castro
Prova falsa Schaefer diz que pergunta a si mesma que tipo de gente pode
ter como animal de estimação um cachorro que é capaz de
Quem teve a ideia foi o padrinho da caçula – ele me matar e desfigurar pessoas.
conta. Trouxe o cachorro de presente e logo a família inteira Veja, Abril. 28/2/2001.
se apaixonou pelo bicho. Ele até que não é contra isso de se
ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e com O que sugere o uso de aspas na palavra “assustariam”?
um mínimo de educação. (A) raiva. (B) ironia. (C) medo.
- Mas o cachorro era um chato – desabafou. (D) insegurança. (E) ignorância.
Desses cachorrinhos de caça, cheios de
nhenhenhém, que comem comidinha especial, precisam de 19º) (D20) Leia o texto a seguir.
muitos cuidados, enfim, um chato de galocha. E, como se isto
não bastasse, implicava com o dono da casa. Leite
- Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas
quando eu entrava em casa vinha logo com aquele latido Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando
fininho e antipático, de cachorro de francesa. a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...)
Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava certos Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem
políticos da oposição, que espinafram o ministro, mas quando sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso
estão com o ministro, ficam mais por baixo que tapete de porque agora mesmo peguei um pacote de leite – leite em
porão. Quando cruzavam num corredor ou qualquer outra pacote, imagina, Tereza! – na porta dos fundos e estava
dependência da casa, o desgraçado rosnava ameaçador, mas escrito que é pasterizado ou pasteurizado, sei lá, tem
quando a patroa estava perto, abanava o rabinho, fingindo-se vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o
seu amigo. escambau.
- Quando eu reclamava, dizendo que o cachorro era Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que
um cínico, minha mulher brigava comigo, dizendo que nunca leite é outra coisa: “líquido branco, contendo água, proteína,
houve cachorro fingido e eu é que implicava com o açúcar e sais minerais”. Um alimento pra ninguém botar
“pobrezinho”. defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 mil anos. É o
Num rápido balanço poderia assinalar: o cachorro único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a
comeu oito meias suas, roeu a manga de um paletó de fruta serve para fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra
casemira inglesa, rasgara diversos livros, não podia ver um pé galinha (...) o leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
de sapato que arrastava para locais incríveis. A vida lá em Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem
casa estava se tornando insuportável. Estava vendo a hora chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem
serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás de mim. 13 de dezembro! Preciso tomar um desses
desse negócio. tonificantes da memória, vivo em parte dela e não posso ter
Depois o pessoal ainda acha estranho que os brancos assim, um dia importante e não me lembro por quê.
meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não Somente à noite, quando não era mais 13 de
gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú! dezembro, ao fechar o livro que estava lendo, de repente a luz
Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. parou de piscar e iluminou com nitidez a cena noturna: eu
22/08/1999. chegando no prédio em que morava, no Leme, a Kombi que
saiu dos fundos da garagem, o homem que se aproximou e
Ao criar a palavra “embromatologia” (l. 6), o autor pretendeu me avisou que o comandante do 1º Exército queria falar
ser comigo.
(A) conciso. (B) sério. (C) formal. (D) cordial. (E) irônico. Eram 11 horas da noite, estranhei aquele convite,
nada tinha a falar com o general Sarmento e não acreditava
20º) (D21) Leia o texto a seguir. que ele tivesse alguma coisa a falar comigo.
Mas o homem insistiu. E outro homem que saíra da
Você não entende nada Kombi já entrava dentro do meu carro, com uma pequena
metralhadora. Naquela mesma hora, a mesma cena se repetia
Quando eu chego em casa nada me consola / Você está pelo Brasil afora, o governo baixara o Al-5, eu nem ouvira o
sempre aflita / Com lágrimas nos olhos de cortar cebola / Você decreto lido no rádio. Num motel da Barra, eu estivera à toa na
está tão bonita. vida, e meu amor me chamara e eu não vira a banda passar.
Tantos anos depois, ninguém me chama nem me
Você traz a coca-cola / Eu tomo / Você bota a mesa / Eu convida para falar com o comandante do 1º Exército. O País
como, eu como, eu como, eu como, eu como, você / Você talvez tenha melhorado, mas eu certamente piorei.
não está entendendo nada do que eu digo. / Eu quero é ir CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo.
embora / Eu quero dar o fora. 16/12/2001.

E quero que você venha comigo. / Todo dia, todo dia. / Quero (D23) A fala do motorista (l.2) é exemplo de linguagem
que você venha comigo. (bis) (A) culta. (B) coloquial. (C) vulgar. (D) técnica. (E) regional.

Eu me sento / Eu fumo / Eu como / Eu não aguento 22º) (D18) No texto, o que gera a inquietação do narrador é o
fato de ele
Você está tão curtida / Eu quero tocar fogo nesse apartamento (A) constatar que não era um dia importante.
/ Mas você não acredita / Traz meu café com suíta / Eu tomo / (B) não se lembrar de algo muito importante.
E bota a sobremesa / Eu como, eu como, eu como, eu como, (C) saber que era dia de Santa Luzia.
eu como / Você / Tem que saber que eu quero é correr mundo (D) ver uma grande multidão na Esplanada.
/ Correr perigo / Eu quero é ir embora / Eu quero dar o fora. (E) verificar que a igreja estava cheia de fiéis.

E quero que você venha comigo. / Todo dia, todo dia. / Eu


quero que você venha comigo. (bis) ESTUDO PARA O SPAECE
Traz a coca-cola / que eu tomo, que eu tomo. / Bota a Língua Portuguesa
sobremesa, que eu como. (bis)
4º Estudo / 2024
Eu quero que você venha comigo. / Todo dia, todo dia / Eu
quero que você venha comigo. (bis) 23º) Leia o texto a seguir.
(VELOSO, Caetano. Literatura Comentada: Você Não
Entende Nada. 2 Ed. Nova Cultura. 1998) Nem a educação pode ser superestimada como
A repetição da expressão “eu quero”, em diversos versos, tem causa do desenvolvimento econômico – já que há outros
por objetivo fatores igualmente importantes que, em igual ou menor
(A) fazer associações de sentido. medida, contribuem para tal desenvolvimento – nem podem
(B) refutar argumentos anteriores. seus objetivos ser reduzidos à promoção do desenvolvimento
(C) detalhar sonhos e pretensões. econômico – já que o fim da educação deve ser o da formação
(D) apresentar explicações novas. integral do homem. Nem por isso, entretanto, deixa de ser
(E) reforçar a expressão dos desejos. relevante a contribuição que a educação pode prestar à
economia de um país. Durante o processo de
desenvolvimento econômico, essa contribuição está
diretamente relacionada com as transformações qualitativas
21º) Leia o texto a seguir. que costumam ocorrer em todos os setores da atividade
econômica e social.
13 de Dezembro
(D5) O texto desenvolve-se, prioritariamente, em torno
Passei de carro pela Esplanada e vi a multidão. (A) da relação entre educação e desenvolvimento econômico.
Estranhei aquilo. O motorista me lembrou: “Hoje é 13 de (B) do processo de desenvolvimento da economia de uma
dezembro, Dia de Santa Luzia. A igreja dela está cheia, ela nação.
protege os olhos da gente”. (C) da evolução do sistema educacional.
Agradeci a informação, mas fiquei inquieto. Bolas, o (D) do caráter tecnocrático da educação.
13 de dezembro tinha alguma coisa a ver comigo e nada com (E) das modificações educacionais exigidas pelo avanço
Santa Luzia e sua eficácia nas doenças que ainda não tenho. tecnológico e industrial.
O que seria?
Aniversário de um amigo? Uma data inconfessável, 24º) (D1) Segundo o texto,
que tivesse marcado um relacionamento para o bom ou para o (A) os progressos em educação dependem de épocas em que
pior? haja grande desenvolvimento econômico.
Não lembrava de nada de importante naquele dia, (B) embora existam outros fatores influentes, a educação é o
mas ele piscava dentro de mim. E as horas se passaram elemento mais decisivo para o desenvolvimento econômico de
iluminadas pelo intermitente piscar da luzinha vermelha dentro um país.
(C) os objetivos da educação não devem visar à promoção do Na década de sessenta, voltou o vidro laminado,
desenvolvimento econômico e social. melhorado pelos laboratórios das montadoras norte-
(D) a educação deve ter como fim a formação integral do americanas. Continuou sendo constituído de duas placas de
homem e, portanto, não se deve ocupar com a formação de vidro polido; apenas a lâmina intermediária de celulose foi
recursos humanos exigidos pela sociedade. substituída por uma película plástica, a resina polivinil butiral,
(E) o sistema educacional não deve visar unicamente ao de 0,76mm. Um material de transparência perfeita, com um
desenvolvimento econômico de um país. certo grau de elasticidade. Em caso de choque, a tendência é
trincar como uma teia de aranha, mas o cristal permanece
25º) Leia o texto a seguir. grudado à camada plástica.
O enriquecimento (ampliação) de uma língua consiste
em “usar”, “praticar” a língua. As palavras são como peças de De acordo com o texto,
um complicado jogo. Jogando a gente aprende. Aprende as (A) a lâmina de celulose dota o vidro de uma transparência
regras do jogo. As peças usadas são as mesmas, mas nunca cristalina.
são usadas da mesma maneira. No deixar-se carregar pelo (B) a película plástica é muito mais elástica do que a lâmina
jogo do uso somos levados às inúmeras possibilidades da de celulose.
língua. As possibilidades são sempre diferentes, nunca iguais. (C) a aderência do vidro à lâmina de celulose impedia-o de
Mas todas as diferenças cabem na mesma identidade. Todas estilhaçar-se em caso de choque.
as palavras figuram nos vários discursos como diferentes: (D) por reter o cristal grudado a si, a película plástica pode
diferentes são as palavras no discurso científico, literário, perder a elasticidade de que é dotada.
filosófico, artístico, teológico. Mas cabem sempre na mesma (E) a troca da celulose pela resina plástica representou uma
identidade. São expressões possíveis da linguagem. melhora do vidro laminado.
(Arcângelo R. Buzzi).
31º) (D2) Leia o texto a seguir.
(D1) De acordo com o texto,
(A) as palavras da língua correspondem às peças do jogo. Nestes dias de Natal, a arte de comprar se reveste de
(B) as palavras da língua correspondem às regras do jogo. exigências particularmente difíceis. Não poderemos adquirir a
(C) as peças do jogo correspondem às regras do jogo. primeira coisa que se ofereça à nossa vista: seria uma
(D) jogos diferentes exigem peças diferentes. vulgaridade. Teremos de descobrir o imprevisto, o
(E) frases diferentes exigem palavras diferentes. incognoscível, o transcendente. Não devemos também
oferecer nada de essencialmente necessário ou útil, pois a
26º) (D2) Segundo o texto, graça destes presentes parece consistir na sua
(A) quem joga combina palavras. desnecessidade e inutilidade. Ninguém oferecerá, por
(B) quem joga combina regras. exemplo, um quilo (ou mesmo um saco) de arroz ou feijão,
(C) quem fala combina peças. para a insidiosa fome que se alastra por estes nossos campos
(D) quem fala combina palavras. de batalha; ninguém ousará comprar uma boa caixa de
(E) tanto quem fala como quem joga combina regras. sabonetes desodorantes para o suor da testa com que –
especialmente neste verão – teremos de conquistar o pão de
27º) (D2) O texto afirma que cada dia. Não: presente é presente, isto é, um objeto
(A) seria útil aplicar, na aprendizagem das regras do jogo, o extremamente raro e caro, que não sirva, a bem dizer, para
mesmo método que se emprega ao aprender uma língua. coisa alguma.
(B) aprender uma língua é tão complicado como aprender as
regras de um jogo. De acordo com o texto,
(C) as línguas são complicadas porque a maioria de suas (A) é bom estudar os preços do mercado natalino antes de
regras são comparáveis a jogos complexos. efetuar as primeiras compras.
(D) o conhecimento das regras de jogos complicados facilita o (B) ninguém faz compras de natal atendendo à funcionalidade
entendimento das regras da língua. dos presentes.
(E) se chega às possibilidades da língua da mesma forma que (C) não há presentes úteis postos à disposição dos
às regras do jogo, praticando. compradores durante as festas de natal.
(D) as festas natalinas revestem-se invariavelmente de um
caráter de superficialidade e antirreligiosidade.
(E) os presentes natalinos têm de apresentar, não utilidade,
mas a marca do significado espiritual da data.
28º) (D2) A partir do texto pode-se concluir que
(A) nos diversos discursos – científico, literário etc. – as 32º) (D2) Leia o texto a seguir.
palavras devem ser diferentes porque é imperícia repetir as
mesmas palavras. A primeira coisa é o ato. Em primeiro lugar, você faz,
(B) as palavras tornam-se diferentes nos diversos discursos exerce sua liberdade, e são os outros que estão interessados
graças às combinações diferentes, como acontece com as em rotular o que você faz. A melhor maneira de um brasileiro
peças no jogo. se comportar não é, em primeiro lugar, saber o que é um
(C) a linguagem torna possível expressar os diferentes homem brasileiro. Ele se comporta como um homem livre, os
discursos porque possui um número muito grande de outros é que vão rotulá-lo de brasileiro.
palavras.
(D) O que identifica um discurso linguístico com outro são Infere-se do texto que, para um artista se reconhecer como
certas expressões comuns que todos usam. brasileiro, ele deve
(E) mudando o jogo, mudam-se as peças; mudando o (A) criar livremente, e depois ver, em sua criação, o que
discurso, mudam-se igualmente as palavras. significa ser brasileiro.
(B) procurar adequar-se às tendências e gostos
29º) (D3) “... teológico...” (sublinhado) refere-se historicamente definidos como traços da cultura brasileira.
(A) aos santos. (D) a Deus. (C) tentar conhecer o espírito de sua prática e, aos poucos,
(B) à igreja. (E) à lógica. incorporar-se a esta grande comunidade popular.
(C) à moral e aos bons costumes. (D) definir os traços que caracterizam os brasileiros, para
depois criar de acordo com essa caracterização.
30º) (D2) Leia o texto a seguir e responda à questão. (E) observar outros artistas brasileiros, para conferir se possui
traços em comum com eles.
(D) a produção de bens com defeitos induz o consumidor a
33º) (D2) Leia o texto a seguir. comprar, de uma só vez, mais de um produto.
Ah, os casais de antigamente! Como eram plácidos e (E) a fim de expandir sua produção, a indústria baixa a
sábios e felizes e serenos... (Principalmente vistos de longe. E qualidade dos produtos que põe no mercado.
as angústias e renúncias, e as longas humilhações caladas?
Conheci um casal de velhos bem velhinhos, que era doce ver
– os dois sempre juntos, quietos, delicados. Ele a desprezava. ESTUDO PARA O SPAECE
Ela o odiava.)
Língua Portuguesa
De acordo com o texto, os casais de antigamente
(A) eram felizes e serenos porque sabiam enfrentar suas 5º Estudo / 2024
angústias.
(B) suportavam calados longas humilhações porque eram 37º) (D2) Leia o texto a seguir.
sábios e plácidos.
(C) não brigavam porque sabiam renunciar a seus caprichos. “Quando Deus me mandou a cegueira”... gritava ele.
(D) tinham forte estrutura moral e psíquica que lhes permitia Realmente, sua órbita direita era vazia e nela cintilava um olho
viver bem. de vidro. Essa calota de louça era imóvel, fixa, dura, e luzia
(E) eram plácidos e sábios e felizes e serenos apenas na como uma joia, como a estrela-d'alva, dentro das pálpebras
aparência. que não piscavam. Contrastava com o lado são, que se
esbatia suavemente no azulado opalescente do arco senil e
34º) Leia o texto a seguir. que estava sempre lacrimejando, como se fosse desfazer-se.
Partindo da unidade básica de funcionamento do Ninguém conseguia sustentar aquele olhar feito da mistura de
cérebro, que é uma célula conhecida como neurônio, e uma expressão doce vinda da esquerda e uma expressão
comparando-a com a memória de um computador, percebe-se iracunda vinda da direita.
que as diferenças entre este e aquele são muitas. Isto porque
o computador é um processador determinístico, operando De acordo com a descrição,
sempre de acordo com as entradas. Já o cérebro humano é (A) o olhar da personagem era difícil de sustentar, em virtude
uma espécie de computador probabilístico, que funciona de um certo estrabismo que parecia cruzar o olho direito com
através de associações. o esquerdo.
(B) a cegueira da personagem advinha da impossibilidade de
(D2) De acordo com o texto, coordenar o olho direito com o olho esquerdo.
(A) o computador, ao contrário do cérebro humano, determina (C) o olho sadio da personagem, úmido e brilhante, piscava
as entradas de informação. constantemente, como uma estrela que luzisse no azul do
(B) o cérebro humano tem seu funcionamento determinado céu.
pela entrada de informações na memória. (D) a impressão de cólera que a personagem inspirava
(C) a semelhança entre o computador e a memória humana provinha da dureza e da fixidez do seu olho de vidro.
está em que ambos funcionam de acordo com as (E) o olho de vidro da personagem era de tal maneira duro,
probabilidades das informações nele armazenadas. que a irritação das pálpebras o fazia lacrimejar
(D) a diferença fundamental entre o cérebro humano e o constantemente.
computador reside nos princípios de funcionamento de um e
de outro. 38º) Leia o texto a seguir.
(E) o cérebro humano e o computador, apesar das muitas
diferenças entre eles, funcionam com a mesma unidade Sampa
básica, o neurônio.
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
35º) (D2) Infere-se do texto que chamei de mau gosto o que vi de mau gosto o mau gosto é
(A) o computador poderá funcionar como um cérebro humano, que Narciso acha feio o que não é espelho
se se conseguir acoplar neurônios a ele. e à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
(B) o cérebro e o computador são igualmente aptos a nada do que era antes quando não somos mutantes
processar informações, ainda que a partir de comportamentos e foste um difícil começo afasto o que não conheço
diferentes. e quem vem de outro sonho feliz de cidade
(C) o neurônio iguala, em seu funcionamento, a memória de aprende depressa a chamar-te de realidade
um computador. porque és o avesso do avesso do avesso do avesso.
(D) o cérebro humano, diferindo do computador em sua do povo oprimido nas filas nas vilas favelas
constituição, funciona, no entanto, da mesma maneira que da força da grana que ergue e destrói coisas belas
este. da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
(E) é possível criar máquinas copiando o funcionamento do eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
cérebro humano. tuas oficinas de florestas teus deuses da chuva
Pan-américas de Áfricas utópicas túmulo do samba
36º) (D2) Leia o texto a seguir. mais possível novo Quilombo de Zumbi
Para que sua produção cresça continuamente, e os novos baianos passeiam na tua garoa
mesmo indústrias tecnicamente competentes fabricam bens e os novos baianos te podem curtir numa boa
precários, cuja vida útil é relativamente curta; o consumidor, Caetano Veloso
habituado ao uso de um produto, não hesitará em adquirir um (D8) O nome criado para título dessa composição – SAMPA –
outro quando o seu vier a estragar-se. Segundo o texto, expressa uma relação entre
(A) a indústria poderia produzir menos objetos, todos de (A) São Paulo – Salvador
melhor qualidade, mas os compradores preferem sempre um (B) São Paulo – Samba
produto novo, do último tipo. (C) Salvador – Samba
(B) a produção de bens de qualidade favorece tanto a (D) Av. Ipiranga – Av. São João
indústria, que vende sempre mais, quanto o consumidor, que (E) Av. São João – Samba
tem sempre à disposição artigos duráveis.
(C) para o consumidor não constitui problema a baixa 39º) (D2) O texto constrói uma análise da cidade. Para isso, o
qualidade dos produtos, já que tem disponibilidade econômica autor usa inicialmente:
para adquirir quantos quiser. (A) suas impressões pessoais.
(B) as informações que obteve de outros. (B) o protagonista beijou Maria porque tinha a certeza de que
(C) a enumeração de dados importantes. ela dormia.
(D) a descrição objetiva da cidade. (C) o que estava dificultando a consumação do beijo era a
(E) as impressões dos habitantes da cidade. boca encanudada do protagonista.
(D) o ato de fechar os olhos reveste-se de um caráter
40º) (D3) O sentido do verso “... é que Narciso acha feio o que encorajador da atitude do protagonista.
não é espelho” pode ser encontrado também em (E) o beijo dado pelo protagonista em Maria nada tinha de
(A) “porque és o avesso do avesso do avesso do avesso”. sensual.
(B) “à mente apavora o que ainda não é mesmo velho”.
(C) “nada do que não era antes quando não somos mutantes”. 47º) (D17) No texto “Na hierarquia dos problemas nacionais,
(D) “quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da
chamei de mau gosto o que vi”. educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem
(E) “quem vem de outro sonho feliz de cidade aprende disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional. Pois,
depressa a chamar-te de realidade”. se a evolução orgânica do sistema cultural de um país
depende de suas condições econômicas, é impossível
41º) (D2) “À mente apavora o que ainda não é mesmo velho”. desenvolver as forças econômicas ou de produção sem o
– o verso revela preparo intensivo das forças culturais.” A conjunção destacada
(A) o medo que todos os homens sentem diante da velhice. estabelece uma relação de
(B) a ânsia do ser humano pela renovação. (A) concessão. (B) alternância. (C) condição.
(C) a aversão a tudo que já é velho e desgastado. (D) adição. (E) oposição.
(D) a procura incessante do homem que, como um ser
mutante, busca sempre uma nova emoção. 48º) Leia o texto a seguir.
(E) a resistência do homem àquilo que rompe com os padrões
já incorporados. Pessoas, Trabalho e Significado

