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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 2
2. Objetivos ................................................................................................................................. 3
❖ Geral ................................................................................................................................. 3
❖ Específicos ....................................................................................................................... 3
3. Metodologia ............................................................................................................................ 3
4. Fundações ............................................................................................................................... 4
❖ Definição .......................................................................................................................... 4
❖ Classificação..................................................................................................................... 4
❖ Critérios a se ter em conta para a escolha do tipo de Fundação ....................................... 5
5. Características das Fundações................................................................................................. 6
❖ Superficiais ....................................................................................................................... 6
❖ Profundas ........................................................................................................................ 10
1. Estacas ........................................................................................................................ 11
2. Tubulões ..................................................................................................................... 18
6. Conclusão.............................................................................................................................. 22
7. Bibliografia ........................................................................................................................... 23

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1. Introdução

No nosso dia-a-dia é comum ouvirmos o termo fundação principalmente quando se trata de


construção, importa saber que fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao
terreno as cargas da estrutura. Devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas
pelos esforços solicitantes. O solo deve ter resistência e rigidez apropriada para não sofrer ruptura
e não apresentar deformações exageradas ou diferenciais.

O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que fica abaixo do solo
(podendo ser constituída por bloco, estaca ou tubulão, por exemplo) e o maciço de solo envolvente
sob a base e ao longo do fuste.

Quando o projecto estrutural é elaborado em separado do projecto de fundação, considera-se,


durante o dimensionamento das estruturas, que a fundação terá um comportamento rígido,
indeslocável. Na realidade, tais apoios são deslocáveis e esse fator tem uma grande contribuição
para uma redistribuição de esforços nos elementos da estrutura. É neste contexto que o trabalho
vai debruçar sobre as fundações.

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2. Objetivos

❖ Geral
1. Abordar o conteúdo inerente às fundações/ Estacas;

❖ Específicos
a) Entender alguns aspetos ligados a escolha de Fundações;
b) Classificar e discernir as Fundações
c) Mostrar a sequências executivas de algumas Fundações.

3. Metodologia

O trabalho, foi realizado mediante o estudo das pesquisas bibliográficas, bem como o uso da
internet onde foram adquiridos certos artigos que ajudaram na aquisição de informações
essências para o esclarecimento de casos ligados a fundações / estacas.
Neste âmbito foi feito o levantamento de dados para suprir, explanando acerca da objetivação e
contextualização do trabalho de fundações / estacas.

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4. Fundações

❖ Definição

O termo Fundação é utilizado para designar a parte de uma estrutura que transmite ao
terreno subjacente seu peso próprio e qualquer outra força que atue sobre ela.
A fundação é, portanto, o elemento de ligação entre a superestrutura e o solo.
Em Geral, a Fundação é o elemento estrutural que recebe as cargas da estrutura e transmite ao
solo.

❖ Classificação

Para o presente trabalho adotar-se-á classificação segundo o tipo e segundo as funções:


A- Segundo o Tipo:

1. Fundações Superficiais (Diretas ou Rasas) – Aquelas em que a carga da estrutura


da edificação é transmitida ao solo pelas pressões distribuídas através da base da
fundação.

2. Fundações Profundas – são aquelas cuja carga proveniente da estrutura é


transmitida por meio da resistência de ponta (base da estaca), pela resistência de fuste
(atrito lateral da estaca com o solo, ou compressão lateral da estaca pelo solo) ou
ambas.

B- Segundo as Funções:

1. Sapatas – são fundações semiflexíveis em betão armado (trabalham a flexão), por


tanto, devem ser dimensionadas estruturalmente (alturas, inclinações, armaduras
necessárias) tendo em conta os regulamentos de estruturas de betão armado.
As Sapatas são basicamente dimensionadas para que as tensões que atuam sobre a fundação
sejam resistidas pela armadura e não pelo betão. Estas têm uma capacidade de carga de baixa a
média e sua utilização depende dos resultados das sondagens de reconhecimento do subsolo.
Estas são comumente aplicadas em solos mais concisos, como exemplo a argila rija, terreno
rochoso, e mais.

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2. Bloco – é um elemento de fundação superficial em betão simples, dimensionado de
modo a que as tensões nele resultantes sejam resistidas pelo Betão sem necessidade
de armadura.

3. Estacas – são elementos de fundação profunda (Tem mais de 3m de profundidade)


executadas com equipamentos e ferramentas, e são utilizadas para transmitir as cargas
da edificação para o solo através da resistência lateral ou da resistência de ponta.

