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LIGAÇÕES QUÍMICAS

PROPRIEDADES DOS MINERAIS

GM-861 Mineralogia Turmas A 25/3/2011

Jacinta Enzweiler Silvia Figueroa, Maria José Mesquita


Ligações químicas em minerais

•Iônica
•Covalente
•Metálica

E ligações s/a participação de elétrons de valência:

• Hidrogênio
• Van der Waals
Algumas propriedades dos minerais
• Brilho
• Cor
• Clivagem
• Dureza
• Maleabilidade
• Fusibilidade
• Condutividade (térmica e elétrica)
Escala de dureza de Mohs
1 talco Mg3Si4O10(OH)2

2 gipsita CaSO4.2H2O

3 calcita CaCO3

4 fluorita CaF2

5 apatita Ca5[(PO4)3(F, Cl, OH)]

6 ortoclásio KAlSi3O8

7 quartzo SiO2

8 topázio Al2(SiO4)(F,OH)2

9 coríndon Al2O3

10 diamante C
Ligação iônica
Halita: NaCl Atração eletrostática íons + e -

Força (1014 N/mol)


Lei de Coulomb: Repulsão de Born
(q )(q ) n
FA 2 FR 1 n
d d
FA Força atrativa
Distância d entre Na+ e Cl- (Ǻ) n - numero de eletrons
preenchidos
F=FA + FR distância
de equilíbrio
Retículo cúbico de face centrada

Na+ Íons ~ esferas


posicionadas de maneira
Cl- sistemática e simétrica.
Alternância de cátions e
ânions =sólido cristalino
neutro.
Configuração resultante
é estável (baixa energia):
ligações fortes.

em d=2,8 Ǻ
F=0F=0
Fig. 3.6
Ligação iônica

• 90% dos minerais são


essencialmente compostos
iônicos
Fig 3.4
Fig.3.4
Ligação iônica
•Comum em minerais
•Outros exemplos de minerais?
Consequência da ligação iônica:
•Cristais tendem a ser quebradiços:
para deformar a estrutura cristalina ou
deslizar uma parte na outra, íons de mesma
carga seriam justapostos. Ao forçar o
deslizamento, há ruptura (em vez de
deformação dúctil), em geral ao longo dos planos
de clivagem.
Ligação covalente

• Eletrons compartilhados entre


atomos

• Muito mais estável que a iônica


Ligação covalente
Compartilhamento de elétrons entre os átomos vizinhos,
cujos orbitais se sobrepõe.
A força da ligação resulta do grau de sobreposição de
orbitais.
Ex: diamante: hibridização 2sp3 e ligação covalente sigma

hibridização
alta simetria
Atomic Structure of Diamond

Fig. 3.5
Mina de Diamante a céu aberto
de Mirny, República de Sakha
Sibéria.
Bancada = 20 m
Propriedades do diamante
• Duro
• Isolante elétrico
• Condutor térmico (dos conhecidos, o melhor)

A estrutura tridimensional rígida do cristal faz com que a

vibração de um átomo numa parte quente seja rapidamente

transmitida às partes mais distantes e frias, por meio das

ligações covalentes. (Comparável ao efeito de bater uma

porta numa estrutura metálica, Atkins & Jones, 1997)


Algumas características da
grafita

•Macio (dureza 1-2)


•Untuoso
•Opaco
•Aparência metálica
•Condutor elétrico
•Usado como lubrificante
Ligações químicas na grafita

Sobreposição de orbitais
Ligações σ
Ligações π (movimento fácil)
Formam lig. Metálica

Ligações mais fortes que diamante

Ligações fracas – Van der waals


grafita: 2sp2

Ligações:
•covalentes e
(caráter metálico)
•van der Waals entre
camadas: resulta da
polarização de cargas
(baixa dureza)
Ligação metálica

Empacotamento de
átomos eletropositivos
Os elétrons de valência
são compartilhados pelos
átomos e os mantém
unidos livre para se
movimentar
Ligação não é direcional
Pyrite Fig. 3.14
Ligação metálica