42º) (D2) Nos versos 10, 11 e 12, o autor Grande parte das nossas vidas transcorre em locais
(A) intensifica a caracterização dos aspectos negativos da de trabalho. Gastamos horas desenvolvendo tarefas que,
cidade. aparentemente, não possuem um relacionamento estreito com
(B) utiliza repetições desnecessárias de palavras. a nossa pessoa.
(C) alude à dificuldade de adaptação em São Paulo, sofrida A maioria dos seres humanos é constrangida a
pelos novos baianos. trabalhar pelo simples fato de que trabalho significa
(D) trabalha um jogo sonoro sem sentido. especialmente sobrevivência. Esta ideia que é uma realidade
(E) não menciona aspectos negativos da cidade. nos está a indicar que o trabalho aparece como um elemento
constrangedor, se olhado na referência imediata de
43º) (D3) Observe o trecho extraído de Memórias Póstumas preenchedor das necessidades básicas.
de Brás Cubas, de Machado de Assis: “Obra de finado. Na cultura tecnológica, o trabalho adquiriu um
Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta de melancolia, e extraordinário relevo e parece que é muito difícil os seres
não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio.” Aponte humanos poderem viver sem trabalhar. O caráter obrigatório
a alternativa que contém um sinônimo da palavra grifada do trabalho lhe dá um significado punitivo, e muitos indivíduos
(A) consenso. (D) epístola o encaram desta maneira.
(B) junção. (E) conflito A situação do trabalhador adulto é bastante complexa
(C) epitalâmia. em nossa sociedade, já que os trabalhos estão indicados e
hierarquizados de acordo com os níveis de preparo e
44º) (D11) O narrador utiliza no fragmento: “(...) Até que meu especialização.
nariz tocou num pescocinho roliço. Então fui empurrando os Não adianta, pois, pensamentos no valor do trabalho
meus lábios, tinha uns bonitos lábios grossos, nem eram como livre escolha já que, cada vez mais, se impõe a
lábios, eram beiços, minha boca foi ficando encanudada até obrigatoriedade de ter um treinamento, muitas vezes
que encontrou o pescocinho roliço. Será que ela dorme de demorado, para assumir uma tarefa adequada na cultura
verdade? ... Me ajeitei muito sem-cerimônia, mulherzinha! E contemporânea.
então beijei. Quem falou que este mundo é ruim! Só (Juan Mosquera, As Ilusões e os Problemas da Vida).
recordar... Beijei Maria, rapazes! Eu nem sabia beijar, está (D2) Infere-se do 5º parágrafo que
claro, só beijava mamãe, boca fazendo bulha, contacto sem (A) Grande parte das pessoas trabalha em atividades
nenhum calor sensual.” incompatíveis com suas vocações.
(A) discurso direto. (B) O trabalho é a principal fonte de realização profissional dos
(B) discurso indireto. indivíduos.
(C) discurso indireto livre. (C) O caráter obrigatório do trabalho, na cultura tecnológica,
(D) discurso direto e indireto. transforma-o em principal forma de sobrevivência.
(E) discurso indireto livre e direto. (D) A especialização e o nível de preparo dos trabalhadores
garantem-lhes uma sobrevivência digna.
45º) (D2) Pode-se depreender do texto que (E) No mundo moderno, cada vez mais é necessária a
(A) Maria tinha os lábios grossos, verdadeiros beiços. qualificação do trabalhador.
(B) a mãe do autor lhe ensinara o que era a sensualidade do
beijo. 49º) (D7) A ideia principal do texto é que
(C) a expressão “veio a noite” representa, metaforicamente, o (A) é possível o homem viver sem trabalhar.
fechar dos olhos. (B) o preparo vem substituindo as atividades de escolha livre.
(D) o momento da ação é a noite, e o cenário, a casa da mãe (C) atualmente o trabalho assume mais caráter obrigatório do
do protagonista. que de livre escolha.
(E) o protagonista é um exímio beijador, pois fora treinado por (D) há, na sociedade atual, atividades hierarquizadas por
sua mãe. especializações.
(E) há trabalhos que são vistos com desagrado, como
46º) (D2) Infere-se do texto que castigos.
(A) para o autor o mundo era ruim, pois fazia-o ter
recordações da infância.
50º) (D3) A frase: “Gastamos horas desenvolvendo tarefas O navio negreiro
que, aparentemente, não possuem um relacionamento estreito
com a nossa pessoa.” (linhas 1 a 3) pode ser reescrita como [...] Stamos em pleno mar... abrindo as velas / Ao quente arfar
(A) Em locais de trabalho grande parte de nossas vidas das virações marinhas, / Veleiro brigue* corre à flor dos mares
transcorre. / Como roçam na vaga as andorinhas... // [...] Senhor Deus
(B) Horas são gastas por nós desenvolvendo tarefas que, dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor deus! / Se é
aparentemente, não possuem um relacionamento estreito loucura... se é verdade / Tanto horror perante os céus... / Ó
conosco. mar! Por que não apagas / Co’a esponja de tuas vagas / De
(C) Esta ideia, uma realidade, indica para nós: o trabalho teu manto este borrão? [...]
aparece como um elemento constrangedor. CASTRO ALVES, Antônio de. Poesia. 4. ed. Rio de Janeiro:
(D) O caráter obrigatório do trabalho dá-nos um significado Agir, 1972.
punitivo, tanto que muitos indivíduos o encaram desta *brigue = tipo de embarcação.
maneira.
(E) A situação do trabalhador adulto é bastante complexa em Nesta parte do poema, o poeta Castro Alves, revoltado com as
nossa sociedade, uma vez que os trabalhos estão cenas terríveis que vê no navio negreiro, lança seu protesto,
hierarquizados e indicados de acordo com os níveis de dirigindo-se a Deus e à natureza e o faz metaforicamente. No
preparo e especialização. fragmento, “borrão”, em sentido metafórico, refere-se a
(A) mar. (B) andorinha. (C) flor. (D) navio negreiro. (E) vagas.
Questões bônus:
1ª) Todas as palavras estão corretamente grafadas e 53º) (D21) Leia o texto a seguir.
acentuadas na frase:
(A) A reminicência dos espelhos côncavos e convexos levou o
autor a expecular sobre a consistência da alma.
(B) A assepção da palavra ilusão era desconhecida pelas
crianças, o que não impedia que elas descriminassem entre o
que era fato e o que era impressão.
(C) Quando somos condecendentes com as imagens que os
outros têm de nós, tornamos-nos cumplices do equivoco
alheio.
(D) Acreditar na consistência da imagem que os outros fazem
de nós em nada contribui para o reconhecimento da nossa
personalidade íntegra e verdadeira.
(E) No ambito de uma pequena crônica, o autor trata de um
tema que bem poderia ser objeto de uma ampla pesquiza em
Psicologia.

2ª) Está correta a grafia de todas as palavras do seguinte


comentário:
(A) Uma das iniciativas encontornáveis da cidadania está em
se ezercer a consciência crítica, aplicada aos fatos da
realidade. O uso da forma verbal no imperativo foi usado para
(B) Recusando os privilégios dos que se habituaram a viver (A) informar ao interlocutor sobre a importância do dinheiro.
em grupos autônomos, o texto propõe o acesso de todos a (B) convencer o interlocutor a economizar energia.
todas as instâncias sociais. (C) demonstrar que a economia de energia é algo hipotético.
(C) Ninguém deve se ezimir de cobrar do Estado a (D) conceituar “dinheiro” e promover a economia de energia.
prezervação do princípio de igualdade como um direito básico (E) argumentar a favor do desperdício de energia.
da cidadania.
(D) Constitue dever de todos manter ou readquirir a crença em 54º) (D5) Leia o texto a seguir.
que seja possível a vijência social dos princípios da igualdade
e da solidariedade. Vidas Secas
(E) O que se atribue a um cidadão, como direito básico, deve
constituir-se em direito básico de todos os cidadãos, A vida na fazenda se tornara difícil. Sinha Vitória
indescriminadamente. benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços
rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar,
Fabiano espiava a catinga amarela, onde as folhas secas se
ESTUDO PARA O SPAECE pulverizavam, trituradas pelo redemoinhos, e os garranchos se

Língua Portuguesa torciam, negros, torrados. [...]


RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 1967.
6º Estudo / 2024 Qual dos trechos apresenta a mesma característica temática
do fragmento acima?
51º) (D17) Leia o texto a seguir. (A) “Com arranco, calou-se. Como arrependido de ter
“Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade porque começado assim, de evidente. Contra que aí estava com o
fui despedido quando as máquinas chegaram lá na Usina [...]” fígado em más margens; pensava, pensava. [...]” (Guimarães
Depoimento de integrante do Movimento dos Trabalhadores Rosa)
Rurais sem Terra (MST), de Corumbá, MS. (B) “Uma vida completa pode acabar numa identificação tão
No fragmento, quais as circunstâncias expressas pelas absoluta com o não-eu que não haverá mais um eu para
orações sublinhadas? morrer.” (Clarice Lispector).
(A) Condição e comparação. (D) Causa e conformidade. (C) “[...] — Pois fui sempre lavrador, / lavrador de terra má; /
(B) Causa e tempo. (E) Finalidade e tempo. não há espécie de terra / que eu não possa cultivar. / — Isso
(C) Tempo e proporção. aqui de nada adianta, / pouco existe o que lavrar;” (João
Cabral de Melo)
52º) (D3) Leia o texto a seguir.
(D) “Catar feijão se limita com escrever / joga-se os grãos na 57º) (D22) Leia o texto a seguir.
água do alguidar / e as palavras na folha de papel; / e depois,
joga-se fora o que boiar.” (João Cabral de Melo)
(E) “[...] Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-
se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa
tinha morrido em mim [...].” (Clarice Lispector)

55º) (D13) Leia os textos a seguir.

TEXTO 1: Os Lusíadas, VI, 8


No mais interno fundo das profundas
Cavernas altas, onde o mar se esconde,
Lá donde as ondas saem furibundas,
Quando às iras do vento o mar responde,
Netuno mora e moram as jucundas
Nereidas e outros Deuses do mar, onde
As águas campo deixam às cidades
Que habitam estas úmidas Deidades.
CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Obras Completas. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1988.

TEXTO 2: A Onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda Na tirinha há uma ironia em relação
ainda anda (A) à habilidade que tem Mafalda de jogar com as palavras.
aonde? (B) à distância existente entre o ensino e a realidade.
aonde? (C) à comparação do que é ensinado com a fala de um bebê.
a onda a onda (D) à repetição constante da mesma vogal em palavras
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: próximas, numa frase.
José Olimpio, 1998. (E) ao uso de um código especial para facilitar o entendimento
das frases.
Analisando-se os textos 1 e 2, pode-se concluir que:
(A) Camões já utilizava uma forma mais livre, destacando os 58º) (D17) Leia o texto a seguir.
recursos sonoros.
(B) os dois poetas, separados por mais de 400 anos, revelam O Brasil não deve fabricar a bomba atômica. A
características formais semelhantes. bomba atômica não é elemento efetivo de segurança nacional.
(C) M. Bandeira optou por novos recursos formais para Seu emprego como dissuasório, ainda que discutível, só vale
exprimir sua visão do mundo. no plano das duas grandes potências nucleares, que não são
(D) no texto de Camões, há o recurso da rima, elemento grandes porque têm a bomba atômica, mas têm a bomba
formal imprescindível em todo poema. atômica porque são grandes.
(E) a preocupação com a forma, no poema de Bandeira, Nas mãos de potências menores, a bomba atômica
prejudicou o desenvolvimento do tema. perde muito desse sentido e representa mais um risco de
guerra do que uma garantia de paz. Sua presença no arsenal
56º) (D2) Leia o texto a seguir. de países mal-organizados e, portanto, sem a infra-estrutura
não só militar, como civil, que dá o sentido pleno de segurança
Você é um número nacional, é uma tentação perigosa de querer compensar o
desequilíbrio efetivo por uma ação de surpresa. A bomba
[...] Vamos ser gente, por favor. Nossa sociedade atômica adquire nesse caso um sentido de ofensiva. Não vejo
está nos deixando secos como um número seco, como um como qualquer razão de segurança nacional poderia levar o
osso branco seco exposto ao sol. Meu número íntimo é 9. Só. Brasil de hoje a uma aventura cara e ao mesmo tempo inútil. A
8. Só. 7. Só. Sem somá-los nem transformá-los em bomba atômica também não é condição necessária para o
novecentos e oitenta e sete. Estou me classificando com um desenvolvimento nuclear de um país. [...]
número? Não, a intimidade não deixa. Vejam, tentei várias CUNHA, Almirante Otacílio. Revista Realidade.
vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com
que precisemos de muito carinho, de nome próprio, Que opção apresenta uma relação correta de causa e
genuinidade. [...] consequência entre os elementos do texto, segundo o autor?
LISPECTOR, Clarice. In: City News. (A) “bomba atômica” (linha 5); “garantia de paz” (linha 6).
O trecho ao lado revela (B) “são grandes [potências]” (linhas 3 e 4); “bomba atômica”
(A) necessidade de autenticidade e de sentimentos. (linhas 3 e 4).
(B) apelo veemente às ciências matemáticas. (C) “aventura cara” (linha 11); “bomba atômica” (linha 9).
(C) aceitação passiva a todas as regras impostas. (D) “bomba atômica” (linha 1); “segurança nacional” (linha 2).
(D) luta por uma sociedade mais individualista. (E) “bomba atômica” (linha 11); “condição de desenvolvimento
(E) total valorização quantitativa do homem. nuclear” (linhas 11-12).
59º) (D14) Leia o texto a seguir.
Leveza
Leve é o pássaro
e a sua sombra voante,
mais leve
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve

E o que lembra, ouvindo-se


deslizar seu canto,
mais leve

E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1985.

A repetição da expressão “mais leve” foi utilizada para


(A) aproximar elementos contrastantes.
(B) provocar redundância.
(C) realçar uma ideia.
(D) estabelecer oposição entre as ideias apresentadas.
(E) valorizar a linguagem através do exagero.

62º) (D3) Leia o texto a seguir.

Erro de português
A palavra “aí”, na 4º fala da personagem, pode ser substituída Quando o português chegou
por Debaixo duma bruta chuva
(A) também. (B) nunca. (C) contudo. (D) aliás. (E) então. Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
ESTUDO PARA O SPAECE O índio tinha despido

Língua Portuguesa O português.


ANDRADE, Oswald de. Erro de português. Poesias reunidas.
5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
7º Estudo / 2024
As expressões: “Vestiu o índio” (verso 3) e “tinha despido o
60º) (D13) Leia os textos a seguir. português” (versos 6 e 7) referem-se
(A) ao conhecimento dos acontecimentos da História do Brasil.
Fragmento A (B) ao relacionamento cordial entre índios e portugueses.
[...] sempre que se começa a ter amor a alguém, no (C) ao simples desejo de brincar com fatos históricos.
ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a (D) à postura crítica frente à ambiguidade de situações.
gente quer que isso seja, e vai, na idéia, querendo e ajudando: (E) aos fatos importantes no relacionamento índio/português.
mas, quando é destino dado, maior que o miúdo, a gente ama
inteiriço, fatal, carecendo de querer, e só um facear com as 63º) (D18) Leia o texto a seguir.
surpresas. Amor desse cresce
primeiro; brota é depois. [...] “[...] Desceram a ladeira, atravessaram o rio seco, tomaram
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 5. ed. Rio rumo para o sul. [...]”
de Janeiro: José Olympio, 1967. RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 71 ed. Rio de Janeiro:
Record.
Fragmento B
Meu amor é simples, Dora, Que ideia as orações deste período exprimem?
Como a água e o pão. (A) Explicação. (D) Oposição.
Como o céu refletido (B) Conclusão. (E) Adição.
Nas pupilas de um cão. (C) Alternância.
PAES, José Paulo. Um por todos, poesia reunida. São Paulo:
Brasiliense, 1986. 64º) (D3) Leia o texto a seguir.

Que opção analisa corretamente os fragmentos? A hora e a vez de Augusto Matraga


(A) Os fragmentos A e B tratam do sentimento próximo ao
amor. [...] Joãozinho Bem Bem se sentia preso a Nhô
(B) Os fragmentos A e B assemelham-se pelo emprego da Augusto por uma simpatia poderosa, e ele nesse ponto era
linguagem. bem assistido, sabendo prever a viragem dos climas e
(C) Os fragmentos A e B têm temática semelhante e formas conhecendo por instinto as grandes coisas. Mas Teófilo
diferentes. Sussuarana era bronco excessivamente bronco, e caminhou
(D) O fragmento A revela muito pouco o sentimento do eu- para cima de Nhô Augusto. Na sua voz:
lírico. — Êpa! Nomopadrofilhospritossantamein! avança
(E) O fragmento A revela o sentimento amoroso e o B analisa- cambada de filhos-da-mãe, que chegou minha vez! [...]
o. ROSA, Guimarães. A hora e a vez de Augusto Matraga. In:
_____ Sagarana,14 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
61º) (D21) Leia o texto a seguir.
Que significados sugerem respectivamente as palavras E assim vai a vida... Os acontecimentos que até aqui
“viragem” e “bronco” no fragmento? se desenrolaram e em que desempenhei ora o papel do ator
(A) Alternância – tímido. principal, ora o de espectador, mudaram, por completo, as
(B) Mudança – grosseiro. intenções deste livro. Naquela noite de Natal, ao início destas
(C) Permanência – extrovertido. notas expus o plano de ir alinhando apontamentos que
(D) Combinação – agressivo. permitissem publicar, mais tarde, um livro de memórias.
(E) Transformação – simpático. Estava então concebendo qualquer coisa, e essa coisa se me
agitava no ventre, reclamando lugar ao sol.
65º) Leia o texto a seguir. ANJOS, Ciro dos. O amanuense Belmiro. 79 ed. Rio de
Janeiro: José Olympio. 1971, p. 70-3.
A CONSTITUIÇÃO é cristalina ao consagrar, em diversas
passagens e com vigor, a liberdade de expressão. No Do texto, podemos dizer sobre o personagem-narrador que
parágrafo 1º do artigo 220, o legislador determina, (A) organiza a sua caderneta de notas.
inequivocadamente, que "nenhuma lei conterá dispositivo (B) prepara notas sobre encontros natalinos.
que possa constituir embaraço à plena liberdade de (C) escreve a história de sua vida.
informação jornalística em qualquer veículo de (D) despreza a ideia de ser ator principal.
comunicação social." Na prática, porém vige um diploma (E) adoece durante a noite de Natal.
legal que, em alguns pontos, afronta o princípio tão
claramente afirmado na carta. Trata-se de Lei 9.504, de 1997, 72º) (D3) Leia o texto a seguir.
a Lei Eleitoral.
(folha de S. Paulo) No caminho com Maiakóvski
(D2) No texto
(A) a Constituição é avaliada com texto marcado pela [...] Na segunda noite, já não se escondem:
ambiguidade. pisam as flores,
(B) confirma-se a defesa da liberdade de expressão na Lei matam nosso cão,
9.504. e não dizemos nada.
(C) os dois primeiros períodos relacionam-se por meio da Até que um dia,
contradição de ideias. o mais frágil deles
(D) o penúltimo período apresenta um fato que contraria o que entra sozinho em nossa casa,
foi dito anteriormente. rouba-nos a luz, e,
(E) Lei Eleitoral (última linha) opõe-se a diploma legal (linhas conhecendo nosso medo,
anteriores). arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. [...]
66º) (D3) O termo: "inequivocadamente" presente no texto dá COSTA, Eduardo Alves da. No caminho com Maiakóvski. Rio
a ideia de de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
(A) engano. (D) incerteza.
(B) desengano. (E) indeterminação. No texto, as expressões “a luz” (verso 8) e “a voz da garganta”
(C) certeza. (verso 10) podem significar metaforicamente
(A) o sentido da visão e o poder do grito.
67º) (D3) A palavra "Carta" inserida no texto, tem o sentido de (B) a razão de existir e o direito de protestar.
(A) missiva. (D) comunicação. (C) o modo de agir e a possibilidade de expressar-se.
(B) correspondência. (E) artigo. (D) o elo com o futuro e a obrigação de falar.
(C) constituição. (E) o nascer do dia e o desejo de gritar.

