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1. INTRODUÇÃO
Um dos fatores que vem induzindo as pessoas a abrirem suas MEPs, é a crise
econômica, na qual por consequência, muitos indivíduos acabam desempregados e sendo
obrigados a arrumar outras vertentes para ganhar dinheiro e sustentar suas famílias. Logo, a
solução mais viável se torna abrir o seu próprio negócio.
Por muitas das vezes, os microempresários acabam não conseguindo administrar seus
negócios por falta de conhecimento logístico e de estratégias de mercado, como consequência,
podem vir a fechar.
A conciliação da logística com as MEPs, pode ser a chave para a ascensão dos
microempresários, e assim podendo crescer e se tornar de fato grandes empresas com
excelentes resultados, sempre visando uma posição de destaque no mercado de trabalho.
2. JUSTIFICATIVA:
O projeto surgiu a partir de uma análise cotidiana, em que se percebeu uma carência
da implementação de processos logísticos nas micro e pequenas empresas na região de São
Gonçalo do Amarante/RN – local de circulação das pesquisadoras envolvidas na pesquisa.
Portanto, com o intuito de auxiliar nesse âmbito, começou o interesse na área e execução do
projeto visando a otimização dos processos das organizações que poderá culminar com o bem
comum. E, além disso, o conhecimento sobre a prática da logística nas micro e pequenos
empreendimentos podem ser mais discutidos na academia.
3. REFERENCIAL TEÓRICO:
De acordo com Lei complementar n° 123/06 (Lei geral das Micro e Pequenas
Empresas), já citada anteriormente, as MEPs são classificadas de acordo com seu faturamento
anual.
Uma outra definição é a utilizada por órgãos federais, para a concessão de créditos. De
acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), uma
microempresa é aquela que tem receita bruta anual de até R$ 1,2 milhão; pequena empresa é
aquela na qual a receita bruta anual ultrapassa R$ 1,2 milhão, mas é inferior a R$ 10,5
milhões.
Por sua vez, a Serasa Experian, com uma análise em mais de 90 países, define as
micro e pequenas empresas como as que possuem um faturamento anual que não ultrapassa o
limite de R$ 4 milhões.
Pequenas Empresas Entre R$ 240.000,01 e R$ 2,4 Acima de US$ 200 mil e até US$
milhões/ano. 1,5 milhão/ano (com./serv.)
De acordo com o SEBRAE, as microempresas são aquelas que possuem até nove
pessoas, em casos de comércio e serviço, ou até 19, em casos de setores industriais ou de
construção. Pequenas Empresas são aquelas que empregam de 10 a 49 pessoas (comércio e
serviços) ou de 20 a 99 (indústria e construção).
Se tratando das empresas familiares, segundo Pereira (2009), de maneira mais
tradicional, é considerada assim se elas estiverem sendo comandadas por uma ou mais
pessoas que sejam parentes. Assim, concordando também com a definição de (WESTHEAD;
COWLING, 1998), onde diz que a administração, o crescimento e a sucessão entre indivíduos
do mesmo sangue podem definir uma empresa como familiar.
Outros autores como Allouche e Amann (2000) que dizem que empresas familiares
também podem ser em casos em que os donos são casados ou possuem laços consanguíneos.
Quadro 2 - Classificação baseada no número de empregados
Continua
Médias Empresas De 100 a 499 empregados De 50 a 99 empregados
A princípio, a logística era utilizada por militares como estratégia de guerra, assim
garantindo recursos e suprimentos, que podiam ser: munição, comida, equipamentos e socorro
médico. Por isso, uma dentre suas diversas definições aborda como “Ramo da ciência militar
que lida com a obtenção, manutenção e transporte de material, pessoal e instalações”.
Existem diversas atividades que auxiliam para uma melhor gestão, como a prática do
inventário. O inventário é basicamente a contagem física dos materiais, que pode ser realizada
através de softwares ou na simples contagem em casos de empresas menores, devido à falta
de recursos. De acordo com Reis (2013), “O resultado do inventário é incontestavelmente um
dos elementos base para a confecção do balanço de qualquer empresa.”
A gestão de demanda pode ser dita como um processo com muitas funcionalidades.
Para Ballou (2006), a definição dos itens disponíveis pode ser dada por meio do
desenvolvimento de metodologias para auxiliar o controle de estoque. Com isso, é adquirido
uma melhor gestão do nível de estoque, tendo em vista que a fiscalização, gestão das entradas
e saídas dos produtos fazem parte do processo de controle de estoque, de acordo com Viana
(2000).