Mg Na
Propriedades resultantes
Densidade elevada Empacotamento denso dos átomos

PF e PE elevados Atração eletrostática entre os cátions e o mar


de elétrons
Condutividade elétrica A aplicação de uma voltagem faz os elétrons se
moverem = corrente elétrica
Maleabilidade e Distorções não rompem as ligações
ductilidade
Brilho A onda luminosa (campo elétrico oscilante)
empurra o ”mar” de elétrons para frente e
para trás. Os elétrons oscilam na mesma
frequência da luz incidente e refletem a onda
Condutividade térmica Vibrações atômicas são transmitidas no sólido
devido ao empacotamento dos átomos
Maior parte dos minerais
constituída por elementos químicos com algum
contraste de eletronegatividade

Ligações químicas assumem um caráter


intermediário entre os modelos extremos
Correção do modelo iônico:
polarizabilidade (dos ânions)

Cátion Ânion
polarizante polarizável
Nuvem
eletrônica
distorcida

Ligações iônicas são parcialmente covalentes


O grau de polarização depende:

• da carga do cátion (Mg2+ x Na+)

• do tamanho do cátion

Carga/raio= potencial iônico (z/r)


Potencial iônico de alguns cátions
Polarização das ligações covalentes: ionicidade

Ligação covalente ideal: compartilhamento


equivalente dos elétrons de valência entre os
átomos

A-B: eletronegatividades diferentes: a


densidade eletrônica ficará mais deslocada em
direção ao átomo mais eletronegativo

Há uma transição contínua entre ligações


covalentes e iônicas
Ligações químicas em minerais

iônica

halita
óxidos
silicatos

diamante MoS2 cobre


covalente sulfetos metálica

Como se pode expressar o grau iônico da ligação?


Eletronegatividade de alguns elementos

O (anion)
H Si, Al, Fe, Ca, Na, K, Mg
2,2
Li Be B C N O F
1,0 1,6 2,0 2,6 3,0 3,4 4,0
Na Mg Al Si P S Cl 4,0-
0,93 1,3 1,6 1,9 2,2 2,6 3,2
3,0-3,9
K Ca Ga Ge As Se Br
2,0-2,9
0,82 1,0 1,6 2,0 2,2 2,6 3,0
1,0-1,9
Rb Sr In Sn Sb Te I
0-0,99
0,82 0,95 1,8 2,0 2,1 2,1 2,7
Cs Ba Tl Pb Bi Po
0,79 0,89 2,0 2,3 2,0 2,0
Ions importantes em minerais
anions carga cations carga
O −2 Si +4
K +1
Ca +2
Na +1
Al +3
Mg +2
Fe +2 or +3
0 , 25 ( )2
%caráter _ iônico (1 e ) x100

100

Ca-F
80 K-O

Mg-O
% caráter iônico

60
Al-O
Fe-O
Si-O
40
P-O

H-O
20 C-O
S-O
N-O
C-H
0
0 1 2 3
X diferença de eletronegatividade

~ 2 : ligação predominantemente iônica


< 1,5 : ¨ ¨ covalente
Ligações mais fracas:

• Interação íon-dipolo: hidratação

• Interação dipolo-dipolo: ligação de H


H com elementos muito eletronegativos (F,
O)
e- = confinado no orbital do F ou O
p exposto = atração de cargas negativas
= ligação de H
minerais com OH (anfibólios e micas)
água líquida e gelo
Ligações mais fracas:

• Interação dipolo induzido: van


der Waals
Resulta da polarização da distribuição
de cargas em estruturas com ligações
iônicas ou covalentes. As cargas
opostas atraem-se mutuamente
formando ligações fracas. Grafita e
talco.
grafita: 2sp2

Ligações:
•covalentes e
(caráter metálico)
•van der Waals entre
camadas: resulta da
polarização de cargas
(baixa dureza)
Energia das ligações
Tipo de ligação kJ mol-1

Iônica 200-500
(NaCl) ~700
Covalente 200-500
(diamante) 723
Metálica (Na<Pb<Ni) (109; 194; 423)

Ligação de H 47

van der Waals 6,3


Que tipos de ligações químicas há nos
seguintes minerais? (Para ligações iônicas:%)

1- Silvita (KCl)
2- Rutilo (TiO2)
3- Quartzo (SiO2)
4- Nicolita (NiAs)
5- Anidrita (CaSO4)
6- Gipsita (CaSO4.2H2O)
Ligações químicas nos minerais

