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MACADÂMIA

O empreendimento com sucesso na exploração agrícola atualmente tem exigido


produtores competentes e capazes de obter safras em quantidade e qualidade, com
redução de custos. São vários os fatores que influem sobre o sucesso de cada
agronegócio. Na macadâmia não é diferente, é uma cultura que também exige muito
comprometimento. E fatores como condições edafoclimáticas favoráveis, cuidados de
planejamento e de manejo são pontos muito importantes. É uma cultura que a
rentabilidade está firmada junto com a qualidade, dependente de fatores como
variedades implantadas, controle de pragas, nutrição das plantas, colheita e pós-colheita.

EXIGÊNCIAS DA CULTURA

CONDIÇÕES GEOGRÁFICAS
Desenvolve-se em climas tropicais e subtropicais com latitudes entre 25º a 35º, e
altitudes entre 100 a 1.200 m. A altitude ideal se encontra entre 200 a 900 m. Entretanto
no Brasil existem pomares cultivados em altitudes maiores que 1.200 m com ótimos
resultados.

CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS

SOLO

A macadâmia pode ser cultivada em todos os tipos de solo. A condição ideal ocorre em
solos profundos, com profundidade de 1 m, bem drenados e ricos em matéria orgânica.
É essencial possuir no mínimo 0,5 m de profundidade de solo friável bem drenado.
Fator necessário para o bom crescimento das árvores, reduz riscos com o declínio de
plantas em produção e evita o surgimento de cancro no tronco. Não suporta áreas com
solos encharcados, de baixa capacidade de drenagem. Áreas com camada de
compactação ou de rochas abaixo de 0,5 m devem ser evitadas, para não comprometer o
desenvolvimento das plantas.

TEMPERATURA
A temperatura ideal situa-se em torno de 25°C. No inverno requer temperaturas
noturnas de 15 - 18°C como estímulo ao florescimento.

Geadas: Áreas livres de geadas são ideais. Plantas jovens de até três anos são muito
sensíveis e raramente sobrevivem. Em plantas adultas alguns danos como queimaduras
podem ser encontrados em folhas novas e flores, e rachaduras na parte baixa do tronco.

Calor: Regiões onde a temperatura média exceda 35 o C devem ser evitadas. Altas
temperaturas reduzem o crescimento vegetativo, aumentam a queda prematura de frutos,
diminuem o tamanho e o acúmulo de óleo.
PLUVIOSIDADE

A precipitação necessária é de no mínimo 1.250 mm anuais bem distribuídos.

Locais com alta umidade relativa ou chuvas prolongadas no período da florada (julho a
setembro) associadas com topografia que dificulte a pulverização de fungicidas devem
ser evitadas. As baixas temperaturas somadas a um inverno chuvoso favorecem a
ocorrência de doenças como botryts e antracnose.

VENTOS

É sensível a ventos, pode quebrar facilmente seus ramos e galhos e pode até ocorrer o
tombamento total da árvore, por possuir um sistema radicular superficial. Em regiões
onde os ventos são constantes, faz-se necessário à introdução de quebra-ventos. Os
ventos intensos podem diminuir significativamente o crescimento das árvores,
principalmente as mais jovens.

PLANEJAMENTO

LAYOUT

Este ponto é muito importante, pois dimensiona estrategicamente o pomar, abrangendo


o posicionamento das linhas, a formação dos talhões, densidade, variedades,
conservação de solo e acessibilidade.

DIRECIONAMENTO DAS LINHAS

O direcionamento das linhas deve obedecer alguns critérios, como posicionamento, de


preferência no sentido leste-oeste, dimensões adequadas de finais de linha para facilitar
a movimentação de maquinários, comprimento longo, para aumentar a eficiência
operacional e em caso de áreas com desníveis, estas deverão ser implantadas em nível,
para impedir a possibilidade de ocorrência de problemas erosivos.

DENSIDADE

A determinação da densidade é criteriosa e dependente de disponibilidade de área,


topografia, forma de manejo, equipamentos disponíveis, tipo de solo e variedades a
serem implantadas. É um ponto que deve ser avaliada individualmente, de acordo com
cada área. Contudo de forma generalizada pode-se considerar os seguintes
espaçamentos:

- Solos arenosos = 8m x 5m (250 plantas/ha);

- Solos médios = 8m x 6m (208 plantas/ha);

- Solos argilosos = 8m x 7m (178 plantas/ha).

