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Volvo do Brasil Veículos Ltda

Edição 1 Dept. de Eng.


22/12/2006 de Vendas

Segmento 02 – Tanque e
Silos
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1 – INTRODUÇÃO
Este guia enfoca o segmento Tanque e Silo, explorando as características técnicas relevantes
deste tipo de transporte e mostrando as soluções Volvo recomendadas para a aplicação.
Abordamos também os itens diferenciais dos veículos Volvo, que agregam valor a este
segmento de transporte.

O segmento Tanque se caracteriza pelo transporte de líquidos e gases a granel, notadamente


alimentícios (óleos comestíveis, sucos, leite, xaropes, água), combustíveis (álcool, gasolina,
diesel, querosene, óleo combustível, GLP) e químicos em geral (solventes, ácidos,
petroquímicos, gases industriais).

Por sua vez, o segmento Silo atende ao transporte de produtos pulverizados, tais como
cimento, cal, cinzas, resinas plásticas, farináceos e outros alimentícios.

Por se tratar de produtos em geral classificados como perigosos (Resolução nº 420 ANTT),
quer seja por serem inflamáveis, tóxicos e/ou corrosivos, quer seja pelo dano ambiental que
possam causar em caso de acidentes com vazamento do material, exige-se dos motoristas um
treinamento específico (Resolução nº 168 e 169 do CONTRAN), além de maior
experiência e profissionalismo.

O fator de carga geralmente é de 50%, devido às características especiais dos implementos


utilizados. O material utilizado na manufatura dos tanques depende do produto a ser
transportado, sendo normalmente fabricados em:
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• Aço carbono: para produtos não corrosivos e que não requeiram acondicionamento
especial. São implementos geralmente de menor custo, mas que necessitam de
tratamento superficial antioxidante e pintura;
• Aço inox: para produtos corrosivos e produtos alimentícios. Trata-se de um material
mais nobre, e conseqüentemente de custo mais elevado;
• Alumínio: este material permite uma gama de utilização de produtos ampla, com um
ganho expressivo de peso do implemento e conseqüente aproveitamento em carga
útil. Onde se requer otimização de carga útil, o alumínio deve ser considerado.
Entretanto, o custo inicial do implemento é maior.

Os tanques, dependendo do produto transportado, devem ser isolados termicamente


(isotérmicos), com ou sem sistema de aquecimento/resfriamento auxiliar, e devem ser
projetados para suportar altas pressões no caso de transporte de gases.

2 – VEÍCULOS VOLVO PARA O SEGMENTO


O transporte pode ser classificado em três categorias:

• transferências de grandes volumes (normalmente bi-trem e rodo-trem);


• distribuição regional;
• distribuição urbana.

Os veículos Volvo FH/FM e VM são aplicados nas três categorias de transporte, sendo os
pesados na distribuição regional e de grandes volumes, podendo percorrer médias a longas
distâncias. Por sua vez, os semipesados são aplicados na distribuição urbana e regional, com
distâncias curtas e médias. Onde é possível e viável, a distribuição urbana também utiliza
veículos pesados, aproveitando a maior capacidade de carga destes caminhões. Neste caso o
veículo trafega em trechos com trânsito intenso, com constantes paradas e arrancadas.

A segurança é um fator primordial neste transporte, sendo exigidos alguns equipamentos


essenciais para o controle e prevenção de acidentes.

De maneira geral os veículos mais indicados para aplicação tanque e silo:

TIPO PBT/PBTC VEÍCULO POTÊNCIA


sobrechassi 23 VM 6x2 R 260
SR3E 41,5 VM 4X2 T 310
SR3E 53 FH 6X2 T 400/440
Bitrem 57 FH 6X2 T 400/440
Rodotrem 74 FH 6X4 T 440/480/520

3 – CENÁRIO ATUAL E VISÃO FUTURA DO SEGMENTO


Nos últimos dez anos, o segmento de tanques e silos representou entre 9 e 12 % do mercado
de implementos pesados, sendo a maioria deste volume destinada ao mercado de transporte
de combustíveis líquidos (álcool, gasolina e diesel). As tendências indicam uma estabilidade da
demanda do segmento, que pode ser afetada regionalmente, com investimentos da indústria
petroquímica e crescimento do setor sucro-alcooleiro, por exemplo.

