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Fundamentos de

Informática

Alexandre Tadeu Rossini da Silva


Eleusa Maria Leão
Evanderson S. de Almeida

Curitiba
2014

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Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501

F981 Fundamentos da informática / Alexandre Tadeu Rossini da Silva,


et. al.. – Curitiba: Fael, 2014.
188 p.: il.
ISBN 978-85-8287-061-7
Nota: conforme Novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa.
1. Informática I. Silva, Alexandre Tadeu Rossini da I. Leão,
Eleusa Maria II. Almeida, Evanderson S. de III. Oliveira
CDD 004

Direitos desta edição reservados à Fael.


É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.

fael
Diretor-Geral Marcelo Antônio Aguilar
Diretor Acadêmico Francisco Sardo
Coordenadora do Núcleo Vívian de Camargo Bastos
de Educação a Distância
Projeto Gráfico e Capa Sandro Niemicz
Fotos da Capa Shutterstock.com/kentoh
Diagramação Katia Cristina Santos Mendes
Revisão Mariela Castro

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Apresentação

A evolução do ser humano foi marcada, ao longo das eras, por


sua vontade crescente de se comunicar e de registrar os fatos da vida.
Desde as primeiras pinturas rupestres nas cavernas, a linguagem do
homem foi ganhando contornos mais sofisticados, à medida em que
servia também como ferramenta para o seu desenvolvimento mental,
intelectual, social e cultural, diferenciando-o dos demais animais.
No século XXI, a necessidade de comunicação ampliou
sua abrangência. Informação, armazenamento de dados,
compartilhamento à distância, entretenimento e educação são
algumas das novas demandas que passaram a exigir duas coisas: pessoas
mais preparadas para lidar com um cenário que muda rapidamente
e tecnologias capazes de oferecer soluções rápidas, eficientes e viáveis
para essas demandas.

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Fundamentos de Informática

As chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) refletem


a realidade do século XXI, servindo a propósitos corporativos, educacionais e
sociais. Em um mundo digital como é o nosso hoje, em que o acesso à informação
se dá em tempo real e a popularização da tecnologia é crescente, estará mais bem
preparado o profissional que souber compreender como surgiu e para onde deve
nos conduzir esse fenômeno.
Esta coletânea Fundamentos da Informática é o passo inicial para esse
entendimento. Com textos de fácil compreensão, os autores traçam a evolução
histórica da informática, sempre associando-a aos grandes momentos da história
da humanidade que alteraram de forma marcante a maneira como trabalhamos,
nos relacionamos e pensamos o mundo ao redor. Assim, o livro explora a ligação
entre a informática e a sociologia, mostrando como as Tecnologias da Informação
e Comunicação influenciam o comportamento, a cultura, as tarefas cotidianas e
o modo de ser, pensar e agir das pessoas ao longo dos séculos.
E por que associar sociologia e informática? Porque é esse saber – a
combinação do conhecimento técnico/tecnológico com a clareza sobre o quanto
a nova organização do trabalho e do dia a dia das pessoas é afetada pelas TICs a
que elas têm acesso – que hoje é exigido do profissional de informática.
Este livro traz os fundamentos teóricos da informática e da computação,
explicando as diferenças entre software e hardware, apresentando os princípios
de programação e ampliando a visão do leitor sobre o funcionamento de redes
de computadores e banco de dados. Tudo isso para que o leitor possa entender a
lógica por trás de qualquer computador – noção fundamental para quem deseja
trabalhar na área.
A obra também convida a refletir sobre o impacto do uso da tecnologia
na sociedade, sobre questões éticas e sobre inclusão digital, ajudando a
pensar em alternativas para beneficiar pessoas que hoje não têm acesso a
esses recursos tecnológicos.

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Sumário
1 O profissional de informáticas | 9

2 História da computação | 23

3 Componentes básicos do computador | 43

4 Sistemas posicionais de numeração | 51

5 Operações aritméticas no sistema binário | 69

6 A informação e o software | 83

7 Sistema operacional | 93

8 Classificação de software | 101

9 Redes de computadores e banco de dados | 109

10 Internet: navegação e busca de conteúdo | 123


11 Sistemas de informação: conceitos e componentes | 139
12 Sistemas de informação: tipologias | 147
Referências | 157

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Fundamentos de Informática

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Prefácio

Pelos idos de 1930, o teólogo francês Pierre Teilhard de


Chardin pregava que a Terra teria mais uma camada, acima da
biosfera e da atmosfera: batizada de noosfera, ela seria a integração
de todo o pensamento humano em uma única rede inteligente,
onde o conhecimento seria produzido e compartilhado por todos.
Estaria aí a gênese da internet, na opinião de alguns. Teilhard de
Chardin seria, portanto, um visionário (aliás, sua conjugação de
ciência e teologia acabou por afastá-lo dos círculos da Igreja, que
renegava suas teorias).
Na verdade, o teólogo viu muito além da internet. Ele já
estava na era 2.0, e enxergou as mídias sociais e todo o seu efeito-
teia: ligar as pessoas, incrementar as relações humanas, criar novos
vínculos e fazer circular informação e conhecimento o tempo todo,
sem cessar.
Esse cenário do mundo digital tal como o vivenciamos
hoje é fruto do interesse e da necessidade do ser humano

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Fundamentos de Informática

de armazenar e compartilhar informações, e passou por importantes


momentos de evolução. O empenho de matemáticos, filósofos, cientistas
e outros estudiosos concebeu incríveis invenções ao longo dos séculos. O
computador, provavelmente a mais útil e fascinante estrela dessa jornada,
segue como ferramenta indispensável no mundo corporativo, na formação
profissional e no uso pessoal.
É essa história de esforço, genialidade, pensamentos “fora da caixa”,
números, associações improváveis, lógica, criatividade, noites sem dormir e
determinação que está nas entrelinhas deste livro.
Os fundamentos dessa ciência (ou arte? ou loucura?) que é a
computação, de onde evoluíram os computadores, qual a lógica que os
faz funcionar, quais os elementos de Tecnologia da Informação (TI) mais
relevantes no mundo corporativo e quais carreiras um profissional de
informática pode seguir são alguns dos temas que o livro aborda.
Em todos os capítulos, o leitor pode mergulhar em um mundo novo
e sair de lá com um novo conhecimento, pronto para compreender a impor-
tância da tecnologia e da computação em todas as esferas da vida contem-
porânea.

Mariela Castro
Jornalista, blogueira, especializada em mídias sociais e novas
tecnologias de comunicação

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1
O profissional de
informática

A cada dia, a computação se torna uma das mais importantes


ferramentas já desenvolvidas pelo ser humano. O seu caráter
multidisciplinar, aplicável a uma gama enorme de areas e tecnologias,
tem forte responsabilidade por sua popularização e valor econômico
e social.
O valor econômico pode ser comprovado pelo uso intensivo
da computação desde aplicações para usuários finais de computador
até na indústria, passando por serviços e uso militar. O valor social
pode ser comprovado pela interferência no comportamento das
pessoas e da sociedade, monitora e agiliza processos judiciais e
públicos, salva vidas quando aplicada na medicina e na produção
de medicamentos.

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Fundamentos da Informática

A cada dia que passa, mais dados são gerados e maior é a necessidade de
processá‑los a fim de gerar informação. Já parou para pensar sobre a quantidade
de dados que você gera diariamente? Quando utilizamos algum equipamento
elétrico, informamos o consumo à companhia de energia elétrica. O uso do
telefone, seja fixo ou móvel, é informado à companhia telefônica que abate
créditos. Quando passamos acima do limite de velocidade por um radar
eletrônico, novos dados são gerados para a aplicação da multa. Toda vez em
que usamos um cartão de débito/crédito também são gerados dados. Esses são
só alguns exemplos diários, existem inúmeros outros.
A computação é peça fundamental para o funcionamento da sociedade
nos moldes como a conhecemos hoje, contudo não é peça essencial, uma vez
que durante muito tempo vivemos sem ela. Por toda essa importância, serão
apresentados, neste capítulo, tópicos relevantes sobre as possibilidades de atuação
do profissional na area de computação, começando pela formação acadêmica.

1.1 Formação acadêmica


Como é sabido, os estudos podem continuar após o término do ensino
médio ou equivalente. No Brasil, algumas opções de estudos superiores estão
disponíveis para quem queira prosseguir, segundo MEC (2008), são elas:
cursos sequenciais (com até dois anos de duração) e cursos de graduação
(a maioria com quatro anos de duração, há também cursos de formação
tecnológica, com dois ou três anos de duração e cursos com cinco ou seis
anos, como os de engenharia e de medicina).
Podem oferecer os cursos superiores, de acordo com a legislação,
instituições de educação superior (IES). Elas são organizadas da forma que
apresentamos a seguir.
a) Universidades: são instituições que desenvolvem atividades regu‑
lares de ensino, pesquisa e extensão. As universidades especializa‑
das se diferenciam por serem especializadas em um campo do saber
como, por exemplo, ciências da saúde ou ciências sociais. Elas se
caracterizam, de acordo com a LDB (1996) por:
22 produção intelectual institucionalizada mediante o estudo
sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do

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O profissional de informática

ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional;


22 um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadê‑
mica de mestrado ou doutorado;
22 um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
b) Centros universitários: segundo o Decreto n. 3860, de 9 de julho
de 2001, são
instituições de ensino superior pluricurriculares, que se caracterizam
pela excelência do ensino oferecido, comprovada pelo desempenho de
seus cursos nas avaliações coordenadas pelo Ministério da Educação,
pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho
acadêmico oferecidas à comunidade escolar (BRASIL, 2001, p. 3).

Já os centros universitários especializados atuam em uma area de


conhecimento específica ou de formação profissional.
c) Faculdades integradas e faculdades: de acordo com MEC (2008,
[s. p.]), são
instituições de educação superior públicas ou privadas, com propostas
curriculares em mais de uma area do conhecimento, organizadas sob
o mesmo comando e regimento comum, com a finalidade de formar
profissionais de nível superior, podendo ministrar cursos nos vários
níveis (sequenciais, de graduação, de pós‑graduação e de extensão) e
modalidades do ensino.

d) Institutos superiores ou escolas superiores: segundo MEC (2008,


s. p.), são “instituições de educação superior, públicas ou privadas,
com finalidade de ministrar cursos nos vários níveis (sequenciais, de
graduação, de pós‑graduação e de extensão)”.
e) Centros de educação tecnológica: são descritos, de acordo com
MEC (2008, [s. p.]), como
instituições especializadas de educação profissional, públicas ou privadas,
com a finalidade de qualificar profissionais em cursos superiores de
educação tecnológica para os diversos setores da economia e realizar
pesquisa e d
­ esenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e
serviços, em estreita articulação com os setores produtivos e a sociedade,
oferecendo, inclusive, mecanismos para a educação continuada.

Terminada a graduação, existem algumas possibilidades de pós‑gradua­

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Fundamentos da Informática

ção: lato sensu (especialização e MBA – Master Business Administration) e


stricto sensu (mestrado acadêmico e profissional e doutorado).
A seguir, iremos conhecer os diferentes cursos superiores relacionados
à computação.

1.2 Cursos de formação


superior em computação
De acordo com o Currículo de Referência da SBC para Cursos de Gra‑
duação em Computação e Informática, entende‑se por computação ou infor‑
mática “o corpo de conhecimento a respeito de computadores, sistemas de
computação e suas aplicações, englobando aspectos teóricos, experimentais,
de modelagem e de projeto” (SBC, 1999, p. 1).
Os cursos superiores em computação são divididos de acordo com o
enfoque tecnológico de aplicação e são classificados em atividade‑fim e ativi‑
dade‑meio.
Segundo SBC (1999) e as diretrizes curriculares (1996), os cursos que
usam a computação como atividade‑fim são os cursos bacharelado em Ciência
da Computação e Engenharia da Computação. Esses cursos “devem ter
mais profundidade nas matérias dos núcleos Fundamentos da Computação e
Tecnologia da Computação” (SBC, 1999, p. 14). Os cursos com atividade‑meio
de computação são denominados bacharelados em Sistemas de Informação
e “devem oferecer uma boa base de fundamentos da computação, não tão
abrangente como os cursos atividade‑fim” (SBC, 1999, p. 15). Por outro lado,
os cursos atividade‑meio oferecem uma visão mais abrangente do núcleo de
Sistemas de Informação que os cursos atividade‑fim. Os cursos atividade‑fim
oferecem uma visão mais geral desse núcleo. Existem ainda os cursos superiores
de Tecnologia, que são cursos de menor duração em computação.

Saiba mais
22 Núcleo Fundamentos da Computação: compreende as matérias
que envolvem a parte científica e as técnicas fundamentais à
formação sólida de computação (SBC, 1999).

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O profissional de informática

22 matérias que representam um conjunto de conhecimento


agregado e consolidado que capacitam o aluno para a
elaboração de solução de problemas nos diversos domínios
de aplicação (SBC, 1999).
22 Núcleo Sistemas de Informação: compreende as matérias
que capacitam o aluno a utilizar os recursos de tecnologia de
informação na solução de problemas de setores produtivos da
sociedade (SBC, 1999).

Os cursos que têm a computação como atividade‑meio preparam os


profissionais para utilizarem, de forma eficaz, as tecnologias de computação
em empresas/instituições. É um curso com enfoque comercial. Como citado
anteriormente, o curso de Sistemas de Informação entra nessa categoria.
Na categoria de cursos que têm a computação como atividade‑fim
(Ciência da Computação e Engenharia da Computação), Simões (2008, p. 2)
diz que estão os cursos que
preparam o profissional que irá construir ou aprimorar computadores
e máquinas que usam tecnologia computacional e programas de
computadores. São cursos adequados, portanto, àqueles que têm um
perfil de pesquisador ou desenvolvedor. [...] Há necessidade que o
aluno tenha aptidão para ciências exatas.
Na sequência os cursos citados anteriormente serão descritos com
maiores detalhes.

1.2.1 Engenharia da computação


Esse curso combina conhecimentos de computação com engenharia
elétrica, um curso ligeiramente voltado para o projeto e desenvolvimento de
hardware e automação. Por ser engenharia, tem duração de cinco anos e tem
sólidos conceitos de matemática e física. Simões (2008, p. 2) expõe que o
engenheiro da computação pode trabalhar com
[...] comunicação de dados e redes, automação industrial e controle
de processos, automação comercial, circuitos e sistemas integrados e
microeletrônica, microprocessadores e suas aplicações, processamento
de sinais digitais (imagens, voz), sistemas embarcados e robótica.

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Fundamentos da Informática

O profissional que se forma Engenheiro da Computação pode


especificar, projetar, configurar, instalar, testar e dar manutenção em
sistemas computacionais.

1.2.2 Ciência da computação


Como o próprio nome diz, tem enfoque científico, voltado para pesquisa
e inovação de tecnologias computacionais. É um curso de computação pura
e aborda conceitos e teorias das mais diversas areas da computação, como
compiladores, linguagens de programação, inteligência artificial, computação
gráfica, engenharia de software, redes de computadores, sistemas operacionais,
entre outras. Simões (2008, p. 2) afirma que
Matemática, Cálculo e outras disciplinas exatas são reforçadas nesse
curso, assim como a formação em matérias de ­ hardware, como
arquitetura e organização de computadores e circuitos lógicos, é
básica. Quem se forma Cientista da Computação está preparado
para resolver problemas reais com soluções de TI, e poderá trabalhar
em projetos, desenvolvimento e suporte de sistemas computa-
cionais variados.

Esse curso tem duração mínima de quatro anos.

1.2.3 Sistemas de informação


Os profissionais formados em sistemas de informação desenvolvem
soluções que são utilizadas em diferentes níveis da organização e em diversas
áreas. SBC (2008) expõe que esse curso “visa à formação de profissionais
da area de Computação e Informática para atuação em pesquisa, gestão,
desenvolvimento, uso e avaliação de tecnologias de informação aplicadas
nas organizações”.
Nesse curso, também são vistas disciplinas complementares com
ênfase no estudo das organizações. Simões (2008, p. 1) complementa que
esses profissionais
apóiam a inovação, planejamento e gerenciamento da infraestrutura
de informação e coordenação dos recursos de informação. O
desenvolvimento de sistemas de informação por membros da
equipe de SI envolve não apenas sistemas integrados abrangendo

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 O profissional de informática

toda a organização, mas também apoio para o desenvolvimento de


aplicações departamentais e indivíduos.

Esse curso tem duração de quatro anos.

1.2.4 Cursos tecnológicos


Os cursos de formação tecnológica formam profissionais que atendem
campos específicos do mercado de trabalho. Os profissionais formados nesses
cursos são denominados tecnólogos. Esses profissionais podem continuar
os estudos e aperfeiçoamento profissional cursando a pós‑graduação stricto
sensu e latu sensu. Os cursos tecnológicos podem ser uma opção para inserção
mais rápida no mercado de trabalho e visam à formação voltada para
desenvolvimento, aplicação e difusão de tecnologias. Esses cursos costumam
ter entre dois e três anos de duração.
O curso superior em Análise e Desenvolvimento de Sistemas é
um exemplo e foca no desenvolvimento dos mais diversificados tipos de
sistemas e qualifica o profissional para desempenhar análise de sistema. Isso
vai ao encontro de uma necessidade de mercado, carente de profissionais
e em franca expansão. O curso proporciona formação técnica e acadêmica
aplicáveis nos setores industriais, comerciais e de prestação de serviços,
incluindo os órgãos públicos.

Saiba mais
Nos Estados Unidos, não existe diferença entre Engenharia da
Computação e ­Ciência da Computação como há no Brasil.

1.3 Áreas de atuação


A partir das formações de nível superior anteriormente mencionadas,
que podem ser encontradas nas mais diversas IES do Brasil, podemos escolher
areas específicas de atuação.
A seguir, veremos alguns exemplos de areas específicas de atuação. É
importante acrescentar que existem inúmeras outras. Cada uma das areas

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Fundamentos da Informática

distingue uma das outras por características próprias e são opções para os
egressos do curso superior em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento
de Sistemas.
a) Administrador de banco de dados
É também conhecido pela sigla DBA, do inglês DataBase
Administrator. Esse profissional é responsável pelo projeto,
manutenção e refinamento de bancos de dados corporativos. É o
profissional responsável pelos dados e informações da empresa.
b) Administrador de redes
É responsável pela instalação, configuração e manutenção de todos
os serviços de rede de computadores implementados. Inclui‑se,
também, pesquisa de soluções de tecnologia, apoio à area de
desenvolvimento de aplicações, configuração e manutenção do
nível de segurança da rede.
c) Analista de sistemas
É responsável pelo levantamento das necessidades do cliente e pela
elaboração de um modelo conceitual do sistema a ser desenvolvido.
É o projetista de sistemas. Fazendo‑se analogia com engenharia civil,
esse profissional projeta a “planta” dos sistemas, indicando detalhes
técnicos e algoritmos.
d) Auditor de sistemas
É o profissional encarregado em auditar sistemas e redes corporativas,
identificar fraudes e outros tipos de irregularidade, além de analisar
políticas de uso e de segurança.
e) Programador Web
É o profissional responsável pelo desenvolvimento de aplicações
para Web, em termos de implementação de software. Sua principal
atividade é o desenvolvimento de aplicações para internet e intranets,
além de sítios de comércio eletrônico, por exemplo.
f ) Webmaster
É o responsável pela estrutura, projeto e gerência de aplicações Web,
desde equipes envolvidas com essas aplicações até a infraestrutura.

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1.4 Sociedade brasileira de computação – SBC


A SBC é uma “sociedade científica que reúne estudantes, professores e
profissionais de Informática de todo o Brasil” (SBC, 2008, [s. p.]). Sua principal
meta é de estimular o ensino e a pesquisa em computação. Nesse sentido, a
SBC vem fomentando pesquisas científicas e tem papel importante e decisivo
no desenvolvimento tecnológico de computação genuinamente brasileiro.
Fundada em 1978 e sediada em Porto Alegre (RS), está estrutura,
segundo SBC (2008, [s. p.]), em
secretarias regionais e delegacias institucionais, localizadas em
unidades de ensino e pesquisa de vários estados do Brasil. Estas
instituições atuam como um elo na comunicação com os sócios,
além de promoverem diversas atividades e eventos. Os associados
estão divididos nas categorias fundadores, estudantes, efetivos,
institucionais e honorários.

Além dessa organização, existem as comissões especiais (relacionadas às


subáreas de conhecimento específico), responsáveis em organizar simpósios
relacionados às suas subáreas. Especificamente, a comissão de educação é
responsável pelos grupos de trabalho que discutem assuntos de interesse da
area e pelo currículo de referência.
O endereço eletrônico da SBC é <http://www.sbc.org.br>.

1.5 A regulamentação da profissão no Brasil


As profissões de informática atualmente não são regulamentadas no
Brasil e também não têm um órgão regulamentador. Ao contrário do que
ocorre com outras profissões, como da area de direito, medicina, odontologia,
contabilidade, jornalismo, administração, entre outras, atualmente qualquer
pessoa pode atuar em informática e no mercado de trabalho de informática.
Desde antes da criação da SBC, a regulamentação da profissão de
informática vem sendo discutida e provocando quentes debates. A Sociedade
Brasileira de Computação tem uma posição institucional consolidada acerca
da questão e, segundo a SBC (2008), segue os seguintes princípios:
22 exercício da profissão de informática deve ser livre e independer de

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Fundamentos da Informática

diploma ou comprovação de educação formal;


22 nenhum conselho de profissão pode criar qualquer impedimento
ou restrição ao princípio anterior;
22 a area deve ser autoregulada.
Ainda segundo SBC (2008), essa postura segue a posição tomada por
vários países bem sucedidos em informática que permitem o livre exercício
da profissão, sem qualquer tipo de regulamentação ou restrição à liberdade
individual de trabalho. É assim em países como os Estados Unidos, Inglaterra,
França, Canadá e Espanha.
Por outro lado, outro grupo, também bastante numeroso, defende
que a regulamentação deve restringir o exercício profissional somente
a portadores de diplomas de nível superior com a criação de conselhos.
Dentre seus argumentos estão:
22 dar alguma prioridade ou proteção ao profissional por meio de um
órgão regulador (conselho) para quem empenhou quatro ou cinco
anos de sua vida para estudar e, em alguns casos, pagar os estudos
em uma IES. Dessa forma, como alternativa, reservar o mercado
para apenas portadores de diploma de nível superior;
22 elevar a remuneração dos profissionais de informática, uma vez
que excluiria do mercado a chamada mão de obra desqualificada e,
consequentemente, mais barata;
22 fixar remuneração mínima para a categoria;
22 diminuir a possibilidade de existência de maus profissionais, o que
aumentaria a boa reputação dos profissionais de informática;
22 evitar a competição de “curiosos” do mercado (profissionais sem
titulação acadêmica) em concursos públicos com os profissionais
regularmente formados em informática;
22 tornar possível punir profissionais que cometeram crimes de
informática, banindo‑os do mercado de trabalho.
Ambos os lados têm fortes argumentos, alguns vantajosos, outros
desvantajosos para a area e para a sociedade. Por outro lado, segundo Bigonha
(2004), a SBC baseia sua argumentação, principalmente, nos seguintes pontos:

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O profissional de informática

22 a SBC propõe uma regulamentação da profissão sem a criação de


conselhos, afinal conselhos de profissão têm o propósito de proteger
a sociedade e não de premiar maus profissionais que possuem
formação superior;
22 profissionais como engenheiros, matemáticos, advogados,
administradores, entre outros, contribuíram para o desenvolvi-
mento da area e ainda têm muito a contribuir, principalmente
considerando o caráter multidisciplinar da informática. A sociedade
seria prejudicada se esses profissionais fossem proibidos de desen-
volver suas soluções mediante o uso da tecnologia da informação;
22 para obter proteção, todo profissional de informática pode
filiar‑se a algum sindicato, cuja função é defender os interesses
dos profissionais, inclusive de fixar remuneração mínima para a
categoria. Assim não há necessidade de conselho;
22 apresentar carteira de um conselho de profissão não é suficiente
para distinguir o profissional qualificado do não qualificado;
22 para fazer denúncias e punir maus profissionais, segundo a lei, não
é necessário conselho profissional da area;
22 a maior parte dos problemas causados por maus profissionais é
muito mais decorrente de falta de ética ou desonestidade do que
por falta de qualificação acadêmica.
Independente do grupo é evidente que os “curiosos” de mercado
dificilmente conseguiriam competir com profissionais competentes
formados por cursos superiores de qualidade. Bigonha (2004) expõe que,
em geral, as areas de atuação do “curioso” de mercado e do profissional
formado são distintas. Os “curiosos”, na maioria das vezes, focam no uso de
sistemas computacionais, resolvendo problemas simples e de pequeno porte.
Alguns conseguem atuar com sistemas computacionais de complexidade
e porte intermediários, contudo dificilmente atuam em problemas de
alta complexidade e grande porte. Esse último é considerado o foco do
profissional de nível superior, os dois primeiros certamente estão fora do
interesse desses profissionais. Como em qualquer profissão, na informática,
há diferentes níveis de profissionais e, como consequência, remu-
nerações variadas.

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Bigonha (2004) argumenta sobre a formação superior com e sem a reserva


de mercado aos profissionais com diploma superior. Ele expõe que se cursam
faculdades para que adquirir as técnicas necessárias para resolver
correta e economicamente problemas relevantes [...] Cursam‑se
faculdades para se ter melhor remuneração em virtude de melhor
qualidade do trabalho que se pode produzir. Se o curso de graduação
de uma dada faculdade não produzir uma formação profissional de
boa qualidade e que apenas forme profissionais incapazes de competir
com os curiosos do mercado, então não há justificativas para se
freqüentar tal curso, a não ser que seja apenas para facilmente obter
um diploma e habilitar‑se aos possíveis benefícios de uma reserva de
mercado (BIGONHA, 2004, [s. p.]).
Bigonha (2004) completa que se conselhos são destinados para
proteger a sociedade, impedindo profissionais desqualificados de atuarem,
então os conselhos também devem impedir portadores de diploma superior
desqualificados de atuarem.
Essa ideia é a que rege a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que
exige dos bacharéis em direito a aprovação em seu exame para a atuação
profissional. Por outro lado, a SBC prefere conselhos nos moldes do Conselho
de Auto‑Regulamentação Publicitária (CONAR), que não ferem os princípios
da liberdade individual ao trabalho.

1.5.1 O projeto de lei


Na edição de 6 de março de 2008 do Jornal do Senado, saiu a notícia
“CCT aprova regulamentação da profissão de analista de sistemas”. Segundo a
notícia, o projeto de lei, que visa a regulamentar os profissionais denominados
analista de sistemas e de técnico de informática, foi aprovado na Comissão de
Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) no dia 5
de março de 2008.
A proposta foi encaminhada à Comissão de Assuntos Sociais (CAS)
para decisão terminativa. Foi excluída da proposta original a possibilidade
de criação de conselhos federal e regionais de informática, uma vez que esses
órgãos são prerrogativa do Poder Executivo.
De acordo com a proposta,
a profissão de analista de sistemas somente poderá ser exercida por

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O profissional de informática

pessoas que possuam diploma de nível superior [...] Já para o técnico


de informática a proposta determina a comprovação de diploma
de ensino médio ou equivalente de curso técnico de Informática
ou de Programação de Computadores (SENADO FEDERAL,
2008, [s. p.]).

Esse projeto de lei, mesmo com pouco tempo, é tido como polêmica e, diante
disso, a SBC se posicionou por meio de uma correspondência para o Senado
Federal. Veja o conteúdo completo do fato exposto pela SBC (2008, [s. p.]):
atenta aos recentes acontecimentos a respeito do Projeto de Lei
607/2007, que trata da Regulamentação da Profissão, a SBC enviou
correspondência para a Senadora Patrícia Saboya, Presidente da
Comissão de Assuntos Sociais, solicitando Audiência Pública.
Em sua correspondência, a SBC justificou o pedido de Audiên­ cia
Pública devido à existência de opiniões diversas e muito divergentes e
que, nessa audiência, os diversos pontos de vista, tanto da SBC quanto
de outras organizações sociais, poderão ser apresentados e debatidos
amplamente, possibilitando um melhor encaminhamento do assunto
por parte dos Senadores.
Em resposta, a assessoria da Senadora informou que essa reconheceu
a polêmica em torno do assunto e marcará a Audiência Pública em
momento oportuno.

A seguir, estão listados outros Projetos de Lei com tentativas de


regulamentar a profissão:
22 PL 815/1995
22 PL 2194/1996
22 PL 981/1999
22 PL 6639/2002
22 PL 6640/2002
22 PL 1561/2003
22 PL 1746/2003
22 PL 1947/2003
22 PL 6808/2006
22 PL 7109/2006
22 PL 7236/2006

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Fundamentos da Informática

Estamos chegando ao fim do capítulo. Ele é importante para nortear


possibilidades profissionais futuras e esclarecer diferenças na formação dos
profissionais de computação.

