Você está na página 1de 16

O LÚDICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS

ENTRE SEIS E SETE ANOS

SILVA, Úrsulla Corrêa Oliveira Reis e1


RU 533401
MORAES, Sônia Regina de Almeida 2

RESUMO
Este artigo tem como objetivo analisar as contribuições do lúdico no processo de
alfabetização de crianças entre seis e sete anos. A importância do lúdico no
desenvolvimento da criança tem sido demonstrada por inúmeros autores que
atestam que o lúdico proporciona muitas maneiras de levar a criança a aprender de
forma motivada e significativa. Tendo como base uma pesquisa bibliográfica, onde
autores como: Piaget e Vygotsky apresentam estudos importantes sobre esta
temática. Proporcionar uma leitura significativa sobre a utilização dos jogos na
educação. Em seu teor é possível fazer uma breve caminhada histórica sobre a
inclusão do jogo no campo educacional, além de saber sobre algumas contribuições
científicas deste recurso imprescindível no campo da alfabetização. Os resultados
evidenciam o jogo e a brincadeira, pois fazem parte do processo de formação do ser
humano, e, portanto, não podem ser excluídos como instrumentos didáticos no
campo escolar, principalmente no período de alfabetização. Enfatiza também a
necessidade do professor ter competência para utilizar o jogo, onde o planejamento
e a base teórica não podem faltar ao utilizar o lúdico como recurso de ensino e
aprendizagem.

Palavras - chave: Lúdico. Alfabetização. aprendizagem

1
Aluno do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado
como Trabalho de Conclusão de Curso 05/2011.
2
Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.
1- INTRODUÇÃO

O Processo de alfabetização da criança no campo da escolar merece


algumas reflexões, pois os avanços da leitura e escrita estão muito longe de
acontecer. No mundo atual muito se discute sobre a alfabetização, isto porque
apesar do reconhecimento desse direito cidadão e das muitas medidas que vêm
sendo tomadas para garanti-lo, ainda existem elevados índices de evasão e
repetência escolar.
Portanto, construir um espaço, meios e tempo para que os educandos se
alfabetizem através de atividades que lhes propiciem diferentes maneiras de
alcançar o aprendizado da leitura e escrita é um compromisso, considerando que em
nome da educação formal as crianças são monopolizadas cada vez mais cedo para
atividades pouco criativas e inteligentes no espaço escolar, dificultando-lhes assim,
o seu processo de alfabetização.
Diante desta problemática, este artigo tem como objetivo compreender como
o lúdico auxilia no processo de alfabetização de crianças de seis e sete anos de
uma, segundo os autores Piaget e Vygotsky. Para alcançar esta meta, a
fundamentação teórica deste estudo irá abordar, além dos conceitos de
alfabetização, o contexto histórico sobre a utilização do lúdico na educação. Mostrar
que as práticas pedagógicas auxiliam as crianças no processo de alfabetização.
Portanto é fundamental promover atividades com jogos, buscando um meio de
aprendizagem prazeroso para a criança, ao mesmo tempo em que facilita o trabalho
do educador (o professor), pois, através dos jogos, pode ser feita facilmente uma
investigação do modo de pensar dos alunos, para ajudá-los a compreender os
conteúdos escolares e superar suas dificuldades.
2- O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

2.1 O que é brincar?

O brincar é uma realidade cotidiana na vida das crianças, e para que elas
brinquem é suficiente que não sejam impedidos de exercitar sua imaginação. A
imaginação é um instrumento que permite relacionar seus interesses e suas
necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem. É por meio das
brincadeiras que as crianças se interagem no universo dos adultos, universo que já
existiam quando elas nasceram e que só aos poucos elas poderão compreender. 
O brincar é uma área intermediária de experimentação para qual contribuem a
realidade interna e externa. Nesse sentido, a criança pode relacionar questões
internas com a realidade externa, e tornar-se capaz de participar de seu contexto e
perceber-se como um ser no mundo. O ato de brincar, tanto o adulto quanto a
criança está plenamente libertos para a criação. E é através da criatividade, que o
indivíduo torna-se pleno e sincronizado com a vida, dando valor a esta, percebendo
suas potencialidades, além da importância das trocas interindividuais.
Podemos ver que na alfabetização o brincar é de fundamental importância
para resolução dos problemas emocionais que fazem parte do desenvolvimento da
criança.
 Brincar é uma atividade lúdica criativa no brinquedo, entra em ação a
fantasia. O indivíduo criança ou adulto ao brincar, transforma a realidade e a
realidade o transforma; cria personagens e mundos de ilusão, coloca-se diante do
risco, do imprevisto, do suspense. Não há necessidade do resultado a alcançar.