Para exemplificar, se tomarmos um volume de 45 a 50 mil caminhões pesados e semipesados


vendidos por ano no Brasil, teremos um mercado entre 4 e 5 mil veículos destinados a tanques
e silos anualmente.
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Há oportunidades de renovação de frotas no segmento de transporte de cargas perigosas,


onde algumas características ligadas à segurança são importantes e devem ser exploradas
(ABS, controle de tração, freios a disco EBS).

As tendências também apontam para a otimização de algumas modalidades de transporte,


maximizando a carga transportada (menor custo por produto transportado) e diminuindo o
número de viagens necessárias (diminuição da “exposição ao risco”). Consequentemente
serão necessários veículos com peso próprio bastante reduzido.

4 – ANÁLISE TÉCNICA E ARGUMENTAÇÃO


As características mais valorizadas no transporte com tanques e silos são segurança,
disponibilidade, baixa tara da composição e manobrabilidade, entre outras.

4.1 – SEGURANÇA
¾ Freios Z-Cam, auto ajustáveis, contato uniforme e maior área de frenagem;
¾ Freios EBS a disco, com controle de tração (opcionais);
¾ Freio motor VEB410 de série e VEB500 opcional;
¾ Opção de ABS;
¾ Chave geral blindada;
¾ Caixa I-shift, facilitando a condução do veículo;
¾ Bloqueio de diferencial de série (FH/FM) e opcional no VM 4x2 T;
¾ Grande visibilidade
¾ Válvula sensível à carga;
¾ Ergonomia (volante ajustável, instrumentos bem posicionados e visíveis);
¾ Cabine com célula de sobrevivência;
¾ Airbag opcional
¾ Conforto (banco com suspensão a ar, molas parabólicas ou a ar, suspensão de cabine,
maior espaço interno, ar condicionado / climatizador, trocas de marchas por cabos).

4.2 – DISPONIBILIDADE
¾ Motor D13A (FH/FM), de alto torque a baixas rotações, com arquitetura eletrônica
integrada e auto proteção;
¾ Caixa Volvo com resfriador de óleo e eixos traseiros robustos;
¾ Maior intervalo de troca de óleo (até 45000 km);
¾ Ajuste automático das lonas de freio (Z-Cam);
¾ Freio motor VEB, o mais potente do mercado, aumentando a vida do freio de serviço;
¾ Chassi em aço especial (LNE600), mais leve e mais resistente;
¾ Mecatrônicos em toda rede (mais de 12 anos de experiência no Brasil)

4.3 – REDUÇÃO DO PESO DO VEÍCULO

A maximização do volume do produto transportado traz ganhos expressivos à distribuição de


combustíveis. Cada vez as distribuidoras estão procurando transportar mais, para diminuir os
custos operacionais e reduzir a exposição ao risco (menos viagens).

Portanto, é de extrema importância a tara do veículo e do implemento no transporte de


combustíveis, pois conseguimos maior carga útil.
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Algumas opções para reduzir a tara do veículo:

¾ Rodas de alumínio: em um veículo 4x2, significa uma redução de aproximadamente


150 kg, e num 6x2 uma redução de 230 kg.
¾ Tanque de combustível menor: nos casos onde a logística da distribuição se adapte
a uma autonomia em que um tanque de menor capacidade seja suficiente,
conseguimos uma redução significativa da tara do veículo.
¾ Entre-eixos: veículos com entre-eixos menores são mais leves e tem raio de giro
menor. Implementos mais curtos garantem menor peso ao conjunto.
¾ Cabine: a cabine simples L1H1 no VM e a estendida L1EH1 no FH permitem um
ganho de peso no veículo da ordem de 80 kg.
¾ Acessórios: quanto mais acessórios o veículo possui, maior seu peso próprio.
¾ Caixa eletrônica I-shift: a opção de caixa eletrônica I-shift permite uma redução de até
70 kg em relação à caixa manual, além de agregar um item de conforto e segurança.
¾ Pneus: quando tecnicamente viável, a utilização de outras medidas de pneus reduzem
o peso e a altura da 5ª roda. Por exemplo, pneus 275/80R22.5 são aproximadamente 6
kg mais leves que os 295/80R22.5 (por pneu).