Conclusão
Neste capítulo, você viu que a formação acadêmica em computação tem
currículos com características próprias e propósitos diferentes. Inicialmente
foram apresentadas as diferentes classificações de IES no Brasil. A única com
obrigatoriedade de pesquisa é a universidade. Sobre os cursos superiores
de computação, existem os cursos atividade‑fim (bacharelado em Ciência
da Computação e Engenharia da Computação), que devem ter mais
profundidade nas matérias dos núcleos fundamentos da computação e
tecnologia da computação. Bacharelado em Sistemas de Informação é um
curso superior atividade‑meio de computação, com maior profundidade no
núcleo sistemas de informação. Também vimos que os cursos tecnológicos
são de menor duração que visam à formação voltada para desenvolvimento,
aplicação e difusão de tecnologias específicas.
Como exemplos de principais campos de atuação para egressos do curso
superior em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas podemos
citar: administrador de banco de dados, administrador de redes, analista de
sistemas, auditor de sistemas, programador Web, webmaster.
Expusemos brevemente sobre a Sociedade Brasileira de Computação
(SBC) e sua importante atuação e seu posicionamento sobre a regulamentação
da profissão no Brasil. A regulamentação é um tema polêmico e que provoca
acalorados debates há muitos anos. Por fim, foi apresentado o panorama
atual, do ponto de vista legal, sobre os projetos de lei.

–  22  –

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2
História da
computação

O ser humano sempre processou dados – o homem pré‑his‑


tórico desenhava nas paredes das cavernas, o pastor de ovelhas da
antiga Mesopotâmia coletava pedras para representar a quantidade
de animais de seu rebanho no ano 4000 a.C., o artesão europeu
do ano 1673 utilizava cartões perfurados para controlar o posicio‑
namento e o movimento de agulhas do tear. E hoje, quando um
consumidor na Índia compra um produto alemão pela internet e
recebe pelo correio, ou quando duas empresas multinacionais em
continentes distintos realizam transações comerciais e financeiras
entre si, estamos vendo a manipulação de dados.

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Fundamentos da Informática

2.1 Qual é a diferença entre


dado e informação?
Dados são fruto da observação de um fato ou objeto e possuem um
ou mais significados, mas isoladamente não são capazes de transmitir
uma mensagem ou conduzir à compreensão de algo. Normalmente são
mensuráveis. Um exemplo é um conjunto de condições climáticas. Podemos
saber a pressão atmosférica, intensidade do vento, umidade do ar e tempera‑
tura, mas isoladamente esses dados não traduzem um conhecimento, não nos
permitem fazer a previsão do tempo. Outro exemplo: os símbolos “R”, “$” e
“1,50” também não significam muito, como dados separados.
A informação é um conjunto de dados tratados, analisados, compa‑
rados, reunidos a outros e trabalhados, que adquirem um significado mais
amplo, levam ao entendimento e à tomada de decisões. Ao analisar as con‑
dições atmosféricas todas juntas, por exemplo, podemos concluir a pro‑
babilidade de chover, em que intensidade etc. Ao reunir os três símbolos
(dados) citados acima, temos a informação “R$ 1,50”, com um significado
(o preço de algo).
Informações, portanto, são dados que foram processados, seja por meio
eletrônico, mecânico ou manual, gerando um resultado com significado.

2.1.1 Escrita é armazenamento de dados


A necessidade de registrar, guardar e transferir informações por meio de
símbolos é notada desde os primeiros registros que a arqueologia pode nos
fornecer sobre a humanidade.
Atribui-se aos sumérios, por volta de 3500 a.C., o mais antigo tipo
conhecido de escrita, a cuneiforme (que tem esse nome por ser executada
com auxílio de objetos pontiagudos em forma de cunha, sobre placas de
argila). Ao longo das eras de evolução da humanidade, o armazenamento e
o processamento de dados sempre foi uma maneira encontrada pelo homem
para controlar o meio à sua volta.
As primeiras inscrições – as pinturas rupestres pré-históricas – eram
desenhos que reproduziam, de forma simplificada, conceitos ou cenas
vividas. O ábaco, instrumento composto por bolinhas que deslizam em

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História da computação

arames paralelos, servia para fazer cálculos rudimentares e é tão antigo que
há muita divergência sobre sua origem: Babilônia ou Mesopotâmia mais ou
menos 3.000 anos antes de Cristo, Egito em 500 a.C. ou China no século
II, já em uma versão mais próxima do que conhecemos hoje, popularizado
pelo soroban japonês, até hoje utilizado. A história é fértil em exemplos de
ferramentas que foram desenvolvidas para registrar e lidar com dados, até
chegar à sofisticação da tecnologia de ponta dos computadores atuais.

2.1.2 Dados analógicos e digitais


Analógico vem de “análogo”: é a representação mais parecida possível da
realidade usando algum meio. Um exemplo de instrumento analógico é o ter‑
mômetro de mercúrio, com graduações de temperatura que variam de 32oC a
50oC, passando por todos os valores entre eles. É uma medição contínua. Se
houvesse graduações suficientes no termômetro e se nosso olhar tivesse uma
precisão imensa, poderíamos verificar que a temperatura passou, por exem‑
plo, de 37,6324 para 37,6325.
É o que acontece também com um relógio analógico. Embora nosso
olhar não alcance, os ponteiros medem o intervalo inteiro entre os segundos,
“correndo” continuamente entre um segundo e outro e não “saltando” de
um segundo para o outro como nos relógios digitais. Então, o analógico é
contínuo e pode ser medido em infinitas partes. É, portanto, bastante exato e
reproduz a realidade como ela é.
No entanto, essa representação exata sofre perdas com o tempo. Um sinal
de rádio analógico, por exemplo, sofre interferência e ruído quanto maior for
a distância de transmissão. Uma música gravada em fita cassete ou LP tende
a perder qualidade com o tempo, por causa do desgaste do meio mecânico
em que foi gravada.
Já o digital representa alguma coisa em intervalos pré-definidos, através de
uma escala (dígitos). Um termômetro digital também varia de 32ºC a 50ºC,
mas exibindo apenas os valores da graduação pré-definida. Se a graduação
for de 1ºC, por exemplo, o termômetro mostraria que a temperatura subiu
de 36ºC para 37ºC. Ou seja, a temperatura “salta” de um grau para o outro,
como se não houvesse nenhum valor intermediário. No termômetro analógico
vemos a temperatura ir subindo continuamente de um grau para outro.

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Fundamentos da Informática

O sinal digital é a representação aproximada de algo, mas não se modi‑


fica com o tempo nem com a distância. Por exemplo, você pode passar para
o seu computador as músicas que baixou de um CD, depois copiá-las em um
pen drive, colocar em outro computador e transmitir pela internet para um
amigo que mora do outro lado do mundo, que a qualidade não vai se perder.
Ele vai ter a música exatamente igual à sua.
O sinal analógico é um sinal que varia no tempo, o digital não. O
analógico pode assumir qualquer valor entre dois limites, o digital apenas
dois, 0 ou 1 (zero ou um) – que é a linguagem dos computadores.

2.1.3 O que concluir sobre dados analógicos e digitais?


A informação analógica é infinitamente mais rica e detalhada do que
a digital. Porém, um dado ou informação digital, embora limitado, tem a
precisão necessária para alcançar um objetivo. Em outras palavras, mesmo
que não tenha tantas possibilidades, variações e subdivisões quanto o
analógico, o dado digital é suficiente para atender as nossas necessidades.
Por exemplo, fotos, vídeos, músicas e textos armazenados em formato digital
nos computadores modernos são perfeitamente aceitáveis, porque qualquer
imprecisão ou falha torna-se imperceptível para os usuários.

2.2 A evolução da tecnologia – como


nasceram os computadores
Facilitar a execução de tarefas complexas ou repetitivas. Essa foi a
principal motivação de inventores e estudiosos, ao longo dos séculos, para
criar máquinas que permitissem armazenar dados e fazer cálculos. A linha do
tempo dessas invenções acompanha o desenvolvimento científico, cultural e
tecnológico da humanidade.
Um dos primeiros instrumentos de cálculo de que se tem notícia é o
ábaco, inventado pelos babilônios 3.000 anos antes de Cristo. No entanto,
embora os homens já soubessem, naquela época, escrever números e símbolos,
os cálculos matemáticos dificilmente eram registrados. Assim, não se poderia
guardar uma equação do segundo grau, por exemplo, nem se discretizar
alguma teoria, ou seja, dividir um todo em partes individuais de menor

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História da computação

complexidade e, assim, facilitar os cálculos. Mas, com a ajuda dos hindus,


que criaram o zero escrito, isso se tornou possível.

2.2.1 História da computação – uma linha do tempo


2.2.1.1 A era mecânica
22 2000 a.C. – O ábaco chinês é a primeira ferramenta de cálculo
de que se tem notícia. É uma calculadora primitiva, composta
por varetas e anéis de madeira, representando unidades, dezenas
e centenas. Os chineses não sabiam que estavam fornecendo uma
grande ajuda teórica na organização dos computadores. O ábaco
é muito popular e até hoje ainda é usado, principalmente em
países orientais.
22 1614 – O matemático e teólogo escocês John Napier define os loga‑
ritmos e populariza o uso do ponto decimal, trazendo grande auxí‑
lio para a execução de operações aritméticas como multiplicações e
divisões longas.
22 1622 – Por causa da dificuldade de multiplicar números grandes,
o padre inglês William Oughtred desenvolveu a régua de cál‑
culo, a partir da sobreposição de escalas logarítmicas de Napier.
Largamente utilizada até a década de 70 do século XX, a régua
de cálculo é considerada precursora das calculadoras eletrônicas,
pois se baseia também em logaritmos. No entanto, não fornece
resultados precisos, embora suficientes para os cálculos a que
se destinava.
22 1623 – O astrônomo e matemático alemão Wilhelm Schickard
cria a primeira máquina de calcular, capaz de fazer as quatro
operações básicas com seis dígitos. Ela servia para fazer cálculos
de tábuas astronômicas, com uma estrutura mecânica baseada
em rodas dentadas. Um protótipo desenvolvido por ele se per‑
deu durante a Guerra dos Trinta Anos (que ocorreu entre 1618 e
1648) e os esboços dos desenhos só foram encontrados no século
XIX, por isso atribuía-se a Blaise Pascal a construção da primeira
máquina calculadora.

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Fundamentos da Informática

Saiba mais
Pascal é o nome de uma popular linguagem de programação,
batizada assim em homenagem ao físico e matemático.

22 1644 – O francês Blaise Pascal (16231662) entrou para a história


como o inventor da primeira calculadora mecânica, batizada por
ele de La Pascaline. Ele a criou quando tinha apenas 19 anos, para
ajudar seu pai no cálculo de impostos. A máquina também usava
uma roda dentada contendo dez dentes, um para cada algarismo
decimal, e realizava apenas adições e subtrações.
22 1673 – Gottfried Wilhelm Leibnitz (16461716), matemático e
filósofo, melhorou o projeto da Pascaline, construindo, assim, uma
máquina capaz de dividir, multiplicar, subtrair, somar e calcular a
raiz quadrada. Os historiadores confirmam seu pensamento: “Ele
sonhava que um dia todo o raciocínio pudesse ser substituído pelo
girar de uma alavanca”.
22 1801 – Joseph Marie Jacquard (17521834) foi um mecânico
nascido na França que criou uma máquina mecânica de tear (a
primeira máquina programável, controlada por cartões perfurados)
capaz de criar bonitos desenhos enredados no próprio tecido. Sua
invenção fez muito sucesso na França e, em sete anos, milhares de
teares já estavam em operação no país.

2.2.1.2 A era dos dígitos


Com a Revolução Industrial (1760-1840), surgem novas necessidades
de realizar tarefas repetitivas e rotineiras de modo mais rápido e eficiente,
trocando os processos de produção artesanais pela produção por máquinas-
ferramentas. Naqueles anos, muitos estudiosos estavam se dedicando a
construir máquinas para automação de processos e cálculos complexos.
22 1820 – Charles Babbage (17921871), matemático nascido na
Inglaterra, projeta a máquina analítica, uma máquina diferencial
para calcular polinômios. A máquina tinha a capacidade de rece‑

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História da computação

ber dados, processá-los, armazená-los e exibi-los, com princípios


parecidos com os dos computadores modernos, e por isso Babbage
ficou conhecido como o pai do computador. A calculadora que ele
desenvolveu fazia, além de somas, subtrações e outros cálculos
básicos, a conversão automática de números de uma base para
outra (da base binária para a decimal, por exemplo).
A máquina, cujo desenvolvimento foi financiado por algum tempo
pelo governo britânico, era puramente mecânica, sendo composta
por um engenho ou “moinho” central (o equivalente a uma CPU
moderna), uma memória, engrenagens e alavancas. Utilizava cartões
perfurados e possuía dispositivos de entrada e saída de dados.
Seu invento, porém, exigia técnicas bastante caras e, dizem alguns
historiadores, avançadas demais para a época, o que inviabilizou
sua construção. O governo britânico acabou por suspender o finan‑
ciamento a Babbage e, com isso, a calculadora analítica nunca foi
construída. Vale a pena ressaltar que as máquinas, até o século XIX,
funcionavam na base decimal (e hoje funcionam na base binária).
No final da década de 1980, a máquina de Babbage finalmente foi
construída pelo Museu de Ciência de Londres, utilizando a tecno‑
logia disponível na época do cientista.

Saiba mais
CPU (Unidade Central de Processamento, na sigla em inglês)
é o componente do computador que processa os dados. É
considerado o “cérebro” do computador.

22 1842 – Ada Byron ou Ada Lovelace (18151852), condessa de


Lovelace, filha do poeta Lord Byron, foi considerada a primeira
programadora da história, antes mesmo do computador ter sido
inventado. Ela escreveu várias instruções para serem interpretadas
pela máquina analítica de Babbage. O Conceito de Subrotina par‑

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Fundamentos da Informática

tiu dela, que também aprendeu a valorizar os laços de repetições


(“loop”). Bastava, em algum lugar de um cartão, inserir informações
para que a leitora de cartões retornasse para outro cartão anterior,
concretizandos e, assim, o efeito de repetição de uma sequência de
instruções. Ada também imaginava as vantagens, caso pudesse tra‑
balhar com os desvios condicionais (“if ”). Hoje, existe até uma lin‑
guagem batizada de Ada, em sua homenagem.
22 1854 – George Boole (18151864) publicou as bases da lógica boo‑
leana (em referência a seu próprio nome). Tais bases determinam
que equações matemáticas algébricas podem expressar os conceitos
da lógica, em que variáveis (unidades de memória que armazenam
valores) podem assumir os valores 0 ou 1 (ex: verdadeiro ou falso).
Graças a essa contribuição de George Boole, os cientistas puderam
pensar em um computador que fosse utilizável para qualquer fim.

2.2.1.3 Máquinas de computar


Computar é calcular, processar dados para buscar uma solução para
algum problema, ampliando a noção inicial de apenas fazer contas da
aritmética básica. Com a necessidade crescente de tratar informações de
maneira automática, proporcionando resultados mais rápidos, as pesquisas e
invenções na área de informática prosseguiram a passos largos.
22 1889 – As ideias de Charles Babbage são mescladas às práticas com
cartões perfurados (criadas por Jacquard para os teares, em 1801)
por um estatístico americano preocupado com a demora na conta‑
gem da população. Até então, o censo da população norte ameri‑
cana levava sete anos para ser concluído. Com sua invenção, Her‑
man Hollerith (sim, seu nome é sinônimo dos contracheques para
pagamento de funcionários) conseguiu reduzir pela metade o tempo
necessário para tabular os dados da população.
22 1896 – Com o sucesso de seu invento, Hollerith funda a Tabulating
Machine Company (companhia de máquinas de tabular).
22 1904 – A válvula é criada por John A. Fleming. Tal componente é
composto por um envoltório de vidro que contém dois eletrodos.
A válvula interrompe ou permite a passagem de corrente elétrica,

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História da computação

dependendo de como a energia passa por dentro dela. Com corrente


elétrica, podemos dizer que o valor dessa válvula é “um”; sem cor‑
rente elétrica, podemos assumir que seu valor é “zero”.
22 1911 – A empresa de Hollerith se funde a outras três companhias,
dando origem à Computing Tabulating Recording Co. (CTR).
22 1924 – A CTR, então com apenas 1.400 funcionários, muda seu
nome para International Business Machine, hoje mundialmente
reconhecida pela sigla IBM e com cerca de 400 mil funcionários em
todo o mundo.
22 1937 – Allan M. Turing, utilizando-se da álgebra de Boole, da
tecnologia de entrada e saída via cartões perfurados e da válvula,
expõe minuciosamente uma máquina computacional de propósito
múltiplo. Foi uma iniciativa pioneira no sentido de permitir que
o próprio usuário (e não o fabricante) definisse que cálculos ou
operações a máquina iria realizar – o que tem tudo a ver com o
conceito de programação que temos hoje.

2.3 Gerações de computadores


Quatro marcos na evolução dos computadores permitem agrupar os
principais acontecimentos nessa história e entender os eventos que represen‑
taram um salto tecnológico.

2.3.1 Primeira geração: válvula (19451 - 955)


22 1943-1946 – John Presper Eckert (19191995) e John Mauchly
(19071980), ambos engenheiros, projetaram o ENIAC – Eletronic
Numerical Integrator And Computer (computador integrador
numérico eletrônico). Foi o primeiro computador eletrônico de uso
geral, capaz de ser reprogramado para diferentes tarefas. Com 18
mil válvulas e 1.500 relés, pesava 30 toneladas, consumia 150Kw de
energia e ocupava 167m2. Por seu poder computacional – conseguia
realizar cerca de 5.000 operações de soma ou subtração por
segundo – e pela possibilidade de reprogramação, atiçou cientistas e
industriais. O ENIAC foi projetado para fazer cálculos de balística

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Fundamentos da Informática

durante a Segunda Guerra Mundial, mas só foi anunciado ao


mercado em 1946, após o término do conflito.
Para programar o ENIAC, era preciso ajustar manualmente 6
mil interruptores e conectar uma imensa quantidade de soquetes.
Andrew Tanenbaum (Tanenbaum, 2007) compara-o a “uma ver‑
dadeira floresta de cabos e jumpers.” Jumper é uma ligação móvel
entre dois pontos de um circuito eletrônico, que serve para ligar ou
desligar o fluxo elétrico. Programar em painéis elétricos realmente
era difícil, lento, tedioso e mecânico.
22 1945 - A partir dessas dificuldades, o matemático John Von Neu‑
mann, que também participara da concepção do ENIAC, propôs
um modelo conhecido como Máquina de Von Neumann. Até hoje,
os computadores ainda usam como base a arquitetura de funciona‑
mento proposta por ele. Esse modelo divide um computador em
cinco componentes principais: a memória, a unidade de controle,
a unidade de lógica e aritmética e dispositivos para entrada e saída
de dados.
A memória armazena dados e instruções de programas. A unidade
de lógica e aritmética e a unidade de controle formavam, juntas, o
“cérebro” do computador – hoje combinadas em um único chip
chamado CPU (Central Processing Unit, ou Unidade de Proces‑
samento Central). A CPU busca instruções e dados na memória,
executa as instruções e então armazena os resultados de volta na
memória. Os dispositivos de entrada (teclado, mouse, microfone) e
dispositivos de saída (monitor, altofalantes, impressora) permitem
que o usuário interaja com a máquina, fornecendo dados e visuali‑
zando facilmente os resultados.

2.3.2 Segunda geração: transistores (1955 - 1965)


Os transistores, inventados em 1948 por Willian Shockley, Walter Brattain
e John Bardeen, substituíram as válvulas e renderam a seus criadores o Prêmio
Nobel de Física de 1956. A válvula sempre foi uma grande consumidora de
energia elétrica. O transistor é muito mais rápido e barato que a válvula,
além de consumir bem menos energia elétrica e ser mais durável. Os Estados

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História da computação

Unidos conseguiram, por exemplo, com o uso de transistor, sair à frente da


antiga União Soviética na corrida espacial.
22 1963 – O teclado aparece comercialmente como um dispositivo
para entrada de dados no equipamento de telex ASR-33, que arma‑
zenava os dados em cartões perfurados.
22 1963 – O monitor de vídeo, o mais relevante periférico de saída,
começa a ser usado. Antes dele, os resultados do processamento de
dados podiam ser visualizados somente se impressos em papel.
22 1964 – Surge o mouse, apresentado por Douglas Engelbart como um
periférico para inserção de dados. Antes dele, a entrada só poderia ser
feita por meio do teclado e dos tradicionais cartões perfurados.
Ainda em 1964, John Kemeny cria a linguagem BASIC que, naquele
momento, servia como um software que intermediava a relação entre
a linguagem de programação e o hardware. Esse papel muito se asse‑
melha ao desempenhado hoje pelo sistema operacional (popular‑
mente representado pelo Microsoft Windows ou GNU/Linux).

2.3.3 Terceira geração: circuitos


integrados (1965 - 1980)
O circuito integrado foi inventado em 1958 pelo físico norte americano
Robert Noyce, depois co-fundador da Intel. Ele não substitui os transistores,
porém – ele os reúne e compacta. O circuito integrado é um conglomerado
de dezenas ou centenas de transistores, em um diminuto dispositivo de silí‑
cio, o chip.
Nessa fase, verifica-se o fenômeno da miniaturização dos computa‑
dores. Com o CI (circuito integrado), tornou-se possível a construção de
computadores menores, mais rápidos e mais baratos do que os da gera‑
ção anterior (já com transistores). A mudança foi drástica: computadores
que tinham o tamanho de salas foram reduzidos ao tamanho de geladeiras.
Ainda eram grandes, se comparados com os de hoje, mas já provocaram
impacto significativo na época.
22 1967 – A primeira calculadora digital, precursora das calculadoras

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Fundamentos da Informática

de bolso de hoje, é apresentada pela empresa Texas Instruments.


A máquina realizava as quatro operações básicas: soma, subtração,
multiplicação e divisão.
22 1968 – A empresa Intel (hoje, a maior fabricante de microprocessa‑
dores do mundo) é criada por Robert Noyce, Andy Groove e Gor‑
don Moore.
22 1969 – Nasce a rede Arpanet, por meio da interligação de quatro
universidades, pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A
Arpanet é a precursora da World Wide Web (WWW) – rede mun‑
dial de computadores ou, simplesmente, a internet.
22 1970 – O sistema operacional (SO) UNIX é desenvolvido por Ken
Thompson e Dennis Ritchie. O UNIX foi o primeiro SO portável,
podendo funcionar em diferentes tipos de computadores. O sistema
operacional GNU/Linux de hoje é um UNIX.

2.3.4 Quarta geração: integração em


escala muito grande (1973 - 1992)
Na terceira geração, centenas de transistores foram agrupados em um
único chip. Agora, na quarta geração, o princípio do circuito integrado é o
mesmo, mas o que muda é a escala. Centenas de milhares e até milhões de
transistores são agora compactados em um chip ainda menor (batizado de
microchip). Esse nível altíssimo de miniaturização é conhecido como VLSI
(Very Large Scale Integration, ou integração em escala muito grande).
O microchip permite a construção dos microcomputadores, que passam
a ter o tamanho de cadernos (notebooks) e ainda menores.
22 1973 – O termo PC (personal computer, ou computador pessoal) é
utilizado pela primeira vez quando a Xerox lança um computador
batizado de Alto, para uso pessoal. Esse PC já exibia características
dos computadores do século XXI: o conceito de “desktop” (mesa de
trabalho), uso de mouse e interface gráfica, ainda que simples.
22 1975 – Chega ao mercado o Altair 8800, cujos diferenciais eram caber
sobre uma mesa e ser muito mais rápido que os anteriores. Ainda

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História da computação

adolescente, o jovem programador Bill Gates adapta a linguagem


BASIC para rodar no Altair e em outros microcomputadores.
22 1975 – Bill Gates, com apenas 20 anos, e Paul Allen, com 22,
fundam a Microsoft.
22 1976 – Steve Jobs e Stephen Wozniak fundam a Apple. Conhecido
pelo lado artístico apurado, Jobs achava que um computador
precisava representar de maneira gráfica o que a máquina estava
fazendo, ao invés de apenas uma sequência de botões e luzes que
acendiam e apagavam. Ele então lança o Apple 1, considerado o
primeiro computador a vir já montado, ao qual bastava acrescentar
um monitor no qual era possível acompanhar as ações.
22 1977 – O Apple 2, o Atari 500 e o Commodore 64 são lançados
respectivamente pelas empresas Apple, Atari e Commodore. O
Apple 2 foi consagrado como o primeiro sucesso de mercado
na área de computação pessoal, pois já incluía monitor, teclado,
placa de som e capacidade de ler dados a partir de um disquete
de 5” ¼ .
22 1980 – A arquitetura RISC (Reduced Instruction Set Computing, ou
conjunto reduzido de instruções) passa a ser adotada em substituição
a instruções complexas e difíceis, conhecidas como CISC. (Os
detalhes e diferenças entres esses dois tipos de arquitetura serão
abordados no capítulo 3).
22 1981 – É lançado o primeiro computador portátil comercialmente
bem-sucedido, o Osborne1, com 11 quilos.
22 1981 – O IBMPC é lançado pela IBM, com processador Intel
8088 e sistema operacional MSDOS, feito pela Microsoft. Esse PC
surge com desempenho (velocidade e memória) muito superior ao
dos concorrentes e até hoje é um sucesso de vendas, com número
expressivo de usuários em todo o mundo.
A arquitetura de seu funcionamento foi aberta pela própria
IBM, o que resultou em perda de mercado para a empresa mas,
ao mesmo tempo, uma massiva popularização do padrão IBM.
A consequência é que há no mundo um número muito maior

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Fundamentos da Informática

de computadores padrão IBM-PC (aberto) do que padrão Apple


(fechado).
A Microsoft foi extremamente beneficiada com essa popularidade do
IBM-PC, uma vez que, para cada computador em funcionamento,
era preciso uma licença do sistema operacional MS-DOS ou, mais
tarde, do Windows, que surgiu em 1985 mas só começou a ser
tecnicamente considerado como um sistema operacional a partir da
versão Windows NT, lançada em julho de 1993.
22 1982 – A Compaq surge no mercado e apresenta seu primeiro
produto: um computador portátil totalmente compatível com o
sistema operacional de seu principal concorrente na época, o IBM-PC.
22 1984 – A Apple lança o Macintosh, primeiro a usar o mouse
e possuir a interface (meios pelos quais um computador e seus
programas se comunicam com o usuário) gráfica como nós
conhecemos hoje, com pastas, menus e área de trabalho.
22 1985 – A Microsoft lança o Windows, interface com o usuário
cujo design e princípios foram inspirados (segundo outras
opiniões, copiados mesmo) na Apple, depois que Gates e Jobs
foram parceiros por alguns anos. A partir daí, o sistema operacional
do Macintosh e o Windows se tornam fortes concorrentes.
22 1992 – O computador Alpha, revolucionário, de 64 bits, é lançado
pela Digital Equipment Corporation (DEC), empresa líder nos
Estados Unidos na fabricação de computadores e softwares entre os
anos 1960 e 1990. Utilizando arquitetura RISC, tinha uma velocidade
de processamento muito superior a qualquer outro computador
pessoal da época. No entanto, esses computadores RISC de 64 bits
só começaram a fazer sucesso no mercado dez anos depois, atuando
principalmente como servidores de alto desempenho.

