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Brasília - DF
2012
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Brasília-DF
2012
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Profº Esp. Valícia Ferreira Gomes
Orientadora
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Prof. Msc. Olga Cristina Rocha de Freitas
Brasília
2012
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RESUMO
ABSTRACT
This study aimed to identify characteristics that enhance the training of interpreters
POUNDS. Therefore, we investigated aspects related to the formation of Interpreter
POUNDS, their area of expertise, professional experience, the challenges and
expectations of the profession, comparing the results obtained with the current
legislation in force, the Decree 5.626/2005. Participants were ten performers, chosen
randomly. Each participant received a questionnaire containing eleven questions. After
evaluating the data, we found that the level of training of most interpreters have not yet
reached the level of training equal to or superior to determinations of Decree
5.626/2005, which determines the formation of the translator and interpreter POUNDS -
Portuguese through a degree in Translation and Interpreting Literature or LBS. The
decree, in his chapter V, art. 18, regulates also the training of professional interpreter
and translator POUNDS - Portuguese Language, must be fulfilled until ten years after
the publication of the Decree, which may occur in professional education courses,
university extension courses or continuing education courses. It was found that 90% of
interpreters who participated in the survey have no degree in interpretation or Letters
POUNDS, although 50% have higher education in several areas. Only one performer
has degree in Letters pounds and has certificate of proficiency POUNDS, upper level,
provided by Prolibras and another interpreter certification has Prolibras on average.
Most interpreters received training through ongoing professional education. One factor
that justifies this uneven training of interpreters in relation to the demands of the Decree
is his recent time of application. It was found that the majority of respondents have
good motivational level and interest in the profession. The interpreters themselves
recognize their difficulties and lack of appreciation of the profession, as well as the need
for greater disclosure of the Brazilian Sign Language.
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................10
REFERÊNCIAS............................................................................................................42
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INTRODUÇÃO
A visão das pessoas e das instituições a cerca de como lidar com as pessoas com
deficiência vem mudando nos últimos dez anos, principalmente em relação aos sujeitos
surdos, a comunidade surda percebe profundas transformações sociais que valorizam o
tratamento dos ouvintes em relação aos surdos, decorrentes da organização da comunidade
surda, das políticas públicas conquistadas e da oficialização da Língua Brasileira de Sinais –
LIBRAS.
No ano de 2002, foi publicada a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe
sobre o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, como língua materna da
comunidade surda. Essa Lei foi regulamentada pelo Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de
2005. Além de regulamentar a LIBRAS como língua oficial das comunidades surdas
brasileiras, reconheceu a necessidade de atuação do profissional Intérprete de Língua
Brasileira de Sinais – ILS para intermediar a comunicação entre ouvintes e surdos nas
diversas instituições públicas e na educação de surdos, estabelecendo os critérios
fundamentais para formação de intérpretes.
aperfeiçoamentos profissionais e quais as medidas são possíveis para melhoria nos níveis de
qualificação profissional, sendo os resultados obtidos organizados em categorias que
identificam as características em relação a formação profissional do ILS, como: formação dos
intérpretes, área de atuação, experiência profissional, principais desafios e expectativas para
melhorias do desempenho dos profissionais, bem como a valorização da profissão Intérprete
de LIBRAS.
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Ao contrário do que muitos imaginam a Libras não é uma língua recente. Segundo
Honora e Frizanco (2009), na idade média encontravam-se os primeiros fatos que apontaram a
utilização de sinais como forma de comunicação. As autoras relatam que, naquela época, a
Igreja Católica tinha participação ativa no modo de vida social. Os surdos não podiam se
confessar nem participar dos sacramentos, pois não tinham uma língua que os fizessem ser
entendidos, logo suas almas eram consideradas mortais. Então a igreja iniciou as primeiras
tentativas de educar os surdos para participarem dos sacramentos. Os monges que viviam em
clausura e fizeram voto de silêncio, para não tornar público os conhecimentos adquiridos nos
livros sagrados, desenvolveram uma língua gestual para se comunicarem. Esses monges
foram convidados para educar surdos.
Honora e Frizanco (2009) relatam que Pedro Ponce de Leon juntamente com seus dois
alunos surdos, descendentes de uma família espanhola, ocasionaram um marco histórico no
processo de criação e evolução da Língua de sinais. Ponce de Leon foi um monge que viveu
num monastério, na Espanha, onde havia Voto de Silêncio. Além desses dois alunos surdos,
Ponce foi tutor de muitos outros surdos, provou que o surdo era capaz de aprender, pois seus
alunos sabiam Filosofia, História, Matemática e outras ciências.