68º) (D3) A CONSTITUIÇÃO é cristalina ... A palavra cristalina 73º) (D5) Leia o texto a seguir.
significa
(A) perfeita (D) confusa Cuidados essenciais
(B)irreparável (E) claríssima A partir dos 45 anos, os homens devem visitar
(C) de cristal anualmente um urologista para diagnosticar precocemente
doenças como o câncer de próstata. O alerta é da Sociedade
69º) (D3) A palavra "princípio" presente no texto é o mesmo Brasileira de Urologia. O tumor é o segundo tipo de câncer
que mais comum no sexo masculino e, se for diagnosticado cedo,
(A) fundamento. (D) sentença pode ser tratado com sucesso.“É uma doença que pode ter
(B) começo (E) opinião cura se descoberta a tempo,” reforça o urologista Luis Rios.
(C) antecedente Isto É. Nº 1751. 23 de abril de 2003.

70º) (D2) Leia o trecho publicitário a seguir. Que opção pode sintetizar a ideia central do texto?
Fotografe os bons momentos agora, porque depois vem o (A) A ocorrência de doenças próprias do sexo masculino.
casamento. (B) A necessidade de informações sobre a saúde das
pessoas.
A interpretação sugerida é que (C) A cura do câncer em homens de 45 anos no Brasil.
(A) casamento não merece fotografias. (D) A possibilidade de cura do câncer de próstata.
(B) a felicidade após o casamento dispensa fotografias. (E) O poder de cura da medicina preventiva no mundo.
(C) compromissos assumidos no casamento limitam os
momentos dignos de fotografia.
(D) casamento é uma segunda etapa a vida que também ESTUDO PARA O SPAECE
merece ser fotografada.
(E) casamento é uma cerimônia que exige fotografias Língua Portuguesa
exclusivas.
8º Estudo / 2024
71º) (D11) Leia o texto a seguir.
74º) (D7) Leia o texto a seguir.
Os acontecimentos conduzem os homens
Pronominais (D) “diretamente” (linha 2) pois modifica o sentido de
“circunstâncias” (linha 2).
Dê-me um cigarro (E) “própria história” (linha 1) pois tem o mesmo gênero e
Diz a gramática número dela. (linha 1).
Do professor e do aluno
E do mulato sabido 78º) (D21) Leia o texto a seguir.

Mas o bom negro e o bom branco Soneto do amor total


Da nação brasileira
Dizem todos os dias: Amo-te tanto, meu amor... não cante
Deixa disso camarada. Amo-te como um bicho, simplesmente,
O humano coração com mais verdade...
Me dá um cigarro! De um amor sem mistério e sem virtude
ANDRADE, Oswald de. São Paulo: Círculo do Livro, [s.d..]. Amo-te como amigo e como amante
Com um desejo maciço e permanente.
A principal ideia do texto é que há Numa sempre diversa realidade.
(A) um erro gramatical cometido geralmente pelas pessoas.
(B) uma valorização do homem culto através das expressões Amo-te afim, de um calmo amor prestante
“o bom negro” e “o bom branco”. E de te amar assim muito e amiúde
(C) uma utilização do soneto sem rimas que é típico da poesia E te amo além, presente na saudade
parnasiana. É que um dia em teu corpo de repente
(D) uma critica, com irreverência, às normas gramaticais da Amo-te, enfim, com grande liberdade
língua culta. Hei de morrer de amar mais do que pude.
(E) uma valorização do uso de uma linguagem tradicional Dentro da eternidade e a cada instante.
ensinada nas escolas.
MORAES, Vinícius de. In: Poesia completa e prosa. Rio de
75º) (D5) Leia o texto a seguir. Janeiro: Nova Aguilar, 1987.

Do estilo A repetição da expressão “amo-te”, no início de alguns versos


(A) reforça a intensidade do amor que o eu lírico demonstra.
Fere de leve a frase... E esquece... Nada (B) revela gradativamente a trajetória sentimental do eu lírico.
Convém que se repita... (C) deixa explícita a banalização progressiva do amor.
Só em linguagem amorosa agrada (D) diminui a tensão dramática que o poema poderia exprimir.
A mesma coisa cem mil vezes dita. (E) minimiza a explosão sentimental, típica do poeta
QUINTANA, Mário. In: Os melhores poemas de Mário romântico.
Quintana. 2 ed. São Paulo: Global, 1985.
Que opção apresenta uma ideia contida no texto? 79º) (D6) Leia o texto a seguir.
(A) A repetição de palavras é um recurso fundamental de
estilo. As duas faces da telenovela
(B) No discurso amoroso, a repetição de palavras é
valorizada. A telenovela, gênero de representação teatral que
(C) A repetição de palavras resgata sentimentos nobres. incorpora também a linguagem do cinema, reproduz a vida em
(D) A limitação da linguagem humana exige a repetição de termos de arte, usando, porém, a linguagem das massas.
palavras. Infelizmente, tem estado quase sempre a serviço do
(E) É desaconselhável a repetição de palavras na linguagem consumismo característico do capitalismo selvagem em que
poética. vivemos. A classe dominante, dona do poder econômico,
precisa ganhar muito; então aumenta a produção e provoca,
76º) (D14) Leia o texto a seguir. pelo marketing, o consumo em larga escala. O marketing cria
o consumidor insaciável, que vive alienado, que não distingue
“São conhecidos os casos de paixão, alguns até o necessário do dispensável, o essencial do supérfluo. Nesse
terminando em morte, que começaram em festas de fim de contexto, as telenovelas teriam a função de distrair o homem
ano, ...” [...]. de seus reais problemas, fazendo-o conviver com os
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias da vida privada: 101 estereótipos alienantes criados pela tevê e sua estimulante
crônicas escolhidas. Porto Alegre: L&PM. 1994. linguagem. A vida, revivida nas novelas, representaria o sonho
dourado tornado possível, como o efeito alucinógeno de uma
A palavra “que”, neste fragmento de Comédias da vida droga fatal, um estado de estranha paz, de aparente ausência
privada, relaciona-se com de dor e de conflito. [...]
(A) ano. (B) paixão. (C) morte. (D) casos. (E) festas. MENESES, Ildefonso. As duas faces da telenovela. São
Paulo: Moderna. 1998.
77º) (D14) Leia o texto a seguir.
Que opção apresenta elementos mais representativos da
[...] Os homens fazem a sua própria história, mas não opinião do autor?
a fazem arbitrariamente, em circunstâncias escolhidas por (A) “telenovela” (linha 1) e “linguagem” (linha 1).
eles mesmos, e sim em circunstâncias diretamente dadas e (B) “Infelizmente” (linha 3) e “alienantes” (linha 9).
herdadas do passado. [...] (C) “produção” (linha 5) e “consumo” (linha 5).
Karl Marx. O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. [s.n.t.] (D) “essencial” (linha 7) e “contexto” (linha 7).
(E) “ausência” (linha 11) e “conflito” (linha 11).
Que elemento do texto retoma a palavra destacada?
(A) “própria” (linha 1) pois completa o sentido do termo 80º) (D12) Leia os textos a seguir.
“história” (linha 1).
(B) “arbitrariamente “(linha 1) pois intensifica a ação de TEXTO 1: Macunaíma
“fazem” (linha 1).
(C) “escolhidas” (linha 2) pois refere-se às palavras “dadas e E estava lindíssimo no Sol da lapa os três manos: um
herdadas” (linha 2 e 3). louro, um vermelho, outro negro de pé bem erguidos e nus.
Todos os seres do mato espiavam assombrados. O jacareúna, (D) o dicionário Aurélio apresenta tendência religiosa.
o jacaretinga, o jacaré-açu, o jacaré-ururau de papo amarelo, (E) os nativos desconheciam o significado de canguru.
todos esses jacarés botaram os olhos de rochedo pra fora
d’água. Nos ramos das ingazeiras, das aningas, das 82º) (D5 ) Leia o texto a seguir.
mamoranas, das embaúbas, dos catauaris de beira-rio, o Retrato
macaco-prego, o macacode-cheiro, o guariba, o bugio, o Eu não tinha este rosto de hoje,
cuatá, o barrigudo, o coxiú, o cairara, todos os quarenta assim calmo, assim triste, assim magro,
macacos do Brasil, todos, espiavam babando de inveja. E os nem estes olhos tão vazios,
sabiás, o sabiacia, o sabiapoca, o sabiaúna, o sabiapiranga, o nem o lábio amargo.
sabiagonga que quando come não me dá, o sabiá-barranco o
sabiá-tropeiro o sabiá-laranjeira o sabiá-gute todos esses Eu não tinha estas mãos sem força,
ficaram pasmos e esqueceram de acabar o trinado, vozeando, tão paradas e frias e mortas;
vozeando com eloqüência. Macunaíma teve ódio. Botou as eu não tinha este coração
mãos nas ancas e gritou pra natureza: que nem se mostra.
— Nunca viu não! [...]
ANDRADE, Mário de. Macunaíma, o herói sem nenhum Eu não dei por esta mudança,
caráter. São Paulo: Martins, 1973. Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
TEXTO 2: Canção do exílio a minha face?
MEIRELES, Cecília: poesia. Por Darcy Damasceno.
Minha terra tem palmeiras, Rio de Janeiro, Agir, 1974. p 19-20.
Onde canta o Sabiá; O tema do texto é
As aves que aqui gorjeiam (A) a consciência súbita sobre o envelhecimento.
Não gorjeiam como lá. (B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
Nosso céu tem mais estrelas, (C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
Nossas várzeas têm mais flores, (D) a recordação de uma época de juventude.
Nossos bosques têm mais vida, (E) a revolta diante do espelho.
Nossa vida mais amores.[...]

Dias, Gonçalves São Paulo. Abril Educação. 1982. ESTUDO PARA O SPAECE
Comparando os dois textos, verifica-se Língua Portuguesa
(A) a constatação da renovação da natureza.
(B) a beleza exuberante de todas as florestas. 9º Estudo / 2024
(C) uma visão racional da realidade brasileira.
(D) uma descrição subjetiva do que há no mundo. 83º) (D6) Leia o texto a seguir.
(E) a natureza como fortalecimento da identidade nacional.
Senhora (Fragmento)
81º) (D2 ) Leia o texto a seguir.
Aurélia passava agora as noites solitárias.
Canguru Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma
desculpa qualquer para justificar sua ausência. A menina que
Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de uma não pensava em interrogá-lo, também não contestava esses
língua nativa australiana e quer dizer “Eu Não Sei”. Segundo a fúteis inventos. Ao contrário buscava afastar da conversa o
lenda, o Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele tema desagradável.
estranho animal dando saltos de mais de dois metros de Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor;
altura, perguntou a um nativo como se chamava o dito. O mas a altivez de coração não lhe consentia queixar-se. Além
nativo respondeu guugu yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez
“Eu não sei”. Desconfiado que sou dessas divertidas origens, inspiradas pela posição especial em que se achara ao fazer-
pesquisei em alguns dicionários etimológicos. Em nenhum se moça.
dicionário se fala nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser
numa outra versão. Definição precisa encontrei, como quase amada por Seixas; e pois toda a afeição que lhe tivesse, muita
sempre, em Partridge: ou pouca, era graça que dele recebia. Quando se lembrava
Kangarroo; wallaby. que esse amor a poupara à degradação de um casamento de
As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, conveniência, nome com que se decora o mercado
são acompanhadas pelos sufixos rôo e by, dois sons matrimonial, tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu
aborígines da Austrália, significando quadrúpedes. Deus e redentor.
Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de
saltadores. heróica dedicação, que entretanto assiste calma, quase
Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, impassível, ao declínio do afeto com que lhe retribuía o
notável linguista e grande amigo de Aurélio Buarque de homem amado, e se deixa abandonar, sem proferir um
Holanda, Paulo gostou de saber da origem “real” do nome queixume, nem fazer um esforço para reter a ventura que
canguru. Mas acrescentou: “Que pena. A outra versão é muito foge.
mais bonitinha”. Também acho. Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de
Millôr Fernandes, 26/02/1999. Internet cuja investigação nos abstemos; porque o coração, e ainda
<http://www.gravata.com/millor>. mais o da mulher que é toda ela, representa o caos do mundo
moral. Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão
Pode-se inferir do texto que surgir nesses limbos.
(A) as descobertas científicas têm de ser comunicadas aos ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São
linguistas. Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.
(B) os dicionários etimológicos guardam a origem das
palavras. O narrador revela uma opinião no trecho
(C) os cangurus são quadrúpedes de dois tipos: puladores e (A) “Aurélia passava agora as noites solitárias.” (ℓ. 1)
saltadores. (B) “...buscava afastar da conversa o tema desagradável.”(ℓ. 4)
(C) “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...” (ℓ. interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está
11) relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos
(D) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...” (ℓ. da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é
15) meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si
(E) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...” (ℓ. 17) próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855.
84º) (D4) Leia a tirinha a seguir. Texto de domínio público distribuído pela ONU.

Texto II
Dicionário de Geografia (fragmento)
Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço
geográfico é a natureza modificada pelo homem através do
seu trabalho”. E “o espaço se define como um conjunto de
formas representativas de relações sociais do passado e do
presente e por uma estrutura representada por relações
sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que
se manifestam através de processos e funções”.
O comportamento da personagem Pina no terceiro quadrinho GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia.
sugere Melhoramentos, 1996.
(A) caridade. (D) interesse. Os dois textos diferem, essencialmente, quanto
(B) entusiasmo. (E) satisfação. (A) à abordagem mais objetiva do texto I.
(C) gratidão. (B) ao público a que se destina cada texto.
(C) ao rigor científico presente no texto II.
85º) Leia o texto a seguir. (D) ao sentimentalismo presente no texto I.
(E) ao tema geral abordado por cada autor.
A sombra do meio-dia
88º) (D1) Leia o texto a seguir.
A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance Quando a separação não é um trauma
lançado recentemente, de autoria do diplomata Sérgio A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin,
Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça acompanhou por 20 anos um grupo de 173 filhos de
(duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele divorciados. Ao atingir a idade adulta, o índice de problemas
que escreve discursos para outros. A glória do ghost-writer de emocionais nesse grupo era equivalente ao dos filhos de pais
Danese adveio do dinheiro e da ascensão profissional e social casados. Mas Ahrons observou que eles "emergiam mais
que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um fortes e mais amadurecidos que a média, apesar ou talvez por
ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e causa dos divórcios e recasamentos de seus pais". (...) Outros
limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. trabalhos apontaram para conclusões semelhantes. Dave
A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou daquilo Riley, professor da universidade de Madison, dividiu os grupos
que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de de divorciados em dois: os que se tratavam civilizadamente e
outrem, e ainda mais um outrem como aquele. As exigências os que viviam em conflito. Os filhos dos primeiros iam bem na
do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes. Não são escola e eram tão saudáveis emocionalmente quanto os filhos
apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a de casais "estáveis". (...)
uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que Uma família unida é o ideal para uma criança, mas é
acrescentar, às delícias do dinheiro e do poder, a glória possível apontar pontos positivos para os filhos de separados.
literária. Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a "Eles amadurecem mais cedo, o que de certa forma é bom,
própria personalidade que lhe vai sendo sugada pelo num mundo que nos empurra para uma eterna dependência.”
insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e REVISTA ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62. Fragmento.
parágrafos, é a alma que põe em continuada venda. A socióloga observou que
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, (A) (...) outros trabalhos apontaram para conclusões
3 de março de 2004. Ensaio p. 110. semelhantes.
(B) Dave Riley, professor da universidade de Madison, dividiu
(D10) O texto foi escrito com o objetivo de os grupos de divorciados em dois.
(A) conscientizar o leitor. (C) eles “emergiam mais fortes e mais amadurecidos que a
(B) apresentar sumário de uma obra. média, apesar ou talvez por causa dos divórcios e
(C) opinar sobre um livro. recasamentos de seus pais”.
(D) dar informações sobre o autor. (D) os filhos os primeiros iam bem na escola e eram tão
(E) narrar um fato científico. saudáveis emocionalmente quanto os filhos de casais
“estáveis”.
86º) (D7) O fragmento que contém a informação principal do (E) “Eles amadurecem mais cedo, o que de certa forma é
texto é bom, num mundo que nos empurra para uma eterna
(A) “A Sombra do Meio-Dia [...] diplomata Sério Danese.” dependência”.
(ℓ. 1-2)
(B) “O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça 89º) (D14) Leia o texto a seguir.
(duradoura) de um ghost-writer.” (ℓ. 2-3).
(C) “Não são apenas discursos que ele encomenda.” (ℓ. 9-10) A Ciência é Masculina?
(D) “Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo.” (ℓ. 11-12) Attico Chassot
(E) “Na forma de palavras [...] é a alma que põe em Editora Unisinos, RS (51) 590-8239. 104 págs. R$ 12.
continuada venda.” (ℓ. 13)
O autor procura mostrar que a ciência não é feminina.
87º) (D13) Leia os textos a seguir. Um dos maiores exemplos que se pode dar dessa situação é
o prêmio Nobel, em que apenas 11 mulheres de ciências
Texto I foram laureadas em 202 anos de premiação. O livro apresenta
Carta (fragmento) duas hipóteses, uma histórica e outra biológica, para a
A terra não pertence ao homem; é o homem que possível superação do machismo em frase como a de
pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão Hipócrates (460-400 a.C.) considerado o pai da medicina, que
escreveu: “A língua é a última coisa que morre em uma Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista
mulher”. Ciência & Cultura. Julho/agosto/setembro 2003. p. 20.
Revista GALILEU, Fevereiro de 2004 O trecho “evoluir para pesadelos...” (ℓ. 12) é um argumento para
sustentar a ideia de que
(A) a biodiversidade do Brasil é imensa e incontrolável.
A expressão “dessa situação” (l. 2) refere-se ao fato de (B) a má utilização das riquezas naturais causa graves problemas.
(A) a ciência não ser feminina. (C) a reprodução ostensiva da galinha dos ovos de ouro é
(B) a premiação possuir 202 anos. problemática.
(C) a língua ser a última coisa que morre em uma mulher. (D) o maior conhecimento da natureza causa-lhe mais riscos.
(D) o pai da medicina ser Hipócrates. (E) o sonho alto das pessoas faz com que sofram muito.
(E) o Prêmio Nobel foi concedido a 11 mulheres.

