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m Memória

Embrapa

EMBRAPA
INFORMAÇÃO
TECNOLÓGICA
25 ANOS DE COMPROMISSO
COM PESSOAS, INFORMAÇÃO
E CONHECIMENTO
EMBRAPA
INFORMAÇÃO
TECNOLÓGICA
25 ANOS DE COMPROMISSO
COM PESSOAS, INFORMAÇÃO
E CONHECIMENTO
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Foto: Francisco C. Martins


Embrapa Informação Tecnológica
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

EMBRAPA
INFORMAÇÃO
TECNOLÓGICA
25 ANOS DE COMPROMISSO
COM PESSOAS, INFORMAÇÃO
E CONHECIMENTO

Embrapa
Brasília, DF
2016
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Informação Tecnológica


Parque Estação Biológica (PqEB)
Av. W3 Norte (final)
70770-901 Brasília, DF
Fone: (61) 3448-4236
Fax: (61) 3448-2494
www.embrapa.br/livraria
livraria@embrapa.br

Unidade responsável pela edição


Embrapa Informação Tecnológica

Coordenação editorial
Selma Lúcia Lira Beltrão
Lucilene Maria de Andrade
Nilda Maria da Cunha Sette

Textos
Maria Clara Guaraldo Notaroberto
Maria Luiza Costa Brochado

Colaboração
Selma Lúcia Lira Beltrão
Lucilene Maria de Andrade
Nilda Maria da Cunha Sette

Revisão de texto
Jane Baptistone de Araújo

Normalização bibliográfica
Iara Del Fiaco Rocha
Rejane Maria de Oliveira

Projeto gráfico e capa


Carlos Eduardo Felice Barbeiro

1ª edição
1ª impressão (2016): 300 exemplares

Todos os direitos reservados.


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Informação Tecnológica

Embrapa Informação Tecnológica


Embrapa Informação Tecnológica : 25 anos de compromisso com pessoas,
informação e conhecimento / Embrapa Informação Tecnológica. – Brasília,
DF, 2016.
123 p. : il. color. ; 22,5 cm x 28 cm.

ISBN 978-85-7035-590-4

1. Memória institucional. 2. Informação – Conhecimento. 3. Organização da


informação. I. Título.

CDD 630.72

© Embrapa, 2016
APRESENTAÇÃO

Esta é uma história construída por pessoas, sonhos, informação e muito conhecimento.
Ela começou em 1991 com o desafio de qualificar a informação científica e tecnológica
gerada pela pesquisa agropecuária, de forma a repassá-la à sociedade em diversos
meios – impresso, digital, eletrônico e audiovisual.

Passados 25 anos, e uma acelerada evolução mundial no campo tecnológico e dos meios
de difusão da informação, podemos afirmar que hoje a Embrapa Informação Tecnológica
é uma jovem Unidade, que consolida sua complexa e qualificada atuação como editora e
promotora da gestão da informação tecnológica e da comunicação científica, bem como
da comunicação para a transferência e o intercâmbio de conhecimentos, com o objetivo
de possibilitar que as informações e o conhecimento agropecuário cheguem mais longe e,
ao mesmo tempo, estejam cada vez mais próximo do homem do campo.

Muitos são os avanços e as conquistas obtidas pela Unidade nessas duas décadas e meia
de trabalho para acompanhar as tendências e os desafios propostos. Os livros impressos
passaram a ser publicados também em suporte digital, embora os impressos continuem
tendo seu espaço de destaque no mercado editorial; a área gráfica vem modernizando-se
a cada dia; o rádio e a televisão – oriundos da era eletrônica – adaptam-se ao mundo
digital; a gestão da informação técnico-científica adequa-se à complexidade da ciência
e do avanço do conhecimento; e a internacionalização da comunicação científica vem
exigindo periódicos cada vez mais qualificados para acompanhar os avanços da ciência.

A história desta Unidade, dos pioneiros, daqueles que os sucederam, dos resultados
conquistados e a projeção de desafios que se anteveem para o avanço da gestão e da
difusão da informação técnico-científica estão registradas de forma breve, porém vívida e
instigante, nesta publicação que tenho a honra de apresentar.

Convido o leitor a conhecer os caminhos percorridos pela Unidade nesses 25 anos de


trabalho e de muito sucesso.

Vida longa à Embrapa Informação Tecnológica! E boa leitura!

Selma Lúcia Lira Beltrão


Gerente-Geral
INTRODUÇÃO
9
O desafio de organizar
a informação na Embrapa 11
Nasce a Embrapa Informação Tecnológica
21
Gráfica – Onde o projeto
se transforma em produto 41
Livraria Embrapa – um mercado aberto 47
bibliotecas e Arquivo Central –
acervos construídos em muitos anos 53
Comunicação Técnico-científica 61
Comunicação para transferência
e intercâmbio de conhecimentos 69
Informação que faz a diferença
na agricultura familiar 89
Acesso aberto e o desafio da
governança da informação 99
técnico-científica

com a palavra a sociedade 105


Perspectivas e desafios 113
referências 118
Reconhecimento de mérito
Abeu 2016

Concedido pela Associação Brasilei-


ra de Editoras Universitárias (Abeu)
pelos 25 anos de relevantes ativida-
des em prol do livro, da leitura e da
difusão do conhecimento científico.

INTRODUÇÃO
A inauguração da Embrapa Informação Tecnológica, em 1991, trouxe consigo as histórias
de empregados da Embrapa, como os do extinto Departamento de Informação e Documen-
tação (DID). Naquele momento, eles se juntaram e assumiram o compromisso de construir
uma nova Unidade, liderados por pessoas que sempre acreditaram que a gestão da informa-
ção técnico-científica, assim como o seu compartilhamento com a sociedade são tão impor-
tantes quanto a construção do conhecimento científico e a geração de novas tecnologias e
inovação para a agricultura.

Nesses 25 anos, muitos foram os desafios superados pela Embrapa Informação Tecnológica
até chegar ao que é hoje – Unidade Descentralizada que se destaca entre as 46 outras por ter
uma missão completamente diferente das demais: organizar e adequar a informação e o co-
nhecimento da pesquisa para fazê-los chegar de forma mais compreensível e até lúdica aos
diversos públicos – produtores; agricultores familiares; guardiões de sementes; estudantes
de pós-graduação; jovens das escolas-famílias agrícolas; professores universitários; represen-
tantes da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater); comunidades quilombolas e indígenas;
mulheres agricultoras. Enfim, a todo um Brasil que produz e gera riquezas.

E para atender a essa gama da sociedade, foi necessário pensar na utilização dos diversos
suportes: televisão; rádio; internet; publicações impressas e digitais; bibliotecas; sistemas de
10

acesso aberto; blogs; sites, etc. Também foi preciso refletir sobre as estratégias para estimular
o uso e o consumo dessa informação. Enfim, era necessário se aproximar mais da sociedade
e mostrar que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) não gerava só o
conhecimento científico, mas estava comprometida com seu acesso e sua aplicação. E assim
o é até hoje.

De 1991 até hoje, muitas foram as alterações ocorridas na forma de atuar da Unidade a fim de
facilitar esse acesso: dos pacotes tecnológicos passou-se à construção coletiva do conhecimen-
to. Os processos manuais de editoração – com fotografias e originais sendo entregues pelos
pesquisadores dentro de um envelope ou pacote de papel – foram substituídos por sistemas de
gestão editorial e de um moderno parque gráfico, com maquinários e softwares que reduziram
o tempo de produção de um livro impresso de 30 para apenas 7 dias ou menos.

Os antigos computadores Intel 286 deram lugar à internet. Os e-books somaram-se às edi-
ções de publicações impressas, e o rádio e a televisão ampliaram seu público. Hoje, a Uni-
dade também é responsável por um sistema de acesso aberto que disponibiliza na web um
conjunto de publicações eletrônicas e um banco de dados com informações sobre diversas
culturas, plantios e criações.

Ao conhecer melhor as ações, os projetos e as realizações, ao longo desse período, pode-se


constatar que a Unidade não só se consolidou como prestadora de serviços para os 46 cen-
tros de pesquisa da Embrapa, as Unidades Centrais e os diversos parceiros, como conseguiu
desenvolver programas e projetos alinhados às políticas públicas do governo federal para o
enfrentamento da pobreza e da insegurança alimentar do País. E assim se engajou em uma
missão maior, que é a de contribuir para a inclusão social e produtiva de milhões de brasileiros.

Esta publicação tem o objetivo de contar um pouco dessa história e destacar, acima de tudo,
que nada disso seria possível sem o compromisso e a dedicação dos empregados e colabo-
radores que por aqui passaram e aos que ainda permanecem, em um total de 137 pessoas.
Sem deixar de considerar também as importantes alianças com parceiros externos que se
consolidaram nos últimos anos e contribuíram para a melhoria das práticas agrícolas, da
inclusão social e produtiva no meio rural.

Esperamos que o leitor conheça a importância dessa Unidade, na estrutura complexa de


uma empresa de pesquisa, voltada para a organização e gestão da informação científica e
tecnológica e, ao mesmo tempo, para ações de suporte à transferência de tecnologia e ao
intercâmbio de conhecimentos. Ações essas que se alinham e complementam.
O desafio de
organizar a
informação
na Embrapa
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

equipe da embrapa informação tecnológica em 2016


15

No dia 26 de abril de 1973, nascia a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


(Embrapa), com o desafio de transformar a agricultura brasileira. Naquela época, o
Brasil era fortemente agrário e ainda não produzia em grande escala. O País estava
sob o governo de Emílio Garrastazu Médici, no auge do regime militar. O ambiente
externo era favorável, com a expansão da economia mundial e a facilidade de ob-
ter créditos internacionais para o País. A meta do governo brasileiro era aumentar
as exportações, o que significava ter de investir em uma política científica e tec-
nológica voltada para a agricultura. É durante esse período que se iniciam as mu-
danças mais profundas na base técnica da agricultura, tendo como suporte várias
políticas públicas. E assim nasceu a Embrapa, para cumprir o papel de desenvolver
a agricultura brasileira, a partir dos conhecimentos gerados pela ciência.

No entanto, percebeu-se que, sem informação científica sobre o que estava sendo
produzido no mundo e sem uma estrutura mínima para a difusão da informação
e do conhecimento da Embrapa, a ciência agrícola brasileira não poderia avançar.
Portanto, tornava-se um desafio organizar a informação na Empresa e garantir que
os pesquisadores recebessem, a tempo e a hora, uma base informacional sobre o
que a ciência estava produzindo no mundo no campo da agricultura.
16

A gênese da Unidade
Tudo começou em 1974, um ano após a criação da Embrapa, quando foi criado o Departa-
mento de Informação e Documentação, o DID. Durante 9 anos, esse departamento contou
com recursos internacionais do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco
Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) para cumprir sua principal missão:
construir as bases da informação científica da Embrapa.

E assim foi feito. As recém-criadas Unidades Descentralizadas da Empresa passaram a re-


ceber coleções básicas com temas pertinentes às suas áreas de pesquisa e de geração de
conhecimento científico. O DID promoveu assinaturas de periódicos internacionais e iniciou a
construção de bases de dados bibliográficas com foco na agricultura, utilizando-se para isso
de convênios e contratos internacionais com importantes instituições de pesquisa científica,
como a National Agricultural Library, o Chemical Abstracts Service e a Library of Congress.

Hoje, com o advento da internet, essas iniciativas não parecem tão importantes em face da
disponibilidade de inúmeros periódicos nacionais e internacionais na web. No entanto, para
aquela época, quando ainda não se sonhava com o mundo virtual, as assinaturas de perió-
dicos eram fundamentais. Em entrevista concedida para esta publicação, Ubaldino Dantas
Machado, um dos primeiros chefes do DID, comenta que: “saber o que acontecia no mundo
em termos de ciência era essencial para os nossos pesquisadores”.

Mas a missão do DID foi muito além. Uma de suas ações significativas foi a organização das
bibliotecas da Embrapa, em rede, e a capacitação dos profissionais que atuavam nesses espa-
ços. Já naquela época, o pensamento era de que o papel de uma biblioteca não era apenas o
de catalogar livros e de organizá-los em prateleiras, mas sim o de fazer algo mais dinâmico,
voltado para a organização e a disseminação da informação.

Com esse pensamento, surgiram as primeiras publicações da Embrapa, como resultado da


organização de um conjunto de documentos não formais, produzidos pelos pesquisadores
da época e que estavam engavetados.

Ainda segundo Ubaldino, existiam inúmeros documentos não formais, produzidos artesa-
nalmente pelos pesquisadores, os quais, até então, não tinham sidos publicados. Com isso,
os bibliotecários foram orientados a recolher esses materiais nas Unidades e organizá-los de
forma que pudessem ser disponibilizados à sociedade. E uma das primeiras publicações a ser
disponibilizada foi Resumos Informativos.
17
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

“A minha familiaridade com livros, biblioteca e informação começou em 1953, quando


cheguei a tomar conta de uma biblioteca. Depois fui fazer a minha pós-graduação na
Costa Rica, e naquela época, nos próprios cursos de mestrado estudávamos a importân-
cia da produção da informação. Então, não foi muito difícil assumir essa área. O mais
difícil foi montar a equipe, porque, dentro da estrutura do Departamento de Informação
e Documentação (DID), o principal profissional era o bibliotecário e na época era consi-
derado um auxiliar marginalizado, não tinha valor nenhum e a própria equipe era muito
pequena. [...] Eu disse na época ao Eliseu [Eliseu Alves, um dos diretores da primeira ges-
tão da Embrapa na época] que o bibliotecário era o profissional mais importante de uma
Unidade de Pesquisa, e que nós íamos inverter essa posição. E uma das condições que
estabelecemos era que todo bibliotecário teria de fazer seu mestrado e doutorado, assim
como acontecia com os pesquisadores. [...] E hoje é motivo de orgulho vê-los ocupando
posições significativas dentro da Embrapa.”

Ubaldino Dantas Machado

Também se destacaram na época da criação do DID o lançamento dos chamados “pacotes


tecnológicos” (PACOTES..., 1974a, 1974b, 1975). Os primeiros a serem publicados foram:
Pacotes tecnológicos para o algodão herbáceo, Pernambuco, 1974; Pacotes tecnológicos
para o pêssego, Rio Grande do Sul, 1974; Pacotes tecnológicos para o arroz de sequeiro na
área da transamazônica, Altamira/Belém, 1975, entre outros.

Os pacotes tecnológicos buscaram inspiração na chamada Revolução Verde, que, naquela épo-
ca, dava o tom ao desenvolvimento. Ao lançá-los, a Embrapa pretendia levar as tecnologias
geradas pela Empresa e instituições parceiras para um número maior possível de agricultores.

Outro desafio foi capacitar as equipes de bibliotecários. A formação de bibliotecários em


mestrado e doutorado era tão importante quanto a formação dos pesquisadores. Segundo
Ubaldino, tão importante quanto os resultados da pesquisa é a gestão da informação e do
conhecimento e sua difusão para a sociedade: “Não tínhamos horário para trabalhar. Come-
çávamos cedo e íamos madrugada adentro. Existia uma forte preocupação com a capacita-
ção das equipes, por isso realizávamos uma série de treinamentos”.

O DID, além de coordenar a gestão das bibliotecas e liderar o Sistema de Informação Técnico-
-Científica da Embrapa – o chamado SITCE, algo semelhante ao atual Sistema Embrapa de
Bibliotecas (SEB) –, passou a editar outros tipos de publicações e a produzir audiovisuais que
facilitassem a disseminação das informações da Empresa.
18

Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro


“Hoje a gente percebe que foi uma decisão acertada a instalação de um parque
gráfico para atender toda a demanda de produção editorial da Empresa, cada
vez mais crescente.”

Osmar Rodrigues de Faria

A atividade de produção gráfica também começou na era do DID, quando foram adquiridos
os primeiros equipamentos, com recursos do Bird e do BID. O primeiro prédio ocupado pela
gráfica localizava-se na Embrapa Cerrados, em Planaltina, DF, onde anteriormente funciona-
va o laboratório de Entomologia daquela Unidade.

Assim escreveu Osmar Rodrigues de Faria, na época responsável pela administração do DID1:

“Foi criado um grupo de trabalho, liderado por Luiz Carlos Cruz Riasco, que foi ao Rio de
Janeiro e a São Paulo para ver o que havia de melhor no mercado em equipamentos gráficos.
Depois de preparado, o projeto foi encaminhado para o Departamento de Compras para
providenciar a concorrência. Logo que caiu no conhecimento público, e, principalmente, do
parque gráfico de Brasília, iniciaram-se as ações contra a aquisição do parque, pois os em-
presários do setor acreditavam que a gráfica iria reduzir seus serviços e arrecadação, já que
a Embrapa era uma empresa com grande potencial de consumo.”

“Hoje a gente percebe que foi uma decisão acertada a instalação de um parque gráfico
para atender toda a demanda de produção editorial da Empresa, cada vez mais crescente”,
destaca Osmar, atual supervisor de Gestão de Pessoas da Embrapa Informação Tecnológica.
Há 41 anos na Embrapa, Osmar acumula, em sua trajetória profissional, diversas supervisões
e significativas colaborações na criação de vários projetos da Unidade, entre eles o Dia de
Campo na TV, as Minibibliotecas e o Prosa Rural.
1
Informação fornecida por Osmar Rodrigues de Faria, na época responsável pela administração do DID (não existia o cargo de
supervisão), no documento interno História da gráfica da Embrapa Informação Tecnológica, não publicado.
19

Diretrizes do
processo editorial
Em 1979, surgiram as primeiras orientações para a elabora-
ção do processo editorial da Empresa (EMBRAPA INFORMA-
ÇÃO TECNOLÓGICA, 2002). Três anos depois, um comitê
formado por bibliotecárias e outros especialistas realizou o
levantamento do conjunto de publicações existentes e iden-
tificou um número bastante diversificado de títulos, mas
sem identidade editorial corporativa. Cada Unidade cons-
truía sua própria identidade, portanto era preciso pensar em
algo novo e acessível a todos.

Assim, o comitê, além de realizar um estudo sobre os diver-


sos tipos de publicações, chegou à conclusão de que cinco
publicações seriadas poderiam dar conta daquele emara-
nhado de títulos: Documentos, Pesquisa em Andamento,
Comunicado Técnico, Circular Técnica e Boletim de Pesquisa.

A Série Documentos buscava registrar e divulgar informa-


ções relacionadas às atividades programadas e desenvolvi-
das na Embrapa. A Pesquisa em Andamento tinha o obje-
tivo de informar a sociedade sobre determinado tema que
estava sendo pesquisado. Já os primeiros resultados dessa
pesquisa eram publicados resumidamente (duas a três pá-
ginas) no Comunicado Técnico, que também se destinava
ao público em geral. Por sua vez, na Circular Técnica (com
aproximadamente 45 páginas), o pesquisador apresentava
a seus pares e também à extensão rural alguns resultados
mais amplos da pesquisa. Ao concluir o projeto, os resulta-
dos eram divulgados no Boletim de Pesquisa.

Naquele momento, começava a se consolidar no DID uma


equipe especializada em processo editorial. Em 1990, o DID
foi extinto e parte da equipe passou a integrar o Departa-
mento de Informação e Editoração (DIE) e, posteriormente,
20

o Departamento de Publicações
(DPU).

Aqui há uma ressalva para lembrar


que, em 1983, o DID já havia sido
extinto uma primeira vez, e suas
atribuições passaram para o en-
tão Departamento de Difusão de
Tecnologia (DDT). Três anos mais
tarde, em 1986, ele é novamente
criado até ser extinto em 1990.