Outro pioneiro na educação de surdo, citado pelas mencionadas autoras, foi o Médico,
Matemático e Astrólogo, italiano Girolano Cardano (1501 – 1576). Ele tinha um filho surdo e
através de suas pesquisas descobriu que a escrita representava os sons da fala ou das ideias do
pensamento, baseado nessa teoria, afirmou que o surdo podia ser instruído.
Leite (2009) informa que Charles Michel de L‘ Èpée, no século XVIII, utilizou a
língua de sinais como língua de instrução na França, em sua escola de surdo. Quando, o
Congresso de Milão privilegiou o método oral de ensino em detrimento da língua de sinais,
houve um retrocesso histórico sobre a língua de sinais, em todo mundo, uma proliferação da
utilização de métodos que privilegiam a oralização.
Há também pesquisas realizadas pela Luciana Ferreira Brito que foram publicadas em
forma de um livro em 1995, voltadas para a compreensão da gramática das línguas de sinais.
Posteriormente outros trabalhos e pesquisas começaram a explorar diferentes aspectos da
estrutura da Língua Brasileira de Sinais, como Karnopp (1994) que estudou aspectos de
aquisição de fonologia por crianças surda, e Quadros (1995) que apresenta uma análise da
distribuição dos pronomes na língua brasileira de sinais e as repercussões desse aspecto na
aquisição da linguagem de crianças surdas de pais surdos, publicando parcialmente em forma
de livro em 1997 – Educação de surdos a aquisição da linguagem de sinais. (QUADROS,
2004).
em que os sinais são produzidos, os movimentos e as direções são unidades mínimas que
formam as sinais.
LIBRAS é uma língua moderna natural como qualquer outra língua materna, que
acontece no contato com seus falantes. No caso de LIBRAS, o contato acontece nas
comunidades surdas, aonde a cultura surda vai formando seus hábitos e costumes, neste caso,
é importante o contato entre as pessoas surdas, para formar uma interação favorável a
aquisição e desenvolvimento de uma identidade linguística.
Salles (2005) afirma que a surdez ainda é vista, pela maioria dos ouvintes, como uma
condição desfavorável a adaptação da pessoa surda à vida social, por ter um órgão funcional a
menos. Essa maneira de pensar é equivocada se considerar que a audição pode ser substituída
pela visão. O ser humano poderia viver perfeitamente sem a audição, sem o paladar e sem o
olfato. Inclusive nosso cérebro, os cientistas afirmam que se uma parte dele for danificada por
algum acidente, outra parte acumula funções e se adaptam a desenvolver as funções que
seriam desenvolvidas pela parte danificada.
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Ser surdo não é melhor ou pior que os ouvintes e sim, apenas diferente. Não há limite
para a inteligência humana. Toda pessoa, surda ou ouvinte, tem suas limitações. Como
exemplo, podemos citar algumas dificuldades que os ouvintes têm para se comunicarem
através da língua oral em lugares com muito barulho, enquanto o surdo se comunica
facilmente através da língua de sinais (SALLES 2005).
Perceber a surdez, não como deficiência, mas sim como uma minoria diferente, é
fundamental para respeitar sua cultura e dar-lhes oportunidades para reescrever sua história,
assim como os negros, as mulheres, dentre outros.
Salles (2005) entende que cultura surda é o conjunto de produções culturais, materiais
ou objetos, de um determinado grupo social, bem como tudo que se vê e sente quando se está
em contato com a cultura de uma comunidade.
A pessoa surda se identifica com sua cultura e sentindo-se acolhida por seus pares, na
maioria dos grupos. O contato entre os surdos proporciona-lhes maior conforto, por
compartilhar problemas comuns no seu cotidiano e discutirem juntos possíveis soluções. Por
meio desses contatos, fortalece a identidade do individuo surdo em relação aos seus pares, que
é definida por Perlin (1998 apud COSTA 2009) da seguinte maneira:
O sujeito surdo percebe o mundo a sua volta através da visão. Os movimentos, coisas
e objetos são observados pelos surdos e a partir daí sintetizam as conclusões referente às
situações vivenciadas. Como por exemplo, podemos citar uma situação em que numa
danceteria várias pessoas saem apressadamente e o surdo percebe uma situação de perigo.
Assim, é importante argumentar que, como o sujeito surdo percebe os acontecimentos a sua
volta através da visão, deve-se explorar o espaço visual para facilitar o acesso do surdo no seu
cotidiano e na aprendizagem (Salles 2005).