2.4 O século XXI: Novos


conceitos para novos cenários
Depois de duas ondas tecnológicas (chamadas de plataformas no mundo

–  36  –

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História da computação

da tecnologia) – a primeira quando a computação migrou dos centros de


pesquisa acadêmica para o mundo corporativo e grandes corporações passa‑
ram a ter mais frames (servidores centrais, computadores que centralizavam
serviços a uma rede) para gerenciar seus processos de automação; a segunda
quando houve a popularização do computador pessoal e o uso corriqueiro
da internet – vivemos, a partir da segunda década do século XXI, a chamada
Terceira Plataforma.
Quatro elementos marcam a Terceira Plataforma: mobile, cloud, big data
e social. Juntos, eles provocaram, e a cada dia ainda provocam, uma revolução
na maneira como interagimos com o mundo e buscamos informação, lazer,
educação e entretenimento; estabelecemos relacionamentos pessoais e pro‑
fissionais; criamos hábitos de consumo; gerenciamos processos de trabalho;
vivemos nosso dia a dia. E por que cada um dos quatro aspectos é relevante?
22 Mobile – O que se chama de mobile são os dispositivos móveis
pessoais que permitem acesso à internet, como smartphones
(celulares inteligentes) e tablets (computador portátil de tela sensível
ao toque). Dados compilados pela Teleco em 2013 revelam que
existem cerca de 7 bilhões de celulares em uso no mundo.
O segundo trimestre de 2013 foi um marcante ponto de virada:
pela primeira vez, foram vendidos mais smartphones do que celulares
comuns em todo o mundo, uma prova de que as pessoas estão cada
vez mais interessadas em estar conectadas via internet. As vendas de
smartphones entre abril e junho de 2013 foram 46% maiores do
que no mesmo período do ano anterior, chegando a 225 milhões
de unidades, e representaram 52% do total de celulares vendidos no
período, segundo a Gartner. No Brasil, de acordo com o International
Data Corporation (IDC), o fenômeno se repetiu na mesma época.
Essa “virada” não tem volta e a adoção dos smartphones só tende a
crescer, dada a variedade de modelos e a redução dos custos. O ano
de 2013 se encerrou com a expressiva venda de 1,004 bilhão de smar-
tphones em todo o mundo,o equivalente a 55% de todos os celulares
vendidos naquele ano, diz o IDC.
Isso teve grande efeito no mercado de aplicativos para dispositivos
móveis. Aplicativos são programas específicos para atender

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Fundamentos da Informática

determinadas demandas em computadores, e tornaram-se mais


populares em plataformas mobile como smartphones e tablets.
São úteis para diferentes propósitos – de um site de banco a um
jogo para crianças, de busca de táxi a tratamento de fotografias,
de geolocalização a receitas gastronômicas. A consultoria Gartner
avalia que houve, em 2013, cerca de 102 bilhões de downloads
de aplicativos nas quatro maiores lojas virtuais (as chamadas
appstores) – AppStore da Apple, Google Play, Windows Phone
Store e BlackBerry World, que juntas oferecem cerca de 1 milhão
de aplicativos gratuitos e pagos.
Celulares inteligentes permitem às pessoas pagar contas, pesquisar
preços e comprar produtos, enviar e receber e-mails, e compartilhar
conteúdos em redes sociais, tudo em tempo real, onde quer que
estejam. Com a expansão das redes de dados das empresas de telefonia
móvel e a disponibilidade de redes sem fio (wi-fi) em locais públicos,
o acesso a esses serviços tem sido mais amplo.
22 Cloud computing – Com a quantidade crescente de dados gerados
por empresas e pessoas, tem sido cada vez mais complicado
gerenciar computadores pessoais e servidores corporativos para
guardar um volume tão grande de dados. Além disso, a necessidade
de acessar esses dados a partir de qualquer equipamento e em
qualquer lugar (exigências da mobilidade e de novos modelos
de trabalho, inclusive trabalhar de casa – home office) fez com
que fosse adotada uma alternativa mais vantajosa do ponto de
pista operacional e financeiro: o armazenamento de dados “na
nuvem”, conhecido como cloud computing. A “nuvem” é um
lugar virtual que “paira sobre nossas cabeças” onde quer que
estejamos, e que podemos acessar com um clique do mouse,
desde que tenhamos acesso à internet. Na verdade, são robustos
computadores/servidores conectados em rede (pela internet) e
espalhados em vários locais do mundo. Os investimentos das
empresas nesse tipo de solução tem sido crescente, segundo
levantamento do International Data Corporation (IDC).
22 Big data – De que serve uma quantidade imensa de dados se o
aproveitamento deles é deficiente? O conceito de big data pressupõe

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História da computação

uma interpretação detalhada de dados a fim de, por exemplo,


personalizar a oferta de produtos e serviços de acordo com o perfil
do usuário, visando à satisfação do cliente e ao aumento das vendas.
Nessa esteira surgiram, por exemplo, a gigante Amazon (venda
online de livros, eletrônicos e outros produtos) e o portal de reservas
de hotéis Booking.com, capazes de sugerir opções com base em
pesquisas prévias feitas pelo usuário. A rede LinkedIn, que promove
relações profissionais (networking), também usa big data para, com
base nos dados que o usuário forneceu, identificar pessoas afins para
compor sua rede profissional.
Como base comum a todas essas empresas, estão novas soluções
para o processamento de grandes volumes de dados em alta velo‑
cidade e arquiteturas que privilegiam agilidade e padronização no
acesso aos dados.
Essa detecção de padrões, conhecida como mineração de dados
(data mining), permite, por exemplo, traçar hábitos de compra dos
clientes e prever tendências de consumo, subsidiando a tomada de
decisões estratégicas para o negócio. Parte importante desse processo
é a aprendizagem de máquina, ou seja, programar o computador
para que ele seja capaz de identificar quais dados se transformam em
um padrão de comportamento.
22 Social – O ser humano é um ser social. “Estar conectado” é palavra
de ordem no século XXI e as novas tecnologias estão muito voltadas
a essa demanda. Não à toa, cursos na área de informática passaram
a incluir o tema Computação Social, uma mescla de comunicação,
sociologia, tecnologia da informação, economia e inteligência artifi‑
cial, entre outras, a fim de estudar o novo cenário.
As mídias sociais mudaram a maneira como as pessoas interagem,
compartilham, cooperam no trabalho, buscam entretenimento e
definem seus hábitos de consumo. As empresas entenderam que os
consumidores desejam muito mais do que apenas comprar; a busca
pela “experiência do usuário” e por uma relação mais humanizada
entre marcas e pessoas alterou o posicionamento mercadológico
de empresas de diversos segmentos, mesmo no B2B (business-to-

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Fundamentos da Informática

business, empresa para empresa).


Outro ponto que marca o chamado social business é a ligação das
empresas com questões mais humanas e menos comerciais, tais
como participação em questões sociais, proteção ao meio ambiente,
produtos sustentáveis e uma postura não-poluente de modo geral,
mais preocupada com o bem estar do ser humano.
Dois fenômenos comprovam a nova realidade. No ambiente de
trabalho, há uma valorização da cooperação para desenvolvimento
de soluções e novos produtos, principalmente por meio do open
source – a busca por ideias colaborativas para resolver problemas que
afetam muitas pessoas, sem altos custos para apenas uma empresa
ou indivíduo.
A explosão das redes sociais é o outro fator que impactou
enormemente as relações. Inicialmente voltadas ao entretenimento
e à conexão entre as pessoas, as redes passaram a ter um papel
importante também para estreitar o relacionamento entre marcas
e consumidores, entre empresas e parceiros ou fornecedores, entre
artistas e escritores e seu público. Ou seja, passaram a ter um viés
também de marketing. Em comum, todas trouxeram nova dimensão
ao conceito de “estar conectado”.
As redes que experimentaram maior popularidade ao redor do
mundo são Facebook (compartilhamento de conteúdos e fotos
para uma rede de amigos reais ou virtuais), Twitter (microblogging
com notícias e mensagens de até 140 caracteres), Instagram (fotos),
Google+ (semelhante ao Facebook, com conteúdos variados), You
Tube (vídeos) e Pinterest (fotos e imagens sobre temas específicos),
todas elas com centenas de milhões de usuários, com exceção do
Facebook, que em janeiro de 2014 contava com 1,2 bilhão de
usuários. Essas e outras centenas de redes se alternam nos rankings de
“rede que mais cresce” e sempre há espaço para mais uma novidade,
uma nova rede social que atrai a atenção em dado momento. É
importante ressaltar que não bastam dados quantitativos – ao longo
do tempo, essas redes veem o perfil de seus usuários se alterar,
especialmente pela faixa etária.

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História da computação

Por fim, um elemento importante na Terceira Plataforma é a conver‑


gência de dados, com a possibilidade de acessar dados, voz e vídeo em um
só dispositivo, seja ele um celular, tablet, notebook ou desktop (computador
de mesa). Para isso, os programadores desenvolveram o chamado design res‑
ponsivo – com isso, é possível identificar de qual tipo de aparelho o usuário
está se conectando e automaticamente adaptar o visual de um site para as
dimensões da tela.
O maior impacto da Terceira Plataforma na humanidade vai muito além
de uma renovação tecnológica, provocando uma significativa mudança cultu‑
ral. Fazer coisas antigas de um jeito novo, fazer novas coisas, e agregar veloci‑
dade e conteúdo estão por trás dessa mudança.

Conclusão
A história da computação remonta a 3.000 anos antes de Cristo, quando
os babilônios criaram o ábaco para fazer contas, passa pela invenção da
primeira calculadora, em 1623, e recebe uma longa lista de contribuições
de astrônomos, físicos, matemáticos e engenheiros ao longo dos séculos, até
chegar ao microchip, base da tecnologia implantada nos computadores do
século XXI.
Ao conhecer a história dos computadores, nos damos conta de como
tantos cientistas, culturas e indústrias diferentes trabalharam com afinco para
se livrar da tediosa tarefa de fazer cálculos e operações repetitivas manualmente,
mudando completamente o modo de ser e pensar da humanidade.
As quatro gerações de computadores – válvula, transistor, circuitos
integrados e integração em larga escala com microchips – foram marcadas por
grandes invenções que revolucionaram a tecnologia então em uso e ampliaram
o conhecimento sobre como as coisas funcionam. Por exemplo, um dos
conceitos mais importantes para os profissionais da área de informática é
entender a diferença entre dados analógicos e digitais.
A partir do momento em que a tecnologia migrou dos centros acadêmi‑
cos para o mundo corporativo, o cenário mudou de forma acelerada. De lá
para cá, três grandes ondas tecnológicas, chamadas de plataformas, marcam a
história. A primeira plataforma é quando os mainframes, volumosos e pesados

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Fundamentos da Informática

servidores, passaram a ser adotados por grandes corporações na automatiza‑


ção de seus processos. A segunda plataforma aparece com a popularização dos
computadores pessoais e a disseminação da internet. E a terceira plataforma
é a revolução na maneira como interagimos com o mundo (educação, entre‑
tenimento, consumo, informação, relacionamentos pessoais e profissionais,
processos de trabalho, lazer), por causa de tecnologias apoiadas em quatro
elementos: mobile, cloudcomputing, big data e redes sociais.
Compreender a evolução da computação, até chegar aos incríveis
avanços conceituais, técnicos e científicos que tornam possível a existência
de sofisticados computadores hoje, nos ajuda a pensar em novos usos e
buscar novas tecnologias que possam contribuir para facilitar o trabalho e
a vida das pessoas.

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3
Componentes
básicos do
computador

A história dos computadores nos mostra que muitas das coi‑


sas criadas no passado continuam tendo sua importância nos dias
atuais. Um dos maiores exemplos é a arquitetura dos computadores
do século XXI, que até hoje tomam por base a Máquina de Von
Neumann, criada pelo matemático John von Neumann em 1945.
Esse modelo inclui uma Unidade Central de Processamento/CPU
(formada por uma unidade lógica aritmética e uma unidade de con‑
trole), memória e dispositivos de entrada e saída de dados.
Os computadores atuais seguem o mesmo princípio de com‑
posição. A única diferença em relação ao modelo de von Neumann
é que hoje o processador (a CPU) reúne em um único microchip as
unidades de controle e de lógica e aritmética.
Andrew Tanenbaum (Tanenbaum, 2007) afirma que “um
computador digital consiste em um sistema interconectado de pro‑
cessadores, memórias e dispositivos de entrada/saída.

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Fundamentos da Informática

A CPU, a memória e a placa-mãe são os componentes principais. Em


poucas palavras, a memória tem a função de armazenar os dados. A CPU,
conectada à memória por slots, é responsável por buscar os dados, processá-
los e depois enviá-los de volta à memória. E a placa-mãe é o canal de
comunicação que interliga todos os componentes do computador e permite
que eles “conversem” entre si.

3.1 Componentes do computador

3.1.1 Periféricos (dispositivos de entrada/saída)


Periféricos “são os dispositivos usados para fazer a entrada e a saída dos
dados que serão processados”, segundo Cruz (Cruz, 1997). Em outras palavras,
os periféricos são os componentes que permitem ao usuário interagir com a
máquina, fornecendo-lhe instruções para a execução de determinada tarefa e
permitindo a visualização e compreensão do resultado dessas tarefas. Assim,
por exemplo, o teclado e o mouse servem para inserir dados (periféricos de
entrada), que são processados pelo computador e “traduzidos” para que o
usuário veja o resultado, por exemplo na tela do monitor ou no papel que sai
da impressora (periféricos de saída).
Pode-se considerar, portanto, que o termo “periférico” pode ser aplicado
a qualquer equipamento acessório que seja conectado ao computador, com
uma função definida.

3.2 Tipos de periféricos


Existem três tipos de periféricos, que variam conforme sua função e
forma de utilização. São eles: os periféricos de entrada, os de saída e os de entrada
e saída.
a. Periféricos de entrada (input): é responsável pela tradução dos
códigos utilizados pelos equipamentos em códigos compreensíveis
pelo computador. Ou seja, tudo o que alguém utiliza para fornecer
informações ao computador para que este execute alguma tarefa.
Entre esses periféricos, estão teclado, mouse, microfone, leitor de
código de barras, webcam, identificador digital, scanner de mão, leitor

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de CD/DVD, mesa digitalizadora, joystick e gamepad, entre outros.


b. Periféricos de saída (output): é responsável pela “tradução” dos
códigos e dados processados pelo computador para que o operador
consiga visualizá-los e compreendêlos. Monitor de vídeo, impressora
e caixas de som são alguns exemplos.
c. Periféricos de entrada e saída (input/output): servem tanto para
fornecer dados ao computador quanto para recebê-los. Entre esses
periféricos, estão modem, multifuncionais (scanner, copiadora),
monitor touchscreen e dispositivos de imagem.

3.3 Memória principal – RAM


O termo RAM, do inglês Random Access Memory (Memória de Acesso
Aleatório), referese à memória de trabalho com a qual o processador se comu‑
nica. O termo aleatório quer dizer que a memória poderá ser acessada para
operações de gravação e leitura, em qualquer posição. Existem milhares de
posições de memória que dependem da capacidade do pente de memória
instalado em sua placa-mãe.
Para facilitar a compreensão, podemos comparar uma posição de memória
em um pente a um apartamento em um prédio. Cada apartamento pode ter
apenas um morador (em termos técnicos, um caractere, por exemplo, a letra “A”).
O processador poderá, então, dependendo do programa que está
executando, inserir um caractere em uma posição de memória (colocar
um morador em um apartamento), retirar um caractere de uma posição,
substituir um caractere por outro na mesma posição, copiar um caractere de
uma posição de memória para outra. Tudo isso tem que ser feito de maneira
muito rápida, uma vez que os computadores realizam milhões de acessos à
memória enquanto estão executando alguma operação.
Um exemplo didático do que a memória do computador é capaz de fazer
seria a sequência abaixo:
1. O processador insere o número 1 na posição de memória 002.
2. O processador insere o número 2 na posição de memória 003.

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Fundamentos da Informática

3. O processador lê o número contido na posição de memória 002.


4. O processador lê o número contido na posição de memória 003.
5. O processador soma os números lidos e armazena o resultado na
posição de memória 101.
6. O processador insere o número 3 na posição de memória 003.
Qual o resultado da soma armazenado na posição de memória 101?
Se você respondeu três, acertou. Uma possível resposta, porém errada, seria
quatro. Acontece que, embora o conteúdo da posição 003 tenha sido alterado
posteriormente, isso em nada alterou o conteúdo armazenado na posição
101, que era o resultado da operação (soma) executada.
A memória principal (RAM) não processa. Ela é um repositório de dados,
acessada pelo processador. Ela também é volátil, ou seja, se você desligar
o computador, todos os dados contidos nela irão se perder. A propósito, há
memória que não se perde. Os documentos que digitamos, por exemplo, e ficam
armazenados, são de outra natureza. Textos e planilhas, sistema operacional e
outros dados persistentes ficam armazenados em dispositivos de memória de
massa, como os discos rígidos, conhecidos também como memória secundária.
A memória RAM se comunica com o processador (CPU) por meio da
placa-mãe, e é a CPU que pode ser considerada o “cérebro” da máquina, sem
o qual nada seria possível.

3.4 Unidade Central de


Processamento – UCP ou CPU
A Unidade Central de Processamento é o principal componente do
computador. Ela é mais conhecida por sua sigla em inglês – CPU (Central
Processing Unit) – ou simplesmente pelo termo “processador” .
Um computador poderá até sobreviver, conceitualmente, sem memória
ou mesmo sem uma placa mãe, mas, se não possuir um processador, não
pode ser considerado como um computador propriamente dito. Talvez seja
outro equipamento como um pendrive, mas nunca um computador. O termo
computador nos remete ao verbo computar, que quer dizer calcular ou, mais

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especificamente, executar cálculos e operações próprias de um computador.


Ora, se um computador é aquilo que realiza cálculos, logo presumimos que
ele precisará ter uma espécie de cérebro eletrônico, ou uma cabeça eletrônica,
que possa pensar ao menos o suficiente para resolver os cálculos para os quais
foi designado a realizar.
A CPU age, então, como o cérebro do computador. Ela tem a função de
obter dados ou instruções de algum lugar que, no caso de um computador, é a
memória de trabalho (memória RAM); de verificar essas instruções; e depois
executá-las, uma após a outra.
Mas é bom que se desmistifique o processador – ele não é um elemento
mágico que busca as informações e as processa de forma desconhecida.
No parágrafo anterior, utilizamos verbos de ação, como obter, verificar
e executar. Para cada um desses verbos, existem barramentos e circuitos
elétricos e eletrônicos que desempenham e possibilitam a comunicação entre
os componentes internos ao próprio processador. Projetar processadores,
bem como circuitos eletrônicos e componentes para computadores, como
interfaces de vídeo tridimensionais ou modems para acesso a internet,etc.,
são objetivos de cursos específicos como Engenharia Eletrônica e Engenharia
da Computação.
Diferentes partes compõem a UCP: Unidade de Controle (UC), Unidade
Lógica Aritmética (ULA) e registradores, que são pequenas memórias de
alta velocidade.

3.4.1 Unidade de Controle – UC


A Unidade de Controle tem a função de obter dados e instruções na
memória principal, determinando sua tipologia. Ela é a porta de entrada e saída
que o processador usa para comunicar-se, via sinais elétricos, com a memória
principal. Por exemplo, se a ULA precisar armazenar o número binário 0012
na posição de memória 0002, ela solicitará à UC que realize tal procedimento.

3.4.2 Unidade Lógica Aritmética – ULA


A Unidade Lógica Aritmética efetua diversas operações matemáticas,
como adição e subtração, multiplicação e divisão, e de lógica booleana, como

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Fundamentos da Informática

o OR (“ou”) booleano. George Boole foi um matemático que definiu, em


1854, os princípios da lógica binária (0 ou 1) seguindo a ideia de que equações
matemáticas podem expressar os conceitos da lógica (ex: verdadeiro ou falso).

3.4.3 Registradores
Os registradores são pequenas memórias internas dentro do
processador, que servem para auxiliá-lo durante as operações, armazenando
temporariamente dados que estão sendo utilizados. Se não fossem os
registradores, o processador teria muito mais trabalho, pois precisaria
acessar a memória principal, que está fora dele.
Existem registradores de uso genérico e outros com funções específicas,
mas ambos são maneiras mais rápidas para acessar informações que estão
sendo processadas, embora tenham menor capacidade de armazenamento
que a memória principal.
Exemplos de registradores genéricos são AX e BX, usados para armazenar
números binários. Um exemplo de registrador específico é o IP (Instruction
Pointer), que indica o ponto de referência na memória principal (RAM) que
contém a próxima instrução a ser executada.

3.4.4 Executando uma instrução


A memória principal armazena dados que serão buscados pela UC (unidade
de controle) da CPU e adicionados nos registradores. Em seguida, a ULA realiza
operações sobre os dados que estão nos registradores, também armazenando o
resultado das operações neles. Por fim, UC copia o valor dos registradores para
dentro de um endereço (posição) de memória principal.
A enumeração a seguir, denominada comumente de ciclo buscar
decodificar executar, representa uma sequência de pequenas fases que são
reproduzidas para cada instrução executada pela CPU.
1. Transportar a próxima instrução da memória principal para o registrador.
2. Modificar o ponteiro de instrução (IP), indicando a instrução seguinte.
3. Estabelecer qual é o tipo da instrução transportada.

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4. Estabelecer onde a sequência de dados se encontra, caso a instrução


utilize uma sequência de dados na memória principal.
5. Transportar a sequência de dados, se necessário, para algum registra‑
dor da CPU.
6. Executar a instrução.
7. Retornar à fase 1 (isso fará com que se execute a próxima instrução,
contida no registrador IP, alterado pela etapa 2).
Os processadores não são todos iguais. Alguns são capazes de executar
um conjunto maior de instruções do que outros, como veremos a seguir.

3.4.5 RISC versus CISC


Ao longo da história, a Apple e a Intel sempre disputaram mercado
com os processadores que projetaram. A Intel, de forma geral, lidera essa
concorrência, especialmente no que diz respeito aos computadores pessoais,
tendo tornado seus processadores Pentium e Celeron muito populares.
Existe uma diferença básica entre os dois processadores dessas duas
companhias: a quantidade de instruções que eles são capazes de realizar. A
Apple utiliza um conjunto reduzido de instruções (RISC), enquanto a Intel
utiliza um conjunto complexo de instruções (CISC).
Um processador RISC segue a regra de que, internamente, deverá possuir
o menor número de microinstruções possível. Por exemplo, ao invés de conter
uma instrução para multiplicar (x), basta possuir a instrução de somar (+) e deixar
que o programador que queira multiplicar 5x2 realize a operação 2+2+2+2+2.
Isso torna a vida do programador mais difícil, pois terá de codificar instruções
complexas para alcançar seu objetivo. O programa resultante, porém, ao ser
executado, será feito em alta velocidade pelo processador RISC.
Um processador CISC segue a regra de que, internamente, deverá possuir
vários conjuntos de instruções para realizar diversas operações. Isso significa
que ele possuirá tanto a operação de soma (+), quanto a de multiplicação (x).
Isso facilita a vida do programador, que terá à sua disposição um leque de
instruções prontas de fábrica a fim de alcançar seus objetivos.

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Fundamentos da Informática

Não há como definir qual o melhor dos processadores. Alguns autores


defendem o RISC como sendo o mais performático e “puro” dos processa‑
dores; outros defendem que a complexidade trazida pelo CISC facilita a vida
dos desenvolvedores. De fato os processadores RISC costumam ser mais rápi‑
dos que os processadores CISC. Mais rápido nem sempre significa melhor. Os
computadores da Apple (Power PC, Imac) não são tão populares no Brasil, mas
sim nos EUA. São preferidos quando o assunto é, por exemplo, processamento
de vídeo, som e gráfico, realizado por empresas de jogos eletrônicos, maquetes
virtuais, etc.
Mesmo assim, o processador Intel é o mais popular por seguir uma regra de
retrocompatibilidade com programas construídos para outros processadores da
mesma marca, mesmo que ultrapassados. Isso significa que um programa feito
para um processador Intel 4x86 (antigo) terá grandes chances de ser executado
em um Pentium IV (novo). Ter a vantagem de retrocompatibilidade coloca a Intel
em posição comercial privilegiada, uma vez que os programadores de sistemas e
aplicativos terão menos trabalho, codificarão uma só vez e verão o seu programa
funcionar em várias versões futuras da Intel.

Conclusão
O computador digital consiste em um sistema interconectado de proces‑
sadores, memórias e dispositivos de entrada/saída, e esse modelo é baseado na
arquitetura concebida pelo matemático John von Neumann em 1945.
O processador (CPU) é considerado o cérebro do computador, respon‑
sável por todos os cálculos e operações matemáticas solicitadas pelo usuário
e seus programas. Existem diferentes arquiteturas de processamento (RISC e
CISC), que permitem a execução de um número menor ou maior de instru‑
ções, mas cada qual com vantagens e desvantagens.
A memória é um componente que tem como função o armazenamento
temporário de dados, funcionando como um repositório para programas do
usuário e para o próprio processador.
Os dispositivos que permitem inserir dados (entrada) e visualizar resulta‑
dos processados (saída) são chamados de periféricos e possibilitam ao usuário
interagir com o computador.

–  50  –

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4
Sistemas posicionais
de numeração

O homem sentiu desde muito cedo a necessidade de quanti‑


ficar coisas – objetos, animais do rebanho, dias – como uma forma
de controlar um pouco o mundo ao seu redor.
No entanto, a representação numérica como conhecemos
hoje não surgiu do dia para a noite e nem foi fruto da “invenção”
de apenas uma mente. Provavelmente começou com a utilização
dos dedos das mãos como grandeza numérica, que logo se mostrou
insuficiente. Mas, até hoje, é o que primeiro as crianças aprendem
a utilizar.

LIvro fundamentos_informatica.indb 51 16/06/2015 15:18:57


Fundamentos da Informática

4.1 Lei de formação


Pedras, nós em cordas, marcas em um osso e símbolos unitários pintados
nas paredes de cavernas surgiram como outras formas de representação
numérica. Imagine os homens das cavernas representando o número 15
nas paredes desse jeito: | | | | | | | | | | | | | | |. É fácil perceber que é uma
tarefa exaustiva.
Bem mais adiante, apareceram os números romanos (até hoje emprega‑
dos para referenciar séculos), utilizados em todo o Império Romano. Quanti‑
dades pré-definidas são representadas por letras. (Quadro 1)
Quadro 1: Exemplos de números representados no sistema numérico romano.

Número Símbolo romano


Um I
Dois II
Três III
Quatro IV
Cinco V
Nove IX
Dez X
Cinquenta L
Cem C
Cento e dezesseis CXVI
Quinhentos D
Seiscentos e vinte DCXX
Mil M
Dois mil e oito MMVIII
Apesar de esse sistema ser amplamente utilizado pelo Império Romano,
apresenta deficiências em operações aritméticas. Outras maneiras de
representar números sugiram em outras fases da civilização. Uma delas são os
algarismos arábicos, representados pelos seguintes símbolos:

–  52  –

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Sistemas posicionais de numeração

Número Símbolo arábico

0 ٠

1 ٩

2 ٨

3 ٧

4 ٦

5 ٥

6 ٤

7 ٣

8 ٢

9 ١

Nessa representação, ao contrário da romana, aparece o número zero,


uma invenção indoarábica das mais importantes para a humanidade. Aqui,
dez símbolos diferentes são utilizados para representar qualquer número
natural. Esse sistema numérico é o mais amplamente conhecido e utilizado
atualmente. É conhecido como sistema decimal ou sistema numérico posi‑
cional de base 10.
Além dele, outros sistemas numéricos são importantes para a
computação: o binário (sistema numérico posicional de base 2), o octal
(sistema numérico posicional de base 8) e o hexadecimal (sistema numérico
posicional de base 16).
Todas as representações posicionais, independente da base, são regidas
por uma única lei: lei de formação.
Por essa lei, um número é assim composto:
an· bn + an–1 · bn–1 + an–2 · bn–2 + ... + a0 · b0
em que:

–  53  –

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Fundamentos da Informática

b = base do número (exemplo: base 2, 8, 10 ou 16)


n = quantidade de algarismos – 1
an = algarismos de acordo com sua posição (daí o nome sistema posicional)
É a posição do algarismo que define a potência da base.

4.2 Sistema decimal (base 10)


O sistema de base 10 acabou se tornando mais popular em relação aos
demais por causa da facilidade que as pessoas têm para usar os 10 dedos das
mãos para contar e fazer pequenos cálculos, desde criança. É, portanto, uma
maneira familiar de pensar nos números, de zero a nove.


Exemplo
O número 1982 no sistema decimal é composto por
1 milhar, 9 centenas, 8 dezenas e 2 unidades.
1000 + 900 + 80 + 2 = 1982

Esse número pode ser decomposto
também da seguinte maneira:
1982 = 1000 + 900 + 80 + 2

= 1 · 1000 + 9x 100 + 8x 10 + 2x 1
= 1 · 103 + 9x 102 + 8x 101 + 2x 100

Note que a última linha é a representação do número 1982 no sistema


decimal pela lei de formação. A ideia é adotar pesos diferentes para posições
diferentes de algarismos (ideia de representação posicional). Assim, quanto
mais à esquerda, maior seu peso, sempre 10 (base) vezes maior. A seguir,
veremos detalhes dos sistemas binários, octal e hexadecimal.

–  54  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 54 16/06/2015 15:18:58


Sistemas posicionais de numeração

4.3 Sistema binário (base 2)


O sistema decimal (base 10) utiliza dez símbolos diferentes para repre‑
sentar qualquer número natural. Já no sistema binário, existem apenas dois
símbolos: 0 (zero) e 1 (um).
O sistema binário também obedece à lei de formação.