Por tudo isso, pode-se afirmar que o


DID foi o embrião para o nascimen-

Fotos: Acervo Embrapa


to da Embrapa Informação Tecnoló-
gica, criada em 1991 com o nome
de Serviço de Produção de Informa-
ção (SPI). História que começa a ser
contada a partir de agora.
biblioteca do Departamento de
Informação e documentação (did)

Quando Wamir Soares chegou à Embrapa, em 1990, juntou-se à equipe


de arte-finalistas da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB), que estava
sob a responsabilidade do DPU. Nesse departamento, Wamir contribuiu com
sua experiência trazida da área gráfica da iniciativa privada, como no Correio
Braziliense, no Jornal de Brasília. Do DPU, foi transferido para o recém-criado
e Barbeiro

SPI. Passados 26 anos, hoje Wamir é o responsável pelo Serviço de Atendi-


mento ao Cidadão (SAC) da Unidade. Segundo ele, uma das experiências que
Foto: Carlos Eduardo Felic

mais marcou sua trajetória profissional foi a participação na editoração das


publicações de destaque da Empresa.
Nasce a
Embrapa
Informação
Tecnológica
23

A Embrapa Informação Tecnológica foi criada no dia 14 de agosto de 1991 como


Unidade Descentralizada da Embrapa. Seu primeiro nome – Serviço de Produção
de Informação (SPI) – permaneceu de 1991 a 1999, quando, no dia 7 de junho, foi
transformada em Serviço de Comunicação para Transferência de Tecnologia (SCT)
e, no dia 22 de agosto de 2001, em Serviço de Informação Científica e Tecnológica,
e, logo após, adotou o nome síntese Embrapa Informação Tecnológica.

Todas essas alterações em sua denominação não aconteceram por acaso, foram
reflexo das transformações pelas quais passou a Unidade nesses 25 anos, tanto em
sua forma de atuação quanto em seu modo de gerar impacto na sociedade.

“Em 1991, eu estava em São Paulo, fazendo mestrado, e recebi um convite para
propor a reestruturação da área de comunicação científica da Embrapa e a conse-
quente extinção do Departamento de Publicações, o DPU. A missão era desenhar
um projeto alternativo que permitisse que as atividades até então desenvolvidas
pelo DPU pudessem ser incorporadas a uma nova estrutura. Junto comigo estava a
colega Marília Paranhos, outra companheira de nascimento do que é hoje o SCT”,
contou Tenisson Waldow de Souza, analista da Embrapa.

O grande desafio do SPI, tão logo se constituiu, foi promover uma comunicação
segmentada para atender às necessidades de públicos diferenciados, em uma
época em que já não se podia mais contar com a participação dos técnicos da
Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater) para realizar
a chamada “difusão” da informação. Era necessário pensar o objetivo de cada
coleção que estava sendo criada e torná-la atraente aos olhos do leitor.
24

Primeiro passo
Adaptar a informação para públicos diversos

Em 1991, muita coisa acontecia pelo mundo e no Brasil. No campo tecnológico, surgia a
A criação em dois passos

primeira página da web – a World Wide Web ou simplesmente www –, dando início à nave-
gação por páginas na internet, algo que até então não se imaginava possível.

Nesse contexto, é criado o SPI, cuja finalidade era dar qualidade ao produto editorial da
Embrapa para que pudesse chegar à sociedade de forma didática e compreensível. Além de
documentar a produção científica e de facilitar a publicação dos trabalhos dos pesquisado-
res, o novo projeto se propôs a levar o conhecimento científico a um público diversificado:
cientistas, agricultores, extensionistas e estudantes.

Para isso, foram desenvolvidas coleções impressas que se adequassem ao perfil dos dife-
rentes públicos da Embrapa, além de vídeos voltados principalmente para os agricultores e
técnicos da extensão rural. Nesse período, também se começou a pensar em outras formas
de ampliar o acesso à informação da Embrapa, por meio da internet.

Nascido em Goiânia, Tenisson Waldow de Souza conheceu a Embrapa


ainda jovem, como estagiário, em 1980. Foi contratado 2 anos depois. E hoje,
passados 34 anos, preserva o mesmo espírito desbravador da época. Além de ser
um dos fundadores da Embrapa Informação Tecnológica, também esteve à frente
da implantação da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop, MT), criada em 2009 e
inaugurada em 2012; e mais recentemente do projeto de criação de uma Unida-
de da Embrapa em Alagoas, ainda em fase de desenvolvimento. Com formação
em Artes Plásticas, entrou na Embrapa na área de programação visual e, até
chegar à Unidade, passou pelo DID e pelo DPU.
25

Segundo passo
Organizar a informação

“No meio desse processo, a gente se deparou com um problema: a informação era qualifi-
cada, mas estava desorganizada. Aí começamos a falar em gestão da informação, gestão do
conhecimento, porque, à medida que você faz a gestão da informação, você está fazendo
a gestão do conhecimento. Estamos falando de 1994. E a modernidade veio a falar disso a
partir do ano 2000”, relembra Tenisson.
O conceito de organização da informação surgiu um ano depois da inauguração da Unidade,
com o apoio do novo gerente-geral, Lúcio Brunale, em 1992.
“Nós tínhamos a primeira etapa, a de qualificar a informação, a segunda era organizá-la e,
em seguida, criar mecanismos para que essas informações fossem acessadas por todos os
segmentos. Nossa preocupação era que a informação fosse realmente assimilada e aplicada,
que ajudasse o agricultor a aumentar sua produtividade. E quando realmente isso acontece,
entramos no conceito de inovação”, destaca Lúcio Brunale, atualmente assessor do gabiente
da Presidência da Embrapa.
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

“Nós tínhamos a primeira etapa, a de qualificar a informação, a segunda era


organizá-la e, em seguida, criar mecanismos para que essas informações fossem
acessadas por todos os segmentos. Nossa preocupação era que a informação
fosse realmente assimilada e aplicada, que ajudasse o agricultor a aumentar
sua produtividade. E quando realmente isso acontece, entramos no conceito de
inovação.”

Lúcio Brunale
Gerente-Geral de 1992 a 2003
26

PRODUÇÃO EDITORIAL
Em 1994, a Embrapa Informação Tecnológica lançou suas 50 primeiras publicações em
evento realizado no Teatro Nacional, em Brasília. Murilo Xavier Flores, presidente da Em-
brapa de 1991 a 1994, organizou uma mostra de 8 mil tecnologias desenvolvidas pela
Empresa. E coube ao SPI apresentar suas 50 primeiras publicações com temas que contem-
plassem essas tecnologias. O evento mostrou-se um sucesso.

Mas foi o reconhecimento da Unesco ao livro Atlas do meio ambiente do Brasil, com a pri-
meira edição publicada em 1994, e a segunda, revista e ampliada, em 1996, que estimulou
o trabalho editorial do recém-criado SPI (ATLAS..., 1994, 1996). Ao todo, foram mais de 70
mil exemplares impressos e distribuídos para um público além da agropecuária, como escolas
públicas de várias partes do País. As edições e reimpressões contaram com o apoio do Banco
do Brasil.

Foto: Acervo Embrapa A Unesco o indicou como obra


altamente recomendável para
a juventude:

“O Atlas do meio ambiente


do Brasil foi um marco, por-
que mobilizou a Empresa em
diversos aspectos: pensar a
sociedade, levar informações
importantes para as escolas e
produzir um livro para os ensi-
nos fundamental e médio. Ao
mesmo tempo em que faláva-
mos sobre a pesquisa, também
abordávamos questões de im-
portância social. No entanto, encontramos muita resistência aqui mesmo na Embrapa à sua
produção. As pessoas nos perguntavam: por que a Embrapa vai abordar questões ambien-
tais e sociais em vez de se ater somente à pesquisa? Procuramos demonstrar que esse era o
papel social da Empresa. A premiação contribuiu para facilitar os processos de produção da
informação pelo SPI”, relembra, com orgulho, a primeira gerente-geral da Unidade, Marília
Madalena Prado Paranhos (1991–1992), que se aposentou em 2002.
27

Marília Paranhos foi uma das primeiras mulheres a ocupar na Embrapa um


cargo de chefia. Durante sua permanência na Empresa, enfrentou vários desafios,
entre eles o de fazer com que os pesquisadores da época compreendessem que a
e Barbeiro

produção da informação deveria ter o mesmo peso da produção do conhecimento


gerado pela pesquisa agropecuária.
Foto: Carlos Eduardo Felic

“Nos anos 1980, éramos uma instituição com pouca participação das mulheres na
pesquisa e na gestão. Para se ter uma ideia, na época do DID, havia 40 editores
representantes das Unidades, e eu era a única mulher.”

Nesse período, foram criadas as coleções Plantar, Criar, Saber e 500 Perguntas 500 Respostas.
Para atender aos agricultores do Nordeste que produziam em área irrigada para exportação,
foi lançada, na mesma época, a Coleção Frupex e, no ano 2000, a Coleção Frutas do Brasil.

A partir de 2003, surgiram novas coleções, como a ABC da Agricultura Familiar (2004); a
Agroindústria Familiar (2005); e mais recentemente as coleções Transição Agroecológica –
que começou a ser desenhada em 2009 e teve sua primeira publicação impressa em 2013 –,
e Povos e Comunidades Tradicionais (2016).
28

Arte presente nos conteúdos científicos


As obras de referência surgiram com o intuito de retratar a biodiversidade brasileira. Conhecer
para conservar os recursos da flora do Pantanal. Assim nasceu, em 1994, a publicação Plantas
do Pantanal (POTT; POTT, 1994), totalmente ilustrada com fotos de 500 espécies principais,
consideradas as mais importantes para o bioma por sua utilização como alimento para os
animais, sua finalidade apícola, forrageira, frutífera, madeireira e ainda por seu uso medicinal.

Outro destaque na década de 1990, que recebeu o prêmio Jabuti


por seu caráter inovador, foi o livro arte Fruteiras da Amazônia
(SOUZA et al.,1996), lançado com o objetivo de reunir e sistema-
tizar as informações disponíveis de algumas fruteiras da Amazô-
nia, de maneira simples e acessível a qualquer pessoa interessada
no assunto.

Nele estão retratadas frutas que se tornaram bem conhecidas pe-


los brasileiros, como o açaí, o cupuaçu, a pupunha, o guaraná e o
jenipapo e aquelas que ainda permanecem pouco divulgadas no
País, como o camu-camu, a sorvinha, o uxi, o mari-do-pará e um
conjunto de outras fruteiras.

A publicação Peixes do Pantanal (BRITSKI et al., 1999) também surpreendeu pela riqueza de
detalhes. O livro, um manual de identificação dos peixes que habitam o complexo ecossis-
tema do Pantanal, teve como proposta familiarizar professores
e alunos com os nomes científicos e a classificação dos peixes
desse bioma.

As obras de referência, em sua maioria bilíngue, continuam sen-


do destaque na Livraria Embrapa, como Flores Tropicais (TERAO
et al., 2005). Resultado de um trabalho de 10 anos de pesqui-
sadores da Embrapa, o livro reúne amostra significativa sobre
as principais espécies de flores tropicais cultivadas no Brasil.
E, como diferencial, cada capítulo é aberto com os versos da
poetisa Débora Brennand.

A publicação mais recente, Cavalo Pantaneiro: rústico por natureza (SANTOS et al., 2016),
narra a história e a importância do cavalo Pantaneiro.
29

Corina Barra Soares, responsável pela revisão de textos das publicações


Peixes do Pantanal e Fruteiras da Amazônia, recorda o desafio que foi realizar os
dois trabalhos: “foi um período sofrido. Nossa grande dificuldade naquela época
era descobrir a grafia dos termos científicos e também dos nomes populares das
frutas da Amazônia, pois não tínhamos essas informações, não existia um manual
com orientações sobre como grafar esses nomes específicos”.
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

Na Empresa há 21 anos, todos dedicados à revisão de textos, Corina conta que


a produção do livro Peixes do Pantanal foi muita rica em detalhes. O ilustrador
científico Álvaro Nunes viajou ao Pantanal para retratar os peixes apresentados
no livro. Para isso, precisou contar com o apoio de um pescador, que colocava
o peixe em um aquário para que ele pudesse pintá-lo. Ela se recorda da fala do
ilustrador sobre o trabalho: “o peixe morto perde suas características”.

Receitas que fazem sucesso


A obra Cogumelos e suas delícias chama a atenção por traba-
lhar com um tema que somente nos últimos anos ganhou
o gosto popular: os cogumelos. Junto com o gastronomista
Paulo Siqueira, Arailde Urben comprova que os diversos tipos de
cogumelos podem fazer parte dos pratos mais típicos do Brasil e
que são bastante nutritivos: o tacacá, na região Norte; o caruru,
no Nordeste; o arroz com pequi, no Centro-Oeste; o feijão-tropei-
ro, no Sudeste; e o arroz de carreteiro, no Sul.

“Há pouco mais de 10 anos, Arailde Fontes Urben, pesquisadora da Embrapa, desviou sua
atenção para o milenar povo chinês. Na Universidade de Fuzhou, China, aprendeu uma
tecnologia de produção de cogumelos comestíveis e medicinais.” (URBEN; SIQUEIRA, 2003)

Esse foi um dos primeiros livros de receitas publicados pela Embrapa. Em 2003, a Unidade
iniciou a produção nessa linha como forma de valorizar os conhecimentos dos pesquisa-
dores e, ao mesmo tempo, alavancar as vendas, oferecendo à população dicas de como
montar cardápios saborosos e nutritivos. Daí surgiram as obras: Sabores das carnes caprina
e ovina (CAVALCANTE, 2008), Receitas com soja para uma vida saudável (CARRÃO-PANIZZI;
MANDARINO, 2014), entre outros.
30

“Era comum autores passarem uma semana inteira conosco acompanhando a


elaboração de suas obras. E isso foi muito importante para a Unidade, pois esses
pesquisadores puderam compreender o funcionamento do processo editorial e,
assim, perceberam que uma publicação não se faz de um dia para o outro. Isso

Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro


contribuiu para valorizar o nosso trabalho na Empresa.”

Lucilene de Andrade
Gerente-Adjunta de Projetos Editoriais

Para orientar a elaboração da publicação técnico-científica, a Em-


brapa lançou, em 2001, a primeira edição do Manual de Editoração,
em versão impressa. Em 2006, publicou-se a segunda, em versão
on-line, e a terceira, em 2009, onde consta o novo acordo ortográ-
fico (EMBRAPA, 2009). Está prevista uma quarta edição, ampliada,
que incluirá informações sobre os fluxos e processos editoriais para
produção de e-books, em formato ePub.

Desde então, a Embrapa organiza sua produção editorial em quatro principais linhas:

• Técnico-Científica

• Transferência de Tecnologia

• Ensino-Aprendizagem

• Memória
31

Livros digitais
O ano de 2012 é um marco para a Embrapa na produção de livros digitais (e-books), no forma-
to ePub. Acompanhando as tendências do mercado editorial brasileiro e mundial, a Unidade
iniciou a publicação de livros digitais que podem ser lidos nos principais tablets do mercado, e
em plataforma Android ou IOS, bem como em computadores (com softwares de leitura).

Os 13 primeiros títulos foram lançados no 39º aniversário da Embrapa, em 24 de abril


de 2012. De lá para cá, já foram publicados mais de 100 títulos em e-book, dos quais
33 são da Coleção 500 Perguntas 500 Respostas, disponíveis no site da coleção, e 70 avulsos,
disponíveis no site da Livraria Embrapa. Entre os títulos mais comercializados estão Sistema
brasileiro de classificação de solos e Gestão ambiental na agropecuária e agroecologia:
princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável.

“A tendência editorial técnico-científica é a produção de e-books e este é um dos caminhos


que a Unidade está trilhando, em paralelo à produção de livros impressos”, destaca Alexan-
dre Abrantes, analista da Embrapa Informação Tecnológica e também um dos responsáveis
pelas capacitações para a produção de livros digitais nas Unidades de Pesquisa da Embra-
pa, junto com os analistas Leandro Souza Fazio e Paula Rodrigues Franco e a pesquisadora
Wyviane Vidal.

Nesses 25 anos, a Embrapa Informação Tecnológica também acumulou prêmios nacionais,


P R E M I A Ç Ã O

como o Jabuti, conferido pela Câmara Brasileira do Livro.

1998 2001

Fruteiras da Amazônia Capsicum – pimentas e


2º lugar na categoria Ciências Naturais pimentões no Brasil
1º lugar na categoria Ciências da Saúde

1999
2015
Amazônia: meio ambiente e
desenvolvimento agrícola Agricultura conservacionista no Brasil
1º lugar na categoria 2º lugar na categoria Ciências da Natureza,
Ciências Naturais e Medicina Meio Ambiente e Matemática
32

Pessoas e tecnologia nos processos editoriais


A busca pela melhoria dos processos tem sido sempre uma meta em qualquer instituição.
E, na Embrapa Informação Tecnológica, isso não foi diferente.

Durante esses 25 anos, a produção editorial da Unidade ganhou força e foram muitas as
conquistas. Nasceram coleções, livros, cartilhas... Muitos prêmios. E esse esforço foi cuida-
dosamente construído por diagramadores, revisores, bibliotecários, ilustradores e editores,
para colocar à disposição do leitor um produto que integra conteúdo de qualidade técnica e
respaldo científico, além de beleza e conceitos editoriais.

Muito trabalho e investimentos pautaram esse crescimento. E, se tudo começou com uma
equipe pequena – alguns com experiência, outros se capacitando no dia a dia –, os últimos
concursos exigiram mais qualificação dos candidatos também em outras áreas do conheci-
mento. Com isso, as equipes foram reorganizadas, e os fluxos de trabalho ganharam em
agilidade, economia e qualidade.

O jornalista Francisco das Chagas Martins, Chico – como é conhecido pelos


colegas –, está na Embrapa há 22 anos, após ser aprovado no primeiro concurso
da Unidade para revisor de texto. Ele já participou de muitos projetos editoriais na
Embrapa, mas foi a autoria do livro infantojuvenil A menina e o espantalho, em 2008,
que marcou sua vida profissional (MARTINS; MACIEL, 2008). Ilustrado em forma de
aquarelas, a publicação chama atenção por retratar o bioma Caatinga e a vida do
sertanejo a partir do olhar da menina Babi e do “amigo” Sapeca, um boneco de pano
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

feito por sua avó.

“O livro foi dosado em cada detalhe para o leitor de 8 a 14 anos, e o reconhecimento


pelo MEC como livro didático trouxe a certeza da minha contribuição em mostrar a
difícil realidade do sertanejo do Semiárido nordestino e ao mesmo tempo a riqueza
de sua cultura.”
33
Foto: Kelliny Pontes

O diagramador Carlos Eduardo Felice, conhecido como Caseda, está na Uni-


dade desde 1994 e sabe bem o quanto evoluíram os processos editoriais e a dife-
rença que isso representou nos fluxos e na dinâmica do trabalho entre as equipes.

“Em 1995, lembro que a digitalização das imagens ainda era terceirizada, e isso
demandava tempo e aumentava muito os custos de produção. A compra de novos
equipamentos e softwares foi um avanço em autonomia na dinâmica do nosso tra-
balho e abriu novas possibilidades na criação das obras”, destaca Caseda.

A melhoria nos processos editoriais conta ainda com uma forte aliada, cada vez mais imprescin-
dível: a tecnologia. Aqui ela começou a fazer a diferença em 2002, quando o então presidente
Alberto Duque Portugal solicitou à Embrapa Informação Tecnológica a criação de um sistema
de cadastro de publicações para registrar toda a produção técnico-científica da Empresa.

Foi desenvolvido o Cadastro Geral de Publicações da Embrapa (CGPE), na versão on-line.


Com ele, um novo conceito em sistematização da produção editorial ganha forma. Passa a
ser exigido o cadastro de toda a produção científica e tecnológica produzida pelas Unidades,
em qualquer tipo de suporte.

Em 2005, foi a vez da criação da Ficha de Encaminhamento de Produto Editorial (Fepe), um


instrumento de gestão para qualquer publicação editada e/ou impressa na Unidade, que
integra os diferentes setores envolvidos e facilita o acompanhamento da obra, desde o rece-
bimento de arquivos originais até a entrega do produto ao cliente.

