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Universidade de São Paulo

Instituto de Física

Provinhas de Introdução a Física


do Estado Sólido I:
Resoluções

Monitor: Alexsandro Kirch

Professora: Drª. Lucy Vitória Credidio


Assali

São Paulo
2012
Sumário

1 Provinha I 5

2 Provinha II 9

3 Provinha III 15

4 Provinha IV 19
4 SUMÁRIO

4
Capı́tulo 1
Provinha I

O brometo de prata tem a estrutura cristalina do NaCl, ou seja, é um cristal


iônico cuja rede de Bravais é cúbica de face centrada com uma base de dois átomos,
possuindo um íon de Ag+ em (1/2,1/2,1/2) e um íon de Br− em (0,0,0). Sabendo que
o parâmetro de rede do cristal é a, determine, justicando sua resposta:
(2,0) (a) O volume da célula convencional;
Resposta:
A célula convencional do NaCl é uma cúbica com arestas de comprimento a. Portanto
o volume da célula convencional é V = a3

(2,0) (b) O número de átomos por célula convencional;


Resposta:
Existe 1/8 de átomo em cada vértice. Tendo o cubo 8 vértices, então nas vertices há
8 × 1/8 = 1 átomo. Há mais meio átomo em cada face. Sendo 6 faces, então 6 × 1/2 = 3 átomos.
Há mais 1/4 de átomo no meio de cada aresta do cubo. Tendo o cubo 12 arestas, então 12 × 1/4 = 3
átomos. Existe mais um átomo no centro do cubo (+1). Portanto, a célula convencional enbloba
1 + 3 + 3 + 1 = 8 átomos .

(2,0) (c) O volume da célula primitiva e o número de átomos por célula


primitiva;
Resposta:
Os vetores primitivos da rede cúbica de face centrada (CFC) são dados por:

~a1 = a(1/2, 1/2, 0) ~a2 = a(1/2, 0, 1/2) ~a3 = a(0, 1/2, 1/2) (1.1)

5
6 CAPÍTULO 1. PROVINHA I

Fazendo-se o produto ~a2 × ~a3 por meio do determinante




ı̂ ̂ k̂
a2 a2 a2

(1.2)

~a2 × ~a3 = a2 0 a = k̂ − ı̂ − ̂
2
4 4 4
a a
0

2 2

Assim, o volume é

a a a2 a2 a2
V = |~a1 · (~a2 × ~a3 )| = |( ı̂ + ̂) · ( k̂ − ı̂ − ̂)| (1.3)
2 2 4 4 4

a3 a3 a3
V =|− − |= (1.4)
8 8 4

Assim, o volume da célula primitiva é:

a3
V = (1.5)
4

Essa célula primitiva engloba dois átomos pois inclui o átomo que está no centro do cubo
como pode ser visualizado na gura abaixo.

Portanto há 2 átomos por célula primitiva na estrutura do AgBr.

(2,0) (d) A distância, o tipo e o número de primeiros e segundos vizinhos


do Ag+ ;
Resposta:
Primeiros vizinhos
Considerando-se um átomo de Ag em um dos vértices do cubo. Os primeiros vizinhos
são átomos de Br ( tipo oposto ) sendo que a distância é de a/2 . Cada átomo de Ag possui então
6 primeiros vizinhos , um em dada aresta mais proximas dos quatro cubos que compartilham o

6
Alexsandro Kirch 7

átomo.
Segundos vizinhos
Os segundos estão no centro das faces como mostra a gura abaixo:

Figura 1.1: Há um átomo segundo vizinho em cada face na gura acima


Os segundos vizinhos são do mesmo tipo e estão nas faces do cubo separados por uma distância 2a
2 .
Há portanto 12 segundos vizinhos .

(2,0) (d) O fator de empilhamento, na aproximação de esferas rígidas,


supondo que os íons tenham o mesmo raio;
Resposta:
O fator de empilhamento é dado por:

Vesf
F.E. = n (1.6)
Vc

onde n é o numero de esferas dentro da célula convencional Vesf = 43 πR3 é o volume das esferas,
Vc = a3 é o volume da célula convencional.