Exemplo
O número 1001, no sistema binário, é assim composto:
1001= 1x23 + 0x22 + 0x21 + 1x20
O número 11011, no sistema binário, de acordo
com a lei de formação, é assim composto:
11011 = 1x24 + 1x23 + 0x22 + 1x21 + 1x20

Para Ivan Valeije Idoeta e Francisco Gabriel Capuano, que estudam


os elementos da eletrônica digital, “para representarmos a quantidade zero,
utilizamos o algarismo 0, para representarmos a quantidade um, utilizamos o
algarismo 1. E para representarmos a quantidade dois, se nós não possuímos o
algarismo 2 nesse sistema? É simples. No sistema decimal, nós não possuímos
o algarismo dez e representamos a quantidade de uma dezena utilizando o
algarismo 1 seguido do algarismo 0. Neste caso, o algarismo 1 significa que
temos um grupo de uma dezena e o algarismo 0 nenhuma unidade, o que
significa dez.” (Idoeta e Capuano, 1998).
Essa mesma ideia está presente também no sistema binário, proveniente
da lei de formação. Para se representar o número dois, é utilizado o algarismo
1 seguido do algarismo 0. Assim o algarismo 1 representa dois elementos na
base 2 (ao invés de 10 do sistema decimal) e 0 representa nenhuma unidade.
Ao contrário do decimal, em que cada posição de algarismo recebe um
nome (unidade, dezena, centena, milhar, etc.), no binário cada algarismo é
chamado de bit (binary digit – dígito binário, em português). As denominações

–  55  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 55 16/06/2015 15:18:58


Fundamentos da Informática

no sistema binário aparecem pela quantidade de bits.(Quadro 2)


Quadro 2: Nibble, byte,word.

Bits Denominação
4 Nibble
8 Byte
16 Word
Uma outra maneira de explicar o sistema binário, para facilitar o enten‑
dimento, é apresentada por Bill Gates (Gates, 1995). Imagine um quarto
com uma única lâmpada de 250 watts. Agora suponha que, ao invés de uma,
o quarto tenha oito lâmpadas de menor intensidade (de 1 a 128 watts), con‑
forme apresentado na Figura 1.
Figura 1 Lâmpadas de intensidades diferentes, com seus interruptores.

Lâmpada de 128 Lâmpada de 64 Lâmpada de 32 Lâmpada de 16


watts watts watts watts

interruptor interruptor interruptor interruptor

Lâmpada de 8 watts Lâmpada de 4 watts Lâmpada de 2 watts Lâmpada de 1 watts

interruptor interruptor interruptor interruptor

Fonte: Gates (1995)

– 56 –

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Sistemas posicionais de numeração

No ambiente, há um interruptor para cada lâmpada e elas são arranjadas


em ordem crescente de potência da direita para a esquerda, ou seja, a de maior
potência está mais à esquerda e a de menor mais à direita (a mesma ideia dos
pesos da lei de formação). Assim, ao ligar e desligar os interruptores, é possí‑
vel ajustar a iluminação do ambiente.
Se quisermos somente 1 watt de luz, ligaremos somente o interruptor
mais à direita. Se quisermos 191 watts, ligaremos todos os interruptores, com
exceção do da lâmpada de 64 watts. Se o objetivo é ajustar a intensidade da
iluminação para 137 watts, deve‑se ligar as lâmpadas de 128, 8 e 1 watts
(Figura 2).
Figura 2 Interruptores ajustados para produzir 137 watts.

Lâmpada de 128 Lâmpada de 64 Lâmpada de 32 Lâmpada de 16


watts watts watts watts

interruptor interruptor interruptor interruptor

Lâmpada de 8 watts Lâmpada de 4 watts Lâmpada de 2 watts Lâmpada de 1 watts

interruptor interruptor interruptor interruptor

Fonte: Gates (1995)

– 57 –

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Fundamentos da Informática

“Para encurtar ainda mais a notação, você pode registrar cada “desligado”
com 0 e cada “ligado”com 1. O que significa que, em vez de escrever “ligado,
desligado, desligado, desligado, ligado, desligado, desligado, ligado”, vale
dizer, ligue a primeira, a quarta e a oitava das oito lâmpadas e deixe as outras
desligadas, você escreve a mesma informação como 1, 0, 0, 0, 1, 0, 0,1 ou
10001001, um número binário. No caso, é 137.” (Gates, 1995)
A ideia de ligar e desligar interruptores é que está por trás do sistema
binário. A princípio pode até parecer complicado mas, no sistema decimal,
essa mesma ideia é utilizada, regida pela lei de formação.

4.4 Sistema octal (base 8)


O sistema octal define que existem oito símbolos diferentes para se
representar qualquer número natural: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. O sistema octal
também obedece à lei de formação.


Exemplo
O número 735 no sistema octal, de acordo com a
lei de formação, é composto da seguinte forma:
735 = 7x82 + 3x81 + 5x80

4.5 Sistema hexadecimal (base 16)


O sistema hexadecimal possui 16 símbolos para representações. Mas,
se os algarismos arábicos são apenas dez, faltariam ainda seis algarismos. Por
isso, o sistema hexadecimal é constituído pelos seguintes símbolos ordenados
em ordem crescente:
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F
Note que A=10, B=11, C=12, D=13, E=14 e F=15. Outros símbo‑

–  58  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 58 16/06/2015 15:18:59


Sistemas posicionais de numeração

los poderiam ser utilizados para representar as quantidades maiores que


nove (Lourenço e outros, 1996). As letras foram escolhidas pela facilidade
de manuseio.
A lei de formação também rege o sistema hexadecimal, uma vez que ele
também é um sistema de representação posicional.

Exemplo
O número A29F no sistema hexadecimal, de acordo com
a lei de formação, é composto da seguinte forma:
A29F = Ax163 + 2x162 + 9x161 + Fx160
=10x163 + 2x162 + 9x161 + 15x160

4.5 Padrões de representação numérica


Existem vários padrões para se representar os números em diferentes
bases (Lourenço e outros, 1996). Os mais comuns são:
22 utilizar uma letra após o número para indicar a base;
22 colocar o número entre parênteses e a base como um índice do número.

Exemplos
• Sistema decimal: 1673D ou (1673)10
• Sistema binário: 1001B ou (1001)2
• Sistema octal: 753O ou (753)8
• Sistema hexadecimal: F3AH ou (F3A)16

4.6 Tabela de conversão entre bases


Os principais sistemas de representação posicional de números são o deci‑

–  59  –

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Fundamentos da Informática

mal, o binário, o octal e o hexadecimal. Para poder converter números de uma


base para outra, é muito importante entender a equivalência entre elas (Tabela 1).
Tabela 1: Tabela de equivalência entre as bases 10, 2, 8 e 16.

Base 10 Base 2 Base 8 Base 16


0 0 0 0
1 1 1 1
2 10 2 2
3 11 3 3
4 100 4 4
5 101 5 5
6 110 6 6
7 111 7 7
8 1000 10 8
9 1001 11 9
10 1010 12 A
11 1011 13 B
12 1100 14 C
13 1101 15 D
14 1110 16 E
15 1111 17 F
Como no sistema decimal, adicionando-se zeros à esquerda de um
número em qualquer outra base, seu valor não é alterado.


Exemplos
43610 = 043610 = 0043610 = 00043610

–  60  –

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Sistemas posicionais de numeração

111012 = 0111012 = 00111012 = 000111012


6178 = 06178 = 006178 = 0006178

F4316 = 0F4316 = 00F4316 = 000F4316

4.7 Conversões de qualquer


base para a base 10
Para se converter um número de qualquer representação posicional para
a base 10, basta aplicar a lei de formação, substituindo b pela base do número
a ser convertido e an por seus algarismos.


Exemplos

(11011)2:

b = 2 (base do número)

n = 5 – 1 = 4 (quantidade de algarismos – 1)
1x24 + 1x23 + 0x22 + 1x21 + 1x20

16 + 8 + 0 + 2 + 1 = (27)10

(3D9)16 :

b = 16 (base do número)

n = 3 – 1 = 2 (quantidade de algarismos – 1)
3x162 + Dx161 + 9x160

3x162 + 13x161 + 9x160

768 + 208 + 9 = (985)10

–  61  –

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Fundamentos da Informática

4.8 Conversão da base 10 para qualquer base


Para se converter um número de qualquer base para o sistema decimal,
também utilizamos a lei de formação, fazendo, basicamente, sucessivas
multiplicações dos algarismos por seus pesos. Se queremos o inverso –
do sistema decimal para as demais bases – precisamos realizar a operação
matemática inversa, ou seja, a divisão.
Lourenço explica que, “dado um número inteiro escrito na base 10,
para se obter seu equivalente em uma base b qualquer, divide‑se o número
por b tantas vezes quantas necessárias para que o quociente da divisão
seja menor que b. O último quociente da divisão e os restos das divisões
sucessivas, tomados na ordem inversa, correspondem ao número na base b”
(Lourenço e outros, 1996).

Exemplo

(125)10 : ( ? )2 15 ÷ 2 = 7 e resto = 1
125 ÷ 2 = 62 e resto = 1
7 ÷ 2 = 3 e resto = 1

62 ÷ 2 = 31 e resto = 0
3 ÷ 2 = 1 e resto = 1

31 ÷ 2 = 15 e resto = 1 1 < 2 (base desejada)

Quando o quociente é menor que a base desejada, pára de se efetuar as


divisões. O resultado da conversão é o último quociente concatenado
com os restos das divisões do fim para o começo. Dessa forma, obte‑
mos (1111101)2.

Esse mesmo exemplo pode ser visto na Figura 3.

– 62 –

LIvro fundamentos_informatica.indb 62 16/06/2015 15:19:00


Sistemas posicionais de numeração

Figura 3: Exemplo de múltiplas divisões na


conversão do número (125)10 para a base 2

125 2
1 62 2

Lourenço e outros (1996).


0 31 2
1 15 2
sentido da leitura 1 7 2
1 3 2

(125)10 = (1111101)2 1 1

Fonte:
4.9 Conversão entre base 2 e 16
A conversão entre os sistemas binário e hexadecimal pode ser feita
diretamente, sem a necessidade de operações aritméticas. Isso ocorre
porque existe uma estreita relação entre esses dois sistemas posicionais de
representação. Afinal, o número 16 (base do sistema hexadecimal) pode ser
expresso como 24 (repare o dois do sistema binário na base). Ou seja, os
números hexadecimais podem ser vistos como uma representação compacta
dos números binários. A conversão da base 2 para a base 16 é realizada da
seguinte forma:
1. segmenta-se o número em partes de 4 (quatro é a potência de 24)
algarismos, da direita para a esquerda;
2. cada segmento é convertido diretamente para o seu equivalente em
hexadecimal (Tabela 1).

–  63  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 63 16/06/2015 15:19:00


Fundamentos da Informática

Exemplo

(1010011011)2
0010 1001 1011

2 9 B

Para a conversão da base 16 para a base 2, cada algarismo hexadecimal


é convertido diretamente para o seu equivalente em binário com quatro bits
(de acordo com a Tabela 1).
Exemplo

(54B)16
5 4 B

0101 0100 1011

4.10 Conversão entre as bases 2 e 8


A conversão entre as bases 2 e 8 também pode ocorrer diretamente, assim
como entre as bases 2 e 16. Isso se dá porque também há uma relação entre
essas duas bases, afinal 8 também pode ser reescrito como 23. A conversão é
direta. Ao invés de se formar grupos de quatro algarismos, formam‑se grupos
de três algarismos.
Exemplo

(1010011011)2
001 010 011 011

1 2 3 3

– 64 –

LIvro fundamentos_informatica.indb 64 16/06/2015 15:19:00


Sistemas posicionais de numeração

Para a conversão de um número octal em binário, procede‑se de modo


idêntico ao da conversão da base 16 para a base 2. Assim cada algarismo octal
é convertido diretamente para o seu equivalente em binário de três bits (de
acordo com a Tabela 1).
Exemplo

(543)8
5 4 3

101 100 011

4.11 Conversão entre as bases 8 e 16


Para converter um número octal em hexadecimal, é preciso realizar um
passo intermediário por meio do sistema binário (base 2). Isso porque, embora
não se possa elevar 8 a alguma potência para chegar a 16, é possível estabelecer
uma relação entre eles com a ajuda do número 2, já que 8=23 e 16=24.
Exemplo

(543)8
5 4 3

101 100 011


Encontrado o binário, realiza-se a conversão da base 2 para a base 16.
0001 0110 0011

1 6 3

– 65 –

LIvro fundamentos_informatica.indb 65 16/06/2015 15:19:01


Fundamentos da Informática

Na conversão inversa (de hexadecimal para octal), também é necessária


uma etapa intermediária com ajuda do sistema binário. Assim, primeiro se
converte o número da base 16 para a base 2 e, em seguida, este para a base 8.
Exemplo

(1F4B)16
1 F 4 B

0001 1111 0100 1011


Encontrado o binário, se realiza a conversão da base 2 para a base 8.
001 111 101 001 011

1 7 5 1 3

4.12 Conversão de números fracionários


Os números fracionários também podem ser representados nas bases 2,
8 e 16. Afinal, esses números podem ser representados pela base 10. Para isso,
basta ampliar a aplicação da lei de formação:
Número = anbn + an–1bn–1 + an–2bn–2 + ... + a0b0 + a–1b–1 + a–2b–2 + ... + a–mb–m

Parte inteira Parte fracionária

em que:
b = base do número (exemplo: base 2, 8, 10 ou 16)
n = quantidade de algarismos da parte inteira –1
an = algarismos de acordo com sua posição
m = quantidade de algarismos da parte fracionária

– 66 –

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Sistemas posicionais de numeração

Exemplos

a) Base 2 para base 10


1101,0112 = 1 · 23 + 1 · 22 + 0 · 21 + 1 x 20 + 0 · 2‑1 + 1 · 2‑2 + 1 · 2‑3
= 8 + 4 + 0 + 1 + (0/2) + (1/4) + (1/8) = 13,37510
b) Base 8 para base 10
51,348 = 5 · 81 + 1 · 80 + 3 · 8‑1 + 4 · 8‑2
= 40 + 1 + (3/8) + (4/64) = 41,437510
c) Base 16 para base 10
1F,5C016 = 1 · 161 + 15 · 160 + 5 · 16‑1 + 12 · 16‑2 + 0· 16‑3
= 16 + 15 + (5/16) + (12/256) + (0/4096) = 31,35937510

Já para a conversão inversa (da base 10 para as outras bases), o processo


é um pouco diferente na parte fracionária. A parte inteira é convertida
separadamente pelas divisões sucessivas. Para a parte fracionária, utiliza‑se o
processo das multiplicações sucessivas pela base desejada.
Exemplos

a) Base 10 para a base 2


7,2512 = parte inteira: 1112
parte fracionária:
0,25 0,50 0,0 final
x2 x2
0,50 1,00

0 1
7,42710 = 111,012

– 67 –

LIvro fundamentos_informatica.indb 67 16/06/2015 15:19:02


Fundamentos da Informática

b) Base 10 para a base 2 (dízima periódica)


6,410 = parte inteira: 1102
parte fracionária:
0,4 · 2 = 0,8 0
0,8 · 2 = 1,6 1
Repetição 0,6 · 2 = 1,2 1
0,2 · 2 = 0,4 0
0,4 · 2 = 0,8 1
6,410 = 110,01100110011001100110...2

Entre os vários sistemas de numeração existentes, os de representação


posicional (atribuição de pesos para cada posição de algarismo) se destacam
pela facilidade de realização de operações aritméticas, que serão apresentadas
no próximo capítulo.

Conclusão
O ser humano sempre teve a necessidade de quantificar coisas, e para
isso criou os sistemas numéricos. Com as representações numéricas, torna‑se
possível realizar de forma trivial tarefas antes complexas. Entre as várias
representações, destacam‑se a decimal (com dez símbolos), a binária (com
dois símbolos) – amplamente utilizada nos computadores, a octal (com
oito símbolos) e a hexadecimal (com 16 símbolos). A lei de formação rege
todas essas representações, e graças a isso é possível converter os números
de uma base para outra. Basicamente, a lei de formação atribui pesos para
as posições de cada algarismo de um número (ideia de sistema posicional).
Os números fracionários também podem se representados seguindo essa
mesma lógica.

– 68 –

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5
Operações aritméticas
no sistema binário
de numeração

O sistema binário é o sistema utilizado em computação


para representar os números. Nele, só existem dois símbolos –
0 (zero) e 1 (um) – e a combinação desses caracteres representa
todos os números.
Os computadores digitais “enxergam” esse modelo para
trabalhar com números inteiros e números fracionários, positivos
ou negativos. A manipulação desses números se dá por meio de
aritmética simples ou por meio de aritmética de ponto flutuante,
com o suporte de algoritmos diversos.

LIvro fundamentos_informatica.indb 69 16/06/2015 15:19:05


Fundamentos da Informática

5.1 Aritmética em sistemas binários


Os números podem ser representados utilizando qualquer base, seja ela
binária, octal, decimal, hexadecimal ou outra qualquer. Para a computação,
o sistema binário é o mais adequado devido à facilidade de implementação
via hardware dos símbolos que representam esse sistema por meio de
circuitos lógicos.
No sistema binário, as operações aritméticas podem ser estendidas
diretamente do mecanismo de cálculo utilizado no sistema decimal, que é
mais comum para os seres humanos.

5.2 Notação de números binários positivos e negativos


Em computação, os algarismos 0 e 1, utilizados para representar todos
os números, são chamados de bits. Os bits podem ser combinados em grupos
de quatro (nibble), oito (byte) ou 16 (word), sendo o byte o mais comum.
Por causa dessa limitação, adotou-se a representação de sinal e magnitude.
Nesse padrão, um número de 4 bits, por exemplo, é dividido em duas
partes: à esquerda fica o bit mais significativo, chamado de bit de sinal, que
representa o sinal desse número; e os três bits menos significativos (mais à
direita) representam o valor do número representado (a magnitude).
Se o bit de sinal for 0, o número representado é positivo, se o bit de sinal
for 1, o número representado é negativo, conforme apresentado na Figura 1.
Figura 1  Correspondência entre números binários e decimais
representados em sinal de magnitude.

Na figura 1, podem‑se observar os valores representados em binário e os

–  70  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 70 16/06/2015 15:19:06


Operações aritméticas no sistema binário de numeração

correspondentes em base decimal. Seguindo esse padrão, basta inverter o bit


mais significativo para encontrar o seu simétrico. Por exemplo:
22 0001 = 1, inverte‑se o bit mais significativo e tem‑se 1001 = –1;
22 0101 = 5, inverte‑se o bit mais significativo e tem‑se 1101 = –5.
Uma vantagem desse padrão é a facilidade de entendimento e de
encontrar o correspondente negativo de um determinado número, além de
prover um intervalo de representação simétrico. Ou seja, cada valor positivo
tem exatamente um correspondente negativo, alterando‑se apenas o bit de
sinal. Em contrapartida, esse padrão apresenta dois zeros (+0 e ‑0), o que é
uma inconsistência, já que o número zero não tem sinal.

5.2.1 Complemento de 1
Outra maneira de representar números binários é o complemento
de 1. Para encontrar o valor simétrico de um número binário na notação
complemento de 1, basta inverter todos os bits que o compõem, ou seja, onde
for 0 substitui por 1, e onde for 1 substitui por 0. Por exemplo:
22 0001 = 1, invertem‑se todos os bits e tem‑se 1110 = –1;
22 0101 = 5, invertem‑se todos os bits e tem‑se 1010 = –5.
Essa notação também descreve um intervalo de representação simétrico.
Ela tem a mesma desvantagem de apresentar dois valores diferentes para o
zero. A figura dois, a seguir, apresenta os valores em complemento de 1 e o seu
correspondente em decimal.
Figura 2  Correspondência entre números binários e decimais
representados em complemento de 1.

–  71  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 71 16/06/2015 15:19:06


Fundamentos da Informática

5.2.2 Complemento de 2
A necessidade de encontrar uma representação em que figurasse apenas
um valor neutro para o zero levou à criação da notação complemento de 2.
Para se chegar à representação em complemento de 2, faz se o complemento
de 1 (ou seja, invertem se todos os bits do número) e soma se um ao resultado.
Por exemplo:
22 0001 = 1, invertem se todos os bits e tem se o complemento de 1
= 1110, soma se 1 ao resultado e obtém se 1111 = -1;
22 0101 = 5, invertem se todos os bits e tem se o complemento de 1
= 1010, soma se 1 ao resultado e obtém se 1011 = -5.
Apesar da vantagem de ter apenas um valor para o zero, essa notação não
descreve um intervalo de representação simétrico (Figura 3).
Figura 3  Correspondência entre números binários e decimais
representados em complemento de 2.

Nessa notação, o menor número representado é -8 e o maior número,


7. Essa é a notação utilizada na programação para dados numéricos inteiros.

5.3 Adição em sistemas binários


Na adição, os números são somados um a um da direita para esquerda.
Quando se soma bits com valor 1, o resultado deveria ser 10. No entanto,
como o sistema binário só admite 0 ou 1, é preciso “transportar” esse bit
excedente para a próxima coluna à esquerda. Esse bit, conhecido como carry

–  72  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 72 16/06/2015 15:19:06


Operações aritméticas no sistema binário de numeração

(transportar, em inglês) equivale ao que ocorre numa adição simples – quando


a soma é igual ou maior a 10, transportamos a casa da dezena para a coluna à
esquerda (em português, “vai um”).
A Tabela 1 ilustra os conceitos básicos de soma de binários.
Tabela 1  Tabela básica da operação binária de adição.

0 0 1 1
+0 +1 +0 +1
=0 =1 =1 = 10
= 0 (e “vai um”)
Em computação, assim como na matemática, cada “entrada” é chamada
de operando. Assim, numa soma, por exemplo, 3+5, + é o operador e 3 e 5
são os operandos.
Se um carry ocorre no bit mais significativo, é gerada uma nova posição
à esquerda do último bit, semelhante à aritmética decimal. A Figura 4 ilustra
uma simples adição, e a Figura 5, uma adição em que ocorre carry no bit
mais significativo.
Figura 4  Operação de adição com carries ocorrendo antes
do bit mais significativo.

(vai um) 1 1
6= 0 1 1 0
+7= 0 1 1 1
13 = 1 1 0 1
Figura 5  Operação de adição com carry ocorrendo
no bit mais significativo.

(vai um) 1 1 1
10 = 0 1 0 1 0
+7= 0 0 1 1 1
17 = 1 0 0 0 1

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LIvro fundamentos_informatica.indb 73 16/06/2015 15:19:06


Fundamentos da Informática

Os números em vermelho são as “sobras” da adição, exatamente como


na matemática convencional, e acabam muitas vezes gerando um “efeito
dominó”. Porém, o computador tem uma capacidade limitada de lidar com
essas “sobras”. Por exemplo, se ele trabalha com números de oito bits, um nono
dígito é uma informação excessiva que ele não consegue processar. Quando o
carry acontece no bit mais significativo, isso gera um erro chamado overflow
– quando o resultado de um cálculo ultrapassa a capacidade da máquina. Em
inglês, overflow significa “transbordar”.
Na operação de adição com números com notação em complemento
de 2, somam se os dois números e descarta se o carry. A Figura 6 traz
um exemplo.

Saiba mais
Overflow ocorre quando somamos dois operandos positivos e
obtemos um resultado negativo, ou vice‑versa (CASTRO, 2005).

Figura 6  Soma de números binários em complemento de 2

(vai um) 1 1 1 1 1 1
15 = 0 0 0 0 1 1 1 1
–6 = 1 1 1 1 1 0 1 0
9= 1* 0 0 0 0 1 0 0 1
(*carry descartado).

5.4 Subtração em sistemas binários


Computadores não sabem subtrair, apenas somar. Assim, se queremos
subtrair B de A (A – B), o computador primeiro converte B para o negativo,
para então somá-lo a A. Na lógica computacional, 5 - 3 é o mesmo que 5 + (-3).
A subtração utiliza também os mesmos princípios da operação realizada
em matemática básica, “tomando emprestado” da próxima coluna à esquerda

–  74  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 74 16/06/2015 15:19:06


Operações aritméticas no sistema binário de numeração

quando temos que subtrair um número maior de um menor. A Tabela 2 mos‑


tra como é feita a subtração de números binários.

Tabela 2  Tabela básica da operação binária de subtração.

0 0 1 1
-0 -1 -0 -1
=0 =1 =1 =0
tomou “emprestado”
do dígito seguinte

A Figura 7 mostra um exemplo.

Figura 7  Operação de subtração entre dois números.

* * *
14 = 1 1 1 0
–7 = 0 1 1 1
7= 0 1 1 1
O * indica um “empréstimo” ao vizinho.
Quando temos 0 menos 1, precisamos pedir emprestado do elemento
vizinho. Esse empréstimo vem valendo 2 (dois), pelo fato de ser um número
binário (10). Então, no caso da coluna 0 – 1 = 1, a operação realizada na
verdade foi 2 – 1 = 1. Esse processo se repete e o elemento que cedeu o
empréstimo que antes tinha o valor 1 passa a valer 0. Os asteriscos marcam
os elementos que emprestaram para seus vizinhos. Quando acontecer de o
número que emprestará não poder emprestar para ninguém, o pedido passa
para o próximo elemento, e esse zero recebe o valor de 1.
A maneira mais eficiente de se implementar a subtração é utilizando
a notação binária com complemento de dois. Assim, ao invés de
implementarmos a subtração, fazemos o complemento de dois no subtraendo
e somamos os dois valores. Um exemplo dessa característica da subtração de
números binários é a mostrada na figura oito.

–  75  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 75 16/06/2015 15:19:07


Fundamentos da Informática

Figura 8  Subtração utilizando notação de complemento de dois.

7 = 00111 (minuendo)
2 = 00010 (subtraendo)
7 – 2 => 00111 – 00010 => 00111 + (11101 + 00001) = > 00111 + 11110 => 100101
calculando o complemento de 2
complemento de 2 do subtraendo

5.5 Multiplicação em sistemas binários


A multiplicação segue os mesmos métodos do sistema decimal, mas se
diferencia no momento de somar os termos resultantes da operação, quando
se obedece às regras da adição de números binários.
A tabela básica para multiplicação de números binários é mostrada na
Tabela 3.

Tabela 3  Tabela básica da operação binária de multiplicação.

0 0 1 1
x0 x1 x0 x1
=0 =0 =0 =1
A Figura 9 mostra um exemplo de como multiplicar dois números.

Figura 9  Exemplo de multiplicação com binários.

1 0 1 1 Multiplicando
X 1 0 1 0 Multiplicador
0 0 0 0
+ 1 0 1 1
+ 0 0 0 0
+ 1 0 1 1
1 1 0 1 1 1 0

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LIvro fundamentos_informatica.indb 76 16/06/2015 15:19:07


Operações aritméticas no sistema binário de numeração

Uma observação importante a respeito da multiplicação de números


binários é que o número de bits do resultado final é maior do que o número
de bits do multiplicando ou do multiplicador, como fica evidente na Figura
9. Além disso, a multiplicação também precisa tratar a ocorrência do overflow.
Um método elegante de multiplicar números com sinal recebeu o nome
de Algoritmo de Booth. Segundo esse algoritmo, a partir do momento em
que você pode adicionar ou subtrair números binários, você também pode
fazer multiplicações. Definido em 1951 pelo físico e cientista inglês Andrew
D. Booth enquanto fazia estudos de cristalografia para investigar a disposição
de átomos em sólidos, o algoritmo utiliza a notação em complemento de 2.

5.6 Divisão em sistemas binários


A divisão em sistemas binários é feita utilizando se das mesmas técnicas
dos outros sistemas, mas é preciso lembrar que, na hora da subtração, também
é necessário obedecer às regras específicas para esta operação no sistema binário.
A Figura 10 exemplifica como dividir o número 6 pelo número 2, cujo
resultado (quociente) é 3.
Figura 10  Exemplo de divisão com binários.