Outro salto na qualificação da produção editorial e no atendimento às normas de edição se


deu a partir de 2012, quando a Embrapa passou a ser a editora de todas as obras produzidas
por suas Unidades. Isso fez com que a Embrapa Informação Tecnológica passasse a avaliar as
publicações quanto a sua adequação às normas do Manual de Editoração e do Manual de
Referenciação antes do fornecimento do ISBN. Uma medida que, sem dúvida, fortaleceu a
identidade e a marca Embrapa.

Para consolidar essa estratégia de trabalho, em 2015, a equipe editorial fez um treinamento,
por meio de videoconferências, para 45 unidades da Embrapa.
34

Profissionalização da Unidade
O primeiro concurso público realizado para atender à Embrapa
Informação Tecnológica foi realizado em 1994, quando foram se-
lecionados profissionais na área de produção de roteiros, edição e
produção para TV e vídeo, cinegrafista, operador de audiovisual,
diagramador e revisor de textos técnico-científicos. Um concurso
que chamou a atenção por fugir do perfil profissional da época,
composto por agrônomos, biólogos, veterinários, entre outros da
área das ciências agrárias.

Em 1997, a Unidade ganhou sua sede própria. Até então, parte da


equipe trabalhava no subsolo da sede da Embrapa e a outra parte
nas instalações da gráfica, localizada na Embrapa Cerrados, em
Planaltina, DF. Mas foi preciso muito esforço dos gestores da época
para conseguir levar o projeto adiante, como conta Lúcio Brunale:

“O terreno pertencia à Fundação Zoobotânica do Distrito Federal


[extinta em 2000], e foi um esforço nosso a negociação com o
GDF. Conseguimos toda a área que vai do Bloco D da Sede até
onde foi construída a Embrapa Agroenergia. Então, negociamos
com a própria Embrapa e ficamos com o local onde hoje está a
Embrapa Informação Tecnológica.”

Segundo Brunale, dos recursos levantados para a construção,


no total de R$ 1,7 milhão, parte foi destinada a outras obras,
também necessárias, e o desafio foi construir a sede da Unidade
com metade do valor disponível. Pela falta de recursos, não foi
possível executar todo o projeto. E somente a partir de 2004,
outras duas alas foram construídas para acomodar uma equipe
em crescimento.

No início, eram 57 empregados. Hoje são 137, dos quais 13 pes-


quisadores, 75 analistas, 36 técnicos e 13 assistentes. Desses, 32%
possuem pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado) e
35% especialização.
35

Fotos: Acervo Embrapa Foto: Arnaldo de Carvalho Júnior


36

Os primeiros que aqui chegaram...

ACACIO CAMPOS FILHO JÚLIO CÉSAR DA SILVA DELFINO


ANDRACY DA CUNHA LUIS CARLOS CRUZ RIASCOS
ANTONIO CARLOS NAVES LUIZ ANTONIO DE FARIA ARANTES
ANTONIO ELIAS DA SILVA MARCELA SANTANA CALDAS
ANTONIO OLIMPIO DOS SANTOS MARCOS AURÉLIO FRANCO CARDOSO
ANTONIO TADEU DA SILVA PATRIOTA MARCOS FERNANDES CUNHA
ARAQUEM CALHÃO MOTTA
MARIA DIAS BICALHO
BENEDITO ALVES DE SOUZA
MARIA ELISABETH SALVIATI
CARLOS MOYSES ANDREOTTI
MARILIA MADALENA PRADO PARANHOS
CARLOS TADEU GOMES
MARINA APARECIDA SOUZA DE OLIVEIRA
DEIZIA SANTOS BARROSO
MARIO DE ASSIS CAMPELO GAMA
ESTOGAR TIMEO MENDES
MARLENE DE SOUZA COSTA FRANÇA
EURIPEDES CARLOS DE CASTRO
MIRIAM DALVA LIMA MARTINS
EVERTON TEIXEIRA DE SOUTO
ODALCY MESSIAS SAINCA
FELICIANO ALVES DE ARAUJO
PAULO CESAR BASTOS CARVALHO
FRANCIMARY DE MIRANDA E SILVA
QUAZI KHALILUR RAHAMAN
FRANCISCO BASÍLIO DE AGUIAR
REGINALDO PEREIRA LIMA
FRANCISCO SOARES DE ALBUQUERQUE
ROBSON DA CONCEIÇÃO
HOZANA ALVARES DE OLIVEIRA
ROSIVALDO RAIMUNDO SOARES
ILTON FERNADES OLIVEIRA
ISMAR CARDOSO TENISSON WALDOW DE SOUZA

IRANDES BARCELOS ISMAR CARDOSO VALDELINO DA SILVA

ISRAEL ROXO GUIMARÃES VALDIRENE EVANGELISTA MIGUEL

JOSÉ ALVES TRISTÃO VALMIRO FERREIRA DA COSTA

JOSÉ ASSUNÇÃO SETUBAL NETO WALCIRA MACEDO DE ARAUJO MOTTA

JOSÉ BATISTA DANTAS WAMIR SOARES RIBEIRO JUNIOR


JOSÉ ILTON SOARES BARBOSA WILIAN DE QUEIROZ MEDRADO
JOSÉ MANOEL PEREIRA ZAQUEU RODRIGUES NEVES
JOSÉ RECH ZOROASTRO ALBUQUERQUE NUNES
37
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

“Entrei na Embrapa Informação Tecnológica em 1991, tão logo foi inaugurada. E aqui
fiquei, pois sempre acreditei no papel da Unidade, de organizar e disseminar as infor-
mações, em uma linguagem acessível para todos os públicos. Acho que isso é contribuir
para o desenvolvimento do País, pois tão importante quanto os resultados da pesquisa
é a forma com que a população toma conhecimento desses resultados e os utiliza, e
essa é a nossa contribuição.”

MARLENE FRANÇA
Gerente-Adjunta de Administração

... e OS que AQUI continuam

Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro


linha do tempo
Gráfica
Onde o projeto
se transforma
em produto
43

Há 208 anos, a indústria gráfica se estabelecia no Brasil, com a chegada da Família


Real, em 1808. E foram as prensas tipográficas manuais as primeiras impressoras
vindas com os portugueses. Nelas, os tipos, feitos de chumbo, eram dispostos, um
a um, para formar as linhas, que depois eram transferidas para um suporte plano
de metal. Desse modo, era formada uma matriz, também conhecida como chapa.
Esse material, então, era entintado e cada folha era impressa individualmente na
prensa.

É com esse registro histórico que abrimos a página para falar de um setor onde
pesquisas, histórias e informações se transformam em mensagem, contribuindo
para a construção do conhecimento. E é esse conhecimento que pode transformar
uma sociedade. Por isso, cada publicação finalizada na gráfica é a concretização
de um projeto e de todas as etapas pelas quais passa a produção editorial, com a
participação de muitos empregados.
44

Em 1984, em um galpão da Embrapa Cerrados,

Fotos: Acervo Embrapa


nasceu a gráfica da Embrapa, na época subor-
dinada ao DID. Ela funcionou no mesmo local
durante 13 anos, quando foi transferida, em
1997, para a nova sede do SPI, hoje Embrapa
Informação Tecnológica.

“O grande desafio da época era modernizar


o parque gráfico e, com isso, ganhar em agili-
dade e em qualidade dos serviços”, lembra
Angelita Menezes, na Embrapa desde 1995, e
hoje supervisora da gráfica.

A Unidade fez muitos investimentos na compra


de maquinário, o que representou um grande
salto na produção. Cada aquisição era recebida
com euforia e foi despertando na equipe mais
interesse na capacitação e no conhecimento de
novos equipamentos.

A cada ano, eram visíveis as melhorias nos pro-


cessos gráficos. Em 2009, por exemplo, a aqui-
sição de uma máquina de pré-impressão total-
mente computadorizada foi uma verdadeira
revolução. Ela substitui o uso de fotolitos, e isso
reduz significativamente o tempo que se gasta
45
Fotos: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

para a gravação das chapas das publicações, sem contar a mudança que proporcionou na
organização do espaço físico e no ambiente.

Em 2010, foram compradas uma máquina de corte e vinco, uma dobradeira mais moderna
e outras duas máquinas para acabamento. Além disso, desde 2014, o setor passou a contar
com a impressora quatro cores, garantindo mais qualidade e agilidade à impressão.
46

“Um trabalho que exige cuidados especiais de toda a equipe, com leiautes criati-
vos, análise do processo de impressão mais adequado com a base estética, tipo de
papel,  tiragem, economia de tinta e papel, buscando tornar a produção gráfica o
mais eficiente possível. Depois da impressão, é a vez da finalização do processo,
que são as dobras, revestimentos, vernizes, cortes especiais, empacotamento e,

Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro


finalmente, o envio aos clientes.”

ANGELITA MENEZES
Supervisora da Gráfica

Para se ter uma ideia do avanço que esses equipamentos promoveram nos serviços gráficos
da Embrapa, Angelita cita como exemplo o tempo de impressão de um livro com 600 pági-
nas coloridas, que passou de 28 dias para 10 dias, e com qualidade muito superior.   

Outra conquista para a gráfica foi a instalação do Ecobrisa, um sistema desenvolvido para
resfriar pequenos e grandes ambientes, o qual veio substituir os antigos ventiladores usados
pelos empregados.

“Angelita e eu visitamos algumas gráficas para saber como era o sistema de resfriamento e
verificamos que o ar condicionado era o mais frequente. Mas avaliando melhor, decidimos
que o climatizador seria mais eficiente para o nosso ambiente, pois os empregados poderiam
trabalhar com as janelas abertas, além de consumir menos energia que o ar condicionado e
ter manutenção mais barata. Acertamos na escolha”, recorda Lucilene de Andrade.

Nessa mesma época, parte dos compressores internos das máquinas foi retirada e instalada
na parte externa do prédio da gráfica, o que reduziu consideravelmente o ruído no local e
atendeu às normas de segurança no trabalho.

Eles trabalham em dois turnos: de dia e de noite. Assim a equipe da gráfica se desdobra
para dar conta das demandas de produção e impressão, que totalizam entre 600 e 800 mil
impressões por mês.
Livraria Embrapa
um mercado aberto
49

A história da Livraria Embrapa começa em 1992, quando a Embrapa Informação


Tecnológica faz o primeiro inventário e avalia o estoque de livros e livretos herda-
dos do DPU. Na época, os gestores entenderam que era preciso institucionalizar
o processo de vendas na Embrapa, até então inexistente, e a primeira providência
foi a criação do sistema de controle e gestão de estoques, definindo códigos para
cada produto editado.

Foram selecionados para o portfólio inicial alguns livros cujos conteúdos e trata-
mentos editoriais se aproximavam da nova filosofia de trabalho, os demais fo-
ram destinados aos centros de pesquisa, como estímulo para que se organizassem
como pontos de venda.
50

A Unidade estava se estruturando, e o momento era de negociação de parcerias para a pro-


dução e comercialização dos livros. Com isso, os primeiros contratos de vendas em consig-
nação foram feitos com os centros de pesquisa da Embrapa e, logo depois, estendidos para
livrarias comerciais.

Uma iniciativa arrojada e que teve grande repercussão na época foi o contrato firmado com
a Distribuidora Nacional de Publicações (Dinapi), para comercializar as coleções de bolso nas
bancas de revista no Estado de São Paulo. Mas, se antes a gráfica rodava 1,5 mil exempla-
res, a produção passou para 10 mil, o
Foto: Acervo Embrapa
que acabou esbarrando na capacidade
de produção e inviabilizando o projeto.

Novas perspectivas surgem com a parti-


cipação da Embrapa em feiras de livros,
eventos científicos e feiras agropecuá-
rias, onde projetos, publicações impres-
sas e vídeos passaram a ser divulgados
e comercializados nos estandes.

No entanto, foi o Sistema de Gerencia-


mento de Vendas, composto de vários
módulos, e criado e desenvolvido na
Embrapa Informação Tecnológica, o grande responsável pela modernização de todo o pro-
cesso de vendas e pelos resultados bem-sucedidos no atendimento aos clientes, chegando a
ganhar, em 2002, o prêmio de Análise e Melhoria de Processo.

A partir de 2009, o espaço para comercialização dos produtos na internet, denominado Livra-
ria Virtual, passou a se chamar Livraria Embrapa e ganhou uma página2 atualizada e mais ami-
gável para o cliente. A livraria ampliou sua abrangência ao chegar, em 2012, às redes sociais.
Em 2015, foram registrados no Facebook3 mais de 13.500 seguidores do Brasil e do exterior.

Mas se o cliente preferir conhecer de perto as publicações e outros produtos disponíveis na


livraria, existe um espaço exclusivo na entrada da Unidade, para atender à venda direta, com
2
Disponível em: <https://www.embrapa.br/livraria>.
3
Disponível em: <https://www.facebook.com/livrariaembrapa/>.
51

estantes para exposição de lançamentos e de outras


Fotos: Acervo Embrapa

obras do acervo. O local também é palco de encontros


e comemorações da Unidade.

Em 2014, a Livraria Embrapa entrou de vez no mercado


dos livros digitais e criou a estante virtual, para a comer-
cialização de e-books em formato ePub, editados pela
Embrapa em português, inglês e espanhol. Atualmente,
102 títulos estão disponíveis na Livraria Embrapa.

“O sistema de e-commerce da Livraria, bem como as


demandas que surgem durante nossa participação em
feiras e exposições, além do SAC, são os principais ter-
mômetros para sabermos o que os nossos clientes gos-
tariam de ler. Também apresentamos o tema para os
pesquisadores que aceitam o desafio de produzir uma
obra”, destaca a atual gerente-geral, Selma Beltrão.

Ela lembra que a publicação Maracujá, da Coleção


500 Perguntas, 500 Respostas, em fase de editoração,
é justamente o resultado de uma demanda recebida
pelo SAC central que, em conjunto com a Unidade,
propôs a sua edição à Embrapa Cerrados.

O momento econômico atual que o País atravessa exi-


ge novos desafios. E a equipe da Livraria Embrapa sabe
que é preciso criatividade e muito esforço para encon-
trar formas de superar as dificuldades, buscando man-
ter o interesse de sua clientela e estimular a conquista
de outros mercados.

“Já lançamos campanhas promocionais, com grandes


descontos no fim de semana, campanhas temáticas,
e temos obtido bons resultados, mas ainda há mui-
to trabalho pela frente para chegarmos aos resultados
que queremos alcançar”, afirma Natália Evangelista,
supervisora do Setor de Marketing e Comercialização.
bibliotecas e
Arquivo Central
acervos construídos
em muitos anos
55

A história das bibliotecas começa nos anos 1970, tão logo se dá a inauguração
da Embrapa. Algumas delas já existiam antes mesmo da criação da Empresa, pois
faziam parte da estrutura de institutos regionais de pesquisa ou de diretorias es-
taduais do Ministério da Agricultura, órgãos que foram incorporados à Embrapa
quando de sua constituição. Desde sua concepção, as bibliotecas sempre seguiram
a lógica de organização em rede para melhor atender os usuários, principalmente
os pesquisadores da Empresa que necessitavam de informações atualizadas sobre
o desenvolvimento da ciência no mundo para gerar novos conhecimentos. Por isso,
já em 1974 as recém-criadas bibliotecas passaram a compor o Sistema de Informa-
ção Técnico-Científica da Embrapa, o SITCE, que, com o passar dos anos, evoluiu
até chegar ao que se tem hoje: o Sistema Embrapa de Bibliotecas (SEB). História
que será contada a seguir, e também a do Arquivo Central, que desde 2003 está
sob a coordenação da Embrapa Informação Tecnológica, com o objetivo de preser-
var a memória institucional da Empresa.
56

A trajetória do Sistema Embrapa de Bibliotecas


“Sair desse paradigma de classificação de títulos para classificação de ideias foi o desafio.
Superar aquela ideia arcaica de que bibliotecário é aquele profissional responsável apenas
pela organização de uma biblioteca estática era a nossa grande luta”, relembra a primeira
gerente-geral da Unidade, Marília Paranhos.

Quando as primeiras bibliotecas da Embrapa foram criadas, na década de 1970, sequer


existia internet. Mas sua lógica de funcionamento já seguia um sentido de organização em
rede. Foi assim que, em 1974, um ano após a criação da Embrapa, o SITCE, que antecedeu
o Sistema Embrapa de Informação (SEI) e o Sistema Embrapa de Bibliotecas (SEB), começou
a ser estruturado.

O SITCE era formado por um órgão coordenador – o DID –, e por setores de informação
e documentação das Unidades. Sua forma de organização serviu de referência para várias
outras bibliotecas do Brasil.

“A diretoria, na época, não queria bibliotecas tradicionais, mas especializadas nas áreas de
pesquisa de cada Unidade”, assim relata Maria Helena Kurihara, bibliotecária da Embrapa
que coordenou, durante 20 anos, o que é hoje o SEB.

Do correio à web
É quase impossível contar a história do SEB sem associá-lo à evolução das tecnologias. Na dé-
cada de 1970, o grande desafio era lidar com as limitações de um mundo sem internet. Todo
contato entre as bibliotecas (solicitação de bibliografias, teses, periódicos, livros e outras
publicações) era feito pelo serviço de correio. A realização de um levantamento bibliográfico
levava dias ou até semanas, pois eram necessárias consultas nacionais e internacionais, e as
informações chegavam com certo atraso à Embrapa.

Mesmo assim, esses profissionais conseguiam dar conta de importantes atribuições. De 1974
a 1990, eram responsáveis pelas atividades de disseminação
seletiva da informação, produção de bases de dados automa- Comutação: obtenção de có-
tizadas, publicação de bibliografias e de resumos informativos, pias de documentos técnico-
-científicos disponíveis nos acer-
serviço de comutação nacional e internacional, além da elabo-
vos das principais bibliotecas
ração de coleções de conteúdo significativo para a pesquisa brasileiras e em serviços de
agropecuária no País. informação internacionais.
57

A partir de 1989, foi possível fortalecer o sistema com a aquisição dos melhores computado-
res da época para informatização dos acervos.

De 1991 a 2003, o SITCE passou a se chamar Sistema Embrapa de Informação (SEI).


E é justamente na década de 1990 que se deu um grande avanço na automação das biblio-
tecas da Embrapa, com o desenvolvimento do software Ainfo – Sistema Informatizado para
Gestão do Acervo das Bibliotecas.

Em 2000, as bibliotecas entraram para o mundo virtual com a aquisição dos primeiros perió-
dicos e bases de dados para acesso on-line.

Em 2003, o Sistema Embrapa de Bibliotecas (SEB), como passou a ser chamado, é incorpo-
rado à Embrapa Informação Tecnológica, e são integradas a esse sistema 43 bibliotecas das
Unidades. Seu acervo é composto por material impresso e digital, como livros, periódicos,
áudios, vídeos, normas técnicas, folhetos, entre outros, e ainda mais de 900 mil itens que se
encontram organizados pela Base de Dados da Pesquisa Agropecuária (BDPA)4.

Nesse mesmo ano, é firmado convênio para o acesso ao Portal de Periódicos Capes5. Na época,
o SEB era responsável pela gestão de 3.379 títulos de periódicos nacionais e internacionais e
15 bases de dados. Hoje, já são mais de 38 mil periódicos em texto completo e 123 bases, e a
renovação do convênio tem sido feita anualmente, com recursos financeiros da Unidade.

O SEB também coordena os sistemas de acesso aberto da Empresa, criados a partir de 2011, os
quais são compostos pelos repositórios: Informação Tecnológica em Agricultura (Infoteca-e)6,
Acesso Livre à Informação Científica da Embrapa (Alice)7 e Sistema Aberto e Integrado de In-
formação em Agricultura (Sabiia)8.