2.2 Por que o jogo é importante?

Jogar é muito importante, por ser um procedimento de real valor no


desenvolvimento de qualquer conteúdo. O jogo é um dos mais antigos e nobres
processos de aprendizagem e, seguramente, contém as mais autênticas
manifestações sócio-pedagógicas.Trabalhando com jogos o professor contará com
um ambiente descontraído, onde a aprendizagem acontecerá naturalmente e evitará
certos desgastes que um procedimento mais rígido, poderá proporcionar uma
maneira prazerosa de trabalhar, durante vários momento dentro e fora da sala de
aula.
O jogo proporciona à criança viver momentos de colaboração, competição e
também de oposição, ensinando-as a conhecer regras, respeitar o companheiro e
aumentar os contatos sociais, ajuda ainda na superação do egocentrismo. O jogo
oportuniza o desenvolvimento motor da criança, permitindo que ela crie e monte
seus próprio jogos melhorando as suas habilidades, motiva-a também a ultrapassar
seus limites.
O jogo é considerado um dos elementos fundamentais para que o processo
de ensino-aprendizagem possa superar os indesejáveis métodos da descoberta, do
conteúdo pronto, acabado e repetitivo, que tornam a educação tão maçante, sem
vida e sem alegria. O jogo supõe relação social. Por isso, a participação em jogos
contribui para a formação de atitudes sociais, respeito mútuo, solidariedade,
cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e
grupal.
                      

2.3 A brincadeira e a relação com o desenvolvimento da criança

O brincar é uma das principais atividades das crianças desde antiguidade.


Houve um período em que a brincadeira (jogo) estava associada aos jogos de
azar, mas já no período do Renascimento a brincadeira era vista com algo que
favorecia o desenvolvimento da criança.
No século XIX surgiu a teoria de Groos, que considerava o jogo pré-exercício
de instintos herdados, uma ação espontânea natural, prazerosa e livre e que
antecipa a relação com a educação.
Atualmente, muitas destas brincadeiras de nossos avós não fazem mais parte
da vida das crianças atuais.
As brincadeiras são linguagens não verbais, que mostra como a criança
enxerga o mundo. Além de ser um direito das crianças, pois a torna capaz de se
relacionar com outras crianças e vencer os desafios da vida com facilidade.
Segundo Piaget (1998), acredita que o jogo é essencial na vida da criança.
Existe o jogo de exercício onde a criança repete determinadas situações de prazer
por ter apreciado seus efeitos, jogos simbólicos utilizados pelas crianças de dois a
seis anos satisfazendo suas necessidades, onde não somente relembra o
acontecido, mas executa a apresentação. O jogo é uma ponte que dá condições
para trabalhar o desenvolvimento infantil em realidade.
Para Piaget (1976), a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou
entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e
enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:

O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício


sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade
própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real
em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos
de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um
material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as
realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência
infantil.( Piaget 1976, p.160).

Piaget (1982) ainda afirma, que tanto os jogos quanto as brincadeiras


favorecem uma situação de aprendizagem, pois através das regras e a imaginação
as crianças podem ir além dos seus comportamentos habituais.
Muitas vezes o brincar é visto como algo improdutivo, que não há
aprendizado, mas o brincar pode possibilitar a criança vivenciar coisas que não lhe é
possível, permite criar hipóteses a respeito da vida entre outros socializar-se e
compartilhar experiências.
Segundo Vygotski (1994) a passagem de um estágio do desenvolvimento da
criança para outro, somente é perceptível através das brincadeiras que ela realiza,
uma vez que o brincar emerge de uma necessidade infantil.
[...]aquilo que é de grande interesse para um bebê deixa de interessar uma
criança um pouco maior. A maturação das necessidades é um tópico
predominante nessa discussão, pois é impossível ignorar que a criança
satisfaz certas necessidades no brinquedo [...] (VIGOTSKI, 1994, p. 121).
.