4.4 – TOMADAS DE FORÇA

No caso de silos, normalmente se utiliza algum equipamento (compressor de ar ou bomba


hidráulica) que exige tomada de força no veículo. Neste quesito temos as seguintes
possibilidades de tomadas de força:

FH/FM

Tomadas na caixa de marchas:

• PTR-FL/PTR-FH: conexão com flange (SAE1300) de baixa (FL) ou alta (FH)


velocidade de rotação. Estas tomadas de força na caixa são para aplicações menos
severas, até 65 kW e 400 Nm, quando o veículo está parado. Não é possível operar
estas tomadas com o veículo em movimento.
• PTR-DH: conexão tipo DIN (DIN 5462 ou ISO 7653, de eixo estriado), de alta rotação.
Assim como na FL e FH, a potência máxima é de 65 kW e 400 Nm, e esta tomada
deve ser operada com o veículo parado.

Tomada de força no motor:

• PTER-DIN: tomada de força localizada na parte traseira superior do motor, com


possibilidade de até 1000 Nm de torque. Esta tomada permite operações mais severas
e com o veículo em movimento, independente da embreagem. A conexão é DIN 5462 /
ISO 7653, com eixo estriado, permitindo uma montagem mais compacta dos
equipamentos auxiliares (bombas ou compressores).

VM

Tomadas na caixa de marchas:

• PTR-FL: disponível nas caixas Volvo VT2214B (VM 4x2 T ou VM 6x4 R, com motor
310 cv). É a mesma tomada de força descrita acima, para caminhão FH/FM.
• PTT-PK: preparação de tomada força para as caixas Eaton. Inclui a parte elétrica e
pneumática para acionamento da tomada, contudo não inclui a tomada, que deve ser
adquirida separadamente.
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5 – COMPOSIÇÕES MAIS UTILIZADAS


Atualmente as composições mais típicas para o transporte de tanques e silos são:

VM 6X2

TRATOR 4X2 + SR3E

TRATOR 6X2 + SR3E

TRATOR 6X2 + BI-TREM


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Com a introdução das Resoluções 210 e 211, é esperado que haja um aumento do volume de
composições com semi-reboques com 3 eixos espaçados (ou pelo menos 1 eixo espaçado).
Neste tipo de composição há um ganho significativo de capacidade de carga útil principalmente
no transporte de combustíveis, pois o PBTC vai a 53 ton num veículo 6x2:

TRATOR 6X2 + SR3E espaçados

6 – VEÍCULOS INDICADOS

Na tabela abaixo estão indicados os veículos para cada aplicação, dependendo do PBT/PBTC
da composição:

VEICULO IMPLEMENTO PBT/PBTC MOTOR CAB EE


VM 4X2 R S. CHASSI 16 210 L1H1 3950/4550
VM 6X2 R S. CHASSI 23 260 L1H1 3650/3950/4550
VM 4X2 T SR2E 33 310 L2H1 3650
VM 4X2 T SR2E 2 espac 36 310 L2H1 3650
VM 4X2 T SR3E 41,5 310 L2H1 3650
FH 4X2 T SR3E 41,5 400 L2H1 3500
FH 4X2 T SR3E 3 espac 46 400 L2H1 3500
FH 6X2 T SR3E 48,5 400/440 L2H1 3500
FH 6X2 T SR3E 3 espac 53 400/440 L2H1 3500
FH 6X2 T Bitrem 57 400/440 L2H1 3500
FH 6X4 T Bitrem 57 440 L2H1 3200
FH 6X4 T Rodotrem 74 440/480 L2H1 3200

OBSERVAÇÕES:

9 Potências maiores significam velocidades médias melhores, porém é necessário maior


treinamento dos motoristas para não comprometer o consumo de combustível;

9 Quanto menor o entre-eixos, melhor para manobrabilidade e menor a tara do veículo.


Outros entre-eixos podem ser utilizados para adequar a autonomia do veículo
(capacidade de combustível);

9 Normalmente eixos sem redução são adequados para este segmento, porém em casos
de topografia mais ondulada e/ou estradas ruins podemos considerar eixos com
redução;
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QUADRO DE APLICAÇÃO BÁSICA

7 – ANÁLISE LEGAL
Neste segmento, por se tratar de transporte de produtos em geral classificados como perigosos
(Resolução nº 420 ANTT), quer seja por serem inflamáveis, tóxicos e/ou corrosivos, quer seja
pelo dano ambiental que possam causar em caso de acidentes com vazamento do material,
exige-se dos motoristas um treinamento específico (Resolução nº 168 e 169 do CONTRAN),
além de maior experiência e profissionalismo.

Alguns equipamentos de segurança obrigatórios além de placas de identificação com o código


do produto transportado são exigências legais (reguladas pelo CONTRAN a ANTT – Agência
Nacional de Transportes Terrestres).