90º) (D15) Leia o texto a seguir. ESTUDO PARA O SPAECE


O teatro da etiqueta Língua Portuguesa
No século XV, quando se instalavam os Estados 10º Estudo / 2024
nacionais e a monarquia absoluta na Europa, não havia
sequer garfos e colheres nas mesas de refeição: cada 92º) (D18) Leia o texto a seguir.
comensal trazia sua faca para cortar um naco da carne – e,
em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa Europa A fadiga da informação
bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem os (Fragmento)
nobres sabiam escrever, o poder do rei devia se afirmar de
todas as maneiras aos olhos de seus súditos como uma Há uma nova doença no mundo: a fadiga da
espécie de teatro. Nesse contexto surge a etiqueta, marcando informação. Antes mesmo da Internet, o problema já era sério,
momento a momento o espetáculo da realeza: só para servir o tantos e tão velozes eram os meios de informação existentes,
vinho ao monarca havia um ritual que durava até dez minutos. trafegando nas asas da eletrônica, da informação, dos
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a satélites. A Internet levou o processo ao apogeu, criando a
1774, passou a usar lenço não como simples peça de espécie dos internautas e estourando os limites da capacidade
vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na corte de humana de assimilar os conhecimentos e os acontecimentos
Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como era costume. desse mundo. Pois os instrumentos de comunicação se
Mas todas essas regras, embora servissem para diferenciar a multiplicam, mas o potencial de captação humana – do ponto
nobreza dos demais, não tinham a petulância que a etiqueta de vista físico, mental e psicológico – continua restrito. Então,
adquiriu depois. Os nobres usavam as boas maneiras com diante do bombardeio crescente de informações, a reação de
naturalidade, para marcar uma diferença política que já existia. muitos tende a tornar-se doentia: ficam estressados,
E representavam esse teatro da mesma forma para todos. perturbam-se e perdem a eficiência no trabalho.
Depois da Revolução Francesa, as pessoas começam a Já não se trata de imaginar como esse fenômeno
aprender etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela possa ocorrer. Na verdade, a síndrome da fadiga da
passou a ser usada de forma desigual – só na hora de lidar informação está em plena evidência, conforme pesquisa
com os poderosos. recente nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países,
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2. junto a 1300 executivos. Entre os sintomas da doença
apontam-se a paralisia da capacidade analítica, o aumento
Nesse texto, o autor defende a tese de que das ansiedades e das dúvidas, a inclinação para decisões
(A) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses equivocadas e até levianas.
do poder. MARZAGÃO, Augusto. In: DIMENSTEIN, Gilberto.
(B) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza. Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã. São Paulo:
(C) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente. Editora Ática, 1999.
(D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século
XV. A síndrome da fadiga da informação ocorre PORQUE
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la. (A) a internet é muito rápida nas informações que veicula.
(B) a captação humana de informações é restrita e a oferta é
91º) (D16) Leia o texto a seguir. infinita.
(C) os meios de informação geram ansiedade em seus
Haverá um mapa para este tesouro? usuários.
(D) os instrumentos de comunicação conduzem a decisões
“Diversidade biológica” significa a variabilidade de erradas.
organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, (E) a capacidade humana se paralisa dado o volume de
os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos conhecimento.
e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda
a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.”
(Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica). 93º) (D17) Leia o texto a seguir.
O Brasil, país de dimensões continentais, sabidamente
possui uma enorme biodiversidade, sendo definida como a maior do Anedotinhas
planeta. Possuir muito, e de diferentes fontes, ecoa aos nossos
sentidos como ter à disposição, ao alcance de todos, um grande De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:
tesouro. No entanto, todos sabemos que um grande tesouro — Acorda, meu filho. Acorda, que está na hora de você
escondido em locais inacessíveis, ou mesmo localizado sob os nossos ir para o colégio.
olhos, sem que tenhamos possibilidade de enxergá-la, significa um
Lá de dentro, estremunhando, o filho respondeu:
grande sonho.... e sonhos não costumam tornar-se realidade... podem
até evoluir para pesadelos... — Ai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por três
Assim, fica evidente que o conhecimento científico, razões: primeiro, porque eu estou morto de sono; segundo,
embasado em fatos, é essencial para dar suporte a hipóteses que porque eu detesto aquele colégio; terceiro, porque eu não
gerem projetos que permitam expandir esses conhecimentos e servir agüento mais aqueles meninos.
de partida para projetos que permitam a aplicação racional e E o pai responde lá de fora:
sustentada dessa riqueza. Todos sabem que a pior atitude é “...matar — Você tem que ir. E tem que ir, exatamente, por três
a galinha dos ovos de ouro...”. Portanto, precisamos saber de onde razões: primeiro, porque você tem um dever a cumprir;
vêm os ovos, e como cuidar da galinha e fazê-la reproduzir para que
possamos transmitir essa riqueza como herança.
segundo, porque você já tem 45 anos; terceiro, porque você é Existem atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos
o diretor do colégio. no mundo, como são denominados os adeptos do islamismo.
Anedotinhas do Pasquim. Rio de Janeiro: Codecri, A maioria vive na Ásia, onde essa religião nasceu e ganhou o
1981, p. 8. mundo há cerca de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos
passaram para o norte da África − onde foram chamados de
No trecho “Acorda, que está na hora de você ir para o colégio” mouros − e parte da Europa. Integraram-se com africanos,
(ℓ. 2), a palavra sublinhada estabelece relação de europeus das penínsulas ibérica e itálica e outros povos. Hoje
(A) adição. (D) explicação. eles estão presentes também entre europeus, norte-
(B) alternância. (E) oposição americanos e até brasileiros.
(C) conclusão. O islamismo cresceu em número de adeptos muito mais fora
. do mundo árabe do que no local em que a religião nasceu.
94º) (D22) Leia o texto a seguir. Basta fazer uma comparação: os países islâmicos mais
populosos, como a Indonésia (com “apenas” 228 milhões de
A formiga e a cigarra habitantes), o Paquistão (145 milhões), Bangladesh (131
milhões) e Nigéria (127 milhões) têm contingentes humanos
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito muito maiores que o Egito (70 milhões), país de maior
amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem população entre os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36
parar, armazenando comida para o período de inverno. Não milhões). Até a Índia, majoritariamente hindu, tem
aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.
bate-papo com os amigos ao final do expediente de trabalho,
tomando uma cervejinha. Seu nome era “trabalho” e seu Revista GALILEU. p. 42. Novembro de 2001.
sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar As aspas empregadas na palavra “apenas” (l. 14) foram
nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou usadas para dar a ela um sentido
um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, (A) irônico. (D) coloquial.
aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o (B) crítico. (E) técnico.
inverno que estava por vir. Então, passados alguns dias, (C) metafórico.
começou a esfriar. Era o inverno que estava começando. A (D) coloquial.
formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante
toca repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome 96º) (D21) Leia o texto a seguir.
do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem
era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro Os direitos da criança
de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a
cigarra falou para a formiguinha: Toda criança tem direito à igualdade, sem distinção
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que de raça, religião ou nacionalidade.
você poderia cuidar da minha toca? Toda criança tem direito a crescer dentro de um
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça
Como você conseguiu grana pra ir a Paris e comprar essa entre os povos.
Ferrari? Toda criança tem direito a um nome, a uma
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na nacionalidade.
semana passada, e um produtor gostou da minha voz. Fechei Toda criança tem direito ao amor e à compreensão
um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A por parte dos pais e da sociedade.
propósito, a amiga deseja algo de lá? Toda criança tem direito à educação gratuita e ao
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine lazer infantil.
por lá, manda ele pro DIABO QUE O CARREGUE! Toda criança tem direito à alimentação, moradia e
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar assistência médica para si e para a mãe.
trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício Toda criança tem direito a ser socorrida em primeiro
em fábulas do La Fontaine”. lugar.
Toda criança física ou mentalmente deficiente tem
Em relação ao texto original da fábula, percebe-se ironia no direito à educação e a cuidados especiais.
fato de Toda criança tem direito a especial proteção para o
(A) a cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol. seu desenvolvimento físico, mental e social.
(B) a formiga trabalhar e possuir uma toca. Toda criança tem direito a ser protegida contra o
(C) a cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de abandono e a exploração no trabalho.
visom.
(D) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono. Cereja, William Roberto & Magalhães, Thereza
(E) a formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome Cochar. Português: Linguagens. São Paulo: Atual, 1998. p. 77.
“sempre”.
Usando o termo “Toda” no início de cada frase, o texto
95º) (D20) Leia o texto a seguir. (A) enfatiza a ideia de universalidade.
(B) estabelece independência com o termo “criança”.
O Islã não é só árabe (C) estabelece maior vínculo com o leitor.
(D) faz uma repetição sem necessidade.
Religião abrange diversas etnias em todo mundo (E) reforça a especificidade de cada ideia.

Boa parte da população ocidental acredita que o 97º) (D23) Leia o texto a seguir.
mundo islâmico é aquela porção de países do Oriente Médio
que têm como idioma oficial o árabe. Por isso, são Luz sob a porta
indevidamente considerados árabes alguns países de maioria
islâmica, mas que têm outros idiomas, como Turquia (línguas — E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me
turca e curda), Irã (persa), Afeganistão (pashtu e dari) e deu a maior cantada! Lá, gente, na porta de minha casa! Não
Paquistão (urdu e punjabi). é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho,
quem ele pensou que eu era?
ESTUDO PARA O SPAECE
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
Língua Portuguesa
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a 11º Estudo / 2024
gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 100º) (D22) Leia o texto a seguir.
1998. p. 62.)
Piada
O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de Um homem chega à agência dos correios e compra
um falante um selo. Ele lambe o selo, mas este não gruda no
(A) escrupuloso em ambiente de trabalho. envelope, por isso volta ao guichê para reclamar.
(B) ajustado às situações informais. A funcionária então responde:
(C) rigoroso na precisão vocabular. - Que engraçado. O senhor é a décima pessoa hoje
(D) exato quanto à pronúncia das palavras. que reclama desse mesmo selo...
(E) contrário ao uso de expressões populares. (Revista Seleções. Dezembro 2007)

98º) (D3) Leia a tirinha a seguir. O humor do texto está no fato de o homem ter
(A) ido à agência dos correios.
(B) comprado um selo para usar.
(C) lambido o selo já lambido.
(D) reclamado com a funcionária.
(E) pego o envelope sem selo.

101º) (D11) Leia o texto a seguir.

De acordo com esse texto, a palavra “filar” significa Par ou ímpar


(A) conseguir. (D) questionar.
(B) comprar. (E) convencer. Aberta de segunda a sábado nos arredares da praça
(C) negociar. da matriz, a Barbearia Central sempre teve muito movimento,
tanto que permitiu aos barbeiros Careca e Bigode sustentar
99º) (D5) Leia o texto a seguir. mais de uma família cada.
Sempre em harmonia, os dois sobreviveram à moda
O bicho dos cabelos compridos entre os homens, aguentaram diversos
surtos inflacionários e resistiram a proliferação de salões de
Vi ontem um bicho cabeleireiros unissex na cidade. Na virada do milênio,
Na imundice do pátio começaram a se desentender. A briga teve inicio parque um
Catando comida entre os detritos. quis fazer uma reforminha - implantar um sanitário - para
oferecer um conforto extra aos clientes; outro achou bobagem
Quando achava alguma coisa; - quem precisasse de banheiro que fosse a estação rodoviária,
Não examinava nem cheirava: ali perto.
Engolia com voracidade. Por meses os dois bateram boca, mal respeitando a
presença dos fregueses, que faziam fila da manha ao
O bicho não era um cão, anoitecer. Ate que resolveram separar-se. Jogo duro: nenhum
Não era um gato, queria sair. Deu empate em todos os itens colocados na
Não era um rato. mesa: idade, antiguidade na barbearia, número de fregueses.
O bicho, meu Deus, era um homem. Par ou impar? Estavam para decidir nos dados - que também
rolavam por ali, nos remansos do trabalho - quando chegou
(Manuel Bandeira: Poesias) sírio Simão, do no do salão de 6 x 4m. Vinha cobrar o aluguel.
Inteirado da discórdia, resolveu a parada no ato, com um
gesto largo e a frase salomônica: "Sem problema, patrício:
Esse texto trata bota parede no meio do salão!"
(A) da condição miserável do ser humano. Foi assim que se dividiu o mais antigo
(B) da mistura do homem com o bicho. estabelecimento do gênero na cidade. Agora, ao lado da
(C) da diferença entre homem e cão. Barbearia Central, funciona o Salão Principal – com banheiro.
(D) do acúmulo de lixo nos pátios. Totalmente independentes, os dois tem alvarás distintos e
(E) do trabalho de catadores de lixo. contas de luz e água separadas. Em nome dos princípios da
boa vizinhança, Careca e Bigode se cumprimentam, mas só
bom dia e ate logo; papo, nunca mais. E não é por falta de
assunto local ou nacional. Nas duas salinhas do sábio Simão
nada mudou: o dia inteiro, tesouras afiadas e línguas ferinas
seguem cortando cabelos e aparando reputações.

(Globo Rural, abril, 2008. Adaptado: Reforma Ortográfica.)

O fato que desencadeou essa história foi


(A) a virada do milênio.
(B) a inflação oscilante.
(C) A fila de fregueses.
(D) a crescente concorrência.
(E) a construção de um banheiro.
102º) (D13) Leia os textos a seguir. No entanto, podemos minorar os efeitos maléficos e
mudar a situação se os Estados, as grandes empresas, as
instituições e cada pessoa deixarem de queimar lixo, de
contaminar o ar e controlarem a emissão de gases dos carros
mediante energias alternativas e menos poluentes. Só assim,
a Terra, que tem força de regeneração, conseguirá garantir ar
puro para a vida.
(Revista Brasil Almanaque de Cultura Popular)

(D1) Segundo esse texto, o que causará a emigração para


regiões de temperaturas mais amenas?
(A) A elevação da temperatura em vários lugares.
(B) A identificação dos efeitos do aquecimento global.
(C) A inevitável aproximação de um momento crítico.
TEXTO 2 (D) A preocupação com o dióxido de carbono.
(E) Os efeitos maléficos da natureza.
DECLARAÇÃO DE AMOR
(Clarice Lispector) 104º) (D10) O texto acima tem função de
(A) elogiar. (D) surpreender.
Esta é uma declaração de amor. Amo a (B) criticar. (E) questionar.
língua portuguesa. E ela não é fácil. Não é (C) informar.
maleável. E, como não foi profundamente
105º) (D14) Leia o texto a seguir.
trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a
de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um Vida
verdadeiro pontapé contra os que
temerariamente ousam transformá-la numa Quando era criança pura,
linguagem de sentimento e alerteza. E de amor. A O tempo passou, tomei-me adulto.
Moleque, danado e travesso.
língua portuguesa é um verdadeiro desafio para
Sempre a procura do lado oculto.
quem escreve. Sobretudo para quem escreve Tudo que tocava levava
tirando das coisas e das pessoas a primeira capa Mas as viagens malucas
de superficialidade. Ao mundo da fantasia.
Às vezes ela reage diante de um Continuavam presas à magia.
pensamento mais complicado. Às vezes se assusta
Mas logo me tornei adolescente.
com o imprevisível de uma frase. Logo chegou a velhice,
A confusão permeava minha mente.
Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/6383752> Aquela que tudo esclarece.
Por mais que tentasse a magia,
O(s) texto(s) Que cochichou bem baixinho:
(A) 1 e 2 apresentam o tema usando a mesma estrutura. Estavam fechadas as portas da fantasia.
(B) 1 e 2 têm uma visão poética sobre o ato de escrever. Sabedoria, só para quem a merece.
(C) 1 refere-se a qualquer forma de escrita. (João Belo – disponível http://mundojovem.com.br)
(D) 2 apresenta o tema com objetividade. No verso “Que cochichou bem baixinho”, (l.15)
(E) 1 e 2 são textos informativos.
A expressão destacada refere-se a
103º) Leia o texto a seguir. (A) adolescente. (D) sabedoria.
(B) adulto. (E) velhice.
Ar puro para a vida (C) criança.

No início do ano, o Painel Intergovernamental sobre 106º) (D17) Leia o texto a seguir.
Mudanças Climáticas - um organismo da ONU que congrega
cerca de 2.500 cientistas de 130 países - informou que já A letra e a música
vivemos os efeitos do aquecimento global do planeta.
Nossa casa comum poderá, desde já, ficar muito Quando nos encontramos
mais quente, oscilando entre 1,4 e 6 graus Celsius. Esses Dizemos-nos sempre as mesmas palavras que todos os
números, apesar de aparentemente inofensivos, são capazes amantes dizem...
de desencadear grandes transtornos climáticos e uma Mas que importa que as nossas palavras sejam as mesmas
devastação inimaginável de seres vivos. Muitos lugares de sempre?
ficarão inabitáveis. Haverá grande emigrarão para regiões de A música é outra!
temperaturas mais amenas. Mário Quintana
Anualmente, são lançados 27 bilhões de toneladas No primeiro verso “quando nos encontramos”, a expressão
de dióxido de carbono no ar. Isso equivale, se condensado, a destacada estabelece uma relação de
uma montanha de 1,5 quilômetro de altura com uma
circunferência de base de 19 quilômetros. Como a Terra pode (A) causalidade. (D) temporalidade.
assimilar esses resíduos invisíveis e mortais? (B) finalidade. (E) musicalidade.
O receio, o medo, ate o pavor que esta tomando (C) proporcionalidade.
conta de muitos cientistas, economistas e políticos
ecologicamente despertos como Gorbatchev e AI Gore, entre
outros, é que estamos nos aproximando de um momento
crítico. Se as coisas seguirem como estão, fatalmente iremos
ao encontro do pior.
107º) (D4) Leia a tirinha a seguir. (E) violência escolar.

111º) (D21) Leia o texto abaixo

Poeminha do Contra

Todos estes que aí estão


Atravancando o meu caminho,
Eles passando,
Eu passarinho!

O destaque dado à palavra “formal”, associado à expressão facial de O uso do substantivo “passarinho” como se fosse verbo
Helga, sugere sugere
(A) histeria. (B) julgamento. (C) ódio. (D) reprovação. (E) sofrimento. (A) lamento. (D) tristeza.
(B) orgulho. (E) dúvida.
108º) (D19) Leia o texto a seguir. (C) permanência.
O cavalo e o burro 112º) (D6) Leia o texto abaixo
O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo
contente da vida, folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, No mundo dos sinais
e o burro — coitado! gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o
burro parou e disse: Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem, cheios
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o de espinhos. Mulungus e aroeiras expõem seus galhos
remédio é repartirmos o peso irmanamente, seis arrobas para cada queimados e retorcidos, sem folhas, sem flores, sem frutos.
um. Sinais de seca brava, terrível!
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada. Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando
— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando
os companheiros e o gado.
posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo?
O burro gemeu: Toque de saída. Toque de estrada.
— Egoísta, Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir Lá vão eles, deixando no estradão as marcas de sua
com a carga de quatro arrobas e mais a minha. passagem.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo (TV Cultura, Jornal do Telecurso)
adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam A opinião do autor está em
com as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E (A) “os mandacarus se erguem”
como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem
(B) “aroeiras expõem seus galhos”
piedade.
— Bem feito! Exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais (C) “Sinais de seca brava, terrível!”
burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo (D) “Toque de saída. Toque de estrada.”
era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrado agora… (E) “...o sol de fogo, os mandacarus se erguem...”
(Monteiro Lobato)
113º) (D4) Leia a tirinha a seguir.
O trecho que apresenta a mesma relação estabelecida pela expressão
destacada em “em certo ponto, o burro parou...” é
(A) “...o remédio é repartirmos o peso irmanamente...”.
(B) “O cavalo pilherou de novo...”
(C) “Logo adiante, porém, o burro tropica...”
(D) “...sem demora arrumam as oito arrobas...”
(E) “...dão-lhe de chicote, sem dó nem piedade.”