Portanto, o brinquedo é muito importante para o desenvolvimento do aluno,


pois se utiliza desse brincar para vivenciar diversas situações de socialização,
apropriação de valores e costumes, vivenciando situações não somente de prazer,
mas também conflituosas.
Como afirma o mesmo autor:
Definir o brinquedo como uma atividade que dá prazer à criança é incorreto
por duas razões. Primeiro muitas atividades dão à criança experiências de
prazer muito mais intensas do que o brinquedo, como, por exemplo, chupar
chupeta, mesmo que a criança não se sacie. E, segundo, existem jogos nos
quais a própria atividade não é agradável, como, por exemplo,
predominantemente no fim da idade pré-escolar, jogos que só dão prazer à
criança se ela considera o resultado interessante. [...](VIGOTSKI, 1994, p.
121).

Dessa forma, o brinquedo, mesmo que não possibilite uma sensação


prazerosa, ele possibilita a criança a reflexão e enfrentamento de muitas situações
conflituosas que emergem do ambiente sociocultural no qual está inserido.
Kishimoto, (2003) ressalta a importância das regras e situações imaginárias
nas brincadeiras infantis, onde nas situações imaginárias claras ou não, há regras
implícitas e explícitas. Como exemplo, a criança ao imitar um motorista, segue suas
regras implícitas, diferente do futebol, onde as regras são explícitas, variando
conforme estratégias adotadas pelos jogadores.
Kishimoto(2003) acredita que quando se promove uma situação que reque a
imaginação, por meio da atividade livre, a criança toma iniciativa, expressa seus
desejos e internaliza as regras sociais.
Através da brincadeira, a criança desenvolve várias habilidades como a
atenção, a memória, a autonomia, a capacidade de resolver problemas, de se
socializar, despertar a curiosidade e a imaginação, de maneira lúdica.
À medida que a criança vai crescendo o brincar passa a não fazer parte mais
do seu processo de aprendizado, principalmente no ensino fundamental o brincar
não faz parte deste processo e a criança passa apena a ler e a escrever, que são os
objetivos.
         Diante deste quadro o que se verifica é uma forte ruptura entre a
Educação Infantil e o ensino fundamental, antes as ações pedagógicas envolviam o
brincar e agora isso não pode mais. As crianças se tornaram adultas miniaturas.
Verifica-se que o brincar possui estreita relação com o desenvolvimento,
aprendizagem, a cultura e os conhecimentos. O papel da escola  é o de
disponibilizar  tempo espaço e recursos para que o brincar  aconteça, mas às vezes
nem sempre isso acontece. 
            Tanto as escolas como a família veem que o brincar é uma atividade
sem importância, contudo, atualmente existe uma vasta produção que afirma a
brincadeira como sendo importante no desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Inserir as brincadeiras como um método para aprendizagem tornará as aulas
mais prazerosa aos alunos lembrando que não é o brincar só por brincar, mas como
uma forma de gerar conhecimento através da interferência do professor.
É necessário que as brincadeiras proporcionem à decisão, a escolha, as
descobertas, as perguntas e as respostas por parte das crianças. Ao incorporar a
brincadeira no cotidiano escolar dos alunos estará ampliando as possibilidades de
aprendizado. Assim para que a criança tenha êxito no período inicial de sua
escolarização sugere-se que as crianças em sua rotina escolar tenham o brincar
como elemento norteador de sua aprendizagem, haja vista que um dos principais
objetivos da implantação do ensino fundamental de nove anos é que a criança
consiga atingir a  escolarização plena.