Salles (2005) argumenta que na comunidade surda, a criança surda é mais bem aceita
por seus pais surdos do que por pais ouvintes. Os pais surdos aceitam a criança surda com
naturalidade, entendem que não haverá dificuldade para se comunicarem, oferecem mais
segurança, proporcionando mais cedo o contato da criança com a comunidade surda.
Enquanto os pais ouvintes, na sua maioria, ficam aborrecidos quando percebem que o filho é
surdo, não sabem, ainda, comunicar fazendo uso da língua de sinais e quando promovem o
contato da criança surda com a comunidade surda é mais tardiamente.
As piadas para surdos, que exploram a expressão facial e corporal, na sua maioria em
língua de sinais, são diferenciadas pelas características naturais do surdo em contar histórias.
Essas piadas representam outra modalidade de expressão cultural da comunidade surda.
As artes culturais da comunidade surda são as criações artísticas produzidas pelo povo
surdo. Através da arte visual o sujeito surdo, expressa seus sentimentos, emoções, histórias,
cultura, criatividade, subjetividade, etc. As principais produções artísticas dos surdos são
desenhos, pinturas, esculturas, teatro, dentre outros.
A cultura dos surdos é diferente da cultura dos ouvintes. Percebe-se que essa cultura
surda possui normas, valores, tecnologia e linguagem diferentes da dos ouvintes, porém há
aspectos comuns entre os costumes dos surdos e ouvinte, o que leva Skliar (1998) defender o
conceito de cultura surda como multicultural.
Segundo Quadros (2004), na Suécia, no final do século XIX, a presença dos primeiros
intérpretes de Língua de Sinais foram trabalhos religiosos. Em 1938, o parlamento daquele
país criou cinco conselheiros para surdos. Em 1947, 20 pessoas assumiram a função de
intérprete. No ano de 1968, todo surdo passa a ter direito de acesso ao intérprete sem encargos
e foi criado o primeiro curso de treinamento de intérprete. Em 1981, todo conselho municipal
deveria ler uma unidade com intérprete.
No ano de 2002, no Brasil, após anos de lutas, foi publicada a Lei nº 10.436/2002, que
reconhece a legalidade da Língua Brasileira de sinais – Libras, como forma de expressão e
comunicação e reconhece o profissional Intérprete. Ela garante, por parte do poder público,
sua divulgação, inclusão nos cursos de formação do magistério e fonoaudiologia. Porém, o
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uso de Libras, pela comunidade surda, não substitui a modalidade escrita da Língua
portuguesa, conforme descrito em seu parágrafo único.
Lacerda (2010) entende que a tradução não é apenas um fato linguístico, mas outras
variáveis necessitam ser consideradas, como: culturais e sociais. O intérprete precisa saber
muito sobre as possibilidades expressivas da língua, ou seja, saber além das regras
gramaticais, que é apenas um dos modos de descrição e prescrição em termos das línguas. È
necessário conhecer as diversas maneiras de expressões de uma sociedade. Nesse sentido, o
tradutor/intérprete deve se interar de todo tipo de texto (literatura, jornalístico, publicitário,
entre outro) variando autores, épocas propósitos, terminologias pertinentes a cada área a que
vai se dedicar. Seu material de trabalho é o universo dos textos, das mais diversas origens.
Já art. 18, determina que formação do Intérprete, poderá acontecer em nível médio, por
meio de cursos de educação profissional, cursos de extensão universitária ou cursos de
formação continuada, acrescentando-se a esta formação a obtenção de certificação de
Proficiência em Libras, fornecido pelo Prolibras.
A existência do código de ética sobre a atuação dos ILS é um conjunto de regras que
orientam a atuação do profissional Intérprete. Esse profissional é um interlocutor na
comunicação entre surdos e ouvintes, sendo responsável pela veracidade e fidelidade das
informações, por esse motivo é necessário que a ética seja primordial na conduta desse
profissional (QUADROS, 2004).
Segundo o código de ética, o intérprete deve respeitar o limite de sua competência, não
aceitando interpretar sobre alguma área que ele não se sente seguro. Quanto à forma de se
vestir, deve-se apresentar adequadamente, sem atrair a atenção para si.
Outra questão abordada pelo código de ética é a remuneração, que deve ser justa,
respeitando a tabela de cada estado, aprovada pela FENEIS, quando não houver fundos para
custear o serviço.
O código de ética dispõe que o intérprete não pode encorajar pessoa surda a pleitear
decisões em seu favor, ao interpretar, deve-se atentar para os níveis das línguas, manter
respeito, dignidade e pureza da língua alvo e da língua fonte. Em interpretações de situações
legais, deve-se informar à autoridade o nível de comunicação da pessoa em questão, inclusive
quando houver necessidade de parafrasear nos casos que não for possível a interpretação
literal. Ainda é dever do intérprete, conhecer os tipos de assistência ao surdo e esforçar-se
para ajudá-lo.