O sistema Ainfo
O software Ainfo foi desenvolvido pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).
Sua primeira versão, concluída em 1991, permitiu o início da automação e integração de todo
4
Disponível em: <https://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/>.
5
Disponível em: <http://www-periodicos-capes-gov-br.ez103.periodicos.capes.gov.br/>.
6
Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/>.
7
Disponível em: <https://www.alice.cnptia.embrapa.br/>.
8
Disponível em: <https://www.sabiia.cnptia.embrapa.br/>.
58

o acervo das bibliotecas, mas o grande salto ocorreu em 2009, com a implantação do Ainfo
WEB, versão mais moderna, com novas aplicabilidades para o gerenciamento de acervos.

“A motivação para o desenvolvimento do Ainfo foi a expectativa de a Embrapa ter um


software próprio que fosse evoluindo a partir das demandas dos usuários, como os pesqui-
sadores e os bibliotecários”, conta Leila Maria Lenk, uma das responsáveis pelo desenvolvi-
mento da ferramenta, que trabalhou na Empresa por mais de 20 anos.

“Hoje, qualquer documento produzido pela Embrapa deve, obrigatoriamente, ser registrado
e indexado no Ainfo, que vai formar a base de dados da pesquisa agropecuária e a memória
técnica da Empresa”, afirma Rosangela Galon Arruda, bibliotecária e supervisora do setor
durante 10 anos.

O Arquivo Central A história do arquivo data de 199


5, quando passa a fi-
men to de Informação
gurar como uma área do Departa
o prim eiro profissional
Preservar a memória institucional da e Informática (DIN) e é contratado
foi a primeira ação
com formação em arquivologia. Essa
ivos da Embrapa em
Embrapa também é assunto da Unidade, efetiva para transformação dos arqu
ção da mem ória insti-
que, desde 2003, assumiu o compromisso instrumentos eficazes de preserva
sido dese nvo lvido para
tucional. Até então, nada havia eo
ica na Emp resa ,
de fazer a gestão arquivística, coordenando a implantação da política arquivíst -
mas sa de apro xima
também o Arquivo Central, o qual é vincu- resultado foi a formação de uma e
doc ume ntos text uais
damente mil metros lineares de
ulado no subsolo
lado ao Setor de Informação e Documenta- 3.800 rolos de microfilmes. Tudo acum
ção da Gerência-Adjunta de Organização e da Embrapa Sede.

Difusão da Informação.

Muito trabalho e dedicação fizeram parte do dia a dia de uma equipe comprometida com
a organização do acervo e com as melhorias dos processos de gestão documental. E foram
muitas essas melhorias.

Em 2010, a Unidade aprovou projeto no Macroprograma 5 para criar e validar um modelo de


sistemas de arquivo corporativo, no qual as Unidades pudessem desenvolver atividades de ges-
tão arquivística de forma integrada, permitindo o acesso seguro aos documentos da Embrapa.

Em 2012, anos depois da redação dos primeiros documentos para sua implantação, foi
instituído o Sistema Embrapa de Arquivos (Searq), integrado por representantes de todas as
Unidades da Empresa, cuja função era a de planejar, acompanhar, orientar e coordenar as
atividades de gestão documental arquivística nas unidades do sistema, além de assessorar a
59

Comissão Permanente de Avaliação de Documentos (Cpad) no que diz respeito à preserva-


ção da memória institucional da Embrapa.

Em 2014, depois de 10 meses de trabalho na reforma das instalações e na reorganização do


acervo, o espaço revitalizado do Arquivo Central foi inaugurado, graças a um investimento
que superou R$ 3,8 milhões, dos quais R$ 350 mil foram destinados à reforma do local, e o
restante à aquisição de seis módulos, num total de 635 estantes deslizantes. Com as melho-
rias, a capacidade de armazenamento está 88% maior. Se antes acomodava um acervo de
15 mil caixas de documentos, nos mesmos 790 m2 podem ser abrigadas 28 mil caixas. Além
de facilitar e tornar mais rápida a consulta, as estantes oferecem mais segurança ao acervo
e economia de espaço no ambiente.

“Me lembro de 1995, quando ainda era estagiária de arquivologia, e o arquivo era apenas um
amontoado de documentos sem identificação em meio a um labirinto de estantes. É muito bom
ver o quanto conseguimos evoluir. Hoje temos um acervo modelo, que regularmente é visitado
por grupos de alunos do Curso de Arquivologia da Universidade de Brasília. Agora nossa inten-
ção é ir além e, por meio do Searq, fazer com que todos os arquivos das Unidades da Embrapa
também se tornem modelo”, relata Lânia Almeida, arquivista da Embrapa desde 2002.
Fotos: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

De olho no futuro e nas novas tecnologias, o Arquivo Central contribuiu também para que a Embrapa
aderisse ao Sistema Eletrônico de Informações (SEI), ferramenta utilizada pelo projeto Processo Eletrônico
Nacional (PEN) coordenado pelo Ministério do Planejamento, o qual promoverá impactos importantes
para a melhoria da gestão documental e, consequentemente, para a gestão organizacional, com ganhos
de produtividade e aprimoramento dos fluxos de trabalho. O Arquivo Central foi o primeiro a implantar
o SEI, já em julho de 2015, e a trabalhar com 100% de seus processos em ambiente eletrônico.
Comunicação
técnico-científica
63

Pensar em comunicação técnico-científica nos remete à publicação de artigos para


divulgar as pesquisas, entre pares, com o objetivo de tornar conhecidos os resultados
de experimentos, as descobertas e os relatos de experiências que contribuam para o
avanço do conhecimento técnico-científico e fomentem a produção de novas tecno-
logias e a sustentabilidade.

Nessa perspectiva, a Embrapa Informação Tecnológica, desde sua criação, tem en-
tre seus projetos a produção editorial de periódicos técnico-científicos, nos quais
investe e estimula, por compreender sua importância no contexto das inovações
tecnológicas para a agricultura tropical, da segurança na produção de alimentos e
da popularização da ciência.

A revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB), os Cadernos de Ciência & Tecnolo-


gia (CC&T) e a Revista de Política Agrícola (RPA) são os três periódicos editados na
Unidade, cada um com sua linha editorial e uma história diferente.
64

Revista PAB
Cinquenta anos. Esse é o tempo que marca a trajetória da revista Pesquisa Agropecuária
Brasileira, a PAB. Uma trajetória que caminhou junto a tantos fatos marcantes, a começar
pela data de sua criação, em 1966, ano em que a sonda soviética Venera 3 chega a Vênus,
mantendo contato por rádio com a Terra, e torna-se o primeiro objeto terrestre a pousar
em outro planeta.

A revista nasceu para ser um veículo de divulgação de artigos técnico-científicos produzidos


pelo antigo Departamento Nacional de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias, do
Ministério da Agricultura, responsável por sua edição, e também por outras instituições,
inclusive estrangeiras, principalmente da América Latina.

As primeiras edições da PAB foram impressas na gráfica do IBGE, no Rio de Janeiro, com pe-
riodicidade anual. A partir do terceiro volume, a revista passou a ser semestral e foi subdivi-
dida em três séries (Agronomia, Veterinária e Zootecnia), buscando com isso compensar sua
heterogeneidade e favorecer assinaturas e a distribuição por meio da edição de periódicos
de temática segmentada.

Daí em diante, em 1977, a revista passou a ser editada pela Embrapa, em Brasília. E com a
criação do SPI, em 1991, a PAB se estabeleceu definitivamente na Unidade.

É esta parte da história da revista, que empresta tanta importância aos 25 anos da Embrapa
Informação Tecnológica, que queremos contar aqui.
Foto: Acervo Embrapa

O desafio foi grande! Quem relata é


Allert Rosa Suhet, o agrônomo e pes-
quisador da Embrapa que passou a ser o
editor-chefe da PAB, em 1995.

Mas a situação que Allert encontrou na


revista PAB naquele momento estava
longe do ideal.

O investimento em computadores, a
contratação de equipe com dedicação
exclusiva e a ampliação do número de
65

OS EDITORES DA PAB

1966 1976 1995 2009

Jürgen Döbereiner Luiz Carlos Riascos Cruz Allert Rosa Suhet Emilson França de Queiroz

Médico-veterinário, primeiro Permaneceu até julho de Engenheiro-agrônomo e Engenheiro-agrônomo,


editor e responsável por 1995, quando faleceu. pesquisador, aposentado pesquisador e
estruturar a revista. desde 2009. atual editor-chefe.

assessores científicos, além do desenvolvimento de dois sistemas, um para gerenciamento de


artigos e outro para a publicação eletrônica, deram suporte ao trabalho da equipe, fazendo
com que o tempo de tramitação dos artigos passasse de 30 meses, em 1997, para 6 meses,
em 2008.

A partir de 2008, com a adoção do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (Seer/OJS)


para o gerenciamento e a publicação eletrônica dos artigos, foi possível disponibilizar eletro-
nicamente todo o acervo da revista (1966–1999), em acesso aberto.

Foram muitas as conquistas nesses anos. A indexação nas principais bases internacionais de
dados (Web of Science, Cab Abstractsm, Scopus, Agris) e a publicação eletrônica em acesso
aberto do periódico na plataforma SciELO foram algumas delas. Em pesquisa realizada entre
2001 e 2006, dados indicam que o acesso à página da PAB eletrônica na SciELO9 quadrupli-
cou, enquanto os acessos diretos aos artigos aumentaram 50 vezes. Em 2015, o número de
acessos diretos aos artigos foi de 1.783.879, o que representa um aumento de 177 vezes.
9
Disponível em: <http://www.scielo.br/pab>.
66

e Barbeiro
Foto: Carlos Eduardo Felic
“Um sistema informatizado para tramitação dos manuscritos não existia. Tudo dependia
da digitação de documentos em máquina de datilografia e do serviço dos Correios; não
havia uma equipe dedicada às edições, como também eram poucos os assessores para
avaliar os artigos. Com isso, o tempo médio de avaliação chegava a ser superior a 30
meses. Superar essas limitações foi um trabalho diário, sofrido e de muito empenho.”

Allert Rosa Suhet

Hoje novas tecnologias foram introduzidas, como a marcação dos artigos em XML (lingua-
gem que garante o acesso aos conteúdos da revista a partir de celulares e tablets) e o com-
partilhamento pelas redes sociais. E mais, a adoção do Identificador de Objeto Digital (DOI),
que identifica e autentica os artigos, permite sua localização em todo o acervo científico
mundial.

Outros desafios estão logo à frente, como publicar pelo menos 50% dos artigos em inglês,
para melhorar a visibilidade científica internacional da revista e atender aos critérios de regis-
tro da SciELO, além de contínua modernização nos fluxos de produção e na sua divulgação,
como o uso de blogs e mídias sociais.

E novos desafios virão, consolidando a história e o papel da PAB como veículo de comunica-
ção técnico-científica e de disseminação do conhecimento.

Cadernos de Ciência e Tecnologia


Cadernos de Difusão de Tecnologia, assim era o nome original da revista, quando foi criada
em 1984 por um grupo de pesquisadores do então DDT. Em 1991, com a extinção do depar-
tamento, a revista passou a se chamar Cadernos de Ciência & Tecnologia (CC&T). A publica-
67

ção reúne em seu conselho editorial professores e pesquisadores brasileiros e estrangeiros,


das Ciências Agrárias e Socioeconômicas, vinculados a importantes centros de pesquisa.

Hoje o CC&T é um periódico quadrimestral coordenado pela Embrapa Informação Tecnoló-


gica e destinado a promover reflexões e debates sobre o desenvolvimento agropecuário em
seus aspectos sociais, econômicos, ambientais, culturais e políticos. Nele estão reunidos arti-
gos, ensaios e textos de debate, além de resenhas de pesquisadores, professores e estudan-
tes de pós-graduação. Está indexado nas bases de dados Agris (FAO); Agrícola (USA); Agro-
base (BR/Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Base de Dados da Pesquisa
Agropecuária Brasileira (BR/Embrapa). A classificação do periódico no Qualis/Capes é B3.

O periódico sempre enfatizou que a ciência e a tecnologia, além de compartilharem os


valores da sociedade, recebem a sua influência. Isso significa que fatores econômicos, sociais
e políticos afetam de inúmeras formas a organização das ciências e a orientação da pesquisa
científica. Por isso, nos últimos 10 anos, as questões vinculadas ao
desenvolvimento territorial, à agricultura familiar e às tecnologias
geradas em contexto de aplicação têm sido destacadas.

Diversas edições especiais da revista foram lançadas e vêm


contribuindo para gerar reflexões e debates acerca de temas
relevantes para a ciência e a agricultura, como é o caso das edições
comemorativas dos 40 anos da Embrapa e do Ano Internacional
da Agricultura Familiar, publicadas em 2014; do número temático
sobre sistemas de produção, em 2012; da edição temática sobre
transferência de tecnologia na agricultura brasileira, em 2011;
da edição comemorativa do ano do Brasil na França, em 2005;
do número temático sobre agricultura orgânica, em 2002; do
número temático sobre transgênicos, em 2001; bem como do
número especial sobre propriedade intelectual na agricultura,
publicado em 1998.

A última edição temática da revista – Solos e Sociedade – foi


publicada em 2015, em comemoração ao Ano Internacional dos
Solos, lançado pela FAO.
68

revista de Política Agrícola


A Revista de Política Agrícola (RPA), criada em 1992, é
um periódico trimestral da Secretaria de Política Agrícola
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Desde 2012, a Embrapa Informação Tecnológica é res-
ponsável por sua supervisão editorial, revisão de textos,
normalização, projeto gráfico e impressão.

Direcionada a técnicos, empresários, pesquisadores,


professores e estudantes universitários, a revista aborda
importantes temas da atualidade, como: questões rela-
cionadas à pobreza e à desigualdade em assentamentos
rurais; a inflação brasileira como reflexo na alimentação e sua relação com cadeias e produ-
tos agropecuários; assuntos referentes ao agronegócio brasileiro; commodities; bovinocultu-
ra; petróleo, entre outros.

A RPA aceita artigos científicos e trabalhos que se enquadrem nas áreas temáticas de polí-
tica agrícola, agrária, gestão e tecnologias para o agronegócio, estudos de caso aplicados
a sistemas de produção, uso de recursos naturais e desenvolvimento sustentável, além de
artigos de opinião e textos para debates. Os artigos passam por uma análise do conselho
editorial, que é composto por representantes da Embrapa, do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento e por consultores independentes.
Comunicação
para transferência
e intercâmbio de
conhecimentos
71

Esta é uma das ações estratégicas da Embrapa Informação Tecnológica que co-
meçou a se fortalecer nos últimos anos. A Unidade, além de atuar no âmbito da
comunicação técnico-científica, fortalecendo a troca de informações entre pesqui-
sadores, também tem forte atuação em projetos, sistemas e ações que contribuem
para a transferência de tecnologia e o intercâmbio de conhecimentos. São eles:
Sistemas de Produção, Coleção 500 Perguntas 500 Respostas, Agência Embrapa
de Informação Tecnológica, Prosa Rural, Dia de Campo na TV e Minibibliotecas. Es-
ses projetos têm como público agricultores, extensionistas, educadores, juventude
rural e comunidades tradicionais, e procuram falar diretamente com eles, por meio
do rádio, da televisão, da web e de publicações impressas.

Somado a essas ações está o Contando Ciência na Web10, um site voltado para o
público infantojuvenil e que tem como desafio a popularização da ciência.

Tudo isso é o que você vai conhecer agora.


10
Disponível em: <http://ccw.sct.embrapa.br/>.
72

Sistemas de Produção Embrapa


Criados na década de 1970, os Sistemas de Produção, que primeiramente eram fascículos
impressos produzidos em parceria com a Embrater, eram elaborados a partir da validação
das tecnologias, em reuniões entre pesquisadores, técnicos da extensão rural e agricultores.
Nos sistemas, eram abordados desde a escolha do terreno para o plantio, até a limpeza da
área, o manejo da plantação e orientações sobre a comercialização. O que os diferenciavam?
Sua regionalidade e a proposta de construção dos conteúdos.

É o caso dos Sistemas de produção para os consórcios de feijão–milho e algodão–feijão–milho


(SISTEMAS...,1979), editado pela Embrapa e Embrater, como resultado de um encontro
realizado em Caruaru, em novembro de 1979. As informações ali produzidas destinavam-
se a produtores do Agreste Pernambucano e do
Sertão do Arcoverde.

Da mesma forma, diversos outros fascículos


foram produzidos a fim de atender regiões es-
pecíficas. Como exemplos, destacam-se: Sis-
tema de produção para melancia – Estado de
Goiás (SISTEMA...,1981); Sistema de produ-
ção para avicultura de corte – Ilha de São Luís
(SISTEMA...,1980) e Sistemas de produção para
a cultura do arroz – Norte de Minas Gerais
(SISTEMAS...,1982).

De lá para cá, muita coisa mudou, como a


extinção da Embrater em 1990, a chegada da
internet e a ampliação do quadro de emprega-
dos da Embrapa, a partir dos anos 2000. Tudo
isso permitiu que os Sistemas de Produção fos-
sem adequados à nova realidade e migrassem,
a partir de 2002, para versão eletrônica11. Hoje,
contam com a participação de quase todas as

11
Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/>.
73

Unidades de Pesquisa da Embrapa e, por serem eletrônicos, permitem atualizações constan-


tes e maior interação em rede.

Com uma média de 90 mil acessos por semana, os Sistemas de Produção Embrapa, ou
simplesmente SPE, como passaram a ser chamados, estão entre as publicações eletrônicas da
Empresa mais acessadas. Contam hoje com uma ferramenta que permite ao público realizar
pesquisas sobre as variadas cadeias produtivas, as quais incluem processos de pré-produção,
produção e pós-produção. São mais de 145 sistemas.

A regionalidade continua sendo sua principal característica. Assim como nos antigos
fascículos, há Sistemas de Produção que tratam, por exemplo, do cultivo da banana para o
Estado do Amazonas ou do Pará. Há ainda aqueles com caráter microrregional, a exemplo do
Cultivo da bananeira para o Agropolo Jaguaribe–Apodi, Ceará (BORGES; MESQUITA, 2014).

A Embrapa Informação Tecnológica e a Embrapa Informática Agropecuária são as responsá-


veis pela coordenação dos Sistemas de Produção Embrapa. 

Em 2013, os Sistemas de Produção foram atualizados: uma nova plataforma foi desenvol-
vida (Liferay), com novo leiaute e outras funcionalidades, além de um gestor de conteúdos
e tutoriais de uso que facilitam sua edição. Parte dos sistemas atuais já se encontra na nova
plataforma12, e o desafio para os próximos anos é fazer a migração de todos eles.

500 Perguntas 500 Respostas


De 1973 à atualidade, muita coisa mudou no cenário agropecuário brasileiro. O País passou
de grande importador de alimentos, como arroz, feijão, carne e leite, para grande exporta-
dor de produtos agropecuários, permitindo o superavit na balança comercial e a melhoria
das condições de vida de quem vive no campo. Muitas tecnologias disponíveis ao produtor
rural que contribuíram para esse cenário positivo são fruto do esforço da Embrapa em desen-
volver pesquisas voltadas para o setor agropecuário ao longo desses anos.

Para isso, a Embrapa criou uma linha editorial específica de transferência de tecnologia:
a Coleção 500 Perguntas 500 Respostas.
12
Disponível em: <https://www.spo.cnptia.embrapa.br/>.
74

O primeiro livro que deu origem à coleção foi editado em 1993:


O produtor pergunta, a Embrapa responde: gado de leite (CAMPOS;
LIZIEIRE,1993). A publicação logo se tornou um sucesso, sendo por vá-
rios anos o livro mais procurado e comercializado pela Empresa, o que
levou a Embrapa a criar a Coleção 500 Perguntas 500 Respostas, a fim
de abordar outras áreas de pesquisa.

“Na época, a Embrapa Gado de Leite recebia milhares de cartas de


produtores. A área de Transferência de Tecnologia tentava dar conta das
respostas. Foi então que surgiu a ideia de se organizar uma publicação
que tivesse vários capítulos. Era necessário ser um livro que respondesse,
de forma direta, às dúvidas e questões levantadas. Com isso, a Embrapa Gado de Leite e a
Embrapa Gado de Corte se uniram e convidaram alguns produtores para colaborar na produção
da obra. A partir das cartas dos produtores, os temas foram organizados por capítulos.
No começo, a ideia era selecionar mil perguntas, mas decidiu-se manter apenas 500”, recorda
Lúcio Brunale, à frente da Embrapa Informação Tecnológica na época do lançamento do
primeiro título.