Outra grande ferramenta da gestão de estoque é a curva ABC, nessa classificação, os
produtos são divididos por relevância. Seguindo o pensamento de Loprete (2009), “os
estoques são classificados em três grupos, por ordem decrescente de importância no tocante
ao investimento realizado em cada um.”
A armazenagem, como todas as operações logísticas, deve ser vista como um setor
estratégico para a empresa. Uma má gestão de armazenagem pode acarretar custos
significativos, por isso se utiliza de ferramentas que auxiliam nesses processos. Deve-se
atentar para o endereçamento dos produtos e na forma como são armazenados, pois otimiza
tempo de procura. No caso de empresas maiores, a questão do combustível das empilhadeiras
também pode ser um gerador de custos. A embalagem e unitização de cargas auxiliam nos
outros processos como: estocagem, transporte e identificação.
Uma das ferramentas que pode ajudar na localização dos produtos nos armazéns é o
endereçamento. Ele determina o espaço para a armazenagem, dividindo-o em local, blocos,
ruas, colunas e níveis, para todo o material, facilitando assim a movimentação, inventários,
entre outras atividades, segundo Jacinto (2011).
Simões, 2004 disse que ao longo do tempo, a função compras passou a ser
imprescindível para a administração de recursos materiais de uma empresa. Hoje saber
comprar de forma a beneficiar a organização é determinante não somente para a
competividade, como para a própria permanência da empresa no mercado. Deve- se fazer o
estudo da empresa antes de realizar a compra, mas para isso, há uma exigência da integração
dos setores com os responsáveis pela aquisição. Se faz necessário que cada setor avalie o que
precisa ser comprado, assim evitando a aquisição de um produto não desejado. Na visão de
Moraes (2005), as pessoas que trabalham nesta área estejam atualizadas, integradas e
devidamente informadas, além de praticarem as relações interpessoais, trabalho em equipe,
visando um bom fluxo de informação e uma melhor gestão de conflitos.
Uma boa gestão de transporte pode influenciar diretamente no nível de serviço, que é
um indicador de desempenho fundamental para a empresa. Com um planejamento de
roteirização de entregas, pode-se otimizar tempo e redução de custos, assim conquistando a
confiança e a uma possível fidelização do cliente. Seguindo a linha de pensamento de Ballou
(2006), a falta de uma boa logística pode impactar de forma negativa a avaliação feita pelo
cliente, podendo ocasionar a perda de fidelidade ou a não repetição do pedido, pois o nível de
avarias, custos e prazos devem ser cuidadosamente analisados.
4. OBJETIVO
5. METODOLOGIA
Cada proprietário ficou responsável pelas respostas. Houve um aviso prévio em cada
empresa na qual procedeu a pesquisa da melhor forma como desejaram, duas empresas
optaram por responder só e outras duas aceitaram ser entrevistados pessoalmente.
6. ANÁLISE DE DADOS
Durante a realização da análise de dados, foi possível perceber algumas similaridades das
respostas emitidas pelas organizações pesquisadas. Os principais pontos convergentes estão
apresentados no Quadro 03.
Quadro 03: Práticas vivenciadas por todas as empresas pesquisadas
Conteúdo das Respostas
Todo o processo de compras é realizado e gerenciado pelos proprietários. O critério
usado é o preço.
Utilizam do sistema de endereçamento nas prateleiras por ordem alfabética.
Os inventários são feitos através da simples contagem física, sem auxílio de softwares.
Todas se utilizam do indicador de estoque mínimo
O almoxarifado existente é apenas de material de limpeza. Todo o material estocado é
armazenado em prateleiras na área de vendas.
A gestão financeira é realizada pelos proprietários.
Todos fazem o marketing básico pela internet.
Para a contratação de funcionários é necessário ter conhecimento no âmbito
farmacêutico.
Como estratégia de fidelização, todos utilizam do “bom atendimento”.
Fonte: Dados da pesquisa, 2020
Foi possível evidenciar no estudo realizado que as empresas possuem práticas divergentes
além de ações que são realizadas de modo uniforme em cada uma delas. As informações
encontradas e que revelam tal particularidade serão descritas a seguir.
Empresa 1:
Por ser nova no mercado, trabalha com um sistema de entregas restrito. É composta
por 2 funcionários (1 farmacêutica e 1 vendedora). A farmácia além de vender os produtos,
também vende serviços, como verificação de glicose e pressão. Os itens com mais volume em
seu estoque são: Anti-inflamatórios, anticoncepcional, antigripal e analgésico. O estoque é
comprado para durar em média de 1 à 2 meses, mas também pode ocorrer a ruptura de
estoque.
