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CONCEITOS GERAIS
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102. Conceito de Aptidão Física
Por tudo o que foi dito, e sem esquecer que o Sistema de Educação Física Militar
(SEFM) se integra no SIE, estabelecem-se os seguintes objectivos para a EFM:
• Conferir aos militares a aptidão física necessária para o cumprimento das
diversas missões que lhes podem ser atribuídas;
• Contribuir para o desenvolvimento do espírito de equipa e do valor moral dos
militares;
• Promover a valorização contínua da cultura física dos militares e a formação
dos seus Quadros;
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• Promover e incentivar a ocupação dos tempos livres através da prática de
actividades físicas, designadamente do desporto de recreação e de competição,
como forma de aperfeiçoamento da aptidão física.
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106. Princípios orientadores
A prossecução dos objectivos enunciados subordina-se aos seguintes princípios
orientadores:
• Princípio da Totalidade ou da Globalidade
A EFM respeita o princípio geral da Educação Física ao serviço da formação
global do homem.
Por isso, com a prática da EFM, pretende-se cultivar, para além das qualidades
físicas, qualidades de carácter, como sejam o gosto pela acção e o desejo de
vencer; pretende-se, também, em especial com a prática dos desportos, educar
o indivíduo no aspecto social, incutindo-lhe o espírito de que não há desporto
sem «desportivismo», respeito pelas regras e pelas decisões dos árbitros, pelos
adversários e companheiros de equipa, pelo trabalho colectivo em detrimento
do esforço individual.
Por outro lado, tal princípio impõe, igualmente, que não sejam descurados
aspectos de saúde (incentivando-se o controlo médico-fisiológico), de higiene
(pessoal, do equipamento, alimentar) e das infra-estruturas.
Daí que, repete-se, deva ser dada à EFM a mesma atenção e importância que
às restantes componentes do SIE, pois faz parte integrante deste, devendo, por
isso, ser organizada e controlada com o mesmo desejo de eficácia.
• Princípio da Objectividade
A prática da EFM é obrigatória para todos os militares do serviço activo, os
quais, periodicamente, deverão ser submetidos a um controlo, em que lhe
serão exigidos mínimos de condição física, fixados em tabelas elaboradas
tendo em conta o sexo e o grupo etário.
Ainda em obediência ao mesmo princípio, o presente Regulamento, para além
de uma clara indicação dos objectivos a atingir em cada fase da instrução e dos
meios mais adequados para os alcançar, refere concretamente, para cada método/
/técnica utilizada, quais as principais capacidades psicomotoras a desenvolver.
• Princípio da Progressividade/Complementaridade
Quanto ao primeiro aspecto, ele manifesta-se, fundamentalmente, durante a
instrução militar, através da aplicação de cargas de treino progressivamente
mais intensas e complexas, embora garantindo uma interligação coerente e
evitando-se soluções de continuidade entre as suas fases.
Mas, da aplicação deste princípio não decorre a obrigatoriedade linear de um
aumento progressivo dos níveis de exigência em aptidão física dos militares ao
longo de todo o período da sua permanência na organização. Reconhece-se,
antes, que há um ponto alto nas possibilidades de cada um, o qual é atingido,
conforme a especificidade do esforço ou da capacidade, num determinado
nível etário.
Assim, de certo modo, e a partir de determinado escalão etário, o princípio da
progressividade como que será ajustado e resultará num princípio de continuidade
(ou manutenção).
No que concerne à vertente complementaridade ao presente princípio, ela resulta
do reconhecimento de que a aptidão física, tal como atrás se disse, deve
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concorrer, em paralelo com as restantes componentes do SIE, para a “forma-
ção global militar”.
• Princípio da Qualidade
Passa pela melhoria da qualidade dos Quadros que a ministram, do seu grau
de adesão, do entusiasmo e exemplo que transmitem aos Instruendos; da constante
melhoria dos meios postos à sua disposição; da revisão periódica dos objectivos
e dos conteúdos dos cursos e dos estágios e dos níveis de exigência das provas
de controlo; finalmente, do apoio constante à participação de todos.
• Princípio da Segurança
Trata-se de um princípio base das sessões práticas de EFM pelo que deve
constituir uma preocupação constante de todos os elementos da Equipa de
Instrução (EqInstr).
Ele garante-se através da rigorosa observância de determinadas regras e princípios
fundamentais, uns de ordem geral (como, por exemplo, a verificação prévia do
estado do material, equipamento e obstáculos ou a judiciosa distribuição dos
elementos da EqInstr para poderem prestar uma pronta e eficaz ajuda) e outros
específicos porque dizem apenas respeito a determinadas técnicas ou exercícios.
• Princípio da Adequabilidade
A aplicação deste princípio passa, necessariamente, pela adequação das sessões
de EFM, em especial as de TFAM, à futura especialidade (função) dos
Instruendos, nomeadamente com a introdução de determinadas técnicas e cargas
de treino mais intensas nas especialidades combatentes ou nas Forças Especiais.
Também em obediência ao presente princípio, as sessões de preparação de
uma equipa para a competição devem ser adequadas ao tipo de esforços específicos
da respectiva modalidade.
De igual modo as sessões de TF destinadas à manutenção da condição física
devem ser adequadas ao escalão etário e ao sexo dos praticantes.
• Princípio da Oportunidade
Entendido como o da máxima eficiência aos menores custos. Esta preocupação
assume a sua maior pertinência se tivermos em consideração que a preparação
física e psicológica do militar assume, em alguns casos, o nível de exigência
de uma preparação para a alta competição desportiva.
Daí que a prática das actividades de EFM não se coadune com a impreparação
dos seus agentes; o cumprimento dos objectivos enunciados só será conseguido
com especialistas de EFM competentes e colocados nos lugares mais adequados
ao cabal desempenho da sua missão.
• Princípio da Motivação
A EqInstr, através da sua competência técnica, gosto pela actividade e dinamismo,
deve tornar as sessões de EFM motivantes para os Instruendos à sua
responsabilidade.
De igual modo, as sessões de EFM destinadas à manutenção da condição
física de todo o pessoal que presta serviço nas U/E/O devem, tanto quanto
possível, ser ministradas por especialistas e de ir de encontro às preferências
da maioria.
• Princípio da Credibilidade
A aplicação deste princípio começa por reconhecer ao TF o estatuto de ciência
já que:
• Orienta-se por normas e regras pedagógicas fundamentadas em princípios
biológicos universalmente aceites;
• Possui uma metodologia baseada na investigação e experimentação sobre o
comportamento do homem em esforço;
• Adopta uma terminologia específica com conceitos de conteúdo e significado
precisos;
• Apoia-se numa acção sistemática, progressiva, contínua e regular visando
estabelecer, pelos seus efeitos, uma adaptação do indivíduo às condições
que lhe são impostas pela competição ou, no caso concreto dos militares, o
combate.
Por outro lado, pressupõe que o currículo dos cursos ministrados no Centro
Militar de Educação Física e Desportos (CMEFD) seja adequado, nos conteúdos
e respectivas valências, aos correspondentes do ensino civil, por forma a assegu-
rar-se o reconhecimento externo da instrução nele ministrada e dos especialistas
que forma.
Mas, a credibilidade da EFM passa, também, por garantir que todas as sessões
sejam conduzidas por pessoal devidamente habilitado e preparado para o efeito.
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