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Os materiais metálicos são compostos por uma combinação de elementos

metálicos, como o ferro, o cobre e o manganês, e possuem um grande número de


elétrons livres, sendo que a maioria de suas propriedades é devida a essa característica,
tal como a condutividade térmica e elétrica. Outas propriedades deste grupo de material
de grande relevância são a dureza, a resistência mecânica e a plasticidade.
Nos materiais metálicos, os átomos estão dispostos de maneira bem organizada e
em arranjos que se repetem ao longo das três dimensões do espaço, esta característica é
denominada estrutura cristalina. As configurações espaciais dos átomos metálicos mais
frequentes são a cúbica de corpo centrado (CCC), como no ferro, a cúbica de face
centrada (CFC), como no cobre e alumínio e a hexagonal compacta (HC), no zinco e
titânio.
Os materiais metálicos podem ser encontrados também em forma de ligas
metálicas que são materiais metálicos com mais de uma fase, sendo constituídas pela
união de dois ou mais elementos metálicos, o tipo de monocristal (CCC, CFC ou HC)
nas ligas metálicas pode variar de acordo com a temperatura.
As estruturas apresentadas anteriormente podem apresentar alguns tipos de
defeitos, cuja classificação divide-se em pontuais (átomos de substituição ou de
inserção, a ausência de átomo e as lacunas), de superfície (juntas dos grãos) e as
discordâncias (empilhamento de átomos que interrompe a disposição geometricamente
ordenada de ligas atômicas, formam-se naturalmente ou como consequência de
deformações impostas – processos de conformação).
Existem também os mecanismos físicos de deformação do material, como a
deformação elástica, provocada pelas variações dos espaços interatômicos, e as
deformações permanentes, resultantes de deslocamentos relativos estáveis entre planos
atômicos. Os metais também podem se romper de forma frágil, dúctil ou por fadiga.

Principais processos de fabricação


1. Fundição: um dos processos mais antigos e versáteis, podendo originar
diferentes formatos e tamanhos de peças. Consiste em encher um molde com o
formato e medidas desejadas de metal líquido e depois, solidificar. A função
permite ser automatizada, podendo produzir em grande escala e com velocidade.
É um processo que quase não requer acabamentos depois, a peça sai definitiva.
Alguns defeitos que se pode encontrar nas peças obtidas por esse processo é a
ocorrência de areia do molde nas paredes internas ou externas da peça, rechupe,
porosidade, entre outros;
2. Conformação mecânica: é a aplicação de esforços mecânicos nos metais e que
causam uma mudança permanente em seu formato ou suas medidas.
a. Laminação: um lingote de metal é forçado a passar entre dos cilindros
que giram em velocidades iguais, porém em sentidos opostos. Ao passar
pelos cilindros, o lingote sofre deformação plástica, reduzindo sua
espessura e aumentando sua largura e comprimento. Pode ser feita a
quente ou a frio;
b. Extrusão: utilizado para obter perfis de formato complicado ou tubos,
consiste em forçar o metal a passar por um orifício de uma matriz, a qual
fornece ao metal o perfil desejado. Ao ser extrudado, o metal apresenta
uma seção transversal reduzida e grande aumento em seu comprimento.
Também pode ser realizada a quente ou a frio;
c. Trefilação: é semelhante ao processo de extrusão, só que ao invés de o
material ser empurrado pelo orifício da matriz, ele é puxado e
normalmente é realizada a frio. É usado para obtenção de fios, ou seja, a
trefilação diminui o diâmetro do metal e aumenta seu comprimento;
d. Forjamento: processo pelo qual o material metálico é deformado por
martelamento ou prensagem.
3. Estampagem: é um processo de fabricação que engloba várias operações,
geralmente realizadas a frio.
a. Corte: é uma operação de cisalhamento do metal em que uma ferramenta
é forçada contra uma matriz sob a pressão de uma prensa. Quando a
ferramenta desce, empurra o material para dentro da matriz, dando-lhe
forma.
b. Dobramento: a peça que anteriormente foi cortada é conformada por
estampos de dobramento. O material, em forma de chapa, barra ou tubo,
é colocado entre o punção e a matriz, então o punção e a matriz são
forçados um contra o outro, dando ao material o perfil desejado;
c. Estampagem profunda: processo em que chapas planas são conformadas
no formato de um copo, é realizada a frio e pode ser realizada em uma ou
mais fases de conformação.

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4. Soldagem: processo de união localizada de materiais metálicos, união produzida
por aquecimento até uma determinada temperatura, com ou sem utilização de
pressão e/ou material adicional.
5. Tratamento térmico: é o processo de aquecer e resfriar o metal a fim de
modificar suas propriedades, é dividido em duas classes.
a. Aqueles que modificam as propriedades de toda a massa do metal pelo
simples aquecimento e resfriamento, como a têmpera, que ocasiona o
aumento da dureza e consequentemente, da fragilidade também, o
revenimento, tratamento que se faz nos metais já temperados a fim de
diminuir sua fragilidade e o recozimento, também feito em peças já
temperadas com a intenção de eliminar sua dureza ou normalizar suas
tensões internas provocadas pelos outros tipos de processo de fabricação;
b. Tratamentos em que apenas na camada superficial da peça as
propriedades são modificadas, as peças são aqui aquecidas juntamente a
produtos químicos e são resfriadas depois. São exemplos a cementação,
processo com o intuito de aumentar a porcentagem de carbono em uma
fina camada externa da peça e requer temperagem depois do processo, e
a nitretação, semelhante ao processo de cementação, só que ocorre na
presença do gás nitrogênio, não precisando da têmpera depois.

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