4. Tubulões – são elementos de fundações profundas escavadas, cuja etapa final há


descida de pessoas para que se faça o alargamento da base ou limpeza do fundo da
escavação.

5. Caixões – são o tipo de fundação profunda que possuem formato de prisma e são
betonados na superfície do terreno a sua instalação é através de escavação interna
sendo utilizado ou não o ar comprimido, havendo a possibilidade ou não de alargar a
base do caixão.

❖ Critérios a se ter em conta para a escolha do tipo de Fundação

1) Topografia da Área:
a. Dados sobre os Taludes e Encostas do terreno
b. Verificar a necessidade de efetuar movimentos de terra
c. Verificar dados sobre a estabilidade dos solos (devido a erosões)
d. Verificar a Presença de Obstáculos (aterros com resíduos sólidos e mais)

2) Características do Maciço de Solo:


a. Natureza e características do solo;
b. Distribuição das camadas de solo e as respetivas alturas
c. Existência de camadas resistentes
d. Compressibilidade e Resistência dos solos
e. Nível de Água no solo

3) Dados da Estrutura:
a. A Geometria e a finalidade da edificação (Se será uma torre, uma residência, etc.)
b. Disposição, grandeza e natureza das cargas que a estrutura transmite ao solo
c. Limitações dos tipos de fundações existentes no mercado e as respectivas
restrições técnicas;
d. O método executivo das fundações (para evitar que ao longo da execução os
edifícios vizinhos sejam danificados)
e. Condições técnicas dos edifícios vizinhos
f. Viabilidade económica

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Em Suma, há que ressaltar:
a) Fundação é o elemento estrutural que recebe as cargas da estrutura e transmite ao solo,
estas podem ser rasas ou profundas;

b) Sapatas são fundações semiflexíveis em betão armado, por tanto, devem ser
dimensionadas estruturalmente tendo em conta os regulamentos;

c) Estacas são elementos de fundação profunda e são utilizadas para transmitir as cargas da
edificação para o solo através da resistência lateral ou da resistência de ponta;

d) Tubulões são elementos de fundações profundas escavadas, cuja etapa final há descida
de pessoas para que se faça o alargamento da base ou limpeza do fundo da escavação.

5. Características das Fundações

❖ Superficiais
Estas fundações devem ser assentadas numa profundidade inferior ao dobro da sua menor
dimensão, tendo em conta que a menor dimensão não pode ser inferior a 0,60m. Quando
a fundação superficial for realizada próxima a divisão do terreno, a profundidade mínima
tem de ser de pelo menos 1,5m, exceto quando se encontra um terreno rochoso antes
dessa profundidade.

Vantagens

✓ Solução trivial com recursos da obra;


✓ Baixo custo;
✓ Não provoca vibrações.

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Desvantagens

✓ Problemas nas escavações junto às divisas;


✓ Limitações para cargas muito altas;
✓ Solução artesanal com alto consumo de mão-de-obra.

As fundações superficiais se dividem em:


i. Sapatas Isoladas;
ii. Sapatas Corridas;
iii. Sapatas Associadas;
iv. Blocos de Fundação; e
v. Ensoleiramento Geral.

a. Sapatas Isoladas – Recebem cargas de apenas um pilar e o Centro de


gravidade do pilar geralmente coincide com o Centro de gravidade da sapata.
Mas existem alguns casos de se ter uma sapata excêntrica, geralmente acontece
devido as divisões dos espaços, em muros é comum se ter este tipo de caso.

b. Sapatas Corridas – sujeita a ação de cargas verticais linearmente distribuídas


ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento, são dimensionadas a flexão
como lajes armadas numa só direção e não se considera a verificação a
punção;

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c. Sapatas Associadas – são sapatas comuns a mais de um pilar são executadas
numa região cuja distância entre as sapatas dos pilares seja muito curta (curta
o suficiente para que haja sobreposição de sapatas);

d. Bloco de Fundação – é um elemento de fundação superficial em betão


simples, recomendados para pequenas obras e em solos com boa capacidade
de suporte.
Com uma planta retangular ou quadrangular este não pode ter uma dimensão
mínima inferior a 60cm.
Visto que estes blocos são elementos de carga praticamente pontual, é necessário
que se verifique no momento da sua execução, se a implantação da obra no
terreno foi feita corretamente para evitar que haja excentricidade.