ESTUDO PARA O SPAECE


Língua Portuguesa Pela resposta do Garfield, as coisas que acontecem no mundo
são
(A) assustadoras. (D) naturais.
12º Estudo / 2024 (B) corriqueiras. (E) aceitáveis.
(C) curiosas.
109º) Leia o texto a seguir.
114º) (D10) Leia o texto a seguir.
Vim em 1960 e fui dar aula no Colégio Salesiano de Recife.
Logo na primeira semana, fui chamado pela direção: um pai Mente quieta, corpo saudável.
se queixara de que eu ofendera sua filha. É que eu dissera
“Cale-se, rapariga”, sem saber que, no Nordeste, rapariga A meditação ajuda a controlar a ansiedade e a aliviar a dor?
significa prostituta. Ao que tudo indica, sim. Nessas duas áreas os cientistas
encontraram as maiores evidências da ação terapêutica da
(D23) No trecho “...um pai se queixara...”, a palavra meditação, medida em dezenas de pesquisas. Nos últimos 24
destacada é um exemplo de anos, só a clínica de redução do estresse da Universidade de
(A) expressão de gíria. (D) linguagem formal. Massachusetts monitorou 14 mil portadores de câncer, aids,
(B) expressão regional. (C) linguagem coloquial. dor crônica e complicações gástricas. Os técnicos
(E) linguagem técnica. descobriram que, submetidos a sessões de meditação que
alteraram o foco da sua atenção, os pacientes reduziram o
110º) (D2) O conflito apresentado com relação ao pai e ao nível de ansiedade e diminuíram ou abandonaram o uso de
professor foi causado por analgésicos.
(A) inadequação do vocabulário local. Revista Superinteressante, outubro de 2003
(B) problemas pessoais.
(C) desconhecimento das regras do colégio. O texto tem por finalidade:
(D) falta de instrução por parte do pai. (A) criticar. (D) denunciar.
(B) conscientizar. (E) informar. No verso “Quero que todos se realizem” (l. 19) o termo
(C) delatar. sublinhado refere-se a
(A) amigos. (B) direitos. (C) homens. (D) sonhos. (E) cidadãos.
115º) (D16) Leia o texto a seguir.
117º) Leia o texto a seguir.
O namoro na adolescência
Água
Um namoro, para acontecer de forma positiva,
precisa de vários ingredientes: a começar pela família, que Não há como negar que o Brasil é o maior do mundo
não seja muito rígida e atrasada nos seus valores, seja em relação à água. O país detém em seu território 13,8% das
conversável, e, ao mesmo tempo, tenha limites muito claros águas de superfície do planeta. São dados do Plano Nacional
de comportamento. de Recursos Hídricos. Aliás, se considerarmos as tais águas
O adolescente precisa disto, para se sentir seguro. O internacionais, como as bacias amazônicas então chegaram
outro aspecto tem a ver com o próprio adolescente e suas perto de 20%.
condições internas, que determinarão suas necessidades e a
própria escolha. São fatores inconscientes, que fazem com (D5) No texto, o tema principal é
que a Mariazinha se encante com o jeito tímido do João e não (A) o Brasil e os recursos naturais.
dê pelota para o herói da turma, o Mário. Aspectos (B) as bacias amazônicas.
situacionais, como a relação harmoniosa ou não entre os pais (C) a água.
do adolescente, também influenciarão o seu namoro. Um (D) o território brasileiro.
relacionamento em que um dos parceiros vem de um lar em (E) o território hídrico internacional.
crise, é, de saída, dose de leão para o outro, que passa a ser
utilizado como anteparo de todas as dores e frustrações. 118º) (D19) A palavra aliás sublinhada no texto expressa ideia
Geralmente, esta carga é demais para o outro de
parceiro, que também enfrenta suas crises pelas próprias (A) afastamento. (D) explicação.
condições de adolescente. Entrar em contato com a outra (B) inclusão. (E) conclusão.
pessoa, senti-la, ouvi-la, depender dela afetivamente e, ao (C) aproximação.
mesmo tempo, não massacrá-la de exigências, e não ter
medo de se entregar, é tarefa difícil em qualquer idade. Mas é 119º) (D17) Leia o texto a seguir.
assim que começa este aprendizado de relacionar-se
afetivamente e que vai durar a vida toda. Hotel
SUPLICY, Marta. A condição da mulher. São Paulo:
Brasiliense, 1984. Recepcionistas atenciosos, roupa de cama limpa e
serviço de quarto eficiente: quem já se hospedou em um hotel
Para um namoro acontecer de forma positiva, o adolescente sabe como esses fatores são importantes. Para além dos
precisa do apoio da família. O argumento que defende essa saguões, existe uma rede de profissionais responsáveis por
ideia é orquestrar o funcionamento de tudo nesses empreendimentos
(A) a família é o anteparo das frustrações. – desde a contratação e a supervisão dos funcionários até a
(B) a família tem uma relação harmoniosa. checagem das instalações e a negociação com os
(C) o adolescente segue o exemplo da família. fornecedores.
(D) o apoio da família dá segurança ao jovem. Nos últimos anos, com o mercado exigindo cada vez
(E) todos os adolescentes têm família. mais esse tipo de profissional, as faculdades têm investido na
criação de cursos específicos de Hotelaria. Em São Paulo, são
116º) (D14) Leia o texto a seguir. pelo menos sete instituições que formam administradores
hoteleiros, aptos também a gerenciar flats, pousadas, parques
Eu tenho um sonho temáticos e spas. Antes, a hotelaria era vinculada à área de
Turismo, mas hoje o setor se desdobrou.
Eu tenho um sonho
lutar pelos direitos dos homens Na frase: “Antes, a hotelaria era vinculada à área de Turismo,
Eu tenho um sonho mas hoje o setor se desdobrou”, a conjunção sublinhada
tornar nosso mundo verde e indica a ideia de
5 limpinho (A) tempo. (D) adição.
Eu tenho um sonho (B) consequência. (E) contrariedade.
de boa educação para as crianças (C) causa.
Eu tenho um sonho
de voar livre como um passarinho 120º) (D9) O gênero textual presente em: “Depois de
10 Eu tenho um sonho assaltarem a joalheria na madrugada da segunda, os
ter amigos de todas raças assaltantes tiveram a infelicidade de buscar refúgio na casa de
Eu tenho um sonho um advogado e foram presos imediatamente” é
que o mundo viva em paz (A) crônica. (D) notícia
e em parte alguma haja guerra (B) propaganda. (E) frase filosófica.
15 Eu tenho um sonho (C) e-mail
Acabar com a pobreza na Terra
Eu tenho um sonho 121º) Leia o texto a seguir.
Eu tenho um monte de sonhos...
Quero que todos se realizem A industrialização
20 Mas como?
Marchemos de mãos dadas O problema básico de nossa economia
e ombro a ombro estará em breve sob novo signo. O país semicolonial, agrário,
Para que os sonhos de todos importador de manufaturas e exportador de matérias-primas
se realizem! poderá arcar com as responsabilidades de uma vida industrial
SHRESTHA, Urjana. Eu tenho um sonho.In: Jovens do mundo autônoma, provendo as suas urgentes necessidades de
inteiro. Todos temos direitos: um livro de direitos humanos. 4º defesa e aparelhamento.
Ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 10.
(Getúlio Vargas) O Custo Brasil dos lamentos empresariais existe,
(D2) Deduz-se da leitura do texto que como existem empresários responsáveis que pelo menos
(A) não vão ocorrer mudanças no cenário econômico. reconhecem a pilhagem, mas muito mais lamentável e
(B) o problema de nossa economia está na falta de atrasado é o Desperdício Brasil, o progresso e o produto de
industrialização. uma minoria que nunca são distribuídos, que não chegam à
(C) o Brasil vai deixar de dedicar-se à agricultura. maioria de forma alguma, que não afetam a miséria à sua
(D) o problema econômico do Brasil é fruto do colonialismo. volta por nenhum canal, muito menos pela via óbvia da
(E) o nosso país vai deixar de importar manufaturas. tributação. Dizem que com o que não é pago de imposto justo
no Brasil daria para construir outro Brasil. Não é verdade.
Daria para construir dois outros Brasis. E ainda sobrava um
ESTUDO PARA O SPAECE pouco para ajudar a Argentina, coitada.

Língua Portuguesa ( Luís Fernando Veríssimo )

(D3) Em ''...um país com regras OBSOLETAS...'', o termo em


13º Estudo / 2024 destaque pode ser substituído por
(A) lamentáveis. (D) doentias.
122º) (D2) A situação referida no momento da enunciação do B) antiquadas. (E) persistentes.
texto (C) arraigadas.
(A) vai ocorrer em breve, na dependência de algumas
condições. 127º) (D2) ''...no preço que pagam para fazer negócios num
(B) vai certamente acontecer num futuro próximo. país com regras obsoletas e vícios incrustados.''; na situação
(C) já ocorreu num passado recente. textual em que está, o segmento “país com regras obsoletas e
(D) ocorreu num passado recente e vai continuar no futuro. vícios incrustados” representa
(E) é fruto da imaginação nacionalista de Getúlio Vargas. (A) uma opinião do empresariado.
(B) o ponto de vista do autor do texto.
123º) (D3) Na primeira linha do texto, o vocábulo “básico”
(C) uma consideração geral que se tem sobre o país.
equivale semanticamente a
(D) o parecer do capitalismo internacional.
(A) tradicional. (D) estrutural.
(E) a visão dos leitores sobre o país em que vivem.
(B) histórico. (E) clássico.
(C) fundamental.
128º) (D1) O principal prejuízo trazido pelo Custo Brasil,
124º) (D21) ''... sob novo signo.''; nesse segmento o autor segundo o primeiro parágrafo do texto, que retrata a opinião
empregou corretamente a preposição sob. A alternativa abaixo do empresariado, é
em que houve troca entre sob/sobre é (A) o corporativismo anacrônico.
(A) sob esse aspecto, a economia vai mudar. (B) o privilégio renitente.
(B) a economia foi analisada sob vários pontos de vista. (C) trabalho superprotegido.
(C) a industrialização virá sob um novo governo. (D) populismo irresponsável.
(D) o congresso vai discutir sob política econômica. (E) falta de modernidade e competitividade.
(E) a industrialização foi feita sob pressão de grupos.
129º) (D19) O corporativismo anacrônico, o privilégio renitente,
125º) (D9) No texto: “Ser gagá não é viver apenas nos idos do o trabalho superprotegido e outros elementos citados no
passado: é muito mais! É saber que todos os amigos já primeiro parágrafo do texto indicam, em sua totalidade
morreram e os que teimam em viver são entrevados.” (Millôr (A) deficiências em nosso sistema socioeconômico.
Fernandes) tem-se (B) a consciência dos reais problemas do país por parte dos
(A) crônica. (D) notícia empresários.
(B) propaganda. (E) frase filosófica. (C) o atraso mental dos políticos nacionais.
(C) e-mail (D) a carência de líderes políticos modernos e atuantes.
(E) a posição ultrapassada do governo.
126º) Leia o texto a seguir.
130º) (D14) No trecho ''...que quase sempre têm a ver com o
Desperdício Brasil trabalho superprotegido...'' (l.4) o termo em destaque
(A) se refere ao corporativismo anacrônico e ao privilégio
Sempre que se reúnem para lamuriar, os empresários renitente.
falam no Custo Brasil, no preço que pagam para fazer (B) se trata de sujeito indeterminado.
negócios num país com regras obsoletas e vícios incrustados. (C) está ligado a todos os elementos citados a seguir.
O atraso brasileiro é quase sempre atribuído a alguma forma (D) é um erro que o autor do texto se distraiu e cometeu.
de corporativismo anacrônico ou privilégio renitente que quase (E) se trata de verbo impessoal.
sempre têm a ver com o trabalho superprotegido, com leis
sociais ultrapassadas e com outras bondades inócuas, coisas 131º) (D18) ''Raramente falam no que o capitalismo
do populismo irresponsável, que nos impedem de ser subsidiado custa ao Brasil.''; os empresários brasileiros
modernos e competitivos. Raramente falam no que o raramente falam neste tema porque
capitalismo subsidiado custa ao Brasil. (A) são mal preparados e desconhecem o assunto.
O escândalo causado pela revelação do que os (B) se trata de um assunto que não lhes diz respeito.
grandes bancos deixam de pagar em impostos não devia ser (C) se refere a algo com que lucram.
tão grande, é só uma amostra da subtributação, pela fraude (D) não querem interferir com problemas políticos.
ou pelo favor, que há anos sustenta o nosso empresariado (E) não possuem qualquer consciência social.
chorão, e não apenas na área financeira. A construção
simultânea da oitava economia e de uma das sociedades mais 132º) (D19) ''...coisas do populismo irresponsável,...''
miseráveis do mundo foi feita assim, não apenas pela corresponde a
sonegação privada e a exploração de brechas técnicas no (A) uma retificação do que antes vem expresso.
sistema tributário - que, afinal, é lamentável, mas mostra (B) uma ironia sobre o que é dito anteriormente.
engenhosidade e iniciativa empresarial - mas pelo favor (C) uma explicação dos termos anteriores.
público, pela auto-sonegação patrocinada por um Estado (D) mais um elemento negativo do país.
vassalo do dinheiro, cúmplice histórico da pilhagem do Brasil (E) uma crítica sobre a política do país.
pela sua própria elite.
133º) Leia o texto a seguir. (C) a tendência de se viver no interior de círculos sociais
fechados e estanques.
Cidadania e igualdade (D) a discriminação social, a não ser nos casos previstos no
artigo citado da atual Constituição.
Mais do que em outras épocas da nossa história, o (E) qualquer desafio que diga respeito à mudança de atitude
momento em que ingressamos num novo século exige a ou de hábitos tradicionais.
construção da cidadania e a implementação dos direitos
humanos como tarefa de urgência. Realizá-la implica uma 136º) (D18) No contexto do 1º parágrafo, os elementos que
série de atitudes que envolvem, antes de mais nada, o constituem a enumeração, o indivíduo, o seu grupo, a
indivíduo, o seu grupo, a comunidade e os diversos comunidade e os diversos segmentos sociais
segmentos da sociedade. Impõe-se a cada pessoa o desafio (A) estão dispostos numa ordem casual e arbitrária.
de acreditar - ou voltar a acreditar, se perdeu tal crença - na (B) obedecem à sequência lógica do mais geral para o mais
possibilidade de uma sociedade justa e solidária, exercitando particular.
uma nova consciência crítica, conhecendo a realidade em (C) são todos eles alternativos e excludentes entre si.
suas várias nuances e mudando o que precisa ser mudado (D) estão dispostos numa progressão do particular para o
para uma vida melhor. geral.
Ter consciência crítica significa também saber (E) são todos eles sinônimos entre si.
analisar, com realismo, as causas e os efeitos das
situações que precisam ser enfrentadas, para, a partir 137º) (D3) Considerando-se o contexto, traduz-se
dessa atitude, descobrir os melhores caminhos na busca da corretamente o sentido de uma frase do texto em
transformação social, política, econômica e cultural. Significa, (A) em suas várias nuances = em seus diversos aspectos.
do mesmo modo, abrir-se para as mudanças e capacitar-se, (B) implementação dos direitos humanos = preservação da
de todas as formas, para absorvê-las. Há hoje cada vez mais assistência humanitária.
espaços para ações de parceria voltadas ao desenvolvimento (C) vocacionado a uma vida solidária = ambientado no regime
sustentado e à realização dos direitos humanos. da privacidade.
O desafio apresenta-se de duas formas. De um (D) tema prioritário = questão de alguma relevância.
lado, é preciso abrir-se para além dos círculos fechados em (E) inviolabilidade do direito à vida = protelação da garantia de
que as pessoas normalmente vivem, estimulando o respeito e vida.
a cooperação por uma sociedade com menores
desigualdades, e de outro, para exercer o direito de cobrar das 138º) (D3) A frase "Ter consciência crítica significa também
instituições do Estado a sua responsabilidade na preservação saber analisar, com realismo, as causas e os efeitos das
dos direitos humanos. O desafio essencial de cada um de nós situações, que precisam ser enfrentadas" articula o segundo
é e sempre será fazer respeitar a nossa condição de ser ao primeiro parágrafo. Considerando-se essa articulação, a
humano vocacionado a uma vida digna e solidária. palavra “também” tem o sentido de
O princípio de igualdade é a base da cidadania e (A) ainda assim. (D) sobretudo.
fundamenta qualquer constituição democrática que se (B) apesar de tudo. (E) antes de mais nada.
proponha a valorizar o cidadão. Não é diferente com a (C) além disso.
nossa. Na Constituição de 1988, o direito à igualdade
destaca-se como tema prioritário logo em seu artigo 5º: 139º) (D10) Leia o texto a seguir.
''Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros Índios
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)'' Quem me dera, ao menos uma vez / Ter de volta todo o ouro
(Guia Cidadania e Comunidade) que entreguei / A quem conseguiu me convencer / Que era
prova de amizade / Se alguém levasse embora até o que eu
(D1) A realização da ''tarefa de urgência'', de que trata o não tinha. (RUSSO, Renato, “Índios”, in Dois, 1986.)
primeiro parágrafo do texto, exige O texto se propõe a
(A) iniciativas enérgicas por parte do poder estatal. (A) mostrar a amizade entre os índios.
(B) a defesa do convívio em círculos sociais restritos. (B) questionar a exploração do homem ao índio.
(C) uma nova reforma constitucional. (C) mostrar a amizade entre o homem e o índio.
(D) uma alteração no fundamento da Constituição de 1988. (D) questionar a exploração do índio à natureza.
(E) novas atitudes dos indivíduos e dos grupos sociais. (E) mostrar a amizade entre os descendentes de índios.