Coleção ganha site com e-books

O sucesso da coleção motivou a criação, em 2014, do


site mais500p500r1, onde o interessado pode fazer o
download dos títulos em versão digital (ePub ou PDF)
ou comprar a versão impressa. No final da publicação,
caso ele ainda tenha alguma dúvida, há a possibilidade
de enviar a pergunta para a Embrapa responder.

Dois anos após sua criação, foi registrado um total de


161.264 downloads. As cinco publicações mais procu-
radas são Gado de Corte, Hortas, Gado de Leite, Milho
e Geotecnologias e Geoinformação.

1
Disponível em: <http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/in-
dex.php>
75

Foram três edições, a primeira em 1993, a segunda em 2004 e a


terceira, revista e ampliada, em 2012, totalizando mais de 27 mil
exemplares impressos. Em 1998, foi publicada a primeira edição
da coleção em língua espanhola.

Outra publicação da coleção que bateu recorde de tiragem foi


a Gado de Corte (MELO FILHO; QUEIROZ, 1996), com mais de
22 mil exemplares publicados em duas edições, a primeira em
1996 e a segunda em 2011. Em 1999, também foi editada em
língua espanhola.

“Isso só reafirma a importância da Embrapa Informação Tecnológica como Unidade que dá


suporte aos processos de transferência de tecnologia da Empresa, identifica e promove ações
de estímulo ao intercâmbio de conhecimentos”, destaca Selma Beltrão, atual gerente-geral
da Unidade.

Desde a década de 1990 até hoje, já foram publicados 39 títulos da coleção com variados
assuntos.

Agência Embrapa de Informação Tecnológica


Fonte de informações técnico-científicas para produtores, pesquisadores, extensionistas, es-
tudantes, professores e técnicos, a Agência Embrapa de Informação Tecnológica, ou simples-
mente Ageitec, atualmente reúne 50 árvores do conhecimento desenvolvidas pelas Unidades
de Pesquisa da Embrapa, sendo 33 sobre cultivos, 4 sobre criações, 11 temáticas e 2 territoriais.

Em todas elas, é possível consultar informações referentes aos três segmentos da cadeia pro-
dutiva – pré-produção, produção e pós-produção – quando se trata de cultivos e criações.
Em 2015, a Ageitec teve uma média de 3.500 acessos diários.

Essa ferramenta teve seu desenvolvimento iniciado em 2000, por meio de um projeto que
envolveu a parceria entre a Embrapa Informação Tecnológica, a Embrapa Informática Agro-
pecuária e a Embrapa Gado de Corte. Em 2002, realizou-se um treinamento com todas as
Unidades da Embrapa para uso da ferramenta e, em 2004, aprovou-se um projeto corpora-
76

tivo para o desenvolvimento de Árvores do Conhecimento pelas Unidades Descentralizadas


(RELATÓRIO..., 2014).

As primeiras árvores do conhecimento foram lançadas em 2005, com a publicação na


internet das árvores do feijão, do agronegócio do leite e das espécies arbóreas da Ama-
zônia. Em 2006, a criação de uma árvore do conhecimento pelas Unidades passou a ser
um indicador do Sistema de Avaliação de Unidades (SAU), sendo ainda aprovado um novo
projeto do Macroprograma 5 para evolução da infraestrutura computacional da Ageitec.

A concepção da agência, no entanto, soma mais de 20 anos. “Os primeiros desenhos se


deram em 1994. Precisávamos organizar as informações da pesquisa. Então, surgiu a ideia
de criarmos uma espécie de árvore do conhecimento na qual iríamos linkar os conteúdos
produzidos por uma Unidade da Embrapa com a produção da outra e assim ir
construindo o conhecimento científico sobre um determinado tema da agrope-
cuária”, contou Tenisson Waldow.

Para Tenisson, o desafio era permitir que diversos agentes em espaços geográficos
diferentes pudessem acessar a informação em qualquer tempo e hora.
Agora o desafio da Ageitec é manter-se atualizada, em face das
constantes inovações tecnológicas do mercado.

VIDEOTECA RURAL
Qualificar a informação significou desde o princípio tratá-la adequadamente, de modo
que ela pudesse ser entendida e assimilada pelo público a que se destinasse. Era esse o
grande desafio que o então Serviço de Produção da Informação (SPI) tinha pela frente ao se
estabelecer como uma Unidade de Serviço.

Mas como colocar em prática esse projeto com uma equipe reduzida, sem a capacitação espe-
cífica para trabalhar com as novas tecnologias informacionais e com equipamentos pouco ade-
quados? A contratação de editores, cinegrafistas e técnicos de áudio e vídeo permitiu à Unidade
formar novas equipes e inovar em seus projetos. A transferência de tecnologia passa a ser forte-
mente demandada na Empresa, e a Unidade incorpora o conceito ao seu próprio nome, que é
modificado para Serviço de Comunicação para Transferência de Tecnologia (SCT).
77

Em 1995, uma situação não prevista propi-


ciou à Unidade lançar um projeto há muito
ambicionado: a Videoteca Rural. Um saldo
financeiro do Bird poderia ser renegociado
e aplicado em projetos de transferência de
tecnologia para o Programa de Apoio ao
Pequeno Produtor (PAPP).

Em 6 meses, foram definidos temas, elabo-


rados roteiros e contratada a produção
de 24 vídeos técnicos que envolviam as
culturas de banana, abacaxi, manga, caju, mandioca, coco e a caprinocultura. A criação
dessa linha de produção traria enormes desafios à Unidade no que se refere aos ajustes
impostos por novos produtos à cultura da Embrapa.

Nesse mesmo momento, a Embrapa informação Tecno-


lógica experimenta também trabalhar com outras mí-
dias, com o lançamento do CD-Rom Pantanal – um pas-
VIDEOTECA
seio pelo paraíso ecológico. (PANTANAL, 1996?).
pREMIADa

Os vídeos técnicos da Videoteca Rural tiveram grande


Prêmio Vídeo Institucional
impacto no mercado, levando a Unidade a ser premiada
Melhor vídeo institucional concedi-
logo no primeiro lançamento da série. Outro importan- do em 2000 pelo I Terra em Foco –
te destaque na produção em vídeo foi o engajamento Festival Contag de Cinema e Vídeo
pelo vídeo A importância da flores-
no apoio a programas do governo, produzindo vídeos ta, produzido em parceria com a
Embrapa Florestas.
para capacitação de produtores nos assentamentos de
reforma agrária e nos programas de fruticultura para
exportação. Para o projeto Lumiar, do Incra, os títu- Prêmio Aberje 2001
los tratavam de técnicas de produção de milho, citros, Categoria Vídeo de Comunicação
caju, caprinos, coco, abacaxi, mandioca, melão e feijão. Externa, conferido pela Associação
Brasileira de Comunicação Empre-
Para o Programa Brasil em Ação, na linha da fruticul- sarial ao vídeo A importância da
Floresta, produzido em parceria
tura irrigada, a Coleção Frutas do Brasil abordou técni- com a Embrapa Florestas.
cas de produção, fitossanidade, colheita e pós-colheita.
E ainda o vídeo sobre prevenção e alternativas à prática
78

de queimadas na lavoura foi usado como peça central da campanha do governo federal
com esse propósito.

Outras parcerias resultaram em novas produções de sucesso, como a Série Agronegócio, feita
com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que continha dez
temas. Seu conteúdo buscou somar a experiência de especialistas com a vivência de pequenos
empresários e produtores rurais, numa abordagem clara e objetiva dos diversos segmentos da
cadeia produtiva, incluindo processo de produção, boas práticas de produção e recomenda-
ções para a construção de estruturas para o agronegócio e a gestão do negócio rural. Todos os
vídeos eram acompanhados de manuais impressos.

“Essa foi uma experiência muito diferenciada porque foi a primeira vez que trabalhamos
na produção de videoaulas, para serem usadas como apoio em cursos oferecidos para o
Sebrae a novos empreendedores. Foi um trabalho de dedicação intensa. Para a produção dos
roteiros, por exemplo, tivemos de consultar documentos e visitar instituições como a Anvisa,
para orientar sobre os cuidados na manipulação de alimentos, limpeza dos equipamentos e
ambientes. Outra questão que exigia muito era o cuidado durante as filmagens com o uso de
roupas apropriadas nas etapas da produção, como botas, luvas, toucas e aventais. Lembro
que brincos, pulseiras e outros adereços jamais podiam entrar em cena. E não foram poucas
as vezes que tivemos de trocar as imagens por computação gráfica na hora da edição, para
atender às exigências da legislação e do Sebrae. A tarefa foi difícil, mas valeu à pena.”

Quem recorda esses detalhes é Juliana Miura, jornalista da Embrapa que durante 8 anos
trabalhou na Unidade, onde atuou no Setor de Mídia Eletrônica e depois no Prosa Rural.

dia de Campo na TV
Antes mesmo da criação de seu próprio programa, o Dia de Campo na TV (DCTV), a Embrapa
Informação Tecnológica estabeleceu muitas parcerias para a veiculação na mídia televisiva,
como TV Escola, Canal Futura, Rede Bandeirantes de TV e IPCTV.

O DCTV foi um grande desafio. Tudo começou como uma demanda da diretoria da Embrapa
que tinha o propósito de investir na transferência de tecnologia. Era preciso divulgar os re-
sultados da pesquisa em novos formatos, atingir outros públicos e envolver a extensão rural.
79
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

A experiência adquirida em anos de trabalho em emissora de televisão garantiu ao


analista Walmir Rodrigues Gomes a expertise que a Embrapa Informação Tecnológica
precisava para sua consolidação como produtora de vídeos e, mais tarde, do programa
de televisão Dia de Campo na TV.

“Cheguei no SPI em 1995. Era um momento em que a empresa estava investindo, e uma
grande oportunidade se abria para que pudéssemos desenvolver a videoteca e depois
outros projetos em mídia eletrônica. Houve uma produção muito forte na época e, como
eu trabalhava na Globo, onde fiquei 15 anos, aprendi que a qualidade era essencial
para o resultado do trabalho, e esse aprendizado me ajudou bastante a buscar, com
os cinegrafistas, editores, redatores e outros integrantes da equipe, qualificar nossas
produções.”

Walmir Rodrigues Gomes


Gerente-Adjunto de Produção de 1993 a 2003.

É nesse contexto que a Embrapa Informação Tecnológica coloca no ar pela primeira vez o
programa Dia de Campo na TV.

Baseada no modelo de um dia de campo tradicional, a proposta era mostrar a tecnologia,


na forma de passo a passo, promover o debate com o pesquisador e o técnico extensionista
e permitir ao telespectador tirar a sua dúvida na hora, pelo telefone ou por e-mail. A antena
parabólica possibilitou isso, e o programa foi ganhando espaço pelo sinal da Embratel.

Dois anos após sua criação, um projeto de melhoria de processo promoveu amplo diagnósti-
co e apontou necessidades de estruturação do programa. A contratação de mais técnicos e
os investimentos em equipamentos garantiram mais profissionalismo ao DCTV, o que resul-
tou em uma produção mais arrojada e um produto final com mais qualidade.

Com a parceria com o Canal Rural, a partir de 2001, o DCTV passou a fazer parte da progra-
mação da emissora, entrando ao vivo, toda sexta-feira, durante 1 hora. Isso representou um
aumento significativo de sua abrangência entre os 32 milhões de telespectadores potenciais
da TV a cabo, e também a exigir bem mais da sua equipe de produção.
80

“A entrada ao vivo era sempre o momento mais tenso. Tudo tinha que estar pronto na hora
exata. Lembro que dependíamos da Embratel e se acontecia de atrasar a liberação do sinal, era
um corre-corre, pois poderia levar o Canal Rural a reprisar um programa e ninguém queria isso.
Com tudo sob controle, o programa seguia em frente e ao final a gente comemorava”, recorda
a jornalista Maria Luiza Brochado, supervisora do Setor de Mídia Eletrônica durante 9 anos.

Uma grande mudança aconteceu em 2008. A criação da Empresa Brasil de Comunicação


(EBC) e a reestruturação da Embratel no segmento de TVs Executivas tornam os custos de
produção muito elevados e inviabilizam a veiculação do programa ao vivo. Era preciso repen-
sar o programa. E foi o que fez a Unidade. Se por um lado perdeu-se a participação imediata
do telespectador, por outro ganhou-se em liberdade de produção de novos conteúdos e
formatos, e ampliaram-se as possibilidades de novas parcerias para veiculação em diferentes
horários e canais.

A produção de quadros variados, com abordagem diferente do tema principal, passou a


ser constante e deu uma nova dinâmica ao programa. Também foi uma oportunidade de

Fotos: Acervo Embrapa

O primeiro programa foi gravado no


estúdio da Emater-MG, com a Embrapa
Milho e Sorgo. O tema foi o Controle
Biológico de Pragas do Milho. Oficial-
mente, a Embrapa assumiu a produção
do DCTV, em dezembro de 1998, com
o programa Controle da Mosca-Branca.
81

divulgar outras tecnologias, serviços, a Livraria Embrapa e


também os centros de pesquisa da Empresa.
dctv
Mas era hora de ir além. Em 2013, a aprovação da pesqui- pREMIADO
sa de recepção e audiência do DCTV, por meio de projeto
aprovado no Macroprograma 4, foi decisiva para identificar
Prêmio Aberje 2003
o perfil do telespectador, bem como a recepção e o nível
de conhecimento e de audiência desse público. Com os Aberje Centro-Oeste/Leste 2003,
conferido pela Associação Brasi-
resultados em mãos, novas propostas foram planejadas e leira de Comunicação Empresarial
incorporadas ao programa e investiu-se mais na produção pelo programa Fossa séptica biodi-
gestora: solução simples e barata
realizada nas Unidades, em parcerias e na diversificação para o saneamento básico na zona
das abordagens. Além disso, em 2016, o programa estreou rural, produzido em parceria com
a Embrapa Instrumentação Agro-
com um cenário reformado e uma nova identidade visual. pecuária.

Com mais de 40 programas anuais, o DCTV é transmitido


por 18 emissoras, além das 39 filiadas à rede da Associa-
Fotos: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

Hoje, o DCTV conta com novo estúdio


e equipamentos de última geração que
possibilitam excelente qualidade de ima-
gem, de áudio e novos recursos de com-
putação gráfica.
82

e Barbeiro
Foto: Carlos Eduardo Felic
Sérgio Figueiredo está na Embrapa desde 1998, quando chegou com 26 anos.
Mas antes mesmo de ser contratado, ele já editava vídeos para o SPI, como o institucio-
nal exibido na inauguração da nova sede da Unidade.

“Lembro bem daquele dia. Era muita gente participando da festa, e na hora da exibição
do vídeo foi emocionante ver um trabalho que eu tinha feito ser apresentado naquele
momento especial.”

Sérgio tem muitas histórias e experiências como editor, cinegrafista e diretor de imagem.
Trabalhou na Globo, em produtoras de vídeo e nos contou que foi editor do Jornal da
Câmara, o piloto para a criação da TV Câmara.

ção Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas, em todo o Brasil. A Embrapa Informação


Tecnológica investiu em um sistema de gerenciamento de conteúdos digitais, estruturou o
canal do DCTV no YouTube13 e o programa abriu suas fronteiras.

Esta é parte de uma história de 18 anos. Mas o que muitos nem imaginam é que, até chegar
o momento de ir ao ar semanalmente, são consumidas dezenas de horas de trabalho, estres-
se e adrenalina. Desde as gravações pelo Brasil afora até a edição final, nada é tão simples
quanto pode parecer.

Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro


Produzir um vídeo é com ele mesmo. Com formação em jornalismo, Elias Rodrigues
é cinegrafista, editor, diretor... e grande parte dessa experiência tem sido vivenciada
aqui na Embrapa, onde está desde 1997.

“Para o primeiro programa do DCTV, que foi exibido a partir dos estúdios da Emater, em
Belo Horizonte, fiz a direção e a edição da reportagem; no segundo, além de editar a
matéria, fui com o encargo de observar os movimentos de bastidores, pois iríamos trazer
o programa para nossos estúdios, ou seja, acompanhei muito de perto aquele começo.”

Além do DCTV, Elias participou de muitos outros projetos, entre eles os documentários
do Plano Brasil Sem Miséria.

13
Disponível em: <https://www.youtube.com/channel/UCtP56j8IZ9GXMmENJcmx7-Q>.
83

Prosa Rural
O ano era 2003, e as políticas públicas para o enfrentamento da pobreza estavam entre
as principais estratégias do governo federal para a cidade e o campo. O entendimento da
Embrapa foi de que, para combater a fome e possibilitar a segurança alimentar para as fa-
mílias de agricultores familiares, era preciso disseminar o conhecimento agropecuário numa
linguagem acessível para quem mais precisava da informação e com uso de um veículo bas-
tante popular.

Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro


Foi assim que nasceu a ideia inovadora de criar
numa empresa de pesquisa um programa de rá-
dio, o Prosa Rural, para atender ao Semiárido bra-
sileiro, como uma ação do programa Fome Zero,
do governo federal.

“Quando falamos de agricultura, falamos do


interior, do meio rural. E tivemos de avaliar
quais seriam as estratégias para que esse
conhecimento se tornasse acessível. Até aquele
período, a Embrapa era muito criticada por gerar
conhecimentos, e esse conhecimento não chegar de fato a quem precisava utilizá-lo”,
relembra Fernando Amaral, gerente-geral da Embrapa Informação Tecnológica de 2003 a
2013, e um dos idealizadores do programa.

O Prosa Rural começou a tomar forma, tendo como base uma pesquisa realizada na região
Nordeste, para identificar o formato para o programa que melhor atendesse ao público a
que se destinava – jovens e agricultores familiares do Semiárido. Foi definido que o progra-
ma deveria ser de variedades, contendo entrevistas sobre tecnologias, com pesquisadores,
extensionistas e agricultores, além de receitas culinárias, dicas, músicas, poesias e outras
expressões culturais da região.

Depois de tudo pronto, em janeiro de 2004 o primeiro programa vai ao ar. No começo, o
Prosa Rural era veiculado apenas em 50 emissoras da região Nordeste e do Vale do Jequiti-
nhonha, MG. A partir de 2005, ele chega à região Norte, depois ao Centro-Oeste/Sudeste
e, finalmente, ao Sul do País.
84

E para falar a linguagem desses públicos distintos, era

prosa rural preciso elaborar uma programação diferenciada. Com


isso, as Unidades de Pesquisa da Embrapa foram envol-
pREMIADO
vidas na produção do programa, bem como as Orga-
nizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Oepas)
Prêmio Aberje 2004
e as empresas de extensão rural, sob a coordenação
Aberje Centro-Oeste/Leste
da Embrapa Informação Tecnológica. Quatro grades
2004, categoria Relacionamento
com a Comunidade, conferido semanais com programação regional passaram a ser
pela Associação Brasileira de
Comunicação Empresarial. produzidas. Das 50 emissoras que no começo rodavam
o Prosa Rural no Nordeste e no Vale do Jequitinhonha,
hoje são mais de 1.800 rádios comunitárias, comerciais
Tecnologia Social da Fundação
Banco do Brasil – 2005 e educativas em todo o Brasil, e todas elas recebem
Fundação Banco do Brasil gratuitamente o programa.
de Tecnologia Social.
O programa inovou ao trabalhar em rede, reunindo
profissionais de comunicação e de transferência de
Prêmio Ridelc – 2007
tecnologia, oferecendo capacitação em rádio às esqui-
Concurso Experiências Corporativas pes envolvidas.
em Boas Práticas, Políticas Públicas
e Desenvolvimento Econômico
Local concedido pela Rede “Uma vez por ano, era organizado um encontro na-
Internacional de Desenvolvimento
Econômico Local e Comunitário cional para avaliação, troca de experiências e principal-
(Ridelc). mente capacitação nas técnicas de rádio e na produ-
ção de conteúdos adaptados a esse tipo de veículo”,
10º Prêmio Inovação na lembra Juliana Miura, supervisora do Prosa Rural de
Gestão Pública Federal – 2008
2005 a 2009, quando deixou o programa para se de-
Reconhecimento pela Escola dicar ao mestrado na área de multimídia, em Portugal.
Nacional de Administração Pública .