2.4 A importância do lúdico no processo de alfabetização

A criança é um sujeito social, histórico e faz parte de uma organização


familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura em um
determinado momento histórico. Portanto o seu desenvolvimento ocorre de modo
continuo com ritmo diferente para cada criança. Quanto ao conhecimento este
acontece nas relações sujeito-objeto- realidade, com a mediação do professor
(Brasil, 1998).
Para que a aprendizagem seja significativa, é necessário que o indivíduo
perceba a relação entre o que está aprendendo e o seu cotidiano, em outras
palavras que tudo crie um significado para ele. Isso envolve seu raciocínio, análise,
imaginação, relacionamento entre ideias, coisas e acontecimentos.
O lúdico proporciona à criança a relação com o ambiente em que vive,
considerando como meio de expressão e aprendizado. As atividades lúdicas
possibilitam o desenvolvimento cultural, a assimilação de novos conhecimentos, o
desenvolvimento da sociabilidade e da criatividade. Assim, a criança encontra o
equilíbrio entre o real e o imaginário e tem a oportunidade de se desenvolver de
maneira prazerosa.
Alguns profissionais consideram que as atividades lúdicas não proporcionam
a aprendizagem. Por esse motivo não realizam atividades lúdicas e afirmam que a
ludicidade proporciona desorganização. Mas é nas atividades lúdicas que a criança
tem a oportunidade de conviver com outras crianças, estabelecer normas, regras,
aprender conforme suas necessidades e desenvolver seu raciocínio e sua
linguagem. É por meio da brincadeira que a criança desenvolve conceitos
importantes para aprendizagem como organização de pensamento, planejamento,
reflexão, atividades cognitivas importantes para o seu desenvolvimento.
Por meio de uma aula lúdica, o aluno é estimulado a desenvolver sua
criatividade e não a produtividade, sendo sujeito do processo pedagógico. Por meio
da brincadeira o aluno desperta o desejo do saber, a vontade de participar e a
alegria da conquista. Quando a criança percebe que existe uma sistematização na
proposta de uma atividade dinâmica e lúdica, a brincadeira passa a ser interessante
e a concentração do aluno fica maior, assimilando os conteúdos com mais facilidade
e naturalidade. (KISHIMOTO, 1994).
Nesse sentido, considera-se que determinados objetivos só podem ser
conquistados se os conteúdos tiverem um tratamento didático específico, ou seja, se
houver uma estreita relação entre o que e como ensinar. Mais do que isso: parte-se
do pressuposto de que a própria definição dos conteúdos é uma questão didática
que tem direta relação com os objetivos colocados, bem como com as propostas
curriculares.
Muitas propostas pedagógicas para o Ensino Fundamental se baseiam em
atividades onde o lúdico possa estar presente, de forma constante no ambiente
educacional. Tal afirmação baseia-se nos amplos estudos acadêmicos que
estudiosos apropriam-se ao levantar informações sobre a psicologia educacional,
como também em inúmeros exemplos satisfatórios que o jogo didático pode
proporcionar ao educando, principalmente no trabalho com a alfabetização.
A ausência do lúdico pode ter relação direta com as dificuldades de
aprendizagem. Sob esta visão, aponta-se a importância do imaginário como
processo de aprendizagem, neste inclui-se o brinquedo. Brincar é um ato natural e
faz parte do desenvolvimento do ser humano. O faz de conta mostra a realidade e
são maneiras encontradas pela criança de atuar e modificar, contribuindo para o
desenvolvimento tanto motor como psíquico.
As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer tanto no início como
durante o período escolar. Essas dificuldades aparecem em diferentes ocasiões
dependendo do aluno e necessita um estudo na área em que elas se manifestam.
Os primeiros sinais de dificuldade de aprendizagem aparecem, normalmente, na
época da alfabetização, pois é o momento onde é exigida da criança uma atenção
voltada para as atividades sistematizadas. Nesse sentido, por meio da ludicidade é
possível desenvolver na criança a memória, estimular a atenção, se apropriar de
conceitos e respeitar regras, condições importantes para que a criança supere suas
dificuldades.
É por meio do lúdico que a criança centraliza suas energias, ultrapassa suas
dificuldades, reconstrói sua realidade, cria condições favoráveis à fantasia e a
transforma em uma fonte de prazer. E isso não está apenas no ato de brincar, no ato
de ler, essa prática proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e
da concentração.
Dessa forma, vimos que é necessário respeitar o desenvolvimento da
criança, favorecer um ambiente propício à aprendizagem por meio de atividades
lúdicas que favoreçam seu processo de ensino e de aprendizagem. A criança
matriculada no primeiro ano do ensino fundamental muitas vezes não completou
seis anos de idade, isso significa que necessita se apropriar de conceitos
necessários para o desenvolvimento acadêmico.
Nesse sentido a criança inserida em um ambiente que se preocupa apenas
com a aplicação de conteúdos científicos e não leva em conta sua aprendizagem
natural por meio das brincadeiras e do jogo simbólico, prejudica a criança em seu
processo de ensino e de aprendizagem queimando etapas de aprendizagem e de
desenvolvimento causando mais tarde problemas de aprendizagem.