134º) (D2) Infere-se do texto que


(A) As “duas formas” de desafio de que trata o 3º parágrafo ESTUDO PARA O SPAECE
acentuam a importância do papel da iniciativa do Estado.
(B) A frase “Não é diferente com a nossa”, no último Língua Portuguesa
parágrafo, lembra que o princípio da igualdade é básico
também na Constituição brasileira. 14º Estudo / 2024
(C) O direito à igualdade, tratado no artigo 5º da Constituição
de 1988, é amplo em relação aos cidadãos brasileiros e 140º) Leia o texto a seguir.
restrito em relação a todos os demais.
(D) O momento em que ingressamos num novo século exige a Processamento da entrevista
construção da cidadania como tarefa morosa.
(E) Há hoje cada vez menos espaços para ações de parceria A Nogueira de Faria
voltadas ao desenvolvimento sustentado e à realização dos
direitos humanos. A entrevista consiste em inquirir tecnicamente, de
forma hábil, dentro de um plano e sequência previamente
135º) (D2) O texto manifesta a necessidade urgente de se estudados, levando o interrogado ou entrevistado a se
evitar pronunciar sobre aquilo que desejamos saber e a emitir sua
(A) uma análise realista das causas e efeitos das situações opinião, muitas vezes sem que formulemos a pergunta
que precisam ser enfrentadas. diretamente. É a maneira racional de levar alguém a fornecer
(B) a prática de cobrar de setores do Governo suas os informes e as informações que possui em determinada
responsabilidades constitucionais. área.
É uma técnica de comunicação direta entre duas Depois, ao crescer, descobrimos que, para os outros,
pessoas que possuem alguns interesses em comum. Forma não éramos precisamente isto que somos, mas aquilo que os
de pesquisa realizada através de diálogo estudado e outros veem.
preparado dentro de um plano e sequência previamente Cuidado, incauto leitor! Há casos, na vida, em que
analisados, levando, sutilmente, o entrevistado a se manifestar alguns acabam adaptando-se a essas imagens enganosas,
sobre assuntos de seu conhecimento. despersonalizando-se num segundo ''eu''. Que pode uma
Pode ser entendida como sendo uma conversa alma, ainda por cima invisível, contra o testemunho de
planejada, capaz de conduzir à transmissão de uma milhares de espelhos?
mensagem, em que o entrevistador orientou a produção e Eis aqui um grave assunto para um conto, uma
codificação das próprias mensagens por parte do entrevistado, novela, um romance, ou uma tese de mestrado em Psicologia.
para obter as informações que deseja. (Mário Quintana, Na volta da esquina. Porto Alegre, Globo,
Trata-se de um processo interpessoal de 1979, p. 79)
comunicação, com numerosas limitações no tempo e no
espaço, pois o comportamento das pessoas varia muito. As Nesta crônica, Mário Quintana
entrevistas devem ser personalizadas e adaptadas às (A) vale-se de um incidente de seu tempo de criança, para
características do entrevistado, sua cultura, posição social, mostrar a importância que tem a imaginação infantil.
conhecimento técnico, etc. (B) alude às propriedades ilusórias dos espelhos, para mostrar
Existe uma grande diferença entre a entrevista e a que as crianças sentiam-se inteiramente capturadas por eles.
conversa informal entre duas pessoas. É necessário saber (C) lembra-se das velhas táticas dos comerciantes, para
distinguir quando o diálogo informal é uma introdução e concluir que aqueles tempos eram bem mais ingênuos que os
quando ela perde as características, acabando por se de hoje.
transformar numa palestra inconsistente, tomando tempo e (D) alude a um antigo chamariz publicitário, para refletir sobre
prejudicando o processamento da entrevista propriamente a personalidade profunda e sua imagem exterior.
dita. (E) vale-se de um fato curioso que observava quando criança,
para defender a tese de que o mundo já foi mais alegre e
(D3) A expressão “inquirir tecnicamente” significa, no texto poético.
(A) processo interpessoal de comunicação.
(B) questionamento sobre assuntos de interesse. 144º) (D2) Infere-se do texto que
(C) conversa planejada, segundo roteiros prévios. (A) O narrador mostra que, quando criança, não imaginava a
(D) interrogatório que leva o entrevistado a transmitir uma força que pode ter a imagem que os outros fazem de nós.
mensagem. (B) As crianças deixavam-se cativar pela magia dos espelhos,
(E) diálogo de manipulação do outro para obtenção de chegando mesmo a confundir as imagens com a realidade.
informações. (C) O narrador sustenta a ideia de que as crianças são menos
convictas da própria identidade do que os adultos.
141º) (D14) “... e quando ela perde as características...”; o (D) As pessoas sempre adaptam-se às imagens enganosas.
termo destacado refere-se a (E) A influência dos espelhos sobre as pessoas deve ser
(A) conversa (D) introdução estudada unicamente pela psicologia.
(B) palestra (E) pessoa
(C) entrevista 145º) (D3) Na interrogação ''Que pode uma alma, ainda por
cima invisível, contra o testemunho de milhares de espelhos?''
142º) (D2) Leia o texto a seguir. há a admissão de que
(A) só a força do olhar e do interesse alheio capta as verdades
Texto-base (O texto a seguir foi retirado de uma bula de de nossa alma.
remédio) (B) a verdade essencial da alma não tem como se opor às
imagens que lhe atribuem.
Conservar o produto em temperatura ambiente entre 15 e (C) o essencial da alma só é reconhecível na soma de suas
30°C, protegido da umidade. O prazo de validade do produto é múltiplas imagens.
de 36 meses a partir da data de fabricação impressa na (D) a fragilidade da alma só é superada quando adquire a
embalagem. Não utilize medicamento com o prazo de validade consistência de uma imagem.
vencido. (E) a legitimidade do nosso modo de ser depende inteiramente
do reconhecimento alheio.
A partir da leitura do texto, pode-se concluir que
(A) o produto pode ser guardado em locais úmidos. 146º) (D1) Segundo Mário Quintana, a despersonalização num
(B) o produto deve ser utilizado em até 36 meses, a partir do segundo ''eu''
dia da compra. (A) é a causa, e as ''imagens enganosas'' são a sua
(C) é preciso conferir a data de fabricação do produto consequência.
impressa na embalagem. (B) e a adaptação às imagens enganosas são fatos paralelos
(D) o produto pode ser deixado perto do fogão da cozinha. e independentes.
(E) a temperatura ideal para conservar o produto é menos de (C) é uma consequência, cuja causa é a adaptação às
15°C ou mais de 30°C. imagens enganosas.
(D) é uma consequência, cuja causa é a invisibilidade da
143º) (D2) Leia o texto a seguir. alma.
(E) é a causa, cuja consequência é a invisibilidade da alma.
Da influência dos espelhos
147º) (D1) Leia o texto a seguir.
Tu lembras daqueles grandes espelhos côncavos ou
convexos que em certos estabelecimentos os proprietários Como opera a máfia que transformou o Brasil num dos campeões
colocavam à entrada para atrair os fregueses, achatando-os, da fraude de medicamentos
alongando-os, deformando-os nas mais estranhas
É um dos piores crimes que se podem cometer. As vítimas
configurações? são homens, mulheres e crianças doentes – presas fáceis, capturadas
Nós, as crianças de então, achávamos uma bruta na esperança de recuperar a saúde perdida. A máfia dos
graça, por saber que era tudo ilusão, embora talvez nem medicamentos falsos é mais cruel do que as quadrilhas de
conhecêssemos o sentido da palavra ''ilusão''. narcotraficantes. Quando alguém decide cheirar cocaína, tem absoluta
Não, nós bem sabíamos que não éramos aquilo!
consciência do que coloca no corpo adentro. Às vítimas dos que (E) a construção de uma ferrovia facilitará o transporte de
falsificam remédios não é dada oportunidade de escolha. alimentos em toda a região, beneficiando a agricultura familiar.
Para o doente, o remédio é compulsório. Ou ele toma o que
o médico lhe receitou ou passará a correr risco de piorar ou até 150º) (D18) Observa-se relação entre uma situação e seu
morrer. Nunca como hoje os brasileiros entraram numa farmácia com
efeito na seguinte afirmativa do texto
tanta reserva.
(A) o desenvolvimento de uma agricultura familiar em algumas
regiões e os investimentos em infraestrutura.
Segundo a autora, “um dos piores crimes que se podem
(B) os novos investimentos na agricultura familiar e o avanço
cometer” é
do agronegócio no campo.
(A) a venda de narcóticos.
(C) o aumento da renda familiar e maiores investimentos,
(B) a falsificação dos remédios
especialmente na área da alimentação.
(C) a receita de remédios falsos.
(D) as obras de transposição do rio São Francisco e
(D) a venda abusiva de remédios.
a construção da ferrovia transnordestina.
(E) a reserva ao entrar numa farmácia.
(E) a instalação de universidades federais em cidades do
interior e a criação de novos institutos tecnológicos.
148º) Leia o texto a seguir.
A economia do Nordeste beneficiou-se, principalmente, de
151º) (D5) Leia o texto a seguir.
um modelo econômico que priorizou a demanda. A expansão dos
“No muro
programas sociais e, sobretudo, o aumento do salário mínimo tiveram
O gato.
sobre a região um impacto bem maior do que no restante do país. A
Na árvore
economista Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco
O passarinho.
(UFPE), lembra que metade das famílias que ganham um salário
Agora:
mínimo se encontra no Nordeste. A população nordestina também
O gato
absorve 55% do orçamento destinado ao Bolsa Família. "Pela
Na árvore
estrutura de renda da região, mais baixa que no resto do país, o efeito
O passarinho.
das políticas que mexeram com a renda foi maior aqui. O aumento
No muro
dessas receitas impulsionou o consumo e atraiu investimentos,
Na janela
especialmente dos grandes grupos de alimentos, bebidas, varejistas e
Uma criança rindo.”
distribuição de alimentos."
Investimentos em infraestrutura, como a duplicação da BR-
101, a transposição do rio São Francisco e a construção da ferrovia Ao ler o poema com atenção, é possível perceber que se trata
transnordestina injetaram bilhões na economia e ajudaram a de
dinamizar a construção civil, assim como os investimentos da (A) uma perseguição. (D) um passeio.
Petrobras – que asseguraram à indústria naval a demanda necessária (B) uma brincadeira. (E) um sonho.
para voltar a investir depois de mais de uma década sem produzir um (C) uma corrida.
único navio.
A interiorização das universidades federais e a criação de
novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste,
especialmente nas cidades médias. É o caso de Caruaru, um dos ESTUDO PARA O SPAECE
municípios que mais crescem na região. Nos últimos anos, a
"Princesa do Agreste", mais conhecida por suas confecções e pelas Língua Portuguesa
feiras que movimentam milhões de reais, atraiu estudantes e
professores de todos os lugares e observou uma profunda 15º Estudo / 2024
transformação em seus hábitos.
A outra face do "novo Nordeste" está no campo. Nas áreas 152º) Leia o texto a seguir.
de Cerrado, como no oeste da Bahia e no sul do Maranhão, o
agronegócio avança e transforma chapadões em imensas Descendo o rio Negro, no Amazonas, o contraste da
propriedades produtoras de soja. No Semiárido, onde as condições
frondosa copa de uma árvore, muito acima das outras, atiça a
são bem menos favoráveis, o aumento dos recursos destinados a
financiar a agricultura familiar e o empreendedorismo dos pequenos ir ao seu encontro. Deve ser uma sumaumeira, que um livro
ajudam a mudar a vida das pessoas. É o que se observa em Picos, de viagem apresenta como tendo no máximo 40 metros de
polo produtor de mel e caju no sertão do Piauí. altura. Para o piloto da embarcação, descendente dos índios
(Gerson de Freitas Jr., Carta Capital, 15 de dezembro de 2010, p. 24, baniwa, ia pra lá dos 50, e seu tronco não podia ser abraçado
com adaptações) ao mesmo tempo pelos guerreiros de uma tribo. Era
necessário conferir.
(D1) De acordo com o texto, o aumento da demanda no A visão era inverossímil. A sumaúma, com seu tronco
Nordeste se deu, principalmente, desmedido, escorado por raízes enormes, verdadeiros contra
(A) em consequência dos recursos trazidos pelos programas fortes, é uma verdadeira obra-prima. Da família Bombacaceae
sociais e pelo aumento do salário mínimo. (Ceiba pentandra), é também conhecida como árvore-da-
(B) em razão do estabelecimento na região de diversos seda, árvore-da-lã, ceiba, paina-lisa. Espécie tropical, é um
distribuidores de alimentos e de bebidas. dos gigantes da floresta amazônica. Encontrada nas matas de
(C) pela transformação de áreas antes pouco aproveitáveis várzea e em áreas periodicamente alagadas, apresenta raízes
em produtoras de grãos, como a soja. tabulares, as sapopemas, que podem atingir, dependendo da
(D) pelas mudanças ocorridas em cidades médias, que se idade, comprimentos superiores a 7 metros. As flores têm
tornaram polos desenvolvimento tecnológico. pétalas brancas; o fruto, uma cápsula fusiforme com 10
(E) devido ao fato de que a maior parte da população centímetros, provido de pequenas sementes envoltas por
nordestina recebe apenas o salário mínimo. pelos, ou painas. Na iminência de um temporal, o enorme
tronco, que armazena grande quantidade de líquido, dá uma
149º) (D2) É correto concluir do que foi afirmado no 2º descarga de água para as raízes – resultado da variação
parágrafo que atmosférica. Ouve-se à distância o ruído do movimento da
(A) os investimentos propiciaram a ampliação da oferta de água.
empregos, fato que resultou no crescimento da construção O barulhão da sumaumeira rendeu uma das mais
civil. difundidas histórias da Amazônia. Segundo a crença, o
(B) a produção de novos navios era necessária para a atuação Curupira é o responsável pelo estrondo na mata. Armado com
mais efetiva da Petrobras na região nordestina. um casco de jabuti, ele bate com força nas sapopemas, a fim
(C) a infraestrutura existente em todo o Nordeste permitiu o de verificar se elas estão fortes para resistir às tempestades.
avanço econômico da região. Para os índios ticuna, a sumaúma nos remete à formação da
(D) a transposição do rio São Francisco deverá permitir a Amazônia: "No princípio estava tudo escuro, sempre frio e
expansão de toda a indústria naval. sempre noite. Uma enorme sumaumeira fechava o mundo, e
por isso não entrava claridade na terra. Quando a árvore caiu, (E) justificativa para o tamanho do bico do tucano.
a luz apareceu. Do tronco formou-se o rio Amazonas. De seus
galhos surgiram outros rios e igarapés." 156º) Leia os textos a seguir.
Da imaginação para a realidade, o que é certo é que
ao seu redor se realizam rituais de fertilidade, fartura, TEXTO 1
prosperidade e assembleias gerais, em que se discutem os Fera ferida
interesses da tribo. É a árvore da troca, das crenças, da vida.
Um monumento da natureza. Composição de Roberto Carlos e Erasmo Carlos (1982)
(Heitor e Silvia Reali. Brasil − Almanaque de cultura popular.
São Paulo: Andreato Comunicação e Cultura, Dezembro 2006, 1 Acabei com tudo
Ano 8, n. 92, p. 23, com adaptações) 2 Escapei com vida
3 Tive as roupas e os sonhos
(D3) Descendo o rio Negro, no Amazonas, o contraste da 4 Rasgados na minha saída...
frondosa copa de uma árvore, muito acima das outras, atiça a 5 Mas saí ferido
ir ao seu encontro. (início do texto) Na fala dos autores, o 6 Sufocando meu gemido
trecho grifado significa que 7 Fui o alvo perfeito
(A) nos inspira certo medo. 8 Muitas vezes no peito atingido...
(B) desperta nossa curiosidade. 9 Animal arisco
(C) mostra nossa direção na floresta. 10 Domesticado esquece o risco
(D) impede que nos aproximemos dela. 11 Me deixei enganar
(E) tenta nos afastar dali. 12 E até me levar por você...
13 Eu sei quanta tristeza eu tive
153º) (D14) Em “... e por isso não entrava claridade na terra.” 14 Mas mesmo assim se vive
(3ºparágrafo). O pronome grifado refere-se ao fato de que 15 Morrendo aos poucos por amor
(A) a luz apareceu. 16 Eu sei o coração perdoa
(B) se formou o rio Amazonas. 17 Mas não esquece à toa
(C) a sumaumeira fechava o mundo. 18 E eu não me esqueci...
(D) estava tudo escuro. 19 Não vou mudar
(E) era sempre frio e sempre noite. 20 Esse caso não tem solução
21 Sou Fera Ferida
154º) Leia o texto a seguir. 22 No corpo, na alma e no coração...(2x)
23 Eu andei demais
Poucas pessoas classificariam o bico do tucano como 24 Não olhei prá trás
uma "monstruosidade". Mas foi assim que Buffon, um famoso 25 Era solto em meus passos
naturalista francês, o descreveu no século XVIII. Até hoje, o 26 Bicho livre, sem rumo sem laços!...
tamanho "monstruoso" do bico do tucano – o maior entre as 27 Me senti sozinho
aves, proporcionalmente ao corpo − é algo que clama por 28 Tropeçando em meu caminho
explicação. 29 À procura de abrigo
Alimentação, defesa e comunicação visual são 30 Uma ajuda, um lugar um amigo...
algumas funções óbvias já conhecidas. Agora, cientistas do 31 Animal ferido
Brasil e do Canadá acrescentaram mais um item a essa lista: 32 Por instinto decidido
termorregulação. Em um trabalho, eles mostram que os 33 Os meus rastros desfiz
tucanos são capazes de controlar o fluxo de sangue para o 34 Tentativa infeliz de esquecer...
bico, mediando, assim, a quantidade de calor que flui através 35 Eu sei que flores existiram
dele pelos vasos. É uma forma de equilibrar a temperatura 36 Mas que não resistiram a vendavais constantes
corporal – algo semelhante ao que fazem os elefantes com 37 Eu sei que as cicatrizes falam
suas orelhas. 38 Mas as palavras calam
De acordo com o estudo, o bico do tucano é 39 O que eu não me esqueci...
altamente vascularizado e transfere calor rapidamente para o 40 Não vou mudar
ambiente. Funciona como um radiador. Quando o tempo está 41 Esse caso não tem solução
quente, o pássaro aumenta o fluxo de sangue para o bico, 42 Sou Fera Ferida
para irradiar calor. Quando está frio, faz o oposto, para reter 43 No corpo, na alma e no coração...(2x)
calor. Segundo os pesquisadores, é provável que essa
característica seja comum a todas as aves, mas se torna TEXTO II
especialmente relevante no caso do tucano, por causa da Quando o amor acaba
proporção do bico, que pode representar 50% do tamanho do
animal. Psiquiatras dividem o processo de separação em
(Adaptado de Herton Escobar. O Estado de S. duas fases: primeiro vem o protesto; Depois, o desespero.
Paulo, A24, Vida&, 24 de julho de 2009) Durante a fase de protesto, em geral a pessoa abandonada
tenta obstinadamente recuperar o objeto de seu amor. Tenta
(D15) A finalidade do texto é entender o que deu errado e como poderia reacender o
(A) divulgar o resultado de um estudo. interesse do outro. Qualquer que seja a reação, porém, em
(B) relatar os procedimentos de uma pesquisa. vez de desaparecer, a paixão parece crescer.
(C) opinar acerca do bico do tucano. A reação de protesto está atrelada a
(D) instruir sobre o cuidado com as aves. neurotransmissores. Em experiências com animais, elevadas
(E) narrar os hábitos alimentares do tucano. concentrações de dopamina são associadas não apenas ao
aumento da vigilância, mas também fazem com que o
155º) (D20) Em “– o maior entre as aves, proporcionalmente indivíduo solitário identifique a falta e busque o que necessita.
ao corpo —.” (1º parágrafo). A frase isolada pelos travessões O fato de a concentração da dopamina aumentar justamente
constitui, no texto, logo após o abandono poderia esclarecer por que o interesse
(A) restrição feita à classificação usual do bico do tucano. pela pessoa perdida fica mais intenso nessa fase.
(B) observação feita pelo autor, de sentido explicativo. Mas que ironia da natureza! Mal se deixa de ter
(C) contestação do que foi afirmado anteriormente. acesso ao objeto do amor, intensifica-se justamente a
(D) descrição exata da ave pelo naturalista francês. atividade daqueles circuitos cerebrais que provocam o desejo
mais pronunciado. Além do desejo intensificado, surge o
medo, como se os indivíduos estivessem mais expostos e
ESTUDO PARA O SPAECE
vulneráveis. Nos mamíferos, há uma reação neuronal de
pânico em cadeia quando a mãe se ausenta. Nos humanos,
Língua Portuguesa
resquícios mentais dessa experiência podem ressurgir quando 16º Estudo / 2024
ocorre uma nova separação, ativando tanto mecanismos
psíquicos quanto cerebrais. 163º) (D13) Leia os textos a seguir.
ADAPTADO de:
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/quando_o_am Texto 1
or_acaba_5.html
REVISTA MENTE E CÉREBRO – edição 190 – novembro Neymar chora por lesão, mas Santos diz que não é grave
2008-11-06 Atacante sofre pisão no pé e sai carregado por massagista;
médico afirma que unha encravada incrementou a dor e que
(D02) Com base no texto I, é correto afirmar que, antes do fim, ele deve jogar contra o Corinthians.
a relação entre os amantes era marcada por
Além da difícil missão de vencer o Corinthians por
(A) constantes conflitos. (D) romantismo à moda antiga. três gols de diferença, no Pacaembu, para conquistar seu 18º
(B) evidentes infidelidades. (E) lembranças de outros amores. título paulista, o Santos pode ter mais um problema para a
(C) papéis igualmente ativos. decisão estadual de domingo.
Faltando quatro dias para a final do Estadual, o
157º) (D3) Com a frase “Não vou mudar” (linha 19), texto I, o atacante Neymar, 17, saiu machucado do treino coletivo de
personagem quer dizer que ontem. Durante a atividade no CT Rei Pelé, Neymar fez um
(A) não reatará com o ser amado. lançamento para Madson e, logo depois, sofreu um pisão no
(B) esquecerá completamente as mágoas. pé esquerdo de Pará. Deixou o gramado carregado pelo
(C) desistirá de qualquer relação amorosa. massagista Gustavo Calixto.
(D) admite reconsiderar a volta, mas sem perdão. Chorando, o atacante santista recebeu atendimento
(E) não se deixará mais ser enganado por ninguém. na lateral do campo e saiu do local de pé, amparado pelo
fisioterapeuta Avelino Buongermino.
158º) (D14) No trecho, “resquícios mentais dessa experiência Apesar da expressão de dor de Neymar após o pisão,
podem ressurgir” (linhas 16 a 17), a expressão sublinhada se o médico Carlos Braga declarou que a contusão não é grave.
refere a
(A) a ausência da mãe. (D) a intensificação do desejo. Fonte: Folha de S.Paulo, Caderno Esportes, sexta-feira, 1 de
(B) o surgimento do medo. (E) a busca do objeto do amor. maio de 2009 (com cortes)
(C) o aumento do interesse.
Texto 2
159º) (D21) O uso da forma “poderia” (linha 04) indica que a Neymar treina no Santos e é confirmado na decisão.
explicação do aumento do interesse é ‘O pisão não foi no dedo machucado. Tomamos um susto
(A) certa. (D) garantida. porque ele saiu chorando’, diz o técnico.
(B) possível. (E) necessária.
(C) desejada. SANTOS – O atacante Neymar participou
normalmente do treino técnico do Santos, nesta sexta-feira, e
160º) (D12) Quanto aos textos I e II, é correto afirmar que está escalado para enfrentar o Corinthians, domingo às 16
(A) o texto I ressalta o aspecto libertador do amor. horas, no Pacaembu, na finalíssima do Campeonato Paulista.
(B) o texto II nega a existência do amor romântico. Apesar do grande susto que deu no coletivo da véspera, não
(C) ambos os textos racionalizam o sentimento amoroso. houve nada de grave com o atacante.
(D) o texto II explica as causas biológicas das reações à Ele dividiu a bola com Pará e sofreu um pisão no pé
separação. esquerdo, caiu no campo e saiu carregado pelo massagista
(E) o texto I apresenta soluções para amenizar o sofrimento Gustavo Calixto, chorando muito. “Não foi nada”, minimizou o
amoroso. técnico Vágner Mancini na entrevista coletiva desta tarde. “O
pisão não foi no dedo machucado. Ele foi atingido apenas na
161º) (D12) Com base no texto II, é correto afirmar que o unha de outro dedo e tomamos um susto porque ele caiu
personagem-narrador do texto I chorando”, acrescentou.
(A) tenta entender o que deu errado na relação. O treinador aproveitou para negar que tenha armado
(B) experimenta o desespero pelo rompimento. uma contusão para Neymar, como estratégia para confundir o
(C) vive a contradição de uma paixão que cresce. técnico Mano Menezes. “Ao contrário do que alguém publicou,
(D) busca ardentemente reconquistar o ser amado. realmente Neymar deu um susto e não foi nada arrumado. Já
(E) passa pela fase de protesto contra o abandono. fiz isso em outro clube, mas agora não tem nada disso.”