Nessa mesma época dos encontros, surgiu a ideia de

Prêmio Nead – 2009


se editar um manual que orientasse os comunicadores
nas Unidades sobre linguagem e técnicas em radiodi-
Tecnologia social para a Educação –
Núcleo de Estudos Agrários e fusão, como locução, gravação e edição, além de ins-
Desenvolvimento Rural (Nead), do
Ministério do Desenvolvimento truções sobre entrevistas e uso dos equipamentos de
Agrário (MDA). som. A primeira edição foi publicada em 2009, e a se-
gunda foi lançada recentemente e encontra-se dispo-
85
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

Ilka Oliveira está na equipe do Prosa Rural antes mesmo de o programa ser veicu-
lado. Por já trabalhar com o rádio em Brasília naquela época, sua experiência foi fun-
damental na estruturação do programa, ao trazer informações e envolver profissionais
de rádio para participar da construção do projeto. Sua voz está em praticamente todas
as edições, por isso, para ela falar do Prosa Rural é como falar de um filho.

“Filho que já está com 13 anos e que não é só meu, mas de todos que acreditaram
e confiaram que o projeto seria um sucesso. Ao longo do tempo, a equipe venceu
muitos desafios e o programa conquistou milhares de emissoras e ouvintes em todo o
Brasil. Com isso, a Embrapa tornou-se mais conhecida e o programa estratégico para
a transferência de tecnologia.”

nível na página do Prosa Rural. Nessa edição, há links para áudios de quadros do programa
que exemplificam as orientações apresentadas.

Ao todo são 48 programas para cada região. Para participar do Prosa Rural, as Unidades
da Embrapa e instituições parceiras concorrem a um edital lançado anualmente. Ser uma
tecnologia de baixo custo e estar validada e apropriada à realidade do agricultor familiar
são alguns critérios decisivos para sua escolha. Também integram a programação quadros
especiais com a participação do Serviço Florestal Brasileiro, na grade da região Norte; da
Emater-RS, na região Sul; e do Plano Brasil Sem Miséria (PBSM), no Nordeste. A Associação
Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) também contribui para a articulação com
as emissoras. Até maio de 2016, o programa contou com o apoio do então Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Agora o novo desafio para o Prosa Rural é oferecer a opção de rádio web, que, entre outras
facilidades, permite ao usuário escolher exatamente o conteúdo que deseja acessar.

O supervisor do Prosa Rural, Nilo Falcão Filho, está animado com a ideia e garante que a
repercussão vai ser muito positiva.

“Com a rádio web, vamos popularizar ainda mais o programa Prosa Rural e contribuir para a
divulgação das tecnologias da Embrapa e de outras informações que o programa veicula se-
manalmente. Ao deixar de ser ouvido exclusivamente pelo público que escuta o rádio de forma
tradicional, o programa irá atrair também o internauta, cada vez em maior número no País.”
86

Contando Ciência na Web


“Investir em ciência é investir nas raízes do país. Para as árvores darem frutos, têm que ter uma
raiz forte. Ciência e educação são as raízes de um país.”14 (Duília de Mello, astrofísica brasileira
que trabalha na Nasa e na Universidade Católica da América (CUA) em Washington – EUA).
A Embrapa Informação Tecnológica também compartilha esse pensamento e, por isso, as-
sumiu o compromisso de desenvolver um produto voltado para crianças e jovens que, ao
mesmo tempo, popularizasse a ciência e contribuísse para a educação e o aprendizado desse
cidadão, que é o futuro.
Com muitas ações voltadas para o público infantojuvenil, como visitas, vitrines tecnológicas,
projeto Embrapa & Escola, Minibibliotecas, Ciência para a Vida e Educação Ambiental, e uma
linha editorial que hoje tem em seu catálogo livros, cartilhas e vídeos, a Embrapa percebeu
que era preciso ir além. E por que não colocar todo esse conhecimento numa plataforma
eletrônica de maneira educativa e lúdica?
Foi assim a criação do site15 Contando Ciência na Web (CCWeb), fruto de um projeto sub-
metido pela Unidade ao Macroprograma 4, em 2007, o qual propunha divulgar informações
técnico-científicas da Embrapa com recursos multimídia e que promovessem a inclusão de
crianças e jovens com deficiência visual.

Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro


“A criação desse canal de comunicação com o público infantojuvenil foi também uma
ação de responsabilidade social da Empresa, ao desenvolver nas novas gerações o gosto
pela ciência. Na época, iniciativas de órgãos como a Câmara dos Deputados, com o
site Plenarinho, e o Banco Santander, com o Brincando na Rede, serviram de inspiração”.

Patrícia bertin
Supervisora do Setor de Organização da Informação

14
Jansen (2016).
15
Disponível em: <http://ccw.sct.embrapa.br>.
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro 87

“O CCWeb possibilita não só a crianças e adolescentes interagir e aprender, mas


também aos pais a usar a ferramenta como fonte de pesquisa e depois aplicar esse
aprendizado na sua propriedade rural, confirmando o interesse que os conteúdos do
site despertam em diferentes públicos.”

MARIA REGINA FIÚZA

Uma empresa foi contratada para desenvolver o site, e uma equipe técnica se encarregou
de elaborar os conteúdos sobre as tecnologias da Embrapa, adaptadas a uma linguagem
acessível e apropriada para a faixa etária de 6 a 14 anos.

Antes de seu lançamento oficial, em 2010 foi feita uma avaliação dos conteúdos e uso e
aplicabilidade do site com 20 crianças, das quais três com deficiências (visual, motora e cog-
nitiva). Os resultados foram animadores e, no ano seguinte, o site foi lançado e envolveu
todas as Unidades de Pesquisa da Embrapa.

O site traz informações sobre ciência, tecnologia e meio ambiente, apresentadas de forma lúdi-
ca e pedagógica, por meio de jogos, biblioteca virtual e programa infantil de rádio. Na medida
certa para interagir com seu público de interesse, também formado por professores e outros
adultos, que usam o espaço como fórum para tirar dúvidas e buscar informações técnicas.

A partir do site, foi criado um CD-Rom para atender as comunidades sem acesso à internet.
“Este foi um dos primeiros trabalhos que fiz quando cheguei aqui na Unidade. Foi uma ex-
periência bem bacana e teve uma repercussão interessante entre as crianças em feiras e em
outros eventos da Embrapa”, conta Lúcio Scartezini, especialista em Sistema da Informação.

A repercussão que o site teve, logo nos primeiros anos do lançamento, em mídias nacionais
e no boletim internacional da América do Sul (Procisur) mostra a importância do Contando
Ciência na Web como uma tecnologia que integra conhecimento, inovação e ciência em um
único portal e que desperta em crianças e adolescentes o interesse pela ciência e pela pes-
quisa agropecuária brasileira.

Agora o CCWeb está migrando para a plataforma Liferay, que irá permitir uma atualização
mais ágil e o acesso do público a partir de dispositivos móveis. A proposta também inclui a
criação de outros conteúdos, como campanhas educativas, quiz e e-books.
Informação
que faz a
diferença na
agricultura
familiar
91

Em um país com elevada desigualdade social, onde a extrema pobreza está pre-
sente em 47% dos territórios rurais (PLANO..., 2014), levar informações sobre tec-
nologias agropecuárias de baixo custo, fácil aplicação e adaptadas à realidade do
agricultor faz toda a diferença se o objetivo é contribuir para melhoria da vida no
campo. Iniciativa da Embrapa Informação Tecnológica, as Minibibliotecas cumprem
esse papel. Por isso, ganharam reconhecimento como estratégia de estímulo à
leitura e, ao mesmo tempo, de apoio à inclusão produtiva rural. Em sua trajetória,
as Minibibliotecas conquistaram diversos parceiros – institucionais e da sociedade
civil –, e hoje já são mais de cinco mil kits compostos por livros, cartilhas e material
audiovisual, elaborados pela Embrapa, disponíveis para milhares de agricultores,
técnicos da extensão rural, estudantes de escolas do campo e professores. Muitas
ações foram realizadas ao longo desses anos para aumentar o seu alcance no Bra-
sil, como concursos de redação nas escolas, avaliações de impacto e capacitações.
Como tudo começou e quais foram os caminhos percorridos pelas Minibibliotecas
é a história que será apresentada ao leitor a partir de agora.
92

Minibibliotecas
As Minibibliotecas nasceram de um desejo da Embrapa de falar mais diretamente com agri-
cultores, jovens rurais, pescadores e comunidades tradicionais.

E foi assim que, a partir de 2003, kits compostos inicialmente por 108 títulos de publicações
impressas, com dois exemplares de cada, além de audiovisuais com programas do Prosa
Rural e do DCTV, começaram a chegar às escolas do Semiárido brasileiro. O primeiro nome
dado a essa estratégia foi Minibibliotecas do Semiárido, cujo objetivo era estimular a leitura
e a inclusão produtiva no meio rural (BELTRÃO et al., 2011).

O projeto resultou da parceria entre a Embrapa e o então Programa Fome Zero, do Ministério
Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA), em 2003, para a região
do Semiárido do Nordeste e, em 2004, para o Vale do Jequitinhonha, MG.

A partir de 2006, a ação se expandiu para outras regiões do País e hoje já são mais de 5 mil
Minibibliotecas implantadas no Brasil, em um total de 996 municípios. O acervo que com-
põe cada kit também foi ampliado para 120 publicações impressas, além de novas faixas de
programas de televisão e de rádio.

Seus conteúdos incluem temas como cultivo de grãos, de frutas e de hortaliças; produção
leiteira; combate a pragas e doenças na lavoura; agroindústria; produção de doces, geleias,
licores; coleções infantojuvenis; entre outros.

eiro
Foto: Carlos Eduardo Felice Barb

“Por mais que a gente reconheça a importância de multiplicadores, da extensão ru-


ral, de parceiros, a Embrapa não poderia se furtar a ter uma atuação direta com os
agricultores, mesmo que fosse por meio das nossas publicações.”

Fernando Amaral
Gerente-Geral de 2003 a 2013
93

Elas estão presentes em escolas rurais, escritórios de extensão rural, sindicatos, cooperativas,
associações, comunidades rurais e até em Moçambique, onde há 12 Minibibliotecas em fun-
cionamento em escolas-famílias rurais. No Brasil, qua-
se todos os Centros de Formação das Escolas-Famílias
Agrícolas já receberam as Minibibliotecas.
minibibliotecas
Em todos esses anos, o projeto contou com o apoio pREMIADa
do Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome (MDS), do Ministério do Desenvolvimento
Tecnologia Social da Fundação
Agrário (MDA), do Instituto Nacional de Colonização Banco do Brasil – 2009
e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Banco do Fundação Banco do Brasil
Brasil (FBB). de Tecnologia Social.

12° Prêmio Inovação na Gestão


Concursos de redação e projetos Pública Federal – 2008

Reconhecimento pela Escola


Tatiel Venâncio, hoje formado em Ecologia e Análise Nacional de Administração Pública.

Ambiental e aluno de mestrado da Universidade Fe-


Prêmio Viva Leitura 2008
deral de Goiás, foi o vencedor, em 2009, do terceiro
concurso de redação promovido pelas Minibibliote- Menção honrosa em 2008,
concedida a empresas ou
cas. Na época, com 17 anos, Tatiel era aluno da Esco- instituições que se destacaram na
promoção da leitura.
la-Família Agrícola de Orizona, em Goiás, e escreveu
sobre a crise de alimentos e o papel da Embrapa na Promoção do Ministério da
Educação, Ministério da Cultura,
busca pela solução de um problema que preocupa o Organização dos Estados Ibero-
Americanos e Fundação Santillana.
mundo.

Os concursos buscavam incentivar as escolas a utilizar Prêmio Fiema 2008

o acervo das Minibibliotecas para engajar as comuni- Feira Internacional de Tecnologia


para o Meio Ambiente.
dades escolares na leitura e na aplicação dos conteú-
dos das publicações em torno de temas motivadores. Categoria Educacional, concedido
às melhores iniciativas voltadas
Ao todo, foram realizados quatro concursos (2006, à minimização dos impactos
ambientais, garantindo a
2007, 2008 e 2009), os quais contribuíram para a po- sustentabilidade da geração atual e
pularização da ciência entre o público infantojuvenil futura e promovendo a consciência
ambiental.
e estimularam a adoção de práticas de ações comu-
nitárias.
94

Pesquisa qualitativa no Semiárido


Em 2008, um grupo de empregados da Embrapa In-
formação Tecnológica foi a campo para realizar uma
pesquisa-ação em 122 escolas nos nove estados da
região Nordeste e no Vale do Jequitinhonha.

O trabalho avaliou o uso do acervo das Minibibliotecas


por alunos, professores e agricultores. Descobriu-se,
entre outros dados, que quase a totalidade da comu-
nidade escolar onde o acervo estava instalado o consi-
derava muito importante e que 55% já o consultaram.
A pesquisa identificou também o caso de uma escola
que criou a disciplina Convivência com o Semiárido a
partir de temas presentes nas publicações.

Por sua vez, também foi apontada a necessidade de


atualização do acervo e de produção de material de
apoio e capacitação para os mediadores de leitura
(professores, alunos, lideranças comunitárias, agricul-
tores e agentes de desenvolvimento).

Por isso, em 2009, foi elaborado o projeto Constituição


de Rede e Potencialização do Uso em Apoio às Ações
de Transferência de Tecnologia para Agricultura Fami-
liar, no âmbito do Macroprograma 4.

O objetivo era estruturar uma rede interna que articu-


lasse as Minibibliotecas com as Unidades de Pesquisa
da Embrapa. Outra ação executada foi o desenvolvi-
mento de uma metodologia para as capacitações de
mediadores para o uso do acervo, bem como a cons-
trução da primeira cartilha orientadora.
95

Capacitação de mediadores

Foto: José Roque de Jesus


Promover reflexões sobre “Que leitor sou eu?”, apre-
sentar as publicações do acervo que compõe o kit das
Minibibliotecas, conversar sobre as realidades locais e,
principalmente, dialogar com os participantes sobre
estratégias para que as comunidades façam um  bom
aproveitamento do acervo em apoio às ações produti-
vas locais são os objetivos das capacitações de media-
dores das Minibibliotecas que a Embrapa Informação
Tecnológica vem promovendo desde 2012.

A primeira oficina foi realizada em maio daquele ano,


em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e reu-
niu técnicos da extensão rural na Chácara Girassol, no
Paranoá, DF. De lá para cá, já foram capacitados mais
de 800 participantes, entre educadores, líderes comu-
nitários, extensionistas, agricultores e estudantes.

Os trabalhos contaram com recursos da Embrapa, mas


Foto: Rafaela Buttner

principalmente com o apoio financeiro do MDS, por


meio do PBSM, que apoiou a aquisição e entrega de
kits, bem como a realização das capacitações nos 14
Territórios da Cidadania onde a Embrapa tem atuação.

“Nas oficinas, os participantes têm a oportunidade de


relacionar os conteúdos das Minibibliotecas com as
suas práticas agrícolas. Essa dinâmica possibilita me-
lhor compreensão sobre como podem participar das
políticas públicas do governo federal, por exemplo: a
compra direta de produtos da agricultura familiar atra-
vés do Programa de Aquisição de Alimentos, o chama-
do PAA, e o Programa Nacional de Alimentação Esco-
lar, o PNAE”, destaca Juliana Andrea Batista, uma das
responsáveis pelas capacitações.
96

Em 2015, foi publicada a segunda edição ampliada e revisada da cartilha usada em capaci-
tação de mediadores. “Publicação importante por trazer uma proposta de trabalho flexível,
permitindo ao mediador, responsável pelo acervo das Minibibliotecas, criar outras dinâmicas
de acordo com o contexto no qual o acervo está inserido”, esclarece Marluce Freire, uma das
idealizadoras das Minibibliotecas e também responsável pelas capacitações.

Editais ampliam presença das Minibibliotecas


As semelhanças na estratégia das Minibibliotecas da Embrapa com o Programa de Biblio-
tecas Rurais Arca das Letras, do MDA, aproximaram as duas instituições.

Em 2015, foi realizada chamada conjunta da Embrapa/MDA para entrega de Minibibliote-


cas e publicações didáticas e literárias do projeto Arca das Letras nos territórios. Outros dois
editais já haviam sido realizados, em 2012 e 2014, sem a participação direta do MDA, mas
com o patrocínio do MDS.

Estante Virtual das Minibibliotecas


Em 2016, a Embrapa Informação Tecnológica criou a estante virtual16 no site das Minibiblio-
tecas, a fim de reunir os títulos das principais coleções que compõem o acervo impresso.

Lá estão os livros das coleções Plantar, Criar, Saber, ABC da Agricultura Familiar, Agroindús-
tria Familiar, além de títulos infantojuvenis e programas do Prosa Rural e do DCTV, todos
disponíveis para download. Com esse conjunto de publicações e mais a segunda edição da
cartilha de capacitação, o desafio das Minibibliotecas agora é desenvolver uma metodologia
para realizar capacitações on-line em plataformas de educação a distância.

A comunicação em rede
Trabalhar em rede sempre esteve no DNA da Embrapa Informação Tecnológica. Por isso,
a partir de 2003, com o Prosa Rural, milhares de radialistas se integraram nessa forma de
16
Disponível em: <https://www.embrapa.br/minibibliotecas/virtual>.
97

territórios da cidadania
onde foram realizadas as
oficinas de comunicação.

comunicação. Em 2012, tão logo se iniciaram as capacitações, foi a vez dos mediadores das
Minibibliotecas.

Assim, em 2012, para fortalecer essa ação, 90 radialistas da região Nordeste participaram
dos eventos Prosa em Sintonia – Encontro de Rádios Parceiras do Prosa Rural, nos quais
também estiveram presentes comunicadores das Unidades de Pesquisa e das Oepas. Essa
iniciativa, inédita até então, integrou o conjunto de ações da Embrapa em apoio ao PBSM.

Os dois encontros, realizados em Recife, PE, e Salvador, BA, promoveram amplos debates so-
bre o uso do rádio como instrumento de apoio aos processos de transferência de tecnologia
e de intercâmbio de conhecimentos da Embrapa.

Em 2014, inspirada em uma ação já iniciada pela Embrapa Agroindústria Tropical com as
comunidades rurais do Território Alto Oeste Potiguar, RN, a Unidade propôs o projeto Ações
de Capacitação e de Divulgação de Informações Tecnológicas em Apoio à Inclusão Produtiva
Rural no Plano Brasil Sem Miséria (Macroprograma 4).

Iniciou-se aí uma nova fase das capacitações, incluindo nessa rede, além dos radialistas par-
ceiros do Prosa Rural, lideranças comunitárias, agricultores, extensionistas e comunicadores.
98

Eles produziram entrevistas de rádio, fotografias e imagens de vídeo, todas captadas a partir
de celulares, como forma de divulgar as notícias de seus territórios, incluindo as ações da
Embrapa no PBSM. Também divulgaram para outras redes de comunicadores, fazendo uso
da grande rede mundial da internet, em grupos do Facebook e do WhatsApp.

A partir de 2015, as oficinas ganharam apoio da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA),


organização que reúne mais de mil entidades que atuam no desenvolvimento de políticas
para convivência com o Semiárido. Também estão nessa rede as Unidades de Pesquisa do
Nordeste e a Embrapa Milho e Sorgo, todas com atuação nos Territórios da Cidadania.