2.5 O papel do professor de alfabetização na aplicação do lúdico

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não


pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa
saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
O profissional que está envolvido com jogos e brincadeiras, no processo de
alfabetização no ambiente escolar tem que estar preparado para atuar como
animador, observador e investigador dos acontecimentos da escola. Para esta tarefa
o profissional deve estar fundamentado em três pilares: teórico, pedagógico e
pessoal.
Dessa maneira, além da prática também tem que ter um embasamento
teórico sustentar na aplicação do lúdico, pois na prática pedagógica é sempre
importante utilizar um recurso didático com uma explicação científica comprovando
sua eficácia empírica.
A formação lúdica de professores é, hoje, uma preocupação constante para
aqueles que acreditam na necessidade de transformar o quadro educacional
presente, pois da forma como ele se apresenta fica evidente que não condiz com as
reais necessidades dos que procuram a escola com o intuito de aprender o saber,
para que, de posse dele, tenham condição de reivindicar seus direitos e cumprir
seus deveres na sociedade.
O professor é fundamental no processo lúdico da alfabetização. Quanto maior
e mais rica for sua história de vida profissional, maiores serão as possibilidades de
ele desempenhar uma prática educacional consistente e significativa.
Sob essa perspectiva, o jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da
criatividade, deverá encontrar maior espaço para ser entendido como importante
instrumento no processo educacional, na medida em que os professores
compreenderem melhor toda sua capacidade potencial de contribuir para com o
desenvolvimento da criança.
Os jogos utilizados pelo educado não deve ser dado por si só, apenas para
jogar, mas por uma serie de pesquisa e principalmente um planejamento. Assim, ao
incluir no planejamento uma atividade lúdica, o professor deve antes adequar o tipo
de jogo ao seu público e ao conteúdo a ser trabalhado, para que os resultados
venham ser satisfatórios e os objetivos alcançados.
O professor tem criar uma relação com o aluno democrática e respeitosa no
que diz respeito à conservação dos jogos. Os jogos devem ser elaborados com as
crianças, juntamente com as regras e os combinados de utilização. Estimular a
imaginação e criatividade da criança oferecendo diversos materiais.
Além de utilizar os jogos prontos de fábrica e fundamental que o professor
possibilite ao aluno a utilização de brinquedos de sucatas, já que esses tipos de
matérias possuem formas e cores variadas.
O professor também deve oferecer aluno atividades lúdicas fora da sala de
aula, para que possam também explorar outros ambientes escolares.
O educador não deve ser um mero espectador que apenas intervém em
casos de acidentes, brigas ou choros. Nem tampouco ter sempre a iniciativa de
propor e coordenar as brincadeiras. É necessária certa dose de sensibilidade para
saber distinguir em que momentos sua presença mais ativa é fundamental (como,
por exemplo, para estimular a participação de determinadas crianças ou propor
novas brincadeiras) e as ocasiões em que é preferível deixar que as próprias
crianças interajam, organizem e reinventem as brincadeiras.
Desta forma, o educador que deseja usar o jogo como ferramenta
educacional usará estas observações, aplicando jogos que suscitem diferentes
formas de cooperação entre os alunos, mesclando times e elementos, trabalhando
com as lideranças, incentivando desafios e criando situações que façam florescer as
habilidades e competências dos alunos.
Para que o relacionamento entre os alunos na hora do jogo ocorra de forma
efetiva é preciso que o educador esteja atento, variando os objetivos de forma a
requisitar ao máximo o feixe de habilidade de cada um dos alunos, estimulando
novas combinações de “forças”, novas combinações de habilidades. Uma vez que o
objetivo proposto é diferente, a vitória também caberá a pessoas e times diferentes,
o que colabora com o autoconhecimento e a formação da auto-estima de todos.
Ficará clara a situação que cada um tem o seu papel e que cada papel tem a sua
importância e o seu momento.
3. METODOLOGIA

Esta pesquisa define-se como bibliográfica que segundo Lakatos e Markoni


(1993, p. 66):
trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já
publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em livros, revistas,
jornais, boletins, monografias, teses, dissertações (...), com o objetivo de
colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o
mesmo.
Neste trabalho procurou analisar textos de alguns estudiosos da área e outros
textos publicados sobre o assunto.
Portanto, os dados foram coletados por meio de literaturas especializadas que
viabilizaram o levantamento bibliográfico e análise dos dados para possível alcance
dos objetivos deste estudo.
 