162º) (D22) Leia o texto a seguir. Fonte: O Estado de S. Paulo, Caderno Esportes, sexta-feira, 1
de maio de 2009 (com cortes)
19 de abril
DIA DO ÍNDIO Comparando as informações das duas notícias sobre o
o dia dos que têm ocorrido com o jogador Neymar, pode-se afirmar que
os seus dias contados. (A) é dado enfoque totalmente diferente ao fato, pois o
FONTE: PAES, José Paulo. Poesia completa. São Paulo: Companhia primeiro texto reforça a dor e estimula a dúvida sobre a
das Letras, 2008, p. 261
participação de Neymar na decisão; já o segundo dá menos
importância à contusão e confirma o jogador na final.
No poema, a menção a uma data comemorativa do calendário
(B) são apresentadas as mesmas informações, pois ambos os
oficial torna-se irônica graças à opinião crítica do poeta sobre
textos afirmam que a contusão foi uma estratégia do técnico
o fato de que os homenageados
santista para confundir Mano Menezes, técnico do adversário.
(A) não sabem contar. (D) não aparecem nas estatísticas.
(C) o enfoque dado ao fato é o mesmo, pois, apesar de as
(B) estão sendo extintos. (E) recebem atenção especial.
duas notícias darem detalhes diferentes sobre o incidente,
(C) usam outro calendário.
ambas confirmam a presença do atacante na final do
campeonato.
(D) estimula-se a dúvida sobre a presença do jogador na O traçado geométrico em uma pintura ou desenho funciona
decisão do campeonato, o que pode despertar nos leitores como um elemento de construção que expressa uma vontade
maior curiosidade em ler as próximas notícias para saber se explícita do artista. O quadrado ou retângulo deitado sugere
Neymar participará ou não do jogo. força, firmeza, dureza e solidez. O círculo sugere ação,
(E) valoriza-se a postura do jogador, que, mesmo com a movimento, velocidade e rapidez. O triângulo e a forma
contusão, participou normalmente dos treinos, contrariando as piramidal sugerem equilíbrio e harmonia.
expectativas médicas sobre a evolução de seu caso.
Observe a pintura A Caridade. Qual a forma geométrica que
164º) (D4) Leia o texto a seguir. se pode perceber como de uso intencional do artista em seu
projeto e na execução de sua obra?
(A) Quadrado. (D) Triângulo.
(B) Retângulo deitado. (E) Retângulo em pé.
(C) Círculo.

166º) (D10) Leia o texto a seguir.


Níquel Náusea
Fernando Gonsales

FONTE: GONSALES, Fernando. Folha de S.Paulo, São Paulo,


19/10/2008
Fonte: INSTITUTO PATRICIA GALVÃO. Disponível em:
www.patriciagalvao.org.br/novo2/cartaz_monstro.jpg. Acesso O texto verbal que aparece nos dois balões da tirinha de
em 22 de abril de 2009 Fernando Gonsales tem a função de
(A) noticiar fatos. (D) divulgar produtos.
Da leitura de todos os elementos que compõem o cartaz, é (B) fornecer instruções. (E) expor conceitos.
correto afirmar que o texto principal denuncia que a violência (C) apresentar opiniões.
doméstica contra a mulher
(A) atinge principalmente a mãe, e a ilustração apresenta uma 167º) (D2) Leia o texto a seguir.
imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista da mulher.
(B) atinge todos os membros da família, e a ilustração Editorial
apresenta uma imagem negativa do agressor, sob o ponto de
vista de um dos filhos. Março desponta ainda um tanto tímido no calendário
(C) atinge principalmente os filhos, e a ilustração apresenta de 2009, espreguiçando-se de fevereiro. As aulas
uma imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista da definitivamente recomeçam, e do carnaval o único legado
mulher. são algumas lembranças. Mas, por isso mesmo, é também
(D) atinge todos os membros da família, e a ilustração um mês de renovação, de novas expectativas, tempo
apresenta uma imagem negativa do agressor, sob o ponto de propício para colocar a esperança para render juros
vista do próprio agressor. selvagens no universo paralelo da especulação. Isso me
(E) desestabiliza a família, e a ilustração apresenta uma lembra meu velho, um senhor supimpa que a vida ensinou a
imagem negativa do agressor, sob o ponto de vista dos dois chicote, e que só não adotou o masoquismo como bandeira de
filhos. salvação porque a perseverança sempre foi um de seus
maiores e mais admiráveis dons; por fim, ele sempre me
165º) (D4) Observe a pintura para responder ao item. dizia: “não basta ser bom, é preciso ser o melhor”. O melhor,
nesses tempos estranhos, talvez seja o menos pior.
Mas Hunter Thompson escreveu: “quando as coisas
ficam estranhas, os estranhos viram profissionais”. É possível
que isso explique por que o nerd que sentava ao seu lado
na época da faculdade – aquele mesmo, que atolou toda a
vida social na lápide de um blog assinado por um
pseudônimo – hoje ganhe 15 vezes mais que você para
trabalhar em casa, de cueca, três horas por dia. Esta é nossa
primeira edição na tão aguardada Era de Aquários: os astros
conspiram, baby; conspiremos nós também, pois.
Junior Bellé – Editor chefe
Fonte: Revista UP!- Jovem inteligente. Ano 3, no. 16, março
de 2009, p. 12 (com cortes)

De que fragmento do texto pode-se inferir que este se destina


a jovens universitários ou que já concluíram seu curso
superior?
(A) As aulas definitivamente recomeçam, e do carnaval o
único legado são algumas lembranças.
Fonte: A Caridade, 1518, Andrea Del Sarto, Museu do Louvre, (B) Tempo propício para colocar a esperança para render
Paris juros selvagens no universo paralelo da especulação.
(C) A perseverança sempre foi um de seus maiores e mais importância e a caracterizam negativamente. É o caso, no
admiráveis dons. primeiro parágrafo, das palavras
(D) Aquele mesmo, que atolou toda a vida social na lápide de (A) frouxidão, suposta, denunciada.
um blog assinado por um pseudônimo. (B) muito, argumentos, implantação.
(E) Que isso explique por que o nerd que sentava ao seu lado (C) necessidade, estímulo, simplificação.
na época da faculdade ganhe 15 vezes mais que você. (D) cultural, já, suficientemente.
(E) novo, oficial, lusófona.
168º) (D4) Leia o texto a seguir.
170º) (D1) Contra a reforma ortográfica, segundo a autora,
pesaria o argumento do alto custo ocasionado pelas
mudanças. Como acha tal gasto dispensável, ela sugere que o
dinheiro fosse mais bem aplicado
(A) na simplificação de documentos oficiais.
(B) no incentivo à educação e à cultura.
(C) na produção de dicionários atualizados.
(D) no estímulo a estudiosos do idioma.
(E) na produção de documentos de referência.
Na opinião da Mônica, o espelho 171º) (D19) Veja, a seguir, a reprodução de um outdoor.
(A) achou que ela é feia.
(B) achou que ela é a mais bonita.
(C) ficou indiferente.
(D) calou-se porque não tem opinião.
(E) não pode falar.

ESTUDO PARA O SPAECE


Língua Portuguesa Fonte: MAIS BRASIL. Disponível em:
www.maisbrasil.gov.br/campanha.php?UF=DF. Acesso em 28
de abril de2009
17º Estudo / 2024
Neste outdoor, o emprego de “mais” na frase: “Mais Brasil
169º) Leia o texto a seguir. para mais brasileiros” tem o interesse de
(A) reforçar a ideia de que haverá mais aeroportos para os
Reforma ortográfica: mais custos que benefícios brasileiros.
(B) enfatizar o fato de que Brasília terá o maior aeroporto do
Thaís Nicoleti de Camargo Brasil.
(C) destacar que Brasília terá o aeroporto mais seguro e
Muito já se falou sobre o Novo Acordo Ortográfico. A confortável do país.
frouxidão de argumentos que embasaram a sua implantação, (D) ressaltar que um número maior de brasileiros poderá
como a suposta necessidade de unificar a grafia da língua utilizar o aeroporto.
portuguesa nos países em que o idioma é oficial, em favor do (E) salientar que aumentarão a segurança e o conforto,
estímulo ao intercâmbio cultural entre as nações lusófonas e mantendo-se o tamanho do aeroporto.
da simplificação de documentos oficiais, já foi suficientemente
denunciada. 172º) (D1) Leia o texto a seguir.
É certo que o intercâmbio cultural entre os países da
chamada “lusofonia” é algo positivo, mas o que pode fomentá- Você tem um videocurrículo?
lo são antes políticas de incentivo que a supressão de hífens Ferramenta dá uma visão mais ampla do candidato ao
ou de acentos, cujo resultado prático é apenas anular emprego, o que facilita a escolha pelo recrutador
diferenças sutis que nunca impediram a compreensão dos Marília Costa e Silva
textos escritos do lado de cá ou do lado de lá do Atlântico.
A ideia de unificação, que produziu um discurso Quando se fala em currículo, o que vem à cabeça são
politicamente positivo em torno do assunto, além de não ter as folhas em papel ou as imagens de um documento
utilidade prática, gera vultoso gasto de energia e de recursos, eletrônico confeccionado no editor de texto com o nome,
que bem poderiam ser empregados no estímulo à educação e endereço, experiências profissionais, cursos e vivências do
à cultura. candidato a emprego.
Não bastasse a inconsequência do projeto em si, o Sabendo que a criatividade pode ser um diferencial
texto que o tornou oficial é tão lacunar e ambíguo que na hora de conseguir uma colocação, muita gente está
desafiou os estudiosos do idioma tanto no Brasil como em descobrindo que existem, além do currículo tradicional, outras
Portugal, fato que levou à produção de dicionários com formas de se mostrar para o mercado. Uma delas é o
grandes discrepâncias entre si. videocurrículo.
Sem um objetivo claro e com severas implicações Usando imagens e sons, a pessoa que busca uma
financeiras, a reforma ortográfica apoia-se num documento colocação no mercado pode gravar um pequeno vídeo para
lacunar e numa obra de referência marcada pela hesitação e falar diretamente com as empresas, registrando seus objetivos
pela inconstância nos critérios de regularização. Fica a profissionais e suas experiências anteriores.
incômoda impressão de que os custos serão bem maiores que Segundo o consultor técnico Emerson Jordão, como
os supostos benefícios. a internet tende a ser menos pessoal, esse novo tipo de
currículo dá uma visão mais ampla do candidato, para aqueles
que contratam e pode ser um ponto decisivo para a escolha, já
FONTE: Folha de S. Paulo, 22 de abril de 2009, p. A3 (com
que permite uma exposição muito mais detalhada de quem
cortes)
busca o emprego.
Além de enviar o videocurrículo para o empregador, o
(D19) A fim de explicitar o que pensa da nova reforma
candidato pode optar por postá-lo no próprio site pessoal
ortográfica, a autora utiliza palavras que relativizam sua
como forma de divulgar sua mão de obra.
Fonte: Jornal O Popular. Goiânia, 20/10/2008, p. 14 (com cortes) (D4) Comparando a fala do primeiro balão com a do último, é
correto afirmar que
Segundo a autora, o candidato a emprego que decidir divulgar (A) há uma relação intertextual entre elas, embora haja
seu videocurrículo para concorrer a uma vaga no mercado diferenças de estrutura sintática entre uma e outra.
poderá fazer isso (B) sob o ponto de vista conceitual, a expressão “lei da selva”
(A) imprimindo-o em folhas de papel ou transformando-o em tem uma extensão mais ampla que “lei da gravidade”, que tem
documento eletrônico. sentido especializado.
(B) confeccionando-o no editor de texto ou registrando-o (C) a forma verbal “Lamento” sugere a relação respeitosa que
diretamente nas empresas. as personagens estabelecem entre si na tirinha.
(C) enviando-o para o empregador nas empresas ou (D) a conjunção “mas” poderia ser substituída, somente no
postando-o no próprio site pessoal. primeiro quadrinho, por porém ou no entanto.
(D) registrando-o junto a consultores técnicos ou expondo-o a (E) a expressão “lei da gravidade” não pode ser entendida,
quem busca uma colocação. devido ao contexto sarcástico, como um termo técnico da
(E) expondo-o criativamente na internet ou enviando-o a Física.
antigos empregadores.
175º) (D4) A imagem no segundo quadrinho
173º) (D2) Na teoria das Inteligências Múltiplas, Howard (A) comprova que a lei da selva é válida em todas as
Gardner (1985) define inteligência como a habilidade para situações.
resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos (B) é incompatível com o que ocorreu no primeiro quadrinho.
em um ou mais ambientes culturais e lista sete tipos de (C) reforça o lamento do gato no começo da tirinha.
inteligência, afirmando que o ser humano comumente faz uso (D) permite ao rato fazer a observação que está no último
de mais de um tipo ao mesmo tempo: balão.
1) linguística (habilidade para usar a linguagem para (E) mostra a indignação do rato para com a postura do gato.
convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias).
2) lógico-matemática (sensibilidade para padrões, ordem e 176º) (D1) Leia o texto a seguir.
sistematização).
3) espacial (habilidade para manipular formas ou objetos Viagem mais curta para a serra
mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, Rodovia terá o maior túnel do país e moradores de Caxias
equilíbrio e composição, numa representação visual ou deixarão de pagar pedágio
espacial). Geraldo Perelo
4) musical (habilidade para apreciar, compor ou reproduzir
uma peça musical). Vai ficar mais fácil e seguro para o morador da
5) cinestésica (habilidade para usar a coordenação grossa ou Baixada subir a Serra de Petrópolis. Além disso, a população
fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos vai ganhar uma área ecoturística entre Caxias e a cidade
movimentos do corpo e na manipulação de objetos com serrana. Para isso, será necessária a construção do maior
destreza). túnel do Brasil e a ampliação de estrada que liga os dois
6) interpessoal (habilidade para entender e responder municípios. Os planos estão na fase final de elaboração pela
adequadamente a humores, temperamentos, motivações e Concer, concessionária que administra a BR-040 (Rio-Juiz de
desejos de outras pessoas). Fora). Para concretizar o projeto, serão investidos cerca de R$
7) intrapessoal (habilidade para ter acesso aos próprios 650 milhões.
sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e lançar mão O projeto prevê a remoção da praça de pedágio,
deles na solução de problemas pessoais.) passando de KM 104 para o KM 102, liberando os 55 mil
moradores de Xerém da taxa, que vem sendo cobrada desde
Imagine que uma pessoa esteja ouvindo uma música em um 1996.
show ao vivo e ela seja instigada a dançar a noite inteira. Que A rodovia vai ganhar uma nova pista de subida da
tipos de habilidade ela poderia estar praticando? Serra e o túnel terá quase cinco quilômetros de extensão,
(A) Apenas 1, 4 e 5. (D) Apenas 3, 4 e 5. entre Belvedere e a comunidade de Duarte da Silveira, para
(B) Apenas 2, 3 e 4. (E) Apenas 4, 5, 6 e 7. encurtar o trajeto e reduzir o tempo de viagem em 15 minutos,
(C) Apenas 2, 3, 4 e 7. até Petrópolis.
(...)
174º) Leia a tirinha a seguir. Jornal O Dia, 07/11/2010

LAMENTO, MAS
ESTA É A
De acordo com o texto, vai ficar mais fácil e seguro para o
LEI DA SELVA! morador da Baixada subir a Serra de Petrópolis graças
(A) à criação de uma área ecoturística entre Caxias e a cidade
serrana.
(B) à construção do maior túnel do Brasil e à ampliação de
estrada.
(C) à remoção da praça do pedágio.
(D) à construção de uma nova pista de subida da Serra.
(E) à redução do tempo de viagem em 15 minutos.

LAMENTO, MAS
ESTA É A
LEI DA GRAVIDADE!

http://www.niquel.com.br
cuidar. Deus me livre de ainda inventar uma amolação dessas
ESTUDO PARA O SPAECE (...)
Língua Portuguesa Fonte: Adaptado de Sabino, Fernando. Apud BENDER, Flora,
org. Fernando Sabino: Literatura comentada. São Paulo.
18º Estudo / 2024 Observe a frase: “Onde você arranjou isso?” A palavra em
destaque mostra que a mãe
177º) (D5) Leia o texto a seguir. (A) não sabe que se trata de um cachorro.
O quanto antes (B) mostra- se surpresa ao ver o cachorro
(C) mostra desdém em relação ao animal.
A primeira vitória do Pan-Americano de 2007, no Rio, (D) mostra-se irritada com o filho.
já pode ser detectada: a parceria entre Estado e Prefeitura no (E) mostra-se decepcionada com o filho.
anúncio do pacote de obras para melhorar o transporte da
capital. A governadora Rosinha Garotinho e o prefeito César 179º) (D6) Leia o texto a seguir.
Maia pretendem pedir audiência ao Governo Federal e
conseguir financiamento para projetos que incluem a Acho que tou
construção da Linha 6 do metrô, ligando a Barra da Tijuca a
Duque de Caxias. - Acho que tou - disse a Vanessa.
O metrô é um sistema de transporte moderno e - Ai, ai, ai - disse o Cidão.
inteligente que, eficientemente ampliado, poderia evitar as No entusiasmo do momento, os dois a fim e sem um
mazelas que o Rio enfrenta hoje: caos nas ruas, poluição, preservativo à mão, a Vanessa tinha dito “Acho que dá”. E
ônibus superlotados, escassez de vagas, flanelinhas, agora aquilo. Ela podia estar grávida.
transporte ilegal, acidentes. Do “Acho que dá” ao “Acho que tou”. A história de
As grandes capitais do mundo souberam investir uma besteira.
nisso. O metrô de Nova Iorque tem 25 linhas que percorrem Mais do que uma besteira. Se ela estivesse mesmo
471 quilômetros. Paris tem 15 linhas e 212 quilômetros. grávida, uma tragédia. Tudo teria que mudar na vida dos dois.
Londres, a pioneira nos trilhos subterrâneos, tem 12 linhas O casamento estava fora de questão, mas não era só isso. A
com 415 quilômetros. Aqui no Rio, o metrô foi inaugurado em relação dos dois passaria a ser outra. A relação dela com os
1979 e até hoje tem apenas duas linhas, num total de 34 pais. Os planos de um e de outro. O vestibular dela, nem
quilômetros. Privilégio para poucos. pensar. O estágio dele no exterior, nem pensar. Ele não iria
Que o Pan 2007 tire pelo menos a Linha 6 do papel, abandoná-la com o bebê, mas a vida dele teria que dar uma
e o quanto antes. Iniciadas as obras, restará à população guinada, e ele sempre culparia ela por isto. Ela não saberia
fiscalizar para que tudo saia a contento e o investimento não como cuidar de um bebê, sua vida também mudaria
perca nos túneis do desvio de dinheiro público. radicalmente. E se livrarem do bebê também era impensável.
Jornal O DIA – 08.08.2003 Uma tragédia.
O texto acima apresenta como tema - Quando é que você vai saber ao certo?
(A) A construção da Linha 6 do metrô. - Daqui a dois dias.
(B) Os meios de transporte de Nova Iorque. Durante duas noites, nenhum dos dois dormiu. No
(C) A parceria entre Estado e Prefeitura para melhoria do terceiro dia ela chegou correndo na casa dele, agitando um
transporte no Rio. papel no ar. Ele estava no seu quarto, adivinhou pela alegria
(D) A ineficiência dos meios de transporte do Rio. no rosto dela qual era a grande notícia.
(E) A modernização do transporte público. -Não tou! Não tou!
Abraçaram-se, aliviados, beijaram-se com ardor,
178º) (D3) Leia o texto a seguir. amaram-se na cama do Cidão, e ela engravidou.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. “Acho que tou” In: Mais
O melhor amigo Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
p. 65-66.
A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a
porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro Encontramos registro de um fato, no seguinte texto, em:
e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se (A) “No entusiasmo do momento, os dois a fim e sem um
voltasse para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu preservativo à mão, (...)”
quarto. (B) “Mais do que uma besteira. Se ela estivesse mesmo
- Meu filho? – gritou ela. grávida, uma tragédia.”
- O que é – respondeu, com o ar mais natural que lhe (C) “A relação dos dois passaria a ser outra.”
foi possível. (D) “O casamento estava fora de questão, mas não era só
- Que é que você está carregando aí? isso.”
Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara (E) “Ela não saberia como cuidar de um bebê, (...)”
a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
- Eu? Nada... 180º) (D3) Leia o texto a seguir.
- Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o O almirante negro
jeito era procurar comovê-la. (João Bosco-Aldir Blanc)
Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à
mãe o que estava carregando: Há muito tempo nas águas da Guanabara
- Olha aí, mamãe: é um filhote... O Dragão do Mar reapareceu
Seus olhos súplices aguardavam a decisão. Na figura de um bravo marinheiro
- Um filhote? Onde é que você arranjou isso? A quem a história não esqueceu
- Achei na rua. Tão bonitinho, não é, mamãe? Conhecido como o Almirante Negro
Sabia que não adiantava: ela já chamava o filhote de Tinha a dignidade de um mestre-sala
isso. Insistiu ainda:
- Deve estar com fome, olha só a carinha que ele faz. E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
- Trate de levar embora esse cachorro agora mesmo! Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
- Ah, mamãe ...- já compondo uma cara de choro. Jovens polacas e por batalhões de mulatas
- Tem dez minutos para botar esse bicho na rua. Já Rubras cascatas jorravam das costas dos negros
disse que não quero animais aqui em casa. Tanta coisa para Pelas pontas das chibatas
Inundando o coração de toda tripulação 183º) (D2) Leia o texto a seguir.
Que a exemplo do marinheiro gritava então
Quadrilha
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias João amava Teresa que amava Raimundo
Glória a todas as lutas inglórias que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
Que através da nossa história que não amava ninguém.
Não esquecemos jamais João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Salve o almirante negro Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Que tem por monumento Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
As pedras pisadas do cais que não tinha entrado na história.
Mas faz muito tempo... (ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. 12ª ed. Rio de
Fonte: Jornal O Dia, 21.11.2010. Janeiro, J. Olympio, 1978. p. 136.)