VARIEDADES
A seleção das variedades é de fundamental importância para a formação de um pomar
produtivo e será determinado de acordo com o tipo de clima, de solo, densidade,
topografia e forma de manejo. As variedades disponíveis para o plantio são as
variedades 344, 660, 741, 816, 121, IAC 4-12B, Campinas B, IAC 9-20 e IAC 4-20.

QUEBRA-VENTOS

Devem ser plantados no mínimo a 10 metros da primeira linha de macadâmia de forma


a facilitar o trânsito nos carreadores e diminuir a competição por nutrientes e água.

IRRIGAÇÃO

A irrigação deve ser dimensionada de acordo com o projeto de plantio, antes de


implantação.

IMPLANTAÇÃO DO POMAR

AMOSTRAGEM DE SOLO

É importante realizar uma análise do solo da área destinada à implantação do pomar


para conhecer os níveis nutricionais disponíveis e identificar a necessidade de realização
da calagem.

PREPARO DO SOLO

O preparo de solo para a implantação do pomar consiste na demarcação das linhas de


plantio, subsolagem da área total em caso de áreas compactadas, ou subsolagem
somente nas linhas em áreas já cultivadas e sem problemas de compactação.

CONSERVAÇÃO DE SOLO

Em áreas com topografia acidentada, deve-se realizar a construção de terraços para


evitar problemas erosivos. Caso houver a existência destes, realizar o reparo, com o
levante da crista do terraço. É um ponto muito importante para ser feito ou reparado,
pois após a implantação do pomar, medidas de controle erosivo se tornarão difíceis e de
custo elevado, principalmente quando as árvores se tornarem adultas. A partir do
momento que o pomar se torna adulto, diminui-se a presença de ervas daninhas sob as
árvores e na entre linha, deixando a superfície do solo totalmente exposto, podendo
sofrer ações erosivas, tanto laminares como em sulco. Gerando uma série de problemas
ao pomar.

CORREÇÃO DE SOLO

O pH ideal se situa entre 5,5 a 6,0 (CaCl 2). Caso houver a necessidade da realização de
calagem, realizar a aplicação com três meses de antecedência, com incorporação do
calcário por meio de grade niveladora.

ADUBAÇÃO DE COVA
A adubação deve seguir as recomendações da análise de solo da área, para a aplicação
adequada dos nutrientes necessários para o bom desenvolvimento das mudas no estágio
inicial de implantação. Determinando também a quantidade de adubo orgânico a ser
aplicada.

COVEAMENTO

A cova deve possuir dimensões de 0,5 x 0,5 x 0,5 m para uma boa acomodação do
torrão da muda no momento do plantio. As covas deverão ser preparadas já com a
adubação com 30 dias de antecedência.

MISTURA DE VARIEDADES

É recomendável na formação do pomar a implantação de no mínimo duas variedades


diferentes, plantando duas linhas de cada uma alternadamente, este tipo de planejamento
tem como objetivo garantir a polinização cruzada, o que favorece para um melhor
pegamento de frutos.

SELEÇÃO DE MUDAS
Para iniciar a atividade é de extrema importância adquirir mudas de um viveiro
experiente e profissionalizado na produção de mudas com qualidade e idoneidade, com
respaldo de garantia varietal e de enxerto. É também muito importante frisar que a
compra de mudas com preços muito aquém do mercado é um risco muito grande, pois
pode adquirir mudas sem qualidade, com enxerto de variedades improdutivas, com
amêndoas amargas, ou mesmo até sem enxertia, que serão pés-franco originários de
sementes, e demorarão mais de 10 anos para iniciar a produção. Fatores estes que com
certeza tornarão inviável a exploração da cultura. Portanto pode ser custoso futuramente
comprar mudas muito baratas para a implantação do pomar.

A seleção das mudas deve seguir itens como folhagem verde escura, ramos sem danos,
ponto de enxertia sadia, presença de pelo menos dois lançamentos foliares abaixo do
ponto de enxertia e isenção de presença de pragas, como pulgões e cochonilhas.