1 1 0 1 0
– 1 0 1 1
0 1 0
– 1 0
0 0

5.7 Aritmética de ponto flutuante


Na matemática tradicional, um número fracionário tem duas partes:
a inteira e a fracionária. O que define a separação entre essas partes é uma
vírgula ou ponto decimal.
Em computação, a notação de ponto flutuante é utilizada para representar

–  77  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 77 16/06/2015 15:19:07


Fundamentos da Informática

números fracionários com sinal positivo ou negativo, e leva esse nome porque é
possível alterar a posição do ponto decimal (a vírgula que separa a parte inteira
da fração) no número. Uma das vantagens dessa notação é que ela permite
representar uma faixa bem mais ampla de valores do que a do ponto fixo,
mas também é menos precisa, consome muito mais espaço na memória do
computador e exige maior capacidade de processamento da CPU.
Na notação em ponto flutuante, um número é dividido em três partes: a
mantissa, o expoente e a base. A mantissa expressa o valor do número, a base
indica em qual sistema de numeração ele é representado (binário, decimal,
etc.) e o expoente define a posição do ponto decimal. O sinal define se é
positivo ou negativo.
Em geral, números de ponto flutuante são representados em linguagens
de programação como números de 32 bits organizados da seguinte maneira: 1
bit para o sinal (0 para positivo ou 1 para negativo), 8 bits para o expoente e 23
bits para a mantissa. Essa representação chama-se precisão simples (Figura 11).
Quando há necessidade de grande precisão, é preciso trabalhar com
números bastante grandes ou muito pequenos. Para esses casos, usa-se a
precisão dupla ou estendida, em que os números são representados por uma
sequência de 64 bits (8 bytes), com 1 bit para o sinal, 11 bits para o expoente
e 52 bits para a mantissa.
Quanto maior o número de bits do expoente, maior será a faixa de
valores a representar, e quanto maior o número de bits para a mantissa, maior
será a precisão.
Figura 11  Representação em ponto flutuante.

Sinal Expoente Mantissa


0 00000000 00000000000000000000000
É difícil representar números em linguagem computacional, pois podem
ser muito extensos ou até infinitos. Por causa disso, convencionou-se utilizará
representação por pontos flutuantes para que se pudesse trabalhar com a parte
fracionária, também com auxílio de uma vírgula.
O método utilizado para “reduzir” o número – mesmo imenso – até algo
compreensível é a notação científica. Por esse método, desloca-se a vírgula

–  78  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 78 16/06/2015 15:19:07


Operações aritméticas no sistema binário de numeração

para a esquerda até chegar a um número menor ou próximo de 1, mais fácil


de visualizar e trabalhar.
Por exemplo: o número 25,456 em notação científica corresponde a
0,25456 x 102. A vírgula foi deslocada para a esquerda quantas casas foram
necessárias até o número ficar menor que 1.
O exemplo acima tem base decimal, mas o computador trabalha com
base binária (apenas dois algarismos – 0 e 1). Então, o número binário 11,011,
por exemplo, corresponde ao 0,11011 x 22 em notação científica. Quando um
número é transcrito para esta representação, diz-se que ele está normalizado.
Como as operações aritméticas utilizando números de ponto flutuante
são muito caras, a melhor maneira de realizá-las é implementando essa arit‑
mética no hardware. No entanto, nem todos os computadores possuem essa
propriedade, o que obriga a solucionar questões dessa natureza via software,
com auxílio de algoritmos específicos, apresentados a seguir (Mano, 1998):

5.7.1 Soma e subtração


A primeira coisa em uma operação de soma ou subtração é verificar se
uma das mantissas (valor do número) que fazem parte do cálculo é zero.
Em caso afirmativo:
22 se for uma soma e uma das parcelas for zero, o resultado será igual
à outra parcela;
22 se for uma subtração e o subtraendo (número que se retira) for zero,
o resultado será igual ao minuendo (número do qual se subtrai);
22 se for uma subtração e o minuendo for zero, o resultado será igual
ao subtraendo, com o sinal invertido.
Em caso negativo:
22 os números da operação devem ter o mesmo expoente – basta
mover a vírgula para equiparar os expoentes (pelo maior);
22 some/subtraia as mantissas;
22 normalize o resultado se necessário, convertendo-o para notação
científica.

–  79  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 79 16/06/2015 15:19:07


Fundamentos da Informática

5.7.2 Multiplicação
Se uma das mantissas que fazem parte da operação for igual a zero, o resul‑
tado será zero. Por outro lado, se não houver zeros, o procedimento deve ser:
22 some os expoentes (não há necessidade de igualá-los);
22 multiplique as mantissas;
22 normalize o resultado.

5.7.3 Divisão
No caso de uma operação de divisão, o procedimento varia se uma das
mantissas que fazem parte do cálculo for zero.
Em caso afirmativo:
22 se o divisor for zero, é impossível realizar a operação, e dispara o
que se chama de exceção de divisão por zero;
22 se o dividendo (o número pelo qual se divide) for zero, o resultado
será igual a zero.
Em caso negativo:
22 subtraia os expoentes (não há necessidade de igualá-los);
22 divida as mantissas;
22 normalize o resultado.
Em 1985, foi estabelecido um conjunto de regras para representação de
números binários com ponto flutuante e como executar operações aritméticas
com eles. Batizado de IEEE 754, esse padrão é o que existe hoje na maioria
dos computadores. Antes dessa norma, cada fabricante de computadores
adotava seu próprio modelo, dificultando o trabalho dos programadores.
Algumas dessas regras (Viana, 2005) estabelecem que:
22 a base de representação é sempre dois (binária);
22 as operações devem ser executadas em precisão estendida com uso
de dígitos de guarda e expoente deslocado;

–  80  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 80 16/06/2015 15:19:07


Operações aritméticas no sistema binário de numeração

22 o uso do expoente deslocado, também chamado característica, tem


por objetivo eliminar o sinal do expoente.
Nas operações aritméticas com ponto flutuante, após cada operação é
realizado um arredondamento, por isso as operações de adição, subtração,
multiplicação e divisão não possuem propriedades associativas nem
distributivas como na matemática tradicional, ou seja, os fatores/números
envolvidos na operação não podem ser agrupados, pois isso modificaria o
resultado. Esse arredondamento pode gerar erros eventuais.
Além desses erros, há outros efeitos que podem prejudicar o resultado
dos cálculos:
22 cancelamento – ocorre na subtração de dois números quase iguais,
pois o expoente permanece o mesmo e os dígitos iniciais são todos
zeros, perdendo se dígitos significativos do resultado;
22 propagação de erros – ocorre quando uma ou mais somas parciais
têm o expoente maior do que a soma final;
22 instabilidade numérica – se um resultado intermediário é contami‑
nado por um erro de arredondamento, esse erro pode influenciar
(ser propagado) para todos os resultados subsequentes que depen‑
dem desse valor;
22 mau condicionamento – problemas cujos resultados dependem
continuamente dos dados de entrada são ditos bem postos, em
oposição aos problemas mal postos, mal condicionados ou críticos.

Conclusão
As operações aritméticas com números binários são a base da lógica de
operação dos computadores digitais atuais e obedecem aos mesmos princípios
das operações em outros sistemas de numeração.
Mais complexa, a aritmética de ponto flutuante é utilizada para trabalhar
com números fracionários muitos extensos – muitas vezes tão grandes que
sequer é possível visualizá-los. A conversão de um número muito extenso para
um de mais fácil compreensão, próximo a 1, recebe o nome de normalização

–  81  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 81 16/06/2015 15:19:07


Fundamentos da Informática

e deve ser feita seguindo o padrão de notação científica.


O nome ponto flutuante advém do fato de que é possível mover a posição
da vírgula que indica a fração, para representar o número de maneira mais
fácil. Um número em ponto flutuante inclui o sinal, o expoente e a mantissa,
além da base (decimal, binária etc) em que ele é representado.
Para as operações, é preciso seguir regras e fazer ajustes e arredondamentos,
a fim de contornar erros que podem comprometer os resultados.

–  82  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 82 16/06/2015 15:19:07


6
A informática
e o software

A informática está inserida na vida moderna como uma


ferramenta de apoio em todas as atividades, das simples às
complexas. Com a evolução tecnológica e a democratização dos
equipamentos eletrônicos, esta ferramenta tem um crescimento
significativo na população mundial.
Os equipamentos informatizados, tais como telefones
celulares, computadores pessoais, veículos automotores,
eletrodomésticos, caixas eletrônicos de bancos, constituem alguns
exemplos dessa ferramenta que estão inseridos na vida moderna.
Com isso, a sua utilização tornou‑se comum em todos os momentos
e setores da sociedade. Torna‑se, portanto, necessária maior interação
e nível de treinamento quando são utilizados os dispositivos, citados
anteriormente, no mercado de trabalho.
O profissional da área de informática deve saber que, para se
destacar no mercado de trabalho, precisa se aperfeiçoar na utilização,
instalação e configuração de softwares, como sistemas operacionais,
editores de texto, planilhas de cálculo, softwares de apresentação,
banco de dados e sistemas especialistas, mas não necessariamente
em todos ao mesmo tempo.

LIvro fundamentos_informatica.indb 83 16/06/2015 15:19:11


Fundamentos da Informática

Portanto, conhecer e dominar técnicas dentro da informática e os


programas que a mesma utiliza é de fundamental importância. Não há um
caminho único ou apenas um sistema que se deva conhecer profundamente. A
informática sempre reserva aos seus usuários muitos desafios e cobra dedicação
e conhecimento, mas proporciona a todos um ambiente de interação nunca
visto na sociedade contemporânea.

6.1 O que é software?


Software é um conjunto de instruções a serem executadas pelos
dispositivos eletrônicos para manipulação e interação de dados utilizados pelo
usuário. Para este e próximos capítulos, deve-se considerar como dispositivo
eletrônico o computador pessoal (Personal Computer – PC) que, a partir de
agora, será chamado apenas de computador.
Um computador é formado por duas partes importantes e distintas:
hardware e software, o hardware é a parte física e o software é a parte lógica.
O software é responsável pelo gerenciamento dos componentes do
computador e pela interface amigável que possibilita ao usuário a utilização
das ferramentas disponíveis na área da Tecnologia da Informação (TI).
Na TI tem-se o Processamento de Dados, que consiste na entrada, no
processamento e na saída de dados, sendo realizado através de dispositivos
físicos, tais como teclado, mouse, memória, monitor e impressora, que são
dispositivos físicos acoplados ao computador. Cada software pode gerenciar
um ou mais dispositivos.

6.2 Categorias de software


O software pode ser classificado pelas suas características de utilização;
com isso se tem as seguintes categorias: sistema operacional, editor de
texto, planilha de cálculo, software de apresentação, internet, linguagens de
programação, sistema gerenciador de banco de dados e sistema especialista.

6.2.1 Sistema operacional


O sistema operacional é um software básico, responsável pelo gerencia-

–  84  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 84 16/06/2015 15:19:11


A informática e o software

mento dos dispositivos de entrada, processamento e saída de dados.


Também gerencia outros softwares instalados no computador e faz a
interpretação da linguagem da máquina, transformando-a na linguagem
do ser humano.

6.2.2 Editor de texto


O editor de texto é um software aplicativo, que se propõe a editar
textos, facilitando a elaboração de documentos, permitindo implementar
as necessidades do usuário referentes à criação de cartas, relatórios, livros e
textos em geral. O mesmo implementa todos os padrões de formatação das
entidades responsáveis pelas normas técnicas de edição de textos.
Pode-se comparar um editor de texto a uma máquina de escrever, porém
com facilidades muito maiores quando se necessita incluir ou alterar uma
cópia existente, pois partes do texto podem ser retiradas, trocadas de lugar,
adicionadas ou alteradas, e não será necessário reescrever nada daquilo que já
fora feito corretamente.
Os editores de texto modernos aplicam as normas ortográficas e
gramaticais relativas aos diversos idiomas, facilitando e proporcionando ganho
de tempo e um trabalho adequado, tanto para os textos acadêmicos quanto
para os profissionais.

6.2.3 Planilha de cálculo


Uma planilha de cálculo é composta de linhas e colunas. Sua principal
função é trabalhar com números, proporcionando ao usuário um modo
simples de elaborar planilhas para controlar relações de materiais ou de
pessoas com a possibilidade de automatizar os cálculos necessários para
finalizar o seu trabalho.
Com as planilhas pode-se calcular um número muito grande de funções
aritméticas, matemáticas, juros simples e compostos, além de elaborar gráficos
para representar visualmente os dados contidos na mesma.
Com a planilha de cálculos consegue-se responder a perguntas, tais como:

–  85  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 85 16/06/2015 15:19:11


Fundamentos da Informática

22 Qual foi o lucro de uma empresa em um determinado período?


22 Qual a média dos alunos de uma turma na última avaliação?
22 Quantas reuniões estão marcadas, em que sala serão realizadas e
quais as salas disponíveis?
22 Quanto foi a despesa pessoal com relação ao combustível nos
últimos meses?
O recurso de automatização de cálculos citado é um dos mais importantes
de uma planilha de cálculo, pois possibilita reavaliar constantemente as
funções implementadas na tabela do usuário. Na medida em que os dados são
inseridos, os cálculos são refeitos instantaneamente de modo que a planilha
sempre fique atualizada.

6.2.4 Software de apresentação


O software de apresentação tem a finalidade de representar graficamente
as informações que fazem parte de uma comunicação, que podem ser: um
treinamento, uma aula, apresentação de um produto, entre outros.
Esta representação gráfica é feita por meio de slides, que são as páginas do
software de apresentação, substituindo, com muita vantagem, as apresentações
antigas que precisavam ser impressas e tinham qualidade inferior, visto que
nas atuais, além da qualidade gráfica superior, pode-se contar com diversos
recursos de multimídia.
Os softwares de apresentação podem ser utilizados para diversos fins,
tais como:
22 Apresentação de slides e vídeos;
22 Desenvolvimento de trabalhos acadêmicos;
22 Mostra de fotografias;
22 Treinamento de funcionários;
22 Materiais didáticos.
Uma dica muito importante sobre a elaboração de uma apresentação diz

–  86  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 86 16/06/2015 15:19:11


A informática e o software

respeito à comunicação que se deve ter com o público-alvo. Para tanto, alguns
cuidados precisam ser tomados:
22 Conhecer o assunto a ser abordado;
22 Selecionar a informação que se deve passar ao público;
22 Considerar somente os pontos importantes a serem tratados;
22 Planejar a apresentação antes da elaboração dos slides;
22 Organizar as ideias com começo, meio e fim;
22 Observar o tempo disponível para a apresentação e distribuir os
slides dentro desse tempo;
22 Conhecer o público-alvo, pois é para ele que a apresentação deve ser
preparada;
22 Cuidar das cores utilizadas, tanto na combinação quanto na sua
tonalidade;
22 Adotar uma identidade visual para facilitar a compreensão e a loca‑
lização de informações relevantes;
22 Adequar a quantidade e o tamanho do texto utilizados no slide, que
não devem ser excessivos.

6.2.5 Internet
A internet é uma rede global de computadores, interligados por
equipamentos e protocolos de comunicação. É baseada na troca de informações
entre computadores, o que possibilita aos usuários transferir arquivos, conversar
eletronicamente por meio de mensagens escritas ou faladas, compartilhar equipa-
mentos e softwares.
Com o surgimento da internet, o comportamento das empresas e das
pessoas mudou. Novas aplicações e soluções foram criadas; isso possibilitou
novas oportunidades de trabalho e entretenimento.
O compartilhamento favorecido de ideias e informações entre pessoas e
empresas, em qualquer parte do mundo, força o pensamento global, possibi‑
litando às atitudes locais serem facilmente compartilhadas.

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LIvro fundamentos_informatica.indb 87 16/06/2015 15:19:11


Fundamentos da Informática

6.2.6 Comunicação
A comunicação entre computadores é feita por meio de um protocolo
de comunicação. Protocolo é o nome dado ao conjunto de regras que os
equipamentos envolvidos no processo devem seguir para que a ligação entre
os mesmos permaneça estável e funcional. Portanto, os computadores só
entendem se falarem a mesma língua (o protocolo).
O protocolo mais comum utilizado nas redes de computadores – estru‑
turas físicas (equipamentos) e lógicas (programas, protocolos) que permitem
que dois ou mais computadores possam compartilhar informações – é o
TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). Cada computador
ligado à rede possui um endereço, chamado Endereço IP, que deve ser único.
O Endereço IP é formado por quatro conjuntos de números que vão de
0 a 255, separados por três pontos e variando a quantidade de dígitos, como:
255.255.255.1, 1.1.1.255 ou 17.15.1.203. Dois computadores não podem
ter, ao mesmo tempo, o endereço IP igual. Para garantir isso, há um sistema
de atribuição automática para o endereçamento.
Quando um computador se conecta a uma rede TCP/IP, o mesmo recebe
o endereço IP de um servidor, que é um computador central, localizado na
empresa ou no provedor que provê o acesso à internet, que também é um
tipo de rede de computadores. Este servidor não vai atribuir um endereço IP
repetido a nenhum outro computador que se conectar, enquanto aquele ainda
permanecer conectado na rede. Após a saída (desconexão) do computador, o
endereço IP pode ser atribuído a qualquer outro equipamento.

6.2.7 Linguagem de programação


O computador é um equipamento eletrônico que executa tarefas
predefinidas; para isso é preciso “dizer” o que deve ser executado e como. A
função das linguagens de programação é exatamente essa, ou seja, servir de
meio de comunicação entre computadores e humanos.
Basicamente existem dois tipos de linguagens de programação: as de
baixo e as de alto nível. Os computadores interpretam as tarefas a serem
executadas como números em base binária, ou seja, só entendem zero e um.
As linguagens de baixo nível são complexas para se desenvolver, pois possuem

–  88  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 88 16/06/2015 15:19:11


A informática e o software

uma sintaxe peculiar, bastante diferente da linguagem humana, porém são


interpretadas diretamente pelo computador, o que aumenta a velocidade de
execução das mesmas.
As linguagens de alto nível são mais fáceis para programar; os comandos
são representados por palavras comuns como “faça”, “imprima”, “volte” e
“pare”. Como padrão é utilizado o idioma inglês para facilitar a memorização
e a lógica. As linguagens não são interpretadas diretamente pelo computador,
sendo necessário transformar os comandos para linguagem binária, tarefa
realizada pelos compiladores.
Programar é escrever um arquivo de texto comum contendo a lógica do
programa, que são as instruções que deverão ser executadas; programando
o computador para realizar tarefas específicas. Este texto é chamado de
código fonte e cada ordem dentro do código é chamada de instrução.
Após a conclusão do arquivo de texto, é necessário traduzir os comandos
para a linguagem binária, tarefa do compilador, ou ainda, em algumas
linguagens que não utilizam compiladores, há uma interpretação dos
mesmos. Após essa transformação, os programas são disponibilizados para o
usuário final.

6.2.8 Sistema Gerenciador de banco de dados


Um banco de dados é um repositório de dados para armazenamento e
extração de informações relevantes ao negócio. Têm-se, nesse contexto, os
dados que são um elemento ou conjunto de elementos que, isoladamente,
não possuem significado preciso, e a informação que é o resultado da trans‑
formação dos dados em algo útil para o usuário. Esses dados são armazenados
em um modelo de dados relacional.
O modelo de dados relacional tem como base uma tabela bidimensional
que é composta de linhas (registros) e colunas (campos). Neste modelo, uma
tabela é chamada de relação.
Para realizar as tarefas pertinentes a um banco de dados, tem-se o Sis‑
tema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD), que é um software com várias
funções, dentre elas a manipulação de objetos e de dados.

–  89  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 89 16/06/2015 15:19:11


Fundamentos da Informática

6.2.9 Sistema especialista


O sistema especialista tem a função de reproduzir a ação humana em
alguma área do conhecimento, substituindo total ou parcialmente a atividade
de um especialista no processo de tomada de decisões. O mesmo se justifica
pela falta ou número reduzido de especialistas no mercado e para que as ações
envolvidas no processo não sofram atraso e inviabilizem a cadeia de produção.

Da teoria para a prática


Diante dos desafios cada vez maiores do mercado de trabalho,
os profissionais precisam estar atentos às novidades do setor de
informática. Para isso, a leitura de material específico deve ser
realizada com frequência. A internet é uma fonte abundante
de informações, portanto é uma das melhores opções para
a atualização e leitura sobre lançamentos, tendências e
características dos vários assuntos relacionados ao mundo
digital, claro, sempre tomando cautela, pois nem sempre as
fontes da internet são confiáveis.
Dentre tais assuntos, os softwares aplicativos devem receber uma
atenção especial, pois, mesmo nas atividades básicas, eles estão
sempre sendo atualizados e a sua correta utilização é muito bem
vista e valorizada pelas empresas. Treinamento é outra opção
válida para se manter atualizado e acompanhar o ritmo frenético
dos fabricantes de aplicativos, inclusive quando há a necessidade
da mudança de fabricante, por exemplo, de um editor de texto.
A grande característica da área de software é entender o conceito
dos softwares especialistas; com isso, mesmo diante de mudanças
significativas, a adaptação será mais fácil.

Conclusão
O que é software? Software é um conjunto de instruções a serem
executadas pelos dispositivos eletrônicos para manipulação e interação de

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LIvro fundamentos_informatica.indb 90 16/06/2015 15:19:11


A informática e o software

dados utilizados pelo usuário. Foi visto que há um número considerável de


categorias de software e cada um com suas características e aplicações.
Sistema operacional, editor de texto, planilha de cálculo, software de
apresentação, internet, comunicação, linguagem de programação, banco de
dados e sistemas especialistas são categorias de software feitas para o dia a dia
de todas as profissões. Conhecer e dominá-las fará com que um profissional
seja valorizado no mercado, portanto, vejamos a seguir informações mais
detalhadas sobre cada categoria de software mencionada.

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LIvro fundamentos_informatica.indb 91 16/06/2015 15:19:11


Fundamentos da Informática

–  92  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 92 16/06/2015 15:19:11


7
Sistema operacional

O Sistema Operacional (SO) é uma coleção de programas


responsáveis pela inicialização do computador, controle das rotinas
básicas dos dispositivos, escalonamento e integração das tarefas,
mantendo a integridade do sistema computacional. sua principal
função é controlar o funcionamento do computador, como um
gerente dos diversos recursos disponíveis.

LIvro fundamentos_informatica.indb 93 16/06/2015 15:19:15


Fundamentos da Informática

7.1 Funções do sistema operacional


A primeira função do Sistema Operacional (SO) é gerenciar os recursos
de hardware e software de um computador. Já os aplicativos e os periféricos
de entrada, saída e armazenamento de dados dependem da CPU, a Unidade
Central de Processamento que controla o funcionamento do sistema
computacional, sendo que o SO divide o tempo desses recursos para que
cada um realize a sua tarefa.
A segunda função do SO é fazer os softwares aplicativos se comunicarem
com o hardware, servindo como intermediário entre ambos. E, por fim, rea‑
lizar a interface com o usuário.

7.2 Quais são os tipos de SO?


São quatro os sistemas operacionais: de Tempo Real; Monousuário,
Monotarefa; Monousuário, Multitarefa; e Multiusuário, Multitarefa.
1. Sistema Operacional de Tempo Real (RTOS – Real-Time Operating
System): Utilizado para o controle de máquinas, instrumentos
científicos e industriais. Normalmente não possui interface simples
para o usuário, sendo utilizado em equipamentos que realizam
sempre as mesmas tarefas.
2. Sistema Operacional Monousuário, Monotarefa: Criado para
atender um único usuário que realiza uma coisa por vez. O sistema
Palm OS é um exemplo deste tipo de SO.
3. Sistema Operacional Monousuário, Multitarefa: É encontrado nos
computadores pessoais. As plataformas Microsoft Windows, Apple
MacOS e Linux são SO que permitem que um único usuário use
vários programas ao mesmo tempo. É possível para um usuário do
Windows, por exemplo, escrever uma carta em um processador de
texto ao mesmo tempo que faz download de um arquivo na internet
e imprime um relatório de uma planilha de cálculo.
4. Sistema Operacional Multiusuário, Multitarefa: permite que vários
usuários utilizem simultaneamente os recursos do computador de
uma maneira balanceada e que sejam suficientes e independentes,

–  94  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 94 16/06/2015 15:19:15


Sistema operacional

de forma que problemas de um usuário não afetem todos os demais


usuários. Windows Server, Unix e VMS são exemplos de sistemas
operacionais multiusuário.

7.3 Inicialização do SO
Quando se liga o computador, um conjunto de instruções armazenadas
na memória ROM, Read Only Memory (Memória Somente de Leitura), é
executado. Essas instruções examinam o hardware do sistema para verificar
se o mesmo está funcionando corretamente. Esse procedimento, conhecido
como POST, Power-On Self Test (Autoteste de Inicialização), verifica a CPU,
a Memória RAM – Read Aleatory Memory (Memória aleatória de Leitura)
–, a BIOS – Basic Input-Output System (Sistema Básico de Entrada-saída)
–, procura erros e armazena o resultado em uma memória específica. Ao
terminar o POST, o software carregado na ROM ativa as unidades de disco
rígido do computador. Quando os discos são ativados é encontrado o trecho
inicial do sistema operacional, conhecido como Bootstrap Loader (Sistema de
Inicialização).
O Bootstrap Loader é um software que tem a única função de carre‑
gar o SO na memória RAM, permitindo assim sua inicialização. O Boots-
trap Loader configura os drivers, programas responsáveis pelo gerenciamento
dos dispositivos instalados no computador, e controla a memória RAM, as
informações do usuário e os aplicativos instalados na máquina. Ele também
estabelece as estruturas usadas para a comunicação entre os subsistemas e
aplicativos do computador, entregando então o controle do computador ao
sistema operacional.
Depois dos procedimentos iniciais, o Sistema Operacional executará as
seguintes tarefas:
22 Gerência do processador;
22 Gerência da memória;
22 Gerência dos periféricos;
22 Gerência dos dispositivos de armazenamento;

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LIvro fundamentos_informatica.indb 95 16/06/2015 15:19:15


Fundamentos da Informática

22 Interface com os aplicativos;


22 Interface com o usuário.
Para utilizar o computador é preciso se comunicar com o SO, seja com
o uso de softwares aplicativos ou com as tarefas de gerenciamento, tais como
cópias de segurança, desfragmentação de disco ou instalação de periféricos.
Essa comunicação ocorre por meio da interface com o usuário do sistema
operacional. Existem duas formas básicas de interface com o usuário: linha
de comando e interface gráfica (Graphical User Interface – GUI). A interface
de linha de comando utiliza texto e exige que o usuário digite os comandos
completos para interagir com o SO. Os sistemas operacionais MS-DOS,
Linux e outros sistemas de computadores de grande porte usam a interface
de linha de comando. Já os sistemas operacionais que utilizam as GUIs
se comunicam por meio de figuras e menus, para que os usuários insiram
comandos. Sistemas operacionais com o Windows e Mac usam GUIs, e
instalações do Linux e Unix também oferecem essa interface.

7.4 Sistemas operacionais existentes


Acabou o tempo em que se precisava conhecer apenas um sistema ope‑
racional. Conhecer sistemas operacionais é como conhecer línguas; sempre
é preciso saber mais de uma. Isso porque cada sistema operacional possui
características diferentes. Alguns são mais seguros, outros mais práticos e há
os mais robustos; tudo isso para se adequar ao máximo às exigências de um
mercado específico.
Dentre os vários sistemas operacionais disponíveis no mercado pode-se
destacar o Windows e o Linux.

7.4.1 Windows
Com o crescimento da informática nas empresas e no uso pessoal,
tornou-se necessário facilitar a vida dos usuários, já que os sistemas
operacionais baseados em linha de comando exigiam um conhecimento
técnico maior. Para isso foi criada uma interface gráfica amigável, na qual os
usuários utilizam imagens denominadas ícones e menus.

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LIvro fundamentos_informatica.indb 96 16/06/2015 15:19:15


Sistema operacional

Figura 1 Sistema operacional Windows.

Clicar em ícones ou em itens do menu ativa um comando ou um


aplicativo instalado no computador. Os ícones e menus permitem que o
usuário aponte com o mouse e clique, o que facilita o uso do computador,
pois não requer a digitação de comandos. O Windows tem um botão
“Iniciar”, originalmente no canto inferior esquerdo, para localizar aplicativos
instalados no computador, e uma barra de tarefas, na parte inferior da tela, que
contém botões correspondentes aos programas que estão em uso, tornando a
navegação e a troca entre eles muito simples.
O Windows suporta plug and play, um conceito bastante útil para o usuário,
pois permite que o computador reconheça e configure um novo componente
quando adicionado. Existem várias versões do Windows que atendem aos
usuários individuais, ao mercado corporativo e aos dispositivos móveis.

7.4.2 Linux
O Linux é um sistema operacional Open Source. Seu código fonte
é aberto, ou seja, qualquer pessoa interessada em modificar a estrutura
do mesmo pode fazer sem nenhuma restrição. Essa característica teve um

–  97  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 97 16/06/2015 15:19:16


Fundamentos da Informática

impacto significativo no mercado de sistemas operacionais.


Figura 2 Sistema operacional Linux.