No texto, a expressão em destaque refere-se O poema é marcado pelo (a)


(A) ao dragão do mar representado pela figura de um bravo (A) alegria. (D) eterno encontro.
marinheiro. (B) frustração. (E) amargura.
(B) ao Almirante negro. (C) romantismo.
(C) ao sangue que escorria nas costas dos negros.
(D) ao coração dos escravos negros. 184º) (D4) Leia a tirinha a seguir.
(E) à glória de lutas inglórias.

181º) (D2) Leia o texto a seguir.

Lobato ataca o caboclo


Marcelo Coelho

Monteiro Lobato (1882-1948) será sempre lembrado


como o autor das histórias infantis do Sítio do Picapau
Amarelo. Sua atividade como polemista, todavia, foi marcante (http://www.monica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira294)

nas primeiras décadas do século passado. Velha Praga, artigo


publicado em 1914, contra o costume das queimadas no “Chove todo dia...” (1° quadrinho).
interior paulista, revelou-o no cenário nacional. Tendo herdado
uma fazenda do avô, em 1911, Lobato ficou chocado com o A alternativa em que a palavra todo tenha o mesmo
comodismo dos caboclos que viviam em suas terras. significado que o da tirinha anterior é
Reagindo, talvez, ao impacto de Os Sertões, de Euclides da (A) Todo o dia chove aqui. (D) Meu aluno chegou todo feliz.
Cunha (publicado em 1902), Lobato reage contra as (B) Todo o bolo tinha formigas. (E) Ele está todo sujo.
idealizações do sertanejo nesse texto de 1914. Logo em (C) O livro foi lido por todo aluno.
seguida, em 1918, ele corrigiria sua visão sobre a indolência
do caipira. Não se tratava de deficiência moral, mas de
doença física, de verminose principalmente. É típico do
pensamento conservador atribuir a pobreza à falta de vontade
ESTUDO PARA O SPAECE
psíquica, em vez de procurar causas materiais para o
problema. O estereótipo do jeca, criado por Lobato em sua
Língua Portuguesa
fase conservadora, teria de todo modo grande êxito 19º Estudo / 2024
(Revista Língua Portuguesa, nº 7, pág. 34, 2006)
O título dado ao texto se justifica porque 185º) (D4) Leia a tirinha a seguir.
(A) o patrimônio de Monteiro Lobato estava sendo ameaçado.
(B) o homem do campo leva sua vida de forma simples.
(C) Lobato fizera críticas ao desleixo do caipira.
(D) Monteiro Lobato era famoso por seus preconceitos.
(E) Lobato critica o caboclo no Sítio do Picapau Amarelo.

182º) (D17) Leia o texto a seguir.

A flor da paixão

Os índios a chamavam de mara kuya: alimento da


cuia. Contém passiflorina, um calmante; pectina, um protetor Infere-se do segundo quadrinho da tira que
do coração, inimigo do diabetes. Rica em vitaminas A, B e C; (A) Calvin não tem consciência da alienação gerada pela TV
cálcio, fósforo, ferro. A fruta é gostosa de tudo quanto é jeito. às pessoas.
E que beleza de flor! (B) a TV é uma forma de entretenimento passivo.
Mylton Severiano. Almanaque de Cultura Popular, ano 10, set./2008, (C) Calvin tem consciência de que está sujeito a tornar-se um
n.º 113 (com adaptações).
ser alienado.
(D) a TV tem poder hipnótico sobre o Calvin.
Na construção da textualidade, assinale a função do conectivo
(E) é impossível a TV deixar as pessoas alienadas.
“E”, que inicia a última frase do texto.
(A) Introduzir a justificativa para o nome da flor.
186º) (D2) Leia o texto a seguir.
(B) Exercer função semelhante à de uma preposição.
(C) Substituir sinal de pontuação na estrutura sintática.
Testes
(D) Acrescentar o substantivo “jeito” ao substantivo “beleza”.
(E) Adicionar argumentos a favor de uma mesma conclusão.
Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um
site da Internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud
diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o
resultado foi o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a (B) “(...) Amarra uma de rosto na cabeça e enrola outra de
marcaram até os doze anos, depois disso você buscou banho no corpo.”
conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. (C) “Índio ainda é mais fácil.(...)”
Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. (D) “Contou que foi de índio porque em casa tinha dois
Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal espanadores.”
com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca. (E) “Quando voltou para casa estava ziguezagueando.”
Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo
que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder 188º) (D2) Leia o texto a seguir.
tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas
alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha Conselho
personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: (Adilson Bispo / Zé Roberto)
“Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12
anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para Deixe de lado esse baixo astral
seu amadurecimento”. Erga a cabeça enfrente o mal
MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado). Que agindo assim será vital para o seu coração

Do texto acima, deduz-se que É que em cada experiência se aprende uma lição
(A) os testes propostos por sites da Internet são confiáveis. Eu já sofri por amar assim
(B) os testes propostos por sites da Internet apresentam Me dediquei mas foi tudo em vão
resultados generalizantes. Pra que se lamentar
(C) os resultados dos testes não correspondem às Se em sua vida pode encontrar
perspectivas das pessoas. Quem te ame com toda força e ardor
(D) os resultados dos testes da Internet afirmam que os Assim sucumbirá a dor (tem que lutar)
indivíduos são seres únicos.
(E) os resultados dos testes da internet dependem da forma Tem que lutar
como são respondidos. Não se abater
Só se entregar
187º) (D6) Leia o texto a seguir. A quem te merecer

O índio Não estou dando nem vendendo


Como o ditado diz
Contou como é que foi. Disse que – de repente- O meu conselho é pra te ver feliz
resolveu se fantasiar, coisa que não fazia há anos. Podia optar (http://www.letras.com.br/almir-guineto/conselho)
por duas fantasias: a de árabe ou a de índio, que são as mais
fáceis de se fazer a domicílio. Árabe – sabem como é – a O ditado popular a que se refere a letra do samba no verso 16
gente faz até com toalha escrito “Bom Dia”. Amarra uma de “Como o ditado diz” está corretamente reproduzido em
rosto na cabeça e enrola outra de banho no corpo. Por baixo: (A) “Mais vale um pássaro na mão que dois voando.”
cueca. Nos pés: sandália. Não fica um árabe rico, mas já dá (B) “Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia.”
pro consumo. (C) “É na necessidade que se conhece o amigo.”
Índio ainda é mais fácil. Faz-se com uma toalha só, (D) “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se
bem colorida. Enrola-se a dita na cintura, com short por baixo. acabe.”
Na cabeça coloca-se o que antes foi o espanador. (E) “Casa de ferreiro, espeto de pau.”
Contou que foi de índio porque em casa tinha dois
espanadores. Não ficou um índio legal. Mas também não 189º) (D5) Leia a tirinha a seguir.
chegava a ser desses índios mondrongos que tiravam retrato
com o Dr. Juscelino.
Se tivesse saído de árabe não teria apanhado a
vizinha, distinta que vinha cercando desde setembro, quando
ela se mudara para o 201. E continuou contando. Índio de
óculos também já era debochar demais da realidade. Assim,
ao sair pela aí, deixou os óculos na mesinha-de-cabeceira.
Andou pela Avenida, viu as tais sociedades carnavalescas e
depois entrou num bar para lavar a caveira.
Quando voltou para casa estava ziguezagueando.
Bebera de com força e entrou no edifício balançando. E –
coitado – sem óculos, não enxergava direito. Subiu no
elevador, saltou no segundo e foi se encostando pelas
paredes no corredor. Tava um índio desses que quer apito.
- Que é que tem tudo isso a ver com a vizinha?
Sem óculos – tornou a explicar – em vez de entrar no
202 (seu apartamento), viu a porta do 201 aberta e foi
entrando de índio e tudo.
- Era o apartamento da vizinha?
- Era.
- E ela?
- No começo não quis. Mas acabou entrando pra
minha tribo.

PRETA, Stanislaw Ponte. O Índio. In: Tia Zulmira e Eu. Rio de (Caulos, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1978, in
http://www.inep.gov.br/download/enem/2001/prova/amarela_2001.pdf)
Janeiro: Civilização Brasileira. 8 ed. 1994. p. 178-179.
Os quadrinhos do texto anterior falam de
Que trecho do texto traduz uma opinião do narrador acerca do
(A) desmatamento. (B) seca. (C) enchente.
fato narrado?
(D) descaso das autoridades. (E) futebol.
(A) ” (...) resolveu se fantasiar, coisa que não fazia há anos.”
190º) (D10) Leia o texto a seguir.
ESTUDO PARA O SPAECE
Dormir fora de casa pode ser tormento
Mirna Feitosa
Língua Portuguesa
20º Estudo / 2024
A euforia de dormir na casa do amigo é tão comum
entre algumas crianças quanto o pavor de outras de passar 192º) (D4) Leia o texto a seguir.
uma noite longe dos pais. E, ao contrário do que as famílias
costumam imaginar, ter medo de dormir fora de casa não tem
nada a ver com a idade. Assim como há crianças de três anos
que tiram essas situações de letra, há pré-adolescentes que
chegam a passar mal só de pensar na ideia de dormir fora,
embora tenham vontade.
Os especialistas dizem que esse medo é comum. A
diferença é que algumas crianças têm mais dificuldade para
lidar com ele. “Para o adulto, dormir fora de casa pode parecer
algo muito simples, mas, para a criança, não é,porque ela tem
muitos rituais, sua vida é toda organizada, ela precisa sentir
que tem controle da situação”, explica o psicanalista infantil
Bernardo Tanis, do Instituto Sedes Sapientiae. Dormir em
outra casa significa deparar com outra realidade, outros
costumes. “É um desafio para a criança, e novas situações
geram ansiedade e angústia” , afirma. (...)
(Folha de S. Paulo, 30/8/2001)

A finalidade do texto acima é Fonte: Revista Veja. 30 jul. 1997, p. 15


(A) entreter. (D) convencer.
(B) informar. (E) admoestar. Infere-se, da imagem acima, que
(C) relatar. (A) a evolução dos meios de comunicação faz com que as
pessoas desliguem-se das pessoas próximas.
191º) (D10) Leia o texto a seguir. (B) as pessoas gostam da comunicação mútua.
(C) cada vez mais cedo, os jovens aprendem a lidar com a
Tragédia brasileira tecnologia.
(D) os modernos meios de comunicação possibilitam um
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de contato maior com as pessoas ao nosso redor.
idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com (E) nas férias as pessoas se desligam completamente dos
sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os meios eletrônicos para curtir somente a natureza.
dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num 193º) (D10) Leia o texto a seguir.
sobrado do Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava
tudo quanto ela queria. A tristeza é uma emoção criada para permitir um
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, ajustamento a uma grande perda ou uma decepção
arranjou logo um namorado. importante. E os especialistas sabem que quando a tristeza é
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, muito profunda, aproximando-se da depressão, a velocidade
um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa. metabólica do corpo fica muito reduzida, o que originalmente
Viveram três anos assim. deveria deixar a pessoa quase imobilizada, em casa, onde há
Toda vez que Maria Elvira arranjava um namorado, menos perigo e mais segurança.
Misael mudava de casa. Luiz Lobo, para a TVE - Site:
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua www.tvebrasil.com.br/links/homo/historia/historia/htm
General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua
Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra A finalidade do texto acima é
vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do (A) informar. (D) convencer.
Mato, Inválidos... (B) relatar. (E) entristecer.
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado (C) divertir.
de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros e a
polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de 194º) (D13) Leia os textos a seguir.
organdi azul.
Fonte: BANDEIRA, Manuel. “Tragédia Brasileira”. In: Poesia Completa TEXTO I
e Prosa. Rio de Janeiro, Cia. José Aguilar Editora, 1967. p. 283.
A festa da Penha
A finalidade do texto acima é Olavo Bilac
(A) narrar. (D) divertir.
(B) descrever. (E) questionar. Pelas estradas que levam à ermida branca, uma
(C) argumentar. quinta parte da população carioca irá rezar e folgar lá em
cima. Por toda a manhã, e toda a tarde, ferverá na Penha o
pagode; e, sentados à vontade na relva, devastando os farnéis
bem providos de viandas gordas e esvaziando os “chifres”
pejados de vinho, os romeiros celebrarão com gáudio a festa
da compassiva Senhora.
Vocabulário:
ermida: pequena igreja / viandas: carnes / pejados: cheios /
gáudio: alegria / compassiva: piedosa.
TEXTO II TEXTO II
A letra original de ‘O Mestre-sala dos Mares’
Romaria Em 1974, a ditadura exigiu mudanças até no título do
Carlos Drummond de Andrade samba em homenagem a João Cândido, líder da Revolta da
Chibata. Na véspera dos 100 anos do motim contra os
No alto do morro chega a procissão. castigos físicos na Marinha, o Informe publica a letra original.
No adro da igreja há pinga, café, Ah, Dragão do Mar foi o jangadeiro que, em 1884, impediu o
Um leproso de opa empunha o estandarte. embarque de escravos em Fortaleza e precipitou a Abolição
Imagens, fenômenos, baralhos, cigarros no Ceará.
As coxas das romeiras brincam no vento. Jornal O Dia, 21.11.2010.
E um sol imenso que lambuza de ouro
Os homens cantam, cantam sem parar. Em relação aos textos abaixo, é correto afirmar que
O pó das feridas e o pó das muletas. (A) O texto I apresenta a letra do samba em sua versão
Vocabulário - Opa: Espécie de capa sem mangas. original e o texto II ratifica isso.
(B) O texto II faz um esclarecimento acerca das mudanças
Em relação à estrutura formal dos textos I e II, é correto feitas no texto I por ocasião da Ditadura.
afirmar que (C) O texto II faz referência as poucas mudanças na letra do
(A) o texto I está organizado em períodos que compõem um samba por ocasião da Ditadura.
parágrafo. (D) Devido à Ditadura, o texto I utiliza uma linguagem
(B) no texto II há o predomínio da ordem direta. denotativa.
(C) o texto I está organizado em versos. (E) Dragão do Mar foi quem assinou a Lei Áurea.
(D) o texto II está repleto de rimas.
(E) a linguagem é bem simples e de fácil entendimento. 197º) (D13) Leia os textos a seguir.

195º) (D13) Leia os textos a seguir. TEXTO I


Quarto de badulaques
TEXTO I
Evocação do Recife - (Fragmento) Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito
sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas
Vinha da boca do povo na língua errada do povo informações sobre as regras da gramática, que eu não
Língua certa do povo respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra
Ao passo que nós no último “Quarto de badulaques”. Acontece que eu,
O que fazemos acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei
É macaquear em “varreção”? do verbo “varrer”. De fato, tratava-se de um
A sintaxe lusíada. equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma
MANUEL BANDEIRA. “Evocação do Recife.” In Poesia completa e reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa,
prosa. se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 dicionário (...). O certo é “varrição”, e não “varreção”. Mas
estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de
TEXTO II mim, porque nunca os ouvi falar de “varrição”. E se eles rirem
Defesa da inventividade popular (“o povo é o inventa- de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do
línguas”, Maiakovski) contra os burocratas da sensibilidade, dicionário(...). Porque para eles não é o dicionário que faz a
que querem impingir ao povo, caritativamente, uma arte oficial, língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas gerais,
de ‘boa consciência’, ideologicamente retificada, dirigida. fala “varreção”, quando não “barreção”. O que me deixa triste
(...) sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o
Mas o povo cria, o povo engenha, o povo cavila. O que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa,
povo é o inventa-línguas, na malícia da mestria, no matreiro não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está
da maravilha. O visgo do improviso, tateando a travessia, rachado.
azeitava o eixo do sol... O povo é o melhor artífice. (Rubem Alves, Quarto de badulaques)
Haroldo de Campos. “Circulado de Fulô”, in Isto não é um livro de
viagens. 16 fragmentos de
“Galáxias”. CD gravado no Nosso Estúdio, São Paulo, para a Editora TEXTO II
34, Rio de Janeiro, 1992. O gigolô das palavras (Fragmento)
* Maiakovski – poeta russo que viveu entre 1893 e 1930. (...)
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade
Em relação aos textos I e II, observa-se a valorização do falar gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um
do povo brasileiro. No entanto, há um trecho do texto I que gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-
apresenta uma crítica negativa em relação a esse falar. Essa as com a deferência de um namorado ou com a tediosa
crítica está em formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com
(A) “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros” que cuidado, com que temores e obséquios ele consentiria em
(B) “Vinha da boca do povo na língua errada do povo” sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de
(C) “Língua certa do povo” lexicógrafos, etimologias e colegas. Acabaria impotente,
(D) “Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil” incapaz de uma conjunção. A gramática precisa apanhar
(E) “Mas o povo cria, o povo engenha, o povo cavila.” todos os dias para saber quem é que manda.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. “O gigolô das palavras”. In: Mais
Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p.145.
196º) (D13) Leia os textos a seguir.
Acerca dos textos I e II é correto afirmar que
TEXTO I - O almirante negro - (João Bosco-Aldir Blanc) /
(A) os dois textos defendem o uso das regras gramaticais em
Obs.: é o mesmo do item 180º.
qualquer situação.
(B) o amigo do enunciador do texto 1 é um gigolô das
palavras.
(C) os enunciadores dos dois textos comportam-se como um (D) à narradora que descreve a cena sem ter participado da
gigolô das palavras. mesma.
(D) os enunciadores dos textos são contra à obediência às (E) à mãe da narradora.
normas gramaticais.
(E) o enunciador do texto I comporta-se como um gigolô das 200º) (D11) Leia o texto a seguir.
palavras, diferentemente do texto II.

198º) (D15) Leia o texto a seguir.

A compra de armas deve ser proibida?

Estou convencido de que, em benefício da segurança


de todo o povo, o comércio de armas deveria ser bastante
restringido e rigorosamente controlado. Todos os argumentos
usados, pelos meios de comunicação e no Congresso
Nacional, em favor da ampla liberdade na venda e compra de
armas procuram esconder o verdadeiro e real objetivo, que é o
comércio de armas, altamente lucrativo e causa das maiores
tragédias sociais e individuais da humanidade. É
absolutamente falso dizer que o comércio deve ser livre para
dar segurança aos cidadãos honestos, pois quem tem o dever
legal de dar segurança ao povo é o governo, que recebe
impostos e tem gente treinada para executar essa tarefa,
estando realmente preparado para enfrentar criminosos. Se os
organismos policiais são deficientes, o caminho é a Fonte: http://letras.terra.com.br/renato-russo/74502/
mobilização de toda a sociedade exigindo eficiência – e não a
barbárie da autodefesa, que fatalmente acaba gerando os A letra da música acima constitui um texto narrativo. O trecho
justiceiros privados, arbitrários e violentos, não trazendo que representa o clímax dessa narrativa é
nenhum benefício para os que não têm dinheiro para comprar (A) “Ela passou do meu lado (...)”.
armas sofisticadas nem vocação para matadores. Não me (B) “ (...) Ela então sorriu pra mim (...)”
parece necessário chegar ao extremo da proibição, mas a (C) “(...) E um beijo aconteceu (...)”
venda de armas aos cidadãos deveria se restringir a casos (D) “(...) outro beijo lhe pedi (...)”
excepcionais, definidos em lei. (E) “(...) E eu estou sem ela (...)”
Dalmo Dallari – Folha de São Paulo

A tese do texto abaixo é


(A) o comércio de armas deveria ser bastante restringido e
rigorosamente controlado.
(B) o comércio deve ser livre para dar segurança aos cidadãos
honestos.
(C) o governo tem o dever legal de dar segurança ao povo.
(D) a liberação do comércio de armas gera justiceiros privados
arbitrários e violentos.
(E) os organismos policiais são deficientes, ocaminho é a
mobilização da sociedade.

199º) (D21) Leia o texto a seguir.

De Quem São Os Meninos De Rua? (Fragmento)

Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou meu


braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo
que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não
estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse um Menino De
Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim
que a gente divide. Menino De Família é aquele bem vestido
com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a
mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua.
Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto
segura a bolsa com força por que pensa que ele é pivete,
trombadinha, ladrão. (...).
Na verdade não existem Meninos De Rua. Existem
meninos Na rua. E toda vez que um menino está NA rua é
porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos
lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos
anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver
quem os põe na rua. E por quê.
COLASSANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro, Rocco,
1999.
O pronome EU, que inicia o texto, refere-se
(A) à mãe de um menino de rua.
(B) à mãe de um menino de família.
(C) à narradora que é uma das personagens do texto.

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