PLANTIO
As decisões tomadas durante o plantio são fatores determinantes na rentabilidade do
projeto. Erros no layout, preparo da terra, variedade escolhida, sanidade e estrutura das
mudas e técnicas de plantio aumentam os custos e dificultam o retorno do investimento.

O plantio deve ser realizado a partir do período chuvoso do ano e irrigadas caso ocorrer
períodos de estiagem. O dia ideal é em dia chuvoso ou nublado ou durante o período
fresco do dia (manhã e final de tarde), evitando períodos muito quentes e secos. As
mudas deverão ser transportadas até a área com cuidado, tomando o cuidado para não
desmanchar o torrão.

O plantio é simples, mas deve seguir alguns pontos importantes para conseguir sucesso
durante esta etapa. Consiste em cortar o saquinho plástico que envolve o torrão e
colocá-lo no interior da cova, ajustando a profundidade para que a muda fique nivelada
à superfície externa da cova, no mesmo nível do terreno, ou até a um centímetro acima,
o nivelamento é importante para que não ocorra o remonte de solo sobre o colo da
planta, o que ocasiona após alguns dias ou até semanas a mortalidade da planta.
Portanto durante o plantio jamais colocar solo encostado no caule, nem mesmo matéria
orgânica. E caso realize a construção de coroas de solo ao redor da muda para contenção
de água durante as irrigações, deve realizar esta bem largas, pelo mesmo motivo
descrito acima, que é a de remonte de solo sobre o colo da planta.

Após a introdução do torrão no interior da cova, colocar solo ao redor e compactar


levemente com as mãos. A figura a seguir demonstra um plantio adequado.

CONTROLE DE PRAGAS
Duas pragas poderão ocorrer após o plantio das mudas, que são as formigas cortadeiras
e a abelha irapuá, arapuá ou cachorro. As formigas podem, em seu ataque, cortar todas
as folhas da muda. Caso isto ocorra, a muda dificilmente se recuperará e mesmo em
ataques menos severos o desenvolvimento é restrito drasticamente. A abelha irapuá é
uma praga que recorta o limbo foliar e corta a brotação, impedindo desenvolvimento da
planta. O controle deve ser realizado semanalmente e de forma eficiente.

CONDUÇÃO DAS PLANTAS EM FORMAÇÃO

Durante os quatro anos de formação as plantas devem se desenvolver de maneira sadia,


com vigor. Formando plantas bem estruturadas, um pomar produtivo e saudável é
garantido.

CONTROLE DE ERVAS DANINHAS


O controle das ervas daninhas é crucial para garantir um desenvolvimento saudável das
plantas, pois diminui a competição entre as plantas por água, luz e nutrientes. Pode ser
realizada na linha com aplicação de herbicida, roçagem ou capina. No caso da aplicação
de herbicida, as folhas abaixo do ponto de enxertia deverão ser retiradas, mas somente
quando as plantas estiverem enraizadas, sadias e já com lançamento de folhas novas.

No caso da roçagem e capina deve-se evitar causar danos no caule, o que pode favorecer
a entrada de doenças. O controle das ervas daninhas deverão ser realizadas
principalmente ao redor da planta ou na linha por completo, e na entre linha manter
apenas roçado. Após 6 meses do plantio, toda a palhada originária da roçagem pode ser
colocada na linha, e principalmente próximo da planta para conservar umidade e evitar
o crescimento das ervas daninhas.

PODA DE FORMAÇÃO

As plantas devem ser podadas entre o primeiro e o segundo ano de plantio. A finalidade
da poda é permitir o crescimento de um tronco único com ramos laterais bem
distribuídos, formando uma planta vigorosa e estruturada. A ocorrência de forquilhas ou
ângulos agudos nos lançamentos devem ser evitadas sob pena de perda da árvore por
quebra em plena idade produtiva. De forma detalhada as podas estão ilustradas nas
figuras que se seguem.
GEADA

A geada é um fator que pode dizimar as plantas até o terceiro ano, portanto, uma
maneira paliativa de proteção é a cobertura das plantas com sacos de estopa ou papel,
pois alguns produtos alteram o ponto de congelamento das folhas.

ESTAQUIAMENTO
Somente serão colocadas em áreas muito expostas a ventos e onde não existem quebra-
ventos, para proteger as plantas contra a quebra e tombamento. A escora deverá ser
colocada próximo ao caule da planta do lado oposto da direção do vento predominante,
em ângulo de 45º e amarrada com fitilho.