A maioria dos sistemas, drives e utilitários são produzidos e fornecidos


por empresas que distribuem os executáveis dos seus softwares, não podendo
ser analisados nem alterados pelos usuários. O software livre tem o código
fonte aberto para análise, podendo ser alterado e complementado.
A maior vantagem para os usuários é que eles podem personalizar os
seus sistemas e ter um controle maior sobre o comportamento do software.
Outra vantagem é quanto ao seu licenciamento ou a licença de uso, que não
tem custo ao usuário final, sendo um diferencial competitivo na hora de optar
pela sua utilização. Quanto às regras de licenciamento e valores dos sistemas
operacionais os distribuidores dos mesmos devem ser consultados, pois existe
um número grande de situações e as mesmas podem ser negociadas.

Da teoria para a prática


Em virtude das exigências do mercado é necessário dominar
a utilização dos computadores, ferramentas que auxiliam no

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Sistema operacional

desenvolvimento das tarefas do mundo corporativo. O


principal objetivo deste capítulo é orientar quanto às principais
tarefas que um sistema operacional executa. Deve-se estar
atento às novas versões dos sistemas operacionais disponíveis
no mercado e principalmente conhecer suas características de
configuração e administração que podem ser obtidas nos seus
respectivos manuais.
É importante atentar também para a convergência dos
equipamentos eletrônicos, sendo cada vez mais comum ter
aparelhos centralizadores, como televisores com acesso à
internet e com dispositivos de conexão antes só encontrados
nos computadores. Há celulares com sistemas operacionais
compatíveis aos dos computadores, o que possibilita a
comunicação entre eles e a elaboração de aplicativos em
comum. Isso traz novas oportunidades profissionais que
podem ser desenvolvidas nas empresas ou em atividades
empreendedoras, possibilitando a criação de novas soluções
tecnológicas e transformando-se em fonte de rendimentos.
O sistema operacional é o principal software do computador;
diante disso, deve ser operado com cuidado e responsabilidade,
tendo em mente que, se problemas ocorrerem com ele,
a utilização do equipamento pode ficar comprometida ou
simplesmente não ser possível.

Conclusão
O Sistema Operacional (SO) é um software de gerenciamento dos vários
componentes de um computador e a interface entre esses componentes e o
usuário. São vários os tipos de SO, dependendo do modo como gerenciam
as tarefas e os usuários que utilizam o computador. A inicialização do SO
mostra o funcionamento básico dos processos de verificação das partes físicas
do computador e dos softwares instalados e disponíveis para uso e as tarefas
que este executa após a inicialização (boot).

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Fundamentos da Informática

Há vários sistemas operacionais no mercado, entre os quais Windows e


Linux são os principais. Ambos possuem várias versões; porém, aqui, o obje‑
tivo foi dar uma visão ampla da função principal de um SO, que é o gerencia‑
mento dos componentes do computador e da interface com o usuário.

–  100  –

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8
Classificação de
software

O software, popularmente conhecido como “programa de


computador”, está na essência da computação, visto que é ele que
determina como o hardware (o computador e seus acessórios) deve
funcionar, que tarefas executar e como exibir os resultados. Assim,
criar um software é tarefa sofisticada e que requer conhecimentos
técnicos específicos da lógica e das linguagens de programação.
A distribuição e comercialização de um software é tema
de muitas discussões, já que existem opiniões divergentes sobre
como isso deveria ser feito. De um lado, os defensores do chamado
software livre, que pode ser reproduzido e modificado livremente;
de outro, os que acreditam nos softwares proprietários, cujo uso só
é permitido com aquisição de uma licença.
Essa divergência gira em torno de direitos autorais e
intelectuais, e do custo para o desenvolvimento do software incluindo
a remuneração dos profissionais da área de desenvolvimento
(gerentes de projeto, analistas de sistemas e programadores
(MOLINARI, 2007).

LIvro fundamentos_informatica.indb 101 16/06/2015 15:19:20


Fundamentos da Informática

8.1 Software livre


A partir dos anos 1990, a vertente que defende o software livre começou
a ganhar considerável força, devido à visão da Free Software Foundation
(FSF) – uma fundação sem fins lucrativos, criada em 1985, que se dedica à
eliminação de restrições sobre a cópia, redistribuição, estudo e modificação
de programas de computadores, além de patrocinar o desenvolvimento de
um sistema operacional completo e licenciado como software livre, o GNU.
O nome GNU é um acrônimo para a sigla Gnu is Not Unix (Gnu não é
Unix, uma brincadeira com o gnu, espécie de antílope africano, e o sistema
operacional Unix).
Para a FSF, “software livre é uma questão de liberdade, não de preço.
Para entender o conceito, você deve pensar em liberdade de expressão, não
em cerveja grátis”.
Está aí um dos pontos principais do software livre: ele não necessariamente
é gratuito. A controvérsia sobre “liberdade” e “gratuidade” vem do termo
original em inglês – free –, que tanto pode ser traduzido como livre
ou gratuito.
O ponto central do software livre se baseia na ideia de garantir
liberdade para que usuários executem, copiem, distribuam, estudem,
aperfeiçoem e modifiquem um software, levando em consideração suas
características, expectativas e necessidades. Tudo isso contribui para
uma visão construtivista e evolucionária em que diversas pessoas podem
trabalhar para torná-lo melhor. (OSI, [s. d.]).
Se a próxima pergunta é “o que posso fazer para torná-lo melhor se
foi outra pessoa que o criou?”, a resposta orienta. A característica mais
importante de um software livre é a disponibilização de seu código fonte para
que outras pessoas possam utilizar, alterar ou mesmo redistribuir o software
com suas alterações. Isso contribui sensivelmente para que diversas pessoas
tenham acesso à informação, difundindo conhecimento e incentivando a
pesquisa científica (FSF, [s. d.]).
A FSF menciona que, para que um software seja considerado livre, ele
deve necessariamente seguir os quatro princípios da liberdade. São eles:
22 liberdade n. 0: o usuário deve ter a liberdade de executar o programa,

–  102  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 102 16/06/2015 15:19:20


Classificação de software

para qualquer propósito;


22 liberdade n. 1: o usuário deve ter a liberdade de estudar e adaptar o
programa às suas necessidades. O acesso ao código fonte é um pré
requisito para essa liberdade;
22 liberdade n. 2: o usuário deve ter a liberdade de redistribuir cópias
de modo que possa ajudar ao próximo;
22 liberdade n. 3: o usuário deve ter a liberdade de aperfeiçoar o
programa e disponibilizar seus aperfeiçoamentos, de modo a
beneficiar toda a comunidade. O acesso ao código fonte é um pré
requisito para essa liberdade.

Saiba mais
Antes de formar uma opinião acerca de software livre, é bom
entender mais a fundo os conceitos em torno dele.
Boas referências sobre o assunto podem ser encontradas nos
sites da Free Software Foundation (www.fsf.org), do Projeto
GNU (www.gnu.org) e da Open Source Iniciative (www.
opensource.org).

No entanto, embora o acesso ao código fonte seja um dos pilares para a


caracterização de um software livre, isso não significa que não possa haver um
viés comercial. A ideia de se ganhar dinheiro com software livre não está na
venda de produtos fechados, mas sim na venda de serviços de qualidade que
estão, a todo o momento, expostos, sendo colocados à prova e ao julgamento
da comunidade. (Molinari, 2007)
Um software, quando se diz livre, geralmente está regido pelas regras
da GPL (Licença Pública Geral, na sigla em inglês), que é uma licença
para software concedida pela Free Software Foundation, criada por Richard
Stallman em meados da década de 80. Essa licença atesta que o software segue
as regras de software livre, atendendo, por exemplo, as quatro liberdades
mencionadas anteriormente. É utilizado por grandes projetos, como o do
sistema operacional Linux (FSF, [s. d.]).

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Fundamentos da Informática

O software livre pode ser encarado sob dois aspectos: Open Source e
Livre Comercial.

8.1.1 Open source


Também conhecido como código aberto, esse tipo de software também
leva em consideração os preceitos de liberdade descritos para o software
livre. Sua defesa, porém, a cargo da Open Source Iniciative (OSI), foca mais
em questões técnicas (até a eventual superioridade em relação aos softwares
proprietários, de código fechado) e não tanto em questões éticas ou morais
como as que a FSF prega quando se refere ao software livre.
No open source, o código fonte é acessível e há permissão para que seja
modificado e redistribuído, mantendo os princípios de liberdade do software
original. Isso auxilia na prevenção de sua utilização com fins comerciais,
estando sujeito aos termos da licença GPL. Alguns exemplos de softwares
open source são o kernel do sistema operacional Linux e o projeto Web Apache
TomCat, que podem ser alterados e redistribuídos (FSF, [s. d.]).

8.1.2 Livre comercial


O software livre comercial ainda preserva a característica de código
fonte aberto, mas não exclui a possibilidade de receber um tratamento
comercial (distribuição mediante pagamento). No entanto, uma vez que
é regido pelas regras da GPL, que exige a sua distribuição sem ônus para
o usuário, o software chamado livre comercial encontra outra maneira de
ser comercializado (FSF, [s. d.]). Na maior parte das vezes, trabalha-se com
a ideia de agregar valor, diferenciando-o da versão open source. Entre esses
recursos, está o empacotamento e a venda com outros softwares integrados,
ou a venda de um hardware que se comporta melhor por ser compatível
com o software. A distribuição dos softwares Linux RedHat e o Mandrake são
alguns exemplos.
O mercado também é fértil em softwares gratuitos, mas nenhum deles
abre o código fonte. Só por essa característica, fica claro que software gratuito
não é software livre. A impossibilidade do usuário de modificar e redistribuir
o software faz com que ele fique indiretamente preso à empresa que o

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LIvro fundamentos_informatica.indb 104 16/06/2015 15:19:20


Classificação de software

desenvolveu. As versões de software gratuito são duas:


22 Versões freeware: podem ser utilizados sem limite de tempo, copia‑
dos e distribuídos livremente, mas não podem ser alterados porque
o código fonte não é aberto. Exemplo: Java Sun, Internet Explorer.
22 Versões adware: são gratuitos, porém utilizam publicidade, como
banners ou links de patrocinadores, que custeiam o desenvolvimento
e manutenção em troca de marketing. Como o freeware, podem
ser copiados e distribuídos livremente, mas sem modificações (pela
falta do código fonte). Exemplo: Adobe Acrobat.


Lembre-se: nem sempre um software gratuito é livre, e nem
todo software livre deixa completamente de ser comercial.

Todos esses exemplos deixam claro que existem diversas possibilidades


quanto à exploração das características do software livre. Por outro lado, há
a corrente que prega a utilização de softwares proprietários, nos quais são
considerados direitos autorais e ideológicos envolvendo custo.

8.2 Software proprietário


A ideologia que embasa os livres vai de encontro à percepção de que
um software é um produto comercial que envolve pesquisa, custos de
desenvolvimento e até segredos e estratégias de negócio de grandes empresas.
Muita gente acredita que o conceito de software livre é uma utopia ou uma
ideia muito à frente de seu tempo.
Os argumentos em defesa do software proprietário são melhor analisados
com ajuda de uma analogia. Por exemplo: um grande chef de cozinha, por
cozinhar muito bem, tem todo o direito de abrir um restaurante e vender suas
deliciosas iguarias. Ninguém pode obrigá-lo a ensinar ou mesmo a distribuir
suas receitas gratuitamente para que outros as utilizem. Alguns chefs gostam
de compartilhar seus conhecimentos, outros fazem questão de cercá-los de

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LIvro fundamentos_informatica.indb 105 16/06/2015 15:19:20


Fundamentos da Informática

uma aura de segredo. É o cliente quem decide se vai querer pagar ou não para
degustar as iguarias.
Assim, voltando ao software, o que é fornecido tem um preço que é
definido de acordo com a utilidade do software para determinada pessoa que
pague o valor sugerido, mesmo que outros discordem completamente desse
ponto de vista (Molinari, 2007).

Saiba mais
Alguns softwares se utilizam de licenças um tanto quanto
diferentes, como a Postcardware e a Stampware­Cardware, nos
quais o desenvolvedor exige o feedback por parte dos usuários
da ferramenta por meio de postais ou cartas para só então liberar
o registro do software.

Um software comercial ou proprietário é distribuído sem a


disponibilização de seu código fonte. Normalmente, é comercializado sob
os termos de licença de uso e não de propriedade. O que acontece nesse
caso é que, ao adquirir um software, uma pessoa está se comprometendo
somente a utilizá-lo, sem direito algum no âmbito de comercialização ou de
redistribuição, sob pena de multas severas. Exemplos desse tipo de software
são o sistema operacional Microsoft Windows e o assistente gráfico Corel Draw.
Uma grande quantidade de softwares proprietários oferece versões
gratuitas para teste e “degustação”, que podem ser classificadas como:
22 shareware: software que, após certo tempo de utilização ou de um certo
número de utilizações, suspende suas funcionalidades. Para continuar
usando, é necessário o registro, mediante o pagamento de uma taxa ao
proprietário. Muitas empresas que desenvolvem software optam por
agregar serviços aos usuários registrados, a fim de fidelizar o cliente;
22 demo: serve como uma demonstração do produto, para que o
cliente possa avaliá-lo e julgar se vale ou não a pena adquiri-lo.
Esta é uma modalidade muito comum no mercado de games,
em que se oferece acesso a uma ou mais fases de um jogo, por

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LIvro fundamentos_informatica.indb 106 16/06/2015 15:19:20


Classificação de software

exemplo, para que o cliente em potencial possa ter uma amostra da


experiência. A versão demo não expira e nem pode ser registrada,
sendo necessária a substituição de todo o software, caso o usuário
decida comprá-lo;
22 trial: é semelhante à distribuição demo, porém se aplica geralmente a
softwares funcionais, como editores de texto e planilhas eletrônicas.
Embora permita experimentar quase todos os recursos disponíveis,
bloqueia alguns pontos-chave, impedindo, por exemplo, a edição
de trabalhos ou o recurso de salvar os documentos.

Reflita
Em sua maioria, os softwares proprietários são conhecidos
como Software Box, ou “softwares de caixinha”. É como
comprar um produto pronto na prateleira. O usuário tem pouco
ou nenhum poder de manipulá-lo, alterar suas configurações ou
personalizá-lo para necessidades específicas.

Essas classificações de software não são as únicas existentes, mas


as principais e mais utilizadas. Elas refletem as ideias e opiniões dos
desenvolvedores e proprietários de softwares e seu desejo de como estes
deveriam ser utilizados. Outros métodos incluem a utilização do software em
troca de uma doação voluntária por parte do usuário.
A Microsoft, por sua vez, teve a iniciativa de lançar seus produtos sob
licença shared source, permitindo que parceiros, empresas e governo tenham
acesso ao código fonte de seus produtos. Segundo alguns, isso minimiza o
que poderia ser caracterizado como monopólio do mercado. Ainda assim, a
Microsoft não permite nem a alteração nem a redistribuição de seus produtos
(OSI, [s. d.]).
As discussões sobre o modelo ideal de distribuição de softwares são
influenciadas por valores culturais e sociais, e por isso todas as propostas têm
prós e contras. No entanto, todas contribuem, cada uma à sua maneira, para
enriquecer a produção de conhecimento e a disseminação de informação.

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Fundamentos da Informática

Conclusão
Existem dois tipos básicos de software no mercado: o livre e o proprietário.
O software livre caracteriza-se por ter seu código fonte aberto (open source),
que é a linguagem em que ele foi programado. Isso dá aos usuários liberdade
para utilizar, copiar, distribuir, estudar, aperfeiçoar, modificar e redistribuir
um software. Porém, essa liberdade não vem necessariamente acompanhada
de gratuidade. Os programas chamados de livre comercial vêm sempre
atrelados a “pacotes” de outros programas ou hardware, agregando valor que
permite a cobrança.
Software gratuito não quer dizer software livre. Sem exibir o código fonte,
os produtos gratuitos trabalham com versões freeware e adware, permitindo
seu uso sem custo por determinado tempo ou com patrocínio de anunciantes.
Já o software proprietário concede uma licença de uso apenas, sem abrir
o código fonte. São os chamados “softwares de caixinha”, pois já vêm prontos
e impedem o usuário de fazer qualquer modificação ou personalização, exceto
por questões de usabilidade. Por serem produtos prontos, normalmente
oferecem versões shareware, demo e trial, que permitem “degustar” o produto
antes de decidir a compra.
Entidades como a Free Software Foundation (FSF) e a Open Source
Iniciative (OSI) contribuem para as discussões e soluções a respeito da
melhor forma de compartilhar o conhecimento e beneficiar usuários em
todo o mundo.

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9
Redes de computadores
e banco de dados

Ao interligar computadores em uma única rede, empresas


de diferentes portes podem manter seus funcionários em permanente
contato e colaboração, compartilhando documentos, aplicativos e
informações sem necessidade de utilizar meios físicos como pen drive,
CD ou DVD, nem recorrer ao email.
Aliado a isso, a implantação de bancos de dados permite
agrupar de maneira lógica todos os dados referentes a uma empresa,
garantindo acesso fácil e rápido a eles.
Esses dois poderosos processos corporativos – redes de
computadores e bancos de dados – aceleram o crescimento das
empresas em um tempo de globalização. À medida em que cresce
nossa capacidade de coletar, processar e distribuir informações,
torna‑se ainda maior a demanda por maneiras cada vez mais
sofisticadas, seguras e rápidas de fazer tudo isso.

LIvro fundamentos_informatica.indb 109 16/06/2015 15:19:23


Fundamentos da Informática

9.1 Redes de computadores


Pode-se atribuir o termo “rede de computadores” a dois ou mais compu‑
tadores que estejam interconectados e habilitados a trocar informações. Essa
conexão poderá ser realizada através de vários tipos de meios: par de fios, cabo
coaxial, fibra ótica, micro-ondas e wi-fi (sem fio). Além disso, os computa‑
dores devem possuir um processamento próprio, tornando-os independentes
um dos outros.
As redes de computadores cada vez mais fazem parte do cotidiano das
pessoas, que utilizam a interligação dos seus equipamentos para a comunica‑
ção pessoal e também como uma ferramenta de trabalho.

9.1.1 Tipos de redes de computadores


As redes estão divididas em três categorias conforme sua abrangência
geográfica:
22 rede local (LAN – Local Area Network): normalmente usada por
uma mesma empresa ou grupo de pessoas, interliga computadores
na mesma sala, edifício ou condomínio, em uma distância de até
10 km, com alta velocidade e baixas taxas de erro;
22 rede metropolitana (MAN – Metropolitan Area Network): interliga
computadores dentro de uma mesma cidade e arredores, possuindo
alcance de até 100 km;
22 rede de longa distância (WAN – Wide Area Network): mais pode‑
rosa, proporciona interligação entre computadores em cidades,
estados e até mesmo países diferentes, em distâncias superiores a
100 km. As redes de longa distância são oferecidas por empresas
especializadas em telecomunicações.
Também existe a rede de área pessoal (PAN – Personal Area Network),
que se destina a conectar todos os dispositivos que alguém usa individual‑
mente, através de conexão sem fio (usualmente com tecnologia bluetooth).
Celular, fone de ouvido, computador pessoal, tablet e outros aparelhos são
exemplos do que pode fazer parte da PAN.

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Redes de computadores e banco de dados

9.1.2 Tipos de interligação (topologia de rede)


A topologia de rede, ou como a rede é organizada do ponto de vista físico
e lógico, influencia pontos críticos de seu desempenho, como flexibilidade,
segurança e velocidade. Na hora de formar a rede, existem várias maneiras de
interligar os computadores, sendo as mais comuns as seguintes:
a. barramento: é um tipo de ligação multiponto em que há apenas
uma única via de conexão e o acesso é compartilhado entre todos os
computadores nela conectados. Por não haver hierarquia no envio
de dados nessa topologia de rede, pode ocorrer colisão e mistura de
dados durante a transmissão.
Figura 1  Topologia de rede em barramento.

b. anel: os computadores são interligados em sequência na forma de


um anel. As informações trocadas entre os computadores são prefe‑
rencialmente unidirecionais, mas podem ser em qualquer direção.
Um grande problema desse tipo de topologia de rede é que, se um
falhar, toda a comunicação pode ser comprometida.
Figura 2  Topologia de rede em anel.

–  111  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 111 16/06/2015 15:19:24


Fundamentos da Informática

c. estrela: este é um modelo de ligação ponto a ponto,com um geren‑


ciador central pelo qual passa toda a comunicação. Isso garante que
toda informação enviada seja entregue corretamente ao seu destino.
Esse tipo de topologia de rede é o mais usado atualmente.
Figura 3  Topologia de rede em estrela.

Para cada topologia de rede, existem diferentes meios de transmissão.

9.1.3 Meios de transmissão em redes de computadores


Computadores, impressoras e outros tipos de hardware e periféricos
transmitem dados entre si por meio de um sistema físico formado por cabos,
que podem ser de três tipos:
a. cabo coaxial: é um cabo de cobre revestido de uma malha ou trança
metálica isolante que conduz sinais elétricos;

Fonte: Shutterstock.com/ra3rn Fonte: Shutterstock.com/I. Pilon

b. cabo de pares trançado: são cabos entrelaçados em forma de

–  112  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 112 16/06/2015 15:19:26


Redes de computadores e banco de dados

espiral com a finalidade de isolar interferências de campos eletro


magnéticos quando há uma transmissão de dados na condução de
sinais elétricos. O máximo de comprimento de um cabo de pares
trançado é de 100 m;

Fonte: Shutterstock.com/deepspacedave Fonte: Shutterstock.com/titelio

c. cabo de fibra óptica: são cabos que transmitem dados por meio de
feixes de luz e que podem chegar a grandes distâncias. Seu revestimento
é feito de uma mistura de vidro, plástico e outros componentes.

Fonte: Shutterstock.com/zentilia Fonte: Shutterstock.com/Datskevich Aleh

Saiba mais
Outro meio físico de comunicação é o ar -- as chamadas redes
wireless (sem fio) utilizam ondas de rádio digital, satélites e
espectro de difusão para transmitir dados a grandes distâncias
e em grandes velocidades. Já o que se chama de wi-fi é um
padrão de rede sem fio para curta distância, utilizado em resi‑
dências, escritórios, restaurantes etc.

9.1.4 Dispositivos de transmissão de dados


Para auxiliar a comunicação entre computadores, impressoras, scanners,

–  113  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 113 16/06/2015 15:19:32


Fundamentos da Informática

etc., existem dispositivos que facilitam e aceleram a transmissão de dados, e que


atuam de modo ativo ou passivo. Os dispositivos ativos são equipamentos de rede
que têm regras pré definidas, podendo escolher o melhor caminho de trans-
missão; já os passivos são equipamentos sem regras pré definidas que funcionam
somente como um elo entre outros dispositivos. Esses dispositivos são:
a. pontes (bridges): têm como objetivo expandir ou segmentar uma
rede de computadores que usam o mesmo protocolo. Oferecem
suporte a diversos tipos de protocolos de rede;
b. roteadores (routers): têm como objetivo interligar redes de
computadores fisicamente distintas, determinando por qual
caminho a informação deve seguir para chegar ao seu destinatário;

Fonte: Shutterstock.com/alexRem

c. repetidores (repeaters): têm como objetivo regenerar o sinal


atenuado pela distância, ou seja, aumenta a potência do sinal para
que consiga atingir grandes distâncias;
d. concentrador (hub): tem como finalidade inter ligar vários computadores
entre si. Por não comportar grandes volumes de dados, é recomen-
dado para redes pequenas. Isso ocorre pelo fato de receber um sinal de
um computador e enviálo a todos os outros computadores da rede;

Fonte: Shutterstock.com/alarich

–  114  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 114 16/06/2015 15:19:34


Redes de computadores e banco de dados

e. comutador (switch): é semelhante ao hub, com a diferença de que é


otimizado, ou seja, o sinal recebido por ele é enviado para um com‑
putador específico, sem que os outros recebam essa informação.

Fonte: Shutterstock.com/Sergii Korolko

Saiba mais
Na comunicação entre esses dispositivos, temos quatro tipos
de envio de dados: anycast, em que a informação é enviada
e distribuída ao receptor mais próximo definido pelo roteador;
broadcast,em que a informação é transmitida a muitos receptores
ao mesmo tempo; multicast, em que a informação é enviada a
vários receptores simultaneamente, utilizando a melhor estratégia
de roteamento; e unicast, em que a transmissão da informação é
feita a um único receptor (Wikipedia, [s. d.]).

9.2 Bancos de dados


A tecnologia para comunicação entre computadores caminha lado a
lado com as soluções cada vez mais sofisticadas para armazenar e manipular
dados. Com aplicações mais ou menos complexas, os bancos de dados são
ferramenta indispensável no mundo corporativo, pois permitem a geração de
informações de vital importância para a gestão do negócio.
Um banco de dados é um conjunto de dados de mesma natureza,
guardados em um mesmo local e sob um mesmo padrão de armazenamento,

–  115  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 115 16/06/2015 15:19:35


Fundamentos da Informática

cuja manipulação permite gerar informação. A preocupação com a integridade e


a segurança dos dados, bem como a padronização da semântica, é o que orienta
um banco de dados.

9.2.1 Tipos de banco de dados


Existem quatro tipos básicos de bancos de dados: hierárquico, em
rede, relacional e orientado ao objeto. Os dois primeiros estão praticamente
em desuso. Os outros dois servem a Sistemas Gerenciadores de Bancos de
Dados (SGBD), como MySQL ou PostgreSQL. Os SGBD começaram a ser
desenvolvidos na década de 60 e são um conjunto de programas que permite
ao usuário acessar e manipular os dados.
a. hierárquico: é organizado de cima para baixo, como uma árvore. Os
registros são formados por campos, e cada campo pode conter apenas
um valor. Esses registros se conectam por ligações. Os registros obe‑
decem a uma subordinação – cada registro “pai” pode ter mais de um
“filho”, mas cada “filho” só pode ter um “pai. Por exemplo, o regis‑
tro “cliente” é formado pelos campos “nome” e “endereço”. O registro
“encomenda” tem os campos “tipo de produto” e “quantidade”. Então,
o registro “pai” (o cliente) pode ter mais de um “filho” (mais de uma
encomenda), mas cada “filho” (a encomenda) só pode ter um “pai” (o
cliente que fez o pedido). Essa estrutura de árvore é difícil de gerenciar
quando aumenta muito o volume de dados.

Departamento

31 Pessoal 142 35 Financeiro 143 38 Técnico 144

Empregado

012 M. Santos 320 028 S. Silva 118 029 T. Melo 425


087 J. Furquin 370 093 P. Ferreira 135 098 R. Silva 226
073 F. Prates 497

b. rede: é semelhante ao modelo hierárquico, com o diferencial de que

–  116  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 116 16/06/2015 15:19:35


Redes de computadores e banco de dados

cada registro pode ser subordinado a mais de um registro (como se


fosse um “filho” ligado a mais de um “pai”);
Empregado
012 M. Santos 320
Departamento 087 J. Furquin 370
31 Pessoal 142 028 S. Silva 118
35 Financeiro 143 093 P. Ferreira 135

38 Técnico 144 029 T. Melo 425


098 R. Silva 226
073 F. Prates 497

c. relacional: os dados são armazenados em tabelas, formadas por


linhas e colunas, e apresentados por meio de relações. Ao contrário
do modelo hierárquico, em que é preciso começar pela raiz da
“árvore”, no modelo relacional pode-se fazer perguntas e colher
respostas em qualquer ponto.
Empregado
Num Empregado Nome Empr Salário Departamento
012 M. Santos 1020 012
087 J. Furquin 980 027
028 S. Silva 789 011
093 P. Ferreira 852 013
029 T. Melo 825 009
098 R. Silva 1520 014
073 F. Prates 980 026
Departamento
Num Departamento Nome Departamento Ramal
31 Pessoal 142
35 Financeiro 143
38 Técnico 144

–  117  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 117 16/06/2015 15:19:36


Fundamentos da Informática

d. orientado a objetos: um objeto é definido por um conjunto de


dados (atributos) e códigos (métodos). O estado de cada objeto é
determinado por suas propriedades, que podem ser seus atributos
próprios, as operações que pode executar ou as relações com outros
objetos. Esse tipo de banco de dados é bastante adequado para
tratar dados complexos (gráficos, textos, imagens).