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este tema se justifica pelo fato de que brincar é uma das atividades
fundamentais para o desenvolvimento da identidade, autonomia e a capacidade de
representar papel na brincadeira, faz com que a criança desenvolva sua imaginação,
a linguagem e ainda produz cultura.
Vygotsky (1988) acredita que deve oferecer as crianças condições para que a
aprendizagem ocorra em atividades cotidianas, como as brincadeiras e, também,
naquelas provocadas por situações pedagógicas intencionais, orientadas e medidas
pelo professor, tornando-as significativas.
Na perspectiva de Vygotsky, a criança, inserida no social é produto de um
contexto cultural. Isto facilita a exploração da imaginação, a memória e o registro de
sua experiência, afirma que é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento
de uma criança
A introdução do lúdico na vida escolar do educando, segundo o Referencial
Curricular Nacional (RCN), é uma maneira muito eficaz de repassar pelo universo
infantil para imprimir-lhe o universo adulto, nossos conhecimentos e principalmente a
forma de interagirmos.
De acordo com o RCN, a ludicidade é uma necessidade do ser humano em
qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do
aspecto lúdico facilita à aprendizagem, do desenvolvimento pessoal, social e cultural
e colabora para boa saúde mental e física.
Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória e a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação,
da utilização e da experimentação de regras e papéis sociais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRÉ, Sirlei de Souza. O lúdico na alfabetização. Disponível em

<http://www.webartigos.com/artigos/o-ludico-na-alfabetizacao> (Acesso em: 3 jul. 2012)

AREND, Carline Schröder; SILVA, Valmir da. O lúdico no processo de

alfabetização: proposição de estratégias em uma turma de 1º ano. Disponível

em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/306_210.pdf> (Acesso

em: 3 jul. 2012)

BORBA, Ângela Meyer. Culturas da infância nos espaços-tempos do brincar: um

estudo com crianças de 4-6 anos em instituições públicas de educação infantil.

2005. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Federal

Fluminense, Rio de Janeiro, Niterói

BRAGA, Ana Lucia de Abreu; ARAÚJO, Nanci Cássia do Amaral. Brincar faz de

conta. Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=844>

(Acesso em: 3 jul. 2012)

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação

Fundamental. .______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa.

Brasília, 1997.______ .Plano Nacional de Educação. Lei n.10.172/2001. Brasília:

MEC/SEF, 2001.______.Referencial Curricular Nacional para a Educação

Infantil (RCNEI), MEC/SEF, Vol 1, 1998.


DRAGO, Rogério; RODRIGUES, Paulo da Silva. Contribuições de vygotsky

para o desenvolvimento da criança no processo educativo: algumas

reflexões. Disponível em: <http://www.facevv.edu.br/Revista/03/ARTIGO%20ROGERIO

%20DRAGO.pdf> (Acesso em: 3 jul. 2012)

FERREIRA, Rosalina Gomes. A Importância de Brincar na Educação Infantil.

Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-de-brincar-na-educacao-

infantil/11903/> ( Acesso em: 3 jul. 2012)

KISHIMOTO,Tizuko Morchida. (Org.). Jogos Infantis: o Jogo, a criança e a

educação. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de

metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1993.

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro:

Zahar, 1982.______. Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e

Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.

ROJAS, Jucimara. Jogos, Brinquedos e Brincadeiras: o Lúdico e o Processo de

Desenvolvimento Infantil. Cuiabá: EdUFMT, 2007. Fasc.1


SCHOENBERGER, Mara Regina Maraia. A importância do lúdico na

alfabetização. Disponível em <http://www.cefaprojuina.com/portal/index.php> (Acesso

em 19 mai. 2013)

SOARES, Jiane Martins. A importância do lúdico na alfabetização infantil.

Disponível em <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/imagens/artigos/diario> (Acesso

em 19 mai. 2013)

VALENTIM, Mônica Oliveira da Silva Vicente. Brincadeiras Infantis: Importância

Para o Desenvolvimento Neuropsicológico. Disponível em :

<http://www.profala.com/arteducesp60.htm> (Acesso em: 3 jul. 2012)

VITÓRIA, Denise Peçanha da. ; PAULO, Maria de Fátima Silva. O lúdico como

parceiro no processo de ensino e aprendizagem na infância. Disponível em

<http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/o-ludico-como-parceiro-no-processo-de-

ensino-e-aprendizagem-na-infancia/> (Acesso em: 3 Jul. 2012)

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos

processos psicológicos superiores. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

Você também pode gostar