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e. Ensoleiramento Geral – elemento de fundação superficial que abrange parte
ou todos os pilares de uma estrutura, distribuindo os carregamentos.
Geralmente é mais económico reunir as sapatas num só elemento de fundação,
recorre-se a este tipo de fundação quando o terreno é de baixa resistência e a
espessura da camada do solo é relativamente profunda.
Este tipo de fundação envolve grande volume de betão, quando a soma das cargas
da estrutura dividida pela taxa admissível do terreno excede a metade da área a ser
edificada, geralmente é mais econômico reunir as sapatas num só elemento de
fundação,
Esta é uma sapata associada (tipo laje armada) onde descarregam todos os pilares
ou outras cargas.

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❖ Profundas

Para se considerar fundação profunda a profundidade mínima deve ser de 3m a uma


profundidade superior ao dobro da sua menor dimensão, mas sempre respeitando o
mínimo de 3m, salvo em caso de justificativa.

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As fundações profundas se dividem em:
1. Estacas;
2. Tubulões; e
3. Caixões.

1. Estacas
Estes elementos de fundações são caracterizados por grandes comprimentos e secções
transversais pequenas, neste tipo de fundação o trabalho é maioritariamente (se não todo) feito
por máquinas, não sendo necessária a descida de operários.
As estacas podem ser feitas em alguns materiais tais como: Aço, Betão e Madeira.
Estas podem ser Cravadas por meio de golpes de martelo, prensagem (com macaco hidráulico)
ou vibração. Nestes casos o nível freático não é impedimento para colocação da estaca.
Ou
Podem ser Escavadas com a retirada do material com equipamento adequado. E o facto de se
retirar o solo para a colocação da estaca, permite que se faça análise do solo e causa poucos
danos em volta da escavação por não haver vibração envolvida.

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Na sua maioria estas estacas são pré-moldadas nos materiais anteriormente citados, com isso há
que saber que, dentro do grupo das estacas estas se dividem em:
i. Estacas Pré-Moldadas em Betão;
ii. Estacas Metálicas;
iii. Estacas de Madeira;
iv. Estacas Franki;
v. Estaca Strauss;
vi. Estaca Trado Rotativo; e
vii. Estaca Raiz;

i. Estacas Pré-Moldadas em Betão – São segmentos de betão armado ou de alta


resistência com seção quadrada, ortogonal, circular vazadas ou não, cravada no solo
com o auxílio de bate estacas.
❖ Estacas curtas – L ≤ 10m ou
❖ Estacas longas – L >10m

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ii. Estacas Metálicas - estas estacas possuem 03 categorias:
a. Perfis (novos)
b. Trilho de trem (usados)
c. Tubos (novos ou usados)
• Perfis: Podem ser utilizados isolados ou soldados, formando a área que
precisamos.

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iii. Estacas de Madeira – São utilizadas sempre abaixo do nível de água do subsolo,
tendo assim duração ilimitada abaixo do Nível de água, pois não sofrem o ataque de
organismos aeróbios e organismos inferiores, que delas se alimentam, causando seu
apodrecimento e permitem uma emenda fácil.

a. Diâmetros usuais:
25 cm, 30 cm, 35 cm e 40 cm.

b. Madeiras mais utilizadas:


- Eucalipto;
- Aroeira.

c. Comprimentos disponíveis:
4m à 10m com possibilidade de emendas.

Quadro: Diâmetro X Carga de Trabalho

iv. Estacas Franki - Esta estaca é executada, cravando-se no terreno um tubo de


revestimento (posteriormente recuperado), cuja ponta é fechada por uma bucha de
brita e areia, a qual é socada energicamente por um pilão (peso de 1.0 a 3.0 Ton).

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v. Estacas Strauss – São estacas moldadas “in situ”, executadas com revestimento
metálico recuperável, de ponta aberta, para permitir a escavação do solo.
Podem ser em betão simples ou armado.

São usadas para resistir a esforços verticais de compressão, de tração ou ainda, esforços
horizontais conjugados ou não com esforços verticais.

Distância mínima entre eixos de estacas deve ser de 3 diâmetros.


Estacas sujeitas à tração estão sujeitas à armação (utilizar φ ≥ 32 cm)

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vi. Estaca Trado Rotativo – São executadas por meio de um torque. O solo é retirado
quando o trado se enche e a cota de assentamento é atingida.
A betonagem da estaca se inicia após a limpeza do furo e o apiloamento da base com
brita e realizada preferencialmente com betão Autoadensável.
o No processo executivo desta estaca não são provocadas vibrações.

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vii. Estaca Raiz – é escavada com equipamento de rotação com circulação de água, lama
betonítica ou ar comprimido. Tem forma circular e diâmetro de até 410mm, com a
inserção da armadura após a conclusão da perfuração com revestimento total do furo;
posteriormente o furo é preenchido com argamassa com o uso de um tubo de injeção
(geralmente) em PVC.