“Essa experiência tem sido inovadora, pois dá voz aos atores sociais e valoriza os parceiros
locais, em um processo de construção coletiva”, destaca Maria Clara Guaraldo, jornalista da
Embrapa Informação Tecnológica e uma das coordenadoras das oficinas.
Acesso aberto
e o desafio da
governança
da informação
técnico-científica
101

O termo “acesso aberto” à informação científica foi primeiramente enunciado em


2001, em uma pequena reunião promovida pelo Open Society Institute (OSI), na
cidade de Budapeste. A ideia por trás do conceito era a de que os resultados de
pesquisas financiadas pelo ente público deveriam ser retornados para a sociedade
de modo gratuito, a despeito dos interesses das editoras científicas comerciais, que
sempre atuaram como mediadoras do processo de comunicação científica.

Como movimento internacional, o acesso aberto objetiva remover as barreiras que


restringem a disponibilidade e o acesso aos resultados da ciência, maximizando o
impacto e acelerando a produtividade e o progresso científico.

Pedra fundamental do novo paradigma de uma ‘ciência aberta’, os repositórios ins-


titucionais possibilitam reunir, preservar e prover acesso irrestrito à produção cien-
tífica de uma organização, contribuindo assim para maior visibilidade da pesquisa
e, consequentemente, maior transparência, reconhecimento e valorização pública.

A Embrapa também se engajou nesse movimento de acesso aberto, inaugurando,


em 2011, o repositório Acesso Livre à Informação Científica da Embrapa (Alice), o
serviço de Informação Tecnológica em Agricultura (Infoteca-e) e o Sistema Aberto
e Integrado de Informação em Agricultura (Sabiia).
102

“Está de parabéns a Embrapa, um dos poucos institutos de pesquisa a aderir efetivamente


ao acesso livre no Brasil.” Foi com elogios que, em 27 de abril de 2011, Hélio Kuramoto,
coordenador-geral de Pesquisas e Manutenção de Produtos Consolidados do Instituto Bra-
sileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), registrou em seu blog17 a iniciativa de
lançamento do repositório de Acesso Livre à Informação Científica da Embrapa (Alice), do
serviço de Informação Tecnológica para a Agricultura (Infoteca-e) e do Sistema Aberto e In-
tegrado de Informação em Agricultura (Sabiia), um buscador de informações mundiais sobre
agricultura em provedores científicos.

O pioneirismo a que Kuramoto se refere estava, sem dúvida, no fato de ser a Embrapa, até
aquela época, uma das poucas instituições de pesquisa do País a trilhar a tendência mundial
dos sistemas de acesso aberto, iniciativa que, até o início da década de 2010, continuava
restrita a algumas universidades brasileiras e à plataforma SciELO.

Por compreender que a informação e seus fluxos devem ser pensados como elementos
estratégicos da instituição, a Embrapa Informação Tecnológica liderou o projeto Acesso Aberto
na Embrapa: Maximizando o Impacto da Pesquisa, a Visibilidade e a Gestão da Informação
Científica (Macroprograma 5), cujo resultado foi a criação dos repositórios institucionais de
acesso aberto à informação cientifica e tecnológica na Embrapa.

Esses repositórios são alimentados pelo arquivamento de documentos digitais completos,


como teses, dissertações, papers, artigos, anais e capítulos de livro de autoria de pesquisa-
dores da Embrapa, feito por profissionais que atuam no SEB na base do Ainfo, um sistema
de gestão bibliográfica do acervo técnico-científico da Embrapa, criado na década de 1990,
o qual faz a seleção entre o que é de caráter científico e, portanto, deve constar no Alice, e
o que é tecnológico e destina-se ao Infoteca-e.

A importância desses repositórios institucionais como fonte de conhecimento e de maior


visibilidade da Embrapa entre a comunidade científica pode ser evidenciada pelo Conselho
Superior de Pesquisa Científica da Espanha, responsável pelo Ranking Mundial Web de
Repositórios Científicos, no qual o Alice tem ocupado lugar entre os 10 principais repositórios
brasileiros e também entre os 10 de grande visibilidade na América Latina, classificando-se,
ainda, entre os 200 repositórios de acesso aberto mais visitados no mundo.
17
Disponível em: <www.kuramoto.blog.br>.
103
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

“Essas iniciativas reforçam o compromisso assumido pela Unidade com a gestão e a


difusão da informação científica e tecnológica. Daí o motivo de já há quase 6 anos a
tríade ‘Alice, Infoteca-e e Sabiia’ vir sendo alvo do trabalho constante de uma equipe
integrada por bibliotecários e outros profissionais de organização da informação da
Embrapa. Como prêmio, esse esforço conjunto, que coordenamos em parceria com a
Embrapa Informática Agropecuária, tem contribuído para que a Empresa alcance os
objetivos a que se propôs com a criação desses repositórios, que são impulsionar o
progresso da ciência; apoiar ações de inclusão social e produtiva; bem como ampliar,
nacional e internacionalmente, a visibilidade dos resultados de pesquisa da Embrapa e
parceiros. E, para todos nós, isso é o mais importante e gratificante.”

Rúbia Maria Pereira


Gerente-Adjunta de Organização
e Difusão da Informação

Criado para reunir e permitir o acesso aberto a informações tecnológicas produzidas pela
Embrapa e parceiros – editadas para produtores rurais, extensionistas, técnicos agrícolas,
cooperativas, professores, estudantes e outros interessados –, o Infoteca-e, desde o
lançamento em 2011, recebe uma média de 2 milhões de acesso por ano. Isso inclui a
realização de downloads e de consultas aos mais de 35 mil documentos disponíveis em
suportes variados – áudios, vídeos e versão (em PDF) de publicações impressas –, além de
confirmar o interesse da sociedade nacional e internacional por informações da pesquisa
agropecuária.

Gestão da informação e do conhecimento


Em seus 43 anos de atuação, a Embrapa produziu inúmeras informações que constituem o
ativo mais importante da produção científica, pois é delas que deriva o conhecimento. E, por
isso mesmo, deve ser visto como fator capaz de reduzir incertezas, antecipar ações, avaliar
desempenhos e permitir às instituições que tomem decisões de forma estratégica diante de
um mundo cada vez mais complexo.
104

Em 2013, a Embrapa Informação Tecnológica promoveu, com o apoio do sistema


Agropensa, o seminário Tendências da Gestão da Informação em Instituições de C&T. Entre
os resultados, apontou-se a necessidade de se elaborar um modelo de governança da infor-
mação que proporcionasse maior alinhamento e convergência entre os processos de gestão
da informação, do conhecimento e de dados na Embrapa.

Assim, a Unidade obteve a aprovação da diretoria-executiva para o projeto especial –


de caráter estratégico e de curto prazo – Governança de Dados e da Informação para o
Conhecimento na Embrapa: Desenvolvimento de Modelo e Plano de Implantação (GovIE),
com o objetivo de propor um modelo conceitual de governança que dinamize os fluxos de
informação técnico-científica, organizacional e comunicacional na Empresa.

A equipe do projeto realizou diagnósticos dos ambientes informacionais e de gestão de


dados da Empresa e identificou tanto as boas práticas no âmbito da Pesquisa & Desenvolvi-
mento (P&D), da Transferência de Tecnologia (TT) e do Desenvolvimento Institucional, quanto
as carências e os gargalos que limitam essa gestão.

A perspectiva final do projeto, que se encerra em dezembro de 2016, é propor um modelo


de governança informacional para a Embrapa que garanta, para os próximos 25 anos, a
segurança, o compartilhamento e a transparência das informações e dos dados científicos.
Com a palavra
a sociedade
106

Nesta publicação, procuramos contar um pouco da história da Embrapa Informação Tecno-


lógica a partir das pessoas que, nesses 25 anos, apostaram na construção de um projeto,
arregaçaram as mangas, viraram noites e, no dia a dia, foram superando desafios e come-
morando conquistas. Agora, nada melhor, como termômetro dessa obra, do que ouvir a
voz daqueles que interagiram com essa história e para quem o trabalho desta Unidade se
direciona: a sociedade.

“É um dos caminhos par


a a popularização da
im- ciência e para a democr
“O repositório Infoteca-e tem sido uma atização das informações
científicas. Na minha tra
ulta para a exten são
portante fonte de cons sive, acessei muito o Ac
jetória acadêmica, inclu-
ABC
rural do Distrito Federal. As coleções Científica da Embrapa, o
esso Livre à Informação
Fa-
da Agricultura Familiar, Agroindústria a construção da minha
Alice. Foi muito útil para
unta s 500 Resp ostas são tese de doutorado sobre
miliar e 500 Perg Ecologia do Fogo, que des
ter
muito utilizadas por nós, técnicos da Ema UnB. No repositório Alic
envolvi como aluno da
São mais de 20 unid a-
do Distrito Federal. científicos de pesquisad
e, havia muitos artigos
lhad as no DF, e não temo s publ i- ores da Embrapa sobre
des espa Bioma Cerrado.” o
der a todo s. O
cações impressas para aten
iras
repositório nos ajuda a transpor as barre Marcelo da Silva Marinh
o, coordenador do cur
geográficas.” de Agronomia das Fac so
uldades Integradas -
Brasília, DF. Icesp,
tecária da
Kelly Francisca Ribeiro Eustáquio, biblio
são Rural
Empresa de Assistência Técnica e Exten
do Distrito Feder al (Ema ter-D F).
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro

lar e nossa
nhecimento popu
“Nós temos o co resgatar algumas práticas
isa
comunidade prec mpo. O co-
qu e se pe rderam com o te
agrícol as te na s cartilhas e
to cie nt ífico presen
nh ec im en ões que pu-
a trouxe informaç de e nos
livros da Embrap re ali da
uadas à nossa
deram ser adeq m ais su ste ntabilida-
uzir com
auxiliaram a prod rotóxicos e, principalmen-
ag
de, sem o uso de .”
nossas tradições
te, sem perder as olvi-
ente de desenv
Souza Filho, ag eição
João Carlos de mb ola de Co nc
sociação Quilo
mento rural da As
Cr iou las , Sa lgu eiro, PE.
das
107
“Para nós é um prazer transmitir o programa,
pois traz muitas informações, inclusive para os
ouvintes da nossa região do Semiárido. E eu te-
nho certeza que muitos ouvintes já colocaram
em prática algumas das informações transmiti-
das pelo programa. É um prazer fazer parte do
Prosa Rural e da rede da Embrapa de comuni- “Nossa região é carent
cadores do Semiárido.” e de informações, por
isso utilizo o Prosa Rural
para levar ao homem
Nicélio Leite, Rádio Sertãozinho FM, de Major do campo informações
sobre tecnologias que
Isidoro, AL. contribuam para a me
lhoria da agricultura e
da qualidade de vida da
população. Aqui em
Brejinho, ele é veiculado
todos os dias, com
reapresentação sempre
aos sábados pela ma-
nhã. A partir de inform
ações divulgadas pela
Embrapa, agricultores
do Alto Sertão do Pajeú
conseguiram aumentar
a criação de cabras
de leite e também ins
talaram na cidade um
pequena agroindústria a
para o processamento
do caju. O programa
foi o ponto de partida,
pois estimulou a comun
idade a se organizar e
buscar apoio para essas
atividades nas instân-
cias locais, como o Ins
tituto Agronômico de
Pernambuco (IPA) e a pre
feitura.”
José Anchieta Souza,
Rádio Comunitária Som
Norte, Brejinho, PE. Ent do
revista concedida durant
encontro Prosa em Sinton eo
ia, em 2012, em Recife.

stas:
“O livro 500 perguntas, 500 respo
de
Gado de Leite é uma das publicações a so-
maior sucesso da Emb rapa Gado de Leite de “As oficinas de comunicação favorecem
tem ação de expe riênc ias e o inter câmb io de
todo s os temp os. Mas o que esse livro cializ
são e
que agradou ao leitor? Bom, podemos
fazer conhecimentos entre a pesquisa, a exten
a fami liar. Essa é uma das açõe s da
várias conje ctura s. A prim eira é que aten de a agricultur
or artic ulaçã o
às principais perguntas do próprio leito
r; ali Embrapa que contribui para melh
rede com outra s instit uiçõe s
estão reunidas as perguntas mais impo
rtan- da Empresa em
o pon- tamb ém dese nvolv em impo rtant es tecno-
tes do dia a dia dos prod utore s. Outr que
Semiári-
to é que é organizado em subt ema s, o que logias para melhor convivência com o
e ro dos princ ípios da Agro ecolo gia.”
facilita a busc a. As perg unta s são diret as do e dent
. Além disso , r da Embra-
as respostas breves e objetivas Fernando Fleury Curado, pesquisado
o que facili ta a com pree nsão iros (Arac aju, SE) e líder de um
traz desenhos, pa Tabuleiros Coste
no território
quer tiva rural
e ainda permite a leitura parcial de qual dos projetos de inclus ão produ
.
ponto: basta abri-lo ao acas o, ler algu m tre- Agreste Alagoano e Alto Sertão Sergipano
fech ar. Para a Emb rapa , essa publ i-
cho e
deixa uma lição :
cação é uma referência e
ico de suce sso preci sa ter um
um livro técn
formato editorial apropriado.”
ferên-
William F. Bernardo, chefe-adjunto de Trans
Leite.
cia de Tecnologia da Embrapa Gado de
“O curso no
s trouxe o ap
divulgar mel rendizado so
hor os prod bre como
miliar e, as utos da agri
sim, conseg cultura fa-
comercializaç uir melhora
ão. Sou técn r a nossa
e acredito q ic
ue é possível a em agropecuária
trabalho em a gente real
red izar um
cimentos e ex e para o intercâmbio de
periências.” conhe-
Verônica Sa
ntos Gomes
ria, São José , té
da Tapeta, A cnica em agropecuá-
ocasião da ofi L, depoimen
cina de com to dado po
2015. unicação em r
Alagoas, em
108

ma-
“Os livros publicados pela Embrapa Infor
quali dade técni -
ção Tecnológica são de alta
e de gran de impo rtânc ia para a
ca e editorial,
Em 2012, Antônio Mandu assistiu ao pro- resa,
difusão da tecnologia gerada pela Emp
grama do Dia de Campo na TV “Integração o bara to para o públ i-
além de ser de acess
das tecnologias sociais barraginhas e lagos cont eúdo s dos livros perm item que
co. Os
de múltiplo uso”, procurou Luciano Cordo-
as tecnologias de ponta da Empresa sejam
val, responsável pelo projeto na Embrapa s.
apresentadas de maneira acessível a todo
Milho e Sorgo, e perguntou: “O senhor ga- por
A equipe responsável é competente e,
rante que podemos ressuscitar o nosso cór- sido
isso, a demanda pelo seu trabalho tem
rego, como disse na TV?” . Infeli zmen te, devid o às regra s do
cresc ente
a se-
Luciano deu a ele uma cópia em DVD do serviço público, a Embrapa tem normas
programa, pediu que reunisse as famílias o proc esso de come rcializaçã o de
guir para
o e a vend a de
da comunidade e apresentasse a tecnologia livros, o que limita a divulgaçã
das barraginhas, que tem por objetivo co- edito riais. Se não fosse m essas
seus produtos
m
letar a água da chuva e conter a força das restrições, as publicações da Empresa teria
enxurradas, evitando as erosões e o asso- à socie dade e suas tec-
impacto maior junto
lo.
reamento dos córregos. nologias atingiriam um público mais amp
fio, acred ito ser im-
Foi assim que o projeto começou na comu- Para o futuro, como desa
em
nidade de Capão Inocêncio, no município portante que a Editora seja mais flexível
o o
de Santana de Pirapama, MG, onde já fo- suas normas, que restringem um pouc
r-
ram instaladas 146 barraginhas, com o es- estilo do autor. Normas editoriais são impo
s para gara ntir um padr ão de quali dade
forço de todos, mas principalmente graças tante
pro-
ao senhor Mandu, que assistiu ao DCTV e mínimo, mas elas não devem cercear o
enxergou naquele momento a possibilidade cesso de publ icaçã o.”
de mudar a realidade do local. E quem tam- José Roberto Moreira, pesquisador da
Embrapa
bém comemora é Luciano: “Gostei de sua Gené ticos e Biote cnolo gia (Bras ília, DF).
Recursos
maneira de aproximar, voluntário, não quer
somente para si, mas para todos e para o
córrego, pegamos na mão um do outro e
selamos um pacto, que vem se tornando
realidade passo a passo.”
Relato de Luciano Cordoval de Barros a respeito
da experiência com o líder comunitário Antônio
Mandu, registrado em http://projetobarraginhas.
blospot.com.br

“O grande diferencial dessa ferramenta eletrônica é reunir,


em um único lugar, um conjunto organizado de informações
sobre determinada cadeia produtiva. Estou há 34 anos na
Embrapa e uma das boas recordações que tenho dos nossos
trabalhos foi quando colocamos pesquisadores, extensionistas
e produtores em um ambiente comum para discutir a cons-
trução do Sistema de Produção da Banana Orgânica. Acredito
que quanto maior o intercâmbio entre pesquisa, extensão e
setor produtivo, maiores são as chances de construirmos um
Sistema de Produção mais próximo da realidade.”
Zilton José Maciel Cordeiro, pesquisador e especialista em Fitopatolo-
gia, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA).
109

“O investimento na pro
dução editorial pelas pri-
universidades e instituiçõ “A PAB, por ser uma revista que tem
es de fomento ou de dos artig os, tem sido
desenvolvimento da pes mado pela qualidade
quisa científica no Bra- ga-
sil vai muito além da me um importante instrumento para a divul
ra difusão do conhe- e de cons ulta
cimento gerado. Possib ção de resultados de pesquisa
ilita que se demonstre s.
a maturidade acadêmica por pesquisadores de diversas disciplina
dessas organizações, que
contribuindo para a con O grande desafio é criar estratégias
strução de uma iden- uma
tidade educacional nac atraiam resultados de grande impacto,
ional baseada na qua- ness e caso , há conc orrên cia diret a
lidade.  Neste contexto, vez que,
como entendemos, nacio nais. Há a
insere-se a editora da de grandes publicações inter
Embrapa, por seu com de se traba lhar inten same nte
promisso com a public - necessidade
ação da produção do c-
conhecimento resultant maneiras de melhorar o seu fator de impa
e do trabalho da insti-
tuição, em obras de qu to.”
alidade pelo conteúdo
e pelo zelo gráfico, e Valéria Pacheco Batista Euclides, agrôn
oma, pes-
também por investir no
estímulo à leitura.” (Campo
quisadora da Embrapa Gado de Corte
rial da
Marcelo Di Renzo, preside Grande, MS), membro do conselho edito
nte da Associação Brasile PAB.
ra de Editoras Universitá i-
rias (Abeu).