Estacionamento
+ Endereço: String
+ Qtd vagas: int

Funcionário
+ Matrícula: int
- Data de admissão: Date
Cliente
+ Consultar vagas (): String
+ Cadastra veídulo (): String + Nome: String
+ emiti ticket(): String
+ Mamter tab de Pre (): String + CPF: int
+ Gerar Relatorio (): String

Veículo
+ Tipo: String
+ Placa: int

–  118  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 118 16/06/2015 15:19:36


Redes de computadores e banco de dados

9.2.2 Usuários de banco de dados


Para manipular um banco de dados, existem diferentes perfis de usuários,
com atribuições e permissões de acesso distintas. A Wikipédia define essas
funções como:
a. administrador de banco de dados (data base administrator – DBA):
tem a função de supervisionar e gerenciar os recursos fornecidos
que são utilizados pelo banco de dados, além de permitir ou não,
por parte dos usuários, o acesso aos dados;
b. analistas de banco de dados: são os projetistas, que montam a
estrutura mais adequada para o armazenamento dos dados. Têm
uma proximidade maior com os usuários finais para poder moldar
o banco de dados, de acordo com o que necessitam;
c. usuários finais: são as pessoas que utilizam o banco de dados para
inserir dados, consultar, modificar e gerar algum tipo de relatório.

9.2.3 Sistema de Gerenciamento


de Banco de Dados (SGBD)
É uma coleção de programas que facilita a manipulação de uma base de
dados. As principais funções de um SGBD são:
a. controle de redundância: evita que a mesma informação seja
gravada em locais diferentes, o que ocasionaria um problema na
atualização dos dados;
b. compartilhamento de dados: utiliza-se de um ambiente multiusu‑
ário em que os dados são compartilhados em acessos simultâneos;
c. controle de acesso: cada usuário tem um tipo de permissão para
acesso ao banco de dados, definido pelo administrador (DBA);
d. controle de transações: toda transação deve ser realizada sem
falhas ou interrupções, como, por exemplo, a atualização de uma
conta bancária;
e. múltiplas interfaces: há possibilidade de se programar, realizar consu-
ltas e interagir por meio de menus em linguagem de fácil compreensão;

–  119  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 119 16/06/2015 15:19:36


Fundamentos da Informática

f. relacionamento entre dados: os dados são variados e estão


interconectados de várias maneiras, representando um complexo
relacionamento entre si;
g. backup: recupera falhas e possibilita uma cópia de segurança da
base de dados, para não haver perda.
Podese observar que um SGDB tem várias funcionalidades para que a
informação, que é o principal objeto de armazenamento, esteja segura e possa
ser facilmente acessada e utilizada.

Saiba mais
Hoje, no mercado, temos muitos SGBDs de grande poder de
armazenamento e segurança, como MySQL, PostgreSQL,
Oracle, SQL Server e outros.

Na próxima seção, veremos como é feita a manipulação e definição dos


dados por meio de comandos que utilizamos para ajudar na construção de
uma tabela de geração de informação.

9.2.4 Structured Query Language (SQL)


A tarefa de manipular dados em um SGBD tornou-se extremamente
complexa e exigiu uma solução que combinasse comandos lógicos e
facilidade de uso pelos profissionais e usuários. Assim, a IBM desenvolveu,
em meados dos anos 60 do século XX, o Structured Query Language (SQL),
uma linguagem capaz de funcionar como interface e “ponte” entre o usuário
e o SGBD.
O SQL é composto de uma série de comandos, como “palavras de
ordem” (todas de língua inglesa), que servem para:
22 manipulação – chamado de DDL (Data Definition Language),
inclui os comandos create e drop;
22 definição de dados – chamado de DML (Data Manipulation Lan-
guage), como o insert, update, delete e select;

–  120  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 120 16/06/2015 15:19:36


Redes de computadores e banco de dados

22 controle de dados – chamado de DCL (Data Control Language),


tem termos como grant e revoke e ajuda os usuários a construir
tabelas e gerar informação coerente.
O SQL também permite que sejam executadas tarefas como a gravação/
atualização de dados e o cancelamento de uma operação. Por exemplo, quando
um dado é gravado, a confirmação dessa gravação é dada pelo comando
commit. No entanto, se houver uma falha no momento dessa gravação, o
sistema retorna ao passo anterior graças ao comando rollback.
As características da linguagem SQL possibilitam:
22 a manipulação de várias tabelas;
22 a união de uma instrução SQL dentro de outra instrução SQL;
22 o uso simples, sem a necessidade de especificar o método de acesso
aos dados;
22 o acesso de vários usuários, com diferentes funções e permissões
(administrador do banco de dados, especialista de banco de dados,
programadores, usuário final);
22 a utilização de uma interface para o uso interativo com o banco
de dados.

Conclusão
Uma rede é um conjunto de computadores e outros dispositivos
interligados entre si, mesmo que distantes geograficamente, visando ao
compartilhamento de recursos e de informações.
As redes são classificadas de acordo com a distância entre os computadores
conectados a ela e recebem a denominação de redes locais (LAN – Local Area
Network), redes metropolitanas (MAN – Metropolitan Area Network) e redes
geograficamente distribuídas (WAN – Wide Area Network).
Para estabelecer a conexão entre os computadores de uma rede, podem
ser utilizadas as ligações em barramento, anel, ou estrela, com o suporte
de um sistema físico que se utiliza de cabos coaxiais, trançados ou de fibra

–  121  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 121 16/06/2015 15:19:36


Fundamentos da Informática

ótica, pelos quais os dados são transmitidos.


O armazenamento e manipulação de dados cada vez mais complexos
e em quantidades cada vez maiores é outra demanda do mundo
contemporâneo, que é atendida pelos Sistemas de Gerenciamento de Banco
de Dados (SGBD). Podendo ser montados de várias maneiras (hierárquico,
rede, relacional e orientado ao objeto), os bancos de dados são manipulados
por diferentes perfis de usuários, cada qual com uma permissão de acesso,
do administrador com plenos poderes (DBA – data base administrator) até o
usuário final, que tem direito de fazer apenas consultas.
Como uma coleção de programas que facilita a manipulação de uma
base de dados, o SGBD tem funcionalidades como evitar a gravação de dados
em duplicidade, oferecer múltiplas interfaces e gerar uma cópia de segurança
(backup) de tudo o que é gravado.
Para que o usuário e o banco de dados “conversem” em uma mesma
linguagem, foi criado o Structured Query Language (SQL), com comandos de
fácil entendimento para manipulação, definição e controle dos dados.

–  122  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 122 16/06/2015 15:19:36


10

Internet: navegação e
busca de conteúdo

A internet é uma fonte riquíssima de conhecimento e


informações sobre os mais diversos assuntos, além de servir
como entretenimento e interação social. Saber utilizar todo o seu
potencial, aprendendo a “navegar” de maneira produtiva e eficiente
e a fazer buscas organizadas desse amplo conteúdo, é um diferencial
importante na vida profissional e que pode ser adotado também na
vida pessoal.

LIvro fundamentos_informatica.indb 123 16/06/2015 15:19:39


Fundamentos da Informática

10.1 História da internet


A internet é uma rede mundial de computadores – World Wide Web
(www) – que interliga computadores no mundo todo. Os serviços da internet
são padronizados e utilizam o protocolo de comunicação TCP/IP, garantindo
serviços de conexão compatíveis a todos os usuários, independente do tipo de
equipamento ou software que utilizam.
A internet nasceu a partir de um projeto da agência norteamericana
ARPA (Advanced Research and Projects Agency), que tinha o objetivo de
conectar os computadores de bases militares e centros de pesquisa. A primeira
experiência com essa conexão, batizada de ARPANET, se deu em 1969 e
reuniu quatro instituições de ensino nos Estados Unidos: Universidade da
Califórnia/Los Angeles (UCLA), Universidade da Califórnia/Santa Bárbara,
Universidade de Utah e o Instituto de Pesquisa de Stanford.
Colocado à disposição de cientistas e pesquisadores dessas instituições,
esse projeto resultou em uma intensa atividade de pesquisa e estudos sobre
as possibilidades de conectividade durante a década de 70 do século XX.
Embora sua origem tenha sido ligada a questões militares, o envolvimento
de um número crescente de universidades ampliou de tal forma a demanda
que foi necessário adotar um novo conjunto de protocolos de comunicação –
TCP/IP, que até hoje é a base da internet.
Em 1985, a entidade norteamericana National Science Foundation
(NSF) interligou os supercomputadores de seus centros de pesquisa,
originando a rede conhecida como NSFNET, que foi conectada à ARPANET
no ano seguinte. Esses computadores interligados formaram um backbone
(espécie de espinha dorsal da rede). A partir desta interligação, esta estrutura
passou a ser chamada oficialmente de “INTERNET”.
Em 1990, o backbone ARPANET foi desativado, criando-se em seu
lugar o backbone DRI (Defense Research Internet). Entre 1991 e 1992, a
Advanced Network and Services (ANS), organização dedicada a aprimorar a
educação por meio da tecnologia,desenvolveu um novo backbone, chamado
de ANSNET, que passou a ser o backbone principal da internet. Na Europa
foi iniciado o desenvolvimento de um backbone conhecido como EBONE,
que interligava alguns países europeus à internet.

–  124  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 124 16/06/2015 15:19:39


Internet: navegação e busca de conteúdo

De 1993 em diante, a internet deixou de ser apenas acadêmica e passou


a ser explorada comercialmente, seja na construção de novos backbones por
empresas privadas, seja para o fornecimento de serviços diversos. Esse fato
ocorreu no mundo todo.
A internet chegou ao Brasil em 1988, por iniciativa da comunidade
acadêmica. Trabalharam em conjunto a Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo(FAPESP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC),
também do Rio de Janeiro.
Em 1989 foi criada, pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, a Rede
Nacional de Pesquisas (RNP), cujo objetivo era iniciar a disponibilização de
serviços de acesso à internet no Brasil. Para isso foi instalado o backbone RNP,
que interligava instituições de ensino à internet.
O RNP interligava 11 estados a partir de Pontos de Presença (Point of
Presence – POP) implantados nas capitais. Adicionalmente, foram criados
alguns backbones regionais ligados a esses pontos de presença, a fim de
conectar instituições de outras cidades à internet.
A exploração comercial da internet no Brasil começou em dezembro de
1994, partindo de um projeto da Empresa Brasileira de Telecomunicações
(Embratel). O acesso à internet era feito por linha discada (como usar um
telefone) e, a partir de abril de 1995, passou a ser por meio de acesso dedicado
via Rede Nacional de Comunicação de Dados por Comutação de Pacotes
(RENPAC). Paralelamente, a RNP iniciou um processo em etapas para a
expansão comercial da internet, que incluía um reforço no backbone RNP
para ampliar sua velocidade e o número de pontos de presença (POP) para
suportar o tráfego comercial das redes conectadas a esses POPs. Esse novo
backbone se chamava internet/BR.

10.2 Conexão
Para se conectar à internet, são necessários alguns procedimentos. Os
usuários domésticos e mesmo as organizações precisam de um provedor de
acesso, normalmente empresas que prestam esse tipo de serviço.

–  125  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 125 16/06/2015 15:19:39


Fundamentos da Informática

Os provedores têm acesso completo à internet, funcionando como


host (hospedeiro, em inglês). Eles “hospedam” as contas de pessoas ou
empresas que desejam manter websites, sites de e-commerce ou simplesmente
ter acesso à navegação usual e ao email. O equipamento do provedor possui
protocolo TCP/IP, detém um “endereço” permanente e exclusivo na internet
e pode executar aplicações que interagem diretamente com outras aplicações
em computadores na internet.
Já o usuário final tem acesso limitado. O computador não possui
protocolo TCP/IP, apenas conexão a um computador que possui acesso
completo à internet, ou seja, seu acesso à internet é indireto e depende de um
provedor. Com o interesse crescente das pessoas em se manterem conectadas
pela internet e da demanda acelerada das empresas pelo compartilhamento
de dados e acesso a informações, a procura por serviços de internet também
é intensa. A escolha do melhor provedor, porém, passa não só pela questão
do preço mas também por características adicionais como suporte online,
velocidade da conexão e estabilidade do sinal.
A internet deu seus primeiros passos a partir de cabos e fios. Apesar de soar
como algo bastante antiquado, esses tipos de conexão ainda são amplamente
utilizados, principalmente devido à alta velocidade obtida por algumas.

10.2.1xDSL
Digital Subscriber Line (DSL ou ainda xDSL) é uma tecnologia de
transmissão digital de dados, que utiliza a rede de telefonia para realizar a
interconexão entre computadores e está presente na maioria das residências.
Sua velocidade de transmissão varia de 128 kilobits por segundo (kbps) até
52 Megabits por segundo (Mbps).

10.2.2 Cabo
Este tipo de conexão entre computadores utiliza as redes de transmissão
de TV a cabo convencionais para a transmissão de dados em velocidades
que variam de 70 Kbps a 150 Mbps, fazendo uso da porção de banda não
utilizada pela TV a cabo.

–  126  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 126 16/06/2015 15:19:39


Internet: navegação e busca de conteúdo

10.2.3 Wi-fi
Wi-fi é uma tecnologia de comunicação que não faz uso de cabos ou
fios. Para ter acesso a uma rede wi-fi é necessário estar próximo da área de
abrangência de um ponto de acesso, que é o equipamento que faz a conexão
entre os computadores. Para utilizar, deve-se possuir um dispositivo de
transmissão junto ao computador ou equipamentos móveis, como notebooks,
tablets e smartphones. Normalmente as redes wi-fi são protegidas por senhas e
tornaram-se muito comuns não só em residências mas também em empresas
e lugares públicos como lojas, restaurantes e museus.

10.2.4 WAP
Wireless Application Protocol (WAP) é um protocolo para aplicações
que utilizam comunicações de dados digitais sem fio (internet móvel).
É um padrão internacional e foi desenvolvido para permitir a navegação
na internet com alguns recursos específicos para serviços móveis como
smartphones e tablets.

10.2.5 3G e 4G
3G é um padrão de comunicação de terceira geração de telefonia móvel
(celular). As redes 3G permitem telefonia móvel de longo alcance e acesso à inter‑
net em alta velocidade, já que as redes wi-fi ou WLAN têm uma ampla largura de
banda, mas são de curto alcance. Além disso, tanto wi-fi quanto WLAN foram
originalmente desenvolvidas para redes de dados, e também não se preocupam
com o consumo de energia, aspecto fundamental quando se usa aparelhos com
pouca autonomia.
Já o conceito 4G vai além de telefonia móvel, pois é mais do que uma
evolução dos padrões da telefonia celular existente. As novas tecnologias para
redes de banda larga móvel (sem fio) permitem o acesso a dados em dispositivos
que operam com IP. Atualmente há duas tecnologias que são mais exploradas
na indústria: WiMAX e LTE (Long Term Evolution); as duas necessitam de
orientações de uso de acordo com marcos regulatórios definidos pelos governos
e padronizações nas indústrias de hardware.
Os grandes atrativos do 4G são a convergência de uma grande variedade

–  127  –

LIvro fundamentos_informatica.indb 127 16/06/2015 15:19:39


Fundamentos da Informática

de serviços até então somente acessíveis na banda larga fixa, a redução de


custos e os investimentos para a ampliação do uso de banda larga.

10.3 Navegadores de internet (browsers)


Browser ou navegador é um software que permite o acesso e interpretação
de arquivos HTML, CSS, Javascript, entre outros, que são usados para exibir
o conteúdo das páginas da internet. O primeiro navegador foi criado em 1990
por Tim Berners-Lee, considerado o “pai da internet”. Naquele ano, Berners-
Lee já havia construído todas as ferramentas necessárias para o sistema: o
navegador, o servidor e as primeiras páginas web, que eram basicamente
textos descrevendo o próprio projeto.
Houve muitas mudanças desde o primeiro navegador e os atuais são
sofisticados programas capazes de interpretar diversos tipos de documentos
e enriquecer a chamada “experiência do usuário”, enquanto este faz buscas e
usufrui de diferentes conteúdos, incluindo vídeo e áudio.
Os principais navegadores encontrados no mercado são:
22 Internet Explorer (IE): Criado pela Microsoft, o IE já vem instalado
no sistema operacional Windows, usado pela Microsoft em seus
PCs (pocket computer, ou computador pessoal). Funciona também
nos computadores Mac (da concorrente Apple).
22 Firefox: Navegador criado pela Fundação Mozilla, tem código
aberto e é um dos principais programas de software livre na
atualidade. Pode ser instalado em sistemas operacionais Linux e
Windows, mas também funciona no Mac OS X.
22 Safari: Navegador padrão da Apple, que roda com o sistema
operacional Mac OS X (mas também tem uma versão para
Windows). Sua principal característica é a interface simples e
recursos como uma lista de leitura na qual o usuário pode salvar
uma página da internet para ler depois, mesmo offline. Tem uma
versão mobile para iPhone, iPod Touch e iPad.
22 Opera: É o único navegador do mercado que possui comandos por
voz. Lançado publicamente em 1996, é de uso gratuito e tem boa

–  128  –

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Internet: navegação e busca de conteúdo

penetração em dispositivos móveis como celulares e tablets. Não


está, porém, entre os mais populares do mercado.
22 Chrome: Lançado pelo Google em 2008, o Chrome tornou-se o
terceiro browser mais usado do mundo apenas dois anos depois. Em
2012, passou a ser o número um e não parou de crescer (enquanto
os outros perdiam terreno), segundo a StatCounter, detendo 44%
do mercado em dezembro de 2013. Entre seus diferenciais, estão
a barra de endereços com recurso de completar automaticamente,
direcionamento automático para a versão no idioma do usuário
quando um site em outro idioma é acessado, e ferramentas para
desenvolvedores de sites.

Saiba mais
Um comparativo sobre os navegadores pode ser encontrado
no site especializado em tecnologia TechTudo: http://www.
techtudo.com.br/artigos/noticia/2011/03/comparativo-entre-o‑
-internet-explorer-9-e-seus-concorrentes.html. (em 19/03/2013)

10.4 Sites
Website ou simplesmente site (pronuncia-se “saite” e significa “local,
posição”, em inglês) é um conjunto de páginas da internet. Quando a internet
(World Wide Web) foi criada, ela recebeu esse nome porque se assemelhava
a uma teia (web, em inglês). Cada nó dessa teia é um local (virtual) com
conteúdos, daí o nome website (local na teia).
Cada site possui um endereço eletrônico chamado de domínio. As
páginas são escritas em uma linguagem chamada HTML, também podendo
conter partes escritas em outras linguagens como java, php, asp, entre outras
linguagens e aplicações.
A página pode conter textos, fotos, áudio e vídeo dispostos de tal
forma que possam ser lidos como se fosse uma página de jornal ou revista.
O conteúdo dessas páginas varia de acordo com a mensagem que se quer

–  129  –

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Fundamentos da Informática

transmitir – notícias, entretenimento, venda de produtos, apresentação


institucional de uma empresa ou profissional,etc.
Os sites podem ser estáticos ou dinâmicos:
22 Estático: site mais simples, mais rápido e mais leve, ideal para
quem não precisa alterar o conteúdo com frequência, pois qualquer
modificação depende do acesso ao código-fonte (normalmente res‑
ponsabilidade de um programador).
22 Dinâmico: permite atualizar o seu conteúdo de maneira simples e
rápida, sem depender de um programador ou webdesigner. Pode-se
fazer modificações, criar novas páginas e fazer mudanças simples
no visual. Uma desvantagem é que são mais “pesados” no servidor
e demoram mais para carregar. Exemplos são os blogs concebidos
em wordpress ou joomla.

10.4.1 URLs
URL (Uniform Resource Locator, ou Localização-padrão de Recursos) é o
“endereço” que especifica a localização na internet das páginas ou conteúdos
que se quer acessar. Os primeiros caracteres do endereço especificam o
protocolo, ou o tipo de transação de informação que se dará.
As URLs são guiadas por protocolos, uma espécie de conjunto de
regras que governa a comunicação e a transferência de dados entre sistemas
computacionais. Um dos protocolos mais comuns é HTTP (HyperText
Transfer Protocol – protocolo de transferência de hipertextos)que orienta a
comunicação entre o usuário e o servidor da web. Em outras palavras, é o
que interpreta a pergunta ou demanda do usuário e lhe devolve uma resposta
(um conteúdo de site, por exemplo). Essa linguagem baseada em regras
estabelecidas é entendida por todos os computadores. Por exemplo, http://
www.microsoft.com é a página da Microsoft.
Os sites onde são utilizadas senhas, números de cartão de crédito e
outras informações sigilosas (bancos, compras online, email) encontram-se
em outra categoria, com o protocolo HTTPS (HyperText Transfer Protocol
Secure). É uma camada adicional de segurança em que a informação só circula
criptografada, de forma segura, para evitar que seja visualizada por terceiros.

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Internet: navegação e busca de conteúdo

Outro tipo de protocolo é o FTP (File Transfer Protocol – protocolo


para transferência de arquivos), utilizado para acessar e transferir arquivos,
especialmente os maiores e mais pesados.
Existem vários outros protocolos para executar diferentes atividades.

10.5 Comércio eletrônico


Comércio eletrônico é a tradução para electronic commerce ou
e-commerce, termo empregado para identificar um sistema destinado
a permitir transações comerciais com auxílio da tecnologia. Os sites de
e-commerce tem programação especial que garante o sigilo das informações
financeiras durante o processamento e transmissão dos dados, e são uma
alternativa moderna de comércio.
Vantagens:
22 acesso a um mercado sem fronteiras;
22 apresentação de produtos e serviços em uma loja virtual;
22 aumento da produtividade, da competitividade e da qualidade;
22 serviços permanentemente disponíveis;
22 maior eficiência na distribuição dos produtos;
22 redução dos custos de transação;
22 estímulo ao empreendedorismo (novas empresas, novos serviços e
novos modelos de negócio, com custos mais baixos do que manter
uma estrutura física).
Desvantagens:
22 dependência excessiva das tecnologias de informação e comunicação;
22 elevado custo das telecomunicações;
22 insegurança com transações e pagamentos eletrônicos, com eventual
vazamento de dados pessoais sigilosos;
22 cultura de mercados avessos às formas de comércio eletrônico;

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LIvro fundamentos_informatica.indb 131 16/06/2015 15:19:39


Fundamentos da Informática

22 dúvida quanto à jurisdição e lei aplicável.


O pagamento eletrônico exige requisitos de segurança e representa risco
tanto para o vendedor (não receber o dinheiro) quanto para o comprador
(não receber a mercadoria pela qual pagou, impossibilidade de saber se suas
informações pessoais e financeiras foram tratadas confidencialmente, etc).
No entanto, é um modelo de negócio que ganha cada vez mais espaço,
por permitir equidade social (qualquer um pode comprar online), oferecer
produtos e serviços em quantidade ilimitada sem ter que dispor de espaço
físico para armazená-los, estar disponível em tempo integral e em qualquer
lugar do mundo, desde que o usuário tenha acesso à internet e condições
de pagamento.

10.5.1 Infraestrutura para negócios virtuais


A informação é um dos bens mais valiosos de uma empresa. Com o
crescente processo de informatização e de circulação de informações por meio
eletrônico, também aumentou a vulnerabilidade das organizações. Por isso,
é preciso blindá-la contra o vazamento de informações sigilosas, o ataque de
hackers (especialistas em programação capazes de decodificar senhas e pene‑
trar em redes corporativas) e a espionagem de concorrentes.
Assim, para que as empresas aproveitem todo o potencial da internet mas
preservem a segurança de seus negócios virtuais, é necessário planejar questões
técnicas de infraestrutura: confiabilidade, disponibilidade, contingência,
redundância e integridade.
A segurança da web é sempre uma temática em pauta, já que é comum
ouvir falar em fraudes que permeiam a rede. Na opinião de Andrew Tanen‑
baum (Tanenbaum,1997), “atualmente, como milhões de cidadãos comuns
estão usando as redes para executar operações bancárias, fazer compras e
arquivar suas devoluções de impostos, a segurança de redes está despontando
no horizonte como um problema em potencial”.
Uma das ferramentas para garantir a segurança da informação
é a criptografia, por meio da qual se codifica um texto ou conteúdo,
impossibilitando uma pessoa que não tenha a “chave” de decifrar o conteúdo.
A maioria dos sistemas operacionais e aplicativos pode aceitar facilmente

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LIvro fundamentos_informatica.indb 132 16/06/2015 15:19:39


Internet: navegação e busca de conteúdo

as configurações de criptografia, que são acessíveis a usuários mesmo sem


conhecimento de programação.
De acordo com Aguinaldo Aragon Fernandes e Vladimir Ferraz de
Abreu, que se dedicam a estudar a governança de TI, “no mundo interligado
da internet, a gestão de TI também ficou mais complexa e a infraestrutura de
TI sofre riscos diários de intrusão visando o ‘roubo’ de dados e a disseminação
de códigos maliciosos e vírus, o que pode afetar, sobremaneira, a operação da
empresa” (Fernandes; Abreu, 2008). Nesse meio tempo, um planejamento de
redes para a internet deve ser feito para que a empresa não comprometa o sigilo
de seu negócio ao utilizar a web como meio de comunicação e integração.
Ravi Kalakota e Andrew Whinston, na obra Frontiers of E-Commerce, de
1996 (1996 apud Albertin; Moura, 1998), afirmam que a ameaça de segurança
é definida como uma circunstância, condição ou evento com potencial de
causar danos em dados ou recursos de rede, na forma de destruição, exposição,
modificação de dados, negação de serviço, fraude, perda ou abuso.
O conceito de confiabilidade está relacionado à possibilidade de algo
falhar – o que o torna, portanto, não confiável. Diz João Roberto Loureiro
de Mattos (Mattos, 2005): “qualquer máquina ou organismo é inconfiável,
no sentido de que pode falhar sem aviso prévio. Alguns falham menos, outros
mais, mas todos falham”.
Poder confiar na eficiência e segurança de um sistema é crucial quando
se fala na aplicação da tecnologia no e-commerce, pois disso depende
a continuidade do negócio. É o mesmo que dizer, por exemplo, que se a
informação deixa de circular corretamente e em tempo hábil na cadeia de
suprimentos informatizada de uma indústria, toda a produção pode ficar
comprometida, e consequentemente o faturamento da organização.
Assim, garantir a confiabilidade dos sistemas eletrônicos é uma decisão
importante de investimento, e devem ser feitos testes exaustivos antes da
migração total do processo convencional para o virtual.
O conceito de disponibilidade tem a ver com a possibilidade de o
usuário acessar um site e seus serviços onde e quando desejar. Quando se
cria um projeto de e-commerce, é preciso ter em mente que a operação
deve funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano.

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LIvro fundamentos_informatica.indb 133 16/06/2015 15:19:39


Fundamentos da Informática

O site precisa estar “no ar” em tempo integral, bem como os processos
aliados a ele (compra por um sistema criptografado, logística de entrega,
pós-venda etc).
É a área de gestão de negócios da empresa, junto com a de Tecnologia
de Informação (TI), que deve se responsabilizar pelo planejamento de
como garantir essa disponibilidade. Um dos pontos desse planejamento é a
contingência, ou seja, um plano alternativo para garantir que tudo funcione
a contento caso haja algum problema na operação, para que as soluções
baseadas em internet não sejam interrompidas. Fazendo uma analogia, é
como se um executivo fosse fazer uma apresentação e, além de tê-la em seu
computador pessoal (notebook), também a carregasse em um pen-drive e a
tivesse também guardado em um site de armazenamento na internet. Assim,
se um dos processos falhar, ainda assim ele será capaz de acessar os dados para
sua apresentação.
Outro ponto importante quando se tem alto grau de informatização em
um negócio baseado na web é a redundância-- criar caminhos distintos para
realizar uma mesma coisa. De modo análogo, uma empresa de logística que
presta serviços de transporte a uma indústria, por exemplo, tem mais de um
caminhão para garantir que, se um falhar, outro o substitua, assegurando o
cumprimento do prazo de entrega de produtos.
O princípio da integridade diz respeito à qualidade das informações,
isto é, no momento em que os processos organizacionais migram para o
ambiente web, é fundamental precaver-se para garantir que as informações
que estarão no sistema sejam verdadeiras. Quando ocorre uma alteração não
autorizada em um documento, ele perde sua integridade. Por exemplo, se
durante o acesso ao cadastro de um cliente no sistema de vendas da empresa
o CPF desse cliente é apagado, e depois o cadastro dele aparece com outro
CPF quando acessado pelo setor financeiro, significa que há um erro, que a
informação não está íntegra (completa, correta e confiável).
O comércio eletrônico ou virtual é uma alternativa cada vez mais popu‑
lar de comércio e tende a aprimorar seus processos de preço, qualidade,
prazos de entrega e satisfação do cliente. No entanto, certamente ainda não
ultrapassará o volume de vendas do comércio tradicional (em lojas físicas) em
um futuro próximo.