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2. Tubulões

Têm as cargas maioritariamente distribuídas pela base; a resistência lateral dos tubulões é
geralmente muito baixa, que apenas serve para equilibrar o peso próprio da fundação.
O diâmetro mínimo das fundações é de 0,80m mas este valor pode ser reduzido para 0,70m caso
seja justificada a redução pelo engenheiro de fundações responsável;
A base do tubulão deve ter no máximo uma altura de 1,80m, mas para casos de Tubulões de Ar
Comprimido esta altura pode aumentar até 3,0m desde que se garanta a estabilidade dos taludes.
Para o alargamento da base, deve-se sempre conservar o formato de um cone invertido com uma
inclinação máxima de 60º e um rodapé de 20cm; ainda na forma, a base deve sempre ser em
formato circular ou de falsa eclipse.

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Os Tubulões se dividem em:
i. Tubulão a Céu Aberto;
ii. Tubulão Tipo Chicago;
iii. Tubulão Pneumático.

1. Tubulão a Céu Aberto – são elementos de fundação constituídos por um poço a céu
aberto no terreno, geralmente dotado de uma base alargada.
Este poço, é escavado manualmente ou mecanicamente, e deve ficar acima do nível
freático, dispensando o escoramento.
O diâmetro depende da carga e do modo de execução, mas sendo aberto
manualmente, o diâmetro mínimo é de 70 a 80 cm, a fim de que, o poceiro possa
trabalhar livremente.

2. Tubulão Tipo Chicago – o poço é aberto por etapas. Numa certa profundidade,
colocam-se pranchas de escoramento mantidas na posição por travamentos de anéis
metálicos. Escorado o novo trecho, escava-se o novo terreno escorando-se como
anteriormente, repetindo-se esta sequência até atingir o terreno onde será feita a base.

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3. Tubulão Pneumático – a execução de um tubulão a ar comprimido difere conforme se
use o método clássico, com elementos de betão, com tubos de aço.

Pelo método clássico, iniciam-se os trabalhos com a betonagem de um tubo de diâmetro


variando conforme a capacidade do tubulão. Após a retirada das formas e escorado o
tubo, o operário entra na câmara e inicia a escavação de um poço central.
Este é utilizados em terrenos com muita água, mantendo a água afastada da câmara de
trabalho por ar comprimido.

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6. Conclusão

No meio geotécnico, sabe-se que é tarefa quase impossível alcançar a perfeição nas investigações
dos solos. Isto se deve, entre outros fatores, à indisponibilidade de recursos dispensada, em geral,
nesta etapa da obra. Todavia, pode-se obter resultados suficientemente representativos, a partir da
capacidade do engenheiro em incorporar as informações fornecidas pelo ambiente, ao projeto de
fundações.

As fundações são muitos importantes porque garantem a estabilidade da estrutura, sendo assim,
devem ser corretamente dimensionadas para que as estruturas não possam recalcar e nem atingir a
ruptura.

O projeto geotécnico de fundações deve se apresentar bem detalhado, fornecendo entre outros
elementos, as cargas atuantes, profundidade de cravação ou escavação dos elementos de fundação,
pressão admissível adotada, posicionamento do nível d’água e indicação do solo a ser encontrado.

A execução deve ser orientada por profissionais habilitados, efetuando-se ainda um controle de
qualidade dos materiais empregados, sendo que quaisquer imprevistos e/ou dúvidas devem ser
esclarecidas com o projetista.

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7. Bibliografia

1. MARTINHO, Fernando Manuel de Carvalho. Dimensionamento de Fundações


Superficiais e Profundas de acordo com os Eurocódigos;
2. CRUZ, Regina Célia de Souza. Infraestruturas;
3. TSCHEBOTARIOFF, Gregory P. Fundações Estruturas de Arrimo e Obras de Terra. Ed.
Mc Graw Hill do Brasil, Ltda., 1978.
4. VASCONCELOS, Augusto C. O Concreto no Brasil: Pré-fabricação – Monumentos –
Fundações. Volume III. Livros Studio Nobel Ltda., São Paulo-SP, 2002.
5. PEREIRA, CAIO; Fundações Rasas; 2018
6. CONSTÂNCIO, DOUGLAS; Fundações Rasas: Sapatas; 2004
7. PEREIRA, CAIO; Fundações Profundas; 2019
8. PEREIRA, CAIO; O que é bloco de fundação?; 2019
9. VOITILLE, NADINE; Tipos de Fundações: tudo sobre Estacas; 2019

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