Empresa 2:
Possui um software que auxilia nas atividades (HOS). E para propagação de imagem,
fazem uso de: internet, carro de som e ímãs.
Empresa 3:
Para o controle de avarias, quando o produto está vencido, é contratada uma empresa
incineradora para garantir que os produtos não serão comercializados ou consumidos.
Empresa 4:
A empresa não realiza entregas. Possui um sistema para auxiliar e otimizar a coleta de
dados.
Os produtos que possuem mais volume em seu estoque são: Dipirona, Torsilax,
Nimesulida, Dorflex e GripalC. Os estoques são feitos para durar em média 4 meses para que
não haja a ruptura. De acordo com o questionário, não há um controle de avarias, tudo o que
se sabe sobre o produto é o que é cadastrado no sistema assim que chega em loja.
Para ganhar visibilidade no mercado, trabalha com internet, panfletos e faz uso de
cartão fidelidade, o que é uma particularidade dentre as outras estudadas.
O que pode ser compreendido dessas ações praticadas de forma isolada por cada
empresa é que algumas delas, por atuarem no mesmo setor e estarem situadas na mesma
região, podem estar perdendo uma oportunidade de melhoria dos resultados na gestão dos
estoques, no atendimento ao cliente e distribuição física.
Proposta de melhorias:
Com base nas descrições dos dados e análises realizadas, percebeu-se a ausência de
indicadores logísticos que podem auxiliar nos processos e operações.
7. CONCLUSÃO
Após a aplicação do questionário composto por 43 questões e o estudo feito com base
nos dados coletados, percebeu-se que existem inúmeras falhas nos processos realizados em
grande parte de forma intuitiva, não estratégicas. Para uma empresa crescer no mercado,
deve-se estudá-lo primeiro e obter vantagem nos erros da concorrência. Foram propostas
melhorias para que venha parar a ocorrências desses erros comuns à algumas empresas
estudadas.
Uma boa gestão de estoque deve possuir um rigoroso controle de avarias, a qualidade
do produto vendido é essencial para a imagem que a empresa irá passar. É melhor possuir um
estoque de menor tempo, mas aumentar o nível de serviço com a qualidade do produto,
reposição periódica, para que não ocorra rupturas e nem a possibilidade de vender um produto
fora da data de vencimento. Na logística estudam-se diversas estratégias para o controle de
estoque, como a curva ABC, giro de estoque, inventários, endereçamento, entre outros.
8. REFERÊNCIAS
BRAGA, Lilian Moreira; PIMENTA, Carolina Martins; VIEIRA, José Geraldo Vidal. Gestão
de armazenagem em um supermercado de pequeno porte. Revista P&D em Engenharia de
Produção, v. 8, p. 57-77, 2008.
CERVI, Roberto et al. Centralização de compras como estratégia logística: O caso das
Farmácias Magistrais. 2002.
LOPRETE, Diego et al. Gestão de Estoque e a Importância da Curva ABC. Lins, SP,
2009.
MARTINS, Ricardo Silveira et al. Gestão do transporte orientada para os clientes: nível
de serviço desejado e percebido. Revista de Administração Contemporânea, 2011.
MILET, Vera. Base de informação para as tarefas da gestão. In: ZANCHETI, Sílvio
Mendes (Org.). Gestão do patrimônio cultural integrado. Recife: Editora Universitária da
UFPE, 2002. p. 125-132.
PEREIRA, Mauricio Fernandes et al. Fatores de inovação para a sobrevivência das micro
e pequenas empresas no Brasil. RAI-Revista de Administração e Inovação, v. 6, n. 1, p. 50-
65, 2009.
PEREIRA, Mauricio Fernandes et al. Fatores de inovação para a sobrevivência das micro
e pequenas empresas no Brasil. INMR-Innovation & Management Review, v. 6, n. 1, p. 50-
65, 2009.
REIS, Lázaro Ricardo Costa et al. Inventário de materiais diretos, uma atividade
fundamental para uma gestão de estoque eficaz: caso Iveco/Fiat. 2013.
WESTHEAD, P.; COWLING, M. Family firm research: the need for a methodological
rethink. Entrepreneurship Theory and Practice, Waco, v. 23, n. 1, p. 31-56, 1998.