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O código de ética também aborda sobre a interação entre os intérpretes, com os fins de
compartilhar informações e se desenvolverem profissionalmente suas habilidades pessoais e,
finalmente, o intérprete deve fornecer informações sobre surdez e comunicação com a pessoa
surda, sempre quando houver necessidade e oportunidade.
Segundo Leite (2009), não existe nenhum intérprete capaz de entender de todos os
assuntos trabalhados em sala de aula, para piorar a situação, existem muitos interpretes que
não têm formação e qualificação adequada para a função. Outro problema a se observar é que
os alunos surdos, na inclusão, ficam dispersos em várias escolas, e considerando a opinião de
diversos especialista em educação, que a criança surda precisa ter contato com outras crianças
e adultos surdos para se desenvolverem socialmente, formando sua identidade cultural e
facilitar a aquisição da Libras, como língua materna.
Leite (2009) fez uma análise detalhada dos procedimentos observados numa escola
pública de ensino fundamental. Confrontando suas observações com a fundamentação teórica
e entende dentre tantas questões analisada, a interprete atua, maior parte do seu tempo como
professora do que interpretando, em algum momento a interprete para de atender os alunos
como se recusasse o papel de professora. Esse problema parece demonstrar a indefinição de
entendimento sobre o papel do interprete por parte do professor regente. Num dado momento,
ele afirma que os alunos surdos poderiam estar espalhados por toda escola, mas para facilitar
o trabalho da intérprete eles estão reunidos numa mesma sala.
Outro problema preocupante é que a língua portuguesa, segunda língua para os alunos
surdos, é ensinada igualmente para os alunos ouvintes. Num dado momento da pesquisa, a
professora regente se esqueceu dos alunos surdos e ministrou a aula como se eles não
estivessem lá.
Dentre tantas outras questões analisadas, apenas essas citadas já fica evidente a falta
de definição quanto ao papel do intérprete e do professor regente. Outra questão preocupante
é que os alunos surdos não são completamente incluídos no processo de ensino aprendizagem,
uma vez que não tiveram aula planejada, considerando que o português é sua segunda língua e
que necessitam de processo diferenciado de ensino aprendizagem.
Leite (2009) compreende que, numa sala de aula inclusiva, a atuação do intérprete no
papel de professor, redefine o papel do professor regente. Neste caso, demanda a participação
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É importante tomar uma postura crítica com relação às práticas educativas, que lidam
com a questão da surdez. Partindo desse posicionamento, entende-se que mesmo com a
inclusão da língua de sinais no processo de aprendizagem do aluno surdo ainda existe o poder
ouvinte.
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CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA
A pesquisa teve como foco um recorte qualitativo, sendo utilizado como principal
instrumento de pesquisa o uso de questionário aberto, com onze perguntas (ANEXO 1), sendo
direcionado aos intérpretes de Libras, que atuam em diferentes níveis de contextos e áreas.
Obtendo um número total dos participantes em 10 intérpretes. Para aplicação do instrumento
de pesquisa foram agendados encontros com os intérpretes em seus locais de atuação e outros
locais, fora do ambiente de trabalho.
Para melhor compreensão dos dados obtidos, os resultados das respostas foram
agrupadas por temas afins e apresentados e descritas em Seis Categorias, sendo:
Lacerda (2009) defende que a formação do Intérprete deve ser em nível superior.
Segundo esse autor quanto maior for o nível de envolvimento da comunidade surda em
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CATEGORIA 01
A situação mais crítica é a da P10, pois possui apenas o ensino médio (Gráfico 01) e
não tem curso de formação profissional, aprendeu Libras com a sua mãe surda. Esse intérprete
trabalha no serviço público, completamente, em desacordo com a legislação vigente. Faz-se
necessário um questionamento sobre a atuação desse intérprete no serviço público: quais
serão os critérios de seleção da instituição pública que a contratou, sem apresentar certificado
de curso de formação profissional? Situações como essa ocorrem por falta de profissionais
qualificados para atender a demanda e/ou, em pior caso, a falta de responsabilidade do agente
público que a contratou.