1- Silvita (KCl) = 3,2-0,8=2,4 ~80% iônica


2- Rutilo (TiO2) = 3,4-1,5=1,9 ~65% iônica
3- Quartzo (SiO2) = 3,4-1,9=1,5 ~50% iônica
4- Nicolita (NiAs) = 2,2-1,9=0,3 =2,1 sub-metálica
5- Anidrita (CaSO4) S-O: = 2,2-1,9=0,3 covalente
Ca2+-(SO4)2-: iônica
6- Gipsita (CaSO4.2H2O) Ca2+-H2O: inter.íon-dipolo
S-O: covalente
(Ca2+.2H2O) (SO4)2- : iônica
0 , 25 ( )2
%caráter _ iônico (1 e ) x100

100

Ca-F
80 K-O

Mg-O
% caráter iônico

60
Al-O
Fe-O
Si-O
40
P-O

H-O
20 C-O
S-O
N-O
C-H
0
0 1 2 3
X diferença de eletronegatividade

~ 2 : ligação predominantemente iônica


< 1,5 : ¨ ¨ covalente
Ligações fortes:
governam o padrão da estrutura do
mineral

Ligações fracas:
determinam propriedades físicas
características do mineral
Características gerais das ligações químicas

iônicas covalentes metálicas


El. lados opostos El. próximos na Metais de transição
da TB: TB
Cond. elétrica Baixa baixa alta
Cond. térmica Baixa baixa alta
Sol. em água Alta baixa Muito baixa
PF Moderada a alta alta variável
dureza Média a elevada Muito alta Variável, maleáveis
fratura Quebradiços, boa Quebradiços, às variável
clivagem vezes conchoidal
Forma cristalina Simetria alta Simetria baixa Simetria muito alta
Transparência Total ou parc. Parc. transp./ opacos
transp. opacos
Frequência > parte dos Alguns minerais Muitos minerais
minerais
exemplos Halita, calcita Diamante, blenda Cu, Ag
Relação entre dureza e raio iônico
Minerais isoestruturais (composição química diferente mas
mesma estrutura cristalina), a dureza é reflexo do raio iônico
> R.I.  < D pois F (q+)(q-)/d2 (lei de Coulomb)

Estruturas dureza íon N.C. R.I. (Å)

Tipo olivina
Monticellita CaMgSiO4 5,5 Ca2+ 6 1,08
Fayalita Fe2SiO4 6,5 Fe2+ 6 0,86
Forsterita Mg2SiO4 7 Mg2+ 6 0,80
T. coríndon
Hematita Fe2O3 6 Fe3+ 6 0,73
Coríndon Al2O3 9 Al3+ 6 0,61
Tipo halita
Silvita KCl 2 K+ 6 1,46
Halita NaCl 2,5 Na+ 6 1,10
Relação entre composição química e densidade de minerais (Frye, 1974)

Mineral Composição Massa molecular Densidade (g/cm3)


Olivina
Forsterita Mg2SiO4 Mg= 24,31 3,22
Faialita Fe2SiO4 Fe= 55,85 4,41
Carbonato
Calcita CaCO3 Ca= 40,08 2,71
Siderita FeCO3 Fe= 55,85 3,95
Espinélio
Cromita FeOCr2O3 Fe+2Cr=159,85 5,09
Magnetita Fe3O4 3Fe= 167,55 5,20
Estrutura do cristal

•Anions são geralmente maiores que


carions

•A estrutura do mineral é determinada


por como os anions se arranjam e
como os cations se encaixam entre
eles.
Raio
iônico e
carga

Fig. 3.7
Minerais polimorfos
Minerais com mesma composição química
mas com estrutura diferente.

e.g., diamante e grafite

andalusita, cianita, e silimanita


Fig. 3.11
Densidade em minerais polimorfos
Al2SiO3
10
8 Cianita
P (Kbar)

6 3,63
Sillimanita
4 3,24
2 Andalusita
3,15
0
500
T 0C

CaCO3
5
Aragonita Diamante C
2,95 3,50

P (Kbar)
P (Kbar)

Calcita
2,23 Grafita
2,23
0 500 T 0C 0 T 0C

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