 
ADUBAÇÃO
A adubação deve ser realizada quando a folhagem nova estiver forte e verde escura, as
quantidades e formulações do adubo a ser aplicado deverão obedecer às recomendações
de acordo com a análise de solo.

CONTROLE DE PRAGAS

Durante a formação algumas pragas podem surgir e causar danos ao desenvolvimento


da planta, podendo ser as formigas cortadeiras, a abelha arapuá, cochonilhas,
cigarrinhas, pulgões e mandarovás. Cada qual deverá ser combatido com um inseticida
específico de acordo com recomendação de um técnico.

IRRIGAÇÃO

Após o plantio e durante a formação, a irrigação será somente necessária em períodos


muito longos de estiagem.

 CONDUÇÃO DE POMAR EM PRODUÇÃO

A macadâmia inicia sua fase produtiva após o quarto e o quinto ano de plantio. A partir
deste momento muitas formas de manejo serão alteradas, com controles de ervas
daninhas mais acentuadas, controle de pragas e doenças de forma eficaz, adubação
adequada, podas ideais, colheita eficiente e manejo de pós-colheita de forma adequada.

CONTROLE DE ERVAS DANINHAS


A partir da produção do pomar o controle de ervas daninhas tem por objetivo manter a
área abaixo da projeção da copa limpa, para facilitar a colheita e na entre linha roçado
para também facilitar a colheita. O controle deve ser feito por meio de aplicação de
herbicida.

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS

O controle das pragas é um dos alicerces da garantia de produtividade e qualidade da


produção. O manejo adequado e de baixo custo é crucial para alcance de rentabilidade.
Os insetos principais em ocorrência são, no desenvolvimento vegetativo, as formigas
cortadeiras, a abelha irapuá, a cochonilha amarela, o ácaro branco e a cigarrinha-verde.
Na florada, o pulgão preto, os tripes e a cigarrinha-verde. No desenvolvimento dos
frutos o percevejo verde, Leptoglossus sp. e o Antiteuchus sp. Durante a maturação a
lagarta e a broca do fruto e na armazenagem, a falsa broca do café.

Um bom monitoramento em conjunto com várias formas de manejo são os meios para o
controle destas pragas. Portanto, é muito importante conhecer todas as características
entomológicas, formas de danos e meios de controle para uma tomada de decisão do
tipo de manejo a ser adotado com sucesso.

MANUTENÇÃO DA FLORADA

JUNHO – Neste mês inicia-se a emissão e desenvolvimento dos racemos da florada.


Durante esta fase podem ocorrer pragas como o pulgão preto do citros e a cigarrinha
verde, sendo necessária a aplicação de defensivos. No mesmo momento da aplicação
deve-se também realizar conjuntamente a aplicação de um fungicida a base de cobre, de
forma preventiva contra as doenças fúngicas (Botryts, Cladosporium e Antracnose).

JULHO a AGOSTO – Nesta fase as pulverizações, caso houver necessidade, serão


contra a ocorrência de pulgões pretos, cigarrinhas e tripes. E caso ocorrer, deverá ser
uma pulverização curativa contra as doenças, com um fungicida sistêmico.

SETEMBRO – O controle será conduzido ainda levando em consideração as pragas


citadas para os meses anteriores, somadas aos cuidados contra os percevejos.

MANUTENÇÃO DOS FRUTOS

SETEMBRO a NOVEMBRO – Durante estes meses os cuidados deverão ser com


relação aos percevejos e o bicho furão do citros. Estes insetos podem causar sérios
prejuízos, com grande queda da produção.

DEZEMBRO e MARÇO – A partir destes meses o cuidado será praticamente contra o


bicho furão do citros.

CONTROLE DE RATOS

O manejo desta praga é conquistada principalmente por uma colheita eficiente, em curto
espaço de tempo para indisponibilizar frutos para a alimentação dos roedores e não
permitindo aumento populacional. Manutenção da área limpa, sem ervas daninhas muito
altas, retirada de montes de entulhos, troncos de arvores, e tudo que possa servir de
abrigo no interior ou próximo do pomar. Um controle químico é o emprego de
rondeticidas parafinados espalhados em toda a extensão do pomar e nas áreas de
maiores ataques.