Sendo n = 8, 4R = a, então:

4 3
Vesf 3 π(a/4) π
F.E. = n = = =⇒ F.E. = 0, 52 = 52% (1.7)
Vc a3 6

7
8 CAPÍTULO 1. PROVINHA I

8
Capı́tulo 2
Provinha II

O CsCl é um cristal iônico cuja rede de Bravais é cúbica simples com uma
base de dois átomos:Cl− em (1/2,1/2,1/2) e Cs+ em (0,0,0). Se o parâmetro de rede
é a, dado, determine:
(a) O volume da célula primitiva, o número de átomos por célula primitiva
e a densidade de átomos desta estrutura;
Resposta:
Os vetores primitivos da rede de Bravais são dados por:

~a1 = aı̂ ~a2 = a̂ ~a3 = ak̂

Portanto o volume da célula primitiva será:

V = ~a1 · (~a2 × ~a3 ) = a3 =⇒ V = a3 (2.1)

Como a base possui dois átomos, então o numero de átomos por célula primitiva é n=2
A densidade de átomos é dada por:

n 2
ρ= = 3 (2.2)
V a

(b)A distância, o tipo e o número dos 1º e 2º vizinhos de um dos íons;


Resposta:
Considerando-se o íon centrado na origem. Os primeiros vizinhos são átomos do tipo oposto
nas posições (1/2,1/2,1/2). Há portanto 8 primeiros vizinhos .A distância dos primeiros vizinhos é

9
10 CAPÍTULO 2. PROVINHA II

q
d1 = 3
4a .
Segundos vizinhos são os átomos dos vértices mais próximos, sendo portanto a distância
d2 = a . Há portanto 6 segundos vizinhos sendo eles do mesmo tipo

(c) O fator de empilhamento ideal, supondo os íons como esferas rígidas de


mesmo raio; Resposta:
O fator de empilhamento é dado por:

Vesf
F.E. = N (2.3)
Vp

onde Vesf é o volume das esferas,Vp é o volume da célula primitiva e N o número de átomos que a
rede engloba. Uma rede cúbica possui um átomo, porém há um átomo no centro do cubo, sendo
portanto N=2

A diagonal do cubo é D = 3a = 4R onde R é o raio das esferas. Portanto o volume
das esferas é:

√ 3 √
4 4 3a π 3a3
Vesf = πR3 = π = (2.4)
3 3 4 16

O fator de empacotamento é então:

√ 3
π 3a
V
F.E. = N esf = 2 163 =⇒ F.E. = 0, 68 = 68% (2.5)
Vp a

(d) O fator de estrutura, analisando seus zeros, assumindo que o fator de


forma atômica do Cs+ é f e do Cl− é f 0 .
Resposta:
O fator de estrutura é dado por:

~
(2.6)
X
S= fj e−iGj ·~rj
j

Sendo ~r0 = (0, 0, 0) a posição do íon Cs+ e ~r1 = a(1/2, 1/2, 1/2) a posição do íon Cl−
Os vetores primitivos da rede recíproca são os vetores :

~b1 = 2π ı̂ ~b2 = 2π ̂ ~b3 = 2π k̂


a a a

pois ~bi · ~aj = 2πδij , sendo que eles denem uma c¨eula primitiva (1º zona de Brillouin) cúbica de
(2π)3
parâmetro 2π/a e volume V = a3

10
Alexsandro Kirch 11

Assim:
~ = h~b1 + k~b2 + l~b3 = 2π (h + k + l)
G (2.7)
a

Assim, o fator de estrutura é:

~
(2.8)
X
S= fj e−iG·~rj = f + f 0 e−iπ(h+k+l) = f + f 0 (−1)h+k+l
j

S = f + f 0 (−1)h+k+l (2.9)

A partir dessa equação pode se analisar os zeros:

ˆ Se h + k + l =par, então S = f + f 0

ˆ Se h + k + l = impar, então S = f − f 0

Agora considerando os planos (110) do cristal, pede-se:

(e) A distância entre dois planos consecutivos, utilizando-se os vetores de


translação da rede recíproca perpendiculares a estes planos;
Resposta:
Um vetor da rede recíproca perpendicular ao plano (110) é dado por:

~ = h~b1 + k~b2 + l~b3 = 1( 2π )ı̂ + 1( 2π )̂ + 0( 2π )k̂


G (2.10)
a a a

A partir da denição da distância entre planos, obtém-se

2π 2π
dhkl = d110 = √ (2.11)
~
|G| 2π 2
a

a
d110 = √ (2.12)
2

(f) O tipo, o número e a distância dos 1º e 2º vizinhos de um dos íons,


considerando apenas os átomos em um destes planos (110)
Resposta:
Considerando-se apenas os átomos do plano (110):

11
12 CAPÍTULO 2. PROVINHA II

𝑦 𝑎

𝑎 2



𝑥

Os primeiros vizinhos são do tipo oposto sendo que há 4 primeiros vizinhos . A dis-
tância dos primeiros vizinho é:

s √ √
a 2 a 2 2 3
d1 = ( ) +( ) =a (2.13)
2 2 2

3
d1 = a (2.14)
2

Os segundos vizinhos são do mesmo tipo sendo eles 2 , estando a uma distância
d=a .

(g) A densidade de átomos neste plano, em termos de a


Resposta:
A densidade de átomos nesse plano é

n
σ= (2.15)
A
√ √
onde n é o número de átomos e A a área do plano. A área do plano é dada porA = a(a 2) = a2 2.
Há dois átomos nesse plano, portanto:

n 2
σ= = √ (2.16)
A 2
a 2


2
σ= (2.17)
a2

-Supondo que o plano de átomos, determinadado anteriormente

, seja uma estrutura periódica bidimensional. Determine:

(h) Os vetores primitivos desta rede e as coordenads dos átomos da base;

12
Alexsandro Kirch 13

Resposta:
Considerando-se essa uma rede bidimensional, então ela terá vetores da rede real dados
por:


~a1 = aı̂ ~a2 = a 2̂ (2.18)

Havendo dois átomos na base, sendo que a posição dos mesmo é:

√ 1
~r0 = 0ı̂ + 0̂, ~r1 = a/2ı̂ + a 2/2̂ = (~a1 + ~a2 ) (2.19)
2

(i) Os vetores primitivos ~bi da rede recíproca analisando seu tipo;


Resposta:
Os vetores primitivos da rede recíproca são:

~b1 = 2π ı̂ ~b2 = 2π
√ ̂ (2.20)
a a 2

Esses vetores satisfazer a condição ~bi · ~aj = 2πδij


Os vetores da rede recíproca formam uma rede tipo retangular

(j) S primeira zona de Brillouin desta rede bidimensional, desenhando-a e


especicando o intervalo de variação dos valores de kx e ky ;
Resposta:

Os limites da primeira zona de Brillouin são os seguintes:


π π
Direção x: − ≤ kx ≤
a a
π π
Direção y: − √ ≤ ky ≤ √
a 2 a 2
(k) A area da primeira zona de Brillouin desta rede bidimensional.
Resposta:
A área da primeira zona de Brillouin é dada por:

(2π)2
  
2π 2π
A= √ = √ (2.21)
a a 2 2a2

13
14 CAPÍTULO 2. PROVINHA II

14
Capı́tulo 3
Provinha III

Considere um cristal isotrópico quadrado, não metálico, de parâmetro de


rede a e área A. Utilizando a aproximação de Debye, determine:
(2,0) (a) A expressão para a densidade de modos D(ω);
Resposta:  2
Cada ponto k da rede bidimensional ocupa uma área A = 2π
a no espaço recíproco.
O número total de modos normais de vibração com vetor de onda k é dado pela razão da área da
circunferência de Férmi AF pela área do ocupada pelos pontos k:

AF πk 2 a2 2 a2 2
N = = 2π 2 = k = ω (3.1)
A (a) 4π 4πvg2

Aqui foi usado a aproximação de Debye k → 0 ω = vg k, onde vg é a velocidade de grupo.


É preciso lembrar que para cada ~k há dois modos de propagação da onda (dois graus de liberdade)
de modo que o número de estados na zona de Brillouin é 2N onde N é o número de átomos ou íons
da rede. Assim, N = 2N .
Sendo a densidade de modos denida por D(ω) = dN
dω , então:

dN dN a2 A
D(ω) = =2 = 2
ω =⇒ D(ω) = ω (3.2)
dω dω πvg πvg2

(2,0) A expressão para a energia térmica do sistema;


Resposta:
A energia térmica é dada por:

Z
U= dωD(ω)n(ω)~ω (3.3)

15
16 CAPÍTULO 3. PROVINHA III

onde n(ω) é a distribuição de Planck. A integração é feita de 0 até a frequência de Debye ωD que é
a frequência máxima que o sólido pode ter. Assim:

Z ωD   
A ~ω
U= dω ω (3.4)
0 πvg2 e~ω/τ −1

ωD
ω2
 Z  
A~
U= dω (3.5)
πvg2 0 e~ω/τ − 1

Fazendo-se a mudança de variaveis x ≡ ~ω/kB T (∗) e xD = θD /T (∗∗). Aqui θD é a


temperatura de Debye dada por:

~
θD = ωD (3.6)
kB

A frequência de Debye é determinada a partir de:

Z ωD
D(ω)dω = N = 2N (3.7)
0

A 2 N 4πvg2
N= ωD =⇒ ωD
2
= (3.8)
4πvg2 A

Assim, a temperatura de Debye é:

r
~ 2πvg ~ N
θD = ωD = (3.9)
kB kB A

Substituindo-se (∗), (∗∗) na equação (3.5), obtém-se:

3 Z xD
x2
   
A~ kB T
U= dx x (3.10)
2πv 2 ~ 0 e −1

(2,0) (c) A expressão de CV para θD  T ;


Resposta:
OBS: Para resolver essa questão pode-se usar o formulário da prova. Porém aqui
apresenta-se uma passagem um pouco mais elaborada.
Se a temperatura é baixa então xD  1 e portanto o intervalo de integração pode ser
estendido ao innito, já que a solução dessa integral denida pode ser então determinada. Essa
integral pode ser resolvida por meio da função zeta de Riemmann que é denida por:


ux−1
Z
1
ζ(x) = = du (3.11)
Γ(x) 0 eu − 1

16
Alexsandro Kirch 17

Sendo x = 3 então:


u2
Z
ζ(x)Γ(x) = du (3.12)
0 eu−1

Sendo x aqui um número inteiro, então Γ(x) = (x − 1)! e assim Γ(3) = (2)! = 2
A função zeta é dada por:

∞ ∞
(3.13)
X X
ζ(x) = k −x ζ(3) = k −3 = 1.2020
k=1 k=1

Essa soma pode ser tomada como aproxiamadamente 6/5. Assim, a integral acima
resulta ser:

u2
Z
ζ(x)Γ(x) = du = 2(6/5) = 12/5 = 2.4 (3.14)
0 eu −1

E portanto

3 Z xD 3
x2
   
A~ kB T A~ kB T 12
U= dx = (3.15)
πvg2 ~ 0
x
e −1 πvg2 ~ 5

Agora derivando-se em relação a temperatura obtém-se

  3 
∂U ∂ A~ kB T 12
CV = = (3.16)
∂T ∂T πv 2 ~ 5

  3
36A~ kB
CV = T2 (3.17)
5πv 2 ~

(2,0) (d) A expressão de CV para θD  T ;


Resposta:
Nesse limite xD  1. Para esse caso pode se fazer uma boa aproximação expandindo-se
se a exponencial da integral numa série de Taylor e utilizando-se apenas os dois primeiros termos.
Assim:

3 Z xD 3 Z xD
x2 x2
   
A~ kB T A~ kB T
U= dx = dx (3.18)
πvg2 ~ 0
x
e −1 πvg2 ~ 0 (1 + x + . . .) − 1

  3 Z xD   3 xD
A~ kB T A~ kB T 2
(3.19)

= xdx = x
πvg2 ~ 0 2πv 2 ~ 0

Substituindo-se o valor de xD obtém-se que

17
18 CAPÍTULO 3. PROVINHA III

  3
A~ kB
U= 2
T θD (3.20)
2πvg2 ~

Para determinar a capacidade térmica a volume constante, deriva-se a energia em relação


a temperatura:

  3 
∂U ∂ A~ kB
CV = = 2
T θD (3.21)
∂T ∂T 2πvg2 ~

  3
A~ kB
CV = 2
θD (3.22)
2πvg2 ~

Substituindo-se a temperatura de Debye equação (3.9) obtém-se que:

CV = 2N kB (3.23)

(2,0) (e) Se o cristal fosse isotrópico cúbico, com parâmetro de rede ae


volume V , qual as expressões que você esperaria encontrar para CV nos limites dos
itens (c) e (d)? Explique sua resposta.
Resposta:
A capacidade térmica é uma grandeza física que relaciona a quantidade de energia tro-
cada na forma de calor necessária para produzir neste uma determinada variação de temperatura.
Essa grandeza porém é dependente da dimensão do sistema. Um sistema cúbido certamente possui
maior capacidade térmica, já que a energia pode distribuir-se nas três dimensões do cristal, enquanto
que no sistema bidimensional só há duas dimensões para isso acontecer. Nesse caso, a capacidade
térmica a altas temperaturas, é 3 vezes maior que no caso 1D e assim para o item (d) se esperaria
o resultado CV = 3N kB . Seguindo o mesmo raciocínio, para baixas temperaturas, se a variação
de CV com a temperatura para o caso 2D é CV ∼ T 2 então no caso 3D se esperaria uma variação
CV ∼ T 3 .

18
Capı́tulo 4
Provinha IV

Considere uma rede quadrada de vetores primitivos ~a1 = 2aı̂ e ~a2 = 2a̂.
Pede-se:
(1,0) (a) Os vetores primitivos ~b1 e ~b2 do espaço recíproco;
Resposta:
Os vetores da rede recíproca precisam satisfazer a condiçao de ortogonalidade ~bi · ~aj =
2πδij . Assim, os vetores da rede recíproca são:

~b1 = π ı̂ ~b2 = π ̂ (4.1)


a a

(1,0) (b) Os limites da primeira zona de Brillouin, desenhando-a e marcando


os pontos Γ, X e L, dando suas coordenadas. Indique quais são as direções ΓL e ΓX ;
Resposta:
𝜋
y 𝑘𝑦 =
2𝑎
𝐋

𝐗
𝜋 𝜋 x
𝑘𝑥 = −
2𝑎 𝚪 𝑘𝑥 =
2𝑎

𝜋
𝑘𝑦 = −
2𝑎

Figura 4.1: A gura mostra a primeira zona de Brillouin reduzida, destacando os pontos de alta
simetria e as direções ΓX , XL e LΓ.

19
20 CAPÍTULO 4. PROVINHA IV

(2,0) (c) Sabendo que os vetores ~k da primeira zona de Brillouin podem ser
normalizados a π/a, onde ξ = k/( πa ) dê as relações entre ξx e ξy ao longo das direções
ΓL e ΓX ;

Resposta:
A partir da denição de ξ tem-se que nos limites da primeira zona de Brillouin (kx , ky ) =
π
( 2a π
), 2a ):

π
kx 1
ξx = π = 2a
π = (4.2)
(a) (a) 2

π
ky 1
ξy = 2a
π = π = (4.3)
(a) (a) 2

Assim, nas direções ΓL e ΓX tem-se que:

1
ΓL =⇒ 0 6 ξx = ξy 6 (4.4)
2

1
ΓX =⇒ 0 6 ξx 6 ; ξy = 0 (4.5)
2

(2,0) (d) Sabendo que os vetores de translação da rede recíproca são escritos
como G
~ = mx~b1 + my~b2 , escreva a expressão da energia, normalizada a ~2 π 2
2ma2
(0 ) para
a direção ΓX , na aproximação de rede vazia;
Resposta:
Considere os vetores da rede recíproca determinados no item a):

~b1 = π ı̂ ~b2 = π ̂
a a

Assim o vetor G
~ ca:

~ = π mx ı̂ + π my ̂
~ = mx~b1 + my~b2 =⇒ G
G (4.6)
a a

Quando as energias das bandas podem ser aproximadas com precisão razoável pelas
energias do elétron livre, k = ~2 k 2
2m pode-se transferir as energias do elétron livre para a primeira
zona de Brillouin. Procura-se um valor de G
~ tal que um valor de ~k 0 na primeira zona satisfaça a

relação:

20
Alexsandro Kirch 21

~k 0 + G
~ = ~k (4.7)

onde ~k não tem nenhuma restrição e é o verdadeiro valor do vetor de onda do elétron na rede vazia.
Assim , a energia do elétron livre na translação para a primeira zona ca:

~2 ~ 0 ~ 2
(kx , ky , kz ) = |k + G|
2m
~2
(kx , ky , kz ) = [(kx + Gx )2 + (ky + Gy )2 + (kz + Gz )2 ] (4.8)
2m

Assim:
Então a energia para esses sistema na aproximação da rede vazia é dada por:

~2 π π
(kx , ky ) = [(kx + mx )2 + (ky + my )2 ] (4.9)
2m a a

É conveniente escrever a equação acima em termos de ξx e ξy denidos por ξi = ki /[π/a]


de forma que a equação acima ca normalizada por:

~2 π 2
(ξx , ξy ) = [(ξx + mx )2 + (ξy + my )2 ] =⇒ 0 (ξx , ξy ) = (ξx + mx )2 + (ξy + my )2 (4.10)
2ma2

Direção ΓX
Na direção ΓX tem-se que a energia é dada por:

0 (ξx , ξy ) = (ξx + mx )2 + m2y (4.11)

Direção ΓL
Na direção ΓL tem-se que a energia é dada por:

0 (ξx , ξy ) = (ξx + mx )2 + (ξy + my )2 (4.12)

Direção LX
Na direção ΓX tem-se que a energia é dada por:

0 (ξx , ξy ) = (1 + mx )2 + (ξy + my )2 (4.13)

OBS: Pode-se também considerar a subtração de G


~ de forma que ~k 0 − G
~ = ~k ao invés

de ~k0 + G
~ = ~k , O resultado nal será o mesmo já que o termo é elevado ao quadrado.

21
22 CAPÍTULO 4. PROVINHA IV

(2,0) (e) Faça uma tabela, para a direção ΓX , dos valores de 0 , 0Γ , 0X ,
para mx e my variando entre −1 e 1;

Resposta:

Na direção ΓX tem-se que a energia é dada por:

0 (ξx , ξy ) = (ξx + mx )2 + m2y (4.14)

Fazendo-se a tabela, em que se varia mx entre −1 e 1, obtém-se:

mx my 0 0Γ 0X

0 0 ξx2 0 1/4
0 1 ξx2 + 1 1 5/4
1 0 (ξx + 1)2 1 9/4
0 -1 ξx2 + 1 1 5/4
-1 0 (ξx − 1)2 1 1/4
1 1 (ξx + 1)2 + 1 2 13/4
-1 -1 (ξx − 1)2 + 1 2 5/4
1 -1 (ξx + 1)2 + 1 2 13/4
-1 1 (ξx − 1)2 + 1 2 5/4

(2,0) (f) Esboce as faixas de energia na direção ΓX utilizando a tabela do


item anterior, indicando as degenerescências dos ramos

Resposta:

Com base na tabela acima, o esboço do gráco ca:

22
Alexsandro Kirch 23

(m , m )
x y

3,0
(0,0)

(0,1)

(1,0)
2,5 (0,-1)

(-1,0)

(1,1)

2,0 (-1,-1)

(1,-1)
Energia

(-1,1)

1,5

1,0

0,5

0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

Onde há sobreposição de uma linha sólida e uma tracejada há degenerescência. No


presente caso são encontradas três degenrescências duplas como pode ser visualizado na gura acima

23

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