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Internet: navegação e busca de conteúdo

10.6 Busca de conteúdo


Os sites de busca, também conhecidos como buscadores, motores de
pesquisa (search engine), mecanismos de busca ou ferramentas de busca,
auxiliam os usuários (internautas) a encontrar o que desejam na internet.
As ferramentas de busca mais populares internacionalmente são o
Google (que responde por cerca de 67% das buscas feitas na internet no
mundo todo), o Bing e o Yahoo, mas ainda mostram números expressivos o
Yandex, o site de buscas mais popular da Rússia, e o Baidu, site mais acessado
na China. O mercado oferece outras alternativas menos utilizadas. O Brasil
ainda dispõe das ferramentas Cadê (atualmente Yahoo Brasil) e Achei, mais
voltado para compras e serviços.
O processo de busca é simples: depois de acessar o site, basta o
usuário digitar uma palavra-chave relacionada ao que está procurando,
clicar no botão de busca e em segundos ele tem na sua frente uma relação
de dezenas, centenas, milhares ou até mesmo milhões de sites sobre o
assunto pesquisado. Para afunilar os resultados, há estratégias de pesquisa.
Quase todas as ferramentas de busca montam um ranking de resultados
de acordo com um sofisticado algoritmo, e existem até mesmo técnicas
para “melhorar” a posição de um resultado nessa lista, chamadas de SEO
(Search Engine Optimization, ou otimização para motores de pesquisa).
(MOZ, [s.d.]).
Como é possível pesquisar e encontrar de tudo nesses sites – de lojas de
tintas a excursões para a África, de universidades estrangeiras a confeitarias
no seu bairro, de cursos de japonês ao último videoclipe do seu artista pre‑
ferido, de aulas de filosofia a receitas da culinária tailandesa --, não é difícil
entender por que os sites de busca estão entre os endereços mais visitados da
web. É impossível imaginar a internet sem eles.
Uma pesquisa do Instituto Qualibest realizada no Brasil entre
dezembro de 2012 e março de 2013 mostrou que 88% dos internautas
brasileiros têm como principal uso da internet a navegação em sites
de busca e o uso de e-mails. Mais: o brasileiro é um ser social – 84%
dos internautas do país acessam redes sociais como Facebook, Twitter,
LinkedIn e YouTube.

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Fundamentos da Informática


Alguns números sobre internet:
• 65% dos usuários no mundo acessam a
internet a partir de seus celulares
• 84% dos internautas brasileiros participam
de pelo menos uma rede social
• a navegação em sites de busca é a principal atividade
online para 88% dos internautas brasileiros

Acessar sites de busca a partir de celulares é uma prática cada vez mais
comum, segundo o GlobalWebIndex. Em 2013, 65% dos usuários (ou cerca
de 944 milhões de pessoas em todo o mundo) usaram seus smartphones para
essas pesquisas, número 19% superior ao do ano anterior.
Por que é importante para uma empresa figurar nos resultados mostra‑
dos por esses sites de busca?
22 Porque, para quem tem um computador conectado à internet,
pesquisar nos sites de busca é a maneira mais fácil, rápida e eficaz
de encontrar informações, produtos e serviços;
22 Porque cerca de 88% dos internautas utilizam os sites de busca para
encontrar o que procuram;
22 Porque aparecer nos resultados das buscas é a forma de divulgação
online mais eficiente e econômica para um site de negócios. O site
poderá ser visitado por clientes potenciais justamente no momento
que eles estão procurando por aquele produto e/ou serviço, e mais
dispostos a adquiri-lo.

10.6.1 Sites de busca: como estar bem posicionado


Especialistas em SEO (Search Engine Optimization, ou otimização para
motores de pesquisa) ensinam que o Google e outros sites de busca utilizam
fórmulas específicas para determinar a posição de determinado site nos resultados.
Do ponto de vista de negócios, quanto mais à frente no ranking, mais chance
uma empresa tem de ser encontrada – e mais chances tem de realizar vendas.

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LIvro fundamentos_informatica.indb 136 16/06/2015 15:19:39


Internet: navegação e busca de conteúdo

A relevância tem a ver com o conteúdo do site, que pode ser preparado
pensando em alguns fatores – e evitando outros que o “derrubam” nas pesquisas.
Para melhorar o posicionamento, há cinco providências (MOZ, [s.d.]):
22 utilização das palavras-chave no título;
22 utilização das palavras-chave no corpo (texto) da página;
22 relação do texto com as palavras-chave;
22 utilização das palavras-chave dentro de elementos <h1> (negrito);
22 palavras-chave presentes no domínio (endereço da internet)
22 utilização de metatags – linhas de código HTML ou “etiquetas”
que, entre outras coisas, descrevem o conteúdo de um site para
os buscadores.
Outros cinco pontos devem ser evitados (MOZ [s.d.]):
22 bloquear o servidor constantemente para o acesso dos robôs dos
sistemas de busca;
22 ter páginas internas com conteúdo duplicado ou muito similar ao
da página inicial (home page);
22 oferecer links que apontam para sites de baixa qualidade ou de
spam (propaganda indesejada);
22 título ou metatags duplicados nas páginas;
Também é possível determinar a posição no ranking com auxílio de
links patrocinados, que é uma espécie de anúncio no site de busca. Os links
patrocinados garantem que um site vai aparecer na primeira página da pes‑
quisa sobre o tema que interessa ao seu negócio, com clara indicação de que
é um anúncio e não fruto do algoritmo do buscador baseado em indicadores
como relevância e popularidade.

Conclusão
A internet é uma ferramenta indispensável no mundo contemporâneo
e figura como fonte de informações e pesquisa, entretenimento e educação.

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LIvro fundamentos_informatica.indb 137 16/06/2015 15:19:39


Fundamentos da Informática

O acesso a esses recursos depende de tecnologia adequada para conectar o


computador à rede mundial de computadores (World Wide Web), e são várias
as conexões possíveis, de cabo a redes sem fio.
“Navegar” nos sites requer familiaridade com os browsers ou navegadores,
e a quantidade gigantesca de informações disponíveis faz com que seja
indispensável se valer de uma ferramenta de pesquisa, sites especializados em
ajudar o usuário a encontrar os conteúdos que procura.
Essa pesquisa, no entanto, deve ser feita de forma criteriosa para que os
resultados sejam mais eficazes e o internauta não se perca. Para figurar em
melhores posições nos resultados mostrados pelos sites de busca, as empresas
precisam entender a lógica dos algoritmos por trás dos rankings e preparar seu
site com técnicas de SEO (Search Engine Optimization).
A internet também se presta para favorecer novos modelos de negócios,
baseados no comércio eletrônico, que deve seguir algumas regras para garantir
a qualidade do serviço.

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LIvro fundamentos_informatica.indb 138 16/06/2015 15:19:40


11
Conceitos e
componentes dos
sistemas de informação

A informação é o cerne de qualquer organização. É com


base nela que decisões são tomadas, novos negócios são planejados,
processos são estabelecidos, pessoas são contratadas, objetivos são
traçados e investimentos são executados. Para tanto, ela tem que ser
eficiente, precisa, significativa e útil.
Por causa disso, um dos maiores desafios dos chamados
sistemas de informação (SI) é assegurar a qualidade e agilidade
dessa informação, já que dela depende o crescimento e o sucesso de
qualquer empresa.

LIvro fundamentos_informatica.indb 139 16/06/2015 15:19:42


Fundamentos da Informática

11.1 Dados, informação e sistemas


Um dado é um elemento primário, que por si só não conduz à compre‑
ensão de um determinado fato ou situação. Ao processar esses dados, ou seja,
ao reuni-los, organizá-los e analisá-los, é que geramos uma informação útil,
conforme já vimos no capítulo 2 deste livro.
Assim, informação é um conjunto de dados com algum significado, ou
seja, que reduz a incerteza ou que aumenta o conhecimento a respeito de
algo. A informação é uma mensagem com significado útil em um determi‑
nado contexto, disponível para o uso e que proporciona orientação às toma‑
das de decisão.
Ralph Stair e George Reynolds afirmam, em sua obra Princípios de
Sistemas de Informação (Stair; Reynolds, 2002), que a informação é um
conjunto de fatos organizados de tal forma que adquirem valor adicional,
além do valor do fato em si. Isso significa que, na maioria das vezes, é mais
importante a maneira como uma informação é utilizada, ou o meio em que
é aplicada, do que o valor de seu conteúdo. Em outras palavras, a informa‑
ção é o dado trabalhado que permite tomar decisões.
Porém, para o processo de transformação de dado em informação, é
necessário o conhecimento. O conhecimento são regras e procedimentos usa‑
dos para selecionar, organizar e manipular os dados, para tornálos úteis e
para atingir um resultado específico (Stair; Reynolds, 2002). Em resumo,
a informação pode ser considerada um dado tornado mais útil por meio da
aplicação do conhecimento.
Já os sistemas são elementos interligados com a função de produzir ou
obter determinados objetivos ou resultados específicos.

11.2 Definição de sistemas de informação


Para Jane Price Laudon e Kenneth Laudon, ambos mestres e doutores em
sistemas de informação pelas renomadas universidades americanas Columbia,
Stanford e Harvard, sistemas de informação (SI) são “um conjunto de com‑
ponentes interrelacionados que trabalham juntos na coleta, recuperação, pro‑
cessamento armazenamento e distribuição de informações com a finalidade

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LIvro fundamentos_informatica.indb 140 16/06/2015 15:19:42


Conceitos e componentes dos sistemas de informação

de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo


decisório em organizações” (Laudon; Laudon, 2004).
O principal objetivo de um sistema assim é obter informações que possam
atender às necessidades de uma organização. Essas necessidades podem ser para
planejamento, controle de processos e tomada de decisões em diferentes âmbi‑
tos, em empresas públicas, privadas, escolas, departamentos de Governo etc.
Stair e Reynolds dizem que os SI são “uma série de elementos ou com‑
ponentes interrelacionados que coletam (entrada), manipulam e armazenam
(processo), disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um meca‑
nismo de feedback” (Figura 1) (Stair; Reynolds, 2002).
Figura 1  Atividades de um sistema de informação.

Ambiente

Entrada Processamento Saída

Feedback

22 Entrada (input): alimenta o sistema, captando e reunindo da-


dos primários.
22 Processamento: é a interação entre os dados que foram inseridos,
convertendo-os em saídas.
22 Saída (output): é o resultado do processamento, traduzido em
informações precisas, apropriadas e atuais.
22 Feedback: é uma forma usada para refinar ou ajustar se algo estiver
errado nos dados de entrada.
A qualidade da informação produzida a partir de dados brutos é mais
importante do que sua quantidade. Para que se garanta essa qualidade, é fun‑
damental avaliar os dados que se está inserindo – se eles têm utilidade, se há
dados demais ou, ao contrário, se são insuficientes. O quadro a seguir traz

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Fundamentos da Informática

alguns exemplos de sistemas de informação em uma empresa.


Quadro   Exemplos de sistemas de informação.

Funções
Componentes Dados Sistemas de informação
gerenciais
Administração Empregados, cargos, Folha de pagamento,
Pessoas
de RH qualificação, etc. plano de carreira, etc.
Contas a pagar, contas Contabilidade,
Administração
Dinheiro a receber, orça- custos, orçamento,
Financeira
mento, custos, etc. contas a pagar, etc.
Itens, fornecedores,
Administração Controle de estoques,
Materiais estoques, ordens
de Materiais controle de compras, etc.
de compra, etc.
Controle de
Administração Programas, roteiros sistemas, controle de
Sistemas
de Sistemas de operação, etc. operação, controle de
manutenção, etc.
Maladireta,
Administração Pesquisas, demandas,
Mercado reclamações,
de Marketing concorrentes, etc.
pesquisas, previsões, etc.
Administração Faturamento, estatísticas,
Clientes Clientes, vendas, etc.
de Vendas controle de metas, etc.
Fonte: adaptado de Moreira ([s.d.])

11.3 Componentes de sistemas de informação


Há três elementos que trabalham juntos para que um sistema de infor‑
mação exista: organizações, pessoas e tecnologias (Laudon; Laudon, 1999).

11.3.1 Organizações
As necessidades de gestão dos diversos aspectos que fazem parte da opera‑
ção diária de organizações de qualquer natureza (Governo, empresas privadas,
organizações não-governamentais etc.) modelam os sistemas de informação
(SI). São essas demandas e problemas, internos e externos, que determinam
o que precisa ser feito.

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Conceitos e componentes dos sistemas de informação

11.3.2 Pessoas
Em sistemas baseados em computador, as pessoas são o elemento mais
importante, pois são elas que gerenciam, programam e executam os proces‑
sos, administrando todo o SI.

11.3.3 Tecnologias
A tecnologia é o meio utilizado para transformar dados em informa‑
ções úteis. De maneira rudimentar, há sistemas manuais, com auxílio de
caneta e papel, mas bastante limitados à manipulação de uma quantidade
pequena de dados.
Com tecnologias mais sofisticadas, a sistematização de informações evo‑
luiu para o uso do computador como ferramenta. Os sistemas computadori‑
zados são compostos por hardware, software, banco de dados, comunicação
de dados ou redes de dados, pessoas e procedimentos (Stair; Reynolds, 2002).
22 Hardware: é o equipamento físico (computador) usado para
executar as atividades de entrada, processamento e saída em um
sistema de informação. Os dispositivos de entrada podem ser
teclado, mouse, câmera, microfone e vários outros. Os dispositivos
de processamento envolvem unidade central de processamento,
memória e armazenagem. Já os dispositivos de saída podem ser
monitor e impressoras.
22 Software: é um conjunto de instruções que faz o computador
funcionar. Consiste em programas que permitem ao computador
processar dados e executar tarefas exigidas pelos sistemas
de informação.
22 Banco de dados: é um sistema de armazenamento e organização de
dados que são utilizados no processamento (conforme já descrito
no capítulo 9).
22 Redes de dados: permitem a ligação de diferentes hardwares e são
usadas para conectar e transferir dados de um ponto a outro. Uma
rede permite a ligação de dois ou mais hardwares independentemente
do local em que estejam (conforme já descrito no capítulo 9).

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Fundamentos da Informática

22 Pessoas: são todos os envolvidos com o sistema, ou seja, administra‑


dores, usuários, desenvolvedores, etc.
22 Procedimentos: são as instruções (estratégias, objetivos, métodos,
regras) para a operação do sistema.
Os sistemas de informação devem servir a um propósito maior do que
apenas executar tarefas bem definidas – sua missão mais nobre é fornecer
recursos às pessoas para que executem suas atividades de forma mais eficaz
e eficiente.
Quando implantam um SI, as empresas buscam alguns benefícios:
22 maior segurança
22 vantagens competitivas
22 menos erros
22 maior produtividade
22 redução de custos

Conclusão
Dados, por si só, não levam à compreensão de um determinado fato
ou situação. Somente quando processados – reunidos, analisados, transfor‑
mados – é que podem gerar informação, ou seja, um conjunto com algum
significado e que aumenta o conhecimento a respeito de algo. Um sistema
são elementos interligados com a função de produzir ou obter determinados
objetivos ou resultados específicos.
Os sistemas de informação (SI) dependem de equipamentos, pessoas,
meios de comunicação e uma série de normas e processos a fim de transfor‑
mar dados brutos em informação útil, que possa servir à tomada de decisões
nas empresas. Esses sistemas coletam dados (entrada), manipulam e arma‑
zenam (processo) e disseminam (saída) informações, fornecendo ainda um
mecanismo de feedback.
Três elementos compõem a estrutura de um SI: organizações (estrutu‑
radas e hierárquicas), pessoas (administradores dos SI) e tecnologias (meio

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Conceitos e componentes dos sistemas de informação

usado para transformar dados em informações úteis).


As tecnologias computadorizadas que hoje atendem as demandas do
mundo corporativo dependem de seis componentes: hardware (equipamento
físico usado para executar as atividades de entrada, processamento e saída
em um sistema de informação), software (conjunto de instruções que faz o
computador funcionar), banco de dados (sistema de armazenamento e orga‑
nização de dados que são utilizados no processamento), redes de dados (o que
permite a ligação de diferentes hardwares), pessoas (todos os envolvidos com
o sistema) e procedimentos (instruções para a operação do sistema).

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Fundamentos da Informática

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12

Sistemas de
informação: tipologia

Os computadores, no início, eram usados apenas para


aplicações simples nos negócios, como reduzir custos.
Os professores norteamericanos Jane Price Laudon e
Kenneth Laudon, ambos doutores em sistemas de informação,
descrevem as empresas como uma coleção de processos
interrelacionados que organizam, coordenam e têm foco no trabalho
necessário para produzir um produto e/ou serviço de qualidade.
Os sistemas de informação utilizados no universo corporativo
servem áreas funcionais específicas das organizações. Diversos tipos
de sistemas são desenvolvidos para resolver diferentes problemas em
diferentes níveis das organizações (Laudon; Laudon, 1999).

LIvro fundamentos_informatica.indb 147 16/06/2015 15:19:46


Fundamentos da Informática

12.1 Sistemas organizacionais


O uso dos sistemas organizacionais tem sido uma ferramenta muito
importante para as empresas na disputa por uma fatia de mercado em cenários
complexos e competitivos. Esses sistemas lidam com problemas internos e
externos e ajudam a programar as melhores decisões em relação à produção,
ao planejamento, ao desenvolvimento de produtos e novos negócios, ao
controle de processos e às operações gerenciais.
Uma organização, na opinião de James O’Brien, professor de Ciência da
Computação da Universidade da California em Berkeley, é um sistema em
que os recursos econômicos são transformados por processos organizacionais
em bens e serviços (O’Brien, 2004). Em outras palavras, uma organização se
baseia em processos de negócios interdependentes que trabalham para gerar
produtos e/ou serviços.
O papel dos sistemas de informação é agilizar os processamentos
operacionais, gerenciais e estratégicos nas organizações. Para a Sociedade
Brasileira de Computação, os sistemas de informação podem ser definidos como
“uma combinação de recursos humanos e computacionais que interrelacionam
a coleta, o armazenamento, a recuperação, a distribuição e o uso de dados com o
objetivo de eficiência gerencial (planejamento, controle, comunicação e tomada
de decisão) nas organizações. Adicionalmente, os sistemas de informação
podem também ajudar os gerentes e os usuários a analisar problemas, criar
novos produtos e serviços e visualizar questões complexas” (SBC, 1998).

12.1.1 Gestão da informação


Os sistemas organizacionais se baseiam em informação, que é um ele‑
mento crucial em todos os níveis hierárquicos de uma companhia e que per‑
mite o acompanhamento de processos, as operações diárias e a tomada de
decisões. O principal desafio é definir a informação correta, em tempo hábil
e no local adequado. Para tanto, é necessário que a empresa controle a busca,
a coleta e a manutenção de informações de qualidade sobre seu próprio negó‑
cio.
Essa estratégia é o que permite a uma empresa, também, conhecer
melhor o mercado e identificar as vantagens competitivas que podem ser

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Sistemas de informação: tipologia

exploradas, de modo a expandir e perpetuar seu negócio.


Segundo o professor francês François Jakobiak, autor de livros sobre
informação estratégica, inteligência econômica e inovação, a gestão da infor‑
mação pode ser dividida em quatro níveis: crítica, mínima, potencial e exces‑
siva (Jakobiak, 1995).
22 Informação crítica: vital para a organização, exigida para decidir
que ações devem ser tomadas para alcançar os objetivos prioritá‑
rios, fatores críticos de sucesso.
22 Informação mínima: essencial para uma boa gestão da organização
porque permite a execução de boas ações.
22 Informação potencial: possibilita antecipar e desenvolver vantagens
competitivas.
22 Informação excessiva: informação inútil para o desenvolvimento
da organização.
Define-se gestão da informação como a aplicação de princípios
administrativos para aquisição, organização, controle, transmissão e uso da
informação para o funcionamento das organizações (Tarapanoff, [s.d.]). A
gestão da informação preocupase com a qualidade, com o uso e a segurança
da informação no desempenho organizacional.
Dentro de uma organização, cada área tem diferentes interesses, neces‑
sidades e características, o que exige a adoção de diferentes tipos de sistemas
para gerenciar as informações.

12.2 Tipologia dos sistemas de informação


Existem vários tipos de sistemas de informação, cada qual com critérios
e combinações diferentes, de acordo com o objetivo que pretende alcançar.
Em comum, no entanto, todos eles têm o papel de apoiar a tomada de deci‑
sões e as atividades nos diferentes níveis e funções organizacionais.
Os quatro principais níveis de atuação dos sistemas de informação
podem ser vista na Figura 1.

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Fundamentos da Informática

Figura 1  Áreas de atuação dos sistemas de informação.

Fonte: adaptado de O’Brien (2004)


Segundo Jane e Kenneth Laudon, os principais tipos de sistemas são:
Sistemas de Processamento de Transações (SPT), Sistemas de Informação
Gerencial (SIG), Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), Sistemas de Apoio ao
Executivo (SAE), Sistemas de Automação de Escritório (SAE) e Sistemas de
Trabalhadores do Conhecimento (STC) (Laudon; Laudon, 1999).

12.2.1 Sistemas de Processamento de Transações – SPT


Esses sistemas trabalham no nível operacional da organização e respon‑
dem pelo processamento, execução, manutenção e registro das transações
organizacionais rotineiras, gerando relatórios utilizados por toda a empresa.


Exemplos de SPT: controle de estoque, ven-
das, contas a receber, folha de pagamento, etc.

Para que possa fornecer informações corretas e confiáveis, um SPT pre‑


cisa ser atualizado continuamente. Suas principais características, conforme
mostrado na Figura 2, são:

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Sistemas de informação: tipologia

22 entrada e alimentação de dados;


22 processamento e armazenamento de dados;
22 geração de documentos e relatórios.
Figura 2  Modelo de sistema de processamento e transação.

Fonte: Laudon; Laudon (1999).

12.2.2 Sistemas de Informação Gerencial – SIG


Esses sistemas de nível gerencial foram concebidos para produzir rela‑
tórios sobre áreas funcionais (contabilidade, finanças, marketing, vendas,
Recursos Humanos) com informações relevantes para gerentes de nível inter‑
mediário (Laudon; Laudon, 1999). Geralmente, dependem das informações
fornecidas pelo SPT (Figura 3).
Figura 3  Utilização dos dados gerados pelo SPT.

Fonte: adaptado de Laudon; Laudon (1999).

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Fundamentos da Informática

Os SIG geram relatórios estruturados e pré-definidos, que servem de


subsídio para que os níveis gerenciais tomem decisões sobre operações regula‑
res e cotidianas de uma empresa.

12.2.3 Sistemas de Apoio à Decisão – SAD


Também são sistemas que dão apoio e assistência ao nível gerencial, mas
para situações que se alteram com rapidez e para as quais não há um modelo ou
procedimento pré-definido. Os SAD auxiliam na tomada de decisão de curto
prazo para problemas complexos e específicos, com alto grau de imprevisibi‑
lidade. Com um SAD, por exemplo, é possível realizar de maneira informa‑
tizada um diagnóstico médico preliminar baseado nos sintomas do paciente,
ou planejar e monitorar a irrigação de um campo plantado (época, duração,
quantidade de água etc.) com base no cruzamento de dados de estações mete‑
orológicas. Ou seja, quando há cenários que mudam a todo instante, o SAD é
poderosa ferramenta para avaliar esse cenário e poder tomar a melhor decisão.

12.2.4 Sistemas de Apoio ao Executivo – SAE


Voltados à gerência de alto nível (estratégico), os SAE agrupam dados
de várias fontes (inclusive externas) e oferecem um ambiente complexo a ser
considerado, que inclui projeção de tendências, análise dos concorrentes e
redesenho de processos, dentro de uma abrangente visão mercadológica. Os
softwares que auxiliam nesse processo normalmente oferecem várias possibi‑
lidades de cruzamento de dados e projeção de resultados por meio da visuali‑
zação em gráficos, diagramas e outras simulações. Seu foco é o planejamento
estratégico e exige do profissional raciocínio lógico, avaliação e bom senso na
análise das informações e tomada de decisões.

12.2.5 Sistemas de Automação de Escritório – SAE


A produtividade é o foco dos SAE, que dão suporte aos usuários para a
organização diária, principalmente em tarefas que envolvem documentos e
comunicação. Exemplos de SAE são planilhas matemáticas, editores de texto,
softwares gráficos e navegadores web.

12.2.6 Sistemas de Trabalhadores do Conhecimento – STC


Os trabalhadores do conhecimento são os profissionais que constroem

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Sistemas de informação: tipologia

seu conhecimento sobre a base da experiência prática. Seu papel nas organiza‑
ções é alimentar a pesquisa, buscar novos conhecimentos e propor inovações.
Atuam como agentes de mudança, ao fazer uso das mais recentes tecnologias
e estar antenados com novidades do mercado. Os STC servem como ferra‑
mentas para que esses profissionais desenvolvam novos projetos, produtos e
processos. Exemplos de STC são simuladores de realidade virtual e AutoCAD
(software para projetos arquitetônicos).
Todos esses sistemas são interdependentes e constituem um amplo dia‑
grama de colaboração. Por exemplo, os SPT fornecem informações para vários
outros sistemas de níveis mais elevados, que por sua vez também atuam como
fonte para sistemas que atendem níveis hierárquicos superiores (Figura 4).
Figura 4  Modelo de relação entre os sistemas.

Fonte: adaptado de Laudon e Laudon (1999).

12.3 Sistemas mais conhecidos


Entre os sistemas de informação organizacional, os mais conhecidos são o
BI, o CRM e o ERP, utilizados por muitas empresas de médio e grande porte.
22 BI – Business Intelligence, ou Inteligência de Negócios. Sua função
é coletar dados de diversas fontes, organizá-los e analisá-los para
subsidiar a tomada de decisões estratégicas para o negócio. Os

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Fundamentos da Informática

dados considerados referem-se a todos os processos internos da


empresa e também ao mercado e aos concorrentes, monitorando
itens como vantagens competitivas, fraquezas, posicionamento de
vendas e maneiras de atuação dos principais competidores. Com
isso, é possível fazer uma avaliação comparativa das decisões e
escolhas da própria empresa e planejar seu crescimento e sucesso
de maneira inteligente.
22 CRM: Customer Relationship Management, ou sistema de geren‑
ciamento do relacionamento com o cliente. Esse sistema privile‑
gia o cliente como porta de entrada para informações, permitindo
mapear preferências de consumo, frequência de compra, compor‑
tamento e outros dados que facilitam a tarefa de criar e manter
um bom relacionamento com quem já consome seus produtos ou
serviços. A partir daí, é possível formular estratégias de negócio,
entendendo e antecipando as necessidades dos clientes.
22 ERP: Enterprise Resource Planning, ou sistemas integrados de ges‑
tão empresarial. Essa ferramenta integra os diversos setores de uma
empresa, consolidando em um lugar só o conjunto de informações
que afeta o negócio. Com esse sistema, o gestor consegue enxergar
o todo e consolidar o que antes eram “ilhas de informação”.

Conclusão
A competição acirrada no mercado exige das empresas decisões consis‑
tentes e ações precisas nas áreas de produção, planejamento, desenvolvimento
de produtos e novos negócios, controle de operações e processos gerenciais.
O uso de variados sistemas de informação proporciona essa organização e essa
visão macro a respeito de todos os aspectos do negócio.
A adoção dessas ferramentas requer profissionais com um novo perfil,
com atitude voltada a inovação, planejamento e gerenciamento da infraestru‑
tura de informações.
Os sistemas organizacionais cuidam da gestão da informação, que pode
ser classificada em crítica (para tomada de boas decisões), mínima (para exe‑
cução de boas ações), potencial (para obtenção de vantagens competitivas) e

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Sistemas de informação: tipologia

excessiva (informação inútil).


Vários tipos de sistemas atendem a diferentes propósitos dentro da
empresa. O SPT coleta dados sobre aspectos da operação cotidiana, alimen‑
tando outros sistemas mais complexos, especialmente o SIG, destinado à área
gerencial. O SIG transforma os dados em informações, fornecendo relatórios
essenciais para orientar a tomada de decisões sobre processos regulares. Já o
SAD, também para o nível de gerência, serve como subsídio quando é pre‑
ciso tomar decisões em cenários que mudam a todo instante e para os quais
não há procedimentos-padrão já estabelecidos e que possam ser seguidos. O
SAE, mais sofisticado, destina-se aos altos executivos e tem função estraté‑
gica, auxiliando a projetar tendências e avaliar o posicionamento no mercado.
Para aumentar a produtividade dos usuários no dia a dia, os sistemas SAE
são poderosos auxiliares, enquanto os STC atendem aos trabalhadores do
conhecimento, que estão sempre em busca de inovação, criação de novos
produtos e geração de novos conhecimentos no ambiente corporativo. Todos
esses sistemas funcionam de maneira interligada, criando um diagrama de
colaboração dentro das corporações.

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Fundamentos da Informática

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