O SINDICOM (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de


Lubrificantes) relaciona os itens obrigatórios para caminhões tanque que transportam produtos
perigosos, além das normas e resoluções pertinentes, através de alguns “check lists”
(www.sindicom.com.br).
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8 – INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Os veículos FH para transporte de tanques devem ser especificados com 5ª roda para serviço
pesado (Heavy Duty), devido aos esforços que os tanques exercem. Os tanques são
estruturas bastante rígidas, que transferem uma carga elevada de torsão para a 5ª roda e o
chassi do caminhão.

Os veículos rígidos devem ser implementados de acordo com as instruções do Manual do


Encarroçador, com fixações flexíveis, para evitar problemas com chassi.

Muitos semi-reboques tanque estão sendo equipados com suspensão a ar, e se recomenda um
compressor duplo no caminhão.

8.1 – COMBUSTÍVEIS
Os combustíveis mais comuns são os seguintes:

• óleo combustível (0,96 kgf/l)


• óleo diesel (0,85 kgf/l)
• álcool (0,82 kgf/l)
• gasolina (0,75 kgf/l)
• querosene (0,70 kgf/l)

Dentre estes, o diesel, álcool e gasolina representam mais de 80% do mercado brasileiro de
combustíveis.

Por questões de padronização da logística das companhias distribuidoras, os volumes


múltiplos de 5 (30, 35, 45 m³) estão sendo bastante utilizados, com compartimentos de 5 em 5
m³.

A carga/descarga pode ser feita de duas maneiras, basicamente:

• por gravidade (“top-loading”), com bocas superiores para carga e inferiores para
descarga, por gravidade ou bomba de recalque;
• “bottom-loading”, carregamento sob pressão por baixo do tanque, podendo-se utilizar
recuperadores de vapor no topo do tanque. Este equipamento aumenta a segurança
(evita concentração de vapores inflamáveis nas baias de carregamento), além de
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menor poluição ambiental. Utilizando-se condensadores, estes vapores podem ser


reaproveitados, minimizando as perdas pela volatilização dos combustíveis.

As dimensões dos tanques variam de fabricante para fabricante. Estes possuem projetos
padronizados, mas também atendem boa parte da demanda com projetos sob encomenda.

A correta distribuição de carga no veículo depende, entre outras coisas, das dimensões do
tanque, peso próprio, acessórios, materiais utilizados e posição de quinta-roda.

8.2 – DEMANDAS ESPECIAIS

Algumas empresas estão adotando demandas especiais para os veículos que transportam
seus produtos. Dentre estas demandas, podemos salientar as seguintes:

• ADR: trata-se de um acordo europeu para transporte de produtos perigosos através


de rodovias. Na prática significa que para atender a norma ADR, o veículo necessita
ter o circuito elétrico com uma proteção extra (encapsulamento) e conexões seladas
(blindadas). Também é necessária uma chave geral extra localizada dentro da cabine,
com acesso facilitado para desconexão das baterias, além de mais um extintor de
incêndio.

• Quinta roda especial: dependendo do tipo de implemento utilizado, tal como semi-
reboque auto-portante de alumínio, para minimizar danos ao tanque, pode-se utilizar
uma quinta roda especial, tipo compensadora. Este equipamento compensa torsão
lateral entre trator e implemento, evitando que grandes esforços possam vir a causar
trincas no tanque.

• Limitação de velocidade: embora o limite de velocidade seja bastante controlado


(limite de 80 km/h), algumas empresas solicitam a restrição de velocidade máxima dos
veículos (por exemplo, 90 km/h). Nos veículos pesados Volvo isto é possível de se
obter, bastando refazer a programação do caminhão via VCADS PRO, com a
anuência por escrito do responsável pelo veículo.

• Suspensão a ar: a fim de se preservar o semi-reboque, principalmente os de


alumínio, muitas vezes a suspensão a ar traseira dos caminhões é uma demanda.

• ESP (Electronic Stability Program): o ESP confere à composição o controle da


estabilidade, ajudando a manter o veículo e semi-reboque na trajetória desejada,
evitando acidentes causados por manobras evasivas e curvas fechadas. O sistema
funciona em conjunto com os freios EBS (a disco) e é necessário freio EBS na carreta
também.

• Controle de Tração: o controle de tração é uma das funcionalidades dos freios EBS
(a disco). Ele evita que o eixo de tração patine em arrancadas, ajudando a manter o
controle do veículo em situações de pisos escorregadios. A atuação do controle de
tração é no motor, limitando o torque, e nos freios.

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