PODAS

As podas de condução do pomar somente ocorrerão a partir do 7 ao 8 ano. Existem três


tipos de poda, cada uma de acordo com o desenvolvimento das plantas e dependente do
espaçamento das plantas.

Poda de levante da base da copa: Esta poda tem por objetivo, eliminar os ramos que
estiverem encostando no solo, deixando-os a uma altura de pelo menos 1 m. É um
manejo que deve ser realizado com o intuito de facilitar a colheita.

Poda lateral: Esta poda deverá ser realizada a partir do 9º ano em diante, para permitir
a passagem de implementos e tratores nas entre linhas.

Poda de abertura de copa: Esta poda somente será necessária após 15 anos de idade,
quando ocorre um sombreamento acentuado do interior do pomar.

ADUBAÇÃO

As adubações serão sempre baseadas na análise de solo. Mas consistem em N-P-K em


Novembro – Dezembro, P-K em Janeiro – Fevereiro, N-P-K em Março – Abril e
micronutrientes em Março a Maio. Posteriormente conjuntamente com as aplicações de
defensivos, realizar a aplicação de micronutrientes.

IRRIGAÇÃO

Em regiões com precipitação abaixo de 1.250 mm anuais mal distribuídas faz-se


necessário o uso de irrigação, principalmente nos meses de enchimento de frutos
(setembro a fevereiro). O tipo de irrigação recomendada é a de microaspersão ou
gotejamento.

LIMPEZA DO POMAR

Visa realizar a colheita de frutos remanescentes da safra anterior sob as árvores e


rastelagem de folhas e ervas daninhas. Esta operação tem por objetivo deixar a área
abaixo da projeção da copa limpa, para que seja fácil a visualização dos frutos que
caírem da safra, realizando uma colheita eficiente.

COLHEITA

A colheita deve ser realizada quinzenalmente em períodos sem chuvas e semanalmente


caso ocorrência de chuvas. E serão coletados apenas os frutos que estiverem no chão.
Neste período de colheita nenhum tipo de adubo orgânico de fonte animal deverá ser
aplicado, pois estes produtos podem contaminar as nozes com coliformes fecais,
acelerando a deterioração do produto, queda de qualidade e até impossibilidade de
consumo da amêndoa.
PÓS-COLHEITA

Após a colheita o produto deverá passar pelo processo de limpeza e seleção, que
consiste na eliminação de impurezas provenientes da colheita (folhas, gravetos, pedras,
entre outros). Também neste processo deve ser realizada a retirada do carpelo (primeira
casca) e de nozes com perfurações, escurecidas, trincadas, danificadas por ratos, ou com
qualquer diferenciação que a descaracterize das demais nozes. Deve também eliminar as
amêndoas menores que 16 mm de tamanho, por ser inaproveitável na indústria
processadora. Este processo deve ser realizado de preferência diariamente, o que
garante a qualidade do produto. Caso isto não for possível, todo o produto proveniente
da colheita deve ser esparramado sob a superfície do solo, em um local arejado, coberto
e protegido contra o contato com animais. O descarpelador deve ser um equipamento
que não promova trincas na noz no momento da operação, pois estas fissuras são portas
de entrada para microorganismos que possivelmente irão deteriorar o produto, com
formação de bolores, manchas e apodrecimento, impossibilitando a venda do produto,
com grande queda da qualidade.

Jamais manter o produto vindo do campo ensacado, em caixas, ou amontoado, pois isto
favorece a queda acentuada da qualidade pelo aquecimento rápido promovido pela
deterioração do carpelo e nozes com alta umidade. O teor de umidade das nozes recém
colhidas varia de 15 a 25%.

Para um armazenamento seguro, este teor de umidade deve ser reduzido até 10% de
forma gradativa e natural. Para atingir este nível de umidade as nozes deverão ser
mantidas sob o solo, em caixas plásticas ou em prateleiras, em camada fina, em local
coberto e arejado, em um período de até 30 dias. Posteriormente deverão ser ensacados
em sacos arejados (estopa ou semelhantes aos sacos de cebola), e deverão ser enviados
para a indústria processadora o mais rápido possível.

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