“O Dia de Campo na
TV leva informações de
precisão para o produtor
rural, pois aborda te-
mas e assuntos de extrem
a importância para a
vida no campo.  Estam
os acompanhando de
perto o trabalho da Em
brapa e consideramos
o DCTV como um pro
duto que deu um eno
me salto de qualidade r-
com os poucos recursos
que a Embrapa tem par
a fazer TV. Algumas
reuniões foram feitas
no decorrer de 2015
nossas dicas notadam e
ente vêm sendo absor-
vidas com entusiasmo
pela equipe do progra
ma. Estamos muito feli -
zes com essa parceria
de sucesso.”
Ana Desani, supervisor
a de programação do
Rural, São Paulo, SP. Canal
110

na “Não tenho dúvida qu


“A PAB é uma das principais revistas da Embrapa são a ma
e os sistemas de acesso
Ciên cias Agrá rias no Brasi l. Pos- ior e a melhor iniciativa
área das de acesso aberto no con

sui uma história longa e forte tradição. agrícola no mundo. O Ali
texto da informação
essa cons tânc ia no temp o e o ce é o maior repositó-
exatamente rio institucional brasile
es-
fato de abranger as principais áreas de quesitos fundamentais
iro, porque respeita trê
s
seu
tudos da agropecuária que faz com que institucionais brasileiro
que muitos repositórios
ce seja gran de e que a pesq uisa gere s não o fazem: contém
alcan exclusivamente inform
i-
impacto no setor. O desafio para os próx com o texto completo
ação técnico-científica,
é cont inua r gara ntind o a qual i- das publicações (e não
mos anos apenas metadados) e
que,
dade dos artigos publicados, uma vez te acessível. Por constit
encontra-se inteiramen-
dos curso s de grad uaçã o uir um elo de um siste-
com a expansão ma global de comunica
espe cialm ente dos curso s de pós- grad ua- ção científica, o Alice
e gerencia e amplia o ace
ão
ção, há um volume grande e forte press pesquisa da Embrapa,
sso aos resultados de
os artig os sejam publ icado s nos contribuindo para que
para que outros pesquisadores,
so
diversos periódicos. No entanto, é preci beneficiem e promovam
instituições e países se
sejam crite rioso s na hora novos ciclos de produ-
que os revisores ção do conhecimento.
idero
do processo de seleção. Também cons corrente de uma nobre
Outro diferencial é de-
xão a nece ssida de da vocação da instituição:
como ponto de refle alcançar e vincular-se
avali ar a perti nênc ia de pass ar a ser diretamente ao públic
revista não especialista (prod o
pois
editada e publicada na língua inglesa, nistas, técnicos agrícolas
utores rurais, extensio-
ência mun dial dos perió dicos , estudantes e profes-
essa é a tend sores de escolas rurais
científicos.” , cooperativas e outro
segmentos da produção s
curso de agrícola). Nesse senti-
Denise Cybis Fontana, professora do do, o Infoteca-e cumpre
importante função de
al do Rio
Agrometeorologia da Universidade Feder disseminar amplamente
Sul (UFRG S), reviso ra ad hoc e mem- informação tecnológi-
Grande do ca em diversos formatos
bro do conselho edito rial da PAB. e para diversos públi-
cos. Poucas instituições
brasileiras conseguem
esse feito e essa é uma
importante conquista e
contribuição social. ”
Fernando César Lima
Leite, professor da Fac
de Ciência da Informação uldade
- Universidade de Brasília
(UnB).
111

livros
“Sou cliente da Livraria Embrapa há três anos. “Eu sou da geração que gosta dos
s, tê-lo s na mão , cheir ar, ver a
Sou professora aposentada, morei em Londres impresso
Sou biblió filo. A
por 9 anos, e, logo que retornei ao Brasil, de- qualidade do papel, etc.
o in-
cidi que iria plantar a minha própria comida. Livraria Embrapa tem um acervo muit
is e
Moro em uma chácara no Gama e para quase teressante de livros das ciências socia
Agric ultur a, e, porta nto,
tudo que cultivo uso as orientações que estão das biofísicas da
antes
nos livros que compro na Livraria Embrapa. gosto sempre de olhar os conteúdos
Livra ria desd e que
Minha coleção já passa de 30 publicações. Te- de comprar. Frequento a
Brasi l, há três anos , e gost o dos
nho muita coisa das coleções de bolso (Plantar, cheguei ao
los,
ABC etc.) e também sobre como cultivar milho, conteúdos, pois os considero bem amp
vão desd e ques tões flore s-
arroz, feijão, alho e outros alimentos não tão com temas que
tais, polít icas agríc olas até amb ienta is. Acho
comuns, como a quinoa e o gergelim, tão sau-
ica
dáveis para a alimentação humana. Também de vital importância uma empresa públ
Emb rapa publ icar seus livros , pois
tenho um canteiro com plantas medicinais que como a
s
cultivo com as orientações de livros que com- não é compreensível atingir bons resultado
não divul gá-lo s para todo s os
prei da Livraria da Embrapa. Recentemente, da pesquisa e
el).
recebi da Empresa mudas de mandioca e de meios, sejam eletrônicos ou físicos (pap
agem que abor da com
bananeira que já começaram a produzir muito O livro tem a vant
a-
bem. Só tenho a agradecer.” maior profundidade os temas e suas ilustr
pelo traba lho
ções são essenciais. Parabéns
Maria José Cassimiro, professora aposentada e atual- vida
mente agricultora, Gama, DF. que realiza a Livraria Embrapa e longa
para vocês.”
ão das
Alan Bojanic, representante da Organizaç
Alimenta-
Nações Unidas para a Agricultura e a
ção no Brasil (FAO).

Escolas-Famílias
cas chegaram às
“As Minibibliote ar na formação té
cnica dos
ra aj ud i-
Agrícol as pa es materiais técn
ve ns. O ferece m aos estudant ient am as ex -
jo or
am a pesquisa e
cos que possibilit s, tanto nas escolas, quanto
utiva .
periências prod rios estudantes
da de s rurais dos próp ra a
nas proprie cia lm ente pa
contribuem espe is dos Jovens
As publicações iona
s Projetos Profiss sa
elaboração do m o m at erial de pesqui
bém co
(PPJ), mas tam cn ica e m aterial de
as da área té -
para as disciplin opinião, os prin
os jo vens. Em minha liza-
apoio para ca s sã o a at ua
s Minibibliote
cipais desafios da o dos temas,
er ia is  e a regionalizaçã
ção dos mat as e biomas do
em vista os diferentes clim
tendo
nosso País.” Un ião
executiva da
va, secretária- Brasil
Iara Ribeiro Sil las-Famílias Agrícolas do
cio na l da s Esco
Na
na, GO.
(Unefab), Orizo
Perspectivas
e desafios
115

Nesses 25 anos, muitas foram as contribuições da Embrapa Informação Tecnológica


para o avanço do conhecimento científico e tecnológico, seja por meio de ações ou
projetos voltados para a gestão da informação técnico-científica, seja pela difusão
dessa informação e pelo intercâmbio de conhecimentos, mas também inúmeros
são os desafios para os próximos 25 anos.
116

No campo da gestão da informação, destacam-se as seguintes ações: a criação do Sistema Em-


brapa de Bibliotecas (SEB), com o objetivo de promover, de forma integrada, a gestão técnico-
científica por meio das bibliotecas da Empresa; a execução de importantes projetos que resulta-
ram na normatização e publicação das políticas de desenvolvimento de coleções, de preservação
de acervos e da gestão documental arquivística, bem como e, principalmente, na orientação às
equipes das Unidades que trabalham nessas áreas. A Unidade consolidou-se na Empresa como
a coordenadora do processo editorial, principalmente a partir de 2012, quando passou não so-
mente a avaliar todas as publicações da Embrapa para fornecimento do ISBN, mas também a
orientar as equipes editoriais das Unidades quanto à aplicação de padrões de qualidade, trabalho
que tem o reconhecimento do mercado editorial com a conquista de prêmios Jabuti nos anos
de 1998, 1999, 2001 e 2015. O grande desafio, no entanto, é manter a qualidade editorial
alcançada e tornar essas publicações ainda mais acessíveis aos diversos públicos, seja por meio
de novos formatos, do uso de aplicativos móveis, seja fazendo chegá-las na forma impressa às
comunidades que ainda não dispõem dos recursos tecnológicos necessários.

Fazer com que as publicações da Embrapa cheguem mais longe, além das nossas fronteiras,
seja em outras línguas (inglês e espanhol, por exemplo), seja em português, uma vez que a
procura do mercado editorial internacional por edições lusófonas tem crescido consideravel-
mente nos últimos anos, é outro desafio que a Unidade vem buscando alcançar a partir da
presença de alguns títulos em feiras internacionais do livro (México, Colômbia, Portugal) e
nas exposições em centros culturais brasileiros apoiadas pelo Ministério das Relações Exterio-
res. A internacionalização dos periódicos editados pela Embrapa também é outro objetivo da
Unidade para seguir as tendências mundiais. A Embrapa, como principal instituição de pes-
quisa pública para a agricultura tropical tem compromisso com a formação e com o avanço
do conhecimento. Portanto, nossos periódicos precisam dar sua contribuição para a univer-
salização do conhecimento; e o melhor caminho é garantir que os artigos sejam bilíngues.

Apesar de a Unidade ser pioneira na coordenação, a partir dos anos 2000, de uma agência
de informação (hoje denominada Ageitec), com o uso de recursos revolucionários para a
época, como a árvore do conhecimento, com navegação por meio de árvore hiperbólica, e
apesar de possibilitar a adesão da Embrapa, ainda em 2010, ao movimento de acesso aberto,
criando os repositórios Alice, Infoteca-e e o buscador Sabiia, hoje é necessário avançar ainda
mais e garantir uma política institucional que consolide o compromisso da Empresa com
a democratização de sua produção e com acesso ao conhecimento científico gerado pela
pesquisa agropecuária, uma vez que, nos próximos 25 anos, a tendência das organizações
Foto: Carlos Eduardo Felice Barbeiro
117

“Os resultados e as ações em curso na Unidade mostram que sua equipe está em
sintonia com as diretrizes e objetivos estratégicos da Embrapa, e sempre disposta a
contribuir com os desafios do Estado brasileiro.”

selma lúcia beltrão


Gerente-Geral da Embrapa Informação Tecnológica

de PD&I é trabalhar com a governança estratégica da informação e com o compartilhamento


de conhecimentos com os diferentes públicos usuários.

No que diz respeito à difusão da informação, a Unidade pegou carona nas ondas do rádio e
criou, em 2003, o Prosa Rural, programa que rapidamente se expandiu para todas as regiões
do País e conquistou o interesse de milhares de rádios brasileiras, mas isso sem deixar de
investir em outro importante veículo para a comunicação com o produtor rural, a TV. Dessa
forma, com a produção do Dia de Campo na TV, a Unidade não somente ampliou, por
meio de parcerias com diversas emissoras, a veiculação do programa para todos os estados
brasileiros, como também passou a utilizar o YouTube como um canal rápido e fácil para
fazer chegar informações sobre tecnologias geradas pela pesquisa agropecuária a quem
precisa e tem interesse.

Para popularizar a ciência e ampliar os canais de relacionamento da Empresa com outros


públicos, como o infantojuvenil e o jovem rural, a Embrapa Informação Tecnológica criou
o site Contando Ciência na Web e as Minibibliotecas, que, além de estimularem a leitura e
a inclusão produtiva rural, possibilitam a formação de mediadores para promover práticas
e tecnologias vinculadas ao acervo disponibilizado. Porém, faz-se necessário investir ainda
mais em ações para fortalecer o relacionamento e o diálogo com os públicos e as instituições
parceiras que atuam com esses programas e iniciativas. Para isso, a Unidade pretende, cada
vez mais, fomentar a criação de redes de comunicação e de articulação institucional, que
constituem instrumentos estratégicos e decisivos, tanto no presente quanto no futuro, para
a promoção do desenvolvimento rural brasileiro.
118

referências
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color.

ATLAS do meio ambiente do Brasil. Brasília, DF: EMBRAPA-SPI: Terra Viva, 1994. 138 p.

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experiência de inclusão social e intercâmbio entre o conhecimento científico e o saber local no meio rural.
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2. ed. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2014. versão eletrônica (Embrapa Agroindústria Tropical.
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120

os gerentes

1991–1992

Marília Madalena Prado Paranhos (1991–1992)


Gerente-Geral do Serviço de Produção de Informação

Mario Massayki Suzuki (1991–1992)


Gerente-Adjunto de Administração e Finanças
do Serviço de Produção de Informação
1992–2003
Saulo Nery Pertence (1992)
Gerente-Adjunto de Comercialização
do Serviço de Produção de Informação
Lúcio Brunale (1992–2003)
Tenisson Waldow de Souza (1991–1992) Gerente-Geral do Serviço de Comunicação
Gerente-Adjunto de Produção do para Transferência de Tecnologia
Serviço de Produção de Informação
Divino dos Santos (1992–2003)
Gerente-Adjunto de Administração e Finanças do
Serviço de Comunicação para Transferência de
Tecnologia

Eduardo Paulo de Morães Sarmento (1999–2003)


Gerente-Adjunto de Organização da Informação
do Serviço de Comunicação para Transferência de
Tecnologia

Marina Aparecida Souza de Oliveira (1994–1996)


Gerente-Adjunta de Produção do
Serviço de Produção de Informação

Marcelo Leite Gastal (1999)


Gerente-Adjunto de Transferência de Tecnologia
do Serviço de Comunicação para Transferência de
Tecnologia

Tenisson Waldow de Souza (1992–1996)


Gerente-Adjunto de Comercialização
do Serviço de Produção de Informação

Walmir Luiz Rodrigues Gomes (1993–2003)


Gerente-Adjunto de Produção do
Serviço de Produção de Informação
121

2003–2013

Fernando do Amaral Pereira (2003–2013)


Gerente-Geral da Embrapa Informação Tecnológica

Eduardo Paulo de Morães Sarmento (2003–2004)


Gerente-Adjunto de Organização da Informação
da Embrapa Informação Tecnológica

Edson Junqueira Leite (2003–2004)


Gerente-Adjunto de Produção da
Embrapa Informação Tecnológica

José Ferreira (2004–2005)


Gerente-Adjunto de Administração
da Embrapa Informação Tecnológica

José Geraldo Di Stefano (2003–2004)


Gerente-Adjunto de Administração
da Embrapa Informação Tecnológica

Líllian Maria Araújo de Rezende Alvares (2004–2006)


Gerente-Adjunta de Produção da
Embrapa Informação Tecnológica

Lucilene Maria de Andrade (2011–2013)


Gerente-Adjunta de Projetos Editoriais
da Embrapa Informação Tecnológica
2013 –

Marlene de Souza Costa de França (2005–2013)


Gerente-Adjunta de Administração Selma Lúcia Lira Beltrão (2013– )
da Embrapa Informação Tecnológica Gerente-Geral Interina da
Embrapa Informação Tecnológica
Mayara Rosa Carneiro (2006)
Gerente-Adjunta de Organização da Informação Lucilene Maria de Andrade (2013– )
da Embrapa Informação Tecnológica Gerente-Adjunta de Projetos Editoriais
da Embrapa Informação Tecnológica
Mayara Rosa Carneiro (2006–2011)
Gerente-Adjunta de Produção Marlene de Souza Costa de França (2013– )
da Embrapa Informação Tecnológica Gerente-Adjunta de Administração da
Embrapa Informação Tecnológica
Patrícia Rocha Bello Bertin (2008–2009)
Gerente-Adjunta de Organização e Difusão da Rúbia Maria Pereira (2013– )
Informação da Embrapa Informação Tecnológica Gerente-Adjunta de Organização e Difusão da
Informação da Embrapa Informação Tecnológica
Rúbia Maria Pereira (2009–2013)
Gerente-Adjunta de Organização e Difusão da
Informação da Embrapa Informação Tecnológica

Selma Lúcia Lira Beltrão (2006–2008)


Gerente-Adjunta de Organização e Difusão da
Informação da Embrapa Informação Tecnológica
122

A embrapa informação tecnológica

Adriana Reatto dos Santos Braga Erika do Carmo Lima Ferreira


Alessandra Rodrigues da Silva Eurípedes Carlos de Castro
Alexandre Abrantes Cotta de Mello Everaldo Correia da Silva Filho
Amilton Alves Gontijo Flávia de Jesus da Silva Camões
Ana Lucia Szerman Flávio Cordeiro
Ana Luisa Barra Soares Francisca Elijani do Nascimento
Ana Maranhão Nogueira Francisco das Chagas Martins
Ana Paula da Silva Dias de M. Leitão Francisco de Assis Matias
Andracy da Cunha Francisco Rutieres Virgílio Diogo
Andreia Barbosa de Oliveira Siqueira Geosavá Gonzaga da Mota
Angelita Lopes de Oliveira Menezes Geraldo Cardoso Moitinho
Antonio Luiz Oliveira Heberlê Glauber Bonifácio da Silva
Antonio Tadeu da Silva Patriota Gláucia Rizzon Munhoz
Asteir Batista de Oliveira Gustavo Santos Guimarães
Aureleano de Melo Silva Hildelberto Rodrigues Bem
Carlos Eduardo Felice Barbeiro Iara Del Fiaco Rocha
Carlos Leandro de Aquino Ilka Queiroz Lemos de Oliveira
Carlos Tadeu Gomes Isabel Ferreira de Almeida
Cecília Leite Oliveira Ismar Cardoso
Celia Regina Tremacoldi Ivan Pereira Alves
Cirlene Elias da Silva Jair Rodrigues Silveira
Claudia da Conceição Siqueira Jane Baptistone de Araújo
Claudimar dos Santos Souza Jeane de Oliveira Dantas
Clayton Barboza da Silva Jérôme Fernand Auguste Baglin
Cleber Osni de Souza Pereira João Augusto Colbert Miranda
Corina Barra Soares Joaquim Paulo da Cruz Filho
Cristiane Pereira de Assis Joniel Sérgio Rodrigues Oliveira
Cristiane Solano Mendes Jorge Luis Macau de Paiva
Cristine Vieira Valério José Alexandre Silva Rocha
Dani Leonor Antunes Corrêa José Alves Tristão
Daniela Aparecida Born José Ilton Soares Barbosa
Edemar Joaquim Corazza Josmária Madalena Lopes
Elias Rodrigues Machado Juliana Andréa Oliveira Batista
Emilson França de Queiroz Juliana Lúcia Escobar
123

Juliana Meireles Fortaleza Nilda Maria da Cunha Sette


Júlio Cesar da Silva Delfino Nilo Barreto Falcão Filho
Karla Ignês Corvino Silva Orlando de Assis Crispim
Kátia Simone Marsicano Corrêa Osmar Rodrigues de Faria
Lania Marcia de Almeida Patrícia Rocha Bello Bertin
Leandro Sousa Fazio
Paula Cristina Rodrigues Franco
Lesciara Moura Siqueira Barros
Paulo Augusto Castro Marinho
Letícia Ludwig Loder
Paulo César Bastos Carvalho
Lucilene Maria de Andrade
Rafael de Sá Cavalcanti
Lúcio Scartezini Lopes
Raquel Siqueira de Lemos
Lucy Mary de Oliveira
Rejane Maria de Oliveira
Luiz Antônio de Faria Arantes
Luiz Marleo Brito Magesty da Costa Renato Ferreira Passos

Márcia Maria Pereira de Souza Rinaldo Oliveira Reis


Marcus Vinícius Barcellos de Abreu Rogerio Sandro Teles Monteiro
Maria Amalia Gusmão Martins Rosane Alves de Almeida Atayde
Maria Clara Guaraldo Notaroberto Rosângela de A. Leite Vasconcelos
Maria Cristina Ramos Jubé Rosângela Galon Arruda
Maria de Fátima da Cunha Rubia Maria Pereira
Maria Francisca Canovas de Moura Sabrina Déde de Castro Degaut
Maria José de Oliveira dos Reis Selma Lúcia Lira Beltrão
Maria Luiza Costa Brochado Sérgio Arthur Zanuncio Foerstnow
Maria Regina Fiuza Teixeira
Sérgio Fernando A. de Figueiredo
Mário César Moura de Aguiar
Silvia Andréa Conson
Marlene de Souza Costa de França
Suelene Aparecida Lemos de Faria
Marluce Freire Lima de Araújo
Talita de Oliveira Ferreira
Massayuki Franco Okawachi
Valéria Cristina Costa
Micla Cardoso de Souza
Viviane Kerry Tomaz de Carvalho
Mirane dos Santos Costa
Mirian Josefina Baptista Wamir Soares Ribeiro Júnior
Mônica Silva da Silveira Wesley José da Rocha
Monique Guimarães Pinheiro Wyviane Carlos Lima Vidal
Natalia Helena de O. Evangelista Zaqueu Rodrigues Neves
Neusa Rocha de Souza Zoroastro Albuquerque Nunes
Impressão e acabamento
Embrapa Informação Tecnológica

O papel utilizado nesta publicação foi produzido conforme a certificação


do Bureau Veritas Quality International (BVQI) de Manejo Florestal.
Informação Tecnológica

CGPE 13049

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