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Embora, P2 possui formação acadêmica de nível superior (Gráfico 01), sua formação
como profissional intérprete aconteceu por meio de educação profissional (Decreto 5.626,
capítulo V, art. 18). Não possui Prolibras, não participa de eventos e palestras, não se reúne
com outros intérpretes, como consequência, conforme ela própria argumenta em sua resposta
Apêndice C, às vezes se sente insegura em sua prática de interpretar. Essa intérprete precisa se
esforçar para atingir um bom nível de qualificação para melhorar seu desempenho diante da
importância de seu trabalho voluntário.
Observa-se, através dos dados, que P1 possui formação profissional obtida por meio
de cursos profissionalizantes, complementados pela certificação do Prolibras. Participam de
reuniões sindicais, oficinas palestra e eventos. Ele tem bastante experiência profissional em
diversas áreas. No entanto, sua formação é apenas através de cursos profissionalizantes,
complementada pela certificação do Prolibras. Segundo o Decreto nº 5.636/2005, Art. 17, a
formação do tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa deve efetiva-se por meio
curso superior. Desta forma, torna-se evidente seu desnivelamento em relação ao que propõe a
legislação.
Apenas duas pessoas possuem certificação do Prolibras, uma de nível superior e outra,
de nível médio. 80% não possuem Prolibras.
profissional a reconhecer seu próprio nível de competência, não aceitando trabalhos em que
não domine o assunto.
CATEGORIA 02
30% dos intérpretes atuam por entre um ano e três anos e a maioria, 70% atuam entre
quatro e seis anos. Esses dados evidenciam que a maioria dos intérpretes possui um bom
tempo de experiência, comparando com tempo de reconhecimento legal da profissão.
P1 e P8 possuem mais tempo de experiência profissional, seis anos cada. Ambas são
engajadas na busca de melhorias profissionais, bem como se mantêm atualizadas para
enfrentar os novos desafios profissionais, as atitudes desses interpretes são participativas,
apresentam excelente nível de formação profissional. A primeira pessoa tem certificação de
proficiência em Libras, nível médio, fornecido pelo Prolibras, além de diversos cursos de
educação profissional, a segunda possui certificado de proficiência em LIBRAS formação
profissional em Letras Libras.
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CATEGORIA 03
Uma das dificuldades encontradas por P3 é a falta de existência de sinais para área de
Química, segundo ela o desafio do profissional, que atua na área de Química, é incentivar,
juntamente com a comunidade surda, os sinais para essa área, bem como promover sua
divulgação.
CATEGORIA 04
40% dos intérpretes se interessaram pela profissão porque são filhos de surdo ou têm
surdo na família, três através da igreja e três por convivência com amigos ou colegas na
escola.
Desperta atenção o fato de 40% dos intérpretes ter se interessado por esta área por
terem familiares surdos. Leite (2009) informa que a existência de intérprete é tão antiga
quanto à existência das pessoas surda, sempre as intermediações ocorreram por meio de
familiares, amigos e religiosos ou pessoas que conviviam com pessoas surdas. Na atualidade,
pode-se constatar, das respostas dos intérpretes, que os motivos que influenciaram na escolha
da profissão de intérprete são os mesmos de antigamente, conforme relatado pela autora.
CATEGORIA 05
Percebe-se que 70% dos intérpretes se reúnem com os colegas. Esse comportamento
evidencia a capacidade associativa dos intérpretes, tanto no que se refere a encontros para
tratar de questões relacionadas a pratica de tradução, como nas relacionadas à valorização da
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profissão de interprete. No último caso citamos P1, que participa das reuniões do sindicato.
Os outros se reúnem para tratar de questões voltadas para o seu próprio desenvolvimento
profissional.
A questão salarial é abordada pelo código de ética, deve ser justa, respeitando a tabela
de cada estado, aprovada pela FENEIS, quando não houver fundos para custear o serviço.
Sabe-se que a questão salarial é importante valorizar a profissão, aumentar interesse das
pessoas para se tornar um profissional intérprete, bem como motiva os que já atuam na
profissão a se desenvolverem profissionalmente.
CATEGORIA 06
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por outro lado auto nível motivacional dos intérpretes para se atualizarem, no que
depender do interesse, caso haja oportunidade, alcançarão formação superior, conforme
demanda a legislação.
A carência de formação exigida para esses profissionais vem sendo compensada por
muito esforço pessoal, e diversidade de cursos de formação profissional, que demandou longo
período de preparação, dada a quantidade de cursos que fez a maioria dos intérpretes.
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RREFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação, Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a
Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em 16 maio 2012.
RUDIO, Victor (37º Edição), Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. Editora: Vozes,
2010.
SALLES, Heloisa Moreira Lima, Caminhos para a Prática Pedagógica, Brasília, MEC,
